CRAVEIRINHA
CRAVEIRINHA
CRAVEIRINHA
So Paulo
2016
outro para si, tpico da metodologia imperialista, a luta por uma existncia salta de
uma necessidade de afirmao de nao, de um pas para chamar de nosso no
processo de reapropriao da prpria terra. Uma ruptura total com a ideologia do
inimigo, marcada pela implantao de um sentimento de submisso nas sociedades
colonizadas pelo europeu. A poltica portuguesa de assimilao estabelecia uma
falsa dicotomia cidado/no cidado. Era urgente a formao de uma cidadania
moambicana frente cidadania racista portuguesa.
O poema de Jos Craveirinha antecipa-se no tempo, como j anunciado em
seu ttulo, onde ele afirma que o poema para um cidado do futuro. Em meio a
forte perodo de represso colonial comandada pela ditatura salazarista, o poeta
permite fluir sua indignao, invocando a fora africana no poema atravs de uma
linguagem clara e de um discurso direto. Sua poesia no fala de coisas abstratas,
ela trata da dura realidade moambicana durante o domnio portugus, e da
importncia de uma poesia que levante o esprito, oriente a vontade e reforce a ideia
de determinao com o objetivo de alargar a perspectiva do povo moambicano.
Sua poesia, assim como o este poema, uma arma ideolgica e ao mesmo tempo
uma profecia.
Sim, no amanh do homem qualquer Moambique a nao do futuro.
BIBLIOGRAFIA
MENDONA, Ftima. Literatura Moambicana: a histria e as escritas. Faculdade de Letras
e Ncleo Editorial da Universidade Eduardo Mondlane, 1988.
CANDIDO, Antonio. O estudo analtico do poema. 3.ed. So Paulo: Humanitas Publicaes,
1996.