Apostila Canto Popular Nível Básico - Val Klay PDF
Apostila Canto Popular Nível Básico - Val Klay PDF
Apostila Canto Popular Nível Básico - Val Klay PDF
Valria Klay
Apostila de
Canto Popular
Nvel Bsico
TEORIA E PRTICA
Grficos
Valria Klay
Reviso
J.G. Pinheiro
[email protected]
Novembro de 2005; 3 Edio
2004, Valria Klay.
Sumrio
APOSTILA TERICA..............................................................................
A TCNICA VOCAL HOJE......................................................................
O Aparelho Respiratrio...............................................................................
O Aparelho Fonador......................................................................................
O Aparelho Ressonador................................................................................
Classificao e Registros Vocais...................................................................
Como Trabalhar em Casa..............................................................................
Higiene Vocal..................................................................................................
Pg. 06
Pg. 07
Pg. 10
Pg. 11
Pg. 13
Pg. 14
Pg. 20
Pg. 20
Pg. 22
Pg. 23
Pg. 23
Pg. 25
Pg. 25
Pg. 28
Pg. 32
Pg. 32
Pg. 33
Pg. 34
Pg. 35
Pg. 36
Pg. 36
Pg. 37
Pg. 37
Pg. 38
Pg. 38
Pg. 39
Pg. 40
Pg. 41
Pg. 43
Pg. 44
Pg. 45
Pg. 47
Pg. 47
Pg. 48
Pg. 51
Pg. 51
Pg. 52
Pg. 53
Pg. 54
Pg. 55
Pg. 62
Pg. 63
Pg. 65
Pg. 65
Pg. 66
Pg. 68
Pg. 68
Pg. 69
Pg. 70
Pg. 70
Pg. 71
Pg. 71
Pg. 72
Pg. 72
Pg. 73
Pg. 73
Pg. 74
Pg. 75
Pg. 55
Pg. 56
Pg. 57
Pg. 58
Pg. 58
Pg. 59
Pg. 60
Pg. 61
Pg. 76
Pg. 77
Pg. 79
Pg. 79
Pg. 80
Pg. 82
Pg. 82
Pg. 83
Pg. 84
Pg. 84
Pg. 85
Pg. 85
Pg. 86
Pg. 87
Pg. 88
Pg. 88
Pg. 89
Pg. 90
Canto Popular
Nvel Bsico
APOSTILA TERICA
Professora Valria Klay
10
11
12
13
14
15
mente que a rigidez larngea pode (e costuma) ser prejudicial aos rgos da fisiologia
do canto. Sabe-se que cantores de flamenco tm curtas carreiras.
Uma maneira simples de procurar a prpria passagem fazer um som muito
relaxado (por exemplo, o da letra U), numa sirene que comea na nota mais grave
possvel e vai at a mais aguda que se consiga emitir sem esforo. Mais ou menos na
metade do caminho, ser possvel ouvir um lapso... Um ponto em que o som
contnuo da sirene falha, sendo rapidamente interrompido.
A est sua passagem!
O falsete
Muito foi escrito sobre a proibida voz de falsete, entendida como uma
falsa entonao s vezes usada comicamente. A verdade que, de falso, o falsete
no tem nada. Ele mesmo a voz aguda, ou de cabea, dos homens.
As necessidades do canto erudito, que dependia dos sub-registros mais
poderosos, fizeram com que as cantoras se especializassem na voz de cabea ou
aguda e os cantores personificassem a voz de peito ou grave. Assim se estabeleceu
a noo equivocada de que a voz aguda, nos homens, no passa de uma imitao.
Uma falsa voz de mulher. Um falsete. A verdade que, em ambos os gneros, a voz
humana apresenta graves e agudos.
Mais aberto s caractersticas individuais dos intrprete, o canto popular tem
utilizado a voz de falsete muito mais, podendo-se encontrar exemplos tanto entre os
inmeros estilos regionais, quanto entre os maiores nomes da cultura de massa, tais
como Caetano Veloso, Ney Matogrosso, os Bee-Gees, Fredy Mercury, Prince e
tantos pelo mundo. Outro cantor que rompeu as regras ao utilizar amplamente o
falsete, mesmo dentro de padres eruditos, Edson Cordeiro.
Vale ressaltar, tambm, que o uso do falsete nos primeiros estgios das
vocalizes altamente benfico. Desse modo, o exerccio tem incio com a execuo
de um som mais relaxado.
A classificao vocal
Na classificao tradicional h trs vozes femininas (soprano, mezzo-soprano
e contralto) e trs masculinas (tenor, bartono e baixo). As vozes masculinas so
relativamente iguais s femininas, embora uma oitava embaixo.
Para uma classificao precisa, as oitavas utilizadas so numeradas a partir da
primeira nota na qual, geralmente, possvel emitir voz cantada. Como o parmetro
utilizado a escala de D, ser a partir dessa nota que se definir a ordem.
Em conseqncia, o D central e todas as notas seguintes at o prximo D,
so chamadas de terceira escala, sendo as notas denominadas de D 3, R 3, Mi 3
e assim por diante.
16
OS REGISTROS VOCAIS
Registros femininos
Soprano:
Trata-se da mais aguda das vozes femininas. A maioria das mulheres
apresenta este registro, uma vez que as laringes femininas tm facilidade para cantar
no registro de cabea. Como j foi explicado, a melhor maneira de classificar um
registro escutando a qualidade da voz: se a voz feminina soar aguda, soprano.
A extenso do registro soprano aproximadamente de um D-3 a um D-5. O
registro de soprano pode se dividir em trs.
Soprano Ligeiro ou leve:
Diz-se da cantora soprano que tem a voz leve e gil, com facilidade para os
registros agudos, e capaz de passar para a voz de cabea rpida e facilmente.
Soprano Lrico:
Uma cantora soprano dotada de ampla regio mdia, com agudos fortes e
brilhantes.
Soprano Dramtico:
Trata-se de uma cantora soprano com sonoridade obscura, soando quase
como uma mezzo-soprano. Tem facilidade para estender o registro de peito.
Mezzo-soprano:
17
mdia.
A extenso do registro bartono localiza-se aproximadamente uma oitava abaixo do
mezzo-soprano.
18
Baixo:
A voz mais rara entre os homens, atinge tons extremamente graves. A
extenso do registro baixo localiza-se aproximadamente uma oitava abaixo do
contralto.
Contra-tenor:
Trata-se de uma voz masculina marcadamente aguda e com muita extenso
de falsete.
19
20
7. Cigarro: Faz mal de maneiras diferentes, tanto em curto quanto em longo prazo.
A fumaa irrita a laringe, estressando e estimulando a produo de muco. Seu
calor, como qualquer temperatura extrema, no bom para as pregas vocais.
Com o tempo, a nicotina e outros sedimentos do cigarro se depositam nas pregas
vocais, que ficam pesadas, sem a agilidade necessria ao canto.
8. lcool: Tambm no bom para cantar. Apesar do que muitos acreditam, mesmo
sendo muito utilizada para soltar o cantor tmido, a bebida afeta o tnus das
pregas vocais. Tambm anestesia a laringe, levando o cantor a abusar da
musculatura por falta de sensibilidade.
9. Drogas: Em geral elas no so boas para a fisiologia envolvida no canto. A
fumaa quente danifica nossas pregas vocais, e as drogas qumicas produzem
estresse e adormecem a laringe.
10. Hormnios: Os hormnios esto muito ligados a nossa laringe, por isso as
mulheres devem saber que as pregas vocais se sensibilizam demais nos perodos
de menstruao, especialmente na fase da TPM. Nesses perodos aconselhado
evitar grandes esforos vocais.
21
Canto Popular
Nvel Bsico I
APOSTILA PRTICA
Professora Valria Klay
22
- Registro: Uma oitava a partir da nota mais grave facilmente timbrada; voz de
peito suave e centrada; explorao da voz de cabea (chamada de falsette no
homem);
Interpretao:
- Dinmica: Muito suave; ligado; deslizado; som regular; movimentos
ascendentes, descendentes e retos;
- Estilo: Conscientizar e limpar vcios; Aprender a fazer som central, limpo e
claro.
- Repertrio: uma pea simples.
Teoria Musical:
Percepo auditiva:
- Reconhecimento de centro tonal;
- Escala diatnica de Do maior (Arpejos e teras da escala maior, Arpejo
maior; Grau conjunto).
- Intervalos harmnicos: 3M e 6M
Ritmo:
- Andamento: lento.
- Figuras: mnima, semnima.
- Compasso: simples, 2/4 e 4/4
24
25
Rosto:
importante aprender a deixar o rosto em branco, sem nenhuma tenso,
j que a musculatura do rosto ser muito utilizada. Para isso, til passar alguns
segundos tencionando-o muito e forando a lngua para fora. Com isso, aps o ato
de tenso, o relaxamento se acentua naturalmente.
Alongamento larngeo:
Como um complemento para o alongamento, muitos exerccios de
fonoaudiologia preparam nossa laringe para o canto. Alm do rosto e do pescoo,
aconselhvel dar ateno laringe, tomando a noz com a mo e mexendo-a
suavemente. Tanto para os lados, quanto de encima para abaixo.
Alguns Exemplos de Exerccios:
1. Bocejo Mudo - Tcnica de bocejar sem som, impedindo a ponta da lngua de recuar,
como ela faria naturalmente;
2. Sustinho Tragar o ar muito suavemente, com um pouquinho de som;
3. Flexo Vocal - Abrir e fechar a garganta (movendo as pregas vogais) muito
suavemente, sem respirar;
4. Navio - Soprar inflando as bochechas com som muito suave;
5. Careta Esticar a lngua para fora da boca, com fora, para depois relaxar;
6. Lbios de Peixe - Movimentar relaxadamente os orbiculares dos lbios, fazendo
uma articulao exagerada das vogais UAIUAI... sem som;
7. Careta com Lbios de Peixe (mastigado) - Fazer os ltimos dois movimentos (ou seja,
usar a lngua e orbiculares) simultaneamente, enquanto se conta, em voz suave, at
10;
8. Modulao Jota - Articular o som da letra J continuamente (JJJJJJJ...), enquanto
rpidas contraes abdominais acrescentam e diminuem a intensidade do som no
rosto;
9. Modulao Efev - Usar a articulao da letra F (FFFFF...) sem som, e ir
gradativamente transformando-a na letra V (VVV...), comeando ento o timbre
na vibrao dos dentes.
26
Postura correta:
Dentre as diferentes opes, a postura milenar de Tai Chi Chuan a que
melhor satisfaz as necessidades do cantor. Este precisa estar centrado no eixo da
coluna, com o quadril encaixado, construindo a base do equilbrio. As pernas
relaxadas, os joelhos flexveis, molas prontas para comear o movimento.
27
RESPIRAO
Antes de comear a trabalhar com qualquer tcnica de respirao sempre bom ter em
mente que:
- Nesta rea, qualquer exerccio precisa ser precedido de uma expirao total que esvazie os
pulmes do ar que j estiver l.
- O ar deve sempre entrar pelo nariz e sair pela boca, nesta ordem, a menos que o exerccio
especfico indique o contrrio.
- Nunca se faz uma respirao exagerada (at as clavculas). Excesso de ar mais prejudicial que
falta de ar.
- Nunca reter o ar entre inspirao e expirao. A idia imaginar o processo da respirao como
um movimento circular. Uma s ao, nica e contnua.
- Cada respirao formada de uma inspirao e uma expirao. No princpio, faa
sries curtas, de trs a cinco respiraes, sempre descansando entre elas. possvel
sentir falta de ar, pela dificuldade do crebro em reconhecer novas rotas de
absoro do oxignio, ou tonturas, devido oxigenao excessiva.
A Respirao Fisiolgica ou Respirao Abdominal Simples
H problemas no modo com que todos ns respiramos! Muitas
teorias
diferentes tentam explicar a causa disso. Umas apontam para uma evoluo
incompleta, onde o homem ainda no terminou de desenvolver o estar de p e
sofre com a nova postura. A culpa outras vezes recai sobre a vida moderna, veloz e
estressante. O tempo curto para tantas coisas, que, na pressa, at nosso flego se
habituou a deixar pela metade seu percurso natural.
Utilizada pelos outros animais, a respirao natural (chamada respirao
fisiolgica) s praticada por ns at a fase do engatinhar. Porm, mesmo aps
termos aprendido a andar, a respirao fisiolgica retorna automaticamente sempre
que abandonamos nosso corpo ao sono profundo. Re-educar nossa respirao para
funcionar corretamente, alm de ajudar no desenvolvimento da tcnica vocal,
construindo uma boa base para os exerccios mais avanados de respirao, tambm
devolve ao organismo seu funcionamento saudvel.
A respirao abdominal simples a primeira mudana de uma srie de
mecanismos que precisamos assimilar.
28
29
30
desenvolvimento
da
respirao
31
Desenvolvimento Tcnico
Todos os exerccios de desenvolvimento tcnico tm uma introduo,
chamada Exerccio de base, com sries de respiraes e voz falada, para
desenvolver os mecanismos que a serem utilizados no vocalize.
Esses exerccios de base, junto aos de conscincia corporal e respirao,
devem integrar a rotina diria de trabalho do aluno, desenvolvendo e fixando o
trabalho em aula.
1. Exerccio de base: Timbre Nasal
Srie de cinco respiraes abdominais com timbre nasal
Utilizar quatro tempos para a inspirao e outros quatro para a expirao.
Escolher entre as consoantes nasais: MM...; NH...; NN...; GN.... Fazer o
som suave, leve e constante, se concentrando no seu foco, que devera se situar um
pouco embaixo do nariz, desenvolvendo os ressonadores centrais do rosto (nariz e
masseter). Utilizar apoio diafragmtico constante e progressivo.
32
33
34
35
36
37
b/#
D
Ti
Te /li
L
Le / Si
S
Se / Fi
F
Mi
Me / Ri
R
Ra / Di
D
38
Intervalos:
A distncia medida entre duas notas se chama intervalo. Os intervalos so
medidos com tons e semitons (meio tom). Um semitom o menor intervalo usado
na msica ocidental. Para medir o intervalo pulamos por notas conjuntas.
A quantidade de pulos vai definir o intervalo. Os pulos entre notas para medir
intervalos se fazem sempre entre os sete nomes das notas, sempre na mesma ordem,
sem saltear ou repetir.
Como a seguir:
Do Re MI Fa Sol La Si : Do Re: Intervalo de Segunda
1
2
Do Re MI Fa Sol La Si : Do Mi: Intervalo de tera
1
2
3
Do Re MI Fa Sol La Si : Re La: Intervalo de quinta
1
2 3 4
5
Do Re MI Fa Sol La Si : Fa Sol: Intervalo de Segunda
1
2
Do Re MI Fa Sol La Si : Mi La: Intervalo de quarta
1
2 3
4
As notas se repetem na mesma ordem, infinitamente, tanto para os agudos
quanto para os graves. Um intervalo de oitava a mesma nota numa freqncia
mais aguda ou mais grave Ele contm em si as sete notas conhecidas:
Do Re MI Fa Sol La Si Do : Intervalo de oitava
1
2 3 4
5 6 7 8
Do Re MI Fa Sol La Si Do Re : Intervalo de oitava
1
2 3
4 5 6 7 8
Classificao dos Intervalos:
Existem diferentes tipos de intervalos. Uma Segunda, por exemplo, pode ser
maior (2M), menor (2m), aumentada (2+) ou diminuta (2). Esta apostila trabalhar
apenas com os intervalos maiores, menores e justos.
Para fazer esta classificao voltamos a tomar a escala de D Maior Tpica
como referencia.
Usamos D central como eixo, e contamos uma Segunda para
cima e outra para baixo:
39
40
A Escala de Do Maior:
Uma escala um conjunto de notas unidas por um centro tonal.
Este centro tonal pode ser entendido como uma nota-mestre, que atrai s demais,
criando uma tenso que perdura at que se volta a ouvi-la.
A estrutura da escala maior irregular, conseguindo desse modo a tenso
necessria para resolver em tnica (ou seja, o cetro tonal da escala, ou outras notas
que cumpram a mesma funo).
Na escala maior a tenso criada por duas notas, chamadas de sensveis,
que so o stimo grau (Ti, em Do Maior), que puxado para resolver no D
superior, ficando s a um semitom de distncia dele, e o quarto grau (F na escala de
41
Do Maior), que puxado pelo terceiro grau, que tambm fica s a um semitom de
distncia.
O terceiro grau cumpre a funo de tnica (repouso), junto ao primeiro grau,
dando o modo da escala.
Esses dois sensveis, posicionados nos nicos dois intervalos de semitom da
escala, formam o famoso Tri-tom (trs tons), a grande tenso da escala maior, que
cumpre a funo harmnica de Dominante.
Todas as escalas maiores tm a mesma estrutura de tons e semitons.
Por conveno, utilizamos a escala de Do maior como referencia.
Desenvolvimento:
- Antes de todos os exerccios com escalas, recomenda-se brincar com a tbua, apontando diferentes
graus para seguir com a vista e cantar.
O primeiro exerccio com a tbua ser cantar a escala de D Maior, em
quanto se sobe e desce com a vista pela tbua. Prestar especial ateno na passagem
das notas sensveis, e a resoluo nas tnicas, utilizando dois tempos para cada nota.
A voz deve soar suave e com uma articulao clara (no se deve esquecer de
abrir a boca para as notas mais agudas). A respirao deve ser abdominal,
precisando se fazer uma boa inspirao no comeo (depois de esvaziar os pulmes),
e uma tomada de auxilio na metade.
Escala de D Maior na Tbua:
b/#
D
Ti
(Te /li)
L
(Le / Si)
S
(Se / Fi)
F
Mi
(Me / Ri)
R
(Ra / Di)
D
42
Exemplo na pauta:
43
Canto Popular
Nvel Bsico II
APOSTILA PRTICA
Professora Valria Klay
44
45
Interpretao:
- Dinmica: Som regular; Muito suave; Suave; Ligado; Deslizando;
- Estilo: Voz livre de vcios; som e estilo central, limpo e claro.
- Repertrio: uma pea simples.
Teoria Musical:
Percepo auditiva:
- Escala de Do Menor Natural e Harmnica (Arpejos e teras da escala
menor; Arpejo menor).
- Intervalos harmnicos: 3m e 6m
Ritmo:
- Andamento: Andante
- Figuras: Mnima, Semnima,
- Compasso: Simples, 2/4 e 4/4
46
47
RESPIRAO
Respirao intercostal-baixa com apoio simples (reconhecimento e
desenvolvimento):
Quando o ar entra nos pulmes, estes se dilatam. Desenvolvendo a musculatura intercostal
e abrindo as costelas flutuantes, podemos adquirir mais capacidade pulmonar e ajudar o diafragma
com o apoio.
A respirao intercostal ocupa os pulmes inteiros, sendo dividida em baixa, mdia e
alta. A princpio, trabalha-se somente a parte baixa dos pulmes. Na respirao intercostal, o ar
entra de uma vez, mas no que diz respeito ao desenvolvimento do mecanismo, dividimos o
movimento do ar em trs tempos, ou superfcies: Respirao Intercostal Anterior, Respirao
Intercostal Media e Respirao Intercostal Posterior.
Recomenda-se tocar a superfcie a ser trabalhada com as mos, buscando
uma prtica mais consciente com um desenvolvimento maior.
48
Apoio intercostal-simples:
Durante o exerccio de apoio intercostal simples, as costelas se contraem ao
longo da expirao. Essa contrao pode receber, especialmente, uma dose a mais
de fora, no final do movimento, atravs da musculatura intercostal. Tal
procedimento deve ser aplicado aos diferentes tipos de respirao intercostal com
apoio simples.
Respirao intercostal-baixa-anterior:
Para localizar esta respirao, basta apoiarmos nossas mos na boca do
estmago, no oco triangular que as costelas flutuantes deixam livre. Ento, inspirase, imaginando que o ar se dirige direto s mos, pousadas sobre o ventre,
empurrando-as. Tentar vrias vezes at reconhecer e estimular o lugar.
Uma vez reconhecido, fazer uma srie de trs respiraes, com quatro
tempos para inspirar pelo nariz e outros quatro para soltar o ar fazendo ZZZZ.
Respirao intercostal-baixa-media:
Apoiar as mos ao corpo, acima da cintura, sobre as costelas flutuantes.
Espirar imaginando que o ar invade o corpo em direo s mos, empurrando-as.
Tentar seguidamente, at reconhecer e estimular o lugar correto. Trata-se do ponto
de maior movimento. Desenvolve-se melhor a musculatura intercostal, fazendo
fora para as costelas abrirem, na inspirao, e para fecharem, na expirao.
Uma vez reconhecido o lugar, fazer uma serie de trs respiraes, com
quatro tempos para inspirar pelo nariz e outros quatro para soltar o ar fazendo
ZZZZ.
49
Respirao intercostal-baixa-posterior:
Apoiar as mos nas costas, no lugar onde as costelas flutuantes se ligam
coluna. Puxar o ar imaginando que ele se dirige direto s mos, empurrando-as.
Provar vrias vezes at reconhecer e estimular o lugar. Dos trs pontos, este o
com menor movimento, uma vez que as costelas esto presas.
Com o lugar devidamente reconhecido, fazer uma srie de trs respiraes,
com quatro tempos para inspirar pelo nariz e outros quatro para soltar o ar fazendo
ZZZZ.
Respirao intercostal-baixa-completa
Nesta respirao, o flego completo deve ser tomado em trs parcelas.
Primeiro no intercostal anterior, com a ajuda das mos. Tome um pouco de ar e
retenha a respirao. Em seguida, apie as mos no intercostal mdio e inspire mais
um pouco. Retenha. Depois apie as mos no intercostal posterior e complete a
inspirao.
Solte um pouco de ar no intercostal posterior, outro no intercostal mdio,
terminando de esvaziar no intercostal anterior. Acompanhe com as mos cada um
dos pontos anatmicos trabalhados. Repita o procedimento trs vezes.
Os pontos de apoio da respirao intercostal:
Na respirao intercostal, o primeiro ponto de apoio se translada da
musculatura abdominal para as costelas flutuantes, j que nelas que a fora feita.
Exerccio: Cinco respiraes intercostais sem timbre
A partir desse exerccio, no mais necessrio preocupar-se com os trs
lugares da respirao intercostal-baixa. Eles j foram estimulados.
Agora basta pr as mos no intercostal-baixo-mdio e ajudar as costelas a se
abrirem, contraindo a musculatura intercostal. No caso de dificuldades para sentir
essa respirao, recomenda-se deitar de lado, botando a mo nas costelas que
ficaram voltadas para cima. Tambm se pode trabalhar com um elstico groso ao
redor das costelas flutuantes, para liberar as mos.
Utilize quatro tempos na inspirao e oito na expirao. Trabalhe com o som
ZZZZ (sem timbrar), mantendo a lngua relaxada, vibrando entre os dentes.
50
DESENVOLVIMENTO TCNICO
Todos os exerccios de desenvolvimento tcnico tm uma introduo,
chamada Exerccio de base, com sries de respiraes e voz falada, para
desenvolver os mecanismos que a serem utilizados no vocalize.
Esses exerccios de base, junto aos de conscincia corporal e respirao,
devem integrar a rotina diria de trabalho do aluno, desenvolvendo e fixando o
trabalho em aula.
1. Exerccio de base: Timbre Nasal
Srie de cinco respiraes intercostais com timbre nasal
Utilize quatro tempos para a inspirao e oito tempos para a expirao.
Escolha o som a ser emitido entre as consoantes nasais: MM...; NH...; NN...;
GN.... Faa-o com suavidade, de forma leve e constante, concentrando seu foco
nos ressonadores centrais do rosto.
Trabalhe com a respirao intercostal-baixa com apoio simples, constante e
progressivo.
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
Desenvolvimento:
O segundo exerccio com a tbua ser cantar as escalas de D Menor Natural
e Harmnica, enquanto se sobe e desce com a vista pelas pautas. Utilize, no
comeo, uma mnima para cada nota, dobrando para uma semnima depois.
No principio, trabalhe com cada escala por separado, para depois misturar as
duas. A voz deve estar suave, com uma articulao clara (no esquea de abrir
adequadamente a boca nas notas mais agudas). A respirao deve ser intercostalbaixa com apoio simples. Uma boa inspirao, no comeo, servir para toda a
ascenso pela escala, descartando a respirao de auxilio. O mesmo na descida.
5.2. Vocalize: Escalas de D Menor Natural e Harmnico
61
Canto Popular
Nvel Bsico III
APOSTILA PRTICA
Professora Valria Klay
62
63
Interpretao:
- Dinmica: Som regular; Muito suave; Suave; Ligado; Deslizando;
- Estilo: Som central, limpo e claro.
- Repertorio: duas peas simples. Utilizar amplificao da voz
Teoria Musical:
Percepo auditiva:
- Escala pentatnica maior.
- Intervalos justos: 4J, 5J, 8J.
- Forma.
- Cadencia maior.
Ritmo:
- Andamento: Andante
- Figuras: Mnima, Semnima, Colcheia.
- Compasso: Simples, 2/4, 4/4 e 3/4.
64
65
RESPIRAO
Apoio Complexo abdominal e intercostal (reconhecimento e
desenvolvimento)
Apoio Complexo:
O apoio simples, utilizado at agora nas respiraes abdominal e intercostalbaixa, nosso apoio fisiolgico. Ele funciona muito bem na fala e no registro de
peito, mais se o objetivo desenvolver todo o registro do cantor, subindo na voz de
cabea, ser necessrio outro tipo de apoio mais desenvolvido.
Nas notas agudas, precisamos mais presso de ar. Para isso foi feito este
novo apoio, no qual a musculatura abdominal faz presso para fora em vez de o
contrrio, invertendo o sentido da fora.
Este apoio mais intenso, embora possa interferir no relaxamento caso a
respirao simples ou a articulao no tiverem sido bem trabalhadas anteriormente.
O apoio complexo na respirao abdominal
importante destacar que, enquanto o apoio simples trabalha com muito
espao e uma grande movimentao da musculatura abdominal, no apoio complexo
chega-se rapidamente ao mximo da expanso. Ento, dose a fora com cuidado,
para no estourar antes do fim da frase.
No fazer fora para dentro (apoio simples) o mesmo que estar
trabalhando o apoio complexo, (sem deixar a barriga entrar). Mas cuidado: o
mximo de expanso do apoio complexo muita tenso, e em esse caso, o resultado
um som apertado, sem harmnicos. Evite chegar a esse ponto.
Este apoio precisa de uma dinmica artstica, na qual o cantor dever sentir,
medida que avana na frase musical, qual ser a dosagem de ar que necessria a cada
momento.
Exerccios - Cinco respiraes abdominais-complexas sem som
Utilize quatro tempos para a inspirao e oito para a expirao. Trabalhe com
ZZZZ (sem timbrar), mantendo a lngua relaxada e vibrando entre os dentes.
Lembre de no comear a fazer fora at no ser totalmente necessrio.
O apoio complexo na respirao intercostal-baixa
A musculatura intercostal de grande ajuda ao apoio, trabalhando junto ao
diafragma na respirao mista.
Na respirao intercostal, o apoio complexo faz fora com as costelas
flutuantes para fora, mantendo-as abertas em quanto se canta. A musculatura
intercostal pode ser amplamente desenvolvida, mas para isso, o cantor precisa
contra-la toda vez que pratica este apoio.
Assim como na outra respirao intercostal, pode ser usado um elstico
grosso nas costelas flutuantes para liberar as mos.
66
67
DESENVOLVIMENTO TCNICO
Todos os exerccios de desenvolvimento tcnico tm uma introduo,
chamada Exerccio de base, com sries de respiraes e voz falada, para
desenvolver os mecanismos que a serem utilizados no vocalize.
Esses exerccios de base, junto aos de conscincia corporal e respirao,
devem integrar a rotina diria de trabalho do aluno, desenvolvendo e fixando o
trabalho em aula.
1. Exerccio de base: Timbres Nasal e Vibratrio
Srie de sete respiraes com apoio complexo e som
Utilize quatro tempos para a inspirao e oito tempos para a expirao.
Escolha entre as consoantes nasais: MM...; NH...; NN...; GN...., ou os sons
TRRR, BRRR.
Faa o som mdio-suave e leve, focalizando-o nos ressonadores centrais do
rosto, enquanto desenha subidas e decidas irregulares com a voz. Use os dois
registros principais, passando do peito cabea, levemente.
Respirao abdominal com apoio complexo, constante e progressivo.
68
69
70
71
72
73
Do Maior Pentatnica:
A escala Pentatnica muito antiga. Ela, como o nome indica, est composta
de cinco notas que, partindo de D, so: D, R, Mi, F, L. Foi a nica escala
conhecida, at Pitgoras descobrir as notas F e Si (as duas sensveis da escala
maior), enquanto estudava as leis da acstica.
Simples e musical, foi muito utilizada por tribos indgenas, tendo originado
diferentes ritmos folclricos, como a Vaguala, do norte de Argentina, e at por
tribos africanas, dando origem ao blues, ao cruzar o Oceano Atlntico com nos
navios negreiros.
Exemplo na tbua:
b/#
D
(Ti)
(Te) /(li)
L
(L) / (Si)
S
(Se / Fi)
(F)
Mi
(Me) / (Ri)
R
(Ra / Di)
D
74
Desenvolvimento:
O exerccio realizado enquanto se canta, com a tbua, a escala de D Maior
Pentatnica.
Utilize, no comeo, uma mnima para cada nota, dobrando depois para uma
semnima. A voz deve ser suave e com uma articulao clara (no se deve esquecer
de abrir a boca para as notas mais agudas).
A respirao deve ser abdominal-complexa. Faa uma boa inspirao, no
comeo, que dever servir para toda a ascenso pela escala. Faa o mesmo na
descida.
5.1. Vocalize: Escala de D Maior Pentatnica
75
Canto Popular
Nvel Bsico IV
APOSTILA PRTICA
Professora Valria Klay
76
77
Interpretao:
- Dinmica: Suave, mdio suave, mdio forte; som regular; ligado; deslizando;
(stacatto, filatto);
- Estilo: Voz firme e uniforme.
- Repertorio: duas peas de estilos diferentes. Utilizar amplificao da voz
Teoria Musical:
Percepo auditiva:
- Escala pentatnica menor.
- Intervalos tensos: 7M, 7m, 2 M, 2m;
- Forma.
- Cadencia menor.
Ritmo:
-Andamento: Quase rpido
-Figuras: Mnima, Semnima, Colcheia.
Clulas rtmicas com sincopas simples e contratempos;
-Compasso: Simples, 2/4, 4/4 e 3/4
78
79
RESPIRAO
Reconhecimento e desenvolvimento da respirao Mista e Dinmica
A respirao mista
Esta tcnica consiste em utilizar as respiraes abdominal e intercostal
simultaneamente, ou seja, aproveitar ao mesmo tempo as capacidades e qualidades
de ambas.
Para isto, necessrio unificar o ponto de apoio da fora num s lugar
comum, localizado na cintura. Ajuda bastante apoiar as mos na cintura para
identificar o movimento.
A respirao mista pode ser utilizada com apoio simples ou complexo.
Exerccios com respirao mista-simples: Srie de nove respiraes
mistas-simples
Utilize quatro tempos para a inspirao e doze para a expirao. Trabalhe
com ZZZZ (sem timbrar), mantendo a lngua relaxada, vibrando entre os dentes.
Inspire utilizando simultaneamente as duas respiraes, e expire fazendo fora
abdominal e intercostal para adentro (simples).
Exerccios com respirao mista-complexa: Srie de nove respiraes
mistas-complexas
Utilize quatro tempos para a inspirao e doze para a expirao. Trabalhe
com ZZZZ (sem timbrar), mantendo a lngua relaxada, vibrando entre os dentes.
Inspire utilizando simultaneamente as duas respiraes, e expire fazendo fora
abdominal e intercostal para afora (complexa).
A respirao dinmica
Cada tipo de respirao se dirige a um estilo especfico de voz. Por isso, no
basta conhecer todas elas, preciso ser capaz de utilizar, dinamicamente, cada
uma no momento certo.
No existe um procedimento comum para o uso da
respirao dinmica. Trata-se de uma capacidade a ser adquirida, no de mais uma
tcnica. Ao exercitar todo o repertrio de tcnicas, o cantor naturalmente aprende a
se valer de todas elas, adequadamente.
A respirao dinmica uma tcnica que possibilita o uso conjunto de todas
as respiraes estudas. O eixo ser sempre a respirao mista, inspirando com o
ponto de apoio intermedirio (localizado na cintura). O que faz essa respirao ser
dinmica sua flexibilidade, podendo tender para abdominal, intercostal, complexo
ou simples, dependendo da necessidade do momento.
Generalizando, pode-se dizer que a respirao simples funciona melhor no
registro mais grave (peito), e a complexa no agudo (cabea). Do mesmo modo, a
respirao abdominal funciona melhor no registro grave e a intercostal no agudo.
Em frases ascendentes melhor utilizar a respirao intercostal-complexa, em
80
81
DESENVOLVIMENTO TCNICO
Todos os exerccios de desenvolvimento tcnico tm uma introduo,
chamada Exerccio de base, com sries de respiraes e voz falada, para
desenvolver os mecanismos que a serem utilizados no vocalize.
Esses exerccios de base, junto aos de conscincia corporal e respirao,
devem integrar a rotina diria de trabalho do aluno, desenvolvendo e fixando o
trabalho em aula.
1. Exerccio de base: Timbres Nasal e Vibratrio
srie de nove respiraes mistas-dinamicas com som
Utilize dois tempos para a inspirao e doze tempos para a expirao.
Escolha entre os sons: MM...; NH...; NN...; GN...., TRRR, BRRR.
Faa o som mdio-forte, concentrando-se seu foco nos ressonadores centrais do
rosto, separando subida de descida.
Comece no registro agudo (cabea) para deslizar, terminando no grave
(peito). Depois inverta o exerccio, comeando no registro grave. Utilize respirao
mista-dinmica.
82
83
84
85
86
87
88
D Menor Pentatnica:
Assim como a Escala Menor Natural relativa Escala Maior, a Escala
Menor Pentatnica relativa Maior Pentatnica. Esta escala soa mais triste, e
tornou-se a estrutura da escala de Blues, ao ser absorvida pela msica americana.
Exemplo na Tbua:
b/#
D
(Ti)
Te /(li)
(L)
(L) / (Si)
S
(Se / Fi)
F
(Mi)
Me / (Ri)
(R)
(Ra / Di)
D
89
Desenvolvimento:
O exerccio se desenvolver cantando com a tbua a escala de Do Menor
Pentatnica.
Utilize no comeo uma mnima para cada nota, dobrando para uma
semnima, que depois voltar a dobrar para colcheias. A voz deve soar suave e com
uma articulao clara (no se deve esquecer de abrir a boca para as notas mais
agudas).
A respirao deve ser mista-dinamica, com uma boa inspirao, no comeo,
que servir para toda a ascenso pela escala, sem utilizar respirao de auxilio.
Faa o mesmo na descida.
5.1. Vocalize: Escala de D Menor Pentatnica
90
91
Apndice
92
: Igual letra I, a articulao feita pela parte posterior da lngua, que eleva o
dorso at quase tocar o palato. O maxilar precisa abrir verticalmente, um pouco. Os
lbios entreabertos permitem que os dentes e lngua sejam vistos.
: Igual letra , com o maxilar mais aberto.
2. Articulao de consoantes:
Consoantes com articulao de lbios e/ou dentes:
B: Juntar os lbios, impedindo momentaneamente a passagem do som.
F: Apoiar os dentes superiores nos lbios inferiores, deixando escapar um pouco
de ar.
P: Igual que a letra B, com mais resistncia dos lbios para deixar o som sair.
93
94
95
Bibliografia
96
GIUSEPPE ROSSI DELLA RIVA. Aclaraciones sobre la Escuela Italiana del Bel
Canto. Trs Conferencias pronunciadas na sala RICORDI, Buenos Aires,
Argentina, 1955.
DR. JORGE PERELL, com a colaborao de MONTSERRAT CABALL
e ENRIQUE GUITART. Canto Diccin (Foniatra esttica). Editorial
Cientfico-Mdica, Barcelona, Espaa, 1975.
RAOUL HUSSON. El Canto. EUDEBA Editorial Universitaria de Buenos
Aires, Argentina. Ttulo Original da obra: Le Chant. Presses Universitaires de
France, Paris, 1962.
SERGIO TULIN. El Maestro de Canto Nuevas tcnicas para el fortalecimiento
larngeo. Editora Presencia ltda, Santaf de Bogot, Colmbia.
MADELEINE MANSION. El Estdio Del Canto Tcnica de la voz hablada y
cantada. Editora Ricordi Americana S.A.E.C. Buenos Aires, Argentina. Ttulo
Original da obra: LEtude du Chant.
MARA BEHLAU e PAULO PONTES. Higiene Vocal, Informaes Bsicas.
Editora Lovise Ltda, So Paulo, Brasil, 1993.
MURRAY SCHAFER. O Ouvido pensante. Editora UNESP, So Paulo,
Brasil, 1991. Ttulo Original da obra: The Thinking Ear, Arcana Editions,
Canad, 1986.
Os captulos de teoria musical desenvolvidos nesta apostila baseiam-se na
metodologia de D Mvel da BERKLEE - COLLEGE OF MUSIC, 1140
Boylston Street, Boston, Massachusetts, 02215-3693, U.S.A, (617) 266-1400,
www.berklee.edu
97