Abordagem Metodologica Das Ciencias
Abordagem Metodologica Das Ciencias
Abordagem Metodologica Das Ciencias
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno dever:
Compreenderos diversos mtodos utilizados no conhecimento cientfico
PR REQUISITOS
Antes de iniciar a leitura dessa aula, recomendvel que voc acesse otexto a seguir na
internet e leia o seu contedo, pois facilitar a sua compreenso sobre o tema que vamos
apresentar:
Santos, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as cincias. pp 40-59.
https://docs.google.com/document/d/1HK002vQibaIiFibF72mK_7diKQwlwb4vYtMTSQCS0
Sg/edit?hl=pt_BR
INTRODUO
A partir do desenvolvimento da teoria do conhecimento, a atitude
cientca passa a ser utilizada em busca de objetividade, de estruturas
universais e leis gerais. A cincia vai busca de um modelo ideal de
conhecimento que vai atingir e vai proporcionar diferentes formas de
investigao e mtodos. Em tempos histricos diferenciados paradigmas
surgem com determinada teoria e mtodo aceitos pela comunidade cientca
de pocas diferenciadas, a m de classicar as diversas formas de pensar
o mundo mediado das revolues cientcas. Para Kuhn, os primeiros
estgios de desenvolvimento da maioria das cincias tem se caracterizado
pela contnua competio entre diversas concepes de natureza distinta.
(KUHN, 2011, p.23).
Nesse sentido, para entender mos as diferenas tericometodolgicasfaremos, nessa aula,uma breve distino entre esses dois
conceitos, no sentido de explicar suas diferenas. Existem vrios conceitos
de mtodos e seus princpios. As explicativas ao conceito de mtodo versam
sobre o caminho pelo qual se chega a um determinado resultado, ou ainda,
conjunto de procedimentos racionais que orientam o pensamento na busca
de conhecimentos verdadeiros.
SOBRE MTODO
O entendimento que temos sobre mtodo o de que consiste num
conjunto de regras que leva o pesquisador ao conhecimento verdadeiro
sobre determinado objeto. Conceituamos mtodo como a maneira de
se construir uma boa cincia. O Mtodo um instrumento organizado
que procura atingir resultados estando diretamente ligado a teoria que o
fundamenta. ainda um conjunto de procedimentos baseados em regras,
que visam atingir um objetivo determinado.
O mtodo o caminho pelo qual se chega a determinado resultado. Na
obra de Sposito (2004) o autor cita alguns elementos que esto imbricados
no mtodo como a doutrina, ideologia, teoria, leis,conceitos e categorias.
(LAKATOS, 2008, p. 47). Nesse sentido, o mtodo uma maneira de obter
os resultados, utilizando-se de uma teoria que o fundamenta.
O Mtodo Cientfico
Aula
O MTODO INDUTIVO
Originou-se das teorias de lsofos como Bacon, Hobbes, Locke e
Hume. Deriva de um processo mental que parte de dados particulares
constatados para inferir-se numa verdade geral ou universal no contida
na parte analisada.
Lakatos (2008, p. 53) arma que a induo um processo mental
por intermdio do qual, partindo de dados particulares, sucientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, no contida nas partes
examinadas. Assim, o objetivo dos argumentos levar a concluses cujo
contedo muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
Devemos considerar trs elementos fundamentais nas fases da induo:
a) a observao de fenmenos (nessa etapa, observa-se os fenmenos em
busca das causas de sua manifestao), b) a descoberta da relao entre eles
(na segunda etapa, por intermdio da comparao) c)a generalizao da relao
(nessa ltima etapa, generalizamos a relao encontrada entre os fenmenos
e os fatos semelhantes, promovendo a descrio sistemtica da sucesso dos
fenmenos, resultando em sua explicao).Um exemplo pode bem ilustrar o
mtodo indutivo. Todos os ces que foram observados tinham um corao. Logo, todos
os ces tem corao. (LAKATOS, 2008, p. 63).
Como explicativa do argumento indutivo citado acima, podemos inferir
que na armativa todos os ces observados tinham corao, foram
utilizadas tcnicas de observao do fenmeno ces e corao. Numa
segunda etapa, foram descobertas as relaes entre os fenmenos. No
ltimo passo, surge o processo de generalizao que compara e explica o
fenmeno estudado. Portanto, o mtodo indutivo vai do particular para o
geral. Formula leis gerais com base em casos particulares.
O MTODO DEDUTIVO
Difere do indutivo por apresentar premissas verdadeiras e por toda
a informao j estar, pelo menos implicitamente, nas premissas. Os
fenmenos no podem ser explicados sem uma teoria geral ou no mnimo
um modelo terico. Portanto, parte-se da teoria geral para explicar o
particular. o racionalismo (S a razo capaz de levar ao conhecimento
verdadeiro).Um exemplo serve para ilustrar os argumentos dedutivos, a
saber: Todos mamfero tem um corao. Ora, todos os ces so mamferos. Logo, todos
os ces tm um corao. (LAKATOS, 2009, p. 63). Nessa sentena dedutiva,
observamos que a concluso derivada da deduo de um conjunto de
premissas constitudas por leis gerais e de outros enunciados que fazem
armaes sobre fatos particulares.
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O Mtodo Cientfico
Aula
O MTODO HIPOTTICO-DEDUTIVO
Surge quando o pesquisador no dispe de uma teoria (ou explicaes
insucientes), este comea pelo mtodo indutivo para organizar as informaes
e possibilitar a formulao de uma teoria geral para depois formular e testar
as hipteses e depois utiliza o mtodo dedutivo. Este mtodo defende, em
primeiro lugar, o problema e a conjectura (nova teoria) a serem testadas pela
observao, que sero testados pela observao e experimentao.
Segundo Lakatos (2008), Karl Raymund Popper defende o valor do
conhecimento racional, j que as teorias correspondema realidade. Popper
props uma atitude racionale crtica pelo emprego do mtodo hipotticodedutivo, o qual consiste na construo de conjecturas, que devem ser
submetidas a testes e controle mtuo pela discusso crtica, defende ainda
o confronto dos fatos para resistir as tentativas de refutao e falseamento.
Destarte, Popper vai apresentar etapas do mtodo hipottico-dedutivo,
que podem iniciar pela observao de um problema que surge, em geral,
de conitos diante de expectativas e teorias existentes. Aps essa etapa,
busca-se uma soluo proposta pela construo de nova teoria na forma
de proposies passiveis de teste. Por m, considera-se o processo de
falseamento mediante as tentativas de refutao, dentre outros meios, pela
observao e experimentao. (ARAJO, 2003). Popper prefere reservar
verdade e falsidade para relao lgica entre enunciados, independentemente
das ocorrncias empricas. nesse sentido que a cincia surge com ideias
e experimento de uma teoria.
O POSITIVISMO
No desenvolvimento da teoria positivista podemos identificar o
positivismo clssico, que est associado, principalmente, as ideias de Augusto
Comte.O movimento do positivismo lgico surgiu Com o Crculo de Viena denominao dada ao ncleo que congregou um grupo de estudiosos como
Carnap, Schlick, Frank, Hempel, dentre outros, que se reunia regularmente
na Universidade de Viena e, cujas ideias, foram divulgadas por meio de
manifesto num congresso de losoa, realizado em Praga no ano de 1929.
O positivismo tem suas razes no empirismo. uma abordagem
metodolgica que se preocupa com a expresso lgica dos discursos
cientcos. Uma primeira caracterstica do positivismo clssico a busca
pela explicao dos fenmenos a partir da identicao de suas relaes.
O positivismo uma expresso da losoa moderna que, como o prprio
nome diz, entende que o sujeito pe o conhecimento a respeito do mundo,
mas o faz a partir da experincia que tem da manifestao dos fenmenos.
(REAL, 2002, p. 109).Na viso positivista o mundo aquilo que se mostra
atravs dos fenmenos, a apreenso de seus fenmenos sendo feita atravs
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FUNCIONALISMO
As pesquisas em Cincias humanas passaram a serem realizadas sob a
referncia terico-metodolgica do funcionalismo. O funcionalismo apoiase no pressuposto da analogia que aproxima as relaes existentes entre os
diversos rgos de um organismo biolgico e aquelas existentes entre as
formas de organizao social e cultural. Para esse paradigma, a sociedade
humana e a cultura so como um organismo, cujas partes funcionam para
atender as necessidades do conjunto. Toda atividade social e cultural
funcional, ou seja, desempenha uma funo determinada. (MARTINS,
2009). Assim as cincias humanas tm como papel identicar objetivamente
as relaes funcionais, descrevendo seus processos e explicitando suas
articulaes no interior da sociedade, a partir de uma abordagem emprica
e com mtodos apropriados.
Todo sistema social tem uma unidade funcional (instituio) na qual
as partes as acham interligadas num grau suciente de harmonia ou
consistncia interna (cada unidade possui uma funo). Os elementos
culturais representam a ligao entre o grupo humano e o meio fsico,
elementos atravs de necessidades reclamadas pelo grupo (necessidades
biolgicas) para atender a sua existncia (imperativos culturais: economia,
controle social, educao, organizao poltica, religio e esttica).
Arajo (2003, p. 99) afirma que, os funcionalistas explicam as
regularidades de comportamentos no a partir do que fazem ou intencionam
fazer os indivduos, mas mostrando que estas regularidades servem para
manter o grupo coeso e contribuem para que suas nalidades se cumpram.
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O Mtodo Cientfico
Aula
ESTRUTURALISMO
De acordo com Martins (2009), o estruturalismo outra corrente
epistemolgica inserida na tradio positivista, que muito marcou as cincias
humanas, tendo como referencia fundamental a obra de Claude Lvi-Strauss.
Teve sua origem mais imediata nos trabalhos de lingustica desenvolvidos
por Saussure, ao mostrar que a lngua de fato um sistema que funciona
independentemente das intervenes eventuais dos sujeitos. Nessa ideia, a
estrutura um microssistema anterior interveno histrica dos sujeitos
que acabou sendo generalizada para todo mbito da cultura, visto como
um grande sistema de comunicao, um sistema de signos, portador de suas
leis e regras gerais que denem as aes dos sujeitos.
Esse mtodo de investigao cientca parte do pressuposto que a
sociedade formada por partes componentes diferenciadas e interdependentes.
Estuda a funo de cada parte. Considera a sociedade uma estrutura complexa
de grupos de indivduos reunidos numa trama de aes e reaes sociais e de
outro lado como um sistema de instituies correlacionadas, a partir da interrelao dos objetos que o compem. Parteainda, de um modelo simblico da
estrutura de um fenmeno descreve e quantica as relaes entre os objetos
do modelo com base na realidade. Assim, as estruturas pressupem relaes,
conexes entre as partes de um fenmeno. Os uxos respondem pelas relaes
entre objetos distintos, sendo uxos de matria, energia e informao. Cabe
tambm analisar as relaes do sistema com seu ambiente externo e com
outros sistemas.(ARAJO, 2003).
Arajo (2003, p. 124) compreende que o estruturalismo arma como
a lngua tem uma organizao prpria, podendo ser compreendida nela
mesma, o sistema, ou seja, qualquer tipo de estrutura encontrvel cria
relaes mltiplas em seu interior, devido s regras prprias, num corte
sincrnico.O grande pressuposto do estruturalismo que todo sistema
constitui um jogo de oposies, de presenas e ausncias, formando uma
estrutura, constituindo uma estrutura e gerando uma interdependncia
entre as partes, de tal forma que as alteraes que ocorrem num elemento
acarretam alterao em cada um dos outros elementos do sistema, atingindo
todo o conjunto.
O mtodo estrutural assume a fenomenalidade emprica como objeto
de investigao, mas os fatos empricos devem ser observados em sua
imanncia, levando-se em conta sua insero num sistema sincronicamente
considerado como parte de um todo estruturado, no qual as relaes
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O MTODO FENOMENOLGICO
Ver glossrio no
final da Aula
HERMENUTICA
Diretamente ligada fenomenologia, a Hermenutica vai propor que
todo conhecimento necessariamente uma interpretao que o sujeito
faz a partir das expresses simblicas das produes humanas, dos signos
culturais. Mas, como metodologia da investigao, apoia-se igualmente
em subsdios epistemolgicos fornecidos pela Psicanlise, pela Dialtica e
pelo prprio Estruturalismo. Nesse sentido, a investigao antropolgica,
subjacente s Cincias Humanas, conduzida sob a inspirao hermenutica,
pressupe que toda a realidade da existncia humana se manifesta expressa
sob uma dimenso simblica. (MINAYO, 2000).
Destarte, a realidade humana s se faz conhecer na trama da cultura e a
malha simblica responsvel pela especicidade do existir dos homens, tanto
individual quanto coletivamente. com a anlise da linguagem, nas diferentes
formas de discurso, que se estabelece a atividade central na pesquisa hermenutica.
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O Mtodo Cientfico
Aula
CONCLUSO
A partir do conhecimento cientco para explicao dos fenmenos
(astronmicos, fsicos, biolgicos) e em decorrncia dos seus pressupostos
loscos, a cincia passou a encarar tambm o homem como objeto
de seu conhecimento, a ser abordado da mesma forma que os outros
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RESUMO
Nessa aula voc pode conhecer a epistemologia da cincia a partir
de alguns mtodos mais utilizados na cincia geogrca. Iniciamos com
uma reexo acerca da teoria do conhecimento. Discutimos a concepo
de mtodo em seu desenvolvimento histrico e alguns dos mtodos mais
utilizados na Geograa.
ATIVIDADES
1. Explique o conceito de Mtodo.
2. Diferencie os Mtodos: Positivista, Fenomenologia e Materialismo
Histrico e Dialtico.
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O Mtodo Cientfico
Aula
AUTOAVALIAO
Agora que voc terminou sua leitura, indique o nvel de compreenso
do texto
Excelente (...)
Bom (...)
Regular (...)
Ruim (...)
PRXIMA AULA
Estudaremos na prxima aula as diversas abordagens de mtodo na
cincia geogrca.
REFERNCIAS
ARAJO, Ins Lacerda. Introduo Filosoa da Cincia.3 ed. Curitiba:
Ed. UFPR. 2003.
BATISTA, Rosana de Oliveira Santos. As afinidades seletivas do
pensamento reclusiano: na trilha da confluncia das ideias de
Rousseau, 2013. (Tese de Doutorado 2013 no Ncleo de Ps Graduao
em Geograa na Universidade Federal de Sergipe).
KUHN, T.S. A estrutura das revolues cientcas. 5.ed. S. P. Perspectiva,
2011.
JAPIASSU, H. F. Introduo ao Pensamento Epistemolgico. 3 ed
RJ. 1977.
LAKATOS, E.M., M., M. de A. Fundamentos de metodologia cientca.
3.ed. S. P.: Atlas, 1991.
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientca. 5 ed. SP: ATLAS, 2008.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de caso: uma estratgia de
pesquisa. So Paulo: Atlas, 2006.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Metodologia da Investigao
Cientca para cincias sociais aplicadas. 2 ed. 2009.
MINAYO, M. C. de S.(org.). Pesquisa social: teoria, mtodo e
criatividade. 17.ed. Petrpolis: Vozes, 2000.
MORAES, Antonio Carlos Robert de.COSTA, Wanderlei Messias de.
Geograa Crtica, A valorizao do espao, So Paulo. Hucitec, 1984.
REA, Louis M. e PARKER, Richard A Metodologia de Pesquisa: do
planejamento execuo. So Paulo: Pioneira, 2002.
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GLSSARIO
Eidtica: As cincias eidticas so derivadas da Teoria de que
certas pessoas possuem a faculdade de evocar visual e exatamente
eventos passados ou imagens de objetos vistos (imagens eidticas).
(TRIVIOS, 1987).
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