Livro Contabilidade Eleitoral

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CONTABILIDADE

ELEITORAL
Aspectos Contbeis e Jurdicos das
Prestaes de Contas das Eleies de 2016

Orientaes aos Profissionais da Contabilidade e Candidatos para


Eleio 2016, com explanao prtica da Lei 9.504/97 e Lei 13.165/2015
e suas resolues para que no tenham as contas desaprovadas.

Braslia - 2016

AUTORES
PARTE I E II

DCIO VICENTE GALDINO CARDIN

Contador, formado na UEM - Universidade Estadual de Maring; MBA em Administrao Pblica


pela IBPEX, Ministra cursos e treinamentos para servidores pblicos de Prefeituras, Cmaras
Municipais, UVEPAR-Acampar, Pontual Assessoria, NS Treinamentos alm de outras empresas da
rea Pblica e Controle Interno. Membro da Comisso de Contadores Pblicos do Paran junto ao
CRC-PR, autor do livro MANUAL DO GESTOR PBLICO/2009, Editora Unicorpore, Proprietrio:
www.apoioeleicoes2016.com.br
IRENE SILVA OLIVEIRA
Tcnico em Contabilidade pelo Colgio Inconfidncia (Uberlndia/MG), Bacharel em Administrao
pelo Centro Universitrio do Tringulo (Unit), com Ps Graduao em Finanas e Planejamento
Empresarial pela Universidade Federal de Uberlndia (UFU), Scia proprietria da O&P Assessoria
e Consultoria Contbil. Membro do Grupo de Trabalho da rea Publica do CRCMG.
JOAQUIM DE ALENCAR BEZERRA FILHO
Contador, Especialista em Contabilidade e Auditoria, Empresrio Contbil, Coordenador Nacional
da comisso de trabalho que tratar do termo de cooperao tcnica entre conselho federal de
contabilidade CFC e tribunal superior eleitoral - TSE e as prestaes de contas das eleies
municipais. Vice Presidente de poltica Institucional do CFC Conselho Federal de Contabilidade.
MARIA CONSTANA CARNEIRO GALVO
Bacharel em Cincias Contbeis, Ps-Graduada em Auditoria pela Fundao Visconde de Cairu.
Scia Diretora da Rencont Consultoria e Assessoria Contbil S/S Ltda. Coordenadora Adjunta da
Cmara de Registro do Conselho Federal de Contabilidade- CFCBinio 2016/2017. Conselheira do
CRC/BA Perodo 1986/1993 e 1999/2013. Vice-presidente Operacional da Academia Baiana de
Cincias Contbeis. Palestrante a nvel Municipal, Estadual, Federal e Internacional. Paraninfa e
Patronesse em diversas Formaturas de Graduao em Cincias Contbeis. Ministrou palestra a nvel
internacional na Universidade de Coimbra-Portugal. Participou da apresentao Anurio de Contas
na Universidade Catlica de Lisboa-Portugal.
REGINA CLIA NASCIMENTO VILANOVA
Contadora, Ps-graduada, Mestre em Controladoria e Contabilidade Empresarial pela Universidade
de So Paulo USP. Conselheira do Conselho Federal De Contabilidade 2012/2015 - 2016/2019 Membro da Cmara Tcnica do Conselho Federal De Contabilidade.

PARTE III

JOSE CORSINO RAPOSO CASTELO BRANCO


Contador e Advogado. Diretor da Comax Contabildiade, Graduado em Cincias Contbeis pelo
Centro de Ensino Superior do Vale do Parnaba (CESVALE) com ps-graduao em Contabilidade
pela Universidade Federal do Piau UFPI e Bacharel em Direito pela UFPI ,Professor do Instituto
Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Piau IFPI, editor da Coluna Espao Contbil,
publicada semanalmente no Jornal O DIA e do Blog Contabilidade, no portal cidadeverde.com. e
Membro da Comisso de Educao Continuada do CFC.
ALEXANDRE DI PIETRA
Contador, Advogado , Ps-graduando em Direito Tributrio e Magistrio Superior, consultor nas reas
Direito Financeiro, Direito Administrativo, Direito Tributrio, Processo Legislativo Oramentrio;
Multiplicador da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico (NBCASP), Contabilidade Eleitoral,
chefe da Contabilidade da Cmara Municipal de Santa Isabel-SP, assessor e consultor em diversos
municpios e rgos pblicos, autor, professor, palestrante Instituto Brasileiro de Administrao
Pblica (IBRAP) do CRC-SP, SENAC e Membro da Comisso Nacional CFC Prestaes de Conta Eleies 2016 .

ELSON AMORIM SIMES


Baiano de Itamb, membro da Comisso de Assuntos Eleitorais do CFC, Tcnico em Contabilidade
desde 1978, empresrio contbil, titular da Contadoria Elson Amorim, em Aracaju, Sergipe, empresa
que atua na contabilidade de servios, do terceiro setor e eleitoral. Atua 2002 na Contabilidade
Eleitoral, em processos de prestao de contas eleitorais e contabilidade partidria. Conselheiro
do CRC /SE; Conselheiro da Alimentao Escolar do Estado de Sergipe, Presidente em Exerccio;
na Junta Comercial do Estado de Sergipe, Vogal Suplente (representante da Unio), Contabilista
Responsvel e Diretor Administrativo e Financeiro.

PARTE IV

AMILTON AUGUSTO KUFA


Advogado atuante nas reas do Direito Eleitoral e Administrativo. Especialista em Direito Processual
Civil pela Universidade Gama Filho Rio de Janeiro e em Direito Pblico pela Escola de Direito da
Associao do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro AMPERJ/ISMP. Membro-fundador
da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Poltico ABRADEP. Membro-fundador da Instituio
Brasileira de Direito Pblico - IBDPub. Professor, palestrante, consultor e autor.
ANDERSON POMINI
Advogado graduado pelas Faculdades Metropolitanas Unidas FMU/SP, Ps-graduado em Direito
Constitucional e Poltico pela FMU/SP, Ps-graduando em Direito Eleitoral e Processual Eleitoral
pela Escola Judiciria do Tribunal Regional Eleitoral de So Paulo, Presidente da Comisso de
Direito Eleitoral da Federao das Associaes dos Advogados do Estado de So Paulo - FADESP,
Palestrante e autor de obra jurdica sobre o tema Direito Eleitoral.
CARLOS EDUARDO VALO
Analista Judicirio, rea judiciria, desde 2007, Chefe do Cartrio Eleitoral de Novo Horizonte/SP,
desde 2010, Bacharel em Direito, formado em 2002, ps-graduao lato sensu em Processo Civil, em
2009, ex Analista Previdencirio do INSS, de 2003 a 2007.
ALEXANDRE ROLLO
Alexandre Luis Mendona Rollo, Mestre e Doutor em Direito das Relaes Sociais (PUC/
SP), Advogado Especialista em Direito Eleitoral, Conselheiro Estadual da OAB/SP (2013/2018),
Professor do Curso Preparatrio para Concursos LFG, Professor do Curso de Especializao em
Direito Eleitoral da Escola Judiciria Eleitoral Paulista - EJEP e Coordenador do Curso de PsGraduao em ddireito Eleitoral da Faculdade Damsio.
LEONARDO FREIRE
Advogado eleitoralista. Professor universitrio de Direito Constitucional e Cincia Poltica. Psgraduado em Direitos da Cidadania pela UnG e em Direito Eleitoral e Direito Processual Eleitoral
pela Escola Paulista da Magistratura. Mestre em Direito Poltico pelo Mackenzie e em Direito
do Estado pela USP. Coordenador do Movimento de Combate Corrupo Eleitoral MCCE em
Itaquaquecetuba. Relator da 18 Turma do Tribunal de tica e Disciplina TED da OAB/SP. Membro
efetivo da Comisso de Direito Eleitoral da OAB/SP. Membro da Comisso de Direito Eleitoral da
OAB de Itaquaquecetuba. Coordenador do Ncleo Itaquaquecetuba da Escola Superior de Advocacia
ESA

A PARTE I DESTA OBRA TEVE COMO ANCORA A APOSTILA DO CONTADOR DCIO VICENTE GALDINO CARDIN, REGISTRADA NO MINISTRIO DA CULTURA, FUNDAO BIBLIOTECA NACIONAL sob
o Registro n. 637.425, LIVRO 1.225 E CEDIDA AO CFC CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE.

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PALAVRA DO PRESIDENTE DO CFC

Caros Profissionais da
Contabilidade de todo o Brasil,

Estamos diante de mais um momento importante na histria da


democracia no Brasil, as Eleies de 2016, em que aproximadamente
600 mil homens e mulheres concorreram aos cargos do legislativo e do
executivo municipal nas 5.570 cidades brasileiras.
H 14 anos que que o Conselho Federal de Contabilidade vem
desenvolvendo um trabalho intenso pela conscientizao da importncia
do profissional da contabilidade junto s prestaes de contas eleitorais,
exigidas pela justia eleitoral desde 2002.
E nas ltimas eleies, em especial as eleies de 2010, 2012 e
2014, em que a exigibilidade da orientao e da participao direta
do profissional da contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade
promoveu o debate do controle e da transparncia na busca das Eleies
Limpas.
Nesta eleio de 2016, no ser diferente, sobretudo diante do cenrio
de turbulncias em diversas reas da economia, das instituies, das
empresas e da poltica, em que a contabilidade passou a ser mais
evidenciada e respeitada enquanto cincia!

O Conselho Federal de Contabilidade renova este ano o Termo de


Cooperao Institucional com o Tribunal Superior Eleitoral e juntas as
instituio promovero a capacitao de mais de 30 mil profissionais
da contabilidade em todo o Pas, alm de agir preventivamente na
orientao e preparao da sociedade para o processo das Eleies de
2016.
Somos mais de 530 mil profissionais em todo o Pas e temos a responsabilidade
de promover a maior das reformas que a reforma tica e a reforma moral;
temos em nossas mos os instrumentos necessrios para a promoo da
justia social, se no as informaes, a salvaguarda do patrimnio, o
registro, o controle e a transparncia das empresas e das instituies.
Colocarmos a disposio de todos, este livro que os autores disponibilizam,
atravs desta edio do CFC, trazendo em sua essncia os principais
conceitos e orientao para o processo de prestao de contas eleitoral,
contemplando desde as precaues que o candidato e partido poltico
devem ter antes de iniciarem suas campanhas, com o planejamento, at
os principais aspectos sobre o financiamento das campanhas, seja da
arrecadao, seja do gasto.
Profissional da Contabilidade, o Brasil precisa da gente! E ns estamos
prontos para mais este desafio de servir a sociedade, a Ptria e a Nao
Brasileira.
Bom trabalho a todos!
Jos Martonio Alves Coelho
Presidente do CFC

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PREFCIO
Existe uma regra de ouro em nossa existncia que quero iniciar minhas
palavras tratando dela: Realize Um sonho e se faa feliz. Toda
conquista um sonho realizado aqui no falamos do sonho sozinho,
mas sim daqueles que se sonham juntos.
A contabilidade brasileira vem de uma srie de conquista destes
sonhos que se sonham juntos. O trabalho que o Conselho Federal de
Contabilidade tem liderado realizado no Brasil e no mundo nos permite
a cada dia comemorar o avano das Cincias Contbeis, da qualificao
profissional, da valorizao da imagem e, por que no dizer da ocupao
no mercado de trabalho.
H exatamente 14 anos inicivamos uma discusso sobre a importncia
e a necessidade da participao do profissional da contabilidade no
mbito das prestaes de contas das campanhas eleitorais. Ora, de um
lado estavam os partidos polticos, regidos pela Lei 9.504/96, que traz
em seu bojo a necessidade de uma organizao patrimonial e, como toda
entidade no Brasil, seja ela com ou sem fins lucrativos, a obrigatoriedade
de manter atualizada a sua contabilidade centros dos princpios e normas
contbeis, deitadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
De outro lado, surgia no cenrio eleitoral a figura da prestao de contas
de recursos que movimentavam uma campanha eleitoral, ainda de forma
hbrida, sem muita definio ou separao do que era o partido poltico,
do que era o comit financeiro ou o prprio candidato.
No meio desta dialtica emergia tambm uma motivao muito grande
pela evoluo de uma srie de avanos: Reforma Poltica, Reforma
Eleitoral, Ficha suja, Ficha Limpa, Eleies Limpas, Combate

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Corrupo eleitoral, Transparncia, controle, financiamento de
campanha eleitorais:Pblico? Privado? ou misto? Financiamento por
pessoas fsicas e jurdicas, limites de gastos, limites de doaes, fontes
vedadas, comprovao da receita atravs de recibo eleitoral, transaes
bancrias, conta bancria especfica, emisso de CNPJ especfico para
o candidato durante a sua disputa eleitoral, regras para contrataes
de mo de obras e de servios, controle do gasto com a limitao de
algumas aplicabilidades, prestaes de contas parciais, relatrios de
arrecadao, de conciliaes, de mutao patrimonial, de receitas e de
despesas....
Fiz questo de especificar cada um destes temas apenas para ser evidente:
como se poderia discutir tudo isso margem da contabilidade? Isto
contabilidade! Isto cincia! um novo ramo da contabilidade - A
Contabilidade Eleitoral, pois s h um meio de se chegar a transparncia
e a real demonstrao das informaes acima destacadas. atravs das
Cincias Contbeis; atravs da contabilidade.
Esta abordagem se faz necessrio, antes mesmo de adentrar a beleza e
harmonia que esta obra trs, pagar exaltar o trabalho incansvel que
o conselho Federal de Contabilidade produziu nos ltimos 14 anos no
processo de conscientizao junto Justia Eleitoral, a Classe Contbil
e a Sociedade Brasileira, no somente defendendo uma prerrogativa
da classe contbil, para o profissional de contabilidade, mas acima
de tudo capacitando e disseminando a cincia contbil, como fator de
proteo da sociedade, destacando aqui a atuao de todos os membros
das comisses compostas pelo CFC para tratar desta matria ao longo
de todos esses anos.
Feito este registro, preciso compartilhar alguns fatos de bastidores
para que possamos compreender como o universo trabalha com suas
linhas imaginarias.

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O Conselho Federal de Contabilidade, como em todo ano eleitoral,
constitui uma comisso para cuidar da elaborao de uma cartilha que
pudesse contemplar a matria da prestao de contas eleitoral com suas
respectivas atualizaes. E para tanto, convocou alguns notrios do
Brasil, que de forma incansvel, dedicada e desprendida elaboraram
um manual prtico e didtico, que por dever de justia cito-os neste
prefcio: Os Contadores DCIO VICENTE GALDINO CARDIN, IRENE
SILVA OLIVEIRA, MARIA CONSTANA GALVO , REGINA
CLIA NASCIMENTO VILANOVA, alm deste que vos escreve, alm
de contarmos com a valorosa e diligente contribuio do Dr. ERON
PESSOA, que membro da Justia Eleitoral, coordenador da ASEPA
do TSE.
Na convergncia das linhas do universo, recebo uma mensagem por
Watzap de um colega contador. Eu estava, no final de um daqueles dias
exaustivos da nossa lide diria profissional, porm gratificantes, quando
em meio ao trnsito, estaciono o carro e retorno ligao... Era um
convite para prefaciar um obra de 9 autores, especialistas, mestres e
doutores na rea, com o tema prestao de contas eleitoral. No hesitei,
mesmo sabendo da responsabilidade e da possibilidade de no responder
altura da obra, aceitei o desafio.
Li a obra e o currculo dos autores, profissionais da contabilidade e
do direito ALEXANDRE DI PIETRA, ELSON AMORIM, CIDINHO
BORGES, LEONARDO FREIRE, AMILTON KUFA, CARLOS
EDUARDO, ANDERSON POMINI, ALEXANDRE ROLLO, alm do
JOS CORSINO, um mesclar de opinies sobre o mesmo tema; abordagem
da mais alta e profunda dialtica, sejam nos aspectos contbeis, como
jurdicos, Histria da Legislao de Prestao de Contas Eleitoral,
Financiamento de Campanhas eleitorais, histrico da judicializao das
presta-se de contas eleitorais, a campanha eleitoral em sua essncia calendrio eleitoral, pre-campanha, convenes partidrias, registro de

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candidatura, propaganda eleitoral, arrecadao de receitas e realizado
gastos, prestao de contas e julgamento das contas.
Pronto, acabara de encontrar uma semelhana agradvel. mais uma
vez vindo para a mxima do universo, em que diz que os semelhantes se
atraem, me sentir atrado e com uma responsabilidade, dividir este pleito
com a Comisso do Conselho Federal de Contabilidade, que acabara
de produzir um material riqussimo, que trazia em sua essncia alm
dos aspectos tratados nas Resolues do TSE vigente para as eleies
2016 e, captulos sobre a importncia do provisional da contabilidade
nas prestaes de contas eleitorais, a aplicabilidade dos princpios
fundamentais de contabilidade contabilidade eleitoral, alm de
comentrios especficos que a pratica ensina e modelos de documentos
e contratos.
Foi a quando comecei a fazer o processo de conciliao das semelhanas
e poder cumprir outra mxima: dividir, para poder multiplicar. hoje,
aqui estamos, diante no de uma cartilha ou de um livro isolado, mas
de um compendio literrio sobre a matria, com a unio de especialistas
nos mais diversos enfoques da matria eleitoral, disponibilizando a
sociedade brasileira, em especial aos militantes da Contabilidade e
do Direito Eleitoral, aos partidos polticos, Justia Eleitoral uma
contribuio para o aprimoramento profissional, bem como para o
exerccio do controle social.
Por fim, quero registrar os nossos agradecimentos ao Presidente do
conselho Federal de Contabilidade, contador Jos Martonio Alves
Coelho, que apresenta esta obra e, que com sua sensibilidade tcnicosocial, permitiu que est conjuntura fosse possvel e que este sonho se
tornasse realidade!
Joaquim de Alencar Bezerra Filho
Vice-presidente de Poltica Institucional

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Sumrio
Parte 1............................................................................................................................................................... 18
1 - Introduo..................................................................................................................................................... 18
Parte 2............................................................................................................................................................... 23
2. Contabilidade Eleitoral......................................................................................................................................23
2.1 O Papel Da Contabilidade Nas Eleies 2016.................................................................................... 23
2.1.1 - A Importncia Do Profissional Da Contabilidade.............................................................................. 23
2.1.2 Principio Da Entidade........................................................................................................................ 24
2.1.3 Principio Da Competencia................................................................................................................. 24
2.1.4 Registro Contbil............................................................................................................................... 26
2.1.5. O Contrato De Prestao De Servios Profissionais Contbeis.......................................................... 26
2.1.6 Dos Documentos Idneos.................................................................................................................. 27
2.1.7 Contrataes De Consultoria Jurdica E Contbeis............................................................................. 28
2.1.8 O Profissional Da Contabilidade Na Prestao De Contas................................................................... 29
2.1.9 Preparao Da Campanha................................................................................................................. 30
2.1.10 Circularizao................................................................................................................................. 31
2.2. Candex................................................................................................................................................ 32
2.3 - Registro Da Candidatura.................................................................................................................... 32
2.4 Cadastro No CNPJ................................................................................................................................ 34
2.5 Conta Bancria.................................................................................................................................... 35
2.6 Dos Recibos Eleitorais.......................................................................................................................... 41
2.7 Bens De Uso Comum........................................................................................................................... 42
2.8 Recursos De Campanha....................................................................................................................... 43
2.9 Recursos Estimveis............................................................................................................................ 44
2.10 Origens Dos Recursos........................................................................................................................ 44
2.10.1 Recursos Prprios Dos Candidatos.................................................................................................. 44
2.10.2 Doaes Financeiras Ou Estimveis Em Dinheiro De Pessoas Fsicas.............................................. 45
2.10.3 Doaes De Outros Partidos Polticos E De Outros Candidatos......................................................... 45
2.10.4 Recursos Prprios Dos Partidos Polticos......................................................................................... 46
2.10.5 Receitas Decorrentes Da Comercializao De Bens E/Ou Servios.................................................. 47
2.10.6 Receitas Decorrentes Da Aplicao Financeira................................................................................ 48
2.10.7 Recursos Financeiros Arrecadados Pela Internet.............................................................................. 48
2.11. Fontes Vedadas................................................................................................................................. 49
2.11.1. Pessoas Jurdicas........................................................................................................................... 50
2.11.2 Concessionrio Ou Permissionrio De Servio Pblico;.................................................................... 50
2.11.2.1 Da Concesso.............................................................................................................................. 50
2.11.2.2 Da Permisso............................................................................................................................... 51
2.12. Recursos De Origem No Identificadas.............................................................................................. 51
2.13 Do Limite De Gastos........................................................................................................................... 52
2.14 Gastos Eleitorais................................................................................................................................ 53
2.15 Fundo De Caixa.................................................................................................................................. 56

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2.16 Documentos Fiscais:.......................................................................................................................... 58
2.17 Despesas Com Pessoal...................................................................................................................... 58
2.17.1 Lei 9404/97 Art.100..................................................................................................................... 59
2.17.2 Contratao Pessoal Pelo Candidato:............................................................................................... 61
2.17.3 Contratao De Pessoal Pelo Partido............................................................................................... 62
2.17.4 Quadros E Tabelas........................................................................................................................... 63
2.17.4.1 Sugesto Rpa Recibo Pagamento Autnomo............................................................................. 63
2.17.4.2 Irrf Tabela E Obrigaes Acessrias Em 2016:.............................................................................. 64
2.17.4.3 Salrio Mnimo E Pisos Regionais................................................................................................. 65
2.17.4.4 Pessoas Obrigadas A Entrega Do Irpf 2016................................................................................... 66
2.18 Prestao De Contas.......................................................................................................................... 67
2.18.1 Prazos Para Prestar Contas Justia Eleitoral:................................................................................ 68
2.18.1.1. Das Parciais................................................................................................................................ 68
2.18.1.2 Prestaes De Contas Finais:....................................................................................................... 68
2.18.2 Prestaes De Contas Finais........................................................................................................... 69
2.18.2.1 Da Retificao:............................................................................................................................. 71
2.18.2.2 Das Diligncias:........................................................................................................................... 72
2.19 Anexos............................................................................................................................................... 74
Anexo I - Sugesto De Contrato De Servios Contbeis.............................................................................. 74
Anexo Ii - Contrato Temporrio De Prestao De Servios Candidato/Partido.............................................. 78
Anexo Iii Termo De Cedncia Temporria De Imvel.................................................................................... 81
Anexo Iv - Termo De Uso De Bens Mveis Prprios Em Campanha Eleitoral................................................ 83
Anexo V - Instrumento Particular De Doao De Uso Veculo Com Motorista............................................... 84
Anexo Vi - Termo De Prestao De Servio (Doao Estimvel De Servios)............................................... 87
Parte III 93
3 Comentrios E Aspectos Contabeis Sobre A Prestacao De Contas............................................................ 93
3.1 Um Breve Comentrios Sobre Prestao De Contas Eleitoral Luz
Da Evoluo Da Legislao Sobre Prestao De Contas.............................................................................. 93
3.1.1 Histrico Da Legislao Sobre Prestaes De Contas Eleitoral........................................................... 93
3.2 O Gasto Eleitoral.................................................................................................................................. 100
3.2.1 Participao Obrigatria Dos Partidos Polticos.................................................................................. 101
3.2.1.1 Diretrio De Campanha.................................................................................................................. 102
3.2.1.2 Comits Financeiros....................................................................................................................... 103
3.2.1.3 Coligaes..................................................................................................................................... 103
3.3 Gesto Financeira Da Campanha - O Patrimnio Eleitoral.................................................................... 104
3.3 1 Abuso De Poder Economico............................................................................................................... 104
3.3.2 Novos Limites Legais & Controle Dos Gastos..................................................................................... 105
3.3.3 Controles.......................................................................................................................................... 105
3.3.4 O Patrimnio Eleitoral........................................................................................................................ 106
3.3.5 O Gasto Eleitoral............................................................................................................................... 106
3.3.6 A Realizao Do Gasto Eleitoral......................................................................................................... 107
3.3.7 Obrigao Eleitoral............................................................................................................................ 107

14
3.3.8 Gasto Eleitoral Incorrido.................................................................................................................... 109
3.3.9 Gasto Eleitoral Realizado (Pagamentos)............................................................................................. 110
3.3.9.1 O Tesoureiro................................................................................................................................... 110
3.3.9.2 Perodo De Pagamento................................................................................................................... 110
3.3.9.3 Contas Especficas......................................................................................................................... 111
3.3.9.4 Fundo Partidrio............................................................................................................................. 111
3.3.9.5 Conta Das Campanhas Femininas (Conta Batom)........................................................................... 112
3.3.9.6 Gasto Na Pr-Campanha................................................................................................................ 112
3.3.9.7 Movimentao. Meios De Pagamento E Recebimento..................................................................... 114
3.3.9.8 Recebimento.................................................................................................................................. 115
3.3.9.9. Meios De Pagamento.................................................................................................................... 115
3.3.10 Gasto Direto (Pequenas Despesas).................................................................................................. 116
3.3.10.1 Fundo De Caixa Com Recursos Da Conta De Campanha............................................................... 117
3.3.11 Gasto Obrigatrio............................................................................................................................ 117
3.3.12 Gasto Eleitoral - Contratao Direta Ou Terceirizada De Pessoal...................................................... 118
3.3.12.1 Limite Do Partido......................................................................................................................... 119
3.3.12.2 Penas........................................................................................................................................... 119
3.3.13 Gastos Estimveis Em Dinheiro....................................................................................................... 119
3.3.14 Gastos Individualizados (Individualizao Dos Gastos)..................................................................... 121
3.3.14.1 Exceo Despesas Compartilhadas........................................................................................... 122
3.3.15 Gastos Obrigatrios E Exclusivos Do Partido Poltico........................................................................ 123
3.3.16 No Gasto Eleitoral....................................................................................................................... 125
3.3.16.1 Eleitor Simpatizante..................................................................................................................... 125
3.3.16.2 Tranferncias............................................................................................................................... 126
3.3.17 Dvidas De Campanha Passivo A Descoberto................................................................................ 127
3.4 - Uma Viso Sistmica Sobre Os Aspectos Que Envolvem A Prestao De Contas
Eleitorais Dos Partidos Polticos.................................................................................................................. 129
3.4.1 Falando De Prestao De Contas Eleitorais..................................................................................... 129
3.4.2 - A Prestao De Contas Eleitorais Dos Partidos Polticos E Seus Aspectos Contbeis........................ 131
3.4.3 - A Finalidade Da Contabilidade Nos Objetivos Da Prestao De Contas Eleitorais.............................. 132
3.4.4 -Prestao De Contas Eleitorais Em 2016........................................................................................ 133
3.4.4.1 - Conceituando.............................................................................................................................. 133
3.4.4.1.1 Recursos E Gastos De Campanha............................................................................................. 133
3.4.4.1.1.1 Recursos............................................................................................................................... 134
3.4.4.1.1.2 - Financeiros............................................................................................................................ 134
3.4.4.1.1.3 - Estimveis Em Dinheiro......................................................................................................... 134
3.4.4.1.1.4 - Conta Bancria...................................................................................................................... 136
3.4.4.1.1.5 - Recibos Eleitorais.................................................................................................................. 136
3.4.4.1.1 Gastos De Campanha............................................................................................................... 136
3.4.5 - Fechamento Da Prestao De Contas Eleitoral E Seus Aspectos Contbeis...................................... 136
Parte IV 139

15
4 - Comentrios E Aspectos Jurdicos Sobre A Prestao De Contas.......................................................... 139
4.1 - Procedimentos Administrativos Eleitorais........................................................................................... 139
4.1.1 - O Que Providenciar Com Antecedncia s Convenes?................................................................. 139
4.1.2. - O Que Providenciar Na Pr-Campanha?......................................................................................... 140
4.1.3. O Que Fazer Aps As Convenes..................................................................................................... 141
4.1.4. Todos Os Candidatos Devem Obedecer As Condies De Elegibilidade............................................. 142
4.1.5. Domiclio Eleitoral............................................................................................................................ 142
4.1.6 Filiao Partidria.............................................................................................................................. 143
4.1.7 Coligaes E Escolha Dos Candidatos Pelos Partidos......................................................................... 143
4.1.7.1 Coligaes..................................................................................................................................... 144
4.1.7.2 A Coligao Ter Denominao Especfica De Uso Obrigatrio Nas Propagandas............................ 145
4.1.7.3 Prazo Para Escolha De Candidatos................................................................................................. 145
4.1.7.4 Candidatos Vereador Em Exerccio.............................................................................................. 145
4.1.7.5 Prazo Para Filiao Partidria E Estabelecimento De
Domiclio Eleitoral Na Circunscrio Do Municpio...................................................................................... 146
4.1.8 Registro Do Candidato....................................................................................................................... 146
4.1.8.1 Nmero De Candidatos Por Partido Ou Coligao........................................................................... 146
4.1.8.2 Reserva De Vagas Para Candidaturas De Homens E Mulheres........................................................ 147
4.1.8.3 Prazo E Documentos Para Registro Dos Candidatos Na Justia Eleitoral......................................... 147
4.1.8.4 O Nome No Registro Eleitoral......................................................................................................... 148
4.1.8.5 Cancelamento Do Registro............................................................................................................. 149
4.1.8.6 Comits Financeiros....................................................................................................................... 149
4.1.9. Procedimentos A Serem, Observados Pelos Partidos Polticos........................................................... 149
4.1.10. Consideraes Finais...................................................................................................................... 150
4.1.11 Anexos:........................................................................................................................................... 151
4.2- Propaganda Eleitoral........................................................................................................................... 153
4.2.1 - As Novas Regras De Campanha E Pr-Campanha........................................................................... 153
4.2.1 - A Pr-Campanha............................................................................................................................ 154
4.2.3 - A Campanha................................................................................................................................... 162
4.2.3.1 - Tempo De Campanha................................................................................................................... 162
4.2.3.2 - Tempo De Propaganda No Rdio E Na Tv..................................................................................... 162
4.2.3.3 -Material Da Propaganda Eleitoral.................................................................................................. 163
4.2.3.4 - Tamanho Da Propaganda Eleitoral................................................................................................ 163
4.2.3.5 - Tamanho Dos Adesivos................................................................................................................ 163
4.2.3.6 - Adesivos Perfurados Para Carros................................................................................................. 163
4.2.3.7 - Sobreposio De Propaganda...................................................................................................... 163
4.2.3.8 - Envelopamento De Veculos......................................................................................................... 164
4.2.3.9 - Bonecos...................................................................................................................................... 164
4.2.3.11 Mesas Para Distribuio De Materiais.......................................................................................... 164
4.2.3.12 - Bandeiras.................................................................................................................................. 164
4.2.3.13 - Carros De Som.......................................................................................................................... 165

16
4.2.3.14- Trios Eltricos............................................................................................................................. 165
4.2.3.15 - Comcios................................................................................................................................... 165
4.2.3.16 -Showmcios................................................................................................................................ 165
4.2.3.17 - Carreatas E Passeatas............................................................................................................... 166
4.2.3.18 - Reunies E Eventos................................................................................................................... 166
4.2.3.19 - Eventos Com Distribuio De Alimentao................................................................................. 166
4.2.3.20 - Distribuio De Brindes............................................................................................................. 166
4.2.3.21 - Propaganda Em Bens Particulares............................................................................................. 166
4.2.3.22- Propaganda Em Bens Pblicos................................................................................................... 166
4.2.3.23 - Propaganda Em Jornais E Revistas............................................................................................ 167
4.2.3.24 - Outdoors................................................................................................................................... 167
4.2.3.25 - Telemarketing............................................................................................................................ 167
4.2.3.26- E-Mail........................................................................................................................................ 167
4.2.3.27 - Mensagens Instantneas (Sms, Whatsapp E Assemelhados)...................................................... 168
4.2.3.28- Propaganda Que Degrade Ou Ridicularize O Candidato............................................................... 168
4.2.3.29 - Boca De Urna............................................................................................................................ 168
4.2.3.30 - Derrame De Material................................................................................................................. 168
4.2.3.31- Deve Constar Na Propaganda Eleitoral........................................................................................ 168
4.2.3.32 - Impressos Em Geral................................................................................................................... 169
4.2.3.33- Uso Da Internet........................................................................................................................... 169
4.2.3.34- A Terceirizao Da Agresso Na Internet..................................................................................... 169
4.2.3.35- Inauguraes De Obras.............................................................................................................. 169
4.2.3.36- Proibio De Propaganda Eleitoral.............................................................................................. 170
4.3. Do Procedimento De Prestao De Contas Eleitorais........................................................................... 172
4.3.1 Da Prestao De Contas................................................................................................................. 171
4.3.2 -Da Prestao De Contas De Campanha............................................................................................ 172
4.3.4 - Do Procedimento Administrativo De Apresentao Das Contas.................................................... 177
4.3.4.1 - Informaes:................................................................................................................................ 178
4.3.4.2- Documentos:................................................................................................................................ 179
4.3.4.3 - Do Sistema Simplificado.............................................................................................................. 182
4.4 - Regularizao Das Contas No Prestadas.......................................................................................... 185
4.4.1- Da Obrigao De Prestar Contas..................................................................................................... 186
4.4.1.1 - O Dever Constitucional................................................................................................................ 186
4.4.1.2 - Legislao Ordinria.................................................................................................................... 186
4.4.1.3 - Legislao Regulamentar............................................................................................................ 187
4.4.2 - Alteraes No Processo De Prestao De Contas............................................................................ 187
4.4.2.1alteraes Da Legislao Entre 2004 E 2014.................................................................................. 187

17
4.4.2.2 - Minirreforma Eleitoral De 2015.................................................................................................... 188
4.4.2.3 - Revogao Da Resoluo Tse 23.432/2014................................................................................. 189
4.4.3 - Sistema De Gerenciamento De Informaes Partidrias.................................................................. 190
4.4.4 - Procedimento Para Regularizao Das Contas No Prestadas......................................................... 191
4.4.4.1 - Procedimentos Antes Do Julgamento........................................................................................... 191
4.4.4.2 - Julgamento E As Sanes Aplicadas............................................................................................ 194
4.4.4.3 - Requerimento Para Regularizao............................................................................................... 194
4.4.5 -Requisitos Do Requerimento............................................................................................................ 196
4.5 - Judicializao Das Contas Eleitorais.................................................................................................. 199
4.5.1 - Breve Histrico Do Instituto Da Prestao De Contas...................................................................... 199
4.5.2 - Conceito De Prestao De Contas................................................................................................ 200
4.5.3 -Natureza Jurdica Das Contas Eleitorais: Procedimento Administrativo Ou Judicial?...................... 200
4.5.4 - Da Obrigatoriedade Da Prestao De Contas................................................................................... 202
4.5.5 - Momento Da Prestao De Contas.................................................................................................. 203
4.5.6 - Reflexos Jurdicos Com A Desaprovao Das Contas...................................................................... 205
4.5.7 - Ausncia De Prestao Das Contas................................................................................................. 208
4.6 - Controle Social.................................................................................................................................. 208
4.6.1 - Abusos Eleitorais............................................................................................................................ 211
4.6.2 - Abuso Do Pode Econmico............................................................................................................. 212
4.6.2.1 - Abuso Do Poder Poltico Com Vis Econmico.............................................................................. 213
4.6.2.2 - Casos Concretos De Abuso Do Poder Econmico E nus Da Prova........................................ 214
Parte V
5 - O Mcce................................................................................................................................................. 223
5.1 Conhea O Mcce............................................................................................................................... 223
5.2 - Eixos De Atuao............................................................................................................................... 224
5.3 - Objetivo............................................................................................................................................. 225
5.4 - Secretaria Executiva Do Comit Nacional........................................................................................... 225
5.5 - Leis De Iniciativa Popular................................................................................................................... 225
5.5.1 - A Lei Contra A Compra De Votos (Lei 9840/99)................................................................................ 226
5.5.2 - A Lei Da Ficha Limpa...................................................................................................................... 226
5.5.3 - A Reforma Poltica Democrtica E Eleies Limpas......................................................................... 227
Referncias Bibliogrficas.......................................................................................................................... 229

18
1. INTRODUO

PARTE 1

Contabilidade eleitoral Est-se diante de um livro que rene teoria


e prtica sobre uma matria especifica e direcionada. Uma juno de
tcnica contbil e aplicabilidade da norma com experincias prticas,
distribudas didaticamente para a fcil leitura.
A contabilidade eleitoral mais uma rea da Cincia Contbil que
se constitui pela necessidade de se adequar a evoluo da norma
aplicabilidade dos princpios fundamentais da contabilidade.
Os partidos polticos historicamente e por sua prpria constituio, como
entidades sem finalidade de lucro e, enquadradas como associaes
de partido poltico, so considerados entidades contbeis sujeitas
obrigatoriedade da aplicao das Normas Brasileiras de Contabilidade,
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
bem verdade, que ainda existem partidos polticos, devidamente
constitudos na Justia Eleitoral e que ainda no possuem o seu Cadastro
Nacional de Pessoa Jurdica, falamos aqui dos que so constitudos como
Comisses Provisrias, porm o modelo de gesto seja ela temporria,
interina ou efetiva no afasta a obrigatoriedade de respeitar a sua
constituio patrimonial.
Este cenrio j se propaga, por determinao da Justia Eleitoral, para
at o final do ano de 2016, todos os partidos poltico, independente
de suas jurisdies, seja no mbito Nacional, Estadual ou Municipal
estejam todos devidamente constitudos e com a regularidade jurdica
em dia, sob pena de extino.
A Lei 9.504/96 e a Lei 9096/95 regulamentam a estruturao das
finanas, da contabilidade e do Patrimnio dos Partidos Polticos. O
Conselho Federal de Contabilidade j estuda a edio de uma Norma
especifica sobre a matria, com o intuito de tratar de situaes

19
especificas sobre o patrimnio e a contabilidade dos partidos polticos,
no abordadas pela regra geral.
O intuito evoluir enquanto cincias, at chegarmos ao processo de
implantao e adequao das normas internacionais de contabilidade,
inclusive na construo da consolidao dos balanos partidrios, porm
este movimento pari passos evoluo da norma discutida com o
prprio Tribunal Superior Eleitoral TSE.
Por outro lado, a evoluo das regulamentaes sobre o uso de recursos na
aplicabilidade de campanhas eleitorais, levou tambm a uma construo
de uma profissionalizao do financiamento destas campanhas.
natural que, sendo o partido poltico a agremiao/entidade que
viabiliza a participao de seus filiados em candidaturas, o processo
de arrecadao de receitas e realizao de gastos em uma eleio,
haja o cruzamento das informaes, bem como o acompanhamento da
movimentao patrimonial dos mesmos.
Considerando que a norma permite as coligaes de partidos polticos,
exclusiva para as eleies e que estes, por serem entidades distintas,
podem utilizarem-se de recursos entre si, ou seja de doaes entre
partidos e candidatos e vice-versa, preciso que haja um zelo e cuidado
com a preservao dos respectivos patrimnios, considerando que se
esta tratando de entidades distintas, pelo principio da entidade. E para
tal preciso que a norma evolua para garantir a salvaguarda destes
patrimnios.
Pode-se afirmar que j houve um avano muito grande, ao ponto de norma
eleitoral de forma expressa reconhecer a necessidade da contabilidade
para o processo de registro, controle e transparncias das contas
eleitorais, bem como pela importncia do profissional da contabilidade
durante todo o processo da eleio, desde o seu planejamento, visto que
pela primeira vez a Justia eleitoral definiu o Limite de Gastos para
os candidatos, antes arbitrariamente definido pelos prprios partidos
polticos.

20
O Livro Contabilidade Eleitoral Aspectos Contbeis e Jurdicos da
Prestao de Contas nas Eleies de 2016 est dividido em 4 Partes,
sendo a primeira parte esta introduo e as demais partes assim
distribudas:
Parte II Contabilidade Eleitoral nesta parte os Autores que
compem a primeira parte do Livro trazem de forma detalhada
cada etapa das eleies com suas respectivas analises e aplicabilidades da norma, porm com uma abordagem especifica da importncia do profissional da contabilidade no processo de prestao
de contas, evidenciando por consequncia a responsabilidade em
todo o processo, bem como a aplicabilidade dos princpios fundamentais de contabilidade no processo.
No obstante a esta abordagem o leitor encontrar as principais
orientaes sobre o registro e controle das receitas e das despesas,
com o enfoque na prestao de contas, que so a materialidade da
contabilidade eleitoral, ou seja, os relatrios com a demonstrao de
toda dinmica patrimonial aplicada.
Parte III Nesta parte Profissionais da Contabilidade, especialistas na matria de contas eleitoral emprestam seus conhecimentos
para fazerem uma abordagem e comentrios sobre o tema, sob
ticas diferentes e complementares. Nesta etapa do livro o leitor
se deparar com conhecimentos especficos sobre a historia da
legislao eleitoral sobre prestao de contas, uma abordagem
especifica sobre o gasto eleitoral, e uma viso macro da prestao
de contas dos partidos polticos;
Parte IV Nesta etapa do Livro Advogados especialistas em direito eleitoral, se debruaram sobre estudos e temas relacionados

21
diretamente s contas eleitorais, considerando que o Processo de
Prestar contas Justia eleitoral, deixou de ser um processo administrativo e passou a ser um processo judicial, como tratado:
processo judicializado, ou judicializao das prestaes de contas
eleitorais.
Assim temas como os aspectos administrativos da eleio, tais como
as convenes e registros de candidaturas, bem como a propaganda
eleitoral, a prpria prestao de contas no aspecto jurdico, contemplando
um histrico sobre o processo de judicializao, comentrios sobre a
regularidade das contas e suas consequncias.
Por fim esta parte trs uma reflexo rica sobre o Controle Social, num
enfoque de uma contra campanha, com uma demonstrao de casos
prticos de infraes da legislao, quanto ao uso de prticas condenadas
pela legislao e suas consequncias, alm de uma apresentao
do MCCE Movimento de Combate a Corrupo Eleitoral, uma
contribuio do Movimento para este livro, mas sobretudo uma alerta
de como a sociedade e o cidado deve atuar no exerccio do controle
social.

CONTABILIDADE ELEITORAL

23

PARTE 2
2. CONTABILIDADE ELEITORAL
2.1 O Papel da Contabilidade nas Eleies 2016

2.1.1 - A Importncia do Profissional da Contabilidade

A Res. TSE 23.463/2015, art. 41 4, determina que A arrecadao


de recursos e a realizao de gastos eleitorais devem ser acompanhadas
por profissional habilitado em contabilidade desde o incio da campanha,
o qual realiza os registros contbeis pertinentes e auxilia o candidato e
o partido na elaborao da prestao de contas, observando as normas
estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e as regras
estabelecidas nesta resoluo.
O profissional da contabilidade pela sua expertise poder auxiliar o
CANDIDATO e o PARTIDO desde do incio da campanha, isto , desde
do PLANEJAMENTO DA CAMPANHA, identificando, calculando e
projetando os gastos futuros dentro dos limites determinado no art.
38 da Res. 23.463/2015 limites com relao ao Total dos Gastos
de Campanha contratados, para vrios itens, como Alimentao de
Pessoal (10%), Aluguel de Veculos (20%), Fundo de Caixa ou Caixa de
pequena monta, (2%)17.

Artigos 38 e 33;

24
PAPEL DO CONTABILISTA
NORMAS DO CFC CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE

Registro Contbil
Circularizao
Prestao de Contas
RES.23.463/2015

2.1.2 Principio da Entidade

Quanto aos registros contbeis pertinentes para elaborao da prestao


de contas de campanha destaque se faz necessidade de segregar as
contas da pessoa fsica (cidado/cidad) da do candidato com inscrio
no CNPJ Cadastro nacional das Pessoas Jurdicas
Nesse contexto, vlido ressaltar a necessidade da diferenciao
do patrimnio (conjunto de bens direitos e obrigaes) particular do
patrimnio (conjunto de bens direitos e obrigaes) do candidato. Por
consequncia, nesta acepo, o patrimnio particular no se confunde
com o do candidato

2.1.3 Principio da Competencia

As receitas, as despesas e os custos do perodo da entidade devem ser


escriturados contabilmente, de acordo com o regime de competncia em
consonncia com o 1 do art 30 da Res.23.463/2015 que estabelece
que os registros dos gastos eleitorais devem ser registrados quando
incorridos, ou seja, no ato de sua contratao e independente do
pagamento

25
REGISTRO CONTBIL
REGIME DE COMPETNCIA
Art. 30) 1. Os gastos eleitorais efetivamse
na
data
da
sua
contratao,
independentemente da realizao do seu
pagamento, e devem ser registrado
na
prestao de contas no ato de sua
contratao.
RES.23.463/2015

2.1.4 Principio da Oportunidae

Assim como os demais princpios contbeis, a observncia para o


Principio da Oportunidade deve ser uma ateno especial, pois sua
evidencia esta na forma quase on line que teremos a apresentao
dos registros oriundos das Receitas, que por fora da norma devem esta
evidenciados de 72h em 72h,.
Esta exigncia corrobora a aplicabilidade do principio da Oportunidade,
em sua mxima de registrar os atos e fatos, sejam as receitas e/ou as
despesas de forma que represente a integridade de sua mensurao.
No obstante estejamos em um processo que segue a um oramento
delimitado, que o limite de gastos definido.
O Princpio da Oportunidade refere-se ao processo de mensurao e
apresentao dos componentes patrimoniais para produzir informaes
ntegras e tempestivas.
E a legislao eleitoral tem como ancora sua aplicabilidade.

26
2.1.5 Registro Contbil

As prestaes contas, por exigncia da Justia Eleitoral, deve ser


realizada por meio do programa por ela desenvolvido especificamente
para este fim, o chamado Sistema de Prestao de Contas Eleitorais
SPCE 2016, o qual ser disponibilizado no site do TSE durante as
eleies.
SPCE exige que o contador ou responsvel financeiro da campanha
tenham conhecimentos especficos quanto legislao eleitoral.
O Registro dos gastos eleitorais deve atender as formalidades quanto
a idoneidade dos documentos comprobatrios dos gastos e demais
formalidades para o registro especialmente quanto a data de emisso
do documento

2.1.5 O Contrato de Prestao de Servios Profissionais


Contbeis
O profissional da Contabilidade ou a organizao contbil dever manter
contrato por escrito de prestao de servios. O contrato escrito tem
por finalidade comprovar os limites e a extenso da responsabilidade
tcnica, permitindo a segurana das partes e o regular desempenho das
obrigaes assumidas.
O contrato por escrito de prestao de servios contbeis torna-se
um instrumento necessrio e indispensvel para a definio clara e
objetiva dos direitos e deveres das partes
A Resoluo CFC 987/2003 com alteraes introduzidas pela Res,

27
CFC.1493/2015 que dispe sobre a obrigatoriedade do contrato de
prestao de servios contbeis com objetivo de formalizar a relao
do profissional da Contabilidade com os seus clientes, para definio dos
servios contratados e das obrigaes assumidas
O texto normativo traz a ttulo de sugesto, modelos de contrato de
prestao de servio, de distrato e da Carta de Responsabilidade da
Administrao, nos seus anexos I, II e III. Considerando as especificidades
da prestao de servios contbeis prestados no perodo eleitoral,
apresenta-se no ANEXO II a ttulo de colaborao o seguinte modelo de
contrato de prestao de servios referente ao processo eleitoral.

2.1.6 Dos Documentos Idneos

Considero muito prudencial o TSE j ter normatizado a questo dos


lanamentos e tambm dos registros e controles de papeis, conforme
Artigo 55:
Art. 55. A comprovao dos gastos eleitorais deve ser realizada
por meio de documento fiscal idneo emitido em nome dos candidatos e partidos polticos, sem emendas ou rasuras, devendo conter a data de emisso, a descrio detalhada, o valor da operao
e a identificao do emitente e do destinatrio ou dos contraentes
pelo nome ou razo social, CPF ou CNPJ e endereo.
1 Alm do documento fiscal idneo, a que se refere o caput,
a Justia Eleitoral poder admitir, para fins de comprovao de
gasto, qualquer meio idneo de prova, inclusive outros documentos, tais como:
I - contrato;
II - comprovante de entrega de material ou da prestao efetiva
do servio;
III - comprovante bancrio de pagamento; ou IV - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informaes da Previdncia Social (GFIP).

28
2 Quando dispensada a emisso de documento fiscal, na forma da legislao aplicvel, a comprovao da despesa pode ser
realizada por meio de recibo que contenha a data de emisso,
a descrio e o valor da operao ou prestao, a identificao
do destinatrio e do emitente pelo nome ou razo social, CPF ou
CNPJ, endereo e assinatura do prestador de servios.
(grifo do autor).

2.1.7 Contrataes e Consultoria Jurdica e Contbeis

Os gastos com contrataes de servios de consultoria jurdica e de


contabilidade para a campanha (gastos com planejamento/contabilidade
durante a eleio), emitindo recibos e ou notas fiscais de prestao de
servios dever ser lanada pelos valores contratados, entretanto, deve
segregar os gastos com servios aps o perodo de campanha.
A Resol. 23.463 em seu Artigo 29, diz:
1 As contrataes de servios de consultoria jurdica e de contabilidade prestados em favor das campanhas eleitorais devero
ser pagas com recursos provenientes da conta de campanha e
constituem gastos eleitorais que devem ser declarados de acordo
com os valores efetivamente pagos.
1 com redao alterada pelo art. 1 da Res.-TSE n 23.470, de
1.3.2016.
1-A Os honorrios referentes contratao de servios de advocacia e de contabilidade relacionados defesa de interesses de
candidato ou de partido poltico em processo judicial no podero
ser pagos com recursos da campanha e no caracterizam gastos
eleitorais, cabendo o seu registro nas declaraes fiscais das pessoas envolvidas e, no caso dos partidos polticos, na respectiva
prestao de contas anual.

29
Esses pargrafos vieram distinguir os servios contratados para a
campanha eleitoral e os servios em processo judicial. O primeiro, com
a formalizao do contrato e valores definidos sero os que vo fazer o
planejamento/contabilidade e recebero na eleio, emitindo recibos e
ou notas fiscais de prestao de servios; o segundo so as defesas depois,
aps a campanha, e ou outro fato que aparea e necessite do contador
e no sero considerados gastos de campanhas, mas contabilizado no
partido.

2.1.8 O Profissional da Contabilidade na Prestao de Contas

A Resoluo 23.463/2015, Artigo 41, 5 estabelece que a prestao


de contas deve ser assinada:
I - Pelo candidato titular e vice, se houver;
II - Pelo administrador financeiro, na hiptese de prestao de
contas de candidato, se constitudo;
III - pelo presidente e tesoureiro do partido poltico, na hiptese
de prestao de contas de partido poltico;
IV - Pelo profissional habilitado em contabilidade.
Destaca se que o processo de registro e controle dos atos e fatos praticados
pelos candidatos e administradores financeiros quando realizado e
assinado por um profissional da contabilidade por certo contribuir
para que o nvel de apresentao dos dados e das informaes esteja
mais prximo da realidade visto que os registros estaro adequados aos
princpios contbeis e tempestivamente informados ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE)
O profissional da contabilidade dever com zelo e diligencia assegurar a
adequada classificao das receitas arrecadadas e dos gastos realizados
ao longo do processo eleitoral, bem como a salvaguarda quando da

30
orientao aos candidatos sobre os riscos e as impossibilidades do uso
de recursos de fontes no identificadas ou de fontes vedadas.
Os profissionais da contabilidade tm a obrigao de organizar e
realizar e validar as prestaes de contas do processo eleitoral.
A participao do contador no processo eleitoral refora o papel do
profissional como agente de proteo da sociedade contribuindo para
maior controle e transparncia da prestao de contas do processo
eleitoral.

2.1.9 Preparao da Campanha


REGISTRO CONTBIL
GASTOS COM
PREPARAO DE
CAMPANHA
Art. 30) 2. Os gastos destinados preparao da
campanha e instalao fsica ou de pgina de
internet de comits de campanha de candidatos e
de partidos polticos podero ser contratados a
partir de 20 de JULHO DE 2016, considerada a data
efetiva da realizao da respectiva conveno
partidria, desde que cumulativamente
RES.23.463/2015

31
REGISTRO CONTBIL
GASTOS COM
PREPARAO DE
CAMPANHA
I Sejam devidamente formalizados; e
II o desembolso financeiro ocorra apenas aps a
obteno do nmero de inscrio no CNPJ, a
abertura de conta bancria especfica para a
movimentao financeira de campanha e a emisso
de recibos eleitorais.
RES.23.463/2015

Destaque se que os gastos com PREPARAO DE CAMPANHA e


instalao fsica dos comits podero ser contratados a partir de
20/07/2016 (2, Art.30), mas tem de observar as datas das convenes
partidrias, registro das atas, lembrando que a contratao pode ser
feita nessa data, mas o lanamento contbil e pagamento somente aps
CNPJ/CONTA BANCRIA/RECIBO ELEITORAL

2.1.10 Circularizao

No podemos esquecer que em todas as eleies, h a Circularizao que


na Auditoria fazemos normalmente, mas aqui em poca eleitoral o TSE
envia cartas e/ou coloca disposio das empresas para que informem
os valores das Notas Fiscais e/ou valores de contratos para que se possa
confrontar com o que foi declarado na prestao de contas e essas

32
informaes so repassadas a Justia Eleitoral que sero confrontadas
com a pea contbil, nesse sentido a ANLISE SIMPLIFICADA que os
TREs faro, se houver irregularidade na confrontao das despesas, as
anlises sero efetuadas normais e no simplificadas.

2.2. CANDex

2.3 Registro Da Candidatura

O requerimento de registro dos candidatos, aprovados nas Convenes


Partidrias, dever ser realizado pelos partidos por meio do Sistema
de Candidaturas/Modulo Externo (CANDex), desenvolvido pelo Tribunal
Superior Eleitoral TSE e encaminhado Justia Eleitoral.
No sitio www.justicaeleitoral.jus.br/ poder ser obtido um tutorial para
o preenchimento do CANDEX
Os formulrios de requerimento gerados pelo Sistema CANDEX so:
I Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidrio (DRPA)
II- Requerimento de Registro de Candidatura (RRC); e
III- Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI)
O Requerimento de Registro de candidatura a ser apresentado
para a Justia Eleitoral dever ser acompanhado com os seguintes
documentos DIGITALIZADOS:
A via impressa do formulrio Requerimento de Registro de Candidatura
(RRC) ser apresentada com os seguintes documentos:
I declarao atual de bens, preenchida no Sistema CANDex e
assinada pelo candidato na via impressa pelo sistema (Lei n 9.504/97,
art. 11, 1, IV);
II certides criminais fornecidas (Lei n 9.504/97, art. 11, 1, VII):
a) pela Justia Federal de 1 e 2 graus onde o candidato tenha o seu
domiclio eleitoral;
b) pela Justia Estadual ou do Distrito Federal de 1 e 2 graus onde o
candidato tenha o seu domiclio eleitoral;
III fotografia recente do candidato, obrigatoriamente digitalizada e
anexada ao CANDex, preferencialmente em preto e branco, observado o
seguinte (Lei n 9.504/97, art. 11, 1, VIII):

33

O pedido de candidatura deve ser protocolado na Justia Eleitoral at


as 19:00h do dia 15/08/2016. A aprovao dever ser acompanhada no
site do TSE.
Se o pedido de candidatura no for liberado no prazo de 48 hs (quarenta
e oito horas), deve ser identificado o motivo no site da Justia Eleitoral,
e providenciado a regularizao das pendncias/irregularidades, se for
o caso.
Na informao dos dados cadastrais dos candidatos e do Partido, deve
se dar ateno a informao do nmero de telefone (fax) de contato
fornecido ao CANDex , visto que este nmero ser utilizado pela Justia
Eleitoral para a confirmao do recebimento da notificao em face do
exguo prazo (72h).
A insero dos dados no CANDEX requer ateno e deve ser realizada
por pessoas qualificadas para tal funo

34

2.4 Cadastro no CNPJ

Considerando a liberao do pedido de candidatura pelo TSE, deve ser


feito o download do CNPJ (CADASTRO NACIONAL DE PESSOAS
JURDICAS) no site da Secretaria da Receita Federal (http://www.
receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNPJ/Eleicoes/consulta.asp
O inciso II do art. 3 da Res.23.463/2015 determina que os candidatos
devem obter a inscrio no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica

CPF

CNPJ

35
A exigncia decorre da necessidade de segregao dos atos da pessoa
fsica que a pessoa natural, dos atos da pessoa Jurdica que adquiriu
personalidade por meio de lei. Assim a pessoa fsica o cidado que se
distingue do CANDIDATO com registro no CNPJ (Cadastro Nacional de
Pessoas Jurdicas).

2.5 Conta Bancria

O inciso III do art. 3 da Res.23.463/2015 determina que os partidos


polticos e os candidatos devem providenciar a abertura de conta
bancria especifica destinada a registrar a movimentao financeira de
campanha
Os CANDIDATOS tero at 10 (dez) dias aps a concesso do CNPJ,
para abertura de Conta Bancria.
Art. 9 As contas bancrias devem ser abertas mediante a apresentao
dos seguintes documentos:
I - pelos candidatos:
a) Requerimento de Abertura de Conta Bancria, disponvel na
pgina dos Tribunais Eleitorais na Internet;
b) comprovante de inscrio no CNPJ para as eleies, disponvel
na pgina da Secretaria da Receita Federal do Brasil na Internet
(www.receita.fazenda.gov.br); e
c) nome dos responsveis pela movimentao da conta bancria
com endereo atualizado
Os PARTIDOS PLITICOS tem o prazo de at 15 de agosto de 2016
para abertura de Conta Bancria. com a utilizao do CNPJ j existente

36
Art. 9 As contas bancrias devem ser abertas mediante a apresentao dos seguintes documentos:
I - ...;
II - pelos partidos polticos:
a) Sistema de Requerimento de Abertura de Conta Bancria18,
disponvel na pgina do Tribunal Superior Eleitoral na Internet;
b) comprovante da inscrio no CNPJ, disponvel na pgina da
Secretaria da Receita Federal do Brasil na Internet (www.receita.
fazenda.gov.br);
c) certido de composio partidria, disponvel na pgina do Tribunal Superior Eleitoral na Internet (www.tse.jus.br); e
d) nome dos responsveis pela movimentao da conta bancria
com endereo atualizado
CONTAS BANCRIAS - ABERTURA

BANCOS

ABERTURA EM
AT 3 DIAS
NO PODE
COBRAR TAXAS
OU DEPOSITOS
MINIMOS

EXTRATO IRO
MENSALMENTE
PARA ORGOS
DA JUSTIA
ELEITORAL

DEPSITOS/CR
DITOS DE
ORIGEM
IDENTIFICADA
CPF

http://www.tse.jus.br/partidos/contas-partidarias/requerimento-de-abertura-de-conta-bancaria

37
Alerta-se para a necessidade do cumprimento dos prazos para a abertura
da conta bancria. Recomenda-se ateno para o Registro com data e
horas do referido protocolo no banco, bem como a assinatura do Receptor
(Banco) na via do RACE-REQUERIMENTO DE ABERTURA DE CONTA
ELEITORAL para o candidato e na via do RAC - REQUERIMENTO DE
ABERTURA DE CONTA BANCRIA do Partido Poltico. Os bancos
so obrigados a acatar, em at trs dias, o pedido de abertura da conta
bancria de qualquer candidato escolhido em conveno.
Os bancos no podem vincular a abertura de contas a exigncia de
depsitos bancrios mnimos, taxas e ou despesas de manuteno,
ressalvados o que trata o Art. 11, 2, Inciso III, da Resoluo.
Os bancos somente aceitaro nas contas abertas, os depsitos/ crditos
de origem identificadas.
Excees: O candidato est no Serasa por cheques devolvidos, isso no
motivo de ser impedimento para a candidatura, mas o Banco estar
impedido de dar cheque para ele, assim ele solicita o carto magntico
para poder movimentar, pagar pelo carto, nesse caso o banco pode sim
cobrar dele o carto, a Resoluo j prev esses fatos avulsos. Resoluo
23.463/2015, Art. 11., 2
Os bancos so obrigados a enviar todos os extratos de contas eleitorais
para o TRE. Assim, qualquer movimentao financeira fora da conta
bancria implicar em desaprovao das contas.
Art. 13. O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos
eleitorais que no provenham das contas especficas de que tratam
os arts. 8 e 9 implicar a desaprovao da prestao de contas
do partido ou do candidato.
1 Se comprovado o abuso de poder econmico, ser cancelado
o registro da candidatura ou cassado o diploma, se j houver sido
outorgado (Lei n 9.504/1997, art. 22, 3).

38
2 O disposto no caput tambm se aplica arrecadao de recursos para campanha eleitoral que no transitem pelas contas
especficas previstas nesta resoluo.
Esto desobrigados da abertura de conta bancria os locais que no
possuem Bancos ou postos de servios (correspondentes bancrios).
O candidato a vice-prefeito no obrigado a abrir conta, mas se o fizer,
sem problemas, ressaltamos que os gastos do vice-prefeito ser somado
ao do prefeito para fins de limites j estabelecidos pelo TSE.
Orientamos que a mesma seja aberta mesmo aps passar o prazo.
CONTAS BANCRIAS CANDIDATOS

RACE
OUTROS
DOAO
PARA
CAMPANHA
RECURSOS
OBRIGATRIAS A
TODOS
CANDIDATOS

CNPJ
FUNDO
PARTIDRIO

NO OBRIGATRIA NOS MUNICPIOS QUE NO


TENHAM AGENCIA E POSTO DE SERVO

39

Os Partidos polticos a partir de 1 de janeiro de 2016 e at 15 de


agosto de 2016 para abrirem 2(duas) contas, a primeira DOAES
DE CAMPANHA para que possa repassar os valores dos filiados para os
candidatos e ou gastarem na eleio e a segunda FUNDO PARTIDRIO,
pois podero receber dinheiro do Fundo e a conta ter de estar aberta.
Conta FUNDO PARTIDRIO, se o candidato receber recursos do Fundo
Partidrio obrigado a abrir uma conta especfica para receber esses
recursos e pagar somente por ela, no SPCE2016 j tem a distribuio
das receitas e despesas como outros recursos e fundo partidrio.
A Resoluo tambm traz que abertura das contas junto aos Bancos
Oficiais:

40
Art. 7 obrigatria para os partidos polticos e os candidatos a
abertura de conta bancria especfica, na Caixa Econmica Federal, no Banco do Brasil ou em outra instituio financeira com
carteira comercial reconhecida pelo Banco Central do Brasil.
Nesse sentido os bancos SICOOB, SICRED, chamados bancos
cooperativos eles no conseguem emitir os extratos nos moldes do
Banco Central, portanto esto proibidos de movimentao de contas de
campanha.
Lembramos que no pode ser feito despesas em nome do candidato e ou
partido na eleio se no respeitar essas regras:

Enfatizamos esse ponto, pois onde o candidato deve ter ateno

41
redobrada, pois, sendo todo o processo eletrnico, na solicitao do
CNPJ constar a data em que foi emitida, sendo esta a data base para
a contagem dos 10 dias para abertura da conta bancria19, os recibos
eleitorais esto dentro do SPCE2016 SISTEMA DE PRESTAO
DE CONTAS ELEITORAIS 2016, que quando efetua-se o download do
TSE tambm protocolado a data e hora,
Exemplo: o candidato abriu a conta e j fez uma despesa, normalmente
nota fiscal eletrnica que j pagou e caiu o dbito no extrato e trs dias
aps essa movimentao, baixa o sistema SPCE2016 e lana-se a NF,
com esse procedimento fica comprovado que infringiu as regras, pois o
SPCE vai perguntar se confirma o lanamento da NF com data anterior
ao sistema, clica em sim e o sistema aceita, mas para o TSE j est
marcado a irregularidade, pois o correto aberto a conta bancria, j
baixam o SPCE2016 e emitem o Recibo Eleitoral at antes de depositar
o dinheiro e isso fica marcado as datas e horrios nos dois sistemas,
portanto todo cuidado pouco.

2.6 Dos Recibos Eleitorais

Os recibos eleitorais devem ser emitidos tanto para arrecadao de


recursos financeiros (dinheiro, cheques, cartes de crdito ou de dbito,
transferncias bancrias, etc) como para recursos estimveis em
dinheiro (bens ou servios).
A emisso de recibos eleitorais obrigatria, ainda que os recursos sejam do prprio candidato.
As arrecadaes de campanhas realizadas pelo vice-prefeito devem utilizar os recibos eleitorais do titular.
Os recibos eleitorais devero ser emitidos para toda arrecadao de recursos de campanha eleitoral, financeiros ou estimados,
Art. 7, 1, Aliena A;

42
inclusive os recursos prprios e aqueles arrecadados por meio da
internet.
2 Os recibos eleitorais devero ser emitidos em ordem cronolgica concomitantemente ao recebimento da doao e informados
Justia Eleitoral na forma do 2 do art. 43 desta resoluo.
Os candidatos e os partidos polticos devero imprimir os recibos
eleitorais diretamente no Sistema de Prestao de Contas Eleitorais
(SPCE2016)
Os recibos eleitorais esto dispensados na cesso de bens mveis,
limitada ao valor de R$ 4.000,00 por cedente, e doaes estimveis em
dinheiro entre candidatos e partidos, decorrentes de uso comum de sedes
e de materiais de propaganda eleitoral.

2.7 Bens de uso Comum

Cabe a observao quanto a exceo do uso de despesas contradas em


comum para mais de um candidato:
Artigo 6:
4 Para os fins do disposto no inciso II do 3, considera-se uso
comum:
I - de sede: o compartilhamento de idntico espao fsico para atividades de campanha eleitoral, compreendidas a doao estimvel
referente locao e manuteno do espao fsico, excetuada a
doao estimvel referente s despesas com pessoal, regulamentada no art. 37 desta norma;
II - de materiais de propaganda eleitoral: a produo conjunta de
materiais publicitrios impressos.
5 Na hiptese de arrecadao de campanha realizada pelo vice-prefeito, devem ser utilizados os recibos eleitorais do titular.

43
2.8 Recursos de campanha

Recursos de campanhas so todos os bens, valores e servios aplicados


em campanhas eleitorais por partidos polticos e candidatos. Esses
recursos podem ser financeiros ou estimados.
Recursos financeiros
Recursos financeiros so arrecadaes em dinheiro, cheques,
transferncias eletrnicas, boletos de cobrana, cartes de dbito e de
crdito, que servem para efetivar os gastos de campanha.
Os recursos financeiros so comprovados por meio dos recibos eleitorais
e dos extratos bancrios.
Lembrete: Todos os recursos financeiros devem obrigatoriamente,
transitar pela conta bancria especfica, Recursos Eleitorais, Fundo
Partidrio, sob pena de desaprovao das contas.
Pessoas Fsicas (PF)
10% dos rendimentos brutos auferidos por pessoa fsica, no ano-calendrio
anterior eleio, Exerccio 20151. Este limite nico, independente se
doado para candidato ou partido.
Doaes estimveis em dinheiro relativas utilizao de bens mveis ou
imveis de propriedade do doador ou da prestao de servios prprios,
desde que o valor da doao no ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil
reais), apurados conforme o valor de mercado.

Observao: O doador que ultrapassar o limite estabelecido acima para


doaes estimveis em dinheiro, se enquadrar ao limite de 10% (dez
por cento) dos rendimentos auferidos no ano anterior e o excedente dos
10% poder ser considerado como abuso de poder econmico, sujeito
ainda a aplicabilidade de multas.

44
2.9 Recursos estimveis

Recursos estimveis so os bens e servios doados ou cedidos para as


campanhas eleitorais (veculos cedidos para uso na campanha; imveis
cedidos para abrigar comits de campanha; servios de contabilidade ou
de advocacia, doados pelos contabilistas/advogados; entre outros). No
se traduzem em dinheiro, mas possuem valor econmico, o qual deve ser
estipulado com base nos valores de mercado, para fins de contabilizao
na prestao de contas.
Os bens e servios estimveis em dinheiro doados por pessoas fsicas
devem compor seu patrimnio ou fazer parte do seu prprio servio ou
de sua atividade econmicas.
Bens prprios dos candidatos devem integrar seu patrimnio antes do
registro de candidatura, para que seja doado de forma estimada para
sua campanha.
Partidos polticos e candidatos podem doar entre si bens prprios ou
servios estimveis em dinheiro, podendo ceder seu uso, ainda que no
constituam produtos de seus servios ou de suas atividades econmicas.
Exceo: os bens ou servios que se destinam manuteno de estrutura
do partido durante a campanha eleitoral devem ser devidamente
contratados pela agremiao partidria e ser registrados nas suas
contas de campanha eleitoral.

2.10 Origens dos recursos

2.10.1 Recursos prprios dos candidatos

Os recursos prprios dos candidatos se do atravs dos seus rendimentos

45
financeiros auferidos durante o perodo, podem tambm contrair
recursos atravs de emprstimos bancrios desde que esses recursos
estiverem sido contratados em instituies financeiras ou equiparadas
pelo Banco Central do Brasil.
O limite do recurso prprio do candidato est definido pelo TSE de
acordo com a Resoluo 23.459/2015.
O Candidato Pessoa Jurdica pode doar de sua conta de campanha para
outro candidato e partido respeitando os limites estabelecidos pelo TSE,
mas o candidato Pessoa Fsica que efetuar doao a outro candidato e
ou partido o limite ser os 10% declarados no seu Imposto de Renda no
ano anterior as eleies.

2.10.2 Doaes financeiras ou estimveis em dinheiro de


pessoas fsicas

Bens e ou Servios estimveis em dinheiro, doados por Pessoas Fsicas,


devem constituir produto de seu prprio servio e/ou bem e constituir
atividades econmicas; (Exemplo: contador/advogado doar seus
trabalhos).
Bens estimveis devero integrar o patrimnio do doador; partidos
Polticos, comits financeiros e candidatos podem doar entre si bens ou
servios estimveis em dinheiro;
Exceo ao limite de doaes: recursos estimveis (bens mveis e imveis
de propriedade do doador) de at R$ 80.000,00.

2.10.3 Doaes de outros partidos polticos e de outros


candidatos

46
Art. 23. As doaes de recursos captados para campanha eleitoral
realizadas entre partidos polticos, entre partido poltico e candidato e
entre candidatos esto sujeitas emisso de recibo eleitoral na forma
do art. 6.
Esto sujeitas emisso de recibo eleitoral;
No esto sujeitas ao limite aplicvel s pessoas fsicas, exceto
quando se tratar de doao realizada por candidato, com recursos
prprios, para outro candidato ou partido;
Devem ser identificadas pelo CPF ou CNPJ do doador originrio
das doaes financeiras, devendo ser emitido o respectivo recibo
eleitoral para cada doao (STF, ADI n 5.394).
Os valores transferidos pelos partidos polticos oriundos de doaes sero
registrados na prestao de contas dos candidatos como transferncia
dos partidos e, na prestao de contas dos partidos, como transferncia
aos candidatos.

2.10.4 Recursos prprios dos partidos polticos

O Partido Poltico desde de janeiro de 2016 poder arrecadar recursos


para as eleies de 2016, desde que identificada a sua origem e que
sejam provenientes:
Fundo Partidrio, de que trata o art. 38 da Lei n 9.096/1995;
Doaes de pessoas fsicas efetuadas aos partidos polticos;
Contribuio dos seus filiados;
Comercializao de bens, servios ou promoo de eventos de
arrecadao.
Os recursos prprios dos partidos obtidos por doaes de pessoas fsicas
ou contribuies de seus filiados, se recebidos em anos anteriores ao da

47
eleio podem ser aplicados nas campanhas eleitorais, observando os
seguintes requisitos:
Identificao sua origem;
Escriturao individualizada das doaes e contribuies recebidas na prestao de contas anual e seu registro financeiro na
prestao de contas de campanha eleitoral;
Transferncia para conta Doaes de Campanha antes da sua
destinao ou utilizao, respeitando os limites dos candidatos.
Identificao na prestao de contas eleitoral do partido e nas
respectivas prestaes de contas anuais, nome do doador, CPF da
pessoa fsica ou do CNPJ do candidato ou do partido doador.

2.10.5 Receitas decorrentes da comercializao de bens e/ou


servios

Art. 24. Para a comercializao de bens e/ou servios e/ou a promoo de eventos que se destinem a arrecadar recursos para campanha eleitoral, o partido poltico ou o candidato deve:
Comunicar, formalmente, ao juzo eleitoral competente a inteno de se realizarem as aes de arrecadao de recursos, com
antecedncia mnima de cinco dias teis, e manter disposio
da Justia Eleitoral a documentao comprobatria de sua realizao.
Os recursos arrecadados constituem doao e esto sujeitos aos
limites legais e emisso de recibos eleitorais.
O montante bruto dos recursos arrecadados deve, antes de sua
utilizao, ser depositado na conta bancria especfica.
As despesas e os custos relativos realizao do evento devem
ser comprovados por documentao idnea e respectivos recibos

48
eleitorais, mesmo quando provenientes de doaes de terceiros em
espcie, bens ou servios estimados em dinheiro.

2.10.6 Receitas decorrentes da aplicao financeira

Os rendimentos financeiros de aplicaes financeiras e os recursos


obtidos com a alienao de bens tm a mesma natureza dos recursos
investidos ou utilizados para sua aquisio e devem ser creditados na
conta bancria na qual os recursos financeiros foram aplicados ou
utilizados para aquisio do bem.

2.10.7 Recursos financeiros arrecadados pela internet

Os candidatos e partidos polticos podem arrecadar pela internet


tornando disponvel mecanismos em pgina eletrnica, observando os
seguintes requisitos:
Identificao do doador pelo nome e pelo CPF;
Emisso de recibo eleitoral para cada doao realizada, dispensada a assinatura do doador;
Utilizao do terminal de captura de transaes para as doaes
por meio de cartes de crdito ou de dbitos.
As doaes por meio de carto de crdito ou carto de dbito somente
sero admitidas quando realizadas pelo titular do carto.
permitida a arrecadao de recursos aps os prazos acima mencionado,
exclusivamente para pagamento de despesas j previamente contradas
e no pagas at a data da eleio.
As dvidas no quitadas podem ser assumidas pelo partido poltico:

49
Por deciso de seu rgo nacional de direo partidria;
Desde que haja anuncia expressa dos credores em acordo formalizado;
Desde que seja apresentado cronograma de pagamento, cuja
quitao no pode ultrapasse o prazo fixado para prestao de
contas da eleio subsequente para o mesmo cargo.
Se for indicada a fonte dos recursos que sero utilizados para a
quitao do dbito assumido, e
Se forem comprovadas por documento fiscal idneo ou por meio
de prova permitido, emitido na data da realizao da despesa.

2.11 Fontes vedadas

Art. 25. vedado a partido poltico e a candidato receber, direta


ou indiretamente, doao em dinheiro ou estimvel em dinheiro,
inclusive por meio de publicidade de qualquer espcie, procedente
de:
I - Pessoas jurdicas;
II - Origem estrangeira;
III - pessoa fsica que exera atividade comercial decorrente de
concesso ou permisso pblica.
1 O recurso recebido por candidato ou partido oriundo de fontes
vedadas deve ser imediatamente devolvido ao doador, sendo vedada sua utilizao ou aplicao financeira.
2 O comprovante de devoluo pode ser apresentado em qualquer fase da prestao de contas ou at cinco dias aps o trnsito
em julgado da deciso que julgar as contas.
3 A transferncia de recurso recebido de fonte vedada para
outro rgo partidrio ou candidato no isenta o donatrio da
obrigao prevista no 1.
4 O beneficirio de transferncia cuja origem seja considerada

50
fonte vedada pela Justia Eleitoral responde solidariamente pela
irregularidade e as consequncias sero aferidas por ocasio do
julgamento das respectivas contas.
5 A devoluo ou a determinao de devoluo de recursos
recebidos de fonte vedada no impedem, se for o caso, a reprovao das contas, quando constatado que o candidato se beneficiou, ainda que temporariamente, dos recursos ilcitos recebidos,
assim como a apurao do fato na forma do art. 30-A da Lei n
9.504/1997, do art. 22 da Lei Complementar n 64/1990 e do
art. 14, 10, da Constituio da Repblica.

2.11.1. Pessoas jurdicas

Proibido de receber de qualquer Pessoa Jurdica, inclusive estimveis,


como combustveis, servios grficos, o prprio contador e ou escritrio
de advocacia que sejam PJ.

2.11.2 Concessionrio ou permissionrio de servio pblico;


2.11.2.1 DA CONCESSO20

O Novo Dicionrio Eletrnico Aurlio, verso 5.0, assim conceitua o


termo Concesso: [Do lat. concessione.] Substantivo feminino.
3. Econ. Atribuio pelo poder pblico a indivduo ou empresa, mediante
contrato, de explorao de servio pblico, de execuo e explorao de
obra pblica, de utilizao de bem pblico, ou de explorao de recursos
naturais (jazidas, energia hidrulica) pertencentes Unio).
Como se percebe, a explorao do servio pblico mediante contrato,
4

MANUAL GESTOR PBLICO. Cardin. Dcio Vicente Galdino. Pg. 24

51
chamada como Concedente (a que concede) a uma pessoa fsica ou
jurdica chamada concessionrio. Como sendo um contrato haver
as clausulas de obrigaes pelo concessionrio para explorao ou
utilizao do local ou bem do rgo pblico.

2.11.2.2 Da permisso

Da mesma forma, o Novo Dicionrio Eletrnico Aurlio, verso 5.0,


conceitua o termo Permisso da seguinte forma: [Do lat. permissione.],
Substantivo feminino.
1. Ato ou efeito de permitir; consentimento, licena, autorizao.
2. E. Ling. Figura pela qual se deixa aos ouvintes ou adversrios
a deciso de algo.
Segundo Kohama (2008), o Estado, chamado de permitente (que
permite) faculta mediante delegao a uma pessoa fsica ou jurdica,
chamada de permissionrio, o uso ou execuo de obras e servios, de
forma gratuita ou remunerada, com condies estabelecidas pelo Poder
Pblico.
So permissionrios e concessionrios nos municpios:
Servios de taxi, bancas de revistas, bancas de feirantes e todos que
as prefeituras autorizam.

2.12 Recursos de origem no identificadas

Art. 26. O recurso de origem no identificada no pode ser utilizado


por partidos polticos e candidatos e deve ser transferido ao Tesouro
Nacional, por meio de Guia de Recolhimento da Unio GRU.

52
Caracterizam recursos de origem no identificada:
A falta ou a identificao incorreta do doador;
A falta de identificao do doador originrio nas doaes financeiras;
A informao de nmero de inscrio invlida no CPF do doador pessoa fsica ou no CNPJ quando o doador for candidato ou
partido poltico.
Art. 25 5 A devoluo ou a determinao de devoluo de recursos
recebidos de fonte vedada no impedem, se for o caso, a reprovao
das contas, quando constatado que o candidato se beneficiou, ainda que
temporariamente, dos recursos ilcitos recebidos....

2.13 Do limite de gastos

Dispe sobre os limites de gastos para os cargos de vereador e de prefeito


(Res. 23.459/15) nas eleies municipais de 2016
Art. 1 O limite de gastos nas campanhas eleitorais dos candidatos
s eleies para prefeito e vereador em 2016 ser definido com
base nos valores previstos no Anexo, que representam os maiores gastos declarados, na respectiva circunscrio, na eleio de
2012, observado o seguinte:
I - Nas eleies para prefeito, para o primeiro turno, o limite ser
de:
a) setenta por cento do maior gasto declarado para o cargo em
2012, na circunscrio eleitoral em que houve apenas um turno;
b) cinquenta por cento do maior gasto declarado para o cargo em
2012, na circunscrio eleitoral em que houve dois turnos;
II - Para o segundo turno das eleies para prefeito, onde houver,

53
o limite de gastos ser de trinta por cento do valor previsto no
inciso I
III - o limite de gastos nas campanhas eleitorais dos candidatos
s eleies para vereador ser de setenta por cento do maior gasto
contratado na circunscrio para o respectivo cargo na eleio de
2012 (Lei n 13.165/2015, art. 6).
Limite de gastos com:
Alimentao

O limite de gastos com alimentao


de pessoal ser de 10% do total das
despesas de campanha contratadas.

Aluguel de veculos

O limite de gastos com aluguel de


veculos ser de 20% do total das
despesas de campanhas contratadas

O eleitor poder realizar gastos pessoais em favor de candidatos desde


que no ultrapassem o valor de R$ 1.064,10 (um mil, sessenta e quatro
reais e dez centavos), observando os seguintes requisitos:
A emisso da nota fiscal seja realizada em seu nome;
Os bens e/ou servios no sejam entregues aos candidatos

2.14 Gastos eleitorais

Art. 29. So gastos eleitorais, sujeitos ao


registro e aos limites fixados nesta resoluo (Lei n 9.504/1997, art. 26):
Confeco de material impresso de
qualquer natureza, observado o tamanho
fixado no 2 do art. 37 e nos 3 e 4
do art. 38 da Lei n 9.504/1997;
Propaganda E publicidade direta ou in-

54
direta, por qualquer meio de divulgao;
Aluguel de locais para a promoo de atos de campanha eleitoral;
Despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de
pessoal a servio das candidaturas;
Correspondncias e despesas postais;
Despesas de instalao, organizao e funcionamento de comits de campanha e servios necessrios s eleies;
Remunerao ou gratificao de qualquer espcie paga a quem
preste servio a candidatos e a partidos polticos;
Montagem e operao de carros de som, de propaganda e de
assemelhados;
Realizao de comcios ou eventos destinados promoo de
candidatura;
Produo de programas de rdio, televiso ou vdeo, inclusive os
destinados propaganda gratuita;
Realizao de pesquisas ou testes pr-eleitorais;
Custos com a criao e incluso de pginas na Internet;
Multas aplicadas, at as eleies, aos candidatos e partidos polticos por infrao do disposto na legislao eleitoral;
Doaes para outros partidos polticos ou outros candidatos;
Produo de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.
As contrataes de servios de consultoria jurdica e de contabilidade
prestados em favor das campanhas eleitorais devero ser pagas com
recursos provenientes da conta de campanha e constituem gastos eleitorais
que devem ser declarados de acordo com os valores efetivamente pagos.
Servios prestados por advogados e profissionais de contabilidade no
so considerados gastos de campanha se estiverem relacionados com o
processo judicial da prestao de contas.
J as contrataes dos servios de consultoria jurdica e de contabilidade

55
relativos as atividades da campanha so consideradas gastos de
campanha, e devem esta mensuradas a seus valores de mercado.
Os gastos efetuados por candidato ou partido em benefcio de
outro candidato ou outro partido poltico constituem doaes estimveis em dinheiro, regra que no se aplica as despesas de uso
comum.
O pagamento dos gastos eleitorais contrados pelos candidatos
ser de sua responsabilidade solidria, cabendo aos partidos polticos responder apenas pelos gastos que, aps o dia da eleio,
forem por eles assumidos, com a devida anuncia do Partido Nacional e do Credor.
Os gastos eleitorais efetivam-se na data da sua contratao,
independente da realizao do seu pagamento e devem ser registrados na prestao de contas no ato de sua contratao.
As multas aplicadas por propaganda antecipada devem ser custeadas pelos responsveis, no podendo ser computadas como despesas de campanha, mesmo se forem aplicadas a quem venha a se
tornar candidato.
No limite de gastos fixados para o cargo de prefeito esto includos os gastos do candidato ao cargo de vice-prefeito.
Gastar recursos alm do limite previamente estabelecido, o candidato e/ou partido est sujeito multa no valor de 100% da quantia que exceder o limite, podendo o mesmo responder por abuso
de poder econmico, na forma do art. 22 da Lei Complementar n
64/1990.
Os repasses financeiros realizados pelo partido poltico conta
bancria do seu candidato no sero computados para aferio
do limite de gastos de campanha. No entanto, os valores transferidos pelo candidato para a conta bancria do seu partido, esses
repasses sero computados no montante que exceder as despesas

56
realizadas pelo partido em benefcio de sua candidatura.
Os gastos no que diz respeito a preparao da campanha, instalao fsica de comits de campanha de candidatos e partidos
polticos ou de pginas de internet, podem ser realizadas, considerando que esses gastos podem ser contratados, mas o respectivo
pagamento s poder ocorrer aps a obteno do CNPJ, abertura
da conta de campanha eleitoral e emisso dos recibos eleitorais.
Os gastos eleitorais de natureza financeira s podem ser efetuados por meio de cheque nominal ou transferncia bancria, ressalvando as despesas de pequeno valor que constituem fundo de
caixa. O fundo de caixa uma reserva individual em dinheiro que
os candidatos e partidos polticos podem constituir para realizar
as despesas de pequeno valor, ou seja, aquelas despesas que no
ultrapassem o limite de R$ 300,00 (trezentos reais).

2.15 Fundo de caixa

Partidos polticos

Candidatos
No devem ser superior a 2% do total
No devem ser superior a 2% do
do limite de gastos estipulado para
total dos gastos contratados ou a R$
sua candidatura ou a R$ 2.000,00
5.000,00 (cinco mil) ao menor valor.
(dois mil) ao menor valor

Os recursos que constituem fundo de caixa devem transitar pela conta


bancria de campanha e podem ser recompostos mensalmente para
complementao do seu limite, conforme os recurso gastos no ms
anterior.
Ateno: candidatos a cargo de vice-prefeito no podem constituir fundo
de caixa.

57
FUNDO DE CAIXA OU DESPESAS DE PEQUENO VALOR

LIMITE: no

FUNDO
CAIXA

DESPESAS
INDIVIDUAIS QUE
NO ULTRAPASSE
R$. 300,00, VEDADO
FRACIONAMENTO

deve ser SUPERIOR


a 2% do LIMITE DE
GASTOS
ESTABELECIDOS
NA SUA
CANDIDATURA
Saldo pode ser
recomposto
mensalmente, com
saldo MXIMO
DE r$. 5.000,00
RES.23.463/2016 ART.33

A contratao de pessoal para as atividades de militncia e mobilizao de rua durante a campanha eleitoral dever observar os
limites quantitativos por candidatura e por municpios, divulgados
na pgina do Tribunal Superior Eleitoral.
A contratao de pessoal pelos diretrios municipais dos partidos polticos est vinculada aos limites estabelecidos aos seus
candidatos.
O pessoal contratado para apoio administrativo e operacional; os fiscais
e delegados credenciados; o advogado e o profissional de contabilidade
no esto computados para aferio de limites de contratao de pessoal.

58
2.16 Documentos fiscais:
Documentos fiscais ou recibos, no caso dos recibos apenas nas
hipteses permitida pela legislao fiscal; ser emitida em nome do
candidato e/ou partido poltico, conter a descrio detalhada, data
de emisso, valor do gasto e identificao do emitente, do destinatrio os dos contraentes pelo nome ou razo social, pelo CFP ou
CNPJ e pelo endereo.
Todo material impresso de campanha dever conter o nmero do
CNPJ ou CFP do responsvel pela confeco, bem como os dados
de quem o contratou e da respectiva tiragem.
A comprovao das despesas com passagens areas deve ser
realizada atravs da apresentao de fatura ou duplicata, detalhando os beneficirios, datas e itinerrio.
Ateno: as despesas s podem ser contradas at a data da eleio,
lembrando que os gastos se efetivam na data da sua contratao,
independentemente da realizao do pagamento.

2.17 Despesas com pessoal

A contratao de pessoal pode ser efetuada pelo candidato e pelo partido,


observando que a formalizao do contrato que ir especificar se a contratao
ser para a eleies 2016, se houver erro no contrato poder haver vnculo
empregatcio.
No corpo da Instruo Normativa IN da Receita Federal traz comits
financeiros, para essa eleio no existe mais comit financeiro, o que se tem
Candidato e Partido.
Aconteceram algumas mudanas com a introduo da Lei 12.891/2013 e Lei
13.165/2015, dando nova interpretao ao Artigo 100, da Lei 9.504/97 e
pareceres a Receita Federal21:
5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9504.htm

59
2.17.1 LEI 9404/97 ART.100

Art. 100. A contratao de pessoal para prestao de servios nas


campanhas eleitorais no gera vnculo empregatcio com o candidato ou partido contratantes.
Art. 100. A contratao de pessoal para prestao de servios
nas campanhas eleitorais no gera vnculo empregatcio com o
candidato ou partido contratantes, aplicando-se pessoa fsica
contratada o disposto na alnea h do inciso V do art. 12 da Lei
no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redao dada pela Lei n
13.165, de 2015)
Pargrafo nico. No se aplica aos partidos polticos, para fins da
contratao de que trata o caput, o disposto no pargrafo nico do
art. 15 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Includo pela Lei
n 13.165, de 2015)
V. art. 3 da Lei n 12.891/2013, que acrescenta o art. 100-A a
esta lei, com a seguinte redao:
Art. 100-A. A contratao direta ou terceirizada de pessoal para
prestao de servios referentes a atividades de militncia e mobilizao de rua nas campanhas eleitorais observar os seguintes
limites, impostos a cada candidato: (grifo meu)
I em Municpios com at 30.000 (trinta mil) eleitores, no exceder a 1% (um por cento) do eleitorado;
II nos demais Municpios e no Distrito Federal, corresponder
ao nmero mximo apurado no inciso I, acrescido de 1 (uma) contratao para cada 1.000 (mil) eleitores que exceder o nmero de
30.000 (trinta mil).
1 As contrataes observaro ainda os seguintes limites nas
candidaturas aos cargos a:
I Presidente da Repblica e Senador: em cada Estado, o nmero
estabelecido para o Municpio com o maior nmero de eleitores;

60
II Governador de Estado e do Distrito Federal: no Estado, o dobro do limite estabelecido para o Municpio com o maior nmero
de eleitores, e, no Distrito Federal, o dobro do nmero alcanado
no inciso II do caput;
III Deputado Federal: na circunscrio, 70% (setenta por cento)
do limite estabelecido para o Municpio com o maior nmero de
eleitores, e, no Distrito Federal, esse mesmo percentual aplicado
sobre o limite calculado na forma do inciso II do caput, considerado o eleitorado da maior regio administrativa;
IV Deputado Estadual ou Distrital: na circunscrio, 50% (cinquenta por cento) do limite estabelecido para Deputados Federais;
V Prefeito: nos limites previstos nos incisos I e II do caput;
VI Vereador: 50% (cinquenta por cento) dos limites previstos
nos incisos I e II do caput, at o mximo de 80% (oitenta por cento) do limite estabelecido para Deputados Estaduais.
2 Nos clculos previstos nos incisos I e II do caput e no 1,
a frao ser desprezada, se inferior a 0,5 (meio), e igualada a 1
(um), se igual ou superior.
3 A contratao de pessoal por candidatos a Vice-Presidente, Vice-Governador, Suplente de Senador e Vice-Prefeito , para
todos os efeitos, contabilizada como contratao pelo titular, e a
contratao por partidos fica vinculada aos limites impostos aos
seus candidatos.
4 Na prestao de contas a que esto sujeitos na forma desta
Lei, os candidatos so obrigados a discriminar nominalmente as
pessoas contratadas, com indicao de seus respectivos nmeros
de inscrio no Cadastro de Pessoas Fsicas (CPF).
5 O descumprimento dos limites previstos nesta Lei sujeitar o
candidato s penas previstas no art. 299 da Lei n 4.737, de 15
de julho de 1965.
6 So excludos dos limites fixados por esta Lei a militncia

61
no remunerada, pessoal contratado para apoio administrativo e
operacional, fiscais e delegados credenciados para trabalhar nas
eleies e os advogados dos candidatos ou dos partidos e coligaes.
Observem que importante alertar aos candidatos sobre a quantidade
de cabos eleitorais que iro contratar (contabilizar): no podem sair
e contratar meia cidade para trabalhar para um candidato, por isso a
necessidade do PLANEJAMENTO DE CAMPANHA;

2.17.2 Contratao pessoal pelo candidato:

O Contribuinte Individual o cidado que ele mesmo recolhe seu carn


de INSS, o chamado AUTONMO, portanto toda contratao por um
CANDIDATO/PARTIDO PARA TRABALHAR NA ELEIO 2016
SER TRATADO COMO AUTNOMO E PAGO VIA RPA RECIBO DE
PAGAMENTO AO AUTONMO, esse RPA pode ser gerado via sistema,
mas NO FAAM FOLHA DE PAGAMENTO, HOLERITES e/ou outra
coisa, pois assim j se configuraria outro tipo de contratao e geraria
outros problemas, inclusive trataremos mais frente deste assunto. No
entanto, tero de ter para cada cabo eleitoral um contrato com artigos
dizendo que para a Campanha Eleitoral e especificando seu trabalho
na campanha e o RPA somente na hora de pagar;
Todas as pessoas contratadas tm de estar na Receita Federal com seu
CPF como REGULAR, caso contrrio no podem doar e nem fazer
termos de cesso de uso para o candidato, sob o risco de as contas no
serem aprovadas, visto que o SPCE2016 acusa em sua digitao se o
CPF est regular ou no.

62
2.17.3 CONTRATAO DE PESSOAL PELO PARTIDO

Todos os contratados pelos partidos para a Eleio 2016 devem


seguir exatamente a do Candidato, Contrato de Prestao de Servio
especificando seu servio (o que far na eleio), horrio, tipo de vale
transporte etc., conforme Art. 36:
5 Para a aferio dos limites, sero consideradas e somadas as
contrataes realizadas pelo candidato ao cargo de prefeito e as que
eventualmente tenham sido realizadas pelo candidato ao cargo de
vice-prefeito (Lei n 9.504/1997, art. 100-A, 3, primeira parte).
6 A contratao de pessoal por partidos polticos no nvel municipal vinculada aos limites impostos aos seus candidatos (Lei n
9.504/1997, art. 100-A, 3, parte final).
7 O descumprimento dos limites previstos no art. 100-A da Lei n
9.504/1997, reproduzidos neste artigo, sujeita o candidato s penas
previstas no art. 299 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Lei
n 9.504/1997, art.100-A, 5).
8 So excludos dos limites fixados neste artigo a militncia no
remunerada, pessoal contratado para apoio administrativo e operacional, fiscais e delegados credenciados para trabalhar nas eleies
e advogados dos candidatos ou dos partidos e das coligaes (Lei n
9.504/1997, art.100-A, 6).
9 O disposto no 7 no impede a apurao de eventual abuso de
poder pela Justia Eleitoral, por meio das vias prprias.
Art. 37. A contratao de pessoal para prestao de servios nas
campanhas eleitorais no gera vnculo empregatcio com o candidato ou partido contratantes, aplicando-se pessoa fsica contratada
o disposto na alnea h do inciso V do art. 12 da Lei n 8.212, de 24
de julho de 1991 (Lei n 9.504/1997, art. 100). (grifo do autor)

63

Observem que a contratao pelo partido no gera vnculo empregatcio


para as eleies, mas est condicionada aos limites dos candidatos,
MERECENDO UM BOM PLANEJAMENTO ANTECIPADO, menos
para apoio administrativo e operacional, fiscais e delegados credenciados
e advogados dos candidatos.

2.17.4 Quadros e tabelas

2.17.4.1 Sugesto RPA recibo pagamento autnomo


N. DO RECIBO

RECIBO DE PAGAMENTO A AUTNOMO - RPA

NOME OU RAZO SOCIAL DA EMPRESA

N. DO TALO

1
MATRICULA (CNPJ OU INSS)

RECEBI DA EMPRESA ACIMA IDENTIFICADA, PELA PRESTAO DOS SERVIOS


, A IMPORTNCIA DE R$
1.984,08

DE CABO ELEITORAL
(mil novecentos e oitenta e quatro reais e oito centavos)
SALRIO-BASE

TAXA

, CONFORME DISCRIMINAO ABAIXO:

VALOR MXIMO P/REMBOLSO

VALOR J REEMBOLSADO NO MS

SALDO

NMERO DE INSCRIO

ESPECIFICAO
I Valor do Servio Prestado.................. R$
R$
II Reembolso(10% de at o salrio-base)
SOMA.................
R$
1 Bloqueado vr acima de R$100,00
DESCONTOS
15,92 27,22
III
IRRF
R$
IV
ISS
R$
V
INSS
R$
R$
1

NO INSS:
NO CPF:

VALOR LIQUIDO .................................... R$


ASSINATURA

DOCUMENTO DE IDENTIDADE
NMERO
ORGO EMISSOR

1
1
NOME COMPLETO

xxxxxxx

LOCALIDADE

DATA

2.000,00
,
2.000,00

15,92

1.984,08

64
2.17.4.2 IRRF tabela e obrigaes acessrias em 2016:
Tabela IRF com vigncia a partir de 01.04.201522

Medida Provisria 670/2015, convertida na Lei 13.149/2015

Alquota
Parcela a Deduzir
Base de Clculo (R$)
(%)
do IR (R$)
At 1.903,98
De 1.903,99 at 2.826,65
7,5
142,80
De 2.826,66 at 3.751,05
15
354,80
De 3.751,06 at 4.664,68
22,5
636,13
Acima de 4.664,68
27,5
869,36
Deduo por dependente:R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta
e nove centavos).
Validade
Vigncia
A partir de
01.04.2015

Quando um trabalhador entrar na tabela e ultrapassar esse limite,


haver o desconto do IRPF, que ser lanado no RPA e que com o CNPJ
do candidato recolher o DARF para a Receita Federal e j separar
cpias desses recibos, pois no exerccio seguinte (2017) ser necessrio
efetuar a Declarao do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte DIRF
(EXTINO) a declarao feita pela FONTE PAGADORA, com o
objetivo de informar Secretaria da Receita Federal do Brasil23:
LEMBRETE
A inscrio do trabalhador no RGPS feita automaticamente pelo n do
PIS/PASEP, ou mediante o cadastramento do NIT (nmero de inscrio
do trabalhador) no banco de dados da Previdncia Social. A inscrio
do cidado no Regime Geral de Previdncia Social ocorre atribuindose ao segurado o Nmero de Inscrio do Trabalhador NIT, que o
mesmo nmero do PIS/PASEP para aqueles que j o possuam.

22 CAPTURADO: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/tabela_irf.html
23 http://www.receita.fazenda.gov.br/Principal/Informacoes/InfoDeclara/declaraDIRF.htm

65
DOCUMENTAO NECESSRIA PAR INSCRIO:
Carteira de Identidade, Certido de Nascimento/Casamento, ou
Carteira de Trabalho e Previdncia Social e
CPF, sendo esse obrigatrio.

2.17.4.3 Salrio mnimo e pisos regionais

O valor do salrio mnimo aqui apresentado o piso nacional, mas


lembro de que, muitos estados tm o piso regional e, o TRE da sua
regio, poder solicitar que os valores sejam no mnimo do regional.
Seria de bom tom uma consulta ao TRE de sua regio. O piso do Salrio
Mnimo Nacional24 R$. 880,00 ao ms, sendo R$. 29,33 o dia e R$.
4,00 a hora, mas lembro ainda, de que existe o transporte, etc.
24 CAPTURADO URL: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm

66
2.17.4.4 Pessoas obrigadas a entrega do IRPF 2016

Est obrigada a apresentar a Declarao de Ajuste Anual do Imposto


de Renda Pessoa Fsica25 referente ao exerccio de 2016, a pessoa fsica
residente no Brasil que, no ano-calendrio de 2015:
Critrios

Condies
- Recebeu rendimentos tributveis, sujeitos ao ajuste na declarao,
cuja soma anual foi superior a R$ 28.123,91;
Renda
- Recebeu rendimentos isentos, no tributveis ou tributados
exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00.
- obteve, em qualquer ms, ganho de capital na alienao de bens
ou direitos, sujeito incidncia do imposto, ou realizou operaes
em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
Ganho de capital - optou pela iseno do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho
e operaes em de capital auferido na venda de imveis residenciais, cujo produto da
bolsa de valores venda seja destinado aplicao na aquisio de imveis residenciais
localizados no Pas, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados
da celebrao do contrato de venda, nos termos do art. 39 da Lei n
11.196, de 21 de novembro de 2005.
- Relativamente atividade rural:
a) obteve receita bruta anual em valor superior a R$ 140.619,55;
Atividade rural b) pretenda compensar, no ano-calendrio de 2015 ou posteriores,
prejuzos de anos-calendrio anteriores ou do prprio anocalendrio de 2015.
- Teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2015, de
Bens e direitos bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$
300.000,00.
Condio de
- Passou condio de residente no Brasil em qualquer ms e nessa
residente no
condio se encontrava em 31 de dezembro de 2015.
Brasil

A Resoluo contempla a doao abaixo do limite, sem entrega de


declarao:
25 CAPTURADO URL: http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2016/declaracao/obrigatoriedade

67
7 A aferio do limite de doao do contribuinte dispensado da
apresentao de Declarao de Ajuste Anual do Imposto de Renda
deve ser realizada com base no limite de iseno previsto para o
ano-calendrio de 201626.

2.18 Prestao de contas

Devem prestar contas Justia Eleitoral27:


Os candidatos e os diretrios partidrio, nacionais, estaduais, distritais
e municipais devem prestar contas Justia Eleitoral. As contas dos
candidatos titulares, no caso de prefeitos abrange os candidatos a viceprefeito.
Os partidos polticos, as coligaes e os candidatos devem informar a Justia Eleitoral, atravs do Sistema Prestao de Contas
Eleitoral SPCE, todos os recursos em dinheiro recebidos para
financiamento de sua campanha eleitoral, no prazo de 72 horas
a partir da data do crdito da doao na conta bancria. A prestao de contas parcial ser enviada atravs do SPCE no perodo
de 09 a 13 de setembro de 2016, contendo toda movimentao
financeira realizada desde o incio de campanha.
Os candidatos que renunciarem candidatura, desistirem, forem substitudos ou tiverem seus registros indeferidos pela Justia
Eleitoral devem prestar contas correspondentes ao perodo em que
participaram do processo eleitoral, mesmo que no tenham realizado campanha.
Caso o candidato venha falecer, deve o administrador financeiro
prestar as contas ou, na ausncia dele, deve faz-lo a respectiva
direo partidria.
O candidato solidariamente responsvel com a pessoa por ele
26 Art. 21, b), IV, 7.
27 Res. 23.463/2015, Art. 41

68
designado, administrador financeiro, pela veracidade das informaes financeiras e contbeis de sua campanha eleitoral.
Todas as prestaes de contas, sejam elas parciais e finais, devem ser
elaboradas por meio do Sistema de Prestao de Contas Eleitoral
SPCE

2.18.1 Prazos para prestar contas justia eleitoral:


2.18.1.1. Das parciais

PRESTAO DE CONTA PARCIAL

Primeira Prestao de Contas Parcial


09 a 13 de setembro/2016, com
dados fechados at a data do dia
08/09. PUBLICAO - 15.09.2016
FINAL: 1 NOV 2016. 2 TURNO 19/11
Art. 43, 6 A no apresentao tempestiva da prestao de contas parcial ou a
sua entrega de forma que no corresponda efetiva movimentao de recursos
pode caracterizar infrao grave, a ser apurada na oportunidade do julgamento da
prestao de contas final.

2.18.1.2 Prestaes de contas finais:

01/11/2016 todos os candidatos que no concorrem ao 2 turno e os


partidos polticos em todas as esferas;
19/11/2016 candidatos que disputarem o 2 turno e respectivos
partidos polticos, em todas as esferas, ainda que coligados, bem como

69
os demais partidos que realizarem doaes ou gastos em benefcio dessas
candidaturas.

2.18.2 Prestaes de contas finais

A apresentao intempestiva da prestao de contas parcial ou


seu envio com registros que no correspondam efetiva movimentao de recursos pode caracterizar infrao grave, que ser
apurada no julgamento da prestao de contas final.
Os candidatos e partidos polticos que no entregarem a prestao de contas final no prazo estipulado pela Justia Eleitoral
sero notificados para prest-la em at 72 horas, sob pena que
t-las julgadas como no prestadas.
Se o candidato a prefeito no prestar contas no prazo legal, o
candidato a vice-prefeito, poder apresentar as contas isoladamente, no prazo de 72 horas da notificao.
A prestao de contas dever ser encaminhada Justia Eleitoral atravs do Sistema de Prestao de Contas Eleitoral SPCE
de forma eletrnica, aps o processamento das informaes, o
Extrato da Prestao de Contas emitido pelo sistema dever ser
impresso, assinado, posteriormente protocolizado no tribunal eleitoral ou no cartrio eleitoral competente, juntamente com os seguintes documentos:
Extrato da conta bancria aberta em nome dos candidatos e
partidos polticos, inclusive da conta aberta para movimentao
de recurso do Fundo Partidrio, quando foi o caso, demonstrando
a movimentao financeira ou a sua ausncia, contemplando todo
o perodo de campanha;
Comprovantes de recolhimento (depsitos/transferncias) respectiva direo partidria das sobras financeiras de campanha;
Documentos fiscais que comprovem a regularidade dos gastos

70
eleitorais realizados com recursos do Fundo Partidrio;
Declarao firmada pela direo partidria comprovando o recebimento das sobras de campanha constitudas por bens e/ou materiais permanentes, quando houver;
Autorizao do diretrio nacional do partido, na hiptese de
assuno de dvida de campanha pelo partido;
Instrumento e mandato para constituio de advogado para a
prestao de contas;
Comprovantes bancrios de devoluo dos recursos recebidos
de fonte vedada ou a guia de recolhimento do Tesouro Nacional GRU de recursos de origem no identificados;
Nota explicativa, com as justificativas pertinentes.
Os responsveis para assinatura da prestao de contas so:
O candidato titular e o vice, se houver;
O administrador financeiro, caso seja constitudo;
O presidente e o tesoureiro do partido poltico;
O profissional de contabilidade;
obrigatria a constituio do advogado para a prestao de contas;
A ausncia do nmero de controle no Extrato da Prestao de Contas
emitido pelo sistema ou a divergncia do nmero constante na base de
dados da Justia Eleitoral impossibilita a recepo, sendo necessria a
representao, sob pena de terem as contas julgadas como no prestadas.
A entrega da prestao de contas obrigatria mesmo que no tenha
tido movimentao financeira, a comprovao se d atravs da entrega
dos extratos bancrios zerados devidamente assinada pelo gerente da
instituio financeira.
As sobras financeiras originadas do Fundo Partidrio devem ser

71
depositadas na respectiva conta do partido destinada aos recursos
dessa natureza e as sobras financeiras de outros recursos devem ser
depositadas na conta bancria do partido destinada de Outros Recursos.

2.18.2.1 Da retificao:

Art. 65. A retificao da prestao de contas somente permitida,


sob pena de ser considerada invlida:
I - Na hiptese de cumprimento de diligncias que implicar a alterao das peas inicialmente apresentadas;
II - voluntariamente, na ocorrncia de erro material detectado
antes do pronunciamento tcnico; ou
III - no caso da converso prevista no art. 62.
1 Em quaisquer das hipteses descritas nos incisos I a III, a
retificao das contas obriga o prestador de contas a:
I - Enviar o arquivo da prestao de contas retificadora pela Internet, mediante o uso do SPCE;
II - Apresentar extrato da prestao de contas devidamente assinado, acompanhado de justificativas e, quando cabvel, de documentos que comprovem a alterao realizada, mediante petio
dirigida: a) no caso de prestao de contas a ser apresentada no
Tribunal, ao relator, se j designado, ou ao presidente do Tribunal,
caso os autos ainda no tenham sido distribudos;
b) no caso de prestao de contas a ser apresentada na Zona Eleitoral, ao Juiz Eleitoral.
2 Findo o prazo para apresentao das contas finais, no
admitida a retificao das contas parciais e qualquer alterao
deve ser realizada por meio da retificao das contas finais, com
a apresentao de nota explicativa. (grifo do autor)
3 A validade da prestao de contas retificadora assim como

72
a pertinncia da nota explicativa de que trata o 2 sero analisadas e registradas no parecer tcnico conclusivo de que trata o
3 do art. 64, a fim de que a autoridade judicial sobre elas decida
na oportunidade do julgamento da prestao de contas e, se for o
caso, determine a excluso das informaes retificadas na base de
dados da Justia Eleitoral.
4 A retificao da prestao de contas observar o rito previsto
no art. 48 e seguintes desta resoluo, devendo ser encaminhadas
cpias do extrato da prestao de contas retificada ao Ministrio
Pblico Eleitoral e, se houver, ao impugnante, para manifestao
a respeito da retificao e, se for o caso, para retificao da impugnao.
5 O encaminhamento de cpias do extrato da prestao de contas retificada a que alude o 4 no impede o imediato encaminhamento da retificao das contas dos candidatos eleitos para
exame tcnico, to logo recebidas na Justia Eleitoral.
Antes do JULGAMENTO, o candidato poder retificar quantas vezes
forem necessrias. Portanto, aps a entrega, seria de bom tom, retificar
todos os lanamentos e fazer uma prvia anlise se no ficou qualquer
dado e/ou documentos fora da prestao. Lembrando que h a obrigao
de explanar os motivos da retificadora (justificar), e o protocolo pelo
advogado.

2.18.2.2 Das diligncias:

Art. 64. Havendo indcio de irregularidade na prestao de contas,


a Justia Eleitoral pode requisitar diretamente ou por delegao
informaes adicionais, bem como determinar diligncias especficas para a complementao dos dados ou para o saneamento das
falhas, com a perfeita identificao dos documentos ou elementos

73
que devem ser apresentados (Lei n 9.504/1997, art. 30, 4).
1 As diligncias devem ser cumpridas pelos candidatos e partidos polticos no prazo de setenta e duas horas contadas da intimao, sob pena de precluso. (Grifo do Autor)
2 Na fase de exame tcnico, inclusive de contas parciais, a
unidade ou o responsvel pela anlise tcnica das contas pode promover circularizaes, fixando o prazo mximo de setenta e duas
horas para cumprimento.
O Juiz a qualquer momento poder solicitar diligncia e/ou documentos
para apurar um fato e/ou uma denncia. Exemplo: apareceu na primeira
parcial o fundo de caixa, ele poder designar uma pessoa de sua confiana
para ir in loco, no partido e contar o dinheiro e ver as Notas Fiscais e/
ou documentos comprobatrios.
Na prestao final tendo indcios de irregularidades, poder solicitar
informaes adicionais, solicitar documentos, comprovaes e/ou
efetuar diligncia para saneamento das falhas, e a INTIMAO ter o
prazo de 72 (setenta e duas) horas, contadas da intimao. Observo que
a intimao ir via FAX, para o telefone que foi colocado no CANDex,
portanto algum ter de estar de prontido nesse perodo para receber
as notificaes, e como os TREs trabalharo em regime de turno, pelo
curto prazo que eles tm, as notificaes sero efetuadas de madrugada,
sbados, domingo.
Se no ficarem alerta, j ocorreu de numa sexta-feira s 23:45 enviarem
o fax, por descuido no ter ningum e no sbado no ter expediente e
somente na segunda-feira como o prazo expirando e no perceberam.
um problemo isso, em cima da hora fazer as defesas.

74
2.19 Anexos

ANEXO I - Sugesto de contrato de servios contbeis


Contrato de prestao de servios28
N 00X/2016
Eleies2016

Contrato de Prestao de Servios Tcnicos Especializados de Assessoria


e Consultoria Contbil que entre si celebram, de um lado ELEIO
2016 xxxxxxxxxxxxx, CNPJ XX.XXX.XXX/0001-XX, doravante
denominado CONTRATANTE, e do outro lado a CCCCCCCCCC CCCCCC,
pessoa fsica, inscrita no CPF sob n. XXX.XXX.XXX-XX CRCYY
NNNNNN/0, estabelecida Rua EEEEE EEEEE, NNNNN Bairro
NNNNN - CEP: NNNNN, doravante denominada CONTRATADA, tm
entre si como justo contratado, o que se segue mediante clusulas e
condies seguintes:
Clusula 1 - objeto DO CONTRATO
O presente Contrato tem por finalidade a prestao de Servios Tcnicos
de Assessoria e Consultoria Contbil na elaborao da prestao de
contas da Campanha Eleitoral/2016.
clusula 2 - do regime de execuo dos servios
A execuo dos servios ora contratados ser efetuada sem qualquer
vnculo empregatcio ou subordinao, atendendo, a CONTRATADA, no
entanto, os requisitos e condies pontificados no presente Contrato.
Pargrafo NICO - A CONTRATADA, por intermdio de seus
tcnicos devidamente qualificados, prestar assessoria contbil ao
CONTRATANTE, observadas a legislao eleitoral especfica.
28
Modelo de contrato fornecido pela Contadora IRENE SILVA OLIVEIRA;

75
CLUSULA 3 DAS OBRIGAES DAS PARTES
Obriga-se a CONTRATANTE:
Efetuar o pagamento dos honorrios na forma estabelecida no
presente contrato.
A indicar formalmente seus eventuais prepostos ou administradores financeiros autorizados a executar os gastos eleitorais e
aprovar receitas e despesas.
Fornecer os documentos idneos, tanto de receitas como de despesas, com a identificao completa do doador ou gerador das
receitas e, no caso das despesas, do fornecedor de materiais ou
servios.
Abrir conta bancria especfica para a movimentao financeira
da campanha e obter e encaminhar CONTRATADA os extratos
bancrios mensais.
Atentar para a observao dos prazos legais para a emisso
e apresentao dos documentos indispensveis elaborao das
prestaes de contas, na parcial todas as despesas e receitas at
o dia 08/Setembro/2016, para entrega no dia 09/Setembro e na
final para entrega em at 04/10/2016.
Observar o calendrio estabelecido entre as partes para o fornecimento dos documentos que embasaro as prestaes de contas.
A reembolsar eventuais despesas com viagem, alimentao e hospedagem da CONTRATADA se previamente acordadas e autorizadas.
Obriga-se a CONTRATADA:
Observar as normas estabelecidas pela legislao eleitoral no
que se refere arrecadao e gastos de recursos para as prestaes de contas das eleies de 2016.
Elaborar e assinar as prestaes de contas das eleies de 2016.
Orientar o CONTRATANTE quanto qualidade da documentao,

76
observados os requisitos das normas da legislao fiscal e eleitoral.
Responder a consultas formuladas pela CONTRATANTE.
Manter sigilo sobre as informaes sob sua guarda, salvo requisio das
autoridades competentes.
Pargrafo NICO A CONTRATANTE declara, expressamente, que tem
pleno conhecimento da legislao eleitoral aplicvel s campanhas eleitorais
e em especial a Lei 9.504/97, a Resoluo TSE 23.463/15 e instrues
complementares emanadas da Justia Eleitoral.
CLUSULA 4 - DO PREO E CONDIES DE PAGAMENTO
O CONTRATANTE pagar CONTRATADA o valor de R$ ______________
(___________ reais), conforme condies descritas abaixo:
Pargrafo 1 - O pagamento dos servios ser efetuado em 2 parcelas, sendo a
primeira antes do dia 08 de setembro de 2016, se no houver o pagamento a
Contratada no ter a obrigao de enviar a parcial at o dia 13/09/2016 ao
TSE.
Pargrafo 2 - A segunda e ltima parcela ter de ser paga at o dia 30/10/2016
a Contratada, que em caso de no pagamento a mesma no ter a obrigao de
assinar e enviar ao TSE at 01/11/2016.
Pargrafo 3 - Ocorrendo atraso no pagamento de qualquer parcela do contrato,
incidiro juros de mora de 1% (um por cento) ao ms, atualizao monetria
pelo INPC at o efetivo pagamento e multa de 2% (dois por cento) sobre o valor
atualizado.
CLUSULA 5 VIGNCIA DO CONTRATO
O presente contrato ter como termo inicial ...................... e termino em
.................

77
Clusula 6 das penalidades
O no cumprimento das clusulas aqui pactuadas implicar em multa de
2% (dois por cento) do valor do contrato a ser pago pela parte infratora.
CLUSULA 7 DA RESCISO
O presente contrato poder ser rescindido por:
Acordo entre as partes devidamente formalizado.
Descumprimento de clusula contratual, hiptese em que a parte
prejudicada notificar a outra da ocorrncia.
Pargrafo NICO Na resciso a CONTRATADA restituir a
CONTRATANTE toda a documentao que estiver sob sua guarda e
prestar os esclarecimentos necessrios ao profissional que sucede-la.
Clusula 8 do foro
As partes elegem o foro da Comarca de XXXXXX no Estado de
XXXXXXX, com excluso de qualquer outro por mais privilegiado que
seja para dirimir quaisquer dvidas oriundas deste contrato.
E, por estarem de acordo com as clusulas e condies acima pactuadas,
assinam o presente contrato em 3 (trs) vias de igual teor e forma,
devidamente rubricadas, na presena de duas testemunhas identificadas
abaixo, que tambm o assinam.
CCCCCCCC DD de MMMMMM de 2016
ELEIO 2016
CONTRATANTE
CONTRATADA
TESTEMUNHAS:

78
ANEXO II - contrato temporrio de prestao de servios
candidato/partido

Contrato de prestao de servios que entre si fazem, nos termos do


artigo 100 da Lei n. 9.504 de 30.09.97 (Lei Eleitoral), de um lado,
como CONTRATANTE: ELEIES 2016 NOME CANDIDATO
PREFEITO/VEREADOR/PARTIDO, em CCCCCCCC-EE., inscrito
no CNPJ sob o n. OO.OOO.OOO/0000-00, com sede na cidade de
CCCCCC-EE, na Rua XXXXXXXXXXXXXX, NNNNN - BAIRRO
xxxxx, CEP: xxxxx-xxx, neste ato representado pelo seu tesoureiro
Sr xxxxxxxx xxxxxx xxxx, brasileiro, casado/separado, portador da
cdula de identidade RG n. XXXXXXXXXXXX/SSP/EE e inscrito no
CPF/MF n. XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de
CCCCCCC-EE, Rua XXXXXXXXXXXXXX, NNNNN - BAIRRO xxxxx,
CEP: xxxxx-xxx, e de outro lado, como CONTRATADO:.....................
contar a qualificao completa, Brasileira RG n........... -SSP/..... CPF/
MF sob o n............. residente e domiciliado na Rua:............ Cep:...........
na cidade de CCCCCCC-EE, ajustam o seguinte, de conformidade com
as clusulas e condies abaixo:
I - DO OBJETO E LOCAL DA PRESTAO DO SERVIO:
O Contratado prestar servios ao Contratante, na funo de CABO
ELEITORAL na Eleio de 2016, realizando para tanto todas as
atividades pertinentes a referida funo, sem vnculo empregatcio
algum.
A prestao dos servios se dar eminentemente fora da sede do
contratante, podendo, ainda, desenvolver atividades internas em caso
de necessidade do contratante.
II - HORRIO DE PRESTAO DO SERVIO / DA DURAO e
RESCISO DO CONTRATO:

79
O servio ser prestado no horrio de Segunda-feira a Sexta-feira, das
13h00 s 19h00, com intervalo de 30 minutos. Aos sbados, de 08h00
s 13h00. Caso haja necessidade do contratante, o servio poder
ser desenvolvido em horrios diversos do assinalado anteriormente,
como perodo noturno e dias de Domingo ou feriado, com a devida
compensao das horas trabalhadas em outro dia da semana, sem
importar em remunerao adicional.
O presente contrato de prestao de servios iniciar no DD de MMMMM
de 2016 a se encerrar no dia 02 de outubro de 2016.
Havendo, ainda, interesse no rompimento deste instrumento, a parte
interessada dever comunicar a outra parte, com antecedncia mnima
de 15 (quinze) dias. Nesta hiptese, no haver nus para a parte que
desejar romp-lo.
III - DA REMUNERAO, DESCONTO PREVIDENCIRIO E
IMPOSTO DE RENDA
Pela prestao dos servios contratados o contratante pagar mensalmente
ao contratado a importncia bruta de R$ xxx,00(xxxxxxxxxx reais),
os pagamentos sero feitos atravs de RPA - Recibo de Pagamento
a Autnomo. O recolhimento Previdncia Social ficar sob a
responsabilidade do CONTRATADO.
Fica o contratado ciente que dever realizar a contribuio previdenciria
sobre a sua remunerao.
Caso a remunerao do contratado atinja a tabela de Imposto de Renda,
o contratante far a competente reteno e o recolhimento Receita
Federal.
IV - DAS OBRIGAES DO CONTRATANTE:
O contratante, na condio de candidato, no se equipara a empresa,
com base no art. 4 da Instruo Normativa 872/2008 da Receita
Federal do Brasil, por qualquer contribuio previdenciria em favor

80
do contratado.
O contratante fornecer vale-transporte ao contratado.
V - DAS CONDIES GERAIS DO CONTRATO:
Este contrato ser cancelado automaticamente se houver dolo ou m-f
por qualquer das partes.
Fica eleito o Foro da Comarca de CCCCCCC-EE, para dirimir quaisquer
dvidas resultantes do presente instrumento.
E por estarem justos e contratados, assinam o presente instrumento, em
duas vias de igual valor e teor.
CCCCCCC-EE, DD de MMMMMMMM de 2016.
CONTRATANTE:
__________________________________________________________
ELEIES 2016 NOME CANDIDATO PREFEITO/VEREADOR/
PARTIDO
CONTRATADO:
_________________________________________________________
TESTEMUNHAS:

81
ANEXO III Termo de cedncia temporria de imvel
(Doao estimvel em dinheiro - Eleies 2016)

Cedente:
Nome: _____________________________________________________
RG:____________________CPF/CNPJ: _______
__________________
Endereo: __________________________________________________
Municpio: ___________________________ CEP: ________________
UF:_____
CESSIONRIO (PARTIDO/CANDIDATO):
Nome: _____________________________________________________
CPF:____________CNPJ (inscrio fins eleitorais):________________
Endereo: __________________________________________________
Municpio: ____________________________ CEP: ________________
UF:____
CLUSULA PRIMEIRA - OBJETO: Cedncia gratuita para fins
exclusivos de COMITE /CANDIDATO do imvel abaixo:
Endereo: __________________________________________________
Municpio: ___________________________ CEP: ________________
UF:_____
CLUSULA SEGUNDA - VALOR ESTIMADO EM DINHEIRO:
Para fins da Justia Eleitoral o valor de mercado estimado em R$
__________. O CESSIONRIO informar na Prestao de Contas de
sua campanha como Doao Estimvel em Dinheiro conforme Recibo
Eleitoral n _____________.
CLUSULA TERCEIRA - PRAZO DA CEDNCIA: O prazo de
cedncia vlido de _____/_____/______ at o dia 02 de outubro de

82
2016, podendo ser rescindido a qualquer tempo a critrio das partes. O
CESSIONRIO obriga-se a manter o bem objeto dessa concesso, em
perfeito estado de uso e condies.
CLUSULA QUARTA - IMPOSTO DE RENDA: O CEDENTE dever
informar, na Declarao Anual Receita Federal do Brasil, o valor,
o nome do CESSIONRIO e o nmero do CNPJ constante do Recibo
Eleitoral.
CLUSULA ______________ - DO FORO: Para dirimir quaisquer
dvidas que decorrem da execuo do presente instrumento, fica eleito
o Foro ______________.
CLUSULA ______________ - CASOS OMISSOS: Os casos omissos
sero resolvidos pelas partes, de comum acordo, ou pelas disposies
legais aplicveis espcie.
E, para firmeza e como prova assim haverem acordado, neste termo,
firmo este instrumento particular impresso em duas vias de igual teor e
forma, assinado pelas partes e pelas testemunhas abaixo:
________________, ____ de ___________________________de 2016.

_____________________________ _____________________________
CEDENTE
CESSIONRIO
TESTEMUNHAS
1 - _________________________ 2 - ___________________________

NOME:
NOME:
CPF/CNPJ:
CPF/CNPJ:

83
ANEXO IV - Termo de uso de bens mveis prprios em
campanha eleitoral

(NOME - pessoa fsica), qualificao (com RG, CPF e endereo completo),


ao final subscrito, com o fito de contribuio campanha eleitoral, vem
formalizar termo de uso de bem prprio mvel, sendo ........descrever
bens .................................), a ser(serem) utilizado(s) na campanha
eleitoral de 2016 em prol da prpria candidatura a (Prefeito, vereador),
representada pela figura jurdica para fins eleitorais sob a denominao
ELEIES 2016 - ......nome do candidato ................. - PREFEITO/
VEREADOR, com inscrio no CNPJ xxxxxxxxxxxxxx, devidamente
registrado junto ao TRE, com endereo na ..............endereo completo
do candidato .................................., conforme dados informados no
Requerimento de Registro de Candidatura.
Para atender a legislao eleitoral e demais normas aplicveis, visando
a correta contabilizao e prestao de contas de campanha eleitoral,
declaro, sob pena de responsabilizao, que o valor de mercado para o uso
do(s) referido(s) bem(s) de minha propriedade no perodo de campanha
eleitoral (xx/08/2016 a 02/10/2016) corresponde a aproximadamente
R$ xxx (xxx)
Declaro, ainda, que a presente doao de uso est de acordo com o limite
legal mximo passvel de doao estipulado pela legislao vigente.
cccccccc, .... de ............, de 2016
_______________
Fulano de tal

84
ANEXO V - Instrumento particular de doao de uso veculo
com motorista

Por este instrumento particular, fulano de tal .........., brasileiro, ....


estado civil........, .... profisso, ......., residente e domiciliado na cidade
de XXXXXXXXX-XX, na rua ..........., n. ........., ....bairro ...., CEP:
......................., inscrito no CPF sob o n .................., portador da
Cdula de Identidade com RG sob o n ............., doravante denominado
DOADOR, e o Candidato a Deputado Estadual nas Eleies de 2016
em Mmmmmm-Pp., ..... fulano de tal .............., inscrito no CNPJ sob
o n ....................., com endereo na rua ..................., n. ................,
.........bairro ............., em MMMMMM-PP., doravante denominado
DONATRIO, tm entre si justo e acertado o que segue:
DO OBJETO
Clusula Primeira - O presente instrumento tem como OBJETO a
doao de uso de veculo com motorista, estimvel em dinheiro para a
Campanha Eleitoral de 2016.
Pargrafo
Primeiro.
O
objeto
da
doao

o
veculo
......
colocar
todas
as
caractersticas
do
veculo............................................................................................,
cdigo RENAVAM ...................., CHASSI ......................., com
motorista, de propriedade do DOADOR, que tambm ser o seu condutor,
estimvel em R$............... tem que ser o valor de mercado referente
ao aluguel do veculo e ao salrio do motorista ...............................
..................., para o perodo de ....................... a ..........................,
durante ........ nmero de dias .................. por semana, no horrio das
..............h. s ...................h.

85
Pargrafo Segundo. O uso do veculo com condutor est sendo doado
espontaneamente, sem coao ou vcio de consentimento, a ttulo
gratuito estimveis em dinheiro, por livre e espontnea vontade.
Clusula Terceira - O bem objeto da doao destina-se exclusivamente
ao uso nas atividades relacionadas Campanha Eleitoral de 2016 do
DONATRIO, que indicar os dias da semana que o veculo dever ser
utilizado, vedada a sua utilizao em outras operaes estranhas que
se prope.
DA MANUTENO DO BEM
Clusula Quarta - Todas as despesas de manuteno e conservao
do bem doado, de qualquer natureza, sero de responsabilidade do
DONATRIO.
Clusula Quinta - O DONATRIO obriga-se a manter o bem objeto desse
pacto, em perfeitas condies de uso e funcionamento.
DA RESPONSABILIDADE DO DONATRIO
Clusula Sexta - As condies de risco decorrente do uso do veculo
acima descrito so de inteira responsabilidade do DONATRIO, mesmo
que em situaes de caso fortuito ou fora maior, devendo este diligenciar
para que o estado do bem seja preservado em qualquer circunstncia,
sob pena de se responder por danos causados.
DO IMPOSTO DE RENDA
Clusula Stima O DOADOR dever informar na Declarao Anual
Receita Federal do Brasil, na aba DOAES A PARTIDOS POLTICOS,
COMITES E CANDIDATOS o valor, o nome do DONATRIO e o nmero
do CNPJ constante do Recibo Eleitoral.

86
Clusula Oitava - O DOADOR, na condio de pessoa fsica, declara que
o valor estimvel em dinheiro ora doado no ultrapassa doao de R$
80.000,00 (oitenta mil reais), apurados conforme o valor de mercado;
ELEIO DO FORO
Clusula Nona - As partes, de comum acordo, elegem o foro da Comarca
de Mmmmm- Ee, para dirimir eventuais conflitos oriundos do presente
instrumento, renunciando a qualquer outro, por privilegiado que possa
ser.
Clusula Dcima - Os casos omissos sero resolvidos pelas partes, de
comum acordo, ou pelas disposies legais aplicveis espcie. E, por
estarem de comum acordo, assinam o presente instrumento em 2 (duas)
vias de igual teor, para que produzem um s efeito, o qual fazem na
presena de duas testemunhas que a tudo assistiram e tambm assinam.
Mmmmm, ......, de ............ de 2016.
___________________________________
DOADOR - fulano de tal
CPF: ..........................
..........fulano de tal.............., Candidato a Prefeito/Vereador 2016
n ........n do candidato........ - CNPJ n .....................
TESTEMUNHAS:
1)
Assinatura:_________________________________________________
Nome: .....................nome legvel ..............
RG n: ................................ CPF n.....................................

87
2)
Assinatura: __________________________________________
Nome: .....................nome legvel ..............
RG n: ................................ CPF n.....................................

ANEXO VI - Termo de prestao de servio (doao estimvel


de servios)
CONTRATADO:
Nome: __________________________________________________
RG: ___________________________ CPF/CNPJ:
_________________________
Endereo: _______________________________________________
Municpio: ___________________________ CEP: _______________
UF:_____
CONTRATANTE (COMIT FINANCEIRO/CANDIDATO):
Nome: __________________________________________________
CPF: ______________ CNPJ (inscrio fins
eleitorais):____________________
Endereo: ________________________________________________
Municpio: ____________________________ CEP: ______________
UF:____
CLUSULA PRIMEIRA - OBJETO: Contratao para servios de
____________ pelo perodo de _____/________/2016 especficos para
a Campanha Eleitoral 2016.
CLUSULA SEGUNDA - VALOR DO CONTRATO: O valor do contrato
ser de R$... ( ) pelo perodo eleitoral.

88
PARGRAFO NICO: Para fins da Justia Eleitoral o valor contratado
ser estimado em R$ __________. Pois o contratado estar efetuando
como Doao Estimvel em Dinheiro conforme Recibo Eleitoral n
_____________.
CLUSULA TERCEIRA PRAZO DOS SERVIOS: O prazo de a
prestao de servio de _____/_____/______ at o dia 02 de outubro
de 2016, podendo ser rescindido a qualquer tempo a critrio das
partes.
CLUSULA QUARTA A presente contratao no haver vnculos
empregatcios de acordo com o Art. 100 da lei 9.504/97.
CLUSULA QUINTA: DO FORO: Para dirimir quaisquer dvidas
que decorrem da execuo do presente instrumento, fica eleito o Foro
______________.
CLUSULA SEXTA CASOS OMISSOS: Os casos omissos sero
resolvidos pelas partes, de comum acordo, ou pelas disposies legais
aplicveis espcie.
E, para firmeza e como prova assim haverem acordado, neste termo,
firmo este instrumento particular impresso em duas vias de igual teor
e forma, assinado pelas partes e pelas testemunhas abaixo:
_______________, ____ de _______________________de 2016.
__________________________
CONTRATANTE

__________________________
CONTRATADO

89
TESTEMUNHAS
1 - _________________________
___________________________
NOME:
CPF/CNPJ:

2NOME:
CPF/CNPJ:

Anexo VII - Prestao de servio profissional sem


remunerao
(Doao estimvel em dinheiro eleies 2016)

Prestador de servio:
Nome: ____________________________________________________
RG: _________________________ CPF/CNPJ:
___________________________
Profisso: _______________ Registro Profissional:________________
Endereo: _________________________________________________
Municpio: ___________________________ CEP: ________________
UF:_____
PARTIDO/CANDIDATO:
Nome: ____________________________________________________
CPF: _______________ CNPJ (inscrio fins
eleitorais):___________________
Endereo: _________________________________________________
Municpio: ____________________________ CEP: _______________
UF:____

90
CLUSULA PRIMEIRA - OBJETO: A prestao de servios gratuita
ao PARTIDO/CANDIDATO nas atividades abaixo descriminadas:
__________________________________________________________
CLUSULA SEGUNDA - VALOR ESTIMADO EM DINHEIRO: Para fins da
Justia Eleitoral o valor de mercado estimado em R$ __________. O PARTIDO/
CANDIDATO informar na Prestao de Contas de sua campanha como Doao
Estimvel em Dinheiro conforme Recibo Eleitoral n _____________.
CLUSULA TERCEIRA PRAZO DA CEDNCIA: O prazo da prestao de
servio a contar de ______/______/_______ at o dia 02 de outubro de 2016,
podendo ser rescindido a qualquer tempo a critrio das partes.
CLUSULA QUARTA IMPOSTO DE RENDA: O PRESTADOR DE SERVIO
dever informar, na Declarao Anual Receita Federal do Brasil, o valor, o
nome do COMIT FINANCEIRO/CANDIDATO e o nmero do CNPJ constante
do Recibo Eleitoral.
CLUSULA ______________ DO FORO: Para dirimir quaisquer dvidas que
decorrem da execuo do presente instrumento, fica eleito o Foro _____________
_______________________________.
CLUSULA ______________ CASOS OMISSOS: Os casos omissos sero
resolvidos pelas partes, de comum acordo, ou pelas disposies legais aplicveis
espcie.
E, para firmeza e como prova assim haverem acordado, neste termo, firmo este
instrumento particular impresso em duas vias de igual teor e forma, assinado
pelas partes e pelas testemunhas abaixo:
____________________, ____ de _____________________de 2016.
_____________________________
_____________________________
CEDENTE
CESSIONRIO

91
TESTEMUNHAS
1 - _________________________
NOME:
CPF/CNPJ:
NOME:
CPF/CNPJ:

2 - ___________________________
NOME:
CPF/CNPJ:
NOME:
CPF/CNPJ:

CPF:
_______________
CNPJ
(inscrio
fins
eleitorais):___________________
Endereo: __________________________________________________
_______
Municpio: ____________________________ CEP: ________________
UF:____
CLUSULA PRIMEIRA - OBJETO: A prestao de servios gratuita
ao PARTIDO/CANDIDATO nas atividades abaixo descriminadas:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
CLUSULA SEGUNDA - VALOR ESTIMADO EM DINHEIRO:
Para fins da Justia Eleitoral o valor de mercado estimado em R$
__________. O PARTIDO/CANDIDATO informar na Prestao de
Contas de sua campanha como Doao Estimvel em Dinheiro conforme
Recibo Eleitoral n _____________.
CLUSULA TERCEIRA PRAZO DA CEDNCIA: O prazo da
prestao de servio a contar de ______/______/_______ at o dia 02
de outubro de 2016, podendo ser rescindido a qualquer tempo a critrio
das partes.

COMENTRIOS E ASPECTOS CONTABEIS


SOBRE A PRESTACAO DE CONTAS

93

PARTE 3
3. COMENTRIOS E ASPECTOS CONTABEIS SOBRE A
PRESTACAO DE CONTAS
3.1 Um breve comentrios sobre prestao de contas eleitoral
luz da evoluo da legislao sobre prestao de contas

Autoria deste Captulo do CONTADOR JOS


CORSINO RAPOSO CASTELO BRANCO

3.1.1 Histrico da legislao sobre prestaes de contas


eleitoral

O primeiro registro que temos de Legislao que trata da matria


sobre prestao de contas nas eleies 2002, quando o TSE elaborou
e disponibilizou o Manual de Arrecadao, Aplicao de Recursos e
Prestao de Contas das Campanhas Eleitorais.
Um manual que nos oportunizara conhecer pela primeira vez uma
Resoluo com o disciplinamento da arrecadao, da aplicao de
recursos e da prestao de contas das campanhas eleitorais de 2002,
o Tribunal Superior Eleitoral expediu a Resoluo n 20.987, de 21 de
fevereiro de 2002.
Naquela oportunidade tambm j se trazia para as discusses, temas
da mais relevante matria, pois no tem como se falar de contas ou
do dever de prestar contas, se no tiver imputado uma obrigao de
demonstrar atravs de relatrios a dinmica dos registros e lanamentos
de atos e fatos contbeis, em suma se no houver o conhecimento de
controles e mtodos que favorecem a transparncia.

94
Uma das consequncias daquela eleio para quem descumprisse aquela
normas era, de acordo com a Resoluo: O descumprimento das normas
referentes arrecadao e aplicao de recursos para campanhas
eleitorais implica a perda do direito ao recebimento da quota do Fundo
Partidrio, podendo, ainda, os responsveis e os candidatos beneficiados
responder por eventual abuso de poder econmico.
Era a primeira provocao para a discusso da matria. Contudo,
apesar de constar todo o rito para o inicio do processo eleitoral, desde
as convenes, passando pelo registro de candidatura, pela constituio
dos comits financeiros dos partidos polticos, definio do limite de
gastos, que apesar da Resoluo abordar, a Lei nunca tratou, sempre
coube aos partidos polticos e, somente nas Eleies de 2016 que a
Justia Eleitoral verdadeiramente atribuiu limites para os candidatos,
obrigatoriedade de emisso de recibos eleitorais, prazos para prestaes
de contas e at mesmo um sistema prprio para apresentao dos
demonstrativos contbeis, a participao do profissional da contabilidade
era dispensada, conforme regulava a Resoluo:A elaborao da
prestao de contas do candidato de sua exclusiva responsabilidade.
Seguindo ainda a Resoluo tratava que: Compete ao comit financeiro
elaborar apenas a sua prestao de contas. No caso de falecimento
de candidato, compete ao administrador financeiro da campanha, se
designado, elaborar a prestao de contas.
As eleies de 2002 eram eleies presidenciais e governamentais, para
tanto as instancias partidrias envolvidas eram os Partidos Nacionais
e os Diretrios Estaduais e a contabilidade era mera expectadora do
processo de prestao de contas de candidato, cabendo apenas o registro
contbil aos Partidos Polticos, que j traziam a obrigatoriedade desde
a Lei 9.504/97.
Dois anos depois nos deparvamos com as Eleies de 2004, desta vez
no mbito municipal, Eleies para Prefeitos e Vereadores, em que os
organizadores passaria a ser os Diretrios Partidrios Municipais, mas

95
que contavam com a organizao das instancias superiores, sobretudo
para o controle da distribuio dos Recibos Eleitorais.
A Resoluo TSE 21.609/2004 era a Norma que se apresentavam ento
para regular as Prestaes de Contas, que vinham com uma serie de
novidades agregadas:Resoluo Conjunta n 416 do TSE com a RFB,
Carta Circular do Banco Central e outras regras agregadas, sejam do
ponto de vista contbil, fiscal e de movimentao financeira comearam
a compor o contexto da matria.
O Tribunal Superior Eleitoral continuo no processo de conscientizao
da sociedade e emitiu um novo manual, para atualizado: Manual
Aplicao, Arrecadao de Recursos e Prestao de Contas das Eleies
de 2004, adequado as novas sistemticas. Esta foi a primeira eleio
em que os Candidatos passaram a ter um CNPJ Cadastro Nacional da
Pessoa Jurdica, em que a inscrio era feita on line, atravs do envio
do banco de dados da Justia Eleitoral ao TSE, aps o Registro de
Candidatura.
Ora iniciava-se mais um processo em que as contas eram um dos
pontos mais importantes do sucesso do processo. As regras estavam cada
vem mais especificas, como os limites de gastos e a prpria adequao
do dos gastos de campanha ao plano de contas definido pela Justia
Eleitoral, como nicos gastos autorizados a serem realizados, alm das
regas para arrecadao, no somente os limites que os doadores podiam
realizar, mas tambm a restrio de algumas fontes, que se tornaram
vedadas de utilizao.
A Contabilidade das campanhas tomava corpo, mais ainda no se
poderia assim tratar, porque apesar dos relatrios terem em suas
essncias informaes e dados contbeis a sua forma no prevalecia
de uma contabilidade, por no ser uma matria elaborada pelas normas
brasileiras de contabilidade e atendidas aos princpios fundamentais de
contabilidade.
A discusso era inclusive dicotmica: Como considerar valida uma

96
prestao de contas que no elaborada e supervisionada por profissional
devidamente habilitado?
Vejamos o Candidato passava a ter obrigaes assessorias e fiscais em
decorrncia da personalizao de uma pessoa fsica equiparada a uma
pessoa jurdica, com objeto e propsitos especficos, inclusive sendo
obrigatrio a emisso do CNPJ antes da abertura de conta bancria e
aps solicitarem Justia Eleitoral os seus respectivos registros.
Alis, a inscrio no CNPJ destinava-se exclusivamente abertura de
conta bancria para movimentao de recursos financeiros de campanha
eleitoral. Detalhe, apenas as inscries solicitadas pela Justia Eleitoral
sero deferidas.
A resoluo era clara, tratava em todos os seus aspectos de movimentao
contbil, tanto para a arrecadao como para a realizao de gastos e
o formato da apresentao das contas.
Vejamos o que dizia mais uma vez sobre a responsabilidade das
prestaes de contas: Primeiro quem era obrigado a Prestar contas:
Devem prestar contas ao juiz eleitoral responsvel pelo registro
de candidaturas: candidatos; comits financeiros municipais de
partidos polticos
Obrigatoriedade em casos de renncia e indeferimento do registro - O candidato que renunciar candidatura ou dela desistir,
bem como aquele que tiver seu registro indeferido pela Justia
Eleitoral, tambm dever prestar contas referentes ao perodo em
que realizaram campanha.
Obrigatoriedade em casos de falecimento - Falecido o candidato, a obrigao de prestar contas referentes ao perodo em que
realizou campanha recair sobre seu administrador financeiro ou,
na sua ausncia, no que for possvel, sobre a respectiva direo
partidria.
Prestao de contas dos candidatos a vice-prefeito - A prestao

97
de contas dos candidatos a prefeito abranger as contas dos candidatos a vice.
Contudo, a Resoluo trazia o candidato o nico responsvel
pela veracidade das informaes financeiras e contbeis de sua
campanha, sendo a elaborao da prestao de contas de sua exclusiva
responsabilidade, devendo assinar a respectiva prestao de contas
sozinho ou, se for o caso, em conjunto com a pessoa que tenha designado
para essa tarefa.
E ao comit financeiro competia elaborar apenas a sua prestao de
contas. No caso de falecimento de candidato, compete ao administrador
financeiro da campanha, se designado, elaborar a prestao de contas.
Na sua ausncia, a responsabilidade, no que possvel, incumbe a direo
partidria respectiva.
Mais uma vez vem o nosso questionamento, como poderia as Contas
serem vlidas, quando o responsvel pelas informaes contbeis eram
atribudas a uma pessoa no habilitada?
Chegamos em 2006 e aqui, como todo processo evolutivo mais regras e
mais exigncias vieram a tona. Na verdade o Brasil comea a discutir a
necessidade da Reforma Eleitoral e, neste ano foi aprovado a primeira
minireforma eleitoral a Lei 10.300/2006 e, agora cidados que tivessem
enquadrados como responsveis com contas julgadas irregulares para
fins de inelegibilidade uma lista que contm os nomes de todas as
pessoas fsicas, no falecidas, cujas contas relativas ao exerccio
de cargos ou funes pblicas tenham sido julgadas irregulares pelo
Tribunal de Contas da Unio e o trnsito em julgado tenha ocorrido nos
ltimos cinco anos, contados retroativamente, da data da realizao das
eleies, nos termos do art. 1, inciso I, alnea g, da Lei Complementar
n 64, de 18 de maio de 1990, estariam impedidos de participar do
pleito.

98
Foi a primeira eleio em que a Ficha limpa comeou a ser efetivada e a Resoluo
que tratou a eleio exigiu ainda mais zelo, diligencia e mtodos para os registros
dos atos e fatos que movimentam a campanha eleitoral.
Surgiram novos critrios de aplicabilidade do gasto, inclusive com a possibilidade
de rateios de despesas entre candidatos e um aprimoramento das receitas e
despesas estimveis em dinheiro. Nestas eleies apesar de no houver ainda a
obrigatoriedade da contabilidade e do profissional da contabilidade, os candidatos
e partidos polticos no sobreviveram mais a execuo das prestaes de contas
sem a participao dos mesmos.
Depois foi uma crescente: As Eleies de 2008 e a Resoluo TSE 22.715/2008,
complementada pela 22.967 e 22.968, ambas de 2008, alm de Nova Instruo
normativa IN RFB n 838 e 872 e Carta Circular do banco Central n 3.320/2008.
Uma nova juno de valores e preceitos estavam postos.
Contudo, foram nas Eleicoes de 2010 que pela primeira vez houve o envolvimento prtico dos profissionais da contabilidade no processo, ainda que a Resolucao
do TSE N 23.217 de 2010 no tratasse da obrigatoriedade do profissional da
Contabilidade, depois foi uma sequencia logica de aplicabilidade e de interao
da tcnica contbil com os mecanismos da legislao eleitoral, o que trouxe nas
Eleicoes de 2012 a Resolucao TSE N 23.376/2012, abordando ainda mais
uma necessidade de entendimento dos conceitos contbeis, resultando assim, a
contemplao e o reconhecimento da Justia Eleitoral para com a necessidade
de adequar as prestaes de contas eleitorais s normas e princpios contbeis
adotados pelo Conselho Federal de Contabilidade, exigindo que nas Eleicoes de
2014, atravs da Resolucao TSE N 23.406/2014, a efetiva obrigatoriedade do
profissional de contabilidade na elaborao das referidas prestaes de contas
conforme segue:
DA OBRIGAO DE PRESTAR CONTAS
Art. 33. Devero prestar contas Justia Eleitoral:
I o candidato;
II os diretrios partidrios, nacional e estaduais, em conjunto

99
com seus respectivos comits financeiros, se constitudos.
1 O candidato far, diretamente ou por intermdio de pessoa
por ele designada, a administrao financeira de sua campanha
(Lei n 9.504/97, art. 20).
2 O candidato solidariamente responsvel com a pessoa indicada no pargrafo anterior pela veracidade das informaes financeiras e contbeis de sua campanha (Lei n 9.504/97, art. 21).
3 O candidato elaborar a prestao de contas, que ser encaminhada ao respectivo Tribunal Eleitoral, diretamente por ele
ou por intermdio do partido poltico ou do comit financeiro, no
prazo estabelecido no art. 38 desta resoluo, abrangendo, se for
o caso, o vice e os suplentes, em conformidade com os respectivos
perodos de composio da chapa.
4 O candidato e o profissional de contabilidade responsvel
devero assinar a prestao de contas, sendo obrigatria a constituio de advogado.
Por fim, chegamos nas Eleies de 2016 e o reconhecimento pelo
papel da contabilidade e do profissional da contabilidade consagrando
adevida contabilidade eleitoral, como segue expresso na Resoluo TSE
23463/2016:
DA OBRIGAO DE PRESTAR CONTAS
Art. 41. Devem prestar contas Justia Eleitoral: I - o candidato;
II - os rgos partidrios, ainda que constitudos sob forma provisria: a) nacionais; b) estaduais; c) distritais; e d) municipais.
1 O candidato far, diretamente ou por intermdio de pessoa
por ele designada, a administrao financeira de sua campanha
usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos
cota do Fundo Partidrio, recursos prprios, contribuies de filiados e doaes de pessoas fsicas (Lei n 9.504/1997, art. 20).

100
2 O candidato solidariamente responsvel com a pessoa indicada no 1 pela veracidade das informaes financeiras e contbeis de sua campanha (Lei n 9.504/1997, art. 21).
3 O candidato elaborar a prestao de contas, que ser encaminhada ao Juiz Eleitoral, diretamente por ele ou por intermdio
do partido poltico, no prazo estabelecido no art. 45, abrangendo,
se for o caso, o vice-prefeito e todos aqueles que o tenham substitudo, em conformidade com os respectivos perodos de composio da chapa.
4 A arrecadao de recursos e a realizao de gastos eleitorais
devem ser acompanhadas por profissional habilitado em contabilidade desde o incio da campanha, o qual realiza os registros contbeis pertinentes e auxilia o candidato e o partido na elaborao
da prestao de contas, observando as normas estabelecidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade e as regras estabelecidas nesta
resoluo.
5 A prestao de contas deve ser assinada: Inst n 56278.2015.6.00.0000/DF 31
I - pelo candidato titular e vice, se houver;
II - pelo administrador financeiro, na hiptese de prestao de
contas de candidato, se constitudo;
III - pelo presidente e tesoureiro do partido poltico, na hiptese
de prestao de contas de partido poltico;
IV - pelo profissional habilitado em contabilidade
Temos, ns, profissionais da contabilidade uma grande misso, a de
contribuir com o controle social e as eleies limpas cada vez mais
transparentes. A histria mostra uma grande conquista.

101
3.2 O gasto eleitoral

Autoria deste Captulo do Contador Alexandre Di Pietra

No sentido de simplificar a compreenso das regras eleitorais


organizamos este captulo tendo como tema o gasto eleitoral.
Orientado pelo fato de que a norma eleitoral objetiva e sistemtica
quanto arrecadao das receitas eleitorais, contrapondo-se a um
conjunto disperso de normas relativas realizao despesa: o gasto
eleitoral.
Se classificarmos o gasto eleitoral como sendo o gnero, dele extrairemos
trs espcies, uma o gasto eleitoral do partidrio, outra o gasto eleitoral
da coligao e, por fim, gasto eleitoral do candidato.
Gnero
Espcie
Espcie
Espcie

Gasto Eleitoral
Gasto Eleitoral do Partido
Gasto Eleitoral da Coligao

Gasto Eleitoral do Candidato

Tambm prestaro contas os candidatos dissidentes, desistentes, o


falecido, entre outros .
A classificao a da Lei das Eleies, a Lei n 9.504 de 1997, que
determinar que os partidos polticos, as coligaes e os candidatos so
obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar em stio criado
pela Justia Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores
Podemos afirmar que a espcie Gasto Eleitoral do Candidato tem sido
a regra experimentada nos ltimos pleitos, em contrapartida o Gasto
Eleitoral do Partido a novidade da qual vamos nos ater neste trabalho,
a exceo regra.

102
3.2.1 Participao obrigatria dos partidos polticos

Diferente das eleies anteriores, nas Eleies Municipais de 2016


haver a participao obrigatria dos partidos polticos.
Em razo da tradio de se prestar contas apenas dos candidatos somado
ao intrincado processo de elaborao das normas eleitorais, no ficou
claro que as contas eleitorais dos partidos no se confundem com as
suas contas anuais, como bem definiu a resoluo vigente .
Art. 42. Sem prejuzo da prestao de contas anual prevista na
Lei n 9.096/1995, os rgos partidrios, em todas as suas esferas, devem prestar contas dos recursos arrecadados e aplicados
exclusivamente em campanha da seguinte forma [...]
A Lei n 13.165/2015 revogou a obrigatoriedade de entrega dos
balancetes mensais de junho a dezembro em ano de eleio.
A participao dos partidos ser obrigatria17 , mesmo no havendo
arrecadao ou gasto eleitoral realizado.
Ambos, partido e candidato, participam da campanha de forma
concomitante, mas no independente, durante todo o perodo de
campanha e Sero contabilizadas nos limites de gastos de cada

campanha as despesas efetuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos


partidos que puderem ser individualizadas18.

Todo o afirmado culmina com o fato de que a Resoluo 23.463/2015


disciplina a arrecadao e os gastos de recursos por partidos polticos e
candidatos em campanha eleitoral19 .
a potencial participao que gera o dever prestar contas e de
transparncia.
17 Resoluo n 23.464/15: Art. 41. Devem prestar contas Justia Eleitoral: I - o candidato; II - os rgos partidrios, ainda
que constitudos sob forma provisria:
18 Art. 18-A, da Lei 9.504/97, inserido pela Lei n 13.165/2015 (minirreforma);
19 Art. 1, da Resoluo n 23.463/2015,TSE.

103
3.2.1.1 Diretrio de campanha

Tradicionalmente o diretrio de campanha organizado pelo candidato


eleio majoritria (prefeito),
No municpio o partido representado pelos seus diretrios (escritrio),
nem sempre o diretrio possui a estrutura para realizar as eleies.
Ateno: No confundir a atuao do partido nos gastos de campanha,
diretrio municipal com a atuao financeira da candidatura majoritria
diretrio de campanha. Essa distino era feita com pelos comits
financeiros.

3.2.1.2 Comits Financeiros

A minirreforma ps fim aos comits financeiros, que eram facultativos


e, representavam a participao do partido. Nesta eleio a participao
do partido ser direta.
A resoluo disciplinou o gasto de campanha realizado pelo candidato
e pelo partido poltico, ambos ao mesmo tempo, em clara substituio
figura dos comits financeiros.
possvel imaginarmos uma correspondncia lgica entre os antigos
comits financeiros e a participao direta dos partidos, estando
estes coligados ou no.
Dica: Note que isso impactar o planejamento financeiro da campanha.
Podendo o partido centralizar as aes de arrecadao e o gasto eleitoral
como estratgia vivel.

3.2.1.3 Coligaes

Em especial, as coligaes representam a formao de uma entidade


poltico-partidria para fins de cumprimento da lei das eleies no

104
tocante proporcionalidade da participao dos partidos polticos na
disputa eleitoral juridicamente constitudo partir da conveno, tendo
seu nascimento e registro veiculado em ata.
Os partidos polticos, as coligaes e os candidatos so obrigados,
durante as campanhas eleitorais 20,
Para que fique bem claro h regras financeiras para a participao
na campanha eleitoral (realizao da receita e da despesa) bem como
para a prestao de contas eleitorais, para os seguintes patrimnios
eleitorais:
os candidatos;
os partidos; e
as coligaes.
At a data de edio deste trabalho no havia notcia de publicao de
norma regulamentadora direcionada s coligaes.
Conclui-se que as regras presentes na formao das coligaes estaro
presentes tanto no compartilhamento de recursos de uso comum, quanto
no rateio da individualizao do gasto eleitoral.

3.3 Gesto financeira da campanha - o patrimnio eleitoral

Autoria deste Captulo do Contador Alexandre Di Pietra

3.3 1 Abuso de poder economico

A fixao do limite total do gasto eleitoral impe aos gestores de


campanha a necessidade de um cuidadoso acompanhamento dos gastos.
Uma das novidades normativas impactantes a que pretende reprimir
exemplarmente a conduta do abuso do poder econmico21 , gastar
20 Art. 43, da Resoluo 23.463/15, do TSE
21 Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretar o pagamento de
multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuzo da
apurao da ocorrncia de abuso do poder econmico.

105
recursos alm dos limites estabelecidos sujeita os responsveis ao
pagamento de multa no valor equivalente a cem por cento da quantia
que exceder o limite estabelecido .
Em razo disso, a gesto financeira da campanha passa a ser a principal
demanda pela informao contbil, atuar no controle do limite do gasto
eleitoral atribuio da contabilidade eleitoral.
Multa de 100% - multa no valor equivalente a 100% da quantia que
exceder o limite estabelecido22
Outra novidade normativa em destaque a transparncia que ser dada s
receitas, a novel legislao criou o mecanismo de publicizao, com uso da
internet, no prazo mximo de 3 dias (72 horas) para a publicao.
Essa medida, de prazo reduzido, impulsiona a adoo da ordem
cronolgica para o registro das doaes (receitas).
Caber ao gestor financeiro ou a quem ele delegar, a incumbncia de em
at 72 horas:
cuidar das contas diariamente verificando se houve deposito
para emisso do RECIBO;
aplicar crivo legal no ingresso dos recursos (classificao das
fontes)
verificar o controle de doaes estimveis em dinheiro.

3.3.2 Novos limites legais & controle dos gastos23

A justia Eleitoral criou uma srie de novos limites e sublimites.


Na prtica esses limites vo obrigar os gestores a um rigoroso
acompanhamento desde o incio da campanha e consequentemente a
necessidade do registro contbil.
E, todo cuidado se justifica pela possibilidade da realizao de
diligncias24 a qualquer tempo desde o incio da campanha eleitoral,
22 Art. 5, da Res. 23.463/15 do TSE.
23 Art. 26, LE
24 Art. 40, Caput, da Resoluo n 23.463/15: O Juiz Eleitoral ou os Tribunais Eleitorais podem, a qualquer tempo,
mediante provocao ou de ofcio, determinar a realizao de diligncias para verificao da regularidade e efetiva

106
com amplos poderes para a produo de provas.
No s na prestao de contas, mas durante toda a campanha os
profissionais envolvidos devero adotar e manter controles especficos.

3.3.3 Controles

Na viso prtica que se adotou e no sentido de simplificar a atuao


dos profissionais envolvidos tanto da realizao do gasto, como do
registro contbil, observamos uma srie de controles a serem adotados
e mantidos. Assim, devero ser objeto de controle:
1. Origem das receitas (ordem cronolgica);
2. Fontes das receitas (ordem cronolgica);
3. O disponvel para o gasto eleitoral;
4. Gasto Estimvel (doaes estimveis em dinheiro - ordem cronolgica);
5. Limite Total do TSE;
6. Sublimite Veculos 20% (Base de calculo o total de gasto
contratado25) ;
7. Sublimite Alimentao 10% (Base de calculo o total de
gasto contratado26) ;
8. Sublimite Pessoal (1% do eleitorado + o limite financeiro)
9. Sublimite Pequenas despesas (Ativo. Outros Crditos. Adiantamentos)
10. Sublimite Conta Batom 5% a 15% (no caso dos partidos)

3.3.4 O Patrimnio Eleitoral

Observamos a formao do Patrimnio Eleitoral, como sendo o conjunto


realizao dos gastos informados pelos partidos polticos ou candidatos.
25 Art. 38, II, idem. aluguel de veculos Lei n 9.504/1997, art. 26, pargrafo nico.
26 Art. 38, I, idem. alimentao Lei n 9.504/1997, art. 26, pargrafo nico.

107
de bens, direitos e obrigaes eleitorais, sob a responsabilidade de
um gestor o candidato. Toda variao patrimonial que modifica o
resultado eleitoral objeto do registro contbil.
O patrimnio eleitoral dissociado do patrimnio dos partidos, bem
como do patrimnio dos candidatos em suas atividades da vida civil.
3.3.5 O Gasto Eleitoral
Gasto eleitoral toda despesa que contribui para o objetivo eleitoral
em uma campanha. Em outras palavras a aplicao dos recursos
eleitorais arrecadados. A nomenclatura gasto de campanha tambm
foi utilizada pela justia eleitoral para designar o mesmo objeto.

3.3.6 A Realizao do Gasto Eleitoral

H um fator cultural que necessita ser superado. Tradicionalmente a


gesto de campanhas eleitorais esteve dissociada da melhor tcnica
contbil e o resultado disso foi o estabelecimento tcito do regime de
caixa.
O regime de caixa tcnica limitada para a observao do patrimnio
eleitoral, bem como a demonstrao das responsabilidades inerentes a
esse patrimnio.
Com a participao obrigatria do contabilista no processo eleitoral,
desde o incio da campanha27 , a gesto financeira da campanha se
beneficiar da melhor tcnica para o registro do patrimnio eleitoral e
sua documentao.
A atuao do profissional contbil contribuir tambm de forma a
atender aos anseios da sociedade, que clama por maior transparncia.
27 Art. 41, 1, 4 e 6, da Resoluo 23.463/15, do TSE.

108
3.3.7 Obrigao Eleitoral

Do ponto de vista patrimonial, o gestor inicia seu mandato, assumindo


obrigaes eleitorais aps ter sido confirmada a candidatura nas
convenes partidrias, sendo a ata da conveno o documento idneo
para marcar a data de incio para o gasto eleitoral.
A partir dessa data em que se presumem realizadas todas as convenes,
a Justia Eleitoral autoriza o gasto eleitoral relativo preparao da
campanha, seja fsica ou na internet, com os comits de campanha de
candidatos.
Importante lembrar que nessa fase inicial vedada qualquer
movimentao financeira. Ou seja, qualquer atividade de pagamento.
As condies objetivas da obrigao eleitoral na fase preparatria so:
Formalizao, registro documental levado a termo, que o
contrato.
Constituio, registro do passivo eleitoral com a movimentao
da conta fornecedores;
No-pagamento, a realizao do pagamento vedada, somente
aps a superao das pr-condies: Registro, CNPJ, Conta Bancria, Recibo Eleitoral (SPCE).
O gasto eleitoral um mecanismo de assuno e extino da obrigao
eleitoral, transitando obrigatoriamente pela conta patrimonial passiva
denominada FORNECEDORES.
Nas eleies municipais de 2016 a data limite das convenes ser 5-82016.
So gastos eleitorais, sujeitos ao registro e aos limites fixados nesta
resoluo28 :
28 Art. 29. Res. 23.463/15 c/c art. 26, Lei n 9.504/1997.

109
I - confeco de material impresso de qualquer natureza, observado o tamanho fixado no 2 do art. 37 e nos 3 e 4 do art. 38
da Lei n 9.504/1997;
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer
meio de divulgao;
III - aluguel de locais para a promoo de atos de campanha eleitoral;
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de
pessoal a servio das candidaturas;
V - correspondncias e despesas postais;
VI - despesas de instalao, organizao e funcionamento de comits de campanha e servios necessrios s eleies;
VII - remunerao ou gratificao de qualquer espcie paga a
quem preste servio a candidatos e a partidos polticos;
VIII - montagem e operao de carros de som, de propaganda e
de assemelhados;
IX - realizao de comcios ou eventos destinados promoo de
candidatura;
X - produo de programas de rdio, televiso ou vdeo, inclusive
os destinados propaganda gratuita;
XI - realizao de pesquisas ou testes pr-eleitorais;
XII - custos com a criao e incluso de pginas na Internet;
XIII - multas aplicadas, at as eleies, aos candidatos e partidos
polticos por infrao do disposto na legislao eleitoral;
XIV - doaes para outros partidos polticos ou outros candidatos;
XV - produo de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.

3.3.8 Gasto Eleitoral Incorrido

Na prtica o registro contbil ocorrer por ocasio das contrataes,

110
quando a obrigao de pagar for assumida, aplicando-se claramente
o princpio da competncia, e, ser registrado no momento em que a
informao operacional estiver disponvel, aplicando-se o princpio da
oportunidade.
Nas eleies municipais de 2016 a norma eleitoral autoriza o incio das
contrataes a partir da certeza da participao na campanha, o que
ocorre com a conveno partidria, essa data ser 5-8-2016.
O gasto eleitoral incorrido deve atender ao princpio contbil da
competncia, que aplicado em contraponto ao regime de caixa. No
regime de caixa a informao registrada somente no momento da
efetiva movimentao de recursos, com o pagamento, no alcanando as
operaes relativas ao gasto estimvel (doaes estimveis em dinheiro,
conforme veremos).

O fato contbil alm de ser levado a registrado no momento em
que ocorrer e respeitar o princpio da oportunidade, este reafirma que
as informaes devem ser integras e tempestivas para o registro.
Na prtica o registro contbil ocorrer no momento da contratao,
quando a obrigao de pagar assumida, tornando-a disponvel para o
registro.

3.3.9 Gasto Eleitoral Realizado (Pagamentos)


3.3.9.1 O Tesoureiro

As funes de tesouraria so rigorosamente tuteladas pela norma


eleitoral, inclusive a desobedincia das regras de realizao do gasto
condio objetiva para a desaprovao das contas.
Realizadas as convenes, pode o candidato poder delegar
responsabilidade a um gestor financeiro por procurao e este,
pode acumular as funes de tesouraria. O tesoureiro do ser indicado

111
obrigatoriamente quando da abertura da conta bancria, sendo
identificando formalmente29 .

3.3.9.2 Perodo de Pagamento

Os partidos e candidatos somente podem realizar gastos eleitorais


fazer pagamentos - no perodo que:
Comea com a superao dos procedimentos preliminares e
Termina no dia da eleio.

3.3.9.3 Contas Especficas

Para a realizao do gasto eleitoral obrigatria para os partidos polticos e os


candidatos a abertura de conta bancria especfica, na Caixa Econmica Federal,
no Banco do Brasil ou em outra instituio financeira com carteira comercial
reconhecida pelo Banco Central do Brasil30.
Essas contas especficas foram criadas pela lei eleitoral, para a segregao de
valores especficos destinados a registrar a movimentao financeira de campanha31.
A nica32 exceo que dispensa a obrigatoriedade de abertura de conta bancria
eleitoral aplica s candidaturas em municpios onde no haja agncia bancria ou
posto de atendimento bancrio (Lei n 9.504/1997, art. 22, 2)33.

3.3.9.4 Fundo Partidrio

Os partidos polticos podem aplicar nas campanhas eleitorais os


recursos do Fundo Partidrio, inclusive aqueles recebidos em exerccios
anteriores34.
29 Art. 9 [...] 2 Os representantes, mandatrios ou prepostos autorizados a movimentar a conta devem ser
identificados e qualificados conforme regulamentao especfica do Banco Central do Brasil.
30 Art. 7, Resoluo 23.463/15, do TSE.
31 Art. 3, III, Res. 23.463/15, do TSE.
32 No h mais exceo para municpios com menos de 20 mil eleitores
33 Art. 7 4 Res. 23.463/15, do TSE.
34 Art. 17, Resoluo 23.463/15, do TSE.

112
Se houver movimentao de recursos do fundo partidrio, candidatos e
partidos esto proibidos de fazer a transferncia desses recursos para a
conta bancria especfica35. A regra a segregao desses valores tanto
no partido quando na campanha.

3.3.9.5 Conta das Campanhas Femininas (Conta Batom)

Haver ainda uma conta bancria especfica para a movimentao


exclusiva e segregada dos recursos destinados as campanhas femininas.
Esta conta operada nos mesmos moldes do Fundo Partidrio36.
Os partidos polticos faro a aplicao dos recursos provenientes do
Fundo Partidrio, nas campanhas eleitorais mediante transferncia dos
recursos para a conta bancria de campanha de candidata aberta na
forma do art. 8 da resoluo 23.463/1537.

3.3.9.6 Gasto na Pr-Campanha

Para a realizao do gasto pr-eleitoral o tesoureiro do partido se utiliza


da conta bancria especfica definida nos moldes do pargrafo nico do
art. 3 da resoluo Res. 23.463/15, a seguir transcrito:
Na hiptese de partido poltico, a conta bancria a que se refere o
inciso III aquela prevista na resoluo que trata das prestaes
de contas anuais dos partidos polticos e se destina movimentao de recursos referentes s Doaes para Campanha, a qual
deve estar aberta em perodo anterior ao do incio da arrecadao
de quaisquer recursos para as campanhas eleitorais. (Res. 23.463
Art. 3, Pargrafo nico)
35 Art.8, nico, Resoluo, 23.463/15, do TSE.
36 Art. 44, 5-A da Lei n 9.096/1995 e o art. 9 da Lei n 13.165/2015
37 Art. 17, 1, II, da Resoluo 23.463/15 do TSE.

113
A nova sistemtica modificou profundamente o processo eleitoral de
forma que a sociedade ainda no absorveu o impacto dessas mudanas,
em destaque est a gesto financeira das campanhas com a participao
obrigatria dos partidos.
Dentre as imposies aos partidos temos a necessidade de execuo
obrigatria de despesas pr-eleitorais, para tanto, autorizada a
arrecadao na conta bancria especfica desde 1 de janeiro do ano
eleitoral, definiu ainda a norma das eleies:
A conta bancria deve ser aberta pelos partidos polticos, at 15 de
agosto de 2016, caso ainda no tenha sido aberta a conta de que trata o
inciso III do art. 3 desta resoluo (transcrito anteriormente)38.
O gasto eleitoral realizado em contas especficas e obrigatrias!
As contas bancrias devem ser abertas mediante a apresentao39:
I - pelos candidatos:
II - pelos partidos polticos:
a) RAC - Requerimento de Abertura
de Conta Bancria, disponvel na
pgina dos Tribunais Eleitorais na
Internet;
b) comprovante de inscrio no
CNPJ para as eleies, disponvel
na pgina da Secretaria da Receita
Federal do Brasil na Internet (www.
receita.fazenda.gov.br); e
c) sem correspondente.
d) nome dos responsveis pela movimentao da conta bancria com
endereo atualizado.
38 Art. 7, 1, b), da Resoluo 23.463/15.
39 Art. 9, Resoluo 23.463/15, do TSE.

a) RAC - Requerimento de Abertura de


Conta Bancria, disponvel na pgina do
Tribunal Superior Eleitoral na Internet;
b) comprovante da inscrio no CNPJ,
disponvel na pgina da Secretaria da
Receita Federal do Brasil na Internet
(www.receita.fazenda.gov.br);
c) certido de composio partidria,
disponvel na pgina do Tribunal Superior
Eleitoral na Internet (www.tse.jus.br); e
d) nome dos responsveis pela movimentao da conta bancria com endereo
atualizado.

114
Podemos concluir que o quadro abaixo representa as contas bancrias
necessrias participao de Partidos e Candidatos nas eleies
municipais de 2016.
Partidos
Candidatos
Outros Recursos
Doaes para Campanha
Fundo Partidrio
Conta das Candidatas

-xDoaes para Campanha


Fundo Partidrio
-x-

3.3.9.7 Movimentao. Meios de Pagamento e Recebimento

H condies pr-estabelecidas para o uso das contas bancrias, que


podem ser chamadas de providncias preliminares40 , e esto descritas
em captulo especfico.
Providncias preliminares determinam a superao das pr-condies,
quais sejam:
Registro da candidatura;
Obteno do CNPJ (10 dias);
Abertura da Conta Bancria (3 dias);
Instalao do sistema (SPCE) para emisso do Recibo Eleitoral.
Superados esses quesitos candidatos e partidos podero arrecadar
recursos para o gasto eleitoral de forma regular.
Sob a tica do Patrimnio Eleitoral. Tais operaes no se sujeitam ao
limite de doao.
Uma vez tendo o recurso ingressado na forma da lei, este poder
TRANSITAR entre contas de mesma natureza e titularidade, sem
onerar o limite total. - Onerando o limite de gasto somente na sada
40 Providencias Preliminares, Professora Rita Gonalves, in Prestao de Contas de Campanhas Eleitorais Eleies
Municipais 2016: So Paulo. Fevereiro, 2016.

115
para pagamento, que se constitui perda patrimonial.
Candidato desistente pode doar o saldo da conta de campanha, para
qualquer outro candidato ou partido at o seu limite total de gastos.

3.3.9.8 Recebimento

H regras legais para a entrada de recursos nessas contas evidente


que o rigor da lei est no ingresso dos recursos para a formao do
patrimnio eleitoral ou patrimnio de campanha.
As doaes financeiras (arrecadao de receitas) de valor igual ou
superior a R$ 1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos)
s podero ser realizadas mediante transferncia eletrnica entre as
contas bancrias do doador e do beneficirio da doao41, proibido o
fracionamento.
Ateno: Se da prtica de movimentao de recursos estranhos ao registro
contbil e financeiro, for comprovado o abuso de poder econmico, a
norma eleitoral determina o cancelamento do registro do candidato ou
cassao do diploma. (art.13, caput e 1, da Res. n 23.463/15).
A mesma regra (controle no ingresso) vele para o ingresso de
RECURSOS DE ANOS ANTERIORES em poder dos partidos. Nesse
caso, h a obrigao de que os recursos tenham sido contabilizados e
demonstrados em BALANO de forma segregada.
Recursos Anteriores: Uma vez que o recurso superou as condies de
ingresso no patrimnio eleitoral ele poder transitar entre as contas
especificas desde que identificado quanto origem.

3.3.9.9. Meios de Pagamento


41 Art. 18, 1, da Res. 23.463/15.

116
Os gastos eleitorais de natureza financeira s podem ser efetuados por
meio de: a) cheque nominal, ou: b) transferncia bancria que identifique
o CPF ou CNPJ do beneficirio42.
Cheque Nominal (Cpia do cheque)
Transferncia Bancria, que identifique o destinatrio CPF do
beneficirio;
Despesa direta (pequeno valor) at R$ 300,00, em espcie.

3.3.10 GASTO DIRETO (pequenas despesas)

O gasto eleitoral direto realizado segundo o regime de caixa, e pode dispensar


o registro no passivo em razo da certeza de sua ocorrncia, em vista do
documento apresentado.
O exemplo clssico o cafezinho em que o cupom fiscal do caixa extrado da
relao contratual fugaz que se instala, mas que no permite pendencias futuras.
A tradio do bem cafezinho se esgota com o fornecimento e pagamento, no
havendo possibilidade de inadimplemento contratual de nenhuma das partes.
Por outro lado, o gasto direto objeto de controle ativo, na conta OUTROS
CRDITOS ADIANTAMENTOS, constituindo fato permutativo do ativo
quando da entrega do recurso e baixado pelo saldo do controle paralelo, quando
da rotatividade ou prestao de contas.
Assim, a lei eleitoral autoriza que pequenas despesas sejam objeto de contrataes
diretas realizadas com recursos sacados da conta bancria.
Logo o pagamento ocorrer em espcie dinheiro, sendo limitado o valor
individual de cada gasto em at R$ 300,00 (trezentos reais) documentandose na data de sua ocorrncia observada no documento fiscal (cupons, NF-e,
recibos) sendo objeto de controle especfico43.
42 Art.32, Res. 23.463/15.
43 Art. 35, Res. 23.463/15.

117
Gasto Direto (Pequenas Despesas)
Limite individual de cada gasto at R$ 300,00, por tipo/objeto de
despesa.

3.3.10.1 Fundo de caixa com recursos da conta de campanha

O conjunto de gastos diretos foi limitado a % do gasto eleitoral total,


veja que a base de clculo dinmica e aumenta proporcionalmente ao
volume de gastos de campanha.
Outro limite existe para o gasto direto, a norma eleitoral restringiu
em R$ 5,000,00 (cinco mil reais) para o partido, sendo autorizada
sua recomposio mensal, ou seja, rotativo o limite. Porm, para o
Candidato o Limite de R$ 2.000,00 (dois mil reais) no rotativo. A
rotatividade a autorizao para a recomposio do limite at o teto
de 2% da despesa total verificada at o momento e que se recompe o
fundo.
Limites do gasto direto
Partido R$ 5,000,00 rotativo, mensal.
Candidato 2.000,00 no rotativo, nico.

3.3.11 Gasto obrigatrio

As contrataes de servios de consultoria jurdica e de contabilidade


prestados em favor das campanhas eleitorais devero ser pagas
com recursos provenientes da conta de campanha e constituem
gastos eleitorais que devem ser declarados de acordo com os valores
efetivamente pagos44.
Se tem sede, tem: agua, luz, telefone, no fazem parta da locao, so obrigatrios.
44 Art. 29, 1, Redao dada pela Resoluo n 23.470/2016.

118
Uso comum - gasto dever ser registrado na prestao de contas
do responsvel pelo pagamento da despesa
Multa na campanha despesa obrigatria do candidato
MULTAS
Multa na campanha gasto eleitoral obrigatrio do candidato e,
Comprometem o limite (teto);
Proibido uso de recursos do fundo partidrio.
Multa antes da campanha despesa pessoal, no gasto eleitoral.

3.3.12 Gasto eleitoral - contratao direta ou terceirizada de


pessoal

A contratao de pessoal para prestao de servios nas campanhas


eleitorais no gera vnculo empregatcio com o candidato ou partido
contratantes, aplicando-se pessoa fsica contratada o disposto na
alnea h do inciso V do art. 12 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991
(Lei n 9.504/1997, art. 100)45
O gastos eleitorais para contratao direta ou terceirizada de pessoal
para prestao de servios referentes a atividades de militncia e
mobilizao de rua nas campanhas eleitorais majoritrias observar
os critrios para aferio do limite de nmero de contrataes (Lei n
9.504/1997, art. 100-A)46:
At 30 mil eleitores, no exceder a um por cento do eleitorado47
Acima de 30 mil, acrescido de um para cada mil eleitores.
O limite de contrataes para as candidaturas ao cargo de vereador
45 Art. 37. da Res. 23.463/15
46 Art. 36, da Res. 23.463/15.
47 Art. 36, 4 da Res. 23.463/15. O Tribunal Superior Eleitoral, aps o fechamento do cadastro eleitoral, divulgar, na
pgina do Tribunal Superior Eleitoral na Internet os limites quantitativos de que trata este artigo por candidatura em
cada municpio.

119
corresponde a cinquenta por cento dos limites calculados48 para
a majoritria, at o mximo de 28 % do limite estabelecido para o
municpio com o maior nmero de eleitores no estado calculado49.

3.3.12.1 Limite do Partido

A contratao de pessoal por partidos polticos no nvel municipal


vinculada aos limites impostos aos seus candidatos50

3.3.12.2 Penas

O descumprimento dos limites previstos no art. 100-A da Lei n


9.504/1997, reproduzidos neste artigo, sujeita o candidato s penas
previstas no art. 299 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Lei n
9.504/1997, art.100-A, 5).
So excludos51 dos limites na forma da Lei n 9.504/1997, art.100-A,
6.
Militncia no remunerada;
Pessoal contratado para apoio administrativo e operacional;
Fiscais e delegados credenciados para trabalhar nas eleies; e
Advogados dos candidatos ou dos partidos e das coligaes.

3.3.13 GASTOS ESTIMVEIS EM DINHEIRO

Os gastos estimveis em dinheiro na verdade so doaes estimveis


em dinheiro para a justia eleitoral, seriam as receitas estimveis em
dinheiro em lugar de despesas. Vamos ver como isso ocorre.
48 Desprezada a frao se inferior a meio e igualada a um se igual ou superior (Lei n 9.504/1997, art. 100-A, 2)
49 Art. 100-A, inciso VI, da Lei n 9.504/1997.
50 Art. 100-A, 3, parte final Lei n 9.504/1997.
51 Art 26. 8, Res. 23.463/15.

120
Os gastos estimveis representam em conjunto:
a) ingresso de ativos no patrimnio eleitoral;
b) sada ou perda patrimonial;
c) h um compensao em termos patrimoniais,
O gasto estimvel um benfico econmico auferido, deve ser
mensurado a valor de mercado e far parte da Demonstrao do
Resultado econmico (DRE).
Voc j deve ter visto ou j ouviu falar que nas campanhas h candidatos
que se orgulham em dizer que no gastaram dinheiro. Certo? E, portanto,
nada tem a declarar para a justia eleitoral? Errado!
Observe como fizeram suas campanhas. bem provvel voc descobrir
que o candidato em questo popular e pessoas o ajudaram. Nesses
casos ocorrem as doaes ou despesas estimveis em dinheiro.
Nas campanhas polticas as pessoas tm o desejo de ajudar os candidatos.
Em sinal de solidariedade cada um faz o que pode, ou d o que tem.
Um doa a msica, outro empresta o carro, outro empresta o som,
outro escreve o texto. Um convida para o almoo e outro para o jantar.
Tudo isso, so as pequenas coisas ajudam o candidato a conquistar seu
objetivo: o voto.
Esses benefcios ou vantagens entregues ao candidato ou colocados
sua disposio permitem que o candidato resolva algum problema sem
gastar dinheiro.
As ajudas so doaes e evitam que o candidato faa despesas para
resolver o mesmo problema.
Essas ajudas so doaes estimveis em dinheiro porque representam
benefcios econmicos devendo ser objeto do registro contbil. E, faro
parte da prestao de contas.
Ateno, as doaes estimveis so realizadas pelas pessoas fsicas,
mas podem ter origem no partido ou at vir de outros candidatos.

121
Abordaremos este aspecto no prximo item.
Ajudas so benefcios, diferentes de dinheiro, que no passam pela conta
bancria, mas que garantem uma real vantagem econmica na disputa eleitoral.
muito comum o candidato se esquecer das ajudas e omitir esse tipo
de informao. Se o candidato realizou despesas at o limite do gasto
eleitoral e no registrou as doaes estimveis, a justia eleitoral poder
identificar essa falta e imputar o valor na prestao de contas fazendo
com que o limite de gasto seja extrapolado.
Cuidado o gasto eleitoral estimvel em dinheiro, abaixo do valor de
mercado, ou omitido, ainda que por equivoco, pode ser a gota que faz
trasbordar o copo.
Verificamos a necessidade de adoo de um controle especfico: o
controle dos gastos estimveis.

3.3.14 Gastos individualizados (individualizao dos gastos)

Os gastos eleitorais podem ser contratados e realizados pelo partido


e sero objeto de rateio entre as candidaturas em razo do benefcio
auferido.
As despesas e custos assumidos pelo partido poltico em benefcio de
mais de uma candidatura devem ser registradas de acordo com o valor
individualizado52, apurado mediante o rateio entre todas as candidaturas
beneficiadas, na proporo do benefcio auferido53
O critrio legal o beneficio auferido, de forma que o registro do gasto
ser maior na candidatura mais beneficiada, proporcionalizando-se.
A ponderao e individualizao do gasto ser feita antes do registro
contbil.
52 Art. 17, 1, Resoluo n 23.463/15, III - pagamento dos custos e despesas diretamente relacionados s campanhas
eleitorais dos candidatos e dos partidos polticos, procedendo-se sua individualizao.
53 Art. 17, 3, Resoluo n 23.463/15.

122
O partido pode receber do candidato a retribuio referente aos gastos
globais/individualizados sem que essa retribuio seja considerada gasto
eleitoral e onere o limite do candidato. Tal retribuio uma sada de
recursos a titulo de devoluo ou pagamento ao partido pela vantagem
auferida.
Exemplo: Servio de fotgrafo R$ 900,00, rateio entre 9 candidatos.
Registra-se no partido a despesa de forma individualizada o valor de R$
100,00 em nome da cada candidato. O candidato transfere ao partido
o mesmo valor.
Rateio no diviso linear e sim uma mdia ponderada.

3.3.14.1 Exceo despesas compartilhadas

Pelo que foi exposto no item anterior gastos individualizados. o


rateio deve ser feito no ato do registo contbil, j individualizado.
Assim, podemos concluir pela dispensa de individualizao no caso de
uso comum, sendo que o registro ser feito nas contas do responsvel
pelo pagamento, pela sua totalidade.
As doaes estimveis em dinheiro entre candidatos e partidos
decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais de
propaganda eleitoral, cujo gasto dever ser registrado na prestao de
contas do responsvel pelo pagamento da despesa54.
Lembrando-se que a regra para as doaes estimveis a emisso do
recibo e o devido registro, onerando-se o limite total da candidatura.
Questo para anlise.... se onera o limite de 10%
Por regra o gasto eleitoral efetuado por candidato ao partido em
benefcio de outro candidato ou partido que so doaes estimveis.
Porm, temos duas excees: a cesso de bens mveis; o uso comum de
sedes e de materiais de propaganda eleitoral, conforme dispe o art. 6
54 Art. 6 3, inciso I, da Resoluo 23.463/15.

123
da Resoluo n 23.463/15, transcrito:
Art. 6 Dever ser emitido recibo eleitoral [...]
4 Para os fins do disposto no inciso II do 3, considera-se uso
comum:
I - de sede: o compartilhamento de idntico espao fsico para atividades de campanha eleitoral, compreendidas a doao estimvel
referente locao e manuteno do espao fsico, excetuada a
doao estimvel referente s despesas com pessoal, regulamentada no art. 37 desta norma;
II - de materiais de propaganda eleitoral: a produo conjunta de
materiais publicitrios impressos
Quadro das Excees:
a) Cesso de bens mveis
b) Uso comum
b1) de sedes
b2) de materiais de propaganda eleitoral

3.3.15 Gastos obrigatrios e exclusivos do partido poltico

A iniciativa das aes polticas de pr-campanha so exclusivas dos


partidos polticos e esto associadas ao registro da despesa nas contas
anuais partidrias.
Sendo assim, so autorizadas pela justia eleitoral, desde que as despesas
sejam pagas pelo partido poltico, a realizao de encontros, seminrios
ou congressos, conforme determina o inciso II, do artigo 36-A, trazido
pela reforma da lei das eleies Lei n 9.504/97, a seguir transcrito:
A realizao de encontros, seminrios ou congressos, em ambiente
fechado e a expensas dos partidos polticos, para tratar da organizao dos processos eleitorais, discusso de polticas pblicas,

124
planos de governo ou alianas partidrias visando s eleies, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicao intrapartidria; (Art. 36-A, inciso II, Redao dada pela
Lei n 12.891, de 2013)
Na mesma esteira, so autorizada as reunies, sempre na condio
de despesa partidria, pois so atos exclusivos dos partidos e tem por
finalidade, divulgar ideias, objetivos e propostas partidrias, conforme
determina o inciso VI, do artigo 36-A, da reforma da lei das eleies
Lei n 9.504/97.
Nessas condies est permitida a realizao de REUNIES, em
qualquer localidade de iniciativa:
a) da sociedade civil,
b) de veculo ou meio de comunicao, ou
c) do prprio partido,
Nas REUNIES permitido:
o pedido de apoio poltico;
divulgao da pr-candidatura;
divulgao aes polticas desenvolvidas, e;
divulgao das aes polticas que se pretende desenvolver.
Ainda, da mesma forma, se custeados pelo partido, os atos previstos
no Art. 36-A, III, a realizao de prvias partidrias: a) a respectiva
distribuio de material informativo; b) a divulgao dos nomes dos
filiados que participaro da disputa; bem como os atos previstos no inciso
III, terceira parte - a realizao de debates entre os pr-candidatos.
Encontros; Seminrios ou Congressos
Reunies Polticas

125
Prvias Partidrias e
Debates

3.3.16 No gasto eleitoral

No gasto eleitoral o valor transferido pelo candidato para a conta


bancria do seu partido at o limite dos gastos individualizados. como
se fosse um pagamento, retribuindo os benefcios proporcionalmente
auferidos.
Da mesma forma, no gasto eleitoral a sobra de campanhas, logo, no
entra no limite Excetuada a devoluo das sobras de campanhas55 .
Os honorrios referentes contratao de servios de advocacia e
de contabilidade relacionados defesa de interesses de candidato ou
de partido poltico em processo judicial no podero ser pagos com
recursos da campanha e no caracterizam gastos eleitorais, cabendo
o seu registro nas declaraes fiscais das pessoas envolvidas e, no caso
dos partidos polticos, na respectiva prestao de contas anual56.
Multa antes da campanha despesa pessoal, no gasto eleitoral.
Sobra financeira de campanha no gasto eleitoral.
Transferncia do candidato at o valor individualizado, no
gasto eleitoral.
Gasto do eleitor simpatizante, no gasto eleitoral.

3.3.16.1 Eleitor Simpatizante

O eleitor simpatizante um desconhecido que revelia do candidato


e da estrutura da campanha prefere impulsionar a candidatura fazendo
investimento financeiro isolado em beneficio do candidato.
55 Art. 4, 6, Res. 23.463/15.
56 Art. 29 1-A (Includo pela Resoluo n 23.470/2016)

126
Limite de valor at R$ 1.064,00;
No pode haver reembolso;
Vedao: Bens e Servios entregues ou prestados diretamente
ao candidato;
Documento fiscal sempre emitido em nome do dono da despesa.
O que no pode ocorrer a entrega direta, porque com a entrega
presume-se conhecimento, da doao.

3.3.16.2 Tranferncias

Temos ainda, alguns aspectos interessantes quanto s transferncias de


saldos.
As doaes de recursos captados para campanhas eleitorais realizada
entre partidos polticos, entre partido poltico e candidato e entre
candidatos, ou seja, todo patrimnio eleitoral, no esto sujeitas ao
limite57 previsto par a doao de pessoa fsica, exceto quando se tratar
de doao realizada por candidato, com recursos prprios, para outro
candidato ou partido.
Qualquer recurso ou saldo existente na conta bancria do candidato
poder ser transferido para o partido onerando o limite total de gasto
do candidato. No se confundindo com doao de recursos prprios,
limitada aos 10% dos rendimentos do ano anterior.
Os candidatos podero transferir ao partido o conjunto de valores
individualizados sem que isso onere o limite de gasto. Porque esses
gastos sero obrigatrios, ou seja, imputveis aos candidatos.
Quanto s transferncias:
Se houver individualizao de gastos, estimveis ou no, a
transferncia no onera limite do transferidor at o valor da indi57 Art. 23, 1, Resoluo 23.463/15.

127
vidualizao.
Se no houver gasto do partido, onerar o limite total de gastos.
o que dispe o 6 do art. 4 da Resoluo n 23.463/15, a seguir
transcrito:
Art. 4 [...] 6 Excetuada a devoluo das sobras de campanhas,
os valores transferidos pelo candidato para a conta bancria do seu
partido sero considerados, para a aferio do limite de gastos, no que
excederem as despesas realizadas pelo partido poltico em prol de sua
candidatura.
Estes aspectos que devem ser lembrados no planejamento financeiro das
campanhas.

3.3.17 Dvidas de campanha passivo a descoberto

Ocorrer o passivo descoberto se os partidos polticos e candidatos, no


arrecadarem recursos suficiente para cobrir as obrigaes, legalmente
formalizadas e documentadas, contradas at o dia da eleio58, estas
devero estar integralmente quitadas at o prazo de entrega da prestao
de contas Justia Eleitoral, sendo permitida a arrecadao de recursos
exclusivamente para a sua quitao.
PASSIVO A DESCOBERTO
ATIVO
PATRIMNIO
LQUIDO

PASSIVO

O ativo menor que o passivo exigvel;


Dvidas superam a soma dos elementos representativos de bens
58 Art.27, e , da Res. 23.463/15.

128
e direitos
A situao patrimonial liquida negativa.
Aps a data de apresentao da prestao de contas da campanha,
o passivo dos candidatos poder ser assumido pelo partido poltico59,
sujeitando-se deliberao do rgo nacional de direo partidria.
Tal sujeio no se aplica ao passivo verificado nas contas eleitorais do
partido.
Assumida a divida pelo partido local60, sero juntados os seguintes
documentos e informaes no ato da prestao de contas final:
a) acordo expressamente formalizado
a.onde deve constar a origem e o valor da obrigao assumida, e
b.os dados e a anuncia do credor;
b) o cronograma de pagamento e quitao at prestao de contas
da eleio subsequente para o mesmo cargo;
c) indicao da fonte dos recursos que sero utilizados para a
quitao do dbito assumido, observado os requisitos da Lei n
9.504/1997 quanto aos limites legais de doao e s fontes lcitas
de arrecadao e transitar necessariamente pela conta Doaes
para Campanha do partido poltico,
d) constar da prestao de contas anual do partido poltico at a
integral quitao dos dbitos, conforme o cronograma de pagamento e quitao apresentado por ocasio da assuno da dvida.
As dvidas dos rgos partidrios locais no esto sujeitas autorizao
da direo nacional mas seguem as demais exigncias61.
59 Lei n 9.504/1997, art. 29, 3; e Cdigo Civil, art. 299.
60 O orgo partidrio local responde solidariamente com o candidato por todas as dvidas, hiptese em que a
existncia do dbito no pode ser considerada como causa para a rejeio das contas do candidato (Lei n
9.504/1997, art. 29, 4).
61 Art. 27, 7, da Res. 23.463/15.

129
3.4 - Uma viso sistmica sobre os aspectos que envolvem a
prestao de contas eleitorais dos partidos polticos

Este captulo de autoria Tcnico em Contabilidade


ELSON AMORIM SIMES

Os votos so os meios; a diplomao o fim.


Nossa misso demonstrar a boa e regular aplicao de recursos na
campanha eleitoral para que o candidato seja diplomado.
Silenciosamente e despercebidamente profissionais da Contabilidade
diplomam candidatos.
A doutrina que surge para formatar as aes da participao do
profissional da Contabilidade, no mais de forma facultativa, mas
obrigatria desde o pleito eleitoral de 2014, teve (e tem) o Contador
Joaquim de Alencar Bezerra Filho, na silenciosa (e discreta) luta que
conquistou o reconhecimento de darmos qualificao s contas prestadas.

3.4.1 Falando de prestao de contas eleitorais

Prestao de contas a demonstrao da boa e regular aplicao dos


recursos. A partir de 2014, fada-se ao sucesso a luta de doze anos do
Conselho Federal de Contabilidade - CFC, incansavelmente capitaneada,
pelo jovem e disposto s idas e vindas Justia Eleitoral, reunies e
esperas por reunies com tcnicos e ministros, o Contador Piauiense,
Joaquim de Alencar Bezerra: a elaborao de contas eleitorais passa a
ser como deveria ter sido desde o inicio, prerrogativa exclusiva de um
Profissional da Contabilidade.
No seu voto o Ministro Dias Toffoli, relator do processo da histrica
Resoluo TSE 23.432/2014, disse:

Considerando o carter jurisdicional das prestaes de contas, foi

130
inserida a obrigao de constituio de advogado e, visando qualificao
das contas prestadas, de assinatura das contas por contador ( 4 do
art. 33).
A Justia Eleitoral adjetivada supimpamente pela Desembargadora
Sergipana, Dra. Suzana Maria Carvalho Oliveira, como a guardi da
maior expresso da vontade do povo a cada pleito converge-se para os
objetivos do CFC que o de trazer o processo de prestao de contas
razo das Cincias Contbeis, nica e capaz de demonstrar de forma
eficiente e eficaz a arrecadao e aplicao de recursos nas campanhas
eleitorais e seus reflexos sobre o Patrimnio e, sobre o custo atravs da
maior expresso da vontade do povo, do acesso ao poder.
Para o pleito de 2016, no que tange alcance s convergncias a
procedimentos contbeis, a extino do Comit Financeiro, transferido
para os rgos dos partidos polticos, entidades permanentes, constitudas
juridicamente e com obrigaes s normas contbeis, as atribuies
de arrecadar e aplicar recursos de campanha eleitoral; fornecer aos
candidatos orientao sobre os procedimentos de arrecadao e
aplicao de recursos; sobre as consequentes prestaes de contas de
campanhas eleitorais; encaminhar ao Juzo Eleitoral a prestao de
contas de candidatos ao executivo, abrangendo a de seus vices, dos
candidatos ao legislativo, abrangendo a de seus suplentes, caso eles no
o faam diretamente.
As eleies brasileiras que elegem pelo voto direto trs chefes de poderes
do executivo (prefeito, governador e presidente), um sistema cameral
municipal (vereadores) e estadual (deputados estaduais e distratais) e um
bicameral federal (deputados federais e senadores), tm como legislao
a Lei 9.096/1995 (Lei dos partidos polticos), a Lei 9.504/1997 (Lei
das eleies), a Lei Complementar m 64/1990 (Lei de inelegibilidade)
e a Lei 13.165/2015 (Minirreforma poltica).
A grandeza do nosso Estado Democrtico de Direito se completa com as
resolues do Tribunal Superior Eleitoral.

131
Poder Legislativo outorga ao Poder Judicirio, no caso ao Tribunal
Superior Eleitoral, a competncia de legislar sobre contas eleitorais,
demonstrando assim sua grandeza ao se isentar de legislar em causa
prpria.
A prestao de contas dos rgos dos partidos polticos ser prestada no
pleito de 2016, em observao estreita Resoluo TSE n 23.463/2015.

3.4.2 A prestao de contas eleitorais dos partidos polticos e


seus aspectos contbeis

Depois de muito matutar eu aprendi que os atos praticados durante um


pleito eleitoral pelos partidos polticos, que segundo a sua abrangncia
esto estruturados em rgos partidrios (os diretrios), nacionais;
estaduais; distritais; e municipais, alm de consequentes de prestao
de contas, so atos e fatos modificativos e permutativos do Patrimnio
de uma entidade jurdica de existncia permanente e muito pouco se
comenta disso, talvez at, pela presena do Comit Financeiro, uma
entidade transitria no processo eleitoral.
Isto mudou com a extino e h de se ter ateno aos rgos dos
partidos polticos como atores na cena de arrecadadores e aplicadores
de recursos.
O artigo 1 da Lei 9.096/1995 (Lei dos Partidos Polticos), diz que
o partido poltico, uma pessoa jurdica de direito privado, conceito
ratificado posteriormente no inciso V, artigo 44, da Lei 10.406/2002
(Cdigo Civil). Ao se compulsar mais adiante, se v (nos artigos 30 a
37) que a Lei dos Partidos Polticos dispe sobre a organizao, bem
como sobre funcionamento, regulamenta finanas e obrigatoriedade dos
registros contbeis das operaes realizadas por seus rgos nacionais,
regionais, distritais e municipais, de forma a permitir o conhecimento
da origem de suas receitas e a destinao de suas despesas.

132
A personalidade jurdica dos rgos partidrios, seu cdigo, a clara
condio de que eles continuaro existindo no futuro que advir aps
o pleito eleitoral, nos converge obrigatoriedade de que atos e fatos
correspondentes a um pleito eleitoral, consequentes da prestao
de contas, ao respeito s Normas Brasileiras de Contabilidade bem
aos Princpios Fundamentais da Contabilidade, principalmente, aos
Princpios da Entidade, da Continuidade, da Oportunidade; do Registro
pelo Valor original; o da Atualizao monetria; da Competncia; e da
Prudncia. A todos? Sim, a todos! Sem ordem de prioridade, todos com
a mesma importncia para a evidenciao contbil.
Os partidos polticos tm seus procedimentos contbeis esto regulados
pela Lei 9.096/1995 (Lei dos Partidos), pelas suas naturezas jurdicas
so classificados como entidades sem finalidade de lucros, e obedecem
as Normas Brasileiras de Contabilidade, seguindo ao que determina a
NBC 19, principalmente na segregao das contas patrimoniais e de
receitas e despesas, nas demonstraes contbeis.
Classificao dos atos e fatos contbeis para fins de registros est sob
a determinao da Portaria TSE n 28/2015, que regulamenta o plano
geral de contas aplicado aos partidos polticos.
Nessa condio, os rgos dos partidos polticos, mesmo que constitudos
provisoriamente, esto obrigados aos registros contbeis e elaborao
de demonstraes contbeis.

3.4.3 A finalidade da contabilidade nos objetivos da prestao


de contas eleitorais

A prestao de contas eleitoral tem claro objetivo: fornecer Justia


Eleitoral uma posio grfica para que ela exera fiscalizao da boa
e regular aplicao dos recursos e to somente pelo instrumento da
Contabilidade, a escriturao e dela, pela lavra das Demonstraes
Contbeis se tem uma viso verdadeira e apropriada (true and fair

133
view), informao neutra, isto , imparcial, sem a inteno de induzir
a tomada de deciso ou julgamento, visando atingir um resultado ou
desfecho predeterminado, com concluso confivel, alm de apresentar
resultados pautados na integridade e dentro dos limites de materialidade
e custo.
Diante disto quem h de negar que a prestao de contas eleitorais dos
rgos dos partidos polticos como parte das suas das Contabilidades.

3.4.4 Prestao de contas eleitorais em 2016

Os recursos arrecadados pelos rgos dos partidos polticos fora do


perodo eleitoral so regulados por cdigo especfico que trata das
prestaes de contas anuais dos partidos polticos.
A prestao de contas dos recursos de campanha do pleito eleitoral
de 2016 ser feita sob a estreita observao dos procedimentos da
Resoluo TSE 23.463/2015.
No momento que apresentar Justia Eleitoral nas eleies de 2016 sua
prestao de contas, rgos partidrios, estaro mostrando somente um
resultado de arrecadao e gastos de recursos da campanha eleitoral,
estando a sob ao que versa para os partidos polticos observar o disposto
na Resoluo TSE 23.463/2015.

3.4.4.1 - Conceituando

3.4.4.1.1 Recursos e gastos de campanha

As receitas so tratadas no processo da prestao de contas eleitoral,


como recurso.
As despesas, como gastos.
No pleito eleitoral utiliza-se recursos e realiza-se gastos para que

134
candidatos apresentem suas propostas e peam o voto popular para
alcanar seu objetivo de elegerem-se ao poder.

3.4.4.1.1.1 Recursos

Recurso nos procedimentos eleitorais tudo que o candidato arrecadar


para pedir voto, divulgar sua candidatura e fazer propaganda eleitoral.
Classificam-se em financeiros e estimveis em dinheiro
Recurso sob a viso das Cincias Contbil classificado como receita.

3.4.4.1.1.2 Financeiros

So aqueles arrecadados para pagamentos de despesas e que tem


origem atravs de doaes em dinheiro, em cheques, em transferncias
eletrnicas, etc.
A mensurao e registro se do de forma natural atravs dos processos
de aquisio de bens e servios utilizados comprovados por documentos
hbeis, norteando-se pelo principio do registro do valor nominal.
Os recursos financeiros equivalem na classificao contbil receitas de
campanha.

3.4.4.1.1.3 Estimveis em dinheiro

So aqueles que tm um valor, porm, so arrecadados atravs de


servios gratuitos e bens doados ou emprestados.
Os recursos estimveis em dinheiro so ao mesmo tempo receita e
despesa.
Os recursos estimveis em dinheiro na Contabilidade da entidade sero
classificados como as gratuidades obtidas.
A ttulo de ilustrao:
Configuram-se como recursos estimveis em dinheiro: Uso de veculos

135
do prprio candidato, de familiares e amigos em tempos de campanha,
seja como meio de transporte ou como veculo de propaganda, com ou
sem o nome partido ou candidato colado nele, utilizar um recurso de
campanha.
Propagandas impressas e gravao de rdio e tv, que o partido, recebeu
gratuitamente
Qualquer servio, como, por exemplo, a distribuio nas ruas de
propaganda, feita de graa, por simpatizantes amigos e familiares de
correligionrios recurso de campanha doado ao partido, excluindo-se
a atividade voluntria, pessoal e direta do eleitor em apoio ao partido de
sua preferncia porque no est sujeita ao limite de doao e ao registro
na prestao de contas.
Bens, mveis e imveis, de propriedade do doador, cedidos para a
campanha.
Ainda no campo ilustrativo:
A mensurao dos recursos estimveis levando-se em conta uma
realidade de mercado nasce pela estimativa de valores:
- se invs de prestados gratuitamente os servios fosse cobrados, quanto
seria pago por eles?
- quanto se pagaria aquisio ou pela utilizao do bem doado ou
emprestado?
Exemplificando praticamente: E se a pessoa que est trabalhando de
graa fosse trabalhar para outro partido ou para um candidato, cobrando
quanto ele iria cobrar para distribuir santinhos?
E se o veiculo cedido cheinho de propaganda para atender as necessidades
de campanha, fosse locado por outro partido ou para um candidato,
quanto se pagaria pela locao?
Quanto se pagaria de aluguel pelo local de escritrio ou comit de
campanha?
Para todas as doaes estimveis em dinheiro necessrio emitir um
termo de doao que ser assinado pelo doador.

136
Aqui toda se prtica o principio da prudncia.
Aqui se prtica a essncia do efeito sobre a forma, criando um documento
contbil hbil, para comprovao de uma registro contbil.

3.4.4.1.1.4 Conta bancria

Os recursos financeiros obrigatoriamente por determinao da


Legislao Eleitoral tm que transitar por contas bancrias.
Assim como se obriga nos registros contbeis na prestao de contas
bancrias segregam-se segundo a especificidade da origem do recurso.

3.4.4.1.1.5 Recibos eleitorais

Todo ingresso de recurso de campanha eleitoral seja financeiro, seja


estimvel em dinheiro dever ter emitido recibo eleitoral, guardadas as
devidas propores, o recibo eleitoral o documento fiscal dos rgos
dos partidos polticos, porm s existem durante o processo eleitoral.

3.4.4.1.1 Gastos de campanha

Para a Contabilidade da entidade os gastos representam as despesas.


Na prestao de contas so classificados segundo, na minha viso, as
necessidades de fiscalizao no pleito eleitoral,
Na contabilidade sero classificados segundo o plano de contas aplicado
aos partidos polticos, que passei a chamar PCAPP.

3.4.5 - Fechamento da prestao de contas eleitoral e seus


aspectos contbeis.

O fechamento da prestao de contas eleitorais se dar pelo confronto

137
dos recursos com os gastos:
Se recursos foram iguais aos gastos, verifica-se o equilbrio econmico da campanha;
Se recursos foram maiores que os gastos, apura-se que houve sobras de campanha:
Se recursos foram menores que os gastos, apura-se que houve dvidas de campanha.
No fechamento contbil as sobras de campanha o supervit.
No fechamento contbil as sobras de campanha o supervit.
Torna-se fato de que durante o pleito eleitoral faz-se necessrio que os
registros contbeis dos rgos dos partidos pblicos sejam praticados
sejam comparados permanentemente com o processo dos registros da
campanha eleitoral, ao seu final, confrontados.
No encerramento do prximo exerccio as demonstraes contbeis
que os rgos dos partidos polticos publicaro dentre elas, Balano
Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio, evidenciaro os
efeitos da movimentao financeira no pleito eleitoral sobre o Patrimnio
Social, e os Fundos obrigatrios, dentre eles o Partidrio e da Mulher.
Cabe o comento que por fora da Lei 13.165/2014, haver o lanamento
pela Justia Eleitoral do sistema informatizado de gesto contbil
especifico para rgos dos partidos polticos, que promover a verdadeira
organizao da estrutura contbil e patrimonial, desorganizado por
completo desde a descontinuao e uso do Sistema de Prestao de
Contas dos Partidos SPCP.

COMENTRIOS E ASPECTOS JURDICOS


SOBRE A PRESTAO DE CONTAS

139

PARTE 4
Autoria deste Captulo do Contador Alexandre Di Pietra

4 COMENTRIOS E ASPECTOS JURDICOS SOBRE A


PRESTAO DE CONTAS
4.1 - Procedimentos Administrativos Eleitorais

Os PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS ELEITORAIS, tema


complexo, porm de alta relevncia, o que procurei sinteticamente
expor, de maneira simplificada e linguagem de fcil entendimento, sem
muito citar legislaes e ou jurisprudncias de forma a facilitar seu
entendimento.
Os procedimentos administrativos fazem parte do dia a dia dos dirigentes
partidrios, pr-candidatos, profissionais da rea contbil, advogados
e todos os que de forma direta iro participar do pleito eleitoral de
2016, sempre observando os prazos que nos aborrecem e tiram o sono.
Ressaltando que os mesmo no param e a perca dos mesmos um
verdadeiro suicdio.

4.1.1 - O que providenciar com antecedncia s Convenes?


Livro de Atas para registro de Convenes, com suas folhas rublicadas pelo Juiz Eleitoral. (Artigo 8, da Lei 9.504/97); (Sugiro a
montagem de um livro ata no Word, formato A-4, numerado de 1
a 50, com Termo de Abertura e Encerramento, com todas as suas
folhas rubricadas pelo Juiz Eleitoral, para assim facilitar a lavratura e impresso da Ata de Conveno e seu envio ao Cartrio

140
Eleitoral). Modelo nos anexos.
Afixao do Edital de Convocao dos Convencionais, dentro do
prazo previsto pelo Estatuto partidrio;
Observao: Se forem usar prdios publicos para realizao das convenes, se atentarem para que o responsvel pelo rgo seja comunicado com antecedncia.
Importante: Quando se tratar de coligaes e os partidos que forem se
coligar j estiverem certos e acertados entre s, podero realizar suas
convenes no mesmo horrio e local.

4.1.2. - O Que Providenciar na Pr-Campanha?

Nos dias que antecedem as Convenes, o que pode ser adiantados em


relao aos pr candidatos?
As certides criminais exigidas pela Legislao Eleitoral, ou seja:
a) Certido criminal da Justia Federal de 1 e 2 graus;
b) Certido criminal da Justia Estadual de 1 grau (domiclio do
candidato);
c) Certido criminal da Justia Estadual de 2 grau do (domiclio
eleitoral do candidato);
Ateno: Certido de foro por prerrogativa (para os que esto exercendo mandato eletivo ou j exerceram):
a) Prefeito e ex-prefeito - devem requerer diretamente no Tribunal de Justia do seu estado e na Cmara Municipal do seu
municpio;
b) Senador e Deputado Federal - STF (Supremo Tribunal Federal);
c) Vice-Governador TJ (Tribunal de Justia);

141
d) Deputado Estadual, Juiz de Direito e Membro do Ministrio
Pblico Estadual TJ (Tribunal de Justia);
e) Governador STJ (Superior Tribunal de Justia e Assemblia
Legislativa).
f) Importante: Se o pr-candidato for Militar, mesmo que da reserva, alm das certides j mencionadas, dever tambm ser
requerida certido do Tribunal de Justia Militar do seu estado.

4.1.3. O Que Fazer Aps as Convenes

Encerrada a conveno, hora de preparar o registro de candidatura,


o que observar?
de suma importncia observar, antes do registro de candidaturas, os
procedimentos elencados, a seguir:
Se a certido de regularidade do eleitor est ok. (o TSE j disponibilizou para os partidos polticos, desde o dia 5 de junho,
a lista de eleitores devedores, que podero ser consultadas pelo
sistema Filiaweb);
Se o nome constante do ttulo eleitoral est em conformidade
com os demais documentos (em especial as muheres), pois geralmente o nome constante do ttulo eleitoral, difere do nome
constante dos demais documentos.
Se o CPF est regular. Faa uma pesquisa de situao cadastral junto ao site da Receita Federal do Brasil (www.receita.
fazenda.gov.br servios para o cidado cadastros comprovante de situao cadastral no cpf acesso direto ou com
senha especfica preencha os dados e consulte), se estiver
REGULAR, ok. Seno, procure uma agncia dos Correios ou
da Caixa Federal para regularizao.

142
Observao: Cumpre observar que possveis inconsistncias entre o
cadastro da pessoa fsica (CPF) e o ttulo eleitoral, acarretar atraso
na emisso do CNPJ do candidato, atrasando consequentemente a
campanha eleitoral; considerando que a campanha somente poder ser
lanada aps a expedio do CNPJ, Conta Bancria aberta e Recibos
Eleitorais emitidos.

4.1.4. Todos os Candidatos Devem Obedecer as Condies de


Elegibilidade

Observar se preenche todas as condies de elegibilidade, que dentre


elas, destaco:





Nacionalidade brasileira;
O pleno exerccio dos direitos polticos;
Domiclio eleitoral;
A filiao partidria;
Vinte e um anos para prefeito e vice-prefeito;
Dezoito anos para vereador; (completos at a data do registro
de candidatura)

Ateno: 18 anos completos at a data do registro e no mais da posse.


brasileiro nato;
brasileiro naturalizado.

4.1.5. Domiclio Eleitoral

Aquele que pretende se candidatar deve ter domiclio eleitoral na


circunscrio em que concorrer at um ano antes das eleies.

143
Domiclio eleitoral o lugar em que a pessoa mantm vnculos polticos,
sociais e econmicos e no se confunde, necessariamente, com domiclio
civil. O fato de o eleitor morar em determinado municpio no constitui
impedimento para que se candidate em outra localidade onde mantm
aqueles vnculos.

4.1.6 Filiao Partidria

Quem deseja se candidatar a qualquer cargo eletivo deve ser filiado


a algum partido poltico at seis meses antes da data fixada para as
eleies, uma vez que no existe no ordenamento jurdico brasileiro a
possibilidade de candidatura avulsa, ou seja, candidatura de cidado
que no esteja vinculado a uma agremiao partidria.
O partido pode estabelecer um prazo de filiao superior quele previsto
em lei Lei 9.096/1995, porm, este no pode ser fixado ou alterado
no ano da realizao das eleies. Aquele que era filiado a um partido
e mudou para outro, automaticamente prevaleceu filiado ao ltimo.
O vnculo com o partido antigo se extingue automaticamente, com a
submisso da relao de filiados, via Filiaweb. Se existe dvida em qual
partido voc se encontra filiado, basta fazer uma consulta no portal do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) www.tse.jus.br eleitor certides
filiao partidria preencha o campo inscrio com o nmero de
inscrio do seu ttulo eleitoral e clique em gerar certido, assim voc
poder verificar em qual partido voc est filiado e desde que data.

4.1.7 Coligaes e Escolha dos Candidatos pelos Partidos

Resoluo 23.455/2015
As normas para a escolha e substituies de candidatos e formao de
coligaes devem ser estabelecidas pelo estatuto do partido, respeitadas
as disposies legais.

144
No caso do estatuo no tratar do tema, caber ao rgo de direo
nacional do partido faz-lo e publicar no Dirio Oficial da Unio at
180 dias antes das eleies. Justia Eleitoral compete a apreciao
de questes relacionadas legalidade e observncia das normas
estatutrias. No de sua competncia tratar de matrias internas
do partido. Ateno: Alguns partidos polticos j publicaram suas
Resolues internas estabelecendo normas a serem obedecidas quanto a
celebrao de coligao. Consultem antes.

4.1.7.1 Coligaes

Pelo princpio da autonomia partidria, assegurado aos partidos


polticos o direito de deliberar sobre suas diretrizes e interesses polticos,
estando, portanto, livres quanto convivncia de se coligarem ou no.
Os partidos podem celebrar coligaes para a eleio majoritria, para
a proporcional ou para ambas, dentro da mesma circunscrio. Se a
coligao for para eleio majoritria, na proporcional, podem-se fazer
diferentes combinaes. Por exemplo, se para a eleio majoritria for
feita a coligao A + B + C, para a proporcional poder ser formada a
mesma coligao, ou ainda as coligaes A + B, A + C ou B + C.
As coligaes feitas no mbito federal no precisam se repetir no
estadual nem no municipal. Assim, as candidaturas no so vinculadas,
podendo o partido A se coligar com o partido B na eleio municipal e
no fazer essa coligao na eleio estadual ou nacional.
No necessria a homologao da Justia Eleitoral, para formar
coligao. No entanto, uma vez formada, no h espao para o partido
coligado atuar de forma independente, pois, para todos os efeitos
eleitorais, funcionar como um grande partido poltico, sendo-lhe
atribudas obrigaes e prerrogativas prprias dos partidos

4.1.7.2 A Coligao ter Denominao Especfica de Uso

145
Obrigatrio nas Propagandas

Sendo que, no caso da eleio majoritria, ter que constar o nome da


coligao e de todas as legendas dos partidos polticos que a integram.
No caso da eleio proporcional, cada partido usar apenas sua legenda
sob o nome da coligao.
As coligaes partidrias tm legitimao processual para todos os
atos que digam respeito s eleies, sendo representadas perante a
Justia Eleitoral por pessoa especialmente designada ou por delegados
indiciados pelos partidos componentes. Podem ser nomeados at trs
delegados perante o Juzo Eleitoral, quatro delegados perante o Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) e cinco delegados perante o TSE.
importante ressaltar que a representao do partido na coligao
feita naturalmente por seu presidente, sendo que a designao de outra
pessoa constitui uma faculdade e no uma obrigao.

4.1.7.3 Prazo para Escolha de Candidatos

Entre 20 de julho a 5 de agosto de 2015, perodo de realizao das


convenes partidrias, devero ser escolhidos os candidatos e decididas
as coligaes.

4.1.7.4 Candidatos Vereador em exerccio

Aos detentores de mandato de Deputados Federal, Deputados Estadual,


ou Distrital ou Vereador, e aos que tenham exerccio esses cargos em
qualquer perodo da legislatura que estiver em curso, assegurado o
registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam
filiados.

146
4.1.7.5 Prazo para Filiao Partidria e Estabelecimento de
Domiclio Eleitoral na Circunscrio do Municpio

Para concorrer s eleies, o candidato dever possuir domiclio eleitoral


no respectivo municpio, desde 02 de outubro de 2015, e estar com a
filiao deferida pelo partido poltico em 02 de abril de 2016, desde que o
estatuto partidrio no estabelea prazo superior. (Importante observar
o Estatuto de cada partido poltico) Se ocorrer fuso ou incorporao
de partidos, valer a data de filiao do candidato ao partido de origem.

4.1.8 Registro do Candidato

4.1.8.1 Nmero de Candidatos por Partido ou Coligao

Cada partido ou coligao pode registrar como candidato a vereador


o equivalente a 150% de nmero de lugares a serem preenchidos na
respectiva Casa Legislativa.
Exemplo: Cmara com 9 cadeiras
150% de 9 = 13,5. Como a frao igual a meio, aproxima-se para 14,
podendo o partido ou a coligao, neste caso, registrar at 14 candidatos
Nos municpios de at 100.000 (cem mil) eleitores cada coligao pode
registrar at o dobro (200%) dos lugares a preencher, independetemnete
do nmero de partidos integrantes.
Exemplo: Cmara com 9 cadeiras
200% de 9 = 18. Cada coligao, neste caso, poder registrar at 18
candidatos

147
4.1.8.2 Reserva de Vagas para Candidaturas de Homens e
Mulheres

Os partidos e coligaes esto obrigados a preencher, para disputa de


mandato legislativo, no mnimo, 30% de suas vagas para cada sexo. Na
prtica, isso significa que haver candidatos de ambos os sexos em todos
os partidos e coligaes, sendo garantida a participao de homens e
mulheres na disputa eleitoral.

4.1.8.3 Prazo e Documentos para Registro dos Candidatos na


Justia Eleitoral

O prazo para os partidos e coligaes registrarem seus candidatos na


Justia Eleitoral vai at as 19 horas do dia 15 de agosto de 2016, com
a apresentao de:



Cpia da ata da conveno;


Autorizao por escrito do candidato;
Declarao de bens assinada pelo candidato;
Cpia do ttulo de eleitor ou certido que pode ser emitida
pelo site www.tse.jus.br eleitor mais servios aos eleitores
situao eleitoral consulta por ttulo preencha o campo
nmero do ttulo eleitoral e clique e consultar. Pronto. A s
imprimir e juntar no processo.;
Certides criminais fornecidas: pela Seo Judiciria Federal
e pelo Tribunal Regional Federal que exercem jurisdio sobre
o domiclio eleitoral do candidato; pela Justia Estadual de
1 a 2 graus onde o candidato tenha o seu domiclio eleitoral;
pelos Tribunais competentes quando os candidatos gozarem de
foro especial;

148
Fotografia recente do candidato, inclusive dos candidatos a
vice-prefeito, obrigatoriamente em formato digital, preferencialmente em preto e branco, observado o seguinte (Lei n
9.504/1997, art. 11, 1, inciso VIII): dimenses: 161 x 225
pixels (L x A), sem moldura; b) profundidade de cor: 8bpp em
escala de cinza; c) cor de fundo: uniforme, preferencialmente
branca; d) caractersticas: frontal (busto), trajes adequados
para fotografia oficial e sem adornos, especialmente aqueles
que tenham conotao de propaganda eleitoral ou que induzam ou dificultem o reconhecimento pelo eleitor;



Propostas defendidas pelos candidatos a prefeito;


Prova de desincompatibilizao, quando for o caso;
Cpia de documento oficial de identificao;
Comprovante de escolaridade.

Caso o partido ou a coligao no tenha requerido o registro de seus


candidatos na Justia Eleitoral no prazo estipulado, os prprios
candidatos podem faz-lo, observando o prazo mximo de 48 horas
seguintes publicao da lista dos candidatos pela Justia Eleitoral.

4.1.8.4 O Nome no Registro Eleitoral

O pedido de registro do candidato a vereador indicar seu nome completo


e at trs variaes nominais com que deseja ser registrado, com meno
ordem de preferncia, podendo ser o prenome, sobrenome, cognome,
nome abreviado, apelido, ou nome pelo qual mais conhecido, desde que
no se estabelea dvida quanto sua identidade, no atente contra o
pudor, e no seja ridculo ou irreverente.
Se mais de um candidato quiser registrar o mesmo nome (homonmia),
ter direito ao uso aquele que j tiver mandato eletivo, ou tiver se

149
candidatado ou exercido mandato nos ltimos quatro anos com o
nome pedido. Tambm aquele que conhecido poltica, social ou
profissionalmente com o nome solicitado ter preferncia sobre os
demais. Se nenhum dos candidatos preencher as condies citadas, o
juiz eleitoral dar prazo de dois dias para que se chegue a uma soluo.
Se no houver acordo, o juiz eleitoral registrar cada candidato com o
nome e sobrenome constantes do pedido de registro.

4.1.8.5 Cancelamento do Registro

Os partidos polticos podem solicitar Justia Eleitoral o cancelamento


do registro de candidato que, at a data da eleio, tenha sido expulso
do partido. O processo de expulso deve respeitar as normas estatutrias
e garantir a ampla defesa.

4.1.8.6 Comits Financeiros

Importante observar: Os comits finaceiros, foram revogados com a


vigncia da Lei n. 13.165/2015.

4.1.9. Procedimentos a Serem, Observados pelos Partidos


Polticos

Os partidos polticos devero emitir na pagina do TSE (Tribunal


Superior Eleitoral), os recibos eleitorais de doao, PORM, alguns
partidos no tm conseguido emitir os recibos eleitorais, tendo em
vista divergencias encontradas pelo sistema de emisso de recibos
eleitorais do TSE com o CNAE principal constante do CNPJ Cadastro
Nacional da Pessoa Jurdica. O que ocorre? Os partidos com cadastro
mais antigos, eram inscritos no CNAE 399-9 (Associao Privada) e

150
CNAE secundrio 94.92-8-00 Atividades de organizaes polticas.
Razo pela qual divergem. O CNAE principal correto 327-1 rgo
de Direo local de Partido Poltico. Desta forma, devem com urgncia
fazer as alteraes necessrias junto a Receita Federal do Brasil, para
no retardar a emisso dos recibos eleitorais. (Exemplos nos anexos)
A Receita Federal do Brasil, baixou a INSTRUO NORMATIVA RFB
N 1634, DE 06 DE MAIO DE 2016, que Dispe sobre o Cadastro
Nacional da Pessoa Jurdica (CNPJ). Recomendo a leitura na ntegra
e ressalto a necessidade de verificao do cumprimento das obrigaes
acessrias dos partidos polticos junto Receita Federal, uma vez que
a ausncias destas, podem resultar em diversas consequncias para o
partido poltico, dentre estas a baixa do CNPJ por omisso contumaz e
outras consequncias que podero retardar o processo eleitoral.
Consultem junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do seu estado, via
certido de composio partidria, se o campo CNPJ da certido est
preenchido. (Caso negativo providencie o quanto antes, pois esta uma
exigncia da Resoluo 23.465, Artigo 35, pargrafo 9).

4.1.10. Consideraes Finais

Chegamos ao final deste captulo, pois, certamente outros tantos viro,


considerando que os procedimentos administrativos eleitorais so
infinitos e devem continuar mesmo aps o pleito eleitoral.
Por isso importante que vejamos a leitura dessa matria no como algo
eliminatrio, mais como algo a ser sempre complementado. preciso
sempre lembrar que estamos apenas no comeo.
Seja como for, a grandiosa Revoluo Humana de uma nica
pessoa ir um dia impulsionar a mudana total do destino de um
pas e, alm disso, ser capaz de transformar o destino de toda a
humanidade. (Daisaku Ikeda)

151
4.1.11 ANEXOS:

Termo de Abertura
Contm este livro 50 (cinquenta) folhas, com numerao digitada e
impressa de 1 (um) a 50 (cinquenta) e vo por mim rubricadas, com
a rubrica que diz _______________________ de meu uso e servir
para lavratura das Atas do Partido Nacionalista - (PN) do Municpio
de ___________/___ e levar em seu final o competente Termo de
Encerramento.
________, 03 de Novembro de 2016
________________________________________
Doutora ......................................
Juiz Eleitoral
Numerar automaticamente as folhas de 1 a 50 e imprimir em branco.
Furar e colocar em pinos de forma a no dobrar. Manter em local seguro
para no amassar. Aps digitada a ata, colocar na impressora e coletar
as assinaturas do Presidente e Secretrio. Importante: No se esqueam
que a lista de presena deve ser no livro de atas, no aconselhvel que
seja em folha separada.
Termo de Encerramento
Contm este livro 50 (cinquenta) folhas, com numerao digitada e
impressa de 1 (um) a 50 (cinquenta) e vo por mim rubricadas, com a
rubrica que diz ______________________ de meu uso e destinado
ao fim constante do seu Termo de Abertura lavrado em sua primeira
folha.
__________, 03 de Novembro de 2016
________________________________________
Doutora .............................
Juiz Eleitoral

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Exemplos de CNPJ com CNAEs diferentes

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4.2 Propaganda Eleitoral

O Autor deste Capitulo LEONARDO FREIRE

4.2.1 As Novas Regras De Campanha E Pr-Campanha

Como todos sabem, a legislao eleitoral mudou bastante no que diz


respeito propaganda eleitoral e, principalmente, chamada prcampanha.
Com as novas regras e limitaes, as campanhas devem ficar mais baratas
e as ruas, certamente, ficaram menos poludas. Com menos recursos e
opes para investimento em material impresso, os candidatos devem
focar seus esforos na comunicao digital, concentrando a divulgao
de suas propostas e aes de marketing nas redes sociais.
Nunca demais lembrar que, para as prximas eleies, apenas pessoas
fsicas podem contribuir, financeiramente ou por meio da cesso de bens
ou servios, com partidos polticos e candidatos, o que implicar numa
inevitvel escassez de recursos.

4.2.1 A Pr-Campanha

At as eleies de 2014, os pretensos candidatos apenas podiam divulgar


suas pr-candidaturas nos ambientes partidrios, em propagandas
direcionadas aos filiados de sua sigla. E, por conta disso, com a
natural ansiedade que toma conta dos pr-candidatos, no era raro nos
depararmos com a figura da propaganda antecipada, que redundava em
representaes e aplicao de multas aos hipotticos concorrentes.
A situao em 2016 bem diferente. Em que pese a diminuio do
tempo de campanha, esse ano os pr-candidatos podem comear a
divulgar suas ideias e propostas com bastante antecedncia, podendo,
at mesmo, mencionar a pr-candidatura em ambiente externo e fazer

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pedido de apoio poltico.De acordo com a nova legislao eleitoral, no
configura propaganda antecipada:
a) a participao de filiados a partidos polticos ou de pr-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no
rdio, na televiso e na internet, inclusive com a exposio de
plataformas e projetos polticos, observado pelas emissoras de
rdio e de televiso o dever de conferir tratamento isonmico;
b) a realizao de encontros, seminrios ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos polticos, para tratar
da organizao dos processos eleitorais, discusso de polticas
pblicas, planos de governo ou alianas partidrias visando s
eleies, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicao intrapartidria;
c) a realizao de prvias partidrias e a respectiva distribuio
de material informativo, a divulgao dos nomes dos filiados
que participaro da disputa e a realizao de debates entre os
pr-candidatos;
d) a divulgao de atos de parlamentares e debates legislativos,
desde que no se faa pedido de votos;
e) a divulgao de posicionamento pessoal sobre questes polticas, inclusive nas redes sociais;
f) a realizao, a expensas de partido poltico, de reunies de iniciativa da sociedade civil, de veculo ou meio de comunicao
ou do prprio partido, em qualquer localidade, para divulgar
ideias, objetivos e propostas partidrias;
g) a divulgao da pr-candidatura;
h) o pedido de apoio poltico.
Trazendo o texto da lei para um exemplo prtico, o pr-candidato pode
espalhar aos quatro cantos:

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Sou pr-candidato a prefeito na cidade de So Paulo (meno
pr-candidatura), pois sou o mais honesto, competente e preparado para exercer o cargo (exaltao das qualidades pessoais), e minha proposta transformar a cidade num polo de desenvolvimento
aeroespacial (exposio de projetos). Para isso, peo o seu apoio
(pedido de apoio poltico).
Percebam que o pr-candidato pode falar quase tudo, s no pode fazer
pedido expresso de voto. E, nesse exemplo, no h nem que se falar em
pedido subliminar, pois a prpria lei que permite que se mencione a
pr-candidatura, se exalte as qualidades pessoais, se exponha projetos e
se pea apoio poltico.
No obstante o visvel afrouxamento das regras de pr-campanha, os
pr-candidatos no podem perder de vista que a nova legislao ainda
no foi, por prematura que , suficientemente testada nos Tribunais
Regionais Eleitorais e no Tribunal Superior Eleitoral.
Entretanto, em recentssima deciso, o TRE de Pernambuco entendeu
por bem acatar representao por propaganda eleitoral antecipada,
contra pr-candidato que se utilizou de impulsionamentos no Facebook
para divulgar suas ideias e propostas.
A lei no prev, expressamente, esse tipo de vedao e, ao menos por
ora, apenas um precedente. De todo modo, os pr-candidatos devem
ficar atentos, pois essa ser uma eleio cheia de novidades jurdicas.

4.2.2 Da Administrao financeira da campanha

Uma das principais mudanas introduzidas pela minirreforma foi


a extino do instituto do comit eleitoral, passando a prestao
de contas a ser realizada diretamente pelo candidato, com a ressalva
da possibilidade de indicao de procurador com poderes para tal,

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acompanhado, obrigatoriamente, por profissionais habilitados em
contabilidade, e, ainda, advogado devidamente constitudo, desde o
incio da campanha, nos termos expressos pelo artigo 41, 1, 4 e
6, da Resoluo n 23.463/15 do TSE.
Para as Eleies de 2016, fica mantida a exigncia da abertura de
conta bancria especfica para a arrecadao de recursos e contratao
de despesas, o que deve ser realizado em at 10 (dez) dias aps o
recebimento do nmero do registro no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurdica (CNPJ), conforme preveem os artigos 3, incisos II e III e 7,
1, alnea a, da Resoluo n 23.463/15.
Porm, referida exigncia estar dispensada, conforme previso do 4,
do artigo 7, no caso dos Municpios que no possuam agncia bancria
ou posto de atendimento bancrio, bem como para os candidatos a VicePrefeito, nos quais facultada a realizao, caso em que, assim fazendo,
devero apresentar os respectivos extratos na prestao de contas dos
titulares (art. 7, 3, da Resoluo n 23.463/15).
Por sua vez, os bancos so obrigados a acatar, em at trs dias, o pedido
de abertura de conta de qualquer candidato escolhido em conveno,
vedado o condicionamento a depsito mnimo e cobrana de taxas
ou de outras despesas de manuteno de conta (Art. 11, caput, da
Resoluo n 23.463/15).
As doaes eleitorais, que no mais podem ser feitas por pessoas
jurdicas, tm por exigncia indispensvel a emisso de recibo eleitoral,
assim como deve ocorrer em toda e qualquer arrecadao de recursos
para a campanha eleitoral, sejam financeiros ou estimveis em dinheiro,
inclusive os recursos prprios e aqueles arrecadados atravs da Internet.
(Art. 6, da Resoluo do TSE n 23.463/15).
No entanto, a formalizao e comprovao do recebimento dos recursos
financeiros arrecadados, alm dos recibos eleitorais emitidos, podem ser
feitas atravs da correspondncia entre o nmero do CPF ou CNPJ do
doador registrado na prestao de contas e aquele constante do extrato

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eletrnico da conta bancria.
Mas essa regra comporta exceo, nos termos previstos no 3, do
referido artigo 6, da Resoluo TSE n 23.463/15, vez que no sero
submetidos obrigatoriedade da emisso de recibo eleitoral, ficando
desobrigado de comprovao: (a) a cesso de bens mveis, limitada a R$
4.000,00 (quatro mil reais), por cedente; e (b) doaes estimveis em
dinheiro entre candidatos e partidos, decorrentes do uso comum, tanto
de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto dever
ser registrado na prestao de contas do responsvel pelo pagamento da
despesa.
De modo geral, as doaes de bens ou servios estimveis em dinheiro ou
cesses temporrias devem ser avaliadas com base nos preos praticados
no mercado no momento de sua realizao e comprovadas da seguinte
forma:
a) Por documento fiscal ou, quando dispensado, comprovante
emitido em nome do doador ou instrumento de doao, quando
se tratar de doao de bens de propriedade do doador pessoa
fsica em favor de candidato ou partido poltico;
b) Instrumento de cesso e comprovante de propriedade do bem
cedido pelo doador, quando se tratar de bens cedidos temporariamente ao candidato ou ao partido poltico;
c) Instrumento de prestao de servios, quando se tratar de produto de servio prprio ou atividades econmicas prestadas
por pessoa fsica em favor de candidato ou partido poltico.
Destaca-se que, o cancelamento de documentos fiscais deve observar as
regras da legislao tributria, sob pena de ser considerado irregular,
alm do que, a avaliao do bem ou servio deve ser realizada mediante
a comprovao dos preos habitualmente praticados pelo doador e a
sua adequao aos praticados no mercado, com indicao da fonte de
avaliao, podendo serem aceitos, alm dos documentos acima referidos,

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outros meios de provas lcitos para a demonstrao das doaes, cuja
prova do valor ser verificado na oportunidade do julgamento da
prestao de contas.
Da mesma forma, os gastos eleitorais devem ser formalizados, dandose a comprovao, em regra, por meio de documento fiscal idneo
emitido em nome dos candidatos e partidos polticos, sem emendas ou
rasuras, devendo conter a data de emisso, a descrio detalhada, o
valor da operao e a identificao do emitente e do destinatrio ou
dos contraentes pelo nome ou razo social, CPF ou CNPJ e endereo,
podendo, ainda, a Justia Eleitoral admitir, para fins de comprovao
de gasto, qualquer meio idneo de prova, inclusive outros documentos,
tais como:
a) Contrato;
b) Comprovante de entrega de material ou da prestao efetiva
do servio;
c) Comprovante bancrio de pagamento; ou
d) Guia de recolhimento do FGTS e de informaes da Previdncia
(GFIP).
So considerados gastos eleitorais, sujeitos ao registro e aos limites
fixados na legislao o seguinte:
a) confeco de material impresso de qualquer natureza;
b) propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer
meio de divulgao;
c) aluguel de locais para a promoo de atos de campanha eleitoral;
d) despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de
pessoal a servio das candidaturas;
e) correspondncias e despesas postais;

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f) despesas de instalao, organizao e funcionamento de comits de campanha e servios necessrios s eleies;
g) remunerao ou gratificao de qualquer espcie paga a quem
preste servio a candidatos e a partidos polticos;
h) montagem e operao de carros de som, de propaganda e de
assemelhados;
i) realizao de comcios ou eventos destinados promoo de
candidatura;
j) produo de programas de rdio, televiso ou vdeo, inclusive
os destinados propaganda gratuita;
k) realizao de pesquisas ou testes pr-eleitorais;
l) custos com a criao e incluso de pginas na Internet;
m) multas aplicadas, at as eleies, aos candidatos e partidos
polticos por infrao do disposto na legislao eleitoral;
n) doaes para outros partidos polticos ou outros candidatos;
o) produo de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.
Destaca-se que, as contrataes de servios de consultoria jurdica e de
contabilidade prestados em favor das campanhas eleitorais devero ser
pagas com recursos provenientes da conta de campanha e constituem
gastos eleitorais que devem ser declarados de acordo com os valores
efetivamente pagos, sendo que, nos casos de honorrios referentes
contratao de servios de advocacia e contabilidade relacionados
defesa de interesses de candidato ou partido poltico em processo judicial
no podero ser pagos com recursos de campanha e no caracterizam
gastos eleitorais, cabendo o seu registro nas declaraes fiscais das
pessoas envolvidas e, no caso dos partidos polticos, na respectiva
prestao de contas anual.
Cumpre ressaltar, ainda, que, os gastos eleitorais efetivam-se na data da

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sua contratao, independentemente da realizao do seu pagamento e
devem ser registrados na prestao de contas no ato da sua contratao,
podendo os gastos destinados preparao da campanha e instalao
fsica ou de pgina de Internet de comits de campanha de candidatos
e de partidos polticos serem contratados a partir de 20 de julho de
2016, considerada a data efetiva da realizao da respectiva conveno
partidria, desde que, cumulativamente:
a) sejam devidamente formalizados; e
b) o desembolso financeiro ocorra apenas aps a obteno do
nmero de inscrio no CNPJ, a abertura de conta bancria
especfica para a movimentao financeira de campanha e a
emisso de recibos eleitorais.
H que ressaltar que, o uso de recursos financeiros para pagamentos de
gastos eleitorais que no provenham das contas especficas implicar
a desaprovao da prestao de contas do partido ou do candidato e,
ainda, caso comprovado abuso de poder econmico, o cancelamento
do registro da candidatura ou a cassao do diploma, se j outorgado,
conforme previso do art. 13, caput e 1, da Resoluo n 23.463/15.
Caso o candidato ou partido receba recursos provenientes de fontes
vedadas ou de origem no identificada, dever devolver os valores ao
doador ou, no sendo possvel a identificao deste, fica obrigado a
transferir os valores para a conta nica do Tesouro Nacional (art. 18,
3, da Resoluo do TSE n 23.463/15).
considerada como fonte vedada, sendo terminantemente proibido os
partidos polticos ou candidatos receberem, direta ou indiretamente,
doao em dinheiro ou estimvel em dinheiro, inclusive por meio de
publicidade de qualquer espcie, provenientes de (a) pessoas jurdicas,
(b) origem estrangeira e (c) pessoa fsica que exera atividade comercial

161
decorrente de concesso ou permisso pblica.
Os candidatos ou partidos que receberem recursos oriundos de fontes
vedadas ficam obrigados a imediatamente devolver tais recursos
aos doadores, o que no impedir, se for o caso, a reprovao das
contas, quando constatado que o candidato se beneficiou, ainda que
temporariamente, dos recursos ilcitos recebidos, devendo, porm,
o comprovante de devoluo ser apresentado em qualquer fase da
prestao de contas ou at cinco dias aps o trnsito em julgado da
deciso que julgar as contas.
Por sua vez, so considerados como recursos de origem no identificada,
tambm proibidos de utilizao na campanha, e que devem ser
transferidos imediatamente ao Tesouro Nacional, atravs da Guia de
Recolhimento da Unio (GRU):
a) a falta ou a identificao incorreta do doador; e/ou
b) a falta de identificao do doador originrio nas doaes financeiras; e/ou
c) a informao de nmero de inscrio invlida no Cadastro de
Pessoas Fsicas (CPF) do doador pessoa fsica ou no Cadastro
Nacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ) quando o doador for
candidato ou partido poltico.
A fiscalizao financeira da campanha eleitoral pela Justia Eleitoral,
em especial no que diz respeito s despesas, permite que o Juiz Eleitoral
ou os Tribunais Eleitorais, a qualquer tempo, mediante provocao, ou
at mesmo de ofcio, determinem a realizao de diligncias para a
verificao da regularidade e efetiva realizao dos gastos informados
pelos partidos polticos ou candidatos.

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4.2.3 A Campanha

4.2.3.1 Tempo De Campanha

A campanha desse ano poder ser realizada entre os dias 16 de agosto e


1 de outubro, ou seja, sero 47 dias de campanha, uma diminuio de
quase metade do tempo previsto at as eleies de 2014.

4.2.3.2 TEMPO DE PROPAGANDA NO RDIO E NA TV

No rdio e na TV, apenas permitida a propaganda gratuita, realizada


em blocos e por meio de inseres no meio da programao regular.
Esse tipo de propaganda tambm teve seu tempo diminudo e agora ser
de 35 dias, com incio em 26 de agosto e trmino em 29 de setembro.
O tempo de cada candidato na propaganda eleitoral de rdio e TV varia
de acordo com o nmero de representantes do partido ou coligao na
Cmara dos Deputados.

4.2.3.3 Material Da Propaganda Eleitoral

Esse ano, a propaganda eleitoral, que podia ser feita por meio de
qualquer material, apenas pode ser veiculada por meio de papel ou
adesivo. Faixas e banners de plstico, por exemplo, esto proibidos pela
nova legislao.

4.2.3.4 Tamanho Da Propaganda Eleitoral

Nenhum material de divulgao de candidaturas poder exceder 0,5m2

163
(meio metro quadrado). A diferena substancial em relao s ltimas
eleies, quando eram permitidas propagandas de at 4m2 (quatro
metros quadrados).

4.2.3.5 Tamanho dos Adesivos

Os adesivos podem ser de at 50cm x 40cm (cinquenta por quarenta


centmetros). At 2014 no havia limitao para esse tipo de propaganda.

4.2.3.6 Adesivos Perfurados para Carros

Esses adesivos so permitidos e podem ocupar a totalidade do vidro


traseiro do veculo, no se submetendo ao limite de 50cm x 40cm.

4.2.3.7 Sobreposio de Propaganda

A sobreposio de propaganda, caracterizada pelo efeito visual nico de


dois ou mais adesivos, proibida. Todavia, a lei eleitoral no estabelece
a distncia mnima entre duas propagandas, o que deve gerar muitos
conflitos na aplicao dessa regra.

4.2.3.8 Envelopamento de Veculos

expressamente proibido pela nova lei eleitoral.

4.2.3.9 Bonecos

So proibidos em bens pblicos ou de uso comum.

4.2.3.10 Cavaletes

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So proibidos em bens pblicos ou de uso comum.

4.2.3.11 Mesas para Distribuio de Materiais

Desde que sejam mveis e no atrapalhem o trnsito de pedestres, o


candidato e seus apoiadores podero se utilizar, nas caladas, de mesas
para distribuio de materiais de campanha, como jornais, panfletos e
adesivos, por exemplo.
A mobilidade est caracterizada pela colocao e retirada das mesas
entre as 6 e as 22 horas.

4.2.3.12 Bandeiras

Os candidatos podem fazer uso de bandeiras, desde que mveis. A lei


no fixou um limite para o tamanho das bandeiras, mas estabeleceu que
as mesmas no podem atrapalhar o trnsito de carros e pedestres.
Essa mais uma lacuna que ser decidida pela Justia Eleitoral.

4.2.3.13 Carros de Som

So permitidos, mas a capacidade est limitada a 20.000 watts e 80


decibis. Esses veculos podem circular entre as 8 e as 22 horas, e
devem manter distncia de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judicirios, de quartis, de hospitais e casas de sade, e,
quando em funcionamento, de escolas, bibliotecas pblicas, igrejas e
teatros.
A novidade para esse ano que todo e qualquer veculo que transite
divulgando jingle ou mensagem do candidato, com ou sem motor,

165
considerado carro de som.

4.2.3.14 Trios Eltricos

So proibidos, exceto para a sonorizao de comcios. A diferena entre o


carro de som e o trio eltrico est na potncia nominal da amplificao do
som. Veculos com mais de 20.000 watts so considerados trios eltricos.

4.2.3.15 Comcios

Podem ser realizados no perodo de 16 de agosto a 1 de outubro,


no perodo compreendido entre as 8 horas e a meia-noite, devendo o
candidato, partido poltico ou coligao comunicar a autoridade policial
com 24 horas de antecedncia.

4.2.3.16 Showmcios

proibida a realizao de showmcios, assim como a apresentao


de artistas, profissionais ou amadores, remunerados ou no, com a
finalidade de animar evento eleitoral.

4.2.3.17 Carreatas e Passeatas

So permitidas de 16 de agosto s 22 horas do dia 1 de outubro,


independentemente de comunicao Justia Eleitoral.

4.2.3.18 Reunies e Eventos

So permitidos, no perodo de 16 de agosto a 1 de outubro, em recinto


aberto ou fechado, devendo o candidato, partido poltico ou coligao
comunicar a autoridade policial com 24 horas de antecedncia.

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4.2.3.19 Eventos com Distribuio de Alimentao
Proibido

4.2.3.20 Distribuio de Brindes

proibida a distribuio de camisetas, chaveiros, bons, canetas, cestas


bsicas ou quaisquer outros bens ou vantagens ao eleitor.

4.2.3.21 Propaganda em Bens Particulares

Pode ser afixada propaganda eleitoral em bens particulares, tais como


automveis e casas, mediante autorizao espontnea e gratuita do detentor da
posse (pessoa fsica), respeitado o limite de 0,5m2 (meio metro quadrado) para
faixas e banners, e 50cm x 40cm (cinquenta por quarenta centmetros) para
adesivos.
A cesso de veculos registrados em nome de pessoas jurdicas est vedada pela
atual legislao.

4.2.3.22 Propaganda em Bens Pblicos

A legislao eleitoral traz um conceito sui generis de bem pblico.


Para efeito da lei eleitoral, proibida a propaganda em bens cujo uso
dependa de cesso ou permisso do poder pblico (txis e nibus), que
a eles pertena (escolas e ginsios esportivos) e, tambm, nos bens de
uso comum (clubes, igrejas, lojas e centros comerciais). Em todos esses
bens, mesmo nos particulares, proibida a veiculao de propaganda
eleitoral.

4.2.3.23 Propaganda Em Jornais E Revistas

permitida a propaganda eleitoral em jornais e revistas, at a


antevspera das eleies, de at 10 anncios, por veculo de comunicao.

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No anncio dever constar o valor pago pela publicao.

4.2.3.24 Outdoors

proibida a utilizao de outdoors, inclusive eletrnicos, bem como de


conjunto de peas de propaganda justapostas que causem efeito visual
de outdoor.

4.2.3.25 Telemarketing

proibida a realizao de propaganda eleitoral via telemarketing.

4.2.3.26 E-Mail

permitida a divulgao de propaganda para endereos de e-mail


cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligao, sendo
vedada a compra de listas de mailing.

4.2.3.27 Mensagens
Assemelhados)

Instantneas

(Sms,

Whatsapp

So permitidas, desde que o contedo seja gerado ou editado pelo


candidato, partido, coligao ou apoiador, sendo vedada utilizao de
dispositivos de envio automtico de mensagens.

4.2.3.28 Propaganda Que Degrade Ou Ridicularize O Candidato

proibida a divulgao de mensagens que degradem ou ridicularizem


candidatos, partidos ou coligaes. Essa prtica conhecida como

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contrapropaganda.

4.2.3.29 Boca De Urna

proibida a boca de urna, por candidatos, cabos eleitorais ou apoiadores,


contratados ou voluntrios, no dia das eleies.
Todavia, permitida, no dia das eleies, a manifestao individual e
silenciosa da preferncia do eleitor por partido poltico, coligao ou
candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches,
dsticos e adesivos.

4.2.3.30 Derrame de Material

proibido o derrame ou a anuncia com o derrame de material de


propaganda eleitoral, no local de votao ou em vias prximas.

4.2.3.31 Deve Constar na Propaganda Eleitoral

Vereador: o nome e o nmero do candidato, a sigla do partido e o nome da


coligao proporcional, se houver.
Prefeito: o nome dos candidatos a prefeito e a vice, o nmero do candidato, o
nome da coligao e os partidos que a integram. O nome do candidato a viceprefeito deve corresponder a, no mnimo, 30% do nome do candidato a prefeito.

4.2.3.32 Impressos em Geral

Podem ser distribudos at a vspera da eleio e devem conter o CNPJ


do candidato, da grfica e a tiragem.

4.2.3.33 Uso da Internet

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livre a manifestao do pensamento do eleitor, vedado o anonimato.
permitida a propaganda em redes sociais e em site de candidatos,
partidos e coligaes. Os endereos dos sites devem ser comunicados
Justia Eleitoral.
vedada, ainda que gratuitamente, a propaganda em sites de pessoas
jurdicas.
Tambm vedada a propaganda paga (impulsionamento) nas redes
sociais.

4.2.3.34 A Terceirizao da Agresso na Internet

crime contratar pessoas para emitir mensagens, comentrios ou


difamar candidatos por meio de internet. A pena de deteno de 2 a 4
anos e multa de R$ 15.000,00 a R$ 50.000,00.

4.2.3.35 Inauguraes de Obras

A partir de 2 de julho, os candidatos esto proibidos de comparecer a


inauguraes. Durante esse perodo, o Poder Pblico est proibido de contratar
shows artsticos para as inauguraes.

4.2.3.36 Proibio De Propaganda Eleitoral

De acordo com o Cdigo Eleitoral, no ser tolerada propaganda


eleitoral:
a) de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a
ordem poltica e social ou de preconceitos de raa ou de classes;
b) que provoque animosidade entre as foras armadas ou contra

170
elas, ou delas contra as classes e instituies civis;
c) de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
d) instigao desobedincia coletiva ao cumprimento da lei de
ordem pblica;
e) que implique em oferecimento, promessa ou solicitao de dinheiro, ddiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;
f) que perturbe o sossego pblico, com algazarra ou abusos de
instrumentos sonoros ou sinais acsticos;
g) por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou
rstica possa confundir com moeda;
h) que prejudique a higiene e a esttica urbana ou contravenha a
posturas municiais ou a outra qualquer restrio de direito;
i) que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como
rgos ou entidades que exeram autoridade pblica.
Essa ser uma eleio atpica, diferente de todas as outras, em virtude,
essencialmente, de seis razes: (1) a escassez de recursos financeiros ou
estimados; (2) a diminuio do tempo de campanha e, em contrapartida,
o afrouxamento da pr-campanha; (3) a mudana da legislao, que
restringe os meios de propaganda eleitoral; (4) a expanso significativa
do uso da internet, acessvel a um expressivo nmero de eleitores; (5)
a rigidez das regras de prestao e contas e o aperfeioamento dos
mecanismos de fiscalizao e controle; e (6) a judicializao do pleito.

4.3. Do Procedimento De Prestao De Contas Eleitorais

Autor deste Capitulo o Advogado Amilton Augusto Kufa -

4.3.1 Da Prestao de Contas

171
A prestao de contas talvez seja o procedimento mais importante dentro
de uma campanha eleitoral, uma vez que onde se afere a legitimidade
e legalidade de todos os recursos utilizados para o custeio dos atos
de propaganda eleitoral e administrao da campanha, com vistas s
eleies.
Com a entrada em vigor da Lei n 13.165, de 29 de setembro de
2015, a denominada minirreforma eleitoral infraconstitucional, que
trouxe mudanas no instituto da prestao de contas, em especial no
procedimento, mudanas essas que vieram regulamentadas na Resoluo
n 23.463/1517 do Tribunal Superior Eleitoral, que dispe sobre a
arrecadao e os gastos de recursos por partidos polticos e candidatos
e sobre a prestao de contas nas eleies de 2016.
Porm, no presente texto, deixaremos de lado as questes materiais e
controvrsias judiciais que envolvem a prestao de contas de campanha,
bem como a prestao de contas partidria, para nos dedicarmos ao
procedimento propriamente dito que regula a prestao de contas de
campanha eleitoral, em especial aps as mudanas introduzidas pela
minirreforma.

4.3.2 Da Prestao de Contas de Campanha

O candidato est obrigado a elaborar a prestao de contas, que ser


encaminhada ao Juiz Eleitoral, diretamente ou por intermdio do partido
poltico, sendo as finais at 1 de novembro de 2016, no primeiro turno,
e, havendo segundo turno, at 19 de novembro de 2016, apresentando,
nesse caso, a movimentao financeira referente aos dois turnos,
abrangendo, nas duas hipteses, se for o caso, o vice-prefeito e todos
aqueles que o tenham substitudo, em conformidade com os respectivos
perodos de composio da chapa. (Arts. 41, 3 e 45, da Resoluo do
TSE n 23.463/15).
63

Disponvel em http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-resolucao-23-463-versao-consolidada-calendario-eleitoral. Acesso

em 22.05.2016

172
Fica obrigado, da mesma forma, a prestar contas o candidato que
renunciar candidatura, dela desistir, for substitudo, tiver o seu
registro indeferido pela Justia Eleitoral, correspondentes ao perodo
em que participou do processo eleitoral, mesmo que no tenha realizado
campanha. Sendo o caso de falecimento, a obrigao de prestar contas,
referente ao perodo em que realizou campanha, ser de responsabilidade
de seu administrador financeiro ou, na sua ausncia, no que for possvel,
da respectiva direo partidria.
A prestao de contas dever ser assinada: (a) pelo candidato titular
e vice, se houver; (b) pelo administrador financeiro, na hiptese de
prestao de contas de candidato, se constitudo; (c) pelo presidente
e tesoureiro do partido poltico, h hiptese de prestao de contas de
partido poltico; e (d) pelo profissional habilitado em contabilidade;
sendo, ainda, obrigatria a constituio de advogado, nos moldes
exigidos pelo art. 41, 5, incisos e 6, da Resoluo do TSE n
23.463/15.
Os partidos polticos, as coligaes e os candidatos esto obrigados,
durante a campanha eleitoral, a entregar Justia Eleitoral, prestao
de contas parciais, que dever ser realizada atravs da divulgao
em pgina eletrnica criada na Internet para esse fim, informando o
seguinte:
i. os dados relativos aos recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em at setenta e duas
horas contadas do recebimento, considerando-se a data do crdito da doao financeira na conta bancria;
ii. relatrio discriminado das transferncias do Fundo Partidrio,
dos recursos em dinheiro e dos estimveis em dinheiro recebidos, bem como dos gastos realizados, devendo, nesse caso, ser

173
realizada exclusivamente por intermdio do SPCE, que dever
ser encaminhada entre os dias 9 a 13 de setembro de 2016,
constando o registro da movimentao desde seu incio at 8
de setembro, com a discriminao dos recursos em dinheiro
ou estimveis em dinheiro para financiamento da campanha
eleitoral, com, cumulativamente:
indicao dos nomes, do CPF das pessoas fsicas doadoras ou
do CNPJ dos partidos polticos ou dos candidatos doadores;
especificao dos respectivos valores doados;
identificao dos gastos realizados com detalhamento dos fornecedores;
Caso a parcial no seja apresentada dentro do prazo ou caso seja
apresentada de forma que no corresponda efetiva movimentao de
recursos, poder ficar caracterizada infrao grave, a ser devidamente
apurada quando do julgamento da prestao de contas final, devendo a
ausncia de informaes sobre o recebimento de recursos em dinheiro ser
examinada de acordo com a quantidade e valores envolvidos, podendo,
conforme o caso, levar sua rejeio. (Art. 43, 6 e 7, da Resoluo
do TSE n 23.463/15).
No dia 15 de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral divulgar, na
sua pgina, na Internet, a prestao de contas parcial de campanha de
candidatos e partidos polticos com a indicao dos nomes, do CPF ou
CNPJ dos doadores e dos respectivos valores doados
Vencidos os prazos, acima referidos, as informaes enviadas
Justia Eleitoral somente podem ser corrigidas com a apresentao
de justificativa que seja aceita pela autoridade judicial e, no caso da
prestao de contas parcial, mediante a apresentao de prestao
retificadora, somente nos seguintes casos:

174
i. cumprimento de diligncias que implique a alterao das peas inicialmente apresentadas;
ii. voluntariamente, na ocorrncia de erro material detectado antes do pronunciamento tcnico; ou
iii. no caso em que, existindo impugnao, irregularidade identificada pela anlise tcnica ou manifestao do Ministrio Pblico Eleitoral contrria aprovao das contas, o Juiz Eleitoral, no sendo possvel decidir pela regularidade das contas,
decida converter o feito para o rito ordinrio, determinando a
intimao do prestador para apresent-la, no prazo de setenta
e duas horas.
No entanto, deve-se destacar que, encerrado o prazo para apresentao
das contas finais, no ser admitida a retificao das contas parciais,
devendo, qualquer alterao, ser realizada por meio da retificao das
contas finais, com a apresentao de nota explicativa (Art. 43, , da
Resoluo do TSE n 23.463/15).
Quando do recebimento e da autuao da prestao de contas parcial,
pode o relator ou o Juiz Eleitoral determinar o imediato incio de sua
anlise, com base apenas nos dados apresentados e nos demais que
estiverem disponveis, caso em que sero juntados ao processo os recibos
eleitorais j emitidos e os que forem sendo emitidos no decorrer da
campanha (Art. 6, da Resoluo do TSE n 23463/15), bem como
os extratos eletrnicos recebidos e os que vierem a ser recebidos das
instituies financeiras (Art. 12, da Resoluo do TSE n 23463/15) e,
posteriormente, a prestao de contas final (Art. 44, caput e 1 e 2,
da Resoluo do TSE n 23.463/15).
Caso sejam ultrapassados os prazos, referidos anteriormente, sem que
as contas tenham sido prestadas, devero ser observados os seguintes
procedimentos:

175
i. o chefe do Cartrio Eleitoral ou a unidade tcnica responsvel
pelo exame das contas, conforme o caso, informar o fato, no
prazo mximo de trs dias:
ao presidente do Tribunal ou ao relator, caso designado; ou
ao Juiz Eleitoral;
ii. a autoridade judicial determinar a autuao da informao na
classe processual de prestao de contas (PC), caso ainda no
tenha havido a autuao da prestao de contas parcial, e, nos
Tribunais, proceder-se- distribuio do processo a um relator,
se for o caso;
iii. o chefe do Cartrio Eleitoral ou a unidade tcnica instruir os autos com os extratos eletrnicos encaminhados Justia Eleitoral,
com as informaes relativas ao recebimento de recursos do Fundo Partidrio, de fonte vedada e/ou de origem no identificada e
com os demais dados disponveis;
iv. o omisso ser notificado pessoalmente para, querendo, manifestar-se no prazo de 72 (setenta e duas) horas;
v. o Ministrio Pblico Eleitoral ter vista dos autos da prestao
de contas, devendo emitir parecer no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas;
vi. persistindo a omisso, as contas sero, ento, julgadas como no
prestadas.
Havendo sobras de campanha, que so constitudas por: (a) a diferena
positiva entre os recursos arrecadados e os gastos realizados em
campanha; e (b) os bens e materiais permanentes adquiridos ou
recebidos durante a campanha, at a data da entrega das prestaes de
contas de campanha; estas devem ser transferidas ao rgo partidrio,
na circunscrio do pleito, conforme a origem dos recursos, at a data
prevista para a apresentao das contas Justia Eleitoral, devendo-se
juntar o comprovante da referida transferncia prestao de contas do

176
responsvel pelo recolhimento, sem prejuzo dos respectivos lanamentos
na contabilidade do partido.
No caso de sobras de recursos oriundos do Fundo Partidrio, tais
valores devem ser transferidos para a conta bancria do partido poltico
destinada movimentao de recursos dessa natureza; caso as sobras
sejam de origem diversa das acima referidas, devem ser depositadas
na conta bancria do partido destinada movimentao de Outros
Recursos, prevista na resoluo que trata das prestaes de contas
anuais dos partidos polticos (Resoluo do TSE n 23.464/15).
Caso o candidato no realize os atos acima descritos at 31 de dezembro
de 2016, os bancos ficam obrigados a transferir o saldo financeiro
da conta bancria eleitoral de candidatos, que, no caso de candidato
a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, devero ser transferidos para o
rgo diretivo municipal do partido na cidade onde ocorreu a eleio, o
qual ser responsvel exclusivo pela identificao desses recursos, sua
utilizao e contabilizao, dando imediata cincia ao Juiz competente
para a anlise da prestao de contas, observando-se o seguinte:
i. os bancos devem comunicar o fato previamente ao titular da
conta bancria para que proceda, at 21 de dezembro de 2016,
transferncia das sobras financeiras de campanha ao partido
que estiver vinculado, observada a circunscrio do pleito;
ii. aps 21 de dezembro de 2016, caso o titular da conta no
tenha efetivado a transferncia, os bancos devem efetuar a
transferncia do saldo financeiro existente para o rgo diretivo municipal do partido na cidade onde ocorreu a eleio,
o qual ser o exclusivo responsvel pela identificao desses
recursos, sua utilizao, contabilizao e respectiva prestao
de contas ao juzo eleitoral correspondente;
iii. efetivada a transferncia, prevista no item anterior, os bancos
devem encaminhar ofcio ao Juiz Eleitoral responsvel pela

177
anlise das contas do candidato, no prazo de at dez dias.
Cumpre ressaltar que, caso o rgo municipal do partido da circunscrio
da eleio no possua conta bancria, a transferncia, acima referida,
deve ser feita para a conta bancria do rgo nacional, caso em que,
alm da comunicao ao Juiz eleitoral local, os bancos devem, em igual
prazo, encaminhar ofcio ao Tribunal Superior Eleitoral e ao rgo
partidrio nacional, identificando o titular da conta bancria encerrada
e a conta bancria de destino, podendo, ainda, caso haja dvida sobre a
identificao da conta de destino, o banco requerer informao ao Juiz
Eleitoral at a data limite de 21 de dezembro de 2016 (Art. 47, , da
Resoluo do TSE n 23.463/15).

4.3.4 Do Procedimento Administrativo de Apresentao das


Contas

Temos que, com exceo dos casos de Prestao de Contas Simplificada,


a prestao de contas, ainda que no haja movimentao de recursos
financeiros ou estimveis em dinheiro, deve ser prestada, por meio do
SPCE (Sistema de Prestao de Contas Eleitorais), disponibilizado
na pgina da Justia Eleitoral, na Internet (Art. 49, da Resoluo do
TSE n 23.463/15), e composta, cumulativamente, pelas seguintes
informaes e documentos:

4.3.4.1 Informaes:

a) Qualificao do candidato, dos responsveis pela administrao de recursos e do profissional habilitado em contabilidade;
b) Recibos eleitorais emitidos;
c) Recursos arrecadados, com a identificao das doaes rece-

178
bidas, financeiras ou estimveis em dinheiro, e daqueles oriundos da comercializao de bens e/ou servios e da promoo de
eventos;
d) Receitas estimveis em dinheiro, com a descrio:
e) do bem recebido, da quantidade, do valor unitrio e da avaliao pelos preos praticados no mercado, com a identificao
da fonte de avaliao;
f) do servio prestado, da avaliao realizada em conformidade
com os preos habitualmente praticados pelo prestador, sem
prejuzo da apurao dos preos praticados pelo mercado,
caso o valor informado seja inferior a estes;
g) Doaes efetuadas a outros partidos polticos e/ou outros candidatos;
h) Transferncia financeira de recursos entre o partido poltico e
seu candidato, e vice-versa;
i) Receitas e despesas, especificadas;
j) Eventuais sobras ou dvidas de campanha;
k) Gastos individuais realizados pelo candidato e pelo partido;
l) Comercializao de bens e/ou servios e/ou da promoo de
eventos com a discriminao do perodo de realizao, o valor total auferido, o custo total, as especificaes necessrias
identificao da operao e a identificao dos adquirentes
dos bens ou servios;
m) Conciliao bancria, com os dbitos e os crditos ainda no
lanados pela instituio bancria, a qual deve ser apresentada
quando houver diferena entre o saldo financeiro do demonstrativo de receitas e despesas e o saldo bancrio registrado em
extrato de forma a justific-la.

4.3.4.2 Documentos:

179
a) Extratos da conta bancria aberta em nome do candidato e
do partido poltico, inclusive da conta aberta para movimentao de recursos do Fundo Partidrio, quando for o caso (Art.
3, III, da Resoluo do TSE n 23.463/15), demonstrando
a movimentao financeira, ou a sua ausncia, em sua forma
definitiva, contemplando todo o perodo de campanha, vedada
a apresentao de extratos sem validade legal, adulterados,
parciais ou que omitam qualquer movimentao financeira;
b) Comprovantes de recolhimento (depsitos/transferncias)
respectiva direo partidria das sobras financeiras de campanha;
c) Documentos fiscais que comprovem a regularidade dos gastos
eleitorais realizados com recursos do Fundo Partidrio (Art.
55, da Resoluo do TSE n 23.463/15);
d) Declarao firmada pela direo partidria comprovando o recebimento das sobras de campanha constitudas por bens e/ou
materiais permanentes, quando houver;
e) Autorizao do rgo nacional de direo partidria, na hiptese de assuno de dvida pelo partido poltico, acompanhada
dos seguintes documentos:
Acordo expressamente formalizado, no qual devero constar a
origem e o valor da obrigao assumida, os dados e a anuncia
do credor;
Cronograma de pagamento e quitao que no ultrapasse o
prazo fixado para a prestao de contas da eleio subsequente para o mesmo cargo;
Indicao da fonte dos recursos que sero utilizados para a
quitao do dbito assumido.
f) Procurao para constituio de advogado para a prestao de

180
contas;
g) Comprovantes bancrios de devoluo dos recursos recebidos
de fonte vedada ou guia de recolhimento ao Tesouro Nacional
dos recursos provenientes de origem no identificada;
h) Notas explicativas, com as justificaes pertinentes.
Alm disso, para subsidiar o exame das contas prestadas, a Justia
Eleitoral poder requerer a apresentao dos seguintes documentos:
i. Documentos fiscais e outros legalmente admitidos que comprovem a regularidade dos gastos eleitorais;
ii. Outros elementos que comprovem a movimentao realizada
na campanha eleitoral, inclusive a proveniente de bens ou servios estimveis.
Havendo a assuno de dvida de campanha, o rgo partidrio da
respectiva circunscrio eleitoral passa a responder solidariamente
com o candidato por todas as dvidas, hiptese em que a existncia de
dbito no pode ser considerada como causa para a rejeio das contas
do candidato, no estando sujeitas autorizao da direo nacional,
no entanto, as dvidas de campanha contradas diretamente pelos
rgos partidrios. No entanto, existncia de dbitos de campanha no
assumidos pelo partido, ser aferida na oportunidade do julgamento da
prestao de contas do candidato e poder ser considerada motivo para
sua rejeio.
Seguindo o procedimento e recebidas na base de dados da Justia
Eleitoral, as informaes acima descritas, o sistema emitir Extrato
da Prestao de Contas, certificando a entrega eletrnica, que deve ser
impressa pelo prestador, assinada e, juntamente com os documentos,
acima descritos, protocolado no rgo competente at 1 de novembro
de 2016.

181
Assim, aps a verificao de que o nmero de controle do Extrato da
Prestao de Contas idntico ao que consta na base de dados da Justia
Eleitoral, ser emitido o recibo de entrega da prestao de contas, nos
termos previstos no 3, do art. 50, da Resoluo do TSE n 23.463/15,
o que, porm, caso ausente o nmero de controle, ou sendo divergente
daquele constante da base de dados da Justia Eleitoral, ser emitido
pelo SPCE aviso com a informao de impossibilidade tcnica de sua
recepo, sendo necessria a correta reapresentao da prestao de
contas, sob pena de ser julgada como no prestada (Art. 50, 4 e 5,
da Resoluo do TSE n 23.463/15).
Ento, prestadas as contas, os processos referentes aos candidatos eleitos
sero encaminhados, to logo recebidos, unidade ou ao responsvel por
sua anlise tcnica para que seja desde logo iniciada, enquanto que, os
referentes aos candidatos no eleitos permanecero no Cartrio Eleitoral
at o encerramento do prazo para impugnao, que deve ser formulada,
por qualquer partido poltico, candidato, coligao, Ministrio Pblico
Eleitoral ou terceiro interessado, em petio fundamentada, dirigida ao
relator ou ao Juiz Eleitoral, relatando fatos e indicado provas, indcios
e circunstncias, em at 3 (trs) dias aps a publicao de edital da
apresentao das contas finais (Art. 51, , da Resoluo do TSE n
23.463/15).

4.3.4.3 Do Sistema Simplificado

A Prestao de Contas Simplificada ser possvel sempre que as


campanhas apresentem movimentao financeira, o que equivalente
ao total de despesas contratadas e registradas na prestao de contas,
que corresponda a, no mximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo,
no entanto, obrigatria sempre nas candidaturas a Prefeito e Vereador
em Municpios com at 50 (cinquenta) mil eleitores (Art. 57, 1 e 2,
da Resoluo do TSE n 23.463/15).

182
O sistema simplificado de prestao de contas configura-se pela
anlise informatizada e simplificada da prestao de contas, elaborada
exclusivamente pelas informaes prestadas diretamente no SPCE,
composta pelos seguintes documentos:
a) Extratos da conta bancria aberta em nome do candidato e
do partido poltico, inclusive da conta aberta para movimentao de recursos do Fundo Partidrio, quando for o caso (Art.
3, III, da Resoluo do TSE n 23.463/15), demonstrando
a movimentao financeira, ou a sua ausncia, em sua forma
definitiva, contemplando todo o perodo de campanha, vedada
a apresentao de extratos sem validade legal, adulterados,
parciais ou que omitam qualquer movimentao financeira;
b) Comprovantes de recolhimento (depsitos/transferncias)
respectiva direo partidria das sobras financeiras de campanha;
c) Declarao firmada pela direo partidria comprovando o recebimento das sobras de campanha constitudas por bens e/ou
materiais permanentes, quando houver; e
d) Instrumento de mandato para constituio de advogado para a
prestao de contas.
Assim, apesar de simplificada, o sistema informatizado visa identificar:
(a) recebimento direto ou indireto de recursos de fontes vedadas; (b)
recebimento de recursos de origem no identificada; (c) extrapolao do
limite de gastos de campanha; (d) omisso de receitas e gastos eleitorais;
(e) no identificao de doadores originrios, nas doaes recebidas de
outros prestadores de contas, nos termos previstos nos arts. 58 e 60, da
Resoluo do TSE n 23.463/15.
O recebimento e processamento da prestao de contas no sistema

183
simplificado, assim como eventual impugnao, observaro o mesmo
procedimento do sistema comum, caso em que, concluda a anlise
tcnica, havendo o oferecimento de impugnao ou detectada qualquer
irregularidade pelo rgo tcnico, o prestador de contas ser intimado
para se manifestar no prazo de 3 (trs) dias, podendo juntar documentos,
sendo os autos, com ou sem manifestao, remetidos ao Ministrio
Pblico Eleitoral para apresentao de parecer no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas. (Art. 59, 2 a 4, da Resoluo do TSE n 23.463/15).
No caso de utilizao de recursos provenientes do Fundo Partidrio,
alm das informaes transmitidas pelo SPCE, que ter sua verificao
informatizada, o prestador de contas dever apresentar fisicamente os
respectivos comprovantes dos recursos utilizados, que sero examinados
de forma manual. (Arts. 59, 5 e 60, Pargrafo nico, da Resoluo
do TSE n 23.463/15).
Ultrapassado o procedimento administrao e no havendo qualquer
impugnao, nem identificada na anlise tcnica nenhuma irregularidade,
bem como havendo parecer favorvel do Ministrio Pblico Eleitoral, as
contas sero, ento, julgadas sem a realizao de qualquer diligncia.
Por outro lado, existindo impugnao, irregularidade identificada
pela anlise tcnica ou manifestao do Ministrio Pblico Eleitoral
contrrio sua aprovao, o Juiz Eleitoral examinar as alegaes
e decidir sobre a regularidade das contas ou, no sendo possvel,
converter o feito para o rito ordinrio, transformando o procedimento
administrativo em judicial.
Ser, ento, determinada a intimao do prestador de contas para
que, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, apresente a prestao
de contas retificadora, acompanhada de todos os documentos e
informaes necessrios, deciso esta que tem natureza interlocutria
e irrecorrvel de imediato, no precluindo e podendo ser analisada
como questo preliminar, por ocasio do julgamento de eventual recurso
contra a deciso final da prestao de contas, caso apresentada nas

184
razes recursais. (Art. 61, caput e Art. 62, caput e Pargrafo nico, da
Resoluo do TSE n 23.463/15).
Cabe destacar, ainda, que poder a autoridade judicial chegar ao extremo
de determinar a quebra dos sigilos fiscal e bancrio do candidato, dos
partidos polticos, dos doadores ou dos fornecedores da campanha, desde
que em deciso devidamente fundamentada, de ofcio ou por provocao
do rgo tcnico, do Ministrio Pblico ou do impugnante.
Ademais, nas diligncias determinadas na prestao de contas, a Justia
Eleitoral dever sempre privilegiar a oportunidade de o interessado sanar,
tempestivamente e quando possvel, as irregularidades e impropriedades
verificadas, identificando de forma especfica e individualizada as
providncia a serem adotadas e seu escopo.
Por fim, em qualquer dos procedimentos, at 180 (cento e oitenta)
dias aps a diplomao, os candidatos e os partidos polticos devero
conservar a documentao referentes s suas contas ou, no caso de estar
pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo s contas
eleitorais, a documentao a elas referente dever ser conservada at a
deciso final transitada em julgado.

4.4 Regularizao das Contas No Prestadas

Este captulo de autoria de Carlos Eduardo Valeo

O tema da regularizao das contas partidrias, declaradas como no


prestadas pela Justia Eleitoral, ganhou relevncia a partir da Resoluo
23.432/2014, expedida pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE ao
criar a sano de suspenso do registro e futuras anotaes do rgo
partidrio municipal ou estadual inadimplente.
O procedimento para regularizao est disciplinado, atualmente, na
Resoluo TSE 23.464/2015 e a sano de suspenso do rgo partidrio
inadimplente est prevista no artigo 42 da Resoluo 23.465/2015.
Antes dessa inovao regulamentar, a suspenso do repasse de cotas
do fundo partidrio, que raramente feito pelos rgos nacionais dos

185
partidos, era a nica sano. Assim, a declarao da Justia Eleitoral
no surtia efeitos. Prestar ou no prestar contas no fazia diferena,
principalmente aos rgos municipais.
Com essa inovao regulamentar, o mandamento constitucional que
impe aos partidos polticos o dever de prestar contas da origem de
suas receitas e de seus gastos adquiriu notria importncia no mbito
municipal e estadual.
Quem no cumprir, ficar com o rgo partidrio inativo durante a
inadimplncia, tendo como consequncia principal o impedimento de
participar das eleies.
Aos operadores da legislao eleitoral, principalmente aos contadores,
advogados e administradores de campanha, a importncia do tema
justifica-se pela falta de discusso doutrinria e jurisprudencial, poucos
artigos publicados, e, notadamente, pela divergncia de entendimentos
entre os Juzos Eleitorais de todo o pas.
Nos captulos a seguir, ser exposto sobre: o dever constitucional, legal
e regulamentar dos partidos de prestarem contas; alteraes legislativas
recentes na sistemtica das prestaes de contas; obrigao de manter
os dados do rgo partidrio atualizado perante a Justia Eleitoral; e,
ao final, ser detalhado o procedimento de regularizao das contas no
prestadas.

4.4.1 Da Obrigao de Prestar Contas


4.4.1.1 O dever constitucional

A Constituio Federal de 1988, no Ttulo II (Dos Direitos e Garantias


Fundamentais), Captulo V, artigo 17, garante aos partidos polticos,
sua livre criao, fuso, incorporao e extino, resguardados a
soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa.

186
Garante, tambm, autonomia para definirem sua estrutura interna,
organizao e funcionamento, bem como, acesso aos recursos do fundo
partidrio e ao rdio e televiso, tudo isso, para que possam realizar
o importante papel institucional de assegurar, no interesse do regime
democrtico, a autenticidade do sistema representativo e a defender os
direitos fundamentais definidos na Constituio Federal.
Apesar de serem garantidas diversas prerrogativas, os partidos tm o
dever de observar alguns preceitos, dentre os quais, est a prestao de
contas.
A Constituio Federal limitou-se a instituir o dever. A regulamentao
ficou a cargo da legislao ordinria e do poder regulamentar atribudo
ao Tribunal Superior Eleitoral, por meio de resolues.

4.4.1.2 Legislao Ordinria

A Lei n. 9.096/1995, que dispe sobre partidos polticos, regulamenta


os artigos 17 e 14, 3, inciso V, da Constituio Federal.
No Ttulo III, Das Finanas e Contabilidade dos Partidos, h o Captulo
I, do artigo 30 ao 37-A, que regulamenta a prestao de contas, e o
Captulo II, do artigo 38 ao 46, que dispe sobre o fundo partidrio.
No artigo 30 est prevista a obrigao dos partidos polticos, atravs de
seus rgos nacionais, regionais e municipais, de manter escriturao
contbil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas
e a destinao de suas despesas, e no artigo 32, a obrigao de enviar,
anualmente, Justia Eleitoral, o balano contbil do exerccio findo,
at o dia 30 de abril do ano seguinte.

4.4.1.3 Legislao Regulamentar

O artigo 61, da Lei 9.096/1995, dispe que o TSE expedir instrues

187
para sua fiel execuo. Para regulamentar o disposto no seu Ttulo III,
foram expedidas sucessivas resolues: 19.768/1996, 21.841/2004,
23.432/2014 e a 23.464/2015, que est em vigor.
No artigo 4 da Resoluo 23.464/2015, repetindo a previso
constitucional e legal, est disposto o dever dos partidos polticos, em
todos os nveis de direo, de manter escriturao contbil digital, sob a
responsabilidade de profissional de contabilidade habilitado, que permita
a aferio da origem de suas receitas, a destinao de seus gastos,
bem como de sua situao patrimonial, e remeter Justia Eleitoral,
nos prazos estabelecidos, o Balano Patrimonial, a Demonstrao do
Resultado do Exerccio e a prestao de contas anual.

4.4.2 Alteraes no Processo de Prestao de Contas


4.4.2.1 Alteraes da Legislao entre 2004 e 2014

O processo de prestao de contas dos partidos polticos permaneceu sem


mudanas dignas de ponderao por vrios anos, ficando a Resoluo
TSE 21.841/2004 vigente at dezembro de 2014.
Durante esse perodo, a mudana mais importante foi introduzida
pela Lei 12.034/2009, ao incluir o pargrafo 6 no artigo 37 da Lei
9.096/1995, atribuindo carter jurisdicional ao exame das prestaes de
contas dos rgos partidrios, obrigando a representao por advogado.
A Resoluo TSE 21.841/2004 foi revogada pela Resoluo TSE
23.432/2014, vigente a partir de 1 de janeiro de 2015, que trouxe
diversas mudanas.
A mais significativa foi a prevista no artigo 47, 2, que imps a
suspenso do registro ou de futuras anotaes do rgo de direo
regional, municipal ou zonal que tiver suas contas julgadas como no

188
prestadas pela Justia Eleitoral.
Trata-se de inovao regulamentar do TSE, pois essa sano no estava
prevista na legislao hierarquicamente superior. Sem entrar no mrito
da inconstitucionalidade do dispositivo, a suspenso do rgo estadual
ou municipal h de ser compreendida em analogia ao artigo 28, III,
e 6, da Lei n. 9.096/1995, ao dispor que se o rgo nacional no
prestar as devidas contas Justia Eleitoral, o TSE, aps o trnsito em
julgado de sua deciso, poder determinar o cancelamento do registro
civil e do estatuto do partido.
Diante disso, a partir da prestao de contas do exerccio de 2014, que
deveria ser apresentada at 30 de abril de 2015, diversos diretrios e
comisses provisrias municipais de todo o pas ficaram com a situao
sub judice perante a Justia Eleitoral.
Com essa deciso, a Justia Eleitoral deixa os rgos partidrios
temporariamente inexistentes, inativos durante a inadimplncia, e no
podem fazer novas filiaes, concorrer s eleies, fazer alterao
da comisso executiva ou qualquer anotao nos Tribunais Regionais
Eleitorais.

4.4.2.2 Minirreforma Eleitoral de 2015

A Lei 13.165/2015, chamada de minirreforma eleitoral, introduziu


mudanas no regime das prestaes de contas, com a incluso, alterao
e revogao de artigos do Ttulo III, da Lei n 9.096/1995. As principais
mudanas foram:
o rgo partidrio municipal que no tenha movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimveis em dinheiro
ser desobrigado de prestar contas Justia Eleitoral, devendo, neste caso, apresentar declarao da ausncia de movimentao de recursos financeiros (artigo 32, 4);

189
a Justia Eleitoral, ao fiscalizar, limitar-se- ao exame formal
dos documentos fiscais de modo a identificar a origem e destinao das despesas, vedada anlise das atividades partidrias
ou qualquer interferncia na autonomia dos partidos (artigo
34, 1);
erros formais e materiais que no comprometam o conhecimento da origem e destinao das despesas de campanha no
acarretaro a desaprovao das contas (artigo 37, 12);
a responsabilidade civil e criminal por desaprovao de contas
partidrias e atos ilcitos atribudos ao partido dar-se- apenas
se verificada irregularidade grave e insanvel resultante de
conduta dolosa que implique no enriquecimento ilcito e leso
ao patrimnio do partido (artigo 37, 13);

4.4.2.3 Revogao da Resoluo TSE 23.432/2014

Em razo das mudanas introduzidas pela Lei 13.165/2015, o TSE,


em dezembro de 2015, publicou a Resoluo 23.464, que regulamenta
o disposto no Ttulo III, Das Finanas e Contabilidade dos Partidos,
da Lei n 9.096/1995, revogando a Resoluo 23.432/2014, e publicou
a Resoluo 23.465, que disciplina a criao, organizao, fuso,
incorporao e extino de partidos polticos.
Com as mudanas, o dispositivo que impe a suspenso do rgo
partidrio municipal que no prestar contas foi includo no artigo 42,
da Resoluo TSE 23.465/2015 e a sano de suspenso de repasse de
cotas do fundo partidrio ficou disciplinada no artigo 48, da Resoluo
TSE 23.464/2015:

4.4.3 Sistema de Gerenciamento de Informaes Partidrias

Na Justia Eleitoral, a notificao, a intimao e a citao feita pelo

190
correio, por Oficial de Justia, ou ainda, por edital (se endereo incerto
e no sabido).
Pelo correio, presumem-se vlidas as comunicaes e intimaes
dirigidas ao endereo residencial ou profissional declinado na inicial,
contestao, embargos, ou, no caso dos responsveis pela no prestao
de contas partidria, ao endereo cadastrado na Justia Eleitoral.
Assim, na ausncia de prestao de contas, as notificaes e citaes
sero enviadas para o endereo informado pelos rgos de direo
municipal Justia Eleitoral.
Se, por hiptese, os interessados no forem localizados, a citao ser
por edital e, provavelmente, os responsveis pelas contas no tero
cincia da suspenso do rgo partidrio. Portanto, os partidos polticos
devem cumprir a determinao prevista no artigo 10, pargrafo nico,
da Lei 9.096/1995, para no sofrem eventuais prejuzos.
A constituio dos rgos partidrios municipais, os nomes dos
respectivos integrantes, bem como as alteraes que forem promovidas,
devem ser comunicadas para anotao no Tribunal Regional Eleitoral
pela direo estadual do partido por meio do Sistema de Gerenciamento
de Informaes Partidrias SGIP, mdulo externo.
O SGIP passou a ser obrigatrio Justia Eleitoral e aos partidos
polticos, a partir de 3 de outubro de 2009, nos termos da Resoluo
TSE n 23.093, publicada em 17 de agosto de 2009.
O sistema permite aos representantes das agremiaes partidrias
a remessa Justia Eleitoral, por meio da internet, dos dados
referentes constituio, alteraes dos rgos de direo partidrios
ou de seus dados, em qualquer mbito, bem como credenciamento e
descredenciamento de delegados perante a Justia Eleitoral.

4.4.4 Procedimento para Regularizao das Contas No


Prestadas

191
4.4.4.1 Procedimentos antes do Julgamento

O procedimento para declarao das contas como no prestadas pela


Justia Eleitoral, bem como, a regularizao da situao sub judice dos
rgos partidrios estaduais e municipais est previsto atualmente na
Resoluo 23.464/2015.
A sistemtica referente s contas no prestadas no prazo legal, que antes
era disciplinada na Resoluo TSE 21.841/2004, de uma forma muito
simples, sofreu profundas alteraes com a publicao da Resoluo
TSE 23.432/2014 e foram mantidas com a publicao da Resoluo
TSE 23.464/2015.
Os procedimentos a serem cumpridos pelas Secretarias Judicirias
e pelos Cartrios Eleitorais tornaram-se burocrticos, pois agora a
Justia Eleitoral tem que dar cincia aos rgos partidrios sobre o
dever de prestar contas, para s depois aplicar as sanes, por meio de
uma sentena declaratria.
O artigo 30, que est no Captulo VI, Da apresentao da prestao de
contas, da Resoluo TSE 23.464/2015, dispe:
Art. 30. Encerrado o prazo para a apresentao das contas:
I a Secretaria Judiciria ou o Cartrio Eleitoral deve notificar
os rgos partidrios e seus responsveis que deixaram de apresentar suas contas ou a declarao de que trata o 3 do art. 28
desta resoluo, para que supram a omisso no prazo de setenta
e duas horas;
(Notificao enviada ao rgo partidrio, presidente e tesoureiro,
pelos Correios, ao endereo cadastrado no SGIP)
II findo o prazo previsto no inciso I deste artigo, a Secretaria
Judiciria ou o Cartrio Eleitoral deve comunicar ao Presidente
do Tribunal ou ao Juiz Eleitoral que o rgo partidrio no pres-

192
tou contas tempestivamente;
(A comunicao feita por meio de informao escrita, acompanhada das notificaes e avisos de recebimento -AR- dos Correios
positivo ou negativo)
III o Presidente do Tribunal ou Juiz deve determinar:
a) a imediata suspenso do repasse das quotas do Fundo Partidrio; e
b) a autuao da informao, na classe processual de Prestao de
Contas em nome do rgo partidrio e de seus responsveis e, nos
tribunais, o seu encaminhamento para distribuio automtica e
aleatria.
(A suspenso do repasse comunicada por ofcio enviado aos Diretrios Nacional e Estadual do partido, no caso de rgo municipal)
IV recebidos os autos da prestao de contas, a autoridade judiciria deve verificar a regularidade das notificaes procedidas
e, caso no tenham sido regulares, determinar a citao do rgo
partidrio e de seus responsveis para que apresentem suas justificativas no prazo de 5 (cinco) dias;
(Se regulares as notificaes, o Juiz pode proceder a partir do
inciso VI. Se no regulares, ser feita a primeira tentativa de citao pelos Correios. Se o aviso de recebimento retornar sem localizao dos destinatrios, ser feita a tentativa de citao por
Oficial de Justia, e sendo infrutfera, ser feita a citao por
edital, com publicao no mural do cartrio e na imprensa oficial)
V na hiptese de o rgo partidrio ou de seus responsveis
apresentarem as contas partidrias no prazo previsto no inciso
IV deste artigo, o processo seguir o rito previsto nos arts. 31 e
seguintes desta resoluo, e a extemporaneidade da apresentao

193
das contas, assim como as justificativas apresentadas, devem ser
avaliadas no momento do julgamento; e
(A intempestividade na apresentao das contas no ser causa
de reprovao, podendo no mximo, ocorrer a aprovao com ressalvas)
VI persistindo a no apresentao das contas, apresentadas ou
no as justificativas de que trata o inciso IV deste artigo, a autoridade judiciria deve determinar, sucessivamente:
a) a juntada dos extratos bancrios que tenham sido enviados para
a Justia Eleitoral, na forma do 2 do art. 6 desta resoluo;
(O sistema para consulta dos extratos bancrios j est sendo usado pela Justia Eleitoral)
b) a colheita e certificao nos autos das informaes obtidas nos
outros rgos da Justia Eleitoral sobre a eventual emisso de recibos de doao e registros de repasse ou distribuio de recursos
do Fundo Partidrio;
(Essas informaes so obtidas nos demonstrativos das contas
digitalizadas apresentadas pelos rgos nacional e estadual dos
partidos e esto disponveis para consulta nos stios do TSE e dos
TREs)
c) a oitiva do Ministrio Pblico Eleitoral, no prazo de 5 (cinco)
dias, aps a juntada das informaes de que tratam as alneas a e
b deste inciso;
d) as demais providncias que entender necessrias, de ofcio ou
por provocao do rgo tcnico ou do Ministrio Pblico Eleitoral;
e) a abertura de vista aos interessados para se manifestar sobre as
informaes e documentos apresentados nos autos, no prazo de 3
(trs) dias; e
(Se conhecido o endereo, a intimao enviada pelos Correios)

194
f) a submisso do feito a julgamento, deliberando sobre as sanes
cabveis ao rgo partidrio e seus responsveis
(anotaes nossas)

4.4.4.2 Julgamento e as Sanes Aplicadas

Aps a realizao de todo o trabalho burocrtico descrito no item


anterior, a Justia Eleitoral poder declarar as contas como no
prestadas, conforme previsto no artigo 46:
Art. 46. Compete Justia Eleitoral decidir sobre a regularidade
das contas partidrias, julgando:
[...]
IV pela no prestao, quando:
a) depois de intimados na forma do art. 30 desta resoluo, o rgo partidrio e os responsveis permanecerem omissos ou as suas
justificativas no forem aceitas;
A sentena que declarar as contas como no prestadas ter que deliberar
sobre as sanes cabveis ao rgo partidrio e seus responsveis:
Resoluo TSE 23.464/2015:
Art. 48. A falta de prestao de contas implica a proibio de recebimento de recursos oriundos do Fundo Partidrio, enquanto no for
regularizada a situao do partido poltico.
[...]
2 O rgo partidrio, de qualquer esfera, que tiver as suas
contas julgadas como no prestadas fica obrigado a devolver integralmente todos os recursos provenientes do Fundo Partidrio que
lhe forem entregues, distribudos ou repassados.
Resoluo TSE 23.465/2015:

195
Art. 42. Ser suspenso o registro ou a anotao do rgo de direo estadual ou municipal que tiver suas contas partidrias julgadas como no prestadas, at que seja regularizada a situao.

4.4.4.3 Requerimento para Regularizao

Para regularizar a situao de inadimplncia, aps o trnsito em julgado


da deciso que julgar as contas no prestadas, o rgo partidrio ter
que seguir o procedimento disciplinado no artigo 59, da Resoluo TSE
23.464/2015:
Art. 59. Transitada em julgado a deciso que julgar as contas
como no prestadas, os rgos partidrios podem requerer a regularizao da situao de inadimplncia para suspender as consequncias previstas no caput e no 2 do art. 48 desta resoluo.
Antes de se detalhar e explicar o procedimento, necessrio observar
que da anlise do caput desse artigo, chega-se concluso de que o
partido tem diversas oportunidades para apresentar a prestao de
contas, sem, efetivamente, sofrer qualquer tipo de sano:
- at 30 de abril do ano subsequente ao das contas, tempestiva;
- aps 30 de abril, intempestiva;
- no prazo de 72 horas da notificao, art. 30, I;
- no prazo de 5 dias aps a citao, art. 30, IV, (estar suspenso
o repasse de cotas do fundo partidrio. Porm, sem efeito prtico,
pois a maioria dos rgos nacionais no repassam aos rgos municipais e estaduais);
- em qualquer tempo at o julgamento previsto no art. 46, IV, a;
- da deciso referida no ltimo item at o trnsito em julgado.

196
Apesar do caput do artigo 59 fazer meno apenas sano prevista no
art. 48, importante observar que a sano efetivamente importante
a prevista no art. 42 da Resoluo TSE 23.465/2015, que torna o rgo
partidrio temporariamente inexistente, impedindo, inclusive, o registro
de candidatos para concorrer nas eleies.
Portanto, essencial que os rgos partidrios estaduais e municipais
prestem contas antes do trnsito em julgado da deciso do art. 46, IV,
a, da Resoluo TSE 23.464/2015, pois, caso contrrio, provvel
que a regularizao do partido s ocorra depois de aproximadamente
60 dias contados da data do protocolo do requerimento previsto no
artigo 59.

4.4.5 Requisitos do requerimento

Os requisitos do requerimento de regularizao esto previstos nos cinco


incisos do 1 do artigo 59.
Inciso I: pode ser apresentado pelo prprio rgo partidrio, cujos
direitos esto suspensos, ou pelo hierarquicamente superior;
O diretrio estadual poder apresentar as contas do rgo municipal,
mesmo que esse estivesse vigente antes da suspenso. Se no estivesse
vigente, a responsabilidade obrigatoriamente do rgo superior.
Inciso II: deve ser autuado na classe Petio, consignando-se os nomes
dos responsveis, e distribudo por preveno ao Juiz ou Relator que
conduziu o processo de prestao de contas a que ele se refere;
Se o partido prestar contas antes do trnsito em julgado da deciso do
art. 46, IV, a, da Resoluo TSE 23.464/2015, no ser autuado
novo processo. O processamento das contas ocorrer nos mesmos autos
em que foi proferida a deciso de contas no prestadas.
Porm, se houver o trnsito em julgado, mesmo que o processo ainda
no esteja arquivado, o partido dever apresentar o requerimento para

197
regularizao, acompanhado da prestao de contas, e ser autuado
novo processo.
Inciso III: deve ser instrudo com todos os dados e documentos previstos
no art. 29 desta resoluo;
O requerimento dever ser subscrito por advogado, em razo do carter
jurisdicional do procedimento, e acompanhado dos demonstrativos da
prestao de contas assinada pelos responsveis e por contador.
Inciso IV: no deve ser recebido com efeito suspensivo;
O requerimento ser recebido apenas com efeito devolutivo. O
cancelamento dos efeitos da deciso que determinou a suspenso do
registro do rgo partidrio, tornando-o temporariamente inativo, de
praxe, ocorre somente aps o trnsito em julgado da deciso da Justia
Eleitoral que julgar as contas como aprovadas, aprovadas com ressalva,
ou desaprovadas.
A deciso da Justia Eleitoral tambm poder ser pela manuteno da
deciso anterior, contas no prestadas.
Portanto, se o requerimento for protocolado s vsperas das convenes
partidrias, por exemplo, o rgo partidrio dever solicitar a concesso
de medida liminar, para que o requerimento seja recebido com efeito
suspensivo. Note-se que esse pedido liminar h de ser compreendido
como tutela de urgncia, prevista no artigo 300, do Cdigo de Processo
Civil.
Inciso V: deve observar o rito previsto nesta resoluo para o
processamento da prestao de contas, no que couber.
Duas situaes podem ocorrer:
1. No caso de prestao de contas com movimentao financeira, o despacho inicial padro da Justia Eleitoral ser pelo
recebimento do requerimento sem efeito suspensivo e pelo processamento da prestao de contas nos termos do artigo 31 e
seguintes da Resoluo 23.464/2015, que poder durar apro-

198
ximadamente 60 dias.
2. A prestao de contas dos rgos partidrios municipais que
no tenham movimentado recursos financeiros ou bens estimveis em dinheiro realizada por meio da declarao de ausncia de movimentao de recursos no perodo, cujo procedimento durar por volta de 30 dias.
As mudanas ocorridas recentemente na sistemtica da prestao
de contas partidria no esgotam a discusso sobre a necessidade de
adequaes e outras mudanas na legislao eleitoral.
A atual crise poltica instalada no pas nos mostra ser essencial a
reviso do sistema poltico, principalmente com a restrio na criao
de partidos polticos, mudanas nas regras das eleies e na captao e
uso de recursos pelos partidos polticos.
A sistemtica criada por Resoluo do TSE, para suspender os rgos
partidrios municipais e estaduais que no prestarem contas, est
valendo desde o ano de 2015 e at agora no h discusso sobre a
inconstitucionalidade normativa perante o Supremo Tribunal Federal.
Por isso, a discusso sobre a legitimidade do TSE em criar regras e
sanes no previstas na legislao superior, no dever ser tese de
defesa das agremiaes municipais que pretendem concorrer nas
eleies de 2016.
Os rgos partidrios municipais e estaduais devem se preocupar com o
calendrio de suas obrigaes com a Justia Eleitoral e principalmente
com a contratao de bons profissionais da rea jurdica e contbil,
assim como administradores de campanha, para que no sofram
prejuzos decorrentes da perda de prazos, ou pela inabilidade no uso
dos sistemas eleitorais e cumprimento dos procedimentos previstos na
legislao eleitoral.

4.5 Judicializao das Contas Eleitorais

199
Este Capitulo de autoria de Anderson Pomini -Advogado especialista
em direito eleitoral.

4.5.1 Breve Histrico do Instituto da Prestao de Contas

A contabilidade da movimentao financeira das campanhas eleitorais


sempre foi um tema sensvel s normas que norteiam o processo eleitoral
brasileiro.
O financiamento eleitoral sempre foi um assunto controvertido e marcado
por questionamentos relativos origem, arrecadao e a forma de
aplicao dos recursos, dando azo ao surgimento de mecanismos legais
de controle e transparncia sobre as contas eleitorais.
O antigo Cdigo Eleitoral Lei n 1164, de 24 de julho de 1950
timidamente j dispunha sobre a obrigao de os partidos fixarem
as quantias mximas que seus candidatos poderiam despender
pessoalmente com a prpria eleio. Surgia a, de forma singela, o
incio da exigncia da prestao de contas eleitoral18.
Dcadas se passaram e hoje a prestao de contas se tornou poderoso
instrumento jurdico de avaliao das contas eleitorais dos candidatos,
partidos e coligaes, podendo implicar em efeitos jurdicos e polticos
negativos rbita de cada um desses atores sociais que se aventuram no
mundo poltico.

4.5.2 Conceito de Prestao de Contas

Expediente utilizado para cotejar informaes referentes origem,


arrecadao e gastos de recursos eleitorais, de modo que a sociedade
tenha plena cincia, quase que em tempo real, das atividades financeiras
18
Art. 143. Os partidos polticos estabelecero nos seus estatutos os preceitos:
I que os obriguem e habilitem a fixar e apurar as quantias mximas que os seus candidatos podem, em cada caso, despender pessoalmente com a
prpria eleio;

200
de campanha dos partidos polticos, coligaes e dos candidatos.

4.5.3 Natureza Jurdica das Contas Eleitorais: Procedimento


Administrativo ou Judicial?

H muito existe grande celeuma entre doutrina e jurisprudncia acerca


da natureza jurdica do processo de prestao de contas. Segundo o
magistrio do ilustre jurista Jos Jairo Gomes, Instaurado na Justia
Eleitoral, o Processo de Prestao de Contas (PCON) possui natureza
essencialmente administrativa19.
Numa outra linha, a recente doutrina de Abelha e Chein Jorge:
O dever de prestar contas deve dar origem a um processo perante
os rgos competentes da Justia Eleitoral. Trata-se de processo
de natureza jurisdicional com contedo eminentemente administrativo, mas que nem por isso deixa de seguir os ditames do devido
processo legal (contraditrio, imparcialidade, ampla defesa, durao razovel, motivao etc.)20
Destaca-se que, antes do advento da Lei 12.034/2009, que alterou o
art. 30 da Lei 9.504/97, a jurisprudncia do Tribunal Superior Eleitoral
se direcionava para o entendimento de que as contas eleitorais tinham
carter eminentemente administrativo, razo pela qual no cabia
recurso aos rgos superiores:

19
20

Prestao de contas. Candidato a deputado estadual. Acrdo


regional. Rejeio. Recurso especial. No-cabimento. Deciso.
Natureza administrativa. Precedentes. Recurso a que se nega seguimento.
O egrgio Tribunal Regional Eleitoral de So Paulo, por unanimiGOMES, Jos Jairo, Direito Eleitoral, Atlas, 11 edio, pg.356
RODRIGUES, Marcelo Abelha; JORGE, Flvio Cheim. Manual de Direito Eleitoral. So Paulo/ SP: Revista dos Tribunais, 2014. p. 215.

201
dade, rejeitou as contas apresentadas por Celso Antnio Giglio,
candidato ao cargo de deputado estadual pelo Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB) no pleito de 2006. (TSE, REspe
28.107, Rel. Caputo Bastos)
Com o advento da referida Lei, o processo de prestao de contas passou a
ostentar natureza jurisdicional, surgindo a possibilidade de interposio de
recursos perante os rgos superiores da Justia Eleitoral, seno veja-se:
Prestao de contas. Campanha eleitoral. No apresentao.
Trnsito em julgado. - Aps a edio da Lei n 12.034/2009, os
processos de prestao de contas de campanha tm natureza judicial, com possibilidade de interposio de recursos, conforme o
disposto nos 5, 6 e 7 do art. 30 da Lei das Eleies, o que implica a necessidade de estrita observncia das disposies previstas na legislao eleitoral, no havendo possibilidade de mitigao
da coisa julgada com base nos princpios da proporcionalidade e
da razoabilidade. - Agravo regimental no provido. (AgR-AgR-Al
83414, Rei. Mm. Arnaldo Versiani, DJe 8.2.2012)
A partir de ento, as decises que julgassem as contas prestadas pelos
candidatos ou comits financeiros poderiam ser objeto de interposio
de recursos ao rgo superior da Justia Eleitoral, no prazo de 3 (trs)
dias, a contar da publicao no Dirio Oficial.
Posteriormente, esse artigo sofreu uma pequena alterao, sem, contudo,
alterar a viabilidade de interposio recursal. Hoje, o texto est escrito
da seguinte forma:
Art. 30. A Justia Eleitoral verificar a regularidade das contas
de campanha, decidindo:
5o Da deciso que julgar as contas prestadas pelos candidatos
caber recurso ao rgo superior da Justia Eleitoral, no prazo de

202
3 (trs) dias, a contar da publicao no Dirio Oficial
Desta forma, aps o advento da Lei n 12.034/2009, a natureza jurdica
do processo de prestao de contas transcendeu da esfera administrativa
para a jurisdicional, sendo possvel a interposio de recursos perante os
rgos superiores em caso de deciso desfavorvel.

4.5.4 Da Obrigatoriedade da Prestao de Contas

Terminado o pleito, os candidatos, partidos e coligaes tm o dever


de entregar Justia Eleitoral todo o balano financeiro atinente
respectiva campanha, discriminando os valores e bens arrecadados, bem
como os gastos efetuados e eventuais sobras (financeiras ou estimveis)21.
J faz algum tempo que o Tribunal Superior Eleitoral assentou
entendimento no sentido de que a desistncia ou renncia candidatura
no desobriga o candidato de prestar contas do perodo em que praticou
atos de campanha. Tanto que a norma regulamentadora das eleies
municipais que se avizinham dispe que o candidato que renunciar
candidatura, dela desistir a qualquer tempo, for substitudo ou tiver o
registro indeferido pela Justia Eleitoral, tem o dever de prestar contas
em relao ao perodo em que participou do processo eleitoral, mesmo
que no tenha realizado atos de campanha.22
No caso de falecimento de candidato, a obrigatoriedade de prestar
contas referente ao tempo em que foram praticados atos de campanha,
ficar a cargo do administrador financeiro nomeado pelo candidato
quando da abertura de conta da campanha.23
H de se ressaltar, ainda, que a ausncia de movimentao de recursos de
campanha, financeiros ou estimveis em dinheiro, no isenta o partido e
o candidato do dever de prestar suas contas. 24
21
22
23
24

Art. 28 da Lei 9.504/97 c/c Art. 41 da Resoluo n 23.463/2015.


Art. 41, 7, Resoluo TSE n 23.463/2015.
Art. 41, 8, Resoluo TSE n 23.463/2015.
Art. 41, 9, Resoluo TSE n 23.463/2015.

203
4.5.5 Momento da Prestao de Contas

Como j explicado, a arrecadao e os gastos de campanha devem


ser informados Justia Eleitoral no curso do pleito. A minirreforma
eleitoral, inserida pela Lei n. 12.165, de 2015, estabeleceu um novo
formato quanto ao marco temporal para a apresentao das contas
parciais.25
Agora, de acordo com a novel legislao, os partidos polticos, as
coligaes e os candidatos so obrigados, durante as campanhas
eleitorais, a divulgar em stio criado pela Justia Eleitoral:
a) os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua
campanha eleitoral, em at 72 (setenta e duas) horas de seu
recebimento; e
b) no dia 15 de setembro, relatrio discriminando as transferncias do Fundo Partidrio, os recursos em dinheiro e os estimveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados.
Verifica-se, deste modo, que o legislador teve a inteno de aprimorar
o sistema de prestao de contas com a divulgao permanente dos
recursos auferidos e gastos realizados pelos candidatos, partidos e
coligaes.
Isso porque, o cidado tem o direito de saber como seus eventuais
representantes se comportaram durante o pleito. Esse mtodo tem o
condo no s de manter o eleitor informado, mas tambm de estimullo a fiscalizar, amide, aquele que se lanou condio de administrar
a coisa pblica.
A sociedade tem exigido transparncia e ampla publicidade acerca da
forma pela qual os candidatos desenvolvem os atos de campanha, o que
inclui, certamente, a possibilidade de anlise das contas dos possveis
25

Art. 28, 4o, da Lei 9.504/97

204
agentes polticos em tempo real.
Portanto, o novo texto legal surge com arrimo na exigncia da moralidade
e probidade que todo candidato deve ostentar, facilitando ao eleitor a
plena convico de quem est apto ou no a ser elevado ao alto escalo
da administrao, sem a prtica do abuso do poder econmico.
No entanto, o dever de prestar contas no se exaure com o manejo das
contas parciais. Encerrado o pleito, todos os candidatos, partidos e
coligaes precisam entregar o balano financeiro final de campanha
at o 30 (trigsimo) dia posterior realizao das eleies, em caso de
primeiro turno.26
Em havendo segundo turno, o conjunto das contas deve ser encaminhado
Justia Eleitoral, referente aos 2 (dois) turno, at o 20 vigsimo dias
posterior sua realizao.
Destarte, todos os dados lanados ao instituto da prestao de contas
formaro um processo que tramitar perante os rgos da Justia
Eleitoral e que estar sujeito a 5 (cinco) hipteses:
a) aprovao, quando estiverem regulares;
b) aprovao com ressalvas, quando verificadas falhas que no
lhes comprometam a regularidade;
c) desaprovao, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;
d) no prestao, quando no apresentadas as contas aps a notificao emitida pela Justia Eleitoral, na qual constar a obrigao expressa de prestar as suas contas, no prazo de setenta
e duas horas.
Embora os dois modos de aprovao das contas elencados nas alneas
a e b tambm possam requer um estudo mais aprofundado sobre
26

Art. 29, III, da Lei 9.504/97.

205
seus efeitos, este autor cingir seu trabalho nos reflexos jurdicos
irradiados pela desaprovao e pela no apresentao das contas.

4.5.6 Reflexos Jurdicos com a Desaprovao das Contas

O resultado das contas de campanha reflexo da organizao


administrativa, financeira e jurdica eleitoral do candidato, partido e
coligao. Antes de iniciar o estudo sobre os efeitos das decises que
implicam em desaprovao ou em reconhecimento da falta da prestao
de contas, ser necessrio traar uma breve sntese do rito pelo qual se
desenvolver o processo.
Segundo a Resoluo TSE 23.463/2015, que regulamentar as eleies
municipais de 2016, a Justia Eleitoral, quando do exame das contas,
disponibilizar toda a anlise contbil eleitoral, o que inclui extratos
financeiros e recibos eleitorais no stio oficial do Tribunal Superior
Eleitoral. Igualmente, ser determinada a imediata publicao de edital
para que qualquer partido poltico, candidato ou coligao, o Ministrio
Pblico, bem como qualquer outro interessado, possa impugn-las no
prazo de 3 (trs) dias.27
Para a anlise das contas, a Justia Eleitoral pode requisitar tcnicos
do Tribunal de Contas da Unio, dos Estados e dos Tribunais e Conselhos
de Contas dos Municpios, pelo tempo que for necessrio, bem como
servidores ou empregados pblicos do municpio, ou nele lotados,
ou ainda pessoas idneas da comunidade, devendo a escolha recair
preferencialmente naqueles que possuem formao tcnica compatvel,
dando ampla e imediata publicidade de cada requisio.28
Em caso de indcios de irregularidade na prestao de contas, a Justia
Eleitoral pode requisitar, diretamente ou por delegao, informaes
adicionais, bem como determinar diligncias especficas para a
complementao dos dados ou para o saneamento das falhas, com a
27
28

Art. 51, caput, da Resoluo TSE n 23.463/2015.


Art. 63, caput, da Resoluo TSE n 23.463/2015.

206
perfeita identificao dos documentos ou elementos que devem ser
apresentados.29
Importante destacar que o setor tcnico da Justia Eleitoral auxilia o
juiz no exame da prestao de contas, servindo de maneira subsidiria
convico do magistrado quando do julgamento das contas. De igual
modo, o Ministrio Pblico Eleitoral tambm encontra atividade nos
autos da prestao de contas, emitindo parecer conclusivo sobre as
contas eleitorais.30
Ao final, verificada a regularidade das contas, o juiz pode desaprovar as
contas quando constatadas falhas que comprometam sua regularidade.
Conquanto a desaprovao das contas possa gerar um efeito poltico
nefasto imagem do candidato, prejudicando-o perante seu eleitorado,
o resultado final em si no lhe acarreta nenhum efeito jurdico negativo.
Explico. A desaprovao das contas no gera cassao de diploma,
mandato e tampouco inelegibilidade. Todavia, a Justia Eleitoral
remeter cpia de todo o processo ao Ministrio Pblico Eleitoral,
de forma que este formule uma representao contra o infrator, caso
encontre elementos que contrariem a norma vigente.
O rito dessa representao seguir os moldes do art. 22 da Lei n. 64/90
Lei das Inelegibilidades. Julgada procedente a representao, ainda que
aps a proclamao dos eleitos, o Tribunal declarar a inelegibilidade
do representado e de quantos hajam contribudo para a prtica do
ato, cominando-lhes sano de inelegibilidade para as eleies a se
realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes eleio em que se verificou,
alm da cassao do diploma do candidato diretamente beneficiado.31
E o que acontece com o partido caso suas contas eleitorais sejam
rejeitadas?
29
30
31

Art. 64, caput, da Resoluo TSE n 23.463/2015.


Arts. 64, 2 e 3, 66, 67 e 68 da Resoluo TSE n 23.463/2015.
Art. 74, caput, da Resoluo TSE n 23.463/2015 c/c Art. 22, XIV, da Lei 64/90.

207
Pois bem, nesse caso o partido perder o direito ao recebimento da
quota do Fundo Partidrio do ano seguinte. A sano de suspenso do
repasse de novas quotas do Fundo Partidrio, por desaprovao total
ou parcial da prestao de contas do candidato, dever ser aplicada
de forma proporcional e razovel, pelo perodo de 1 (um) ms a 12
(doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na
importncia apontada como irregular, no podendo ser aplicada a
sano de suspenso, caso a prestao de contas no seja julgada, pelo
juzo ou tribunal competente, aps 5 (cinco) anos de sua apresentao.32
Portanto, em caso de desaprovao das contas eleitorais, o candidato
poder, em tese, ser posteriormente representado, nos termos dos
artigos 30-A da Lei das Eleies e 22 da Lei 64/90, sofrendo cassao
do diploma e os efeitos da inelegibilidade pelo prazo de 8 (oito) anos, ao
passo que o partido ficar sem receber as cotas do fundo partidrio que
lhe disserem respeito.

4.5.7 Ausncia de Prestao das Contas

De outro lado, a deciso que julgar as contas eleitorais como no


prestadas acarretar duas situaes:
a)
ao candidato, o impedimento de obter a certido de quitao
eleitoral at o final da legislatura, persistindo os efeitos da restrio
aps esse perodo at a efetiva apresentao das contas; e
b)
ao partido poltico, a perda do direito ao recebimento da
cota do Fundo Partidrio.
Assim, o candidato deixar de estar quite com a Justia Eleitoral durante o
perodo da legislatura para a qual concorreu. Em outras palavras, at o final da
legislatura para a qual concorreu e enquanto no apresentar as contas eleitorais
aps esse perodo, a pessoa poder ter seu registro de candidatura indeferido
32

Art. 25, pargrafo nico da Lei 9.504/97 c/c o art. 68, 3, da Resoluo 23.463/2015.

208
caso opte concorrer a novas eleies, alm de outros impedimentos, como a
expedio de passaportes e inscrio em concursos pblicos.33
Portanto, enquanto o candidato no apresentar as contas eleitorais, este no
ficar quite com a Justia Eleitoral, fato esse que ensejar o indeferimento de
seu registro de candidatura; J o partido fica sem receber as cotas do fundo
enquanto durar a inadimplncia.
Em sntese, o cidado que pretende postular mandato popular dever estar
atento s exigncias legais que disciplinam o processo eleitoral, em especial o
da prestao de contas de campanha, visto que o eleitor ter total acesso aos
financiadores do projeto poltico, informao vital para a definio do seu voto.

4.6 Controle Social

Este Capitulo de Autoria de Alexandre Luis Mendona Rollo,


O presente artigo tem o objetivo de trazer reflexo o chamado
controle social do abuso do Poder Econmico, sugerindo condutas
de contra campanha para que se possa, eventualmente, denunciar a
prtica de caixa dois (utilizao de recursos no contabilizados), por
aquele candidato que declara Justia Eleitoral valores absolutamente
incompatveis com o volume da campanha eleitoral por ele realizada
nas ruas. Mas para que se possa chegar quele objetivo, preciso que se
entenda a razo de ser da proibio da prtica dos abusos nas eleies,
passando pelo conceito de abuso e, em especial, por aquilo que a Justia
Eleitoral entende por abuso do poder econmico.
Um bom incio para a reflexo a que nos propomos a debater passa
pelo princpio da soberania popular que, como sabemos, tem assento
constitucional (artigo 1., pargrafo nico, CF/88), podendo ser
considerado a certido de nascimento do prprio Direito Eleitoral.
Isso porque, sem o poder que emana do povo e sem o exerccio de tal
poder por meio de representantes eleitos, no haveria necessidade de
33

Art. 11, 7o, , da Lei 9.504/97.

209
eleies, nem do prprio Direito Eleitoral.
O princpio da soberania popular se traduz no respeito vontade popular,
que se manifesta atravs do voto. Se assim , no se pode, a princpio,
alterar o mrito da vontade popular. Se o povo quer como representante
o palhao, o ndio, o atleta, o caboclo, a mulher fruta etc, tal vontade
deve ser respeitada.
Desse importante princpio nasce uma regra processual fundamental
que se aplica a todos os processos eleitorais que envolvam cassao
de diplomas ou de mandatos eletivos, qual seja, a regra do in dubio
pro voto, ou seja, em processo de cassao a dvida deve impor a
improcedncia da demanda, tal como ocorre no Direito Penal, com a
conhecida mxima do in dubio pro reo. Tal questo ser melhor
tratada mais adiante, quando estudaremos a questo do nus da prova.
Mas sendo o princpio da soberania popular (respeito vontade popular
manifestada nas urnas), to importante, logo vem mente a seguinte
dvida: pode a Justia Eleitoral alterar essa vontade popular cassando
mandatos eletivos?
A resposta para essa indagao afirmativa e passa pelo estudo de
um segundo princpio de Direito Eleitoral to importante quanto
o primeiro, que o princpio da lisura das eleies. So verdadeiros
pilares deste princpio a livre formao da vontade do eleitor e a
igualdade de oportunidades entre os candidatos. A livre formao da
vontade do eleitor tutelada pelo ordenamento jurdico eleitoral atravs
de dispositivos legais tais como, dentre outros, os artigos 30-A, 41-A,
45, 73, 74, 75 e 77 todos da Lei 9.504/97, vrios artigos do Cdigo
Eleitoral (em especial os que tratam dos crimes eleitorais), artigo 22 da
Lei Complementar n. 64/90 etc.
Por meio destes dispositivos legais fica possibilitada a punio daqueles que
descumpram regras relativas arrecadao e aos gastos das campanhas
eleitorais, daqueles que pratiquem captao ilcita de sufrgio, veda-se
ainda a utilizao da imprensa como fator de manipulao da vontade

210
do eleitor, probe-se o uso da mquina administrativa e os abusos dos
poderes poltico, econmico e dos meios de comunicao social.
J a igualdade de oportunidades entre os candidatos, alm de ser
obtida ao se garantir a livre formao da vontade do eleitor, tambm
o , por exemplo, com a previso de algumas inelegibilidades de
natureza constitucional (como a inelegibilidade por parentesco), e
com a necessidade de desincompatibilizao (necessidade esse que
est prejudicada ao se exigir, por exemplo, que o Ministro de Estado
se desincompatibilize para disputar uma eleio e no se ter a mesma
exigncia para o Presidente da Repblica candidato reeleio).
O princpio da lisura das eleies diretamente tratado pelo artigo 23
da Lei Complementar n. 64/90, podendo ainda ser resumido com a
seguinte frase proferida pelo ento Presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Ministro Carlos Ayres Britto: No basta vencer as eleies.
preciso venc- las limpamente.
Para fecharmos essa breve introduo preciso dizer que os princpios
da soberania popular e da lisura das eleies devem ser interpretados
harmonicamente, ou seja, na dvida, deve prevalecer o princpio da
soberania popular e o respeito vontade do eleitor (nesse caso, eventual
ao de cassao deve ser julgada improcedente).
Entretanto, caso haja provas robustas de prticas abusivas que geraram
um desvirtuamento da vontade do eleitor (Ex.: candidato venceu as
eleies comprando votos), caber Justia Eleitoral cassar o mandato
daquele que venceu as eleies mediante trapaas j que essa no era a
vontade isenta do eleitor.

4.6.1 Abusos Eleitorais

So trs os abusos com os quais se preocupa a legislao eleitoral:


abuso do poder econmico, abuso do poder poltico e abuso dos meios
de comunicao social, todos com potencial, em tese, para alterar o

211
resultado legtimo de uma eleio (ou seja, todos com potencial, em tese,
para gerar uma cassao de mandato eletivo pela Justia Eleitoral).
O substantivo abuso diz respeito a mau uso, uso errado, excesso, uso
inadequado ou nocivo. No dizer de Jos Jairo Gomes, haver abuso
sempre que, em um contexto amplo, o poder for manejado com vistas
concretizao de aes irrazoveis, anormais, inusitadas ou mesmo
injustificveis diante das circunstncias que se apresentem e, sobretudo,
ante os princpios e valores agasalhados no ordenamento jurdico. Por
conta do abuso, ultrapassa-se o padro normal de comportamento,
realizando-se condutas que no guardam relao lgica com o que
normalmente ocorreria ou se esperaria que ocorresse1.
J a palavra poder deve ser compreendida como fora bastante,
capacidade, possibilidade, domnio e controle de situaes, recursos ou
meios que possibilitem a concretizao ou a transformao de algo.
Ainda nas palavras de Jos Jairo Gomes, o poder se revela na fora,
na robustez, no imprio, na potencialidade de se realizar algo no mundo.
Implica a capacidade de transformar uma dada realidade2.
Por fim, a expresso abuso de poder seria a concretizao de aes/
omisses com vistas a influenciar ou determinar opes e comportamentos
alheios. Tais aes denotam mau uso de recursos detidos pelo beneficirio
ou a ele disponibilizados. As condutas levadas a cabo no so razoveis
nem normais vista do contexto em que ocorrem, revelando existir
exorbitncia por parte do agente.
A legislao eleitoral, por sua vez, preocupa-se com os abusos de poder
porque a eleio em que o abuso se instala resulta corrompida, pois
impede que a vontade genuna do eleitor se manifeste nas urnas, ferindo
o princpio da lisura das eleies. Tal prtica contribui para a formao
de representao poltica no autntica. Da a necessidade de se dotar
o Direito Eleitoral de instrumental adequado para refrear o uso abusivo
do poder nas eleies.

212
4.6.2 Abuso do Pode Econmico

Conforme dito anteriormente, um dos abusos com os quais a legislao


eleitoral se preocupa exatamente o abuso do poder econmico. E a
preocupao com tal abuso tanta que a Constituio Federal, de forma
expressa, registrou que lei complementar poder estabelecer outros
casos de inelegibilidade (alm daqueles previstos na Lei Maior), a fim
de proteger a normalidade e legitimidade das eleies contra a
influncia do poder econmico (art. 14, pargrafo 9.), prevendo ainda
uma ao justamente para coibir tal prtica, quando estabelece que o
mandato eletivo poder ser impugnado ante a Justia Eleitoral no prazo
de quinze dias contados da diplomao, instruda a ao com provas de
abuso do poder econmico, corrupo ou fraude (art.14, pargrafo 10
da CF/88).
A expresso abuso do poder econmico deve ser compreendida como
a concretizao de aes que denotem mau uso de recursos patrimoniais
detidos, controlados ou disponibilizados ao agente.
Para a caracterizao do abuso do poder econmico eleitoral preciso,
por bvio, que a conduta tenha em vista processo eleitoral futuro ou
em curso. No dizer de Fvila Ribeiro a interferncia do poder econmico
traz sempre por resultado a venalizao do processo eleitoral, em maior
oumenor escala.34
O abuso do poder econmico pode decorrer do emprego abusivo de
recursos patrimoniais, do descumprimento de regras atinentes
arrecadao e ao uso de fundos de campanha, da oferta ou doao, a
eleitores, de bens, produtos ou servios diversos, da prtica do chamado
caixa dois e da realizao de gastos que superem o valor fixado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (lembra-se aqui, que a Resoluo TSE n.
23.459 fixou tetos de gastos para as campanhas eleitorais, que no
podem ser superados pelos candidatos)
34

Abuso de poder no direito eleitoral, 2. edio, Forense, pg. 58;

213
4.6.2.1 Abuso do Poder Poltico c om Vis Econmico

De modo geral, os fatos que caracterizam abuso de poder poltico no


se confundem com os que denotam abuso do poder econmico. Em
tese, tais formas de abuso de poder so independentes entre si, de sorte
que uma pode ocorrer sem que a outra se apresente. Mas em vrios
casos concretos as duas figuras andam juntas em fenmeno conhecido
como abuso do poder poltico com vis econmico. Nele, o mau uso de
poder poltico (uso da mquina administrativa), acompanhado pelo
econmico, estando ambos inexoravelmente unidos.
Conforme a jurisprudncia do Tribunal Superior Eleitoral, o abuso de
poder poltico caracteriza-se quando o agente pblico, valendo-se
de sua condio funcional e em manifesto desvio de finalidade,
compromete a igualdade da disputa e a legitimidade do pleito em
benefcio de sua candidatura ou de terceiros (TSE, Respe 468-22/RJ,
Rel. Joo Otvio de Noronha, DJe de 16.6.2014), ao passo que o abuso
do poder econmico configura-se pelo uso desproporcional de recursos
patrimoniais, sejam eles pblicos ou privados, de forma a comprometer
a igualdade da disputa eleitoral e a legitimidade do pleito em beneficio
de determinada candidatura (TSE, AgR-REspe 601-17/SC, Rel. Mm.
Nancy Andrighi, DJe de 9.4.2012).
Em determinado caso concreto julgado no TSE entendeu-se que a
contratao de seis veculos de comunicao por determinado Municpio
caracterizou abuso do poder poltico entrelaado com econmico sob o
fundamento de que o Prefeito abusou de sua posio de chefe do Poder
Executivo Municipal para atender seus interesses eleitorais visando ao
pleito que se aproximava, desvirtuando propaganda institucional e
utilizando recursos pblicos para financiar a divulgao de
reportagens que promoviam a sua pessoa ou prejudicavam a candidatura
de seu adversrio.
Como se v, a Justia Eleitoral preocupa-se com os abusos e com o seu

214
potencial de alterar o resultado legtimo de uma eleio.

4.6.2.2 Casos concretos de abuso do poder econmico e nus


da prova

Conforme j dito anteriormente, o princpio da soberania popular impe


que, na dvida, no possa a Justia Eleitoral alterar o resultado das
urnas. Em outras palavras, no se cassam mandatos eletivos com base
em suposies, presunes, matrias jornalsticas, boatos, fofocas
etc. Para que isso ocorra, a Justia Eleitoral exige, acertadamente,
provas robustas e incontroversas de ferimento ao princpio da lisura
das eleies.
o que se verifica, por exemplo, no seguinte julgado: ...Com base na
compreenso da reserva legal proporcional, a cassao de diploma de
detentor de mandato eletivo exige a comprovao, mediante provas
robustas admitidas em Direito, de abuso grave o suficiente a ensejar
essa severa sano, sob pena de a Justia Eleitoral substituir-se
vontade do eleitor (Recurso Especial Eleitoral n 18564, Acrdo de
17/12/2015, Relator(a) Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARES
LSSIO, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Volume -,
Tomo 96, Data 19/05/2016, Pgina 63/64).
J aqui se percebe, portanto, que no basta a prtica do abuso.
preciso ficar provado, sem qualquer margem a dvidas, que houve
abuso, e, mais do que isso, que o abuso foi grave. Nesse ponto, vale
lembrar, em abono ao julgado anteriormente citado, que para a
configurao do ato abusivo, no ser considerada a potencialidade
de o fato alterar o resultado da eleio, mas apenas a gravidade
das circunstncias que o caracterizam (art. 22, inciso XVI da Lei
Complementar 64/90).
Ou seja, naquilo que toca ao objeto do nosso estudo Contra
Campanha (controle social) no basta o simples ajuizamento de

215
ao que busque a cassao do mandato eletivo do adversrio.
preciso que tal ao esteja aparelhada com prova farta (fotografias,
gravaes de vdeos, testemunhas etc), da prtica abusiva e de
sua gravidade a prejudicar o prprio resultado das eleies.
No mesmo sentido o seguinte julgado: ...Quanto ao abuso do poder
econmico, no consta dos autos elementos probatrios suficientes
condenao, inclusive porque sequer o alegado showmcio restou
demonstrado. 5. O abuso do poder poltico no pode ser comprovado
nica e exclusivamente com base em matria jornalstica (Agravo
Regimental em Recurso Ordinrio n. 196412, Acrdo de
03/03/2016, Relator(a) Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARES
LSSIO, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Data
06/04/2016).
Quanto questo das matrias jornalsticas como meio de prova
preciso lembrar que, no raramente, jornais locais adotam posies
favorveis a determinados grupos e contrrias a outros. Tambm pode
ser dito que, comumente, grupos polticos so proprietrios de veculos
de comunicao impressa. Se assim , realmente no se pode aceitar
como prova exclusiva, o uso de matrias jornalsticas que podem no
ser confiveis para alicerar um decreto condenatrio.
Na mesma linha, lembra-se tambm que, conforme o artigo 368A do Cdigo Eleitoral, A prova testemunhal singular, quando
exclusiva, no ser aceita nos processos que possam levar perda
do mandato. Verifica-se, portanto, que a prpria legislao eleitoral
cuida de proteger o princpio da soberania popular ao no aceitar, com
razo, cassaes que no estejam amparadas em provas efetivamente
robustas da prtica do ilcito eleitoral e de sua relevncia jurdica.
UTILIZAO DE RECURSOS PATRIMONIAIS EM EXCESSO.
Para o Tribunal Superior Eleitoral a utilizao de recursos
patrimoniais em excesso, sejam eles pblicos ou privados, sob poder

216
ou gesto do candidato, em seu benefcio eleitoral, configura abuso
do poder econmico (Recurso Especial Eleitoral n 94181, Acrdo
de 15/12/2015, Relator(a) Min. MARIA THEREZA ROCHA DE
ASSIS MOURA, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico,
Tomo 45, Data 07/03/2016, Pgina 51). Nesse caso especfico ficou
decidido que gastos vultosos com contratao de cabos eleitorais
e com combustvel, foram graves o suficiente para a configurao
do abuso. Para evitar esse tipo de prtica o art. 100-A da Lei n.
9.504/97 limitou a contratao de pessoal (nesse ponto j vale o
controle feito pelos adversrios acerca dos prestadores de servio nas
campanhas). Tambm ajudou a evitar tal prtica a Resoluo TSE
23459 que acabou com o limite de gastos fixado pelos Partidos (agora
h uma tabela com os gastos de cada eleio em cada Municpio do
Brasil, podendo os adversrios fazer um acompanhamento do volume
das demais campanhas e dos valores de mercado dos produtos e
servios utilizados para avaliar, ao final, se os valores declarados so
compatveis com a campanha feita na rua).
De se observar tambm que mesmo os recursos pblicos, quando gastos
de forma excessiva (ainda que travestidos de gastos pblicos lcitos),
podem desbordar para a prtica de abuso do poder econmico. Assim,
por exemplo, o Prefeito que nunca gastou recursos pblicos em sua
gesto em determinada rubrica e que, em ano eleitoral, abre os cofres
pblicos para a realizao desses atos nunca antes realizados (com
a divulgao respectiva para a populao local), pode responder, a
depender de cada caso concreto, por abuso do poder econmico.
DISTRIBUIO DE CAMISETAS A CABOS ELEITORAIS. Tambm
do TSE o entendimento de que ...a distribuio pontual de 50
camisetas a cabos eleitorais e equipe de campanha no configura
vantagem oferecida a eleitor. Isso porque se trata de mecanismo
de organizao de campanha (RO 1507, Rel. Min. Ricardo

217
Lewandowski, DJe de 1.10.2010). Nesse particular pode-se dizer
que, realmente, se houve distribuio de camisetas a cabos eleitorais,
no haver abuso. Mas, ao contrrio, se houve a filmagem de uma
passeata/caminhada com centenas de pessoas usando a mesma
camiseta, restar provada a confeco e distribuio indiscriminada
de camisetas ao eleitor, o que pode configurar compra de voto e/ou
abuso do poder econmico, tudo a depender da contra campanha
que pode ser feita pelos adversrios.
ABUSO DO PODER ECONMICO NA PR-CAMPANHA. Com o
encurtamento das campanhas eleitorais de 90 para 45 dias, ganhou
fora e relevncia a chamada pr- campanha (atos realizados antes
do dia 16/08 e expressamente previstos no art. 36-A da Lei 9.504/97,
alm da prtica do chamado proselitismo poltico).
Segundo pensamos, se a pessoa pode conceder entrevistas na televiso
se identificando como pr-candidato, exaltando suas qualidades
pessoais e expondo suas plataformas e projetos polticos (s no
cabendo pedido explcito de votos), poder tambm, por exemplo,
prestar contas de seu mandato, figurar em propaganda partidria
impressa de seu partido, figurar em outdoor do dia das mes
etc.
preciso, todavia, que se tome cuidado com os excessos.
Assim, por exemplo, se o candidato a Prefeito poder gastar em
sua campanha eleitoral R$ 100.000,00, no razovel que gaste,
na pr-campanha, R$ 200.000,00. Novamente aqui possvel o
controle social desses gastos. possvel, por exemplo, fotografar a
utilizao de 50 outdoors em Municpio pequeno, quantificar com
as empresas do setor o valor de mercado de cada um, para se ter uma
estimativa do valor gasto pelo pr-candidato ou recebido a ttulo de
doao. O importante aqui que se saiba que gastos excessivos antes
da campanha ter incio, tambm podem configurar abuso.

218
Nesse sentido: o eventual abuso do poder econmico exige
comprovao da utilizao excessiva, antes ou durante a campanha
eleitoral, de recursos materiais ou humanos que representem valor
econmico, buscando beneficiar candidato, partido ou coligao,
afetando a normalidade e a legitimidade das eleies (AgRg no
RCED 580, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe de 1.11.2011).
RECUSOS NO CONTABILIZADOS ART. 30-A DA LEI 9.504/97.
Voltando ao exemplo do candidato que possui limite de gasto de R$
100.000,00, mas que realiza campanha milionria, desde que haja
um acompanhamento de tal campanha pelos adversrios (controle
social), pode-se provar a prtica do caixa dois. Assim, por
exemplo, se o candidato realizou propaganda no rdio, mas no
declara tal produo em sua prestao de contas, ter utilizado
recursos no contabilizados para o pagamento respectivo. Se o
candidato teve um site de campanha e no declarou tal confeco,
se realizou 10 comcios e declarou 5, se tinha pessoas trabalhando
em sua campanha e no declarou despesas com pessoal, se declarou
carros sem declarar combustvel, se utilizou comit de campanha e
no declarou a utilizao do imvel, se iniciou campanha forte antes
da abertura da conta bancria respectiva etc, tudo isso poder ser
objeto de representao com base no art. 30-A da Lei 9.504/97.
Para o TSE, ...estaria sobejamente demonstrada a prtica de
captao e gasto ilcito de recursos, apto a configurar abuso do poder
econmico, tendo sido ressaltada a existncia de caixa dois, em razo
da movimentao de todos os gastos eleitorais sem transitar pela
conta bancria de campanha, aberta tardiamente, alm de terem
sido apresentadas contas retificadoras com alterao substancial
dos valores sem justificativa para tal, prtica punvel na forma do
disposto nos arts. 30-A da Lei das Eleies e 14, 10, da CF/88...
9. Irregularidades graves como omisses de despesas, ausncia de
identificao de doadores, falta de emisso de notas fiscais e gastos

219
superiores ao limite estabelecido para a campanha configuram a
prtica vedada que, por sua gravidade, leva cassao do diploma
(Recurso Especial Eleitoral n 131064, Acrdo de 17/11/2015,
Relator(a) Min. MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS MOURA,
Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Volume -, Tomo 235,
Data 14/12/2015, Pgina 168/169).
preciso, portanto, que o candidato fique atento campanha
de seus adversrios, registrando todos os atos de campanha com
fotografias e vdeos que, posteriormente, podem servir de prova de
utilizao de recursos no contabilizados para o pagamento de atos
de campanha no informados na respectiva prestao de contas.
VRIAS REPRESENTAES OU UMA REPRESENTAO? Outra
questo estratgica envolvendo eventuais ataques s campanhas
eleitorais de adversrios, advindas dos atos de contra campanha
(controle social), diz respeito ao ajuizamento de vrias aes
envolvendo, cada uma delas, uma acusao, ou o ajuizamento de uma
ao com vrias acusaes cumuladas. Sobre a questo j decidiu o
TSE que ...A apurao do abuso do poder econmico, nos feitos em
que os fatos apontados so mltiplos, deve ser aferida a partir do
conjunto de irregularidades apontadas. Assim, ainda que algumas
delas no possuam, em si, gravidade suficiente para autorizar a
cassao do registro ou do diploma dos representados, possvel
que, no conjunto, a gravidade seja reconhecida. Precedentes (Ao
Cautelar n 92888, Acrdo de 05/11/2015, Relator(a) Min.
HENRIQUE NEVES DA SILVA, Publicao: DJE - Dirio de
justia eletrnico, Tomo 233, Data 10/12/2015, Pgina 127-128).
O raciocnio desenvolvido pelo TSE, portanto, de que mais vale
apenas uma representao forte, do que vrias representaes
que, vistas de forma isolada, podem no configurar condutas com

220
gravidade suficiente para um decreto de cassao. Aqui, portanto,
vale a mxima de que o importante a qualidade, no a quantidade.
Em Resumo do quanto dito anteriormente, a prtica de abusos, em
especial a prtica do abuso do poder econmico (com possibilidade de
ocasionar a cassao de registro/diploma/mandato eletivo), pode ser
objeto de contra campanha (controle social), dos adversrios, bastando
o acompanhamento e o registro do dia-a-dia da pr-campanha e da
campanha investigada, com possibilidades concretas de se apurar e
de se provar judicialmente a prtica de caixa dois, a exorbitncia
com determinados gastos e, eventualmente, o emprego de recursos em
prticas proibidas pela legislao eleitoral. Lembra-se, por fim, que a
prova do abuso deve ser robusta e incontroversa, que o nus da prova
daquele que acusa e que o abuso, para ser reconhecido, demanda
demonstrao da gravidade das circunstncias que o caracterizam.

221

O MCCE

223
5. O MCCE
5.1 Conhea o MCCE

PARTE 5

O Movimento de Combate Corrupo Eleitoral (MCCE) uma rede


formada por entidades da sociedade civil, movimentos, organizaes
sociais, religiosas, conselhos federais como o Conselho Federal
Contabilidade (CFC) e o Conselho Federal da AOB, que tem como
objetivo combater a corrupo eleitoral, bem como realizar um trabalho
educativo sobre a importncia do voto visando sempre busca por um
cenrio poltico e eleitoral mais justo e transparente.
O Comit Nacional do MCCE, sediado em Braslia, composto por mais
de 60 entidades nacionais e est representado pela Secretaria Executiva
do Movimento de Combate Corrupo Eleitoral.
Integram o MCCE, tambm, os comits estaduais e municipais difundidos
por todas as regies do pas. Eles so conhecidos como comits 9840
(referncia lei da compra de votos) ou Comits do MCCE e exercem
um importante papel de fiscalizao, educao popular e monitoramento
do oramento pblico e da mquina administrativa.
Os comits esto presentes em quase todos os estados brasileiros e
so constitudos de forma voluntria por representantes da sociedade
civil, pastorais, sindicatos, associaes e outros grupos organizados e
entidades da Rede MCCE.
O MCCE foi institudo durante o perodo eleitoral de 2002. Mas
pode-se dizer que a campanha da fraternidade de 1996, que teve por
tema Fraternidade e Poltica, contribuiu para aflorar a criao do
MCCE, porque posterior campanha, a Comisso Brasileira Justia
e Paz (CBJP) rgo vinculado da Conferncia Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), lanou o Projeto Combatendo a corrupo eleitoral

224
em fevereiro de 1997. Assim, era plantada, em 1998, a semente da
iniciativa popular contra a corrupo eleitoral, originando a Lei 9840.
Com o passar do tempo, o MCCE ampliou sua atuao e hoje funciona
de forma permanente com aes em todo o pas.
Em 2006 criada a Secretaria Executiva do Comit Nacional do
MCCE. Em 27 de abril de 2007, oficializada legalmente a Secretaria
Executiva do Comit Nacional do Movimento de Combate Corrupo
Eleitoral (SE-MCCE), Organizao no governamental (ONG) e sem
fins lucrativos.

5.2 Eixos de Atuao

Fiscalizao: O objetivo deste eixo assegurar o cumprimento da Lei


9840/1999 e da LC 135/2010 (Ficha Limpa), por meio do recebimento
de denncias, acompanhamento de processos e encaminhamentos de
representaes aos rgos competentes.
Educao: Visa contribuir com a consolidao de uma conscincia dos
eleitores de que voto no tem preo, tem consequncias slogan
do Movimento. Para isso, so realizadas aes nos municpios como
encontros, palestras e seminrios, em parceria com os Comits 9840
(Comits MCCE). Material impresso, como: cartilhas, folders e cartazes
so distribudos durante os eventos. Para as eleies de 2016, o MCCE
vem desenvolvendo um aplicativo para telefones celulares. Trata-se do
App Voto Legal, que colaborar com a transparncia das doaes
de pessoa fsica a candidatos. Dentre os requisitos para um candidato
receber doaes pelo aplicativo, est o critrio de obedecer a Lei da
Ficha Limpa.
Monitoramento: Com este eixo, o MCCE realiza tanto o acompanhamento
das aes do parlamento brasileiro em relao Lei 9840 e LC
135/2010, como o controle social do oramento pblico e da mquina
administrativa. Objetiva evitar desvio de recursos com finalidades
eleitorais e acompanhar as aes de seus candidatos.

225
5.3 Objetivo

O Movimento de Combate Corrupo Eleitoral tem como objetivo


combater a corrupo eleitoral, bem como realizar um trabalho
educativo sobre a importncia do voto visando sempre busca por um
cenrio poltico e eleitoral mais justo e transparente.
O Movimento de Combate Corrupo Eleitoral tem como objetivo
combater a corrupo eleitoral, bem como realizar um trabalho
educativo sobre a importncia do voto visando sempre busca por um
cenrio poltico e eleitoral mais justo e transparente.

5.4 Secretaria Executiva do Comit Nacional

Fundada em agosto de 2006 e oficializada em abril de 2007, uma


associao civil sem fins lucrativos e econmicos, democrtica e
pluralista, com durao ilimitada, com sede na SAS Quadra 5, Lote
I, Bloco M, Edifcio Anexo da Sede do Conselho Federal da OAB, em
Braslia/DF, e foro em todo o territrio nacional, podendo ser criados
escritrios regionais quando e onde se fizerem necessrios.
Tem como finalidade apoiar e fortalecer polticas e aes do Comit
Nacional do Movimento de Combate Corrupo Eleitoral MCCE.

5.5 Leis de Iniciativa popular

O MCCE foi o responsvel pela mobilizao social e conquista das duas


nicas leis de iniciativa popular anticorrupo do Brasil. A lei 9840
de 1999 e a lei complementar 135 de 2010, popularmente conhecidas
como Lei Contra a Compra de Votos e Lei da Ficha Limpa,
respectivamente. Elas so duas das cinco leis de iniciativa popular do
pas.

5.5.1 A Lei Contra a Compra de Votos (Lei 9840/99)

Promulgada em 1999, a lei foi criada com a mobilizao da populao


brasileira, que coletou as 1.039.175 assinaturas. Foi a primeira lei de
iniciativa popular.
A Lei 9840 possui um papel fundamental para a conquista de um
sistema poltico mais democrtico ao combater a compra de votos e
o uso eleitoral da mquina administrativa. Ela autoriza a cassao do
registro da candidatura ou do diploma de polticos que praticarem as
irregularidades previstas, alm do pagamento de multa.
Antes da Lei 9840, conhecida como Lei contra a compra de votos, o
Direito Eleitoral brasileiro no contemplava punio eficaz para quem
comprava votos e utilizava indevidamente a mquina administrativa.

5.5.2 A Lei da Ficha Limpa

Sancionada em 04 de junho de 2010, passou a vigorar no dia 07 de junho,


a partir da publicao no Dirio Oficial da Unio (Lei Complementar
135/2010). conhecida como a Lei da Ficha Limpa. A segunda
mobilizao do MCCE contou com apoio da sociedade brasileira e foram
coletadas 1.604.815 de assinaturas.
Ela altera a Lei Complementar n 64, de 18 de maio de 1990, que
estabelece, de acordo com o 9 do art. 14 da Constituio Federal, casos
de inelegibilidade, prazos de cessao e determina outras providncias,
para incluir hipteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade
administrativa e a moralidade no exerccio do mandato.
Mundialmente conhecida como Clean Slate Law (Lei da Ficha Limpa
em ingls), a lei reconhecida em todo o mundo, como referncia de
mobilizao social e combate corrupo. Veja alguns comentrios:

227
A Ficha Limpa um exemplo de boa prtica (Papa Bento XVI /
2010)
A Ficha Limpa um processo que me inspira (Bono Msico / 2011)
A experincia do MCCE (Ficha Limpa) parece ter trazido um pouco
mais de brilho luz da esperana que surge com a participao ativa da
sociedade na vida poltica (Cofundador do MCCE e do Frum Social
Mundial / 2010)
Conhea os textos das leis no site do MCCE (mcce.org.br), em Projetos
de Iniciativa Popular.

5.5.3 A Reforma Poltica Democrtica e Eleies Limpas

O mais novo desafio do MCCE o projeto de iniciativa popular da


Coalizo pela Reforma Poltica Democrtica e Eleies Limpas: grupo
de mais de cem entidades nacionais que apresenta uma proposta de
representao poltica mais identificado com a maior parte da sociedade
brasileira.
Conhea os quatro pontos principais desta proposta:
1. Proibio do financiamento de campanha por empresas;
2. Eleies proporcionais em dois turnos;
3. Paridade de gnero na lista pr-ordenada;
4. Fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a
participao da sociedade em decises nacionais importantes.
Do total de assinaturas necessrio, 1% do eleitorado brasileiro ou cerca
de 1.5 milho de assinantes, para se apresentar no Congresso Nacional
uma lei de iniciativa popular, a Coalizo havia coletado cerca de 930
mil assinaturas (dado de maio de 2016).

228
importante ressaltar que para as eleies municipais de 2016, estar
proibido o financiamento de campanhas eleitorais por empresas devido
Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650), ajuizada pela Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), da qual o Movimento de Combate
Corrupo Eleitoral (MCCE) foi Amicus Curiae.
Conhea a proposta da Reforma Poltica Democrtica e Eleies Limpas
no site reformapoliticademocratica.org.br.
Para as eleies de 2016, com a proibio do dinheiro de empresas nas
campanhas polticas, o MCCE, juntamente com a CNBB e a OAB, em
parceria com CFC e os CRCs esto lanando em parquias e seccionais
da OAB, comits de combate ao Caixa Dois de Campanha. Os comits,
que funcionaro em seccionais da OAB, parquias e comits do MCCE,
recebero denncias sobre a prtica do Caixa Dois onde sero recebidas,
avaliadas e encaminhadas justia eleitoral.
Conhea mais sobre os Comits de Combate ao Caixa Dois no site
mcce.org.br.
Voto no tem preo, tem consequncias.

229
Referncias bibliogrficas
BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do
Brasil de 1988. Braslia, DF: Senado Federal.
BRASIL. Instruo 53.595, resoluo 23.455/2015, DJE de
23.12.2015. Dispe sobre a escolha e o registro dos candidatos nas
eleies de 2016.
BRASIL. Instruo 53.850, resoluo 23.457/2015, DJE de
24.12.2015. Dispe sobre propaganda eleitoral, utilizao e gerao do
horrio gratuito e condutas ilcitas em campanha eleitoral nas eleies
de 2016.
BRASIL. Instruo 53.935, resoluo 23.453/2015, DJE de
23.12.2015. Dispe sobre pesquisas eleitorais para o pleito de 2016.
BRASIL. Instruo 56.278, resoluo 23.463/2015, DJE de
29.12.2015. Dispe sobre a arrecadao e os gastos de recursos por
partidos polticos e candidatos e sobre a prestao de contas nas eleies
de 2016.
BRASIL. Lei Complementar n 64, de 18 de maio (1990). Lei de
Inelegibilidades. Braslia, DF: Presidncia da Repblica.
BRASIL. Lei n 13.165 de 29.9.2015. Altera as Leis nos 9.504, de
30 de setembro de 1997, 9.096, de 19 de setembro de 1995, e 4.737,
de 15 de julho de 1965 - Cdigo Eleitoral, para reduzir os custos das
campanhas eleitorais, simplificar a administrao dos Partidos Polticos
e incentivar a participao feminina.

230
BRASIL. Lei n 4.737, de 15 de julho (1965). Cdigo Eleitoral. Braslia,
DF: Presidncia da Repblica.
BRASIL. Lei n 9.096 de 19.9.1995. Dispe sobre partidos polticos,
regulamenta os arts. 17 e 14, 3, inciso V, da Constituio Federal.
BRASIL. Lei n 9.504, de 30 de setembro (1997). Lei das Eleies.
Braslia, DF: Presidncia da Repblica.
CARDIN, Dcio Vicente Galdino. MANUAL DO GESTOR PBLICO. /
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MATTOS, Jos Joo Appel. Partidas Dobradas ELEIES 2014
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23.406/14, que trata da obrigatoriedade do profissional da contabilidade
/ Jos Joo Appel Mattos, Bruno Mendes, Davi de Oliveira Rios. -- 3.
ed. Braslia: CFC : OAB, 2014. 180 p. 1. Partidas Dobradas. 2.
Campanhas Eleitorais. 3. Contabilidade. I. Mendes, Bruno. II. Rios,
Davi de Oliveira. III. Ttulo. CDU 657:342.8
Resoluo TSE n 23.459, de 15 de dezembro de 2015;
Resoluo TSE N 23.406 de 05.03.2016;

231
RIBEIRO, Fvila. Abuso do Poder no direito eleitoral. 3ed.Rio de
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RODRIGUES, Marcelo Abelha; JORGE, Flvio Cheim. Manual de
Direito Eleitoral. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

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