TCC Otimização Estrutural

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 54

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADMICO DO AGRESTE


NCLEO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

TIAGO FERNANDO ANDRADE MARTINS

OTIMIZAO DE ESTRUTURAS DE TRELIAS


UTILIZANDO TCNICAS DE PROGRAMAO LINEAR

Caruaru, dezembro de 2011


TIAGO FERNANDO ANDRADE MARTINS

OTIMIZAO DE ESTRUTURAS DE TRELIAS UTILIZANDO


TCNICAS DE PROGRAMAO LINEAR

Trabalho de Concluso de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil do
Centro Acadmico do Agreste - CAA, da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE,
como requisito para obteno do ttulo de
Bacharel em Engenharia Civil.

rea de concentrao: Engenharia/Engenharia


Civil/Estruturas

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Bono


Coorientadora: Profa. Dra. Giuliana F. F. Bono

Caruaru, dezembro de 2011


Catalogao na fonte
Bibliotecrio Elilson Rodrigues Gis CRB4 - 1687

M386o Martins, Tiago Fernando Andrade.


Otimizao de estruturas de trelias utilizando tcnicas de programao linear. /
Tiago Fernando Andrade Martins. - Caruaru : O autor, 2011.
53.: ; il. ; 30 cm.

Orientador: Gustavo Bono


Monografia (Trabalho de Concluso de Curso) Universidade Federal de
Pernambuco, CAA. Engenharia Civil, 2011.
Inclui bibliografia.

1.Project (Programa de Computador). 2. Engenharia auxiliada por computador. 3.


Otimizao Estrutural. 4. Mtodo dos Elementos Finitos. 5. Engenharia de estrutura
(Estruturas reticuladas) I. Bono, Gustavo. (orientador). II. MATLAB (Programa de
computador). III. Ttulo.

624 CDD (22.ed.) UFPE (CAA 2012-10)


TIAGO FERNANDO ANDRADE MARTINS

OTIMIZAO DE ESTRUTURAS DE TRELIAS


UTILIZANDO TCNICAS DE PROGRAMAO LINEAR

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao


Curso de Engenharia Civil do Centro Acadmico
do Agreste - CAA, da Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, como requisito para
obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia
Civil.
rea de concentrao: Engenharia/Engenharia
Civil/Estruturas

Aprovado em: Caruaru, 15 de dezembro de 2011.

Coordenador da Disciplina de TCC:

Prof. Dr. Anderson Luiz Ribeiro Paiva


Universidade Federal de Pernambuco UFPE
A Deus.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado a vida, sustent-la e me ensinar o melhor modo de usufru-la.
Aos meus pais, Paulo e Joslia, pelo empenho para que eu obtivesse uma boa
educao.
Aos meus Avs, Otlia e Jos Andrade, pelo amor que sempre me demonstram.
Ao CAA/UFPE e a todos os professores, em especial os do curso de Engenharia Civil.
Aos meus orientadores, Gustavo e Giuliana, pelos ensinamentos e ateno.
Aos meus colegas de curso, em especial Martina, Arthur e Heverton, pelo
companheirismo e pelas muitas ajudas ao longo desses cinco anos.
Aos meus queridos amigos Mauricio, Giuseph, Gustavo, Brenno, Jurandir e aos casais
Maria e Paulo Eugnio e Juraci e Jos Diniz. A amizade de vocs traz muita felicidade para
minha vida.
No sei o que pareo ser para o mundo, mas, para mim
mesmo, s pareo ter sido um menino brincando beira
do mar, e divertindo-me de vez em quando com achar uma
pedra mais lisa ou uma concha mais bonita do que
costuma ser, ao passo que o grande oceano da verdade
jazia diante de mim ainda todo por descobrir.Sir Isaac
Newton.
RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um programa computacional de


otimizao de trelias planas com o uso de algoritmos clssicos de Programao Linear. Para
a anlise estrutural empregou-se o Mtodo dos Elementos Finitos e, para a otimizao, o
algoritmo de programao linear existente no programa MATLAB. No programa
desenvolvido minimiza-se o peso da estrutura, tomando como variveis de projetos as reas
das sees transversais das barras e, tendo uma das seguintes restries: flexibilidade, tenso
ou tenso e flambagem local. Para validar e verificar o desempenho do programa
implementado so apresentados problemas clssicos da otimizao estrutural. Os resultados
obtidos apresentam redues considerveis no peso final da estrutura.

Palavraschave: Estruturas reticuladas. Otimizao de estruturas. Mtodo dos


Elementos Finitos.
ABSTRACT

The present work aimed to develop a computer program for the structural optimization
of plane trusses with the use of classical linear programming algorithms. For structural
analysis we used the Finite Element Method, and to optimize the existing linear programming
algorithm in MATLAB. In the developed program minimizes the weight of the structure,
taking as variables the project areas of the cross sections of the bars and having one of the
following restrictions: flexibility, stress or stress and local buckling. To validate and verify
the performance of the implemented program are presented classical problems of structural
optimization. The results show significant reductions in final weight of the structure.

Keywords: Reticulate structures. Optimization of structures. Finite Element Method.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Exemplos de aplicao de trelias .............................................................. 2
Figura 2.1 Barra sob trao .......................................................................................... 5
Figura 2.2 Barra sob trao discretizada ..................................................................... 6
Figura 2.3 Elemento de barra ...................................................................................... 6
Figura 2.4 Foras nodais do elemento de barra .......................................................... 7
Figura 2.5 Equilbrio nos ns ...................................................................................... 8
Figura 2.6 Elemento de barra inclinado em relao ao eixo x .................................... 9
Figura 3.1 Estrutura de 4 ns. ................................................................................... 20
Figura 3.2 Determinao da solicitao mais crtica. ............................................... 24
Figura 4.1 Fluxograma do programa. ....................................................................... 26
Figura 5.1 Trelia com 10 barras. ............................................................................. 27
Figura 5.2 configuraes otimizadas para trelia com 10 barras (CASO 1). ........... 28
Figura 5.3 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 _____
_________________para restrio de tenso, para trelia com 10 barras (CASO 1). ............ 29
Figura 5.4 configuraes otimizadas para trelia com 10 barras: CASO 2 (a)______
________________e CASO 3 (b) ........................................................................................... 30
Figura 5.5 Trelia com 23 barras. ............................................................................. 31
Figura 5.7 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 para_____
________________restrio de tenso, para trelia com 23 barras. ....................................... 33
Figura 5.8 Trelia com 47 barras. .............................................................................. 35
Figura 5.9 Configuraes otimizadas para trelia com 47 barras. ............................. 36
Figura 5.10 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 para____
_________________restrio de tenso, para trelia com 47 barras. ..................................... 37
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 reas otimizadas para a trelia com 10 barras (CASO 1). ..................... 28
Tabela 5.2 Redues obtidas para a trelia com 10 barras (CASO 1). ..................... 29
Tabela 5.3 Comparao das reas finais obtidas para a otimizao de tenso com____
______________ os trabalhos de Haftka (1991) e Souza e Fonseca (2008), para a trelia____
______________ com 10 barras (CASO 1). ............................................................................ 29
Tabela 5.4 reas otimizadas para a trelia com 10 barras: CASO 2 (a) e____
_________________CASO 3 (b). ........................................................................................... 30
Tabela 5.5 Redues obtidas para a trelia com 10 barras: CASO 2 (a) e ____
_________________ CASO 3 (b). .......................................................................................... 31
Tabela 5.6 reas otimizadas para a trelia com 23 barras. ....................................... 33
Tabela 5.7 Redues obtidas para a trelia com 23 barras ....................................... 34
Tabela 5.8 reas otimizadas para a trelia com 47 barras. ....................................... 36
Tabela 5.9 Redues obtidas para a trelia com 47 barras. ...................................... 37
LISTA DE SMBOLOS
l comprimento da barra
A rea da seo transversal da barra
P carga axial
L comprimento do elemento de barra
u deslocamento nodal livre
tenso normal
E mdulo de elasticidade
deformao axial
variao do comprimento do elemento de barra
matriz de rigidez do elemento de barra i
peso da estrutura
massa especifica do material da barra i
comprimento da barra i
rea da seo transversal da barra i
tenso normal atuante na barra i
Tenso de compresso admissvel na barra i
tenso de trao admissvel na barra i
carga crtica de Euler para a barra i
rea da seo transversal mnima admissvel para barra i
rea da seo transversal mxima admissvel para barra i
-
flexibilidade da estrutura
-
flexibilidade mxima admissvel para a estrutura
nmero de elementos (barras) da estrutura
trabalho das foras externas
vetor de foras
trabalho das foras externas na barra i
trabalho das foras externas mxima admissvel para a barra i
delta de Kronecker
matriz de rotao de coordenadas globais para locais
matriz de posicionamento da barra I
SUMRIO
RESUMO .....................................................................................................................viii
ABSTRACT .................................................................................................................. ix
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... x
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... x
LISTA DE SMBOLOS ............................................................................................... xii
SUMRIO ...................................................................................................................xiii
1 INTRODUO ....................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ....................................................................................................... 2

1.2 Motivao ......................................................................................................... 3

1.3 Objetivos ........................................................................................................... 3

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 3

1.3.2 Objetivos Especficos .................................................................................. 4

2 MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ............................................................... 5


2.1 Introduo ......................................................................................................... 5

2.2 Formulao Direta do Elemento de Barra ........................................................ 5

2.3 Transformao de Coordenadas ........................................................................ 9

3 OTIMIZAO DE TRELIAS PLANAS............................................................ 12


3.1 Introduo ....................................................................................................... 12

3.2 Definio do Problema de Otimizao para Trelias ..................................... 12

3.3 Programao Linear ........................................................................................ 13

3.3.1 Linearizao e Derivada do Trabalho das Foras Externas em Relao___


___________ s reas das Sees Transversais .............................................................. 14

3.3.2 Linearizao e Derivada da Restrio de Tenso em Relao s reas___


___________ das Sees Transversais............................................................................. 17

3.3.3 Linearizao e Derivada da Restrio de Flambagem Local em Relao__


___________ s reas das Sees Transversais .............................................................. 21

3.3.4 Restrio de Tenso e Flambagem Local em Relao s reas das___


____________Sees Transversais .................................................................................. 24
4 ESTRUTURA DO PROGRAMA .......................................................................... 25
5 RESULTADOS ...................................................................................................... 27
5.1 Trelia com 10 barras ..................................................................................... 27

5.2 Trelia com 23 barras ..................................................................................... 31

5.3 Trelia com 47 barras ..................................................................................... 34

6 CONCLUSO ....................................................................................................... 38
7 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................. 39
8 REFERNCIAS ..................................................................................................... 40
1

1 INTRODUO

Entre as estruturas que possuem um vasto campo de aplicao na engenharia, as


trelias so bastante utilizadas como estruturas de cobertura em edifcios industriais, em torres
de transmisso de energia, entre diversos outros usos, conforme se pode observar na Figura
1.1. So especialmente indicadas para superar grandes vos ou suportar cargas elevadas, e
nesse contexto tornam-se uma soluo econmica e prtica. Alm disso, devido grande
diversidade de solues estaticamente possveis para se vencer um determinado vo ou
suportar um determinado carregamento, as trelias apresentam um campo bastante frtil ao
emprego de tcnicas de otimizao. Pelo fato da anlise e dimensionamento de estruturas, de
forma geral, se constituir em processos iterativos, busca-se, com o uso dessas tcnicas,
minimizar o consumo de material sem comprometer a segurana estrutural.
Para entender melhor a importncia da otimizao de estruturas preciso ressaltar as
diferenas bsicas entre um projeto convencional e um projeto timo. O dimensionamento
convencional de estruturas visa obter uma configurao de projeto aceitvel e adequada aos
requisitos funcionais, normalmente regidos por uma regulamentao, se caracterizando por
sofrer influncia direta do projetista, atravs de um processo de tentativa e erro, dependendo
assim de sua habilidade, experincia e intuio. Tal fato, alm de conduzir a uma infinidade
de solues possveis, pode levar a resultados insatisfatrios, primeiro porque est sujeito a
falhas humanas e depois, no existem garantias de que a soluo obtida seja a melhor do
ponto de vista econmico. J o emprego de uma tcnica de otimizao possibilita um melhor
entendimento do processo de dimensionamento, porque transforma a estrutura do aspecto
fsico para o aspecto matemtico, atravs de um processo de modelagem matemtica da
estrutura considerada e de todas as suas caractersticas.
O projeto estrutural timo consiste na escolha dos materiais, da topologia e da
geometria das sees a serem utilizados no sistema, de forma a atender os requisitos de
desempenho, economia e segurana. O projeto estrutural timo concentra-se na determinao
de uma combinao conveniente obtida atravs de vrias anlises, visando concepo ou
determinao de uma estrutura de melhor desempenho global dentro dos objetivos
estabelecidos.
2

(a) (b)

(c) (d)
Figura 1.1 Exemplos de aplicao de trelias: (a) ponte, (b) cobertura de anfiteatro, (c) cobertura de
galpo e (d) torres de transmisso de energia. Fonte: a, b e c, TRELIAS E ESTRUTURAS
TRELIADAS; d, SABINO (2010).

1.1 Justificativa

Nos dias atuais, com o aumento da industrializao no Brasil, houve um aumento


considervel de edifcios industriais instalados pelo pas. No Agreste Pernambucano,
congregam-se as trs cidades que mais geram negcios no segmento txtil do estado: Santa
Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru. Juntas, essas cidades colocam o Agreste
Pernambucano em segundo lugar no ranking da produo nacional. A totalidade destas
3

atividades txteis e de lavanderias realizada em edificaes industriais, que em boa parte


delas, utilizam trelias como estruturas de cobertura.
Com o mercado cada dia mais exigente, para o dimensionamento dessas estruturas, a
utilizao de mtodos de otimizao tem se tornado indispensvel, pois estes permitem obter
resultados que atendam de forma tima aos critrios de segurana e economia.

1.2 Motivao

Tem se tornado cada vez mais comum, para dimensionamento estrutural, a utilizao
de softwares estruturais comerciais que, em geral, utilizam mtodos de otimizao. V-se
ento, a importncia para o aluno de graduao de conhecer a estrutura interna desses
programas e sua inter-relao com os fundamentos tericos, para que ao utilizar qualquer um
desses programas na sua experincia profissional, no se torne meramente usurio, mas esteja
capacitado de interpretar e avaliar de forma crtica os resultados obtidos.
Alm disso, o desenvolvimento deste trabalho permite complementar e amadurecer o
conhecimento adquirido durante o curso (como por exemplos das disciplinas de Clculo,
lgebra, Mecnica, Resistncia e Estabilidade), na medida em que este conhecimento
utilizado para se obter solues prticas no dimensionamento de estruturas de trelias.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Aplicar os conceitos de otimizao no dimensionamento de estruturas de trelias, a


fim de quantificar o mnimo de peso do material necessrio para que a estrutura suporte o
carregamento atuante com a devida segurana.
4

1.3.2 Objetivos Especficos

a) Desenvolver um programa computacional para otimizao de trelias com o uso


de algoritmos clssicos de Programao Linear.
b) Desenvolver e implementar a restrio por flambagem local, produzindo desta
maneira resultados mais confiveis.
c) Validar e verificar o desempenho do programa desenvolvido aplicando-o a
soluo de problemas clssicos da otimizao estrutural.
5

2 MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

2.1 Introduo

O Mtodo dos Elementos Finitos (MEF) uma ferramenta numrica que permite
solucionar problemas complexos de engenharia, onde, na maioria das vezes a soluo
analtica no possvel. No MEF um meio contnuo representado como um conjunto de
subdivises chamado de elementos finitos, no qual os elementos so interligados por ns ou
pontos nodais. A soluo aproximada das equaes diferencias que representam o problema
so obtidas a nvel de elemento mediante o uso de mtodos numricos. Dessa forma, reduz-se
o modelo matemtico contnuo em um modelo matemtico discreto.
O mtodo dos elementos finitos pode ser desenvolvido atravs de vrias abordagens
diferentes, como apresentado em ZIENKIEWICZ & TAYLOR (2000), BATHE (1996),
SORIANO (2009) e FISH & BELYTSCHKO (2009). As mais comuns so: o mtodo direto, a
formulao energtica e o mtodo dos resduos ponderados (mtodo de Galerkin). Neste
trabalho foi adotada a abordagem do mtodo direto, que a mais utilizada para se obter a
equao do elemento de barra (equao carregamentos-deslocamentos). As abordagens
descritas nos itens 2.2 e 2.3 so baseadas nas dedues apresentadas por FONSECA (2002).

2.2 Formulao Direta do Elemento de Barra

Considere uma barra de comprimento e rea de seo transversal , engastada e


submetida ao de uma carga axial , conforme mostra a Figura 2.1.

E
A

P x
l

Figura 2.1 Barra sob trao


6

A barra constituda de um material isotrpico, homogneo e linear. Deseja-se estudar


esta estrutura simples usando um processo de discretizao, que pode ser o Mtodo dos
Elementos Finitos. Para tal, a barra da Figura 2.1 modelada conforme apresentado na Figura
2.2, onde a mesma subdividida em trechos denominados elementos de barra.

P x
l

Figura 2.2 Barra sob trao discretizada

O elemento de barra usado tem dois ns (1 e 2), rea de seo transversal A,


comprimento L e dois graus de liberdade e (aos quais poderiam ser associadas foras
nodais e , respectivamente). Este elemento mostrado na Figura 2.3 de duas maneiras.
A primeira apresenta o elemento da maneira como foi feita a discretizao da barra sob trao
(Figura 2.3a), e a segunda apresenta a maneira mais comum de representar o elemento de
barra de dois ns, uma vez que o comportamento da barra representado pelo comportamento
de sua linha centroidal (Figura 2.3b).

e
A e
1 2 1 2
ux1 ux2 x ux1 ux2 x

L L

(a) (b)____
Figura 2.3 Elemento de barra

Considere a Figura 2.4, com as foras nodais do elemento de barra. A equao de


equilbrio de foras na direo x fornece:
(2.1)
7

1 2
P1 P2

Figura 2.4 Foras nodais do elemento de barra

O estudo de barras sob carregamento axial realizado em Resistncia dos Materiais


mostra que a equao constitutiva (equao tenso - deformao), para este caso, a lei de
Hooke para tenses na sua forma mais simples (unidimensional), isto ,

(2.2)

Onde a tenso normal, o mdulo de elasticidade e a deformao axial, que


dada em funo do deslocamento axial ao longo do elemento por

(2.3)

A equao referente deformao-deslocamento (2.3) pode ser reescrita, considerando


que a deformao constante ao longo do elemento, como:

(2.4)

onde a variao do comprimento do elemento, devido ao das foras nodais.


Utilizando a definio dos deslocamentos nodais (graus de liberdade) e , pode-se
escrever a equao deformao-deslocamento em termos das variveis nodais, isto ,

(2.5)
8

Note que, para um elemento de rea de seo transversal constante esta expresso
exata, o que implica que a tenso tambm constante ao longo do elemento. Considerando o
equilbrio dos ns 1 e 2, com auxlio da Figura 2.5, obtm-se, respectivamente, as equaes
(2.6) e (2.7)

(2.6)
(2.7)

Substituindo-se a equao (2.2) nas expresses (2.6) e (2.7), tem-se:

(2.8)
(2.9)

1 xA xA
2
P1 P2

Figura 2.5 Equilbrio nos ns

e a subseqente substituio da equao (2.5) nas expresses obtidas acima leva s equaes:

(2.10)

(2.11)

que podem ser reescritas na forma matricial como

(2.12)
[ ]{ } { }

Esta a equao do elemento de barra, na forma da equao fundamental de elementos


finitos, ou seja, a equao carregamentos-deflexes (ou carregamentos-deslocamentos).
9

2.3 Transformao de Coordenadas

Na seo 2.2 foi usado o elemento de barra referenciado a um sistema de coordenadas


x coincidente com seu eixo centroidal. Porm, a matriz de rigidez e o vetor de carga podem
ser escritos referenciados a um sistema de coordenadas global, no coincidente com o eixo
centroidal do elemento de barra. Portanto, considere o elemento de barra inclinado em relao
ao eixo x (ver Figura 2.6).

y
s s
us2 Ps2
2 2
e A e A

L L
us1 Ps1
1 1

Figura 2.6 Elemento de barra inclinado em relao ao eixo x

Observe que a coordenada ao longo do eixo centroidal do elemento de barra s e que


o deslocamento ao longo do elemento de barra dado por us, sendo us1 e us2 os deslocamentos
nodais. o ngulo entre o eixo s e o eixo x. A relao entre o deslocamento us ao longo do
elemento e suas componentes e nas direes x e y, respectivamente,

(2.13)

Uma fora axial P pode ser decomposta em componentes nas direes x e y como:

(2.14)
(2.15)
10

Pode-se ento escrever as relaes entre os deslocamentos nodais (eixo s) e suas


componentes nas direes x e y como:

(2.16)
{ } [ ]{ }

e entre as foras nodais e suas componentes nas direes x e y como:

(2.17)
[ ]{ }
{ }

Introduzindo as relaes (2.16) e (2.17) na equao (2.12) correspondente ao elemento de


barra, agora reescrita em termos de e , ou seja,

(2.18)
[ ]{ } { }

obtm-se:

(2.19)
[ ] [ ][ ]{ }
{ }

Aps as multiplicaes obtm-se

(2.20)
[ ]{ }
{ }

A equao acima usada para o elemento de barra em relao a um sistema de coordenadas


global x-y que no passa pelo seu eixo centroidal, o qual est inclinado em relao ao eixo x
11

de um ngulo . Na equao (2.20), observam-se a matriz de rigidez e o vetor de carga usados


para a resoluo de problemas de trelias, considerando elementos de barra. Nesta equao, a
matriz obtida

(2.21)
[ ]

denominada de matriz de rigidez do elemento de barra em relao ao sistema de


coordenadas global. O vetor de cargas:

(2.22)

{ }

denominado de vetor de carga do elemento de barra em relao ao sistema de


coordenadas global. E o vetor

(2.23)
{ }

denominado vetor de deslocamentos nodais em relao ao sistema de coordenadas global.


Assim a equao (2.20) pode ser escrita como:

(2.24)
12

3 OTIMIZAO DE TRELIAS PLANAS

3.1 Introduo

Para o desenvolvimento do projeto, execuo e manuteno de qualquer estrutura de


engenharia, os engenheiros tm que tomar diversas decises tecnolgicas e gerenciais durante
estas vrias fases. O objetivo final de todas essas decises minimizar o esforo necessrio
ou maximizar o benefcio desejado. Desde que o esforo necessrio ou o benefcio desejado
em qualquer situao prtica possa ser expresso como uma funo de determinadas variveis
de deciso, a otimizao pode ser definida como o processo de encontrar as condies que lhe
fornecero o valor mximo ou mnimo desta funo, que passa a ser chamada de funo
objetivo (RAO, 1996).
Aplicado a uma estrutura, a otimizao consiste, por exemplo, em uma reduo da
massa sem prejudicar a rigidez da estrutura. A otimizao em engenharia tem o intuito de
fazer uma busca sistemtica da soluo tima dentro de vrias configuraes possveis atravs
de um algoritmo de otimizao. Dessa forma, o resultado independe do analista, onde este
apenas especifica os parmetros de entrada relevantes para depois avaliar e julgar a soluo
final imposta como tima pelo algoritmo.

3.2 Definio do Problema de Otimizao para Trelias

Na otimizao de uma trelia, em geral, deseja-se reduzir sua massa, sujeito a


restries de tenso, flambagem e flexibilidade.
O problema pode ser declarado da seguinte forma:

Minimizar

(3.1)

13

Sujeito a

onde:
= massa da estrutura,
= massa especifica do material da barra i,
comprimento da barra i,
= rea da seo transversal da barra i,
= tenso normal atuante na barra i,
= tenso de compresso admissvel na barra i,
= tenso de trao admissvel na barra i,
= carga crtica de Euler para a barra i,
= rea da seo transversal mnima admissvel para barra i,
= rea da seo transversal mxima admissvel para barra i,
= flexibilidade da estrutura,
= flexibilidade mxima admissvel para a estrutura,
= nmero de elementos (barras) da estrutura,

3.3 Programao Linear

A programao linear um mtodo de otimizao aplicvel para a soluo de


problemas nos quais a funo objetivo e as restries aparecem como
funes lineares das variveis de projeto. As equaes de restrio em um problema de
programao linear podem ser na forma de igualdades ou desigualdades (RAO, 1996).
O clculo das derivadas da funo objetivo e restries condio necessria e
suficiente para o mtodo da programao linear. As funes envolvidas no clculo de
estruturas usualmente so no-lineares, assim, as funes so expandidas em srie de Taylor
14

(linearizadas) antes de proceder a otimizao. Para aplicao deste mtodo foi utilizada a
rotina de Programao Linear, linprog, existente no programa MATLAB, sendo este um
programa robusto e amplamente utilizado na resoluo de problemas de engenharia.

3.3.1 Linearizao e Derivada do Trabalho das Foras Externas em Relao s reas das
Sees Transversais

O trabalho das foras externas que a restrio tecnolgica do problema calculado


da seguinte forma:
(3.2)

onde, e so respectivamente o vetor de foras e o vetor deslocamento.

Por outro lado o deslocamento pode ser expresso como:


(3.3)

onde, a matriz de flexibilidade da estrutura.

Assim a equao (3.2) tambm pode ser expressa em funo da flexibilidade da


estrutura como:

(3.4)

A fim de respeitar-se a restrio de flexibilidade, adequando rotina de programao


utilizada pelo Matlab, analisam-se os limites de reas das sees transversais admissveis
atravs da derivada do trabalho das foras externas. Isso se torna possvel porque a
flexibilidade e o trabalho das foras externas esto diretamente relacionados conforme
mostrado na equao (3.4).

Para minimizar a rea com restrio de trabalho das foras externas, parte-se da
desigualdade:
15

(3.5)

onde a trabalho das foras externas na barra i e um valor limite do trabalho das
foras externas fixo e conhecido para a barra i, ou seja, independe da rea da seo
transversal do elemento. Fazendo a derivada do trabalho das foras externas em relao s
reas e expandindo em srie de Taylor obtm-se (termos com ndice repetido indicam soma
implcita):

(3.6)
| |

Reagrupando os termos da inequao (3.6) para ficar na forma , que a padro


para a rotina de programao linear utilizada, e sabendo que o limite do trabalho das foras

externas ( ) um valor constante e, portanto, , obtm-se:

(3.7)

A partir da equao (3.7) tem-se que preciso calcular a derivada do trabalho das
foras externas em relao varivel de projeto (seo da barra).
Derivando a equao (3.2) pela aplicao da regra da cadeia, obtm-se:
(3.8)

Como s foram implementadas cargas nodais (no h foras no corpo), o vetor de

foras global constante com relao rea ( ). Dessa forma a equao (3.8) pode

ser rescrita como:


(3.9)

Substituindo a equao (3.3) em (3.9), tem-se:

(3.10)
16

A equao (3.10) uma expresso analtica geral, que pode ser utilizada no clculo do
trabalho das foras externas. Essa expresso, entretanto, no se encontra em uma forma
conveniente. A derivada da matriz de rigidez global diretamente calculada, pois tem
dependncia direta com a rea da barra, porm, precisa-se calcular a derivada de sua inversa.
Lembrando que qualquer matriz quadrada multiplicada pela sua inversa resulta em uma
matriz identidade de mesma dimenso, ou seja:
(3.11)

Aplicando essa propriedade matriz de rigidez global, obtm-se:


(3.12)

A matriz de rigidez global bem como sua inversa depende da rea. A matriz identidade
constante em relao s variveis de projeto. Assim, aplicando a regra da cadeia equao
(3.12), obtm-se:
(3.13)

Isolando na equao (3.13), obtm-se a derivada desejada:

(3.14)

Substituindo a equao (3.14) na equao (3.10):

(3.15)

Substituindo os termos entre parnteses pela equao (3.3), chega-se finalmente ao


resultado desejado, ou seja, a derivada do trabalho das foras externas em relao rea de
cada barra:
(3.16)
17

3.3.2 Linearizao e Derivada da Restrio de Tenso em Relao s reas das Sees


Transversais

Qualquer estrutura projetada para suportar um determinado conjunto de cargas sem


falhar por tenso excessiva em qualquer membro da estrutura. Por este motivo, restringir a
tenso admissvel na estrutura considerado uma das principais restries impostas.
Entretanto, em vez de linearizar diretamente a tenso em cada membro, faz-se a
aproximao da fora interna, pela seguinte relao:

(3.17)

onde, a tenso em um elemento de barra.


Dessa forma a minimizao das reas da seo transversal de cada elemento de barra
fica restrita da seguinte forma:

(3.18)

onde, e so, respectivamente, a tenso de compresso e a tenso de trao do


elemento.
Este problema apresenta duas restries de desigualdade que sero resolvidas
separadamente: a primeira restringe as cargas de trao e a segunda as cargas compresso
(sinal negativo da fora interna). Assim, inicialmente ser linearizada a seguinte restrio:

(3.19)

Expandindo em srie de Taylor e definindo como uma tenso de trao prescrita:


18

(3.20)

Aps algumas manipulaes algbricas tem-se a forma :

(3.21)

onde, o delta de Kronecker.


As derivadas da barra i foram tomadas em relao rea j, pois a variao da rea
de uma determinada barra acarreta uma nova distribuio de foras nas demais barras dessa
estrutura. Por esse motivo a derivada da fora interna em relao rea seo transversal
uma matriz de i linhas e j colunas.
Para a restrio de compresso a linearizao a mesma, exceto pelo fato de que a
substituda por com o sinal negativo.

(3.22)

Para resolver a restrio de compresso, multiplica-se a inequao (3.22) por (1),


chegando-se a uma forma semelhante resolvida a partir da inequao (3.19), diferindo
apenas no valor limite de resistncia.

(3.23)

Procedendo analogamente a restrio de trao obtm-se:


19

(3.24)

Para que as restries de tenso (equaes (3.21) e (3.24)) sejam implementadas

preciso calcular o termo , sendo a derivada da fora interna em relao rea da seo

transversal.
Neste ponto importante ressaltar o fato de que a restrio de tenso local, ou seja,
pertence a cada elemento em seu sistema de coordenadas, mas por outro lado, qualquer
alterao na rea de qualquer elemento da estrutura causar alteraes na estrutura global.
Tem-se assim, uma grandeza local que interfere no comportamento global da estrutura o que
torna o clculo dessa derivada uma tarefa mais custosa do ponto de vista computacional.
Alm disso, se a estrutura no isosttica, os valores de tenso na barra so dependentes da
seo transversal, o que torna o problema um pouco mais delicado.
Um elemento de barra situado num sistema de coordenadas global x-y est orientado
em um sistema local de coordenadas s, como o mostrado na Figura (2.6), no qual os
deslocamentos ocorrem na direo da barra. Para recuperar os valores de tenso nas barras em
coordenadas locais necessrio o uso de uma matriz de rotao:

(3.25)

onde, a tenso na barra e a matriz de rotao de coordenadas globais para locais,


dada por:

[ ] (3.26)

Formulando o problema em termos da matriz de rigidez de cada elemento tem-se:

(3.27)

onde, o vetor de deslocamento do elemento. Para a obteno de , pode-se proceder


utilizando algum algoritmo que separe os deslocamentos de cada elemento do vetor de
deslocamentos globais, ou montar uma matriz de posicionamento H que quando multiplicada
20

pelo vetor de deslocamento global fornea os deslocamentos relativos do elemento, essa


matriz de 4 linhas ( ns i e ns j do elemento e 2 graus de liberdade por n) e de 8 colunas
(duas vezes o nmero de ns). Por exemplo, para selecionar o elemento 1 de uma estrutura
que possua 4 ns, como mostrada na Figura 3.1, a matriz para o elemento I seria a seguinte:

I III
II

1 2 3

Figura 3.1 Estrutura de 4 ns.

(3.28)
[ ]

Assim, substituindo a equao (3.28) na equao (3.27), obtm-se:

(3.29)

onde, so, respectivamente, o vetor de deslocamentos, a inversa da matriz de


rigidez e o vetor de foras globais da estrutura. E o produto matricial resulta no
vetor de deslocamentos em coordenadas locais. A equao (3.29) calcula o vetor das foras
internas (duas linhas), devolvendo um par de ao/reao correspondente a cada n do
elemento.
Como j mencionado anteriormente, a equao (3.29) ser derivada em relao rea
, e o sobrescrito local ser abandonado. Tendo-se em mente que esta fora interna est
referida ao sistema de coordenadas local do elemento em questo. Assim sendo, apenas as
21

matrizes so funes da rea da seo transversal e esto sendo considerados apenas


carregamentos nodais.
Derivando a equao (3.29) obtm-se:

(3.30)

Usando o fato de que na primeira parcela o termo apenas diferente de zero

quando i = j, a derivada calculada da seguinte forma:

(3.31)
[ ]

A multiplicao igual ao vetor de deslocamentos global , e

calculado pela equao (3.14). Dessa forma, a equao (3.30) escrita da seguinte forma:

(3.32)

Novamente, aplicando , chega-se forma final da derivada da fora


interna em relao rea da seo transversal:

(3.33)

3.3.3 Linearizao e Derivada da Restrio de Flambagem Local em Relao s reas das


Sees Transversais

Para minimizar a massa com restrio de flambagem local, parte-se da desigualdade:


22

(3.34)

onde, o sinal negativo na fora interna, , usado para tornar positivo o lado esquerdo da
inequao das restries quando a barra esta sob compresso. a carga limite que a
fora interna da barra pode atingir sem que sofra flambagem, tambm conhecia como carga
critica de Euler. determinada pela equao a seguir:

(3.35)

sendo, o momento de inrcia da seo transversal, o mdulo de elasticidade do material


que compe a barra e o comprimento da barra.
O momento de inrcia pode ser relacionado com a rea (varivel de projeto) de diversas
maneiras. Neste trabalho foi utilizada a seguinte relao:

(3.36)

Deve-se encontrar o valor do coeficiente . Para simplificar os clculos, foi escolhida


uma seo transversal circular cheia. Dessa forma, obtm-se:

(3.37)

Assim, a equao (3.35) pode ser rescrita da seguinte forma:

(3.38)

Neste momento, aplicando srie de Taylor em ambos os lados da inequao (3.34),


obtm-se:
23

(3.39)
[ ( )] ( )

Derivando a equao (3.35) em relao rea obtm-se:

(3.40)
( )

Observando que o termo s existe quando i = j e tem valor unitrio, caso contrrio

vale zero, pode-se empregar o delta de Kronecker. Ento, a equao (3.40) pode ser escrita
como:
(3.41)

Assim, deixando os termos desconhecidos do lado esquerdo e os conhecidos no lado


direito, e usando as equaes (3.38) e (3.41), a inequao (3.38) pode ser rescrita como:

(3.42)
[ ( )] ( )

Manipulando a inequao (3.42) para ficar na forma , obtm-se:

(3.43)
[ ] [ ]

A equao (3.43) pode ser normalizada a fim de se evitar problemas de mau-


condicionamento. Dessa forma, todas as restries ficam menores ou iguais a 1.
24

3.3.4 Restrio de Tenso e Flambagem Local em Relao s reas das Sees


Transversais

Para se efetuar uma otimizao mista, com restrio de flambagem local e tenso
(trao/compresso), foi desenvolvido um algoritmo que determina a cada iterao se a
solicitao interna em cada barra da estrutura mais crtica quanto flambagem ou quanto
carga de compresso. Essa deciso diminui o esforo computacional, pois a dimenso do
espao onde se busca a soluo reduzido, uma vez que no so considerados
simultaneamente flambagem, trao e compresso.
A deciso baseada na seguinte relao:

(3.44)

C Crit
FI PI

Magnitude das Cargas

Ativa a restrio de CARGA DE COMPESSO

Crit C

PI FI

Magnitude das Cargas

Ativa a restrio de FLAMBAGEM

Figura 3.2 Determinao da solicitao mais crtica.

Se a carga crtica de compresso da barra calculada pela equao (3.44), for


menor que a carga crtica de flambagem, equao (3.38), ento a restrio ativa ser a
restrio de carga de compresso, pois, neste caso, uma fora maior que faria com
que a barra esmagasse por compresso. Como essa carga menor que a carga crtica
de flambagem , a restrio de flambagem local respeitada. O mesmo raciocnio
se aplica para ativar a restrio de flambagem. Em ambos os casos, a restrio para
tenses de trao (positiva) est presente (Figura 3.2).
25

4 ESTRUTURA DO PROGRAMA

O programa desenvolvido est estruturado conforme esquematizado na Figura 4.1.


Primeiro feita a leitura dos dados de entrada. Esta feita a partir de um arquivo texto que
contem informaes como os dados da geometria da estrutura, propriedades dos materiais,
condies de contorno e carregamento. tambm no arquivo de entrada que se definem os
parmetros para otimizao (funo objetivo, restries e nmero mximo de iteraes).
Em seguida , entra-se num processo iterativo onde a estrutura analisada via MEF e
otimiza-se as sees das barras utilizando-se a tcnica de Programao Linear. Na anlise
estrutural so calculadas as matrizes de rigidez locais, matriz de rigidez global e partir delas
obtm-se os deslocamentos nodais, esforos nas barras e flexibilidade da estrutura.
Para a otimizao, utilizam-se as frmulas linearizadas encontradas no captulo 3, j
ajustadas para ficar na forma , que o padro para a rotina linprog do MATLAB.
Finalmente, analisa-se a convergncia do processo iterativo. Se a variao da massa da
estrutura de uma iterao para outra for menor que a tolerncia definida, o processo
finalizado. Em caso contrrio, o processo prossegue at o nmero mximo de iteraes
definido.
26

PROJETO INICIAL:
PARMETROS PARA OTIMIZAO

ANLISE DA
ESTRUTURA (MEF)

OTIMIZAO
(SENSIBILIDADE;
LINPROG)

NO CONVERGE?
(INTERPRETA
O DA SOLUO
OBTIDA)

SIM
FIM

Figura 4.1 Fluxograma do programa.


As sadas do programa geram um arquivo texto e grficos. O arquivo texto contem as
informaes iniciais do projeto e as novas sees e esforos nas barras aps a otimizao. Os
grficos so da estrutura final otimizada e do processo iterativo.
No grfico da estrutura, so plotadas as coordenas nodais com os seus respectivos
deslocamentos encontrados, tambm so indicadas as vinculaes e os carregamentos da
estrutura. Para efeito visual da soluo otimizada, as barras da estrutura so plotadas com
espessuras proporcionais as reas finais. O coeficiente de proporcionalidade (que define a
escala da espessura da barra) calculado para cada caso a partir da mdia das reas finais da
estrutura. Assim, cada resultado apresentado neste trabalho ter sua prpria escala de
plotagem para a espessura das barras no grfico, no se pode, portanto, comparar visualmente
as espessuras das barras com simulaes diferentes.
27

5 RESULTADOS

Com o emprego das tcnicas de otimizao, desenvolveu-se um programa


computacional que auxilia na anlise e desenvolvimento de estruturas treliadas timas, por
reduo da massa (volume) dessas estruturas tomando como variveis de projeto as reas das
sees transversais das barras da estrutura.
Neste captulo so apresentados os resultados computacionais encontrados para
soluo de problemas em otimizao estrutural com a utilizao do programa desenvolvido,
com o objetivo de demonstrar sua eficincia e desempenho. Para este fim, foram selecionados
trs problemas, com configuraes estruturais e restries de projeto distintas.

5.1 Trelia com 10 barras

O problema de otimizao estrutural estudado aplicado a uma estrutura de trelia


plana de 10 barras, conforme indicada na Figura 5.1. O objetivo obter as dimenses
mnimas suficientes para as reas de seo transversal de cada barra, obedecendo s restries
impostas pelo projeto.

6 1 3 2 1

8 9
360in
5 6
(9,144m)
7 10
5
3 4
4 2

360in 360in
(9,144m) (9,144m)

Figura 5.1 Trelia com 10 barras.

Os dados de entrada para este problema so mdulo de Young, E = 104 Ksi (6,89 x
104 MPa), massa especifica, = 0,1 lb/in3 (2770 kg/m3) e a tenso admissvel = 25 ksi
(172 MPa) para todos os membros. Inicialmente todas as barras possuem rea de 20 in (0,013
m).
28

Quanto ao carregamento, esta estrutura foi analisada em trs casos diferentes: CASO 1,
CASO 2 e CASO 3. No CASO 1, aplica-se duas cargas verticais para baixo de 100 Kips
(445,347 kN) nos ns 2 e 4. No CASO 2, aplica-se uma carga vertical para baixo de 100 Kips
(445,347 kN) no n 4. E no CASO 3, aplica-se uma carga horizontal de compresso de 100
Kips (445,347 kN) no n 2.
Para o CASO 1, os resultados obtidos pelo programa para a otimizao desta estrutura
com restries de flexibilidade, tenso e tenso e flambagem esto indicados graficamente na
Figura 5.2 onde as barras em vermelho esto sendo tracionadas e as barras em preto esto
sendo comprimidas. Os resultados obtidos para as trs restries apresentam redues
considerveis nas reas das barras, conforme apresentado na Tabela 5.1 e, conseqentemente
da massa da estrutura, Tabela 5.2.

Figura 5.2 configuraes otimizadas para trelia com 10 barras (CASO 1).

-3
RESTRIO
REA (10 m)
Flexibilidade Tenso Tenso e Flambagem
A1 2,8160 4,8072 5,2344
A2 0,0645 0,0645 0,5117
A3 2,8679 4,8795 6,5483
A4 1,3717 2,4627 5,7868
A5 0,0645 0,0645 0,7336
A6 0,0645 0,0645 0,1663
A7 2,0169 3,4765 7,4771
A8 2,1288 3,5851 4,8383
A9 1,9629 3,4699 4,8252
A10 0,0645 0,0645 6,8203
Tabela 5.1 reas otimizadas para a trelia com 10 barras (CASO 1).
29

Massa Inicial Massa Final Reduo


Tipo de Restrio
(Kg) (Kg) (%)
Flexibilidade 3838 405 89,5
Tenso 3838 692 82,0
Tenso e Flambagem 3838 1339 65,1
Tabela 5.2 Redues obtidas para a trelia com 10 barras (CASO 1).

Na Figura 5.3, mostra-se a sada do programa para a otimizao do volume com


restrio de tenso. Nestas figuras, observam-se as variaes de volume da estrutura e
variao das reas das barras 1, 5 e 7 com o nmero das iteraes. Tambm para esta
restrio, foi feita uma comparao com os resultados obtidos nos trabalhos de Haftka (1991)
e Souza e Fonseca (2008), conforme a Tabela 5.3. De forma geral, os resultados apresentam
uma boa concordncia com os dois trabalhos citados. A rea da barra 9 (A9) a que mais se
distancia em comparao aos outros trabalhos. possvel que essa discrepncia seja devido
ao fato de que nos trabalhos de Haftka (1991) e Souza e Fonseca (2008) foram consideradas
simultaneamente restries de tenso e de deslocamentos em alguns ns, e no presente
trabalho, considerou-se apenas restrio de tenso.

Figura 5.3 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 para restrio de tenso,
para trelia com 10 barras (CASO 1).

Restrio de tenso Massa (Kg) A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10


Haftka (1991) 687 5,097 0,065 5,226 2,516 0,065 0,065 3,742 3,555 2,374 0,090
Souza e Fonseca
685 5,097 0,065 5,219 2,516 0,065 0,065 3,729 3,561 2,490 0,084
(2008)
Presente Trabalho 692 4,807 0,065 4,880 2,463 0,065 0,065 3,476 3,585 3,470 0,065
Tabela 5.3 Comparao das reas finais obtidas para a otimizao de tenso com os trabalhos de Haftka
(1991) e Souza e Fonseca (2008), para a trelia com 10 barras (CASO 1). reas em 10-3 m2.
30

Para os CASOS 2 e 3, os resultados obtidos com a simulao para as restries de


flexibilidade, tenso e tenso e flambagem, esto indicados graficamente na Figura 5.4 e os
valores encontrados para reas finais esto apresentados na Tabela 5.4.

(a)

(b)
Figura 5.4 configuraes otimizadas para trelia com 10 barras: CASO 2 (a) e CASO 3 (b)

RESTRIO RESTRIO
REA REA
(10-3m) Tenso e (10-3m) Tenso e
Flexibilidade Tenso Flexibilidade Tenso
Flambagem Flambagem
A1 1,151 0,065 1,056 A1 0,5130 0,0650 0,0650
A2 1,151 0,065 3,699 A2 0,5130 0,0650 0,0650
A3 9,289 2,364 5,958 A3 12,8087 2,5109 9,1243
A4 1,151 0,065 3,699 A4 12,5782 2,5110 9,0302
A5 1,151 0,065 1,102 A5 0,5130 0,0650 0,0650
A6 1,151 0,065 3,699 A6 0,5130 0,0650 0,0650
A7 1,281 0,090 7,844 A7 0,5130 0,0650 2,3390
A8 12,901 3,327 2,180 A8 0,5130 0,0650 2,3390
A9 1,151 0,065 0,536 A9 0,5130 0,0650 1,7787
A10 1,151 0,065 0,394 A10 0,5130 0,0650 1,7787
(a) (b)
Tabela 5.4 reas otimizadas para a trelia com 10 barras: CASO 2 (a) e CASO 3 (b).

A Tabela 5.5 apresenta as redues obtidas para cada tipo de restrio considerada.
31

Tipo de Massa Massa Reduo Tipo de Massa Massa Reduo


Restrio Inicial (Kg) Final (Kg) (%) Restrio Inicial (Kg) Final (Kg) (%)
Flexibilidade 3838 441 88,5 Flexibilidade 3838 768 80,0
Tenso 3838 195 94,9 Tenso 3838 143 96,3
Tenso e Tenso e
3838 399 89,6 3838 761 80,2
Flambagem Flambagem
(a) (b)
Tabela 5.5 Redues obtidas para a trelia com 10 barras: CASO 2 (a) e CASO 3 (b).

Podem-se perceber visualmente e pelos valores das reas finais encontrados para esta
estrutura, nos trs casos de carregamento e para as restries consideradas, o programa
valoriza as barras mais solicitadas. Conforme esperado, observa-se que as reas so
relativamente maiores para as barras mais solicitadas, por outro lado as barras menos
solicitadas resultam em barras com reas menores. Na restrio de tenso e flambagem pode-
se perceber, tambm, a valorizao das reas nas barras submetidas compresso devido aos
efeitos de flambagem. Por exemplo, na Tabela 5.1 a barra 10 apresentou rea maior
considerando a restrio de tenso e flambagem do que nos casos considerando flexibilidade
ou tenso.

5.2 Trelia com 23 barras

A seguir se analisa uma estrutura de 23 barras carregada com cinco cargas P, segundo
apresentado por HULTMAN (2010). A estrutura inicial em que a otimizao foi aplicada
mostrada na Figura 5.5 a seguir.

P P P P P

4 4 3 7 6 11 8 14 10 19 12 24 14

10 13
6 8 16 18
2 3 7 20 22
9 15
6m

5 9
5 17

2 11
1 21
1 13

24m

Figura 5.5 Trelia com 23 barras.


32

A otimizao realizada por HULTMAN (2010) permite a modificao das reas de


seo transversal das barras e das coordenadas de alguns ns da estrutura, j o presente
trabalho considerou-se, como no exemplo anterior, apenas a modificao das sees das
barras.
Os dados de entrada para este problema so mdulo de Young, E = 210 GPa, massa
especifica, = 2770 kg/m3 e cargas verticais para baixo de P = 200 KN aplicadas nos ns
indicados na Figura 5.5 e a tenso admissvel = 140 MPa para todos os membros.
Inicialmente todas as barras possuem rea de 0,03m.
Os resultados obtidos pelo programa para a otimizao desta estrutura com restries
de flexibilidade, tenso e tenso e flambagem esto indicados graficamente na Figura 5.6 e os
valores encontrados para as reas finais esto apresentados na Tabela 5.7.

Figura 5.6 configuraes otimizadas para trelia com 23 barras.


33

REA RESTRIO
-3
(10 m) Flexibilidade Tenso Tenso e Flambagem
A1 29,904 4,690 7,404
A2 13,953 2,299 6,822
A3 14,234 2,291 5,853
A4 6,277 1,137 3,183
A5 19,598 3,191 5,990
A6 9,346 1,559 6,084
A7 2,656 0,226 2,605
A8 8,554 1,407 12,526
A9 11,523 1,933 4,122
A10 2,656 0,226 3,527
A11 2,656 0,226 3,631
A12 8,333 1,392 12,105
A13 2,656 0,226 2,643
A14 2,656 0,226 3,631
A15 11,533 1,933 3,947
A16 8,443 1,401 10,042
A17 19,484 3,191 5,841
A18 9,559 1,559 5,684
A19 2,656 0,226 2,751
A20 13,982 2,291 5,826
A21 29,964 4,690 7,237
A22 14,247 2,299 5,986
A23 6,402 1,137 2,905
Tabela 5.6 reas otimizadas para a trelia com 23 barras.

Na Figura 5.7, mostra-se para a otimizao do volume com restrio de tenso, as


variaes de volume da estrutura e variao das reas das barras 1, 5 e 7 a cada iterao.

Figura 5.7 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 para restrio de tenso,
para trelia com 23 barras.
34

A Tabela 5.7 apresenta as redues obtidas, na massa da estrutura, para cada tipo de
restrio considerada. Pode-se perceber redues considerveis para este exemplo. Conforme
esperado a otimizao de tenso e flambagem novamente resultou uma massa final maior do
que com a restrio de tenso apenas, demonstrando assim, a importncia de se considerar a
flambagem para se obter resultados mais confiveis no dimensionamento da estrutura.

Massa Massa
Tipo de Restrio Reduo (%)
Inicial (Kg) Final (Kg)
Flexibilidade 21994 8277 62,4
Tenso 21994 1311 94,0
Tenso e
21994 3965 82,0
Flambagem
Tabela 5.7 Redues obtidas para a trelia com 23 barras

5.3 Trelia com 47 barras

A configurao estrutural analisada neste item composta por 47 barras e foi


analisada por PEREIRA (2007) empregando algoritmos genticos. Na Figura 5.8, mostra-se
as dimenses da estrutura a ser otimizada.
A otimizao realizada em PEREIRA (2007) permite a modificao das reas de seo
transversal das barras e das coordenadas de alguns ns da estrutura, j o presente trabalho
considera apenas a modificao das sees das barras.
35

60 60 60 (in)

1,524 1,524 1,524 (m)

(m)
(in)
18 19 20 21
23 25 27 26 24
17 19 20 22
22
17 21

30

0,762
15
13 16 14 18
15 4 12 16

30
10
13 9 14

1,524
2 8

60
4
11 7 12
1 6 3

1,524
60
5
9 28 10

1,524
29 31 32 30

60
7 33 8
37

3,048
120
34
36 35
38
5 6
42

3,048
120
39 40
41
43
3 4
47

3,048
44

120
45
46

1 2

120 (in)

3,048 (m)

Figura 5.8 Trelia com 47 barras.

Os dados de entrada para este problema so mdulo de Young, E = 3x107 psi (206,7
GPa), tenso admissvel de trao igual a 20000 psi (137,6 MPa) e tenso admissvel de
compresso igual a -15000 psi (-103,2 MPa) e massa especfica 0,3 lbs / in (8310 kg/m3).
Os ns 17 e 22 esto submetidos a uma fora horizontal de 6000 lbs (26,72 kN) e uma
fora vertical de -14000 lbs (62,35 kN).
Devido a restries de simetria, as seguintes barras devem possuir mesma rea de
seo transversal: A1=A3; A2=A4; A5=A6; A8=A9; A11=A12; A13=A14; A15=A16;
A17=A18; A19=A20; A21=A22; A23=A24; A25=A26; A29=A30; A31=A32; A34=A35;
A36=A37; A39=A40; A41=A42; A44=A45; A46=A47. As reas de seo transversal podem
variar entre 0,0075 in (5x m) a 7,5 in (5x m).
36

Os resultados obtidos pelo programa para a otimizao desta estrutura com restries
de flexibilidade, tenso e tenso e flambagem so mostrados na Figura 5.9. Na Tabela 5.8
apresentam-se os valores encontrados para as reas finais.

Figura 5.9 Configuraes otimizadas para trelia com 47 barras.

RESTRIO RESTRIO
REA REA
-4
(10 m) Tenso e -4
(10 m) Tenso e
Flexibilidade Tenso Flexibilidade Tenso
Flambagem Flambagem
A1 e A3 31,299 5,623 7,260 A27 20,812 4,716 12,215
A2 e A4 25,031 5,474 7,030 A28 3,328 1,600 6,633
A5 e A6 6,077 2,254 8,889 A29 e A30 38,712 4,927 7,326
A7 1,823 1,359 11,976 A31 e A32 9,765 3,562 9,668
A8 e A9 4,972 1,932 5,272 A33 5,694 2,320 21,289
A10 21,881 5,449 22,679 A34 e A35 31,533 6,189 8,194
A11 A12 24,146 4,529 6,782 A36 e A37 7,427 2,459 11,160
A13 e A14 4,972 2,349 7,075 A38 0,090 0,281 10,341
A15 e A16 6,077 2,816 8,802 A39 e A40 46,500 5,264 8,205
A41 e
A17 e A18 24,694 4,529 6,782 5,534 2,327 12,190
A42
A19 e A20 0,090 0,801 6,381 A43 0,090 0,278 14,299
A21 e A22 0,090 0,534 18,566 A44 e A45 50,000 6,290 8,306
A23 e A24 28,890 4,193 19,983
A46 e A47 6,825 2,238 13,094
A25 e A26 25,665 4,193 19,413
Tabela 5.8 reas otimizadas para a trelia com 47 barras.
37

Na figura 5.10, mostram-se as variaes de volume da estrutura e variao das reas


das barras 1, 5 e 7 com o nmero de iteraes para a otimizao do volume com restrio de
tenso.

Figura 5.10 Variao do volume da estrutura e das reas das barras 1, 5 e 7 para restrio de tenso,
para trelia com 47 barras.

Na Tabela 5.9 apresentam-se as redues obtidas para cada tipo de restrio


considerada. Pode-se perceber mais uma vez que foram obtidas grandes redues da massa da
estrutura. A restrio de Flexibilidade foi a que permitiu a menor reduo, mas apesar disso
resultou numa reduo de 66%.

Massa Inicial Massa Reduo


Tipo de Restrio
(Kg) Final (Kg) (%)
Flexibilidade 4496 1513 66
Tenso 4496 303 93
Tenso e
4496 951 79
Flambagem
Tabela 5.9 Redues obtidas para a trelia com 47 barras.
38

6 CONCLUSO

Com a aplicao da anlise da estrutura via Mtodo dos Elementos Finitos e da tcnica
de Otimizao Linear foi possvel desenvolver um programa de otimizao de trelias que
rene vrias opes de restrio (flexibilidade, tenso e tenso/flambagem local).
O programa desenvolvido apresenta bons resultados, prximos dos publicados na
literatura, conforme comparao realizada para a trelia de 10 barras.
Foram obtidas redues considerveis de volume (massa) das estruturas analisadas,
chegando a atingir mais de 90% de reduo.
Sendo assim, observa-se que fundamental o emprego das tcnicas de otimizao
para a reduo do peso diminuindo seu custo final e economizando material para produo.
Estas aes podem criar a possibilidade de aumentar a produo e facilitar o transporte de
produtos (pois as peas tm menor peso ou volume), fatores importantes quando se est num
mercado onde a competitividade alta.
39

7 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS

O presente programa pode ser expandido para o estudo de diferentes estruturas como
trelias tridimensionais, prtico e prtico espacial, permitindo ampliar sua aplicabilidade.
Tambm, pode-se aprimorar o programa com uma entrada de dados grfica/interativa,
atribuindo maior simplicidade ao usurio.
40

8 REFERNCIAS

BATHE, K.J.; Finite Element Procedures. Prentice-Hall Inc., New Jersey, USA, 1996.

FISH, J.; BELYTSCHKO T.; Um Primeiro Curso em Elementos Finitos, Rio de Janeiro;
Livros Tcnicos e Cientficos Editora; 2009.

FONSECA, J.S.O.; Ferramentas de Simulao em Mecnica: Elementos Finitos. Caderno


Tcnico. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002.

HAFTKA, R.T.; GRDAL Z.; Elements of Structural Optimization. 3rd rev. Netherlands:
Kluwer Academic Publishers, 1991.

HULTMAN, M.; Weight Optimization of Steel Trusses by a Genetic Algorithm.


Department of Structural Engineering. Lund University, 2010.

PEREIRA, J.P.G.; Heursticas Computacionais Aplicadas Otimizao Estrutural De


Trelias Bidimensionais. Dissertao (Mestrado em Modelagem Matemtica e
Computacional) Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais, Belo Horizonte,
2007.

RAO, S.S.; Engineering Optimization. School of Mechanical, Engineering, Purdue


University, West Lafayette, Indiana, 1996.

SABINO, R.B.G.; Desenvolvimento De Ferramentas Computacionais Para Anlise De


Estruturas Reticuladas. Caruaru 2010.

SORIANO, H.L.; Elementos Finitos Formulao e Aplicao na Esttica e Dinmica


das estruturas, Rio de Janeiro; Editora Cincia Moderna, 2009.

SOUZA, R.P.; FONSECA, J.S.O.; Optimum Truss Design under Failure Constraints
Combining Continuous and Integer Programming. EngOpt 2008 - International
Conference on Engineering Optimization, 2008.

TRELIAS E ESTRUTURAS TRELIADAS. Disponivel em:


http://www.ebanataw.com.br/trelica/trelica.php, acesso: 26/06/2011, 22:00.

ZIENKIEWICZ, O.C.; TAYLOR, R.L.; The Finite Element Method. Volume 2: Solid
Mechanics, 5 edition, Butterworth-Heinemann, Oxford, 2000.

Você também pode gostar