Física e Música Uma Proposta Interdisciplinar
Física e Música Uma Proposta Interdisciplinar
Física e Música Uma Proposta Interdisciplinar
ARTIGO
Abstract: This paper shows with details the development of an interdisciplinary activity
which involves art and science. This activity is originated from a scientific initiation
project. The project tries to demystify the perception of disconnection between physics
and music, nearing the science to everyday of students. The activities of project were
organized by teachers of physic and music. The methodological path was based in
bibliographic and experimental research resulting to the construction of an exciting
musical instrument from PVC pipes, and the others low cost materials. We
denominated this instrument as Tubofone, which constitutes the heritage of the
institution and can be used in expositions and divulgation in the didactic and scientific
scope and in the musical education practice. The tubofone was utilized in several
presentations, as one example, the project was demonstrated at culture meeting of
Luzinia.
1
Estudante do Curso Tcnico em Informtica do Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia de Gois, Campus Luzinia. E-mail: [email protected]
2
Professor de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de
Gois, Campus Luzinia. E-mail: [email protected]
3
Professor de Msica do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Gois,
Campus Luzinia. E-mail: [email protected]
4
Professor de Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Gois,
Campus Luzinia. E-mail: [email protected]
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INTRODUO
Qual a relao entre a Fsica e a Msica? Certamente, muitos de ns j nos
fizemos essa pergunta e na maioria das vezes ficamos sem resposta. Por
incrvel que parea, essas duas reas possuem bastante relao, sendo
imprescindvel a um bom msico possuir conhecimentos apurados acerca de
fsica e matemtica. Na verdade, originalmente, a msica era uma disciplina
que fazia parte da estrutura curricular das universidades at o sculo XVIII,
juntamente com a geometria, a astronomia e a aritmtica, constituindo o
quadrivium (ROCHA, 2002).
Tambm percebemos que a Fsica apontada pelos estudantes como uma das
disciplinas mais desinteressantes (HAZEN, 2006), pelo fato de que em grande
parte das escolas, direcionadas pela desconexo dos currculos das disciplinas
tradicionais (FAZENDA, 1994), o ensino dessa disciplina perdeu o seu carter
ldico e experimental. Nesse sentido, oportuna a elaborao de projetos
interdisciplinares que levem aos alunos conhecimentos fsicos escondidos por
trs de assuntos que so de interesse dos estudantes ou que faam parte do
cotidiano deles (ROEDERER, 2002; ROSSING, 1990).
A realizao de atividades interdisciplinares que relacionem temas
supostamente considerados desconexos podem levar os estudantes a
observarem os contedos das diversas disciplinas de uma forma diferente,
analisando as suas convergncias e estabelecendo ligaes entre os saberes
e, dessa forma, potencializando o aprendizado realmente significativo
(FAZENDA, 1994; POMBO, 2004). Segundo Fazenda (1994, p.158) A
interdisciplinaridade prope a capacidade de dialogar com as diversas cincias,
fazendo entender o saber como um e no em partes, ou fragmentaes.
Assim, vemos que o binmio Fsica-Msica bastante relevante no sentido de
poder explorar conceitos importantes de fsica mediante o estudo da msica
(HINRICHSEN, 2012).
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Mas, para a Fsica, o que a Msica? Bem, a resposta a essa pergunta deve
ser mais bem elaborada (RESNICK, 2003). Todos os sons que ouvimos so
produzidos por vibraes que excitam as molculas de ar sua volta, as quais
transmitem essa excitao a outras, e assim sucessivamente, at que esta
movimentao em forma de ondas chega ao nosso ouvido. Ao serem captadas
pelo ouvido, as ondas de vibrao so levadas ao sistema nervoso central,
onde so processadas e a as percebemos como sons. Quando algum objeto
vibra de forma completamente desordenada, dizemos que o som produzido por
essa vibrao um rudo, como por exemplo o barulho de uma exploso.
Quando um objeto vibra de forma ordenada e constante, produzindo uma onda
mais pura, dizemos que esse som uma nota. As notas musicais possuem
poucas frequncias, o que nos permite uma anlise detalhada destes sons
(HMMELGEN, 1996). E, assim, um conjunto de notas musicais agrupadas
so chamadas de gama e um conjunto dessas gamas se constitui numa
escala musical. E ento, de uma forma extremamente sucinta, isso a Msica
(GOTO, 2009). Poderamos escrever muitos livros que relacionassem a fsica
e a msica e analisar muitas propriedades das ondas sonoras, mas fica a cargo
do leitor estabelecer as suas prioridades e efetuar a sua prpria pesquisa.
Agora, explicaremos o que, de fato, o tubofone (UNIVERSIDADE DE
BRASLIA, 2011). O tubofone um instrumento musical com duas oitavas
cromticas afinado em Sol (G), feito com tubos de 100 mm de PVC. O
instrumento executado atravs da percusso na boca do tubo. Os tubos
abertos, como esses do tubofone, so capazes de ressoar em algumas
frequncias bem definidas que dependem do seu comprimento. O estudo de
tubos sonoros, uma das atividades de um ramo da fsica chamado acstica,
permite saber qual deve ser o comprimento e o dimetro exato do tubo para
que ele ressoe em frequncias da escala musical e isso permite construir
instrumentos musicais bastante razoveis, musicalmente falando. Cabe
lembrar que o tubofone apresentado neste trabalho no nenhuma novidade,
no sentido que este objeto j utilizado em feiras de cincias e museus. Como
um exemplo de utilizao do tubofone, podemos citar a Experimentoteca do
Instituto de Fsica da Universidade de Braslia.
Nessa perspectiva, este artigo traz o relato de um projeto de iniciao cientfica
no qual os estudantes-pesquisadores estudaram temas relacionados a
acstica, ondulatria e teoria musical. E, como produto da pesquisa,
construram o tubofone. Este instrumento tem despertado o interesse de outros
estudantes para o estudo de cincias, especificamente para o estudo de Fsica.
Alm disso, o tubofone tem sido atrao em eventos culturais locais e atrado a
visita de estudantes de outros estabelecimentos de ensino. Isso mostra que a
experimentao de fato estimula a participao efetiva do estudante no
processo ensino-aprendizagem, permitindo a percepo de que a cincia est
presente em seu dia-a-dia, e assim, est ao alcance de todos. Segundo
Oliveira et al (2010), desenvolver atividades experimentais, com a colaborao
do aluno, poder abrir novos espaos para um ensino de cooperao e a
participao direta na aprendizagem, construindo, assim, um processo que
busca legitimar um conhecimento cientfico inovador que ir valorizar a
colaborao efetiva do alunado.
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Resultados
(equao 1)
onde a frequncia e a velocidade do som. Observando a equao
acima, percebemos que se variarmos o comprimento do tubo, variamos
tambm a frequncia da onda sonora.
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(equao 2)
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Consideraes finais
Agradecimentos
Referncias
BARBOSA-LIMA, M.C., QUEIROZ, G., SANTIAGO, R. Cincia e Arte: Vermeer,
Huygens e Leewehoek. Fsica na Escola. v. 8. n.2. 2007.
FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: Histria, teoria e pesquisa. 13. ed.
Campinas: Papirus Editora, 1994.
GOTO, M. Fsica e Msica em Consonncia. Rev. Bras. Ens. Fis. v.31. n.2. p.
2307.1-2307.8. 2009.
HAZEN, R. M. Fsica Viva. v. 2, Rio de Janeiro: LTC, 2006.
HINRICHSEN, H. Entropy-based tuning of musical instruments. Rev. Bras.
Ens. Fis. v. 34. n. 2, p. 2301, 2012.
HMMELGEN, I. A. O clarinete uma introduo anlise Fsica do
instrumento. Cad. Cat. Ens. Fis. v.13. n.2. p.139-153, 1996.
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