O Largo Da Palma
O Largo Da Palma
Anlise da obra
Resumos / Anlises
Linguagem
Uso do Discurso Livre Indireto: Falar com a me, noite seguinte, pouco
antes de sair para encontrar -se
com o rapaz. E se a me perguntar quem ele e o que faz, como
responder? Dir -lhe- que no sabe
sequer o nome porque no houve tempo para maior aproximao.
Confessar, porm, o detalhe: Ele
mudo. Intil discutir, procurar explicar, tentar justificar-se frente ao espanto
da me. Sabe que ela no
compreender, ningum entender, o sobrado inteiro a dizer que tem um
parafuso a menos. Uma doida,
apenas uma doida se deixar seduzir e fascinar por um mudo.
Personagens
Enredo
Joana faz os pezinhos no andar de cima e Clia, sua filha, os vende na loja,
embaixo, com a freguesia
aumentando dia a dia. Todos comentam a delicadeza de quem os vende.
Gustavo escuta a voz de Clia pela primeira vez quando vai comprar
pezinhos de queijo para a av. Nada
permanece a no ser a voz que acabara de ouvir. Doce e macia, ao lado do
riso alegre, a voz da moa
msica melhor de ouvir-se, nas manhs de domingo, que o prprio rgo da
igreja.
Apoiando-se no balco, escreve: "no sou surdo e, porque ouvi, sei que voc
se chama Clia." Clia,
sentindo mais que percebendo, sabe que ele fora para declarar-se como um
namorado. Permanece, pois,
fascinada pelo rapaz que no fala e que de rosto faz lembrar um dos anjos
da igreja.
Ele tem medo. Medo de que ela escape qualquer dia por ele ser mudo e
ela escapando sentir-se
novamente desesperado e s.
O milagre
Gustavo ouve e sente que o amor e o beijo de Clia podem gerar o milagre.
(...) As bocas se afastam, as
mos mais se apertam, as lgrimas nos olhos que parecem sangrar. Tudo,
agora, nele angstia e dor. (...)
como num parto, a voz est nascendo. (...) E ele a rir e a chorar ao mesmo
tempo, exclama, em tom ainda
fraco, mas exclama:
- Amor!
2. O LARGO DE BRANCO
Espaos
Interno - Quarto em que mora Alice e que Eliane subloca. Casas em que
Eliane morou na infncia
(Itapagipe), quando casada com Odilon e quando viveu com Geraldo
(Campo Grande, Barris e Rio
Vermelho).
Linguagem
Essa lembrana a perseguiu durante bastante tempo, era como uma idia
fixa, hora a hora a rever as
notas sobre a cama. Parecia-lhe uma coisa to venenosa e viva quanto uma
vbora ou um escorpio. O dinheiro na cama, sobre o lenol, nele refletido o
desprezo do homem. E como se aquele dinheiro pudesse
compensar a ingratido e resgatar a mocidade e a vida que a ele dera em
troca de alguma coisa. Tudo,
dera tudo mesmo em troca de nada.
O sol, agora, invade o Largo da Palma e parece que vem mostr-lo como
uma das coisas mais preciosas
da Bahia . Habituara-se aos poucos com ele, o Largo da Palma... Eliane,
detendo-se para aquecer-se,
esmorece os passos. L, no quartinho onde mora, o sol no entra.
Gasto o vestido que usa, fora da moda, o melhor dos que restaram. Os
cabelos agora brancos, sempre
sedosos, no melhoram o rosto cansado. Olhos sem brilho, boca um pouco
murcha, as rugas. Este o
lado, o lado de fora, que Odilon ver. Sabe que o Odilon e se no mudou
inteiramente examinar-lhe-
o rosto com ateno a observar todos os detalhes. No poder ver, porm, o
lado de dentro, precisamente
o lado da conscincia e do corao.
O mundo interior traz uma percepo subjetiva do mundo exterior: (...) a rua
no era a mesma e certamente
no era a mesma por causa dela prpria.
3. UM AV MUITO VELHO
Foco narrativo
Espaos - Largo da Palma (viso animista = tratado como ser vivo); a casa
do Gravat e Mercado Modelo.
Linguagem
Foco narrativo
"Ontem, quando reencontrei o inspetor na Rua Chile, quase dois meses aps
o meu depoimento na
Delegacia da Polcia...
Dezoito anos, pois, a minha idade. (...) Loura e bonita, os cabelos corridos,
os lbios finos, os seios
pequenos e cheios, muito azul nos olhos. No a vi, nem a ela e nem ao
amigo, quando me levantei. E, ao
levantar-me, j gritava:
- Eu quero esta mulher!
Crtica social - "A cafetina a expulsa do bordel porque ela j no d no
couro, no arranja mais homem".
Enredo - Mulher que morre nos braos do narrador e o faz lembrar fatos que
viveu aos 18 anos.
5. O ENFORCADO
6. A PEDRA
Clmax - Fique de uma vez com suas putas... V e no volte, Saia, saia logo
seu bbado sujo. V logo
antes que te meta o brao.
SOBRE O AUTOR
Aleilton Fonseca nasceu em Firmino Alves (1959), cresceu em Ilhus e
reside em Salvador. Cursou Letras
(UFBA), mestrado (UFPB) e doutorado na USP (1997). Atuou na
UESB e Professor Pleno de Literatura
da UEFS. Em 2003 lecio nou na Universit dArtois (Frana). coeditor da
s revistas Iararana (Literatura) e
Lgua e Meia (Arti gos). Publicou vrios livros. Poesia: Movimento de
sondagem (1981), O espelho da
conscincia (1984), Teoria particular do poema (1994). As formas do
barro (2006). Contos : J a dos Bois
(1997), O desterro dos mortos (2001), O c anto de Alvorada (2003) e
Les marques du feu (2008, Frana).
Ensaio: Guimares Rosa, crivain brsilien (2008, Blgica). Romance s:
Nh Guimares (200 6) e O
Pndulo de Euclides (2009). Pertence U BE-SP, ao PEN Clube do
Brasil e Academia de Letras da
Bahia.