Leitura Escrita Era Digital
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na Era Digital
Cleide J. M. Pareja
Curitiba
2013
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Editora fael
Gerente Editorial
Projeto Grfico
Edio
Reviso
Diagramao
Capa
Fotos da Capa
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Apresentao
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Sumrio
Prefcio | 7
Homem e linguagem | 9
Leitura e escrita | 31
Construo do texto | 51
Tecendo os pargrafos | 67
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Prefcio
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O objetivo desta obra possibilitar aos alunos o domnio das habilidades de leitura e produo de textos acadmicos para facilitar a entrada em
todas as reas do conhecimento.
A forma como a obra foi estruturada fruto de anos de experincia com
alunos ingressantes na graduao e em diferentes cursos. possvel perceber
que, seguindo este caminho, ao final do semestre os acadmicos conseguem
ler, escrever e entender melhor os textos com os quais tm contato. Desvenda-se o mistrio da leitura e da escrita.
So seis captulos: o primeiro discorre sobre a importncia da linguagem
para o homem, as variedades lingusticas e as funes da linguagem, apresentando conceitos fundamentais sobre linguagem, lngua e fala; o segundo,
sobre leitura e escrita, apresenta os procedimentos de leitura e sua estreita
relao com a produo do resumo; o terceiro foca sua ateno no estudo
do pargrafo, sua estrutura e tipos de desenvolvimento; o quarto incide sobre
a forma e recursos para manter a coeso e a coerncia no texto; o quinto
apresenta os diversos gneros e tipologias textuais e no sexto captulo so
apresentados os gneros textuais virtuais, a leitura e a escrita na Era Digital.
Com a clareza dos conceitos trabalhados e um exerccio contnuo de
produo e reviso dos textos escritos, certamente os professores que interagem com os alunos conscientizam a todos de que a lngua deve ser aprendida
como um instrumento social, interativo e dinmico.
A autora.*
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Ao final do captulo, ser possvel identificar os elementos da comunicao, alm de distinguir as funes da linguagem em relao aos elementos
do processo comunicativo. Tambm ser possvel diferenciar os conceitos de
linguagem, lngua e fala e reconhecer a variao lingustica como uma manifestao decorrente das influncias recebidas no contato com as diversas culturas existentes em nosso pas.
A lngua , sem dvida, um dos mais importantes produtos da cultura,
porque o cdigo utilizado em grande parte dos nossos atos de comunicao.
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meditao do pensador. Antes mesmo do primeiro despertar
de nossa conscincia, as palavras j ressoavam nossa volta,
prontas para envolver os primeiros germes frgeis de nosso
pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente atravs
da vida, desde as mais humildes ocupaes da vida quotidiana
aos momentos mais sublimes e mais ntimos dos quais a vida
de todos os dias retira, graas s lembranas encarnadas pela
linguagem, fora e calor A linguagem no um simples acompanhante, mas sim um fio profundamente tecido na trama do
pensamento; para o indivduo, ela o tesouro da memria e a
conscincia vigilante transmitida de pais para filhos. Para seu
bem e para o mal, a fala a marca da personalidade, da terra
natal e da nao, o ttulo de nobreza da humanidade.
Para dominar a linguagem como lngua, preciso que a pessoa desenvolva vrias habilidades necessrias ao processo de comunicao. Ouvir,
falar, ler e escrever so as aes que, gradualmente, vo propiciar o desenvolvimento desse domnio.
A partir do nascimento (alguns estudiosos afirmam que at antes),
comea-se a ouvir todos que esto prximos; pelo processo de imitao,
associado com o desenvolvimento fsico, inicia-se a repetio do que se ouve.
Nasce a fala, no incio restrita, com pouqussimas palavras que, em geral,
servem para vrias situaes e objetos, tais como: mam (comida), mma
(me); pap (comida), ppa (pai), e assim por diante. Por volta dos sete
anos, chegamos a 1 mil ou 1,2 mil palavras e, por volta dos 14 anos, a 15 ou 20
mil, dependendo do contexto e das situaes relacionadas com a linguagem.
Na sequncia, a oralidade ir se transformar em linguagem simblica,
a partir do momento em que as habilidades de leitura e escrita passam a ser
dominadas. Essas duas habilidades necessitam de aprendizagens diferenciadas, pois para escrever preciso ter um acervo de recursos e ter o que dizer
sobre o assunto. Para ler, preciso ter um acervo de recursos que permita
compreender o texto (LIMA, 2002, p. 15). Se, por um lado, ruim aprender as duas habilidades separadamente e no como um conhecimento automtico, por outro, salutar, porque, em caso de qualquer problema fsico,
pode-se ficar com uma ou com outra (se tiver sorte).
Aps o processo de domnio das quatro habilidades, adquire-se uma competncia muito mais importante do que simplesmente o domnio de uma lngua,
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J a lngua uma linguagem de carter regional, um sistema organizado de sons e sinais que a caracterizaro como o cdigo de signos lingusticos
de um determinado povo. Desse modo, todas as lnguas (para a comunidade
lusfona, a lngua portuguesa) tm uma estrutura prpria para combinar os
signos lingusticos.
Sendo assim, a lngua constitui-se por: um repertrio/conjunto de signos que vo comp-la; as regras de combinao que incluem as de organizao dos sons e suas combinaes; as regras que determinam a organizao
interna das palavras e as que especificam a forma como sero ordenadas as
palavras e a diversidade de tipos de frase. Estamos nos referindo fonologia,
morfologia, sintaxe da lngua e s regras de uso, as quais englobam as
regras reguladoras do uso da linguagem em contextos sociais no que diz
respeito s funes e intenes comunicativas e escolha de cdigos a utilizar e que devem ser aceitas pela sociedade para que haja inteligibilidade
entre os atos de comunicao.
O terceiro conceito a ser compreendido no processo de comunicao a
fala, o uso individual da lngua, o discurso que se realiza a partir da compreenso da lngua e do conhecimento de mundo de cada um. Por esses motivos,
falantes de uma mesma lngua, de uma mesma regio e de uma mesma formao tero falas, discursos diferentes. Por se tratar de oralidade, o falante
pode desrespeitar as regras de combinao; se este desrespeito tornar-se
padro, poder alterar e criar uma nova regra, promovida pelo uso.
Podemos afirmar que dominamos uma lngua quando conhecemos seu
repertrio de signos, as regras de combinao e as regras de uso desses signos.
Segundo Saussure (1977, p. 196), nada entra na lngua sem ter sido experimentado na fala, e todos os fenmenos evolutivos tm sua raiz na esfera
do indivduo. De acordo com o linguista, o que diferencia a lngua da fala
que a primeira sistemtica, tem certa regularidade, potencial, coletiva; a
segunda assistemtica, possui certa variedade, concreta, real, individual.
A lngua, ento, pode ser escrita e falada. So duas formas de uso que
acabam tendo regras diferenciadas, uma vez que, ao falar, temos maior liberdade e despreocupao com a obedincia s normas impostas pelo sistema
lingustico. Porm, a escrita deve atender s normas, motivo pelo qual considerada pelos usurios uma modalidade mais difcil.
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Lngua escrita
22 Palavra grfica.
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Dica de filme
O filme O discurso do Rei apresenta, de forma envolvente e com grandes detalhes, o trabalho realizado por
um profissional que tem um mtodo um tanto radical
para os padres da poca, para liberar a fala do Rei
George. O jovem herdeiro da coroa britnica sofria de
gagueira e tinha pnico de falar em pblico. Para superar suas dificuldades, contar com o empenho de sua
esposa e do professor nada convencional de oratria.
O tema atual, uma vez que a maioria dos profissionais
precisa ter o domnio da fala com propriedade para
desempenhar bem suas funes.
O DISCURSO do Rei. Direo de Tom Hooper. Inglaterra: Paris Filmes, 2010. 1 filme (118 min), sonoro, legenda,
color., 35 mm.
A lngua, alm de oral e escrita, pode ser, pelo uso, classificada de dois
modos: a modalidade culta ou lngua-padro e a modalidade popular, ou lngua cotidiana.
A modalidade culta aquela associada escrita, tradio gramatical,
a registrada nos dicionrios e, portanto, a que traduz a tradio cultural e
a identidade de uma nao.
A modalidade popular uma variante informal, considerada de pouco
prestgio quando comparada linguagem padro. Sua caracterstica afastar-se da norma na construo sinttica, usar um vocabulrio comum, repeties constantes, grias.
Segundo Mattoso Cmara Jr. (1978, p. 177), norma um conjunto
de hbitos lingusticos vigentes no lugar ou na classe social mais prestigiosa no pas. Logo, com essa classificao, podemos entender que h
vrias classes que no adotam a norma e, portanto, h outras modalidades em uso.
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Homem e linguagem
Este rrey Leyr nom ouue lho, mas ouue tres lhas muy fermosas
e amauaa-as muito. E huum dia sas rrazoes com ellas e dise-lhes que
lhe disesem verdade, qual dellas o amaua mais. Dise a mayor que nom
auia cousa no mundo que tanto amase como elle; e dise a outra que o
amaua tanto com a sy mesma; e dise a tereira, que era a meor, que o
amaua tanto como deue dmar lha a padre. (VASCONCELOS apud
FARACO, 1991, p. 11).
Este Rei Lear no teve filhos, mas teve trs filhas muito formosas e amava-as muito. E um dia teve com elas uma discusso e
disse-lhes que lhe dissessem a verdade, qual delas o amava mais. Disse
a maior que no havia coisa no mundo que amasse tanto como a ele;
e disse a outra que o amava tanto como a si mesma; e disse a terceira
que o amava tanto como deve uma filha amar um pai.
FARACO, C. A. Lingustica histrica. So Paulo: tica, 1991.
A variao social, como afirma Mattoso Cmara (1978), decorre no
somente do poder aquisitivo, mas tambm do grau de educao, da idade
e do sexo dos usurios da lngua. Vejamos os usos diversos da conjugao
verbal: ns vamos/nis vai/nis imo/ns vamo. A msica Chopis centis, do
grupo musical Mamonas Assassinas, brinca com a questo das variedades
lingusticas, colocando o falar popular na linguagem escrita.
Chopis centis
Eu dium beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping,
Pr mode a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim
At que tava gostoso, mas eu prefiro aipim. [...]
Chopis Centis. Dinho e Julio Rasec, Mamonas Assassinas,
1995 Edies Musicais Tapajs Ltda.
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Dez cises
Para um ensino de lngua no (ou menos) preconceituoso
1. Conscientizar-se de que todo falante nativo de uma lngua um
usurio competente dessa lngua, por isso ele sabe essa lngua.
Entre os 3 e 4 anos de idade, uma criana j domina integralmente
a gramtica de sua lngua.
2. Aceitar a ideia de que no existe erro de portugus. Existem diferenas de uso ou alternativa de uso em relao regra nica proposta pela gramtica normativa.
3. No confundir erro de portugus (que, afinal, no existe) com simples erro de ortografia. A ortografia artificial, ao contrrio da lngua, que natural. A ortografia uma deciso poltica, imposta por
decreto, por isso ela pode mudar, e muda de uma poca para outra.
Em 1899 as pessoas estudavam psychologia e histria do Egypto;
em 1999 elas estudavam psicologia e histria do Egito. Lnguas que
no tm escrita nem por isso deixam de ter sua gramtica.
4. Reconhecer que tudo o que a Gramtica Tradicional chama de
erro na verdade um fenmeno que tem uma explicao cientfica perfeitamente demonstrvel. Se milhes de pessoas (cultas
inclusive) esto optando por um uso que difere das regras prescritas nas gramticas normativas porque h alguma nova regra
sobrepondo-se antiga. Assim, o problema est com a regra tradicional, e no com as pessoas, que so falantes nativos e perfeitamente competentes de sua lngua. Nada por acaso.
5. Conscientizar-se que toda lngua muda e varia. O que hoje visto
como certo j foi erro no passado. O que hoje considerado
erro pode vir a ser perfeitamente considerado como certo no
futuro da lngua. Um exemplo: no portugus medieval existia um
verbo leixar (que aparece at na carta de Pero Vaz de Caminha ao
rei D. Manuel I). Com o tempo, esse verbo foi sendo pronunciado
deixar porque [d] e [l] so consoantes aparentadas, o que permitiu
a troca de uma pela outra.
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Hoje quem pronunciar leixar vai cometer um erro (vai ser acusado de desleixo), muito embora essa forma seja mais prxima da
origem latina, laxare (compare-se, por exemplo, o francs laisser
e o italiano lasciare). Por isso bom evitar classificar algum fenmeno gramatical de erro: ele pode ser, na verdade, um indcio do
que ser a lngua no futuro.
6. Dar-se conta de que a lngua portuguesa no vai nem bem, nem
mal. Ela simplesmente vai, isto , segue seu rumo, prossegue em
sua evoluo, em sua transformao, que no pode ser detida (a
no ser com a eliminao fsica de todos os seus falantes).
7. Respeitar a variedade lingustica de toda e qualquer pessoa, pois
isso equivale a respeitar a integridade fsica e espiritual dessa pessoa como ser humano.
8. A lngua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres humanos. Ns somos a lngua que falamos. A lngua que falamos molda
nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda
a lngua que falamos. Para os falantes de portugus, por exemplo,
a diferena entre ser e estar fundamental: eu estou infeliz radicalmente diferente, para ns, de eu sou infeliz. Ora lnguas como o
ingls, o francs e o alemo tm um nico verbo para exprimir as
duas coisas. Outras, como o russo, no tm verbo nenhum, dizendo
algo assim como: Eu-infeliz (o russo, na escrita, usa mesmo um
travesso onde ns inserimos um verbo de ligao).
9. Uma vez que a lngua est em tudo e tudo est na lngua, o professor de portugus professor de tudo. (Algum j me disse que
talvez por isso o professor de portugus devesse receber um salrio
igual soma dos salrios de todos os outros professores!).
10. Ensinar bem ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele j sabe
do mundo, da vida, reconhecer na lngua que ele fala a sua prpria
identidade como ser humano. Ensinar para o bem acrescentar e
no suprimir, elevar e no rebaixar a autoestima do indivduo.
Somente assim, no incio de cada ano letivo este indivduo poder
comemorar a volta s aulas, em vez de lamentar a volta s jaulas!
BAGNO, M. Preconceito linguistico: o que , como se faz.
47. ed. So Paulo: Edies Loyola, 2006.
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Dica de filme
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Referente: funo
referencial
Emissor
Funo
expressiva
Canal de comunicao:
funo ftica
Mensagem: funo
potica
Receptor
Funo
conativa
Cdigo: funo
metalingustica
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subjetiva, faz uso de frase exclamativa, de interjeies, superlativos, aumentativos, diminutivos, hiprboles, entonao mxima.
Resenha sobre o filme O discurso do rei
[...] Pode-se dizer, porm, que a cena mais impactante do filme
o momento em que o rei deve realizar seu primeiro discurso. No vou
alm, pois no quero estragar as surpresas que aguardam o pblico
ao longo da histria e, com certeza, no seu final. Ao contrrio do que
muitos podem imaginar o roteiro no baseado no livro de mesmo
ttulo; a verso literria foi escrita pelo neto de Lionel, Mark Logue,
com a ajuda do jornalista Peter Conradi.
Ele decidiu escrever esta obra a partir do momento em que foi
procurado pela produo do filme para revelar detalhes sobre a biografia do australiano Lionel. Curioso em saber mais a respeito de seu
av, ele saiu procura de outras informaes, as quais deram origem
ao livro. As passagens mais importantes, porm, esto certamente
concentradas nas telas cinematogrficas.
Esta produo, que guarda em si um sabor delicioso de histria
moda antiga, ganhou os Oscars de melhor roteiro original, ator
super merecido! , direo e filme.
O DISCURSO do Rei. Direo de Tom Hooper. Inglaterra: Paris filmes,
2010. 1 filme (118 min), sonoro, legenda, color.
Elenco: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael
Gambon. Drama.
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Acetona:
removedor
de esmaltes
Formol:
conservante
de cadver
Amnia:
desinfetantes para pisos,
azulejos e privadas
Naftalina:
mata-baratas
Fsforo P4/P6:
componente de
veneno para ratos
Terebintina:
diluidor de tinta a leo
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Observou-se um exemplo de uma comunicaco centrada na mensagem, ou seja, o emissor quer explicar o sentido da palavra.
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No dilogo do box de exemplo no h preocupao com a mensagem, apenas os falantes esto mantendo uma abertura do canal
de comunicao.
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muita polmica entre a sociedade e os meios de comunicao quando discutida em escolas ou mesmo abordada nos livros didticos, o que acaba
gerando muitos debates. A professora ngela Paiva Dionsio escreve a esse
respeito um artigo intitulado Lngua padro e variedades lingusticas:
calos na vida do professor de portugus, no qual analisa a fala da mdia e
dos textos dos livros didticos no trato da variedade lingustica. O texto
interessante no apenas para conhecimento e aprimoramento docente,
mas, tambm, para a sociedade de uma forma geral.
Sntese
No primeiro captulo, fizemos uma introduo aos conceitos de linguagem, lngua e fala. Foram verificadas as diferenas entre lngua oral
e escrita, as funes da linguagem e as variedades lingusticas. Estes so
conhecimentos fundamentais para a compreenso dos estudos textuais,
sua prtica e produo. Portanto, as ideias aqui apresentadas, de uma
forma ou de outra, permeiam no apenas o ensino da lngua, mas tambm
o seu uso.
A linguagem classifica-se como um processo universal, considera-se
tudo o que o homem faz para manter a comunicao ao longo de sua existncia. Assim, ele preocupa-se em criar e recriar meios de comunicao
que sirvam de condutores de conhecimento que, ao possibilitar a transmisso do pensamento, identifiquem a condio humana.
A lngua um elemento cultural elaborado pelo homem, com um
cdigo especfico a ser aprendido pelos membros da comunidade. A fala a
aplicao que cada sujeito faz com a lngua para promover a comunicao.
Da nasce a marca de cada sujeito no seu meio: somos iguais, falamos a
mesma lngua, mas somos diferentes, pelo modo de empreg-la.
As variedades lingusticas auxiliam na compreenso do que erro e
do que diferena, possibilitando a aceitao social dessas diferenas culturais. As funes da linguagem orientam o reconhecimento de suas caractersticas, a inteno do emissor sobre o receptor da mensagem. Dependendo do que eu quero do meu interlocutor farei as escolhas sintticas,
morfolgicas, lexicais e estilsticas da minha fala ou do meu texto.
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Leitura e escrita
3. Sntese: quando somos capazes de reconstituir o todo decomposto anteriormente atendo-nos s ideias essenciais, do ponto de
vista do original, nem nos importando com a sequncia oferecida
pelo autor do texto.
4. Avaliao: a capacidade de emitir um juzo de valor a respeito do
que o autor veicula no texto.
5. Aplicao: o momento mais importante do ato de ler, pois, se
h compreenso, h assimilao e, portanto, as ideias, os conceitos podero ser aplicados em situaes semelhantes, ou para criar
novas ideias.
Estas capacidades fazem com que o leitor, ao ler, examine cuidadosamente o real significado de cada palavra naquele contexto, encontre cada uma
das partes constitutivas do texto, observe as diversas escolhas lexicais, estruturais, argumentativas e estilsticas feitas pelo autor que tramou a teia do texto.
Com essa caminhada, ao ler, j se est fazendo o esboo do que ser
escrito a respeito do texto. Pode-se dizer que, no momento da sntese, da identificao das ideias essenciais do autor, constri-se o resumo, no momento da
avaliao do que se leu, constri-se a resenha e no momento da aplicao,
quando se vai utilizar as ideias assimiladas por meio da leitura constri-se o
ensaio, o artigo, a palestra, etc. Deste modo, dependendo do objetivo que a
leitura tem para o leitor, ele pode projetar a construo de um determinado
gnero textual.
H, portanto, uma relao estreita entre leitura e produo, desde que
se conhea a estrutura de cada um dos textos que se ir escrever.
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A resenha um texto no qual leitor e autor tm objetivos que se aproximam: um busca e o outro fornece uma opinio crtica sobre um livro, filme,
pea teatral, enfim, todas as produes humanas.
Portanto, o resenhista apresenta, descreve e avalia uma obra a partir
de um ponto de vista que possui a respeito do assunto analisado, devendo
ser amplo e consistente. Na apresentao, identifica a obra em seus aspectos de referncia bibliogrfica e sintetiza o assunto. Na descrio, faz o
resumo das ideais essenciais da obra. Por fim, na avaliao, o resenhista
destaca a contribuio do autor e da obra para produo de novos conhecimentos na rea em questo, caso seja de cunho cientfico, e a qualidade
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Leitura e escrita
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credenciais do autor informaes gerais sobre o autor e sua qualificao acadmica, profissional ou especializao; ttulos e cargos
exercidos; obras publicadas;
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Evidentemente que, na avaliao de alguma obra, talvez no seja possvel responder a todas essas questes. Elas servem como um roteiro para voc
construir o seu pargrafo de avaliao da resenha.
Costuma-se dar um ttulo resenha, caso seja exigido. Tambm no
prprio ttulo pode vir uma expresso que j denote a avaliao e que tenha
uma estreita relao com algum atributo mais destacado da obra, segundo
o resenhista.
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Modelo de Resenha 1
[...] este um conto que aborda um tema oculto da alma de todo
ser humano: a crueldade. Machado de Assis cria um cenrio onde
o recm-formado mdico Garcia conhece o espirituoso Fortunato,
dono de uma misteriosa compaixo pelos doentes e feridos, apesar de
ser muito frio, at mesmo com sua prpria esposa.
Atravs de uma linguagem bastante acessvel, que no encontramos em muitas obras de Assis (*1), o texto mescla momentos de
narrao que feita em terceira pessoa com momentos de dilogos diretos, que do maior realidade histria.
Uma caracterstica marcante a tenso permanente que
ambienta cada episdio (*2). Desde as primeiras vezes em que
Garcia v Fortunato na Santa Casa, no teatro e quando o segue na
volta para casa, no mesmo dia percebemos o ar de mistrio que o
envolve.
Da mesma forma, quando ambos se conhecem devido ao caso
do ferido que Fortunato ajuda, a simpatia que Garcia adquire exatamente por causa de seu estranho comportamento, velando por dias
um pobre coitado que sequer conhece.
A histria transcorre com Garcia e Fortunato tornando-se amigos, a apresentao de Maria Luiza, esposa de Fortunato e ainda com
a abertura de uma casa de sade em sociedade.
O clmax ento acontece quando Maria Luiza e Garcia flagram
Fortunato torturando um pequeno rato, cortando-lhe pata por pata
com uma tesoura e levando-lhe ao fogo, sem deixar que morresse.
assim que se percebe a causa secreta dos atos daquele homem: o sofrimento alheio lhe prazeroso. Isso ocorre ainda quando sua esposa
morre por uma doena aguda e quando v Garcia beijando o cadver
daquela que amava secretamente. Fortunato aprecia at mesmo seu
prprio sofrimento.
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Leitura e escrita
possvel afirmar que este conto um expoente mximo da tcnica de Machado de Assis, deixando o leitor impressionado com um
desfecho inesperado, mas que demonstra de forma exponencial,
verdade a natureza cruel do ser humano. uma obra excelente para
os que gostam dos textos de Assis, mas acham cansativa a linguagem
rebuscada usada em alguns deles (*3). [...]
GAZOLA, A. A. Resenha. Disponvel em: <http://www.lendo.org/
wp-content/uploads/2007/06/a-causa-secreta-resenha.pdf>.
Acesso em: 22 nov. 2012.
Modelo de Resenha 2
Resenha de Maria Auxiliadora Versiani Cunha,
citada por Eduardo Kenedy.
*1 (Apresentao)
BETTELHEIM, Bruno. A psicanlise dos contos de fadas.
Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.
Psicanalista, fundador da Escola Ortogncia de Chicago,
onde h mais de trinta anos lida com crianas perturbadas mentalmente, Bruno Bettelheim revela em A psicanlise dos contos
de fadas os significados profundos das tramas e personagens das
histrias infantis. Mostra como esses significados vo agir diretamente sobre o inconsciente e pr-consciente da criana normal,
levando-a pouco a pouco a resolver seus conflitos.
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*2 (Resumo da obra)
Tais conflitos so universais, constitudos pelos dilemas eternos
que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional: a
conquista da independncia em relao aos pais, a rivalidade fraterna,
a construo da identidade e da afirmao e a relao heterossexual
adulta. A dicotomizao dos personagens em bons e maus, em bonitos e feios, facilita criana a apreenso desses traos. Ela levada a se
identificar com o heri bom; no por sua bondade, mas por ser ele a
prpria personificao de sua problemtica infantil.
Inspirada pelo heri, a criana vai ser conduzida a resolver sua
prpria situao, sobrepondo-se ao medo que a inibe e enfrentando
os perigos e ameaas at alcanar o equilbrio adulto. Assim, o efeito
teraputico dos contos de fadas est em provocar a mobilizao das
ansiedades bsicas da criana, tais como o medo de abandono, o de
crescer, o de se lanar sozinha no mundo etc., para depois conduzi-la
resoluo dessas mesmas ansiedades. Bettelheim faz cuidadosa seleo de contos clssicos, tratando-os na ordem aproximada do aparecimento na criana dos conflitos neles implcitos.
Dessa maneira, a luta do princpio de realidade contra o princpio
de prazer vista em Os trs porquinhos. O problema da rivalidade
entre irmos, em Cinderela. O medo de ser abandonado, em Joo e
Maria. A resoluo do complexo de dipo, em Branca de Neve, em
a Bela e a Fera e em Joo e o p de feijo.
Tais conflitos, afirma o autor, concernem unicamente o mundo
interno (ou psicolgico) da criana. No obstante, apresentado ao
leitor como, ao ajudar uma criana a resolver esses problemas, os contos reforam sua personalidade, proporcionando maior capacidade de
adaptao ao mundo exterior.
Enquanto as histrias da moderna literatura infantil procuram pintar a vida, ou cor-de-rosa, ou exageradamente tecnolgica,
Bettelheim demonstra como a mensagem dos contos de fadas radicalmente outra, ensinando que, na vida real, inevitvel estar sempre
preparado para enfrentar dificuldades graves. Portanto, a criana
levada a encontrar no conto a coragem e o otimismo necessrios a
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Leitura e escrita
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2.2.3 Fichamento
O fichamento o ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto.
O trabalho de fichamento possibilita ao estudante, alm da facilidade na execuo dos trabalhos acadmicos, a assimilao do conhecimento. De acordo
com diversos autores, o fichamento deve apresentar a seguinte estrutura:
cabealho indicando o assunto, a referncia completa da obra, isto , a autoria, o ttulo, o local de publicao, a editora e o ano da publicao. Existem
trs tipos bsicos de fichamento: o fichamento bibliogrfico, o fichamento
temtico e o fichamento textual.
O fichamento bibliogrfico, como o prprio nome esclarece, caracteriza-se como o resumo, resenha ou comentrio no qual o autor registra a
ideia tratada no livro. fundamental a referncia completa da obra. Usa-se,
tambm, para coletnea de artigos ou captulos de livros, preferencialmente
agrupando-se por rea.
ANDRADE, M. M. de.; MEDEIROS, J. B. Comunicao em lngua
portuguesa: para os cursos de jornalismo, propaganda e letras. 2. ed.
So Paulo: Atlas, 2000.
Esta obra tem como preocupao geral apresentar a estrutura
da lngua portuguesa e oferecer noes de produo textual, especialmente voltados para os cursos superiores de jornalismo, publicidade
e propaganda e letras.
O fichamento temtico tem como meta transcrever trechos literais
da obra lida, podendo acrescentar algumas consideraes do leitor.
Preferencialmente, deve-se colocar o ttulo e subttulos conforme a obra
original. As citaes literais devem vir entre aspas e o nmero da pgina
entre parnteses.
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Leitura e escrita
Ficha de leitura
T. Simb
MARITAIN, Jacques.
Revue Thomiste, abril 1938, p. 299.
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Leitura e escrita
cria uma rede de resistncia, expressa em atos de desobedincia civil e propostas alternativas forma atual da globalizao, considerada como o principal fator da excluso
social existente;
b)
defende um outro tipo de globalizao, baseado na solidariedade e no respeito s culturas, voltado para um novo tipo
de modelo civilizatrio, com desenvolvimento econmico,
mas tambm com justia e igualdade social;
c)
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d)
e)
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Leitura e escrita
Questo 20 especfica
De ordinrio, quando se diz que certo termo deve concordar com
outro, tem-se em vista a forma gramatical do termo de referncia.
Dzia, povo, embora exprimam pluralidade e multido de seres,
consideram-se, por causa da forma, como nomes no singular. H,
contudo, condies em que se despreza o critrio da forma e,
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atendendo apenas ideia representada pela palavra, se faz a concordncia com aquilo que se tem em mente.
Consiste a snese em fazer a concordncia de uma palavra no
diretamente com outra palavra, mas com a ideia que esta ltima
sugere.
SAID ALI, M. Gramtica histrica da lngua portuguesa. 7. ed.
Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1971 (com adaptaes).
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Leitura e escrita
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Sntese
Neste captulo, discutimos a relao dos procedimentos de leitura
e escrita. Chegamos concluso de que as duas so interdependentes, ou
seja, uma boa leitura necessita de boas anotaes escritas para auxiliar no
domnio do conhecimento que se busca.
Foram trabalhados quatro tipos de estruturas textuais de grande
utilizao no meio acadmico: o resumo, o esquema, a resenha e o fichamento.
De modo geral, todos podem ser classificados como resumos, cada um
possuindo seus prprios objetivos. Enquanto o resumo tem como meta
destacar todas as ideias essenciais do texto, o esquema destaca somente as
palavraschave e a resenha usada para apresentar e avaliar um determinado
texto. J o fichamento um texto de controle pessoal das leituras realizadas
para futuras pesquisas a respeito dos conceitos encontrados e para produo
de novos conhecimentos.
Em determinados momentos, possvel produzir um fichamento
completo, no qual o leitor far um resumo das ideias essenciais, colocar
algumas citaes diretas e, ainda, dever fazer uma anlise pessoal dos
contedos estudados, no estilo de resenha.
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Construo do texto
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Construo do texto
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Construo do texto
Homo connectus
Uma charge em recente nmero da revistaThe New Yorkermostrava uma animada mulher, ao telefone, convidando os amigos para
uma festinha em sua casa. Vai ser daquelas reunies com todo mundo
olhando para seu iPhone, ela diz.
O leitor captou? A leitora achou graa? Cartunistas so mais
rpidos do que antroplogos e mais diretos do que romancistas.
Captam o fenmeno quase no momento mesmo em que vem luz.
O fenmeno em questo o poder magntico dos iPhones,
BlackBerries e similares. O ato de compra desses aparelhinhos um
contrato que vincula mais que casamento. As pessoas se obrigam a
partilhar a vida com eles.
Na charge daNew Yorker, a mulher estava convidando para uma
festa em que, ela sabia e at se entusiasmava com isso , as pessoas
ficariam olhando para seus iPhones ainda mais do que umas para as
outras. assim, desde a sensacional erupo dos tais aparelhinhos, e
no s nas ocasies sociais.
At nas sesses do Supremo
O mesmo ocorre nas reunies de trabalho. Chegam os participantes e cada um j vai depositando mesa o respectivo smartphone
(o nome do gnero a que pertencem as espcies). Dali para frente ser
um olho l e outro c, um na reunio e outro na telinha. No d para
desgarrar dela. De repente pode chegar uma mensagem, aparecer uma
notcia importante, surgir a necessidade de uma consulta no Google.
O que vale para reunies sociais e de trabalho vale tambm
para as sesses do Supremo Tribunal Federal. Quem assistiu pela TV
Justia, na semana passada, ao incio do julgamento das competncias
do Conselho Nacional de Justia, assistiu a uma cena exemplar.
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Falava o representante da Associao dos Magistrados Brasileiros. A TV Justia, com seu apego pela cmera parada, modelo
Jean-Luc Godard, enquadrava o orador e, atrs dele, quatro cadeiras
da primeira fila da assistncia.
Trs delas estavam ocupadas, a primeira por uma moa que, coitada, no conseguia se livrar de um ataque de espirros, e as outras duas
por cavalheiros cujo tormento, igualmente compulsivo, era no conseguir
se livrar dos smartphones. (Se o leitor ainda no se deu conta, o melhor, na
TV Justia ou na TV Cmara, observar o que se passa ao fundo.)
Os dois cavalheiros apresentavam reaes caractersticas
do Homo connectus. Um olho l, outro c. De vez em quando, um
deles guardava o telefoninho no bolso. Ser que agora vai sossegar?
No; minutos depois, sacava-o de novo. E se chega uma mensagem?
Uma notcia?
s vezes o smartphone exigia mais que um simples olhar. Requeria o afago dos dedos, naquele gesto que antes servia para espanar uma
sujeirinha na roupa, e hoje o modo de conversar com a telinha.
Quando o representante da Associao dos Magistrados terminou o discurso, veio ocupar a cadeira que estava vazia. Agora era sua
vez! Sacou o smartphone e, olho l e olho c, ele o pe no bolso, tira,
olha, consulta de novo, enquanto o orador seguinte se apresentava.
Silenciosos, os smartphones so socialmente mais aceitveis
O telefoninho esperto vem provocando decisivas alteraes na
ordem das coisas. O ser humano instigado a desenvolver novas habilidades, como a de tocar na tela e conduzi-la ao fim desejado, sem que
desande, furiosa e insubmissa.
Implantam-se novos hbitos sociais. No tempo do celular puro
e simples, aquele bicho que s telefonava, havia restries a seu uso.
No em ambientes mais debochados, como a Cmara dos Deputados,
por exemplo, onde sempre foi e continua a ser usado sem peias.
Em lugares de maior compostura, os celulares so evitados porque fazem barulho disparam a tocar campainhas ou musiquinhas e
s permitem comunicao via voz. J os smartphones podem ser desativados na funo telefone, mas continuar, em respeitoso silncio, na
funo telinha.
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Construo do texto
Da serem socialmente mais aceitveis. H uma grande desvantagem, porm. O aparelhinho parte a pessoa ao meio. Metade dela
est na festa, metade no smartphone. Concluda sua orao, metade
do senhor da Associao dos Magistrados continuou na sesso do
Supremo, metade evadiu-se para o aparelhinho.
Pode ser que o aparelhinho lhe tenha trazido informaes fundamentais para sua causa. Mas pode ser tambm que tenha perdido
informaes fundamentais, ao no acompanhar o orador seguinte.
Qual o remdio, para a diviso da pessoa em duas, metade ela mesma,
metade seu smartphone?
Se abrir mo do aparelhinho est fora de questo, como fazer?
Abrir mo do aparelhinho, depois de todas as facilidades que
trouxe, est fora de questo. Se para abrir mo de um dos dois lados,
que seja o da pessoa. Por exemplo: inventando-se um smartphone
capaz de sug-la e reproduzi-la em seu bojo. As reunies sociais, as de
trabalho e as sesses do Supremo seriam feitas s de smartphones, sem
a intermediao humana.
Delrio? O leitor esquece-se do que a Apple capaz.
E se chega uma mensagem? Uma notcia?
TOLEDO, R. P. de. Homus connectus. Disponvel em: <http://veja.
abril.com.br/blog/ricardo-setti/tema-livre/roberto-pompeu-detoledo-homo-connectus/>. Acesso em: 1 ago. 2012. Editora Abril
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Construo do texto
ao texto. Algumas palavras que evidenciam o contraste so: aqui, l, ao contrrio, mas e no entanto.
No exemplo a seguir, temos uma contradio de ideias em torno do
mesmo objeto:
O leitor captou? A leitora achou graa? Cartunistas so mais
rpidos do que antroplogos e mais diretos do que romancistas.
Captam o fenmeno quase no momento mesmo em que vem luz.
[...] Pode ser que o aparelhinho lhe tenha trazido informaes
fundamentais para sua causa. Mas pode ser tambm que tenha
perdido informaes fundamentais, ao no acompanhar o orador
seguinte. Qual o remdio, para a diviso da pessoa em duas, metade
ela mesma, metade seu smartphone? (TOLEDO, 2012, grifo nosso).
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Construo do texto
escolheu-se o tema;
delimitou-se o assunto;
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A arte de escrever
H, portanto, uma arte de escrever que a redao.
No uma prerrogativa dos literatos, seno uma atividade social indispensvel, para a qual falta, no obstante,
muitas vezes, uma preparao preliminar.
A arte de falar, necessria exposio oral, mais fcil,
na medida em que se beneficia da prtica da fala cotidiana, de cujos elementos partem em princpio.
O que h de comum, antes de tudo, entre a exposio
oral e a escrita, a necessidade da boa composio, isto
, uma distribuio metdica e compreensvel de ideias.
Impe-se igualmente a visualizao de um objetivo definido. Ningum capaz de escrever bem se no sabe
bem o que vai escrever.
Justamente por causa disso, as condies para a redao,
no exerccio da vida profissional ou no intercmbio
amplo dentro da sociedade, so muito diversas das
da redao escolar. A convico do que vamos dizer,
a importncia que h em diz-lo e o domnio de um
assunto da nossa especialidade destituem a redao do
carter negativo de mero exerccio formal, como tem na
escola. Qualquer um de ns, senhor de um assunto,
, em princpio, capaz de escrever sobre ele. No h
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Construo do texto
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Construo do texto
Sntese
Neste captulo, estudamos a estrutura do pargrafo. Percebemos que se
trata de uma unidade de comunicao composta por introduo, desenvolvimento e concluso. Quanto maior for a nossa inteno comunicativa, a finalidade de nossa interlocuo, mais ideias precisamos apresentar e, portanto,
mais pargrafos, uma vez que cada pargrafo responsvel pelo transporte
de uma ideia. Ideias novas, novos pargrafos.
A introduo do pargrafo o tpico frasal e a do texto deve ser objetiva, concisa e precisa, para que o leitor entenda o que queremos transmitir e
como iremos defender nossas ideias nos outros pargrafos, que sero escritos
com uma relao de interdependncia.
Para desenvolver os pargrafos, podemos usar vrios formatos. Entre
eles destacamos o uso de tempos e espaos, causas e consequncias, exemplos, definies, enumeraes, contrastes e analogias e interrogaes. No se
pode esquecer que o ltimo pargrafo o fecho e deve retomar a tese apresentada no tpico frasal. Quanto maior o nmero de estratgias utilizadas,
mais claro e convincente ser o nosso dilogo com o leitor.
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Tecendo os pargrafos
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Logo, a coerncia enquanto qualidade est presente no imaginrio coletivo como algo que se deve ter para ser levado a srio pelos outros, uma vez
que, sem ela, fica-se confuso, alienado, no se entendido. Por este motivo,
comum ouvirmos alguns comentrios, como Nossa, como voc incoerente ou O que voc est dizendo no tem sentido, entre outros.
Assim, coerncia textual o atributo responsvel pelo estabelecimento
do sentido produzido pelos leitores no ato da leitura. Deve encontrar-se tanto
em quem escreve quanto em quem l, em outras palavras, ela desenvolve-se
no entrelugar autor-texto-leitor durante o ato de leitura. Ou seja, tem-se a
coerncia interna projetada no processo de produo do texto, na codificao e a coerncia externa, que ocorre no encontro do leitor com o texto no
processo de decodificao e interpretao.
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Tecendo os pargrafos
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Tecendo os pargrafos
Notexto narrativo, a coerncia est relacionada com a ordem temporal, cronolgica, adotada para apresentar os fatos.
[...] as vidas no comeam quando as pessoas nascem, se assim
fosse, cada dia era um dia ganho, as vidas principiam mais tarde,
quantas vezes tarde demais, para no falar naquelas que, mal tendo
comeado j se acabaram. [...] Ah, quem escrever a histria do que
poderia ter sido? (SARAMAGO, 1988, p. 16).
Neste fragmento, Saramago afirma que as vidas no comeam, na
sequncia diz as vidas principiam mais tarde, depois tarde demais e mal
tendo comeado j se acabaram. Isso nos d uma noo evidente de sequencialidade dos fatos.
No texto descritivo, a coerncia est relacionada em funo de uma
ordem espacial das caractersticas daquilo que se descreve, seja uma pessoa,
um cenrio, um objeto. A coerncia se d quando o leitor consegue visualizar, com a forte adjetivao das cores, volume, odor, textura, dimenses, o
todo a partir dessas caractersticas.
[] algumas caractersticas [] sinais importantes [] vamos
descrever. Observem os olhos, que tm a prega nos cantos, e a plpebra
oblqua [] o dedo mindinho das mos, arqueado para dentro []
achatamento da parte posterior do crnio [] a hipotonia muscular
[] a baixa implantao da orelha e [] (TEZZA, 2008, p. 45).
Cristvo Tezza, nesta descrio, nos faz uma apresentao biolgica
fotogrfica do personagem (seu filho), uma criana com Sndrome de Down.
No texto dissertativo-argumentativo, muito importante para
a coerncia a ordem lgica das ideias. Na dissertao, so apresentados
argumentos, dados, opinies, a fim de defender uma ideia ou questionar um
assunto. Para tal, necessrio usar adequadamente conectivos especficos
para expressar a causa, finalidade, concluso, condio, etc. importante,
tambm, que a argumentao esteja de acordo com a tese levantada e a
concluso deve ser a decorrncia lgica dessa argumentao.
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Tecendo os pargrafos
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6.
Coerncia genrica: recai sobre as caractersticas do gnero textual, como finalidade, contedo, estilo e forma em conformidade
com a prtica social a ser realizada.
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O estdio um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a limpeza e segurana. Ele recebeu o prmio
destaque esportivo 2011.
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Margarete comprou uma camisa cor-de-rosa, mas Cristina preferiu uma vermelha;
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nome genrico Pedro desenhou quadrados, retngulos e losangos. As figuras geomtricas estavam corretas.
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No adianta tomar atitudes radicais nem fazer de conta que o problema no existe.
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Voc devia estar preocupado com seu futuro, isto , com a sua
sobrevivncia.
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Causa: expressam a causa do efeito ou da consequncia apresentados na orao principal: que, como, pois, porque, porquanto. Tambm as locues: por isso que, pois que, j que, visto que. Exemplo:
Ela dever ser aceita, pois seu currculo muito bom.
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Comparao: estabelecem uma comparao com a orao principal: menosdo que, assim como, bem como, que nem
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22
Exemplo: Ela poder ser aprovada, se apresentar um timo desempenho em lngua estrangeira.
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22
Consequncia: demonstram o efeito a respeito de um fato mencionado na orao principal: que (precedido de to, tanto, tal) e
tambm as locues: de modo que, de forma que, de sorte que, de
maneira que.
Exemplo: Ela trabalhava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se famlia.
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Tecendo os pargrafos
Dica de leitura
Os urubus e sabis
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos
falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes
para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de
se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram
professores, gargarejaram d-r-mi-f, mandaram imprimir diplomas,
e fizeram competies entre si, para ver quais deles seriam os mais
importantes e teriam a permisso para mandar nos outros.
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes
pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em incio de
carreira, era se tornar um respeitvel urubu titular, a quem todos
chamam de Vossa Excelncia.
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Tecendo os pargrafos
Sntese
Como foi possvel perceber, coerncia o resultado da articulao das
ideias de um texto; a estrutura lgico-semntica que faz com que, numa
situao discursiva, palavras e frases componham um todo significativo para
os interlocutores.
Algumas vezes, a incoerncia resulta do uso inadequado dos elementos
de coeso na construo dos perodos e de pargrafos. Pode ser, ainda, provocada pelo erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais. Quando
todos estes aspectos forem respeitados, o texto ter a unidade formal e o sentido preservados.
A coeso responsvel pela ligao, relao, nexo entre os elementos
que realizam a tessitura do texto. As vrias palavras que so usadas como
conectivos, tais como as preposies, as conjunes, os pronomes, os advrbios vo conferir a unidade ao texto e contribuir para a clareza das ideias
transmitidas. J o uso inadequado causa problemas de compreenso do que
se est querendo dizer.
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Gneros textuais e
tipos de textos
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a linguagem que se inscreve por meio do texto como sistema mediador de todos os discursos para trocas materiais e culturais de informaes
e, depois, para a construo de conhecimentos. Por este motivo, torna-se
relevante e necessrio o correto uso dos diferentes gneros textuais, seja
para declarar e negociar mediando aes sobre o mundo, seja para persua
dir os outros de nossas ideias, seja para representar e avaliar as relaes
humanas, fazendo-se indispensvel um letramento adequado ao contexto contemporneo.
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definiro o modo de recepo do texto por aqueles que o leem. Todas essas
atividades dizem respeito ao gnero de texto que se vai produzir.
Na atualidade, a questo do gnero passou a ser discutida no meio lingustico e deixou de ser exclusivo do meio literrio. Bakhtin (1997, p. 279)
assevera que:
A utilizao da lngua efetua-se em forma de enunciados
(orais e escritos), concretos e nicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O
enunciado reflete as condies especficas e as finalidades
de cada uma dessas esferas, no s por seu contedo (temtico) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleo operada nos
recursos da lngua recursos lexicais, fraseolgicos e gramaticais , mas tambm, e sobretudo, por sua construo
composicional. Estes trs elementos (contedo temtico,
estilo e construo composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos eles so marcados pela
especificidade de uma esfera de comunicao. Qualquer
enunciado considerado isoladamente , claro, individual,
mas cada esfera de utilizao da lngua elabora seus tipos
relativamente estveis de enunciados, sendo isso que denominamos gneros do discurso.
A variedade dos gneros do discurso pode revelar a variedade dos estratos e dos aspectos da personalidade individual, e o estilo individual pode relacionar-se de diferentes maneiras com a lngua comum. Saber o que na lngua
cabe respectivamente ao uso corrente e ao indivduo justamente problema
do enunciado (apenas no enunciado a lngua comum encarna-se numa forma
individual). A definio de um estilo em geral e de um estilo individual em
particular requer um estudo aprofundado da natureza do enunciado e da
diversidade dos gneros do discurso.
Bakhtin optou por dividir os gneros em dois tipos: o gnero primrio
(simples) e o gnero secundrio (complexo). Primrios so os gneros usados em comunicao verbal espontnea, como dilogos em famlia, reunies
informais, oralidade de um modo geral. Os secundrios fazem uso de uma
linguagem mais elaborada, normalmente escrita, para situaes de comunicaes formais. O que diferencia um do outro o grau de complexidade e
elaborao que cada um exige, dependendo, como j vimos, em que esfera
de atuao e prticas sociais nas quais est sendo utilizado o gnero. Com o
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5.2.1 Narrao
Apresenta episdios e acontecimentos costurados por uma evoluo
cronolgica das aes. Essas aes so vistas sob determinada lgica e constroem uma histria transmitida por um narrador. No texto narrativo, h
sempre presente quem, quando, onde e como.
Observe o exemplo a seguir.
Tragdia brasileira
Misael, funcionrio da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa, prostituda, com sfilis, dermite nos dedos,
uma aliana empenhada e os dentes em petio de misria. Misael
tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estcio, pagou
mdico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando
Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael no queria escndalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma
facada. No fez nada disso: mudou de casa.
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Viveram trs anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava
namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estcio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso,
Vila Isabel, Rua Marqus de Sapuca, Niteri, Encantado, Rua Clapp,
outra vez no Estcio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do
Mato, Invlidos...
Por fim na Rua da Constituio, onde Misael, privado de sentidos e inteligncia, matou-a com seis tiros, e a polcia foi encontr-la
cada em decbito dorsal, vestida de organdi azul (BANDEIRA,
1991, p. 27).
5.2.2 Descrio
Apresenta objetos, pessoas, lugares e sentimentos, utilizando detalhes
concretos. Evidencia a percepo que o autor tem dos objetos e dos sentimentos atravs dos cinco sentidos. a fotografia verbal dos fatos ou dados
apresentados.
Leia, como exemplo, o texto destacado a seguir.
Darcy Ribeiro
Um dos mais brilhantes cidados brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de nada mais precisa alm da coragem
e da fora de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns instantes, nos
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Neste texto, Andr Luiz Diniz Costa faz uma descrio geral de
Darcy Ribeiro, exaltando suas qualidades de homem e de intelectual. No
primeiro pargrafo do desenvolvimento suas caractersticas fsicas que
so apresentadas. No terceiro e quarto pargrafos, os aspectos psicolgicos
so mostrados. Na concluso, reafirma a descrio com novos atributos de
carter geral.
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5.2.3 Dissertao
Apresenta ou explica ideias, esclarecendo-as, organizando-as, confrontando-as, definindo-as sem, no entanto, tomar uma posio com relao a
elas. uma exposio. Veja o texto a seguir.
Mercado brasileiro de livros cresce e j aparece
como 9 no mundo
At ento protegido pela lngua nacional, o mercado editorial
brasileiro atingiu tamanho de gente grande e comea a atrair importantes grupos internacionais.
Com R$ 6,2 bilhes de faturamento e 469,5 milhes exemplares vendidos, o Brasil o nono maior mercado editorial do mundo,
segundo estudo recm-publicado da Associao Internacional dos
Editores (IPA, na sigla em ingls).
o primeiro estudo que traz a movimentao total do mercado
nacional, considerando o preo pago pelo consumidor. O faturamento
das editoras, medido pela Cmara Brasileira do Livro (CBL), foi de
R$ 4,8 bilhes em 2011.
A compra de 45% da Companhia das Letras pela britnica Penguin no final de 2011 foi o incio de um movimento que deve se intensificar, avalia o consultor Carlo Carrenho, do site PublishNews.
Diferentemente do que acontece em setores como meios de
comunicao, no h impedimento para a entrada de estrangeiros no
mercado editorial. Os espanhis j esto no pas h alguns anos e a
portuguesa LeYa comprou a Casa da Palavra no ano passado. [...]
BARBOSA, M. Mercado brasileiro de livros cresce e j
aparece como 9 no mundo. Folha de S.Paulo, So Paulo, 3 nov. 2012.
Disponvel em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1178540-mercado-brasileiro-de-livros-cresce-e-ja-aparece-como-9-no-mundo.shtml>.
Acesso em: 24 nov. 2012.
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5.2.4 Argumentao
Apresenta fatos, problemas, raciocnios que fundamentaro, sustentaro a tese defendida, ou seja, o ponto de vista assumido na argumentao em uma opinio. Argumentar significa provar, demonstrar ou defender um ponto de vista particular sobre determinado assunto (KCHE,
2008).
Para uma boa argumentao, o produtor do texto pode se servir
de diferentes tipos de argumentos, entre os quais destacamos alguns a
seguir.
22
Argumento de autoridade
Consiste no uso de citaes de conceitos de autores renomados
e de autoridades em alguma das reas do saber (educadores, filsofos, fsicos, administradores, economistas), servem para reforar, fundamentar uma ideia, uma tese, um ponto de vista. Este
tipo de argumento torna o texto mais consistente medida que
outras vozes reforam o que o autor do texto est dizendo.
22
22
22
Argumento lgico
Este tipo de argumento faz-se pelo raciocnio. um conjunto de
enunciados que esto relacionados uns com os outros de tal forma
que enquanto um apresenta uma tese, os demais enunciados so
justificativas ou premissas para a concluso (TOULMIN, 2006).
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Podemos notar neste texto argumentativo que a tese do autor apresentada no ttulo a favor dos vdeos games: para defend-la o autor faz citaes
da fala de seus filhos, usa exemplo de jogos considerados por ele de qualidade.
Uma concepo cientfica para sua argumentao j apresentada nos pargrafos iniciais quando diz O crebro humano um rgo que absorve quase
25% da glicose que consumimos e 20% do oxignioque respiramos. Carregar
neurnios ou sinapses que interligam os neurnios em demasia umadesvantagem evolutiva, e no uma vantagem, comose costuma afirmar.
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5.3.1 Relatrio
um gnero utilizado em muitas situaes prticas e sociais, uma vez
que se tem que prestar contas das atividades realizadas, ou na famlia, oralmente, para comunicar nossos atos. Portanto, relatar escrever, para algum
ausente, os acontecimentos, fatos ou discusses ocorridos em um determinado local, descrevendo, narrando e, muitas vezes, dissertando.
A estrutura do relatrio vai depender do espao social no qual ele ser
produzido, quais os objetivos a que ele deve atender. Do mesmo modo, o grau
de formalidade ou informalidade da estrutura lingustica a ser seguida.
No meio escolar o professor deve produzir relatrio de notas, relatrio
de avaliao descritiva nas sries iniciais. Os alunos podem ser chamados a
produzir relatrio de visitas a exposies, viagens, prtica e estgio. J no mundo
corporativo, os relatrios esto relacionados com custos, despesas, lucros.
Quanto estrutura, este gnero classifica-se em formal, informal e
semi-informal (FLRES, 1994).
22
Relatrio formal: rigoroso na forma de apresentao e estrutura, seguindo todas as normas de um trabalho tcnico. extenso,
contendo mais de 15 pginas, e o assunto tratado com muita profundidade. Os relatrios de estgio ou de trmino de curso entram
nesta categoria.
22
22
Relatrio semi-informal: identificado pela sua extenso, contendo de 5 a 15 pginas, maior que o informal. Trata de assunto de
certa complexidade, exigindo pesquisa ou investigao. O relatrio de visita, com objetivo predeterminado, um exemplo de relatrio semi-informal.
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22
22
22
Relatrio informativo de progresso: relata modificaes ocorridas em determinadas condies e durante um tempo. Pode
ser de dois tipos:
1.
relatrio informativo de progresso peridico relata determinada atividade num perodo de tempo fixo (anual, mensal, semanal);
22
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Na parte superior da capa, centralizado, com letra maiscula dever estar escrito:
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Embaixo (centralizado)
No centro:
TTULO DO TRABALHO
Abaixo do ttulo, recuado direita, com letra fonte 10, vai a nota
indicativa da natureza do trabalho, escrito:
Relatrio analtico-descritivo expandido como exigncia legal
do curso de pedagogia da Fundao Universidade do Tocantins/
Faculdade Educacional da Lapa.
2
SUMrio
1. INTRODUO
2. IDENTIFICAO DA ESCOLA/ANLISE DO ESPAO
ESCOLAR
3. FUNDAMENTAO TERICA SOBRE A OBSERVAO DA
DOCNCIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
3.1 Descrio, anlise e interpretao da observao da docncia no
1 ano
3.2 Descrio, anlise e interpretao da observao da docncia no
2 ano
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5.3.2 Ata
A ata o registro escrito de uma reunio, sesso, assembleia geral ordinria ou extraordinria, que tem efeitos legais. Quando no houver necessidade de formalidades legais, pode-se fazer apenas um relatrio de reunio.
Uma ata deve ser escrita em um s pargrafo, os assuntos seguem em
ordem cronolgica, com o verbo no pretrito perfeito do indicativo e os numerais registrados por extenso. No pode conter rasuras. Se houver algum erro
e for percebido, escreve-se a correo precedida da observao em tempo.
Para o seu registro deve haver um livro prprio, com pginas numeradas e rubricadas por quem fez o termo de abertura.
So partes componentes da ata:
2
ttulo;
deliberaes;
encerramento.
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Nome Completo
[Endereo completo]. Telefone: [Telefone com DDD] E-mail:
[E-mail]. Idade: [Idade] anos estado civil: [estado civil].
objetivo:[vaga ou oportunidade pretendida]
Formao acadmica:
2
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curso superior
nome da empresa
cargo exercido
atividades realizadas
Informaesadicionais:
2
2.
delimitao do assunto;
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3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
reviso da escrita;
3.
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Evidentemente, essa concepo equivocada no mais admitida. Sabemos que as desigualdades no so naturais, mas socialmente
construdas ao longo de um processo histrico marcado pelas diferenciaes entre os seres humanos.
Para a concepo clssica, representada principalmente pelos
pensamentos de Karl Marx e Max Weber, as desigualdades sociais
esto relacionadas, essencialmente, distribuio irregular da renda
e dos bens materiais. Em contrapartida, para alguns intelectuais contemporneos, os estudos sobre as desigualdades devem ir alm da distribuio de bens materiais e do fator renda. Para estes autores, as
desigualdades tambm devem ser associadas a fatores extra-econmicos (raa, gnero, nacionalidade) e s oportunidades de vida.
Concepo Clssica
Um dos primeiros pensadores modernos a tratar exaustivamente
o tema das desigualdades sociais foi Jean-Jaques Rousseau:
Concebo na espcie humana duas espcies de desigualdade. Uma, que chamo de natural ou fsica, por
que estabelecida pela natureza e que consiste na
diferena das idades, da sade, das foras do corpo e
das qualidades do esprito ou da alma. A outra, que
pode ser chamada de desigualdade moral ou poltica porque depende de uma espcie de conveno
e que estabelecida ou pelo menos autorizada pelo
consentimento dos homens. Esta consiste nos diferentes privilgios de que gozam alguns em prejuzo
dos outros, como ser mais ricos, mais honrados, mais
poderosos do que os outros ou mesmo fazer-se obedecer por eles (ROUSSEAU, s. d., p. 27).
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As verdadeiras faces das desigualdades no se manifestam apenas no aspecto econmico. Esto presentes nos antagonismos raciais,
sexuais, nacionais comportamentais, etc.
importante salientar que nos Estados Unidos, por exemplo,
para se medir o status de um indivduo, a cor da pele, em vrias ocasies, mais importante do que a conta bancria.
J em pases extremamente religiosos, notadamente nas sociedades muulmanas, as mulheres, mesmo possuindo uma condio
financeira favorvel, so menos valorizadas socialmente do que os
homens pobres.
Em suma, as causas das desigualdades sociais so extremamente
complexas, no podem ser atribudas a um nico fator.
Contudo, as desigualdades, ao serem historicamente construdas, tambm podem ser historicamente minimizadas.
Desse modo, mais importante do que entender as origens das
desigualdades entre os seres humanos, propor formas pragmticas
de extirp-las.
E esta tarefa no est a cargo apenas dos intelectuais. Consiste, talvez, no maior desafio para a nossa sociedade neste incio
de sculo.
Notas
1. O operrio moderno, [...] ao invs de se elevar com o progresso da
indstria, desce cada vez mais, caindo inclusive abaixo das condies
de existncia de sua prpria classe. (MARX, 2000, p. 56).
2. [...] A burguesia no forjou apenas as armas que lhe traro a
morte; produziu tambm os homens que empunharo essas armas
os operrios modernos, os proletrios. (MARX, 2000, p. 51).
3. Lembrando as palavras de Marx, mais importante do que interpretar o mundo, ter o atrevimento de transform-lo.
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Referncias bibliogrficas
ARISTTELES. A Poltica. Traduo de Nestor Silveira Chaves. So
Paulo: Escala, s. d.
MARX, K. Contribuio crtica da economia poltica. So Paulo:
Martins Fontes, 1977.
MARX, K; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Traduo de Pietro Nassetti. 2. ed. So Paulo: Martin Claret, 2000.
ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem da desigualdade entre os
homens. So Paulo: Escala, s. d.
SEN, A. Desigualdade Reexaminada. 2. ed. Rio de Janeiro: Record,
2008.
SOUZA, J. Os Batalhadores Brasileiros Nova classe mdia ou
nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: UFMG, 2010.
WEBER, M. Ensaios de Sociologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.
Fonte: LADEIRA, F. F. Consideraes sobre as faces das desigualdades
entre os seres humanos. Disponvel em: <http://artigocientifico.uol.com.
br/uploads/artc_1325883740_70.pdf>. Acesso em: 19 set. 2012.
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Sntese
Neste captulo, dialogamos sobre os gneros textuais e vimos que eles
so inumerveis, uma vez que, em cada situao de interao verbal, h
necessidade de se saber qual a melhor maneira de utilizar a linguagem.
Necessrio observar os trs elementos essenciais: os contedos ideologicamente conformados, que se tornam dizveis por meio do gnero; a forma
de composio, a estrutura formal dos textos pertencentes ao gnero; e as
marcas lingusticas ou de estilo, que levam em conta as questes individuais
de seleo e opo: vocabulrio, estruturas frasais, preferncias gramaticais.
Vimos, tambm, alguns textos que fazem parte da vida dos profissionais
de qualquer rea, como o relatrio, a ata, o currculo, o artigo e cada um com
os seus elementos essenciais.
Destacamos, ainda, a importncia do conhecimento dos modos discursivos que podem ser usados em todos os gneros, dependendo do objetivo
que se quer alcanar com as palavras, que so: a narrao, a descrio, a dissertao opinativa ou argumentativa.
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6
Novas tecnologias
da informao e
da comunicao
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O meio virtual, portanto, transformou a maneira de ler e escrever, trazendo o hipertexto como um novo espao em que leitor e escritor encontram-se diante de novos processos de produo e compreenso textuais, de
novas formas de linguagem e interagindo com sua multiplicidade, de um
novo cdigo, que usa o teclado para conversar, ou seja, fala escrevendo (ou
ser que escreve falando?), exigindo, para tal, novos recursos lingusticos.
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dependncia
dominao e vigilncia
informao duvidosa
isolamento e sobrecarga
cognitiva
escrita coletiva
webjornalismo
participativo
Fundamentos
Cibercultura
Redes sociais
Condies
tecnossociais
Ciberespao
Problemas
e-mail, IM
portal comunidades virtuais
homepage
frum
Web 1.0:
livro de visita
(publicao)
lbum de fotos
blogs
marketing viral
redes de relacionamento
Web 2.0:
social bookmarking e
folksonomia (cooperao)
Inteligncia coletiva
sociedade em
rede (Castells)
interface
real X potencial
atual X virtual realidade virtual e
telepresena
games
comunicao ubqua
agentes de
inteligncia artificial
Internet: razes
militar e acadmica
tribalismo (estar-junto)
presentesmo e o efmero
hedonsmo
Ciberarte
obra aberta
autoria coletiva
ciberntica (Wiener)
informao/meme
ciberntica de segunda ordem
interao mtua e
produo biopoltica
reativa (Primo)
interao mediada
tragdia do comunal
por computador
Conflito e
dilema do prisioneiro
cooperao
copyright, copyleft,
Memex e Xanadu
creative commons
Hipertexto links
tipos: potencial, colagem, cooperativo (Primo)
Ciborgue
tica hacker: toda informao deve ser livre
Ciberpunk faa voc mesmo
ativismo e resistncia na rede
Socialidade
ps-moderna
Fases do desenvolvimento
tecnolgico (Lemos)
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Gneros j existentes
Carta pessoal/bilhete/correio
Conversaes (em grupos abertos?)
Conversaes duais (casuais)
Encontros pessoais (agendados)
Conversaes (fechadas?)
Entrevista com pessoa convidada
Aulas presenciais
Reunio
Reunio de grupo/conferncia/debate
Circulares
Endereo postal
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6.2.1 E-mail
o texto que desempenha o papel de correio eletrnico. um similar da
carta, do memorando, do bilhete, da conversa informal, das cartas comerciais
e at mesmo de um telegrama carta e/ou telegrama. O e-mail identificado
pelo smbolo @, at em ingls, e significa em; com, ou seja, endereo comercial, e o br informa que o endereo do Brasil. A principal caracterstica do
e-mail o assincronismo das mensagens e o fato de possibilitar o envio de sons
e imagens rapidamente. No geral, os interlocutores so conhecidos ou amigos
e raramente ocorre o anonimato, o que uma violao de normas do gnero
(tal como uma carta annima). Esta caracterstica o diferencia dos bate-papos. Por outro lado, os e-mails, em geral, so pessoais, o que os diferencia das
listas de grupos ou de fruns de discusso (MARCUSCHI, 2005, p. 21-24).
No meio educativo, o e-mail tambm tornou-se um instrumento importante para comunicao entre os pares, tanto no ensino a distncia (em especial) quanto no presencial, pois todas as determinaes ficaro registradas
para possveis embates entre professores e alunos. Alm disso, com a possibilidade de intercmbio com outras comunidades escolares, a produo do
conhecimento torna-se plural pelo acesso a diferentes culturas.
Alguns problemas podem ocorrer no uso deste gnero, tais como o
retorno da mensagem se o endereo no estiver correto ou se a caixa de
correspondncia do receptor esteja cheia. Contudo, o mais grave quando
a comunicao vem contaminada com vrus, falsificada, podendo causar
danos irreversveis no seu aparelho eletrnico.
Prezado cliente,
Venho por meio deste comunicar que est sua disposio o catlogo de vendas da moda inverno 2013. O mesmo foi enviado pelo correio e pode ser consultado no site da empresa www.suavepele.com.br.
Colocamo-nos ao seu inteiro dispor para maiores informaes.
Joo Silva
Gerente Comercial
(11) 9999.9999
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6.2.3 Weblog
um modo de comunicao assncrona e com arquivamento dos dados
para consulta. Pode-se colocar imagens e links e desenhar a pgina de apresentao com criatividade. possvel a interao, uma vez que os leitores
podem fazer comentrios ou crticas sobre tudo o que foi postado pelo dono
do blog, conhecido como blogueiro. Caracteriza-se como um dirio virtual
pblico, logo, as postagens podem ser dirias e aparecem numa ordem cronolgica reversa, ou seja, a mais atual aparece sempre em primeiro lugar. Este
gnero foi rapidamente assimilado para os mais variados fins, como divulgao de servios, literria, poltica, religiosa, culinria.
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mente, no apenas com seus pares, funcionrios e chefes, mas, tambm, com
todos com os quais voc tenha contatos.
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6.3.2 Twitter
Esta rede tem como caractersticas a rapidez e a sntese da comunicao na
produo do texto. Pode ser acessada pela URL <twitter.com>, permitindo que,
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6.3.4 Facebook
Essa rede, criada em 2004 por um tmido estudante da Universidade
de Harvard, incorporando depois outras universidades, tornou-se uma das
maiores empresas do mundo e seus criadores j tiveram suas vidas transformadas em filme. uma rede gil que, muitas vezes, opera sem a sua interveno disparando convites para interao com vrias pessoas com as quais
se tem contato por e-mail, ou que so amigos de seu amigo. Oferece muitos
servios, como postagem de fotos, mensagens, avisos, por e-mail, sobre mensagens deixadas ao destinatrio ou sobre ele, lembretes sobre os aniversrios
de colegas de rede, etc. No limita os caracteres como o Twitter. Permite
utilizao por crianas a partir de 13 anos.
6.3.5 Orkut
Rede social da empresa Google Ink, foi criada em 2004. Perdeu espao
para o Facebook, uma vez que ambas possuem as mesmas caractersticas
de funcionamento. Se uma surgiu como uma necessidade dos estudantes,
o Orkut era uma rede utilizada pelos funcionrios do Google e, depois, foi
disponibilizada para todos os usurios da internet maiores de 18 anos. A
demanda do Orkut, pois o Facebook apresentou-se muito mais dinmico.
6.3.6 MySpace
Esta rede social foi criada em 2003. Uma das suas principais diferenas
com relao a outras redes sociais que as pginas podem ser visualizadas tambm por usurios no cadastrados no site, como no caso do Twitter. Como nas
demais pginas, deve-se criar um perfil com fotos, blog e vdeos. Alm disto,
possvel disponibilizar arquivos de udio no formato MP3, o que favoreceu a
vrios artistas que tornaram o MySpace a pgina oficial de seus perfis.
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6.3.7 LinkedIn
uma rede social de negcios, fundada em 2002 e lanada em maio de
2003. O LinkedIn possua, em 2011, mais de 135 milhes de usurios registrados em mais de 200 pases e territrios. O site est disponvel em ingls,
francs, alemo, italiano, portugus, espanhol, russo, turco e japons.
Como esta rede visa a uma oportunidade de trabalho, no interessante
escrever dados sobre famlia, humor, vida pessoal, troca de informaes pessoais ou colocar em seu perfil termos inadequados ao meio. um bom local
para expor o currculo.
O poder das redes sociais imenso, com a capacidade de mobilizar
milhes de pessoas em poucas horas. Portanto, saber usar estas ferramentas
pode causar benefcios ou malefcios, dependendo da forma como as pessoas
expem-se nelas.
Para divulgao de todo tipo e, em especial, dos grandes acontecimentos do pas, eventos internacionais inclusive, as redes sociais sero a melhor
forma de comunicao e, tambm, a maior fonte de informao.
Vivemos em uma aldeia global, na mais verdadeira acepo da palavra,
no s de comunicao verbal, mas, tambm, visual, sonora, real. Segundo
Paiva (2006, p. 17), deixamos de ser seres humanos isolados para nos transformarmos em uma rede humana comunicante e conseguimos, atravs da
mediao do computador, comunicar, ao mesmo tempo, com muitas pessoas, sem limitaes de tempo e espao.
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arquivar essa demanda, existe um website chamado EbookCult, uma biblioteca virtual com centenas de livros eletrnicos.
O lanamento, em 2011, do romance policial Grau 26: a origem, escrito
por Anthony E. Zuiker, em parceria com Duane Swierczynski, os mesmos
autores da srie americana CSI, tornou a teoria uma realidade. A obra pertence a uma trilogia, mescla leitura, elementos cinematogrficos e interatividade com todas as redes digitais Facebook, Orkut, Twitter, YouTube e
oferece, ainda, o Jogo do assassino. Foi classificado como um digilivro.
Para facilitar a leitura virtual, libertando o usurio da imobilidade do
computador, foram criados outros aparelhos eletrnicos. Um deles o Kindle, lanado em 2007 pela empresa americana Amazon. Alm da funo
principal, que ler e-books, o aparelho possibilita o acesso a outros tipos de
mdia digital.
Com a mesma funo, foi lanado, em 2010, pela Apple, o iPad, um
aparelho em formato de prancheta digital que j est na sua terceira verso. Alm de leitor de livro digital, une computador, videogame, aparelho de
som e vdeo. Os livros disponibilizados no tablet so chamados de iBooks.
Seu criador, Steve Jobs, classificou-o como aparelho mgico e revolucionrio.
O iPad tem mais recursos que o Kindle, entre os quais se destaca o menu
do aplicativo, que apresenta uma espcie de prateleira digital, mostrando os
ttulos que o usurio j possui. Alm disso, a tela mostra a pgina do livro
digital como se o leitor olhasse para o produto em formato de papel.
Para competir com esse mercado de livros eletrnicos, o Google lanou
o Google e-Books, considerado pela empresa a maior livraria digital da internet. J foram disponibilizados mais de trs milhes de ttulos, incluindo os
que sero gratuitos. As vantagens desse novo servio que os leitores podem
comprar os livros pelo site, ler em qualquer dispositivo eletrnico e, ainda,
armazenar os ttulos adquiridos na conta do Google. Portanto, o acesso
leitura torna-se maior a todos.
o admirvel mundo novo que se descortina para grandes viagens,
como afirma Octavio Ianni (1996, p. 21):
Quem viaja larga muita coisa na estrada. Alm de largar na
partida, larga na travessia. medida que caminha, despoja-se. Quanto mais descortina o novo, desconhecido, extico
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Sntese
Neste captulo, fizemos um passeio pelos caminhos da comunicao
virtual. Vimos que o texto da internet o hipertexto, ou seja, um texto com
propores gigantescas, possibilitadas pela abertura dos links.
Com o advento do hipertexto e das novas possibilidades de comunicao pela internet, vrios novos gneros textuais foram surgindo para se
adequarem a essa nova modalidade de produo. Entre eles, destacam-se os
e-mails, os chats ou salas de bate-papo e os blogs. Em todos pode-se fazer uso
da linguagem formal, quando em situaes educacionais e profissionais, e da
linguagem informal, quando em situaes de relaes interpessoais amigveis. Estes textos podem ser produzidos sincrnica ou assincronicamente
entre os usurios. Para otimizar e ampliar as comunicaes e informaes,
foram criadas as plataformas para as redes sociais virtuais, com suas regras
e objetivos, facilitando a interao mundial: Orkut, Facebook, Twitter,
MySpace e LinkedIn.
Foi possvel compreender, tambm, que a leitura sofreu mudanas significativas, uma vez que o leitor pode interagir com a obra interferindo na
relao entre os personagens ou dialogar virtualmente com outros leitores
da mesma obra. fcil de ser acessada por meio dos suportes digitais, como
os tablets, os celulares e computadores, aos sites que disponibilizam livros,
revistas e jornais, muitos deles gratuitos. O mais importante foi compreender
as caractersticas da linguagem por meios eletrnicos: no linear, voltil,
topograficamente livre, fragmentada, com acessibilidade ilimitada, interativa e intertextual.
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