O Que É Ser Cidadão Segundo Filósofo Aristóteles
O Que É Ser Cidadão Segundo Filósofo Aristóteles
O Que É Ser Cidadão Segundo Filósofo Aristóteles
Para Aristteles, o homem realiza sua essncia participando da comunidade poltica. O Estado, que a
palavra moderna com a qual designamos a comunidade poltica, existe para possibilitar a vida plena, a melhor das
vidas possveis aos homens. A questo : quando perteno ou fao parte do Estado? Ser que basta morar num
territrio para pertencer automaticamente ao Estado? Para responder a estas questes, preciso saber o que
ser cidado.
Aristteles oferece uma definio curta e precisa: cidado aquele que participa dos poderes do
Estado. Quer dizer, para ser membro da comunidade poltica no basta morar num pas. imprescindvel possuir
um poder efetivo de interveno no Estado. Quais poderes? O povo governa, legisla e julga diretamente. Quem s
obedece no cidado. Ser cidado obedecer e mandar.
No resta dvida de que o nmero de pessoas aptas a serem cidads depende do tipo de governo que
existe num Estado. Aristteles divide os tipos de governo em dois grandes grupos: os que governam em favor dos
interesses privados (do tirano, dos ricos ou da massa) e os que governam em favor do bem comum. Os primeiros
so injustos e os ltimos so justos. Somente possvel ser cidado nestes, pois quando se governa em favor dos
interesses privados, todo poder est concentrado nas mos de quem controla o Estado.
Por um lado, a lio que Aristteles nos oferece de que, para ser cidado, preciso participar
efetivamente da vida da comunidade poltica. Esta participao no pode limitar-se escolha dos nossos
representantes. Ela implica na obrigao de dizer livremente nossa opinio, de exigir os direitos garantidos pela lei,
de cumprir os deveres estabelecidos na Constituio, de inserir-se ativamente nas diferentes formas de
organizao da sociedade responsveis pela realizao de uma vida feliz para todos.
Por outro lado, denuncia a demagogia escondida sob determinados mecanismos de participao
popular introduzidos por alguns governantes: os Conselhos. Vistos mais de perto, estes Conselhos geralmente
respondem, no fim das contas, unicamente aos comandos dos prprios governantes. Em lugar de serem
instrumentos de participao direta e efetiva no poder, tornam-se formas de envolvimento justificadoras do
autoritarismo sob a aparncia de democracia. Um governante, quando no quer ou no consegue resolver um
problema, o transfere a um Conselho. Com isso, a culpa pelo fracasso passa do governante para o povo! Em lugar
de ser uma prtica de incluso, torna-se uma forma de excluso poltica.