Melófobo PDF
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E.T.A. Hoffmann
Corpo Editorial
Juliana Ferraci Martone
Lus Fernandes dos Santos Nascimento
Mrcio Suzuki
Oliver Tolle
Projeto grfico:
Editora Clandestina Ltda.
Capa:
Juliana Ferraci Martone
Imagem da Capa:
Partitura de Robert Schumann. Kinderscenen (1838)
699
ISBN 978-85-5666-003-9
1. Ttulo
O Melfobo e a
Quinta Sinfonia de Beethoven
E.T.A. Hoffmann
Traduo:
Mrcio Suzuki
Mrio Videira
Ensaio:
Mrcio Suzuki
Sumrio
O Melfobo 7
Ensaio:
Uma abertura para a sinfonia do mundo
espiritual Msica, arte e filosofia
na literatura de E. T. A. Homann
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entoava para mim, com sua bela voz que ia direto ao meu
mago, uma srie de canes magnficas, as quais trago to
presentes em esprito e pensamento, que ainda sou capaz
de cant-las baixinho para mim mesmo. Era sempre um
momento solene quando minha tia abria sobre a estante as
partes vocais das rias de Hasse, de Traetta ou de algum
outro mestre; no havia como o advogado acompanh-la.
Enquanto tocavam a introduo, e antes mesmo que minha
tia comeasse a cantar, meu corao j batia com fora, e eu
era invadido por um sentimento de prazer e melancolia to
maravilhoso, que mal podia me conter. Titia, entretanto,
nem bem conclua a primeira frase, e eu j prorrompia num
choro amargo e era levado para o salo sob violentos insul-
tos de meu pai. Ele sempre acabava brigando com titia,
porque esta afirmava que minha atitude no se devia abso-
lutamente sensao desagradvel ou repulsiva provocada
pela msica, mas antes a minha ndole hipersensvel; j
para meu pai eu no passava de um jovem idiota, que a
msica fazia uivar de desgosto como a um co antimusical.
Um forte argumento, no apenas em minha defesa, mas
at mesmo para mostrar que havia em mim um secreto
senso musical, minha tia o encontrava na circunstncia de
que, se por acaso meu pai no fechasse chave o piano de
cauda, eu era capaz de passar horas a fio me divertindo nele,
procurando encontrar e fazer soar os mais variados tipos
de acordes harmoniosos. Se minhas mos encontravam trs,
quatro, seis tangentes, que, pressionadas de uma s vez,
produzissem uma consonncia admirvel e encantadora, eu
no me cansava de faz-las percutir, deixando-as vibrar at
que o som desaparecesse. Eu encostava a cabea no tampo
do instrumento, apertava os olhos: eu estava noutro mundo;
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Maior.
A segunda parte8 comea novamente com o tema prin-
cipal sob a primeira forma, mas agora [transposto] uma
tera acima e executado pelos clarinetes e pelas trompas
[cp. 125 ]. As frases da primeira parte seguem-se em f
menor [cp. 130 ], d menor [cp. 146 ] e sol menor [cp. 154 ],
mas agora apresentadas e instrumentadas de maneira di-
ferente, at que finalmente, aps um episdio [cp. 158 ]
que, novamente, consiste em apenas dois compassos reto-
mados em alternncia pelos violinos e pelos instrumentos
de sopro, enquanto os violoncelos executam uma figura em
movimento contrrio, e os baixos em movimento ascendente
a orquestra inteira executa os seguintes acordes [cp. 168 ]:
O filsofo e o compositor
Entre os escritos de diversos gneros que integram a
Kreisleriana, ciclo de composies incorporadas s Peas de
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