Felipe Candido Veloso Costa 16142112
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Resumo
No dimensionamento de fundaes profundas, alm das condies financeiras, a definio da
estaca mais adequada est em funo de diferentes fatores, como por exemplo, as cargas
atuantes, resistncia do solo, vizinhana, etc. Entretanto, posteriormente a sua escolha,
existem outros aspectos que ao serem avaliados podem ser decisivos para atingir o melhor
custo x benefcio. Diante disso, este trabalho ir analisar, para duas modalidades de
estacas, pr-moldadas de concreto e hlice contnua, a relao entre as quantidades de
estacas em decorrncia da variao do seu dimetro no dimensionamento dos blocos de
fundao, com objetivo de identificar as solues mais econmicas e os elementos que
oneram a obra. O trabalho se desenvolveu atravs de pesquisa bibliogrfica, em seguida
foram demonstrados os mtodos utilizados e os parmetros adotados nos clculos, para
finalmente apresentar e comparar as solues. Os resultados apontam que a opo por
blocos com nmeros reduzidos de estacas, porm com maiores capacidades de carga, tendem
a reduzir as despesas da construo. Deste modo, conclui-se que expandir a anlise das
alternativas na fase de elaborao de projetos, simultaneamente a verificao dos custos,
um recurso que encaminha para qualidade e economia.
1. Introduo
Na elaborao do projeto de fundaes, assim como em outras modalidades, o engenheiro
precisa dispor de uma srie de informaes para desenvolver o seu trabalho. No
dimensionamento de fundaes em estacas, mais especificamente, pode-se citar os seguintes
elementos como necessrios para a escolha da soluo mais adequada: esforos atuantes,
caractersticas do subsolo, particularidades do local da obra, condies da vizinhana, prazose
custos de execuo.O custo de execuo somente um dos aspectos a serem avaliados na
escolha do tipo de estaqueamento mais apropriado para a obra, contudo esse fator muito
importante, pois o preo final da construo pode ser decisivo na viabilidade do
empreendimento. Sendo assim, esperado que os engenheiros alm de buscarem os produtos
mais econmicos, tambm procurem potencializar a reduo das despesas a comear na
elaborao dos projetos.
Este artigo visa analisar, em projeto de fundaes profundas, a fase posterior escolha do tipo
de estaca mais vivel. Para isso, ser verificada a relao existente entre as quantidades de
estacas em decorrncia da variao do seu dimetro, no dimensionamento dos blocos de
fundao, com objetivo de identificar as solues mais econmicas e os elementos que
oneram a obra. Deste modo, sero calculados diferentes conjuntos de blocos de coroamento e
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3. Fundaes
A fundao o elemento estrutural responsvel por receber as cargas da superestrutura e
transmiti-la para o solo, alm disso, ela possui grande importncia na estabilidade da
construo.
De acordo com Velloso e Lopes (2011), as fundaes so convencionalmente separadas em
dois grandes grupos: as fundaes superficiais (rasas ou diretas) e fundaes profundas.A
norma NBR 6122/2010 define as fundaes superficiais (rasa ou direta) como o elemento em
que a carga transmitida ao terreno pelas tenses distribudas sob a base da fundao, e a
profundidade de assentamento em relao ao terreno adjacente fundao inferior a duas
vezes a menor dimenso da fundao. As fundaes profundas correspondem ao elemento da
fundao que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistncia de ponta) ou por sua
superfcie lateral (resistncia de fuste) ou por uma combinao das duas, devendo sua ponta
ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimenso em planta, e
no mnimo 3,0 m. Neste tipo de fundao incluem-se as estacas e tubules.
A escolha do tipo adequado de fundao, alm das caractersticas da superestrutura, envolve
tambm estudos relativos s propriedades do solo, tais como sua deformidade e resistncia.
As estacas, um dos objetos deste trabalho, esto classificadas dentro das fundaes profundas
e so adotadas quando o solo em suas camadas superficiais no capaz de suportar aes
originadas da superestrutura, sendo necessrio, portanto, buscar resistncia em camadas mais
profundas. As estacas so peas alongadas, com formatos cilndricos ou prismticos, que
podem ser classificadas, quanto ao processo executivo, como pr-moldadas ou moldadas in
loco. Conforme se pode notar na definio a seguir:
estaca
elemento de fundao profunda executado inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execuo, haja descida de pessoas.
Os materiais empregados podem ser: madeira, ao, concreto pr-moldado, concreto
moldado in loco ou pela combinao dos anteriores. (NBR 6122, 2010, p. 3)
Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundaes, as pr-moldadas podem
ser constitudas de madeira, ao ou concreto, sendo que este ltimo o mais empregado. J as
moldadas in loco so, em maior parte, compostas de concreto armado e so diferenciadas pelo
seu mtodo construtivo, como por exemplo, as estacas escavadas, tipo broca, strauss, raiz,
hlice contnua, etc.Quando as estacas so adotadas, como soluo nas fundaes, faz-se
necessrio a construo de outro elemento estrutural: o bloco de coroamento (bloco sobre
estacas). Grande parte dos autores definem os blocos como elementos macios de concreto
armado que solidarizam uma ou um grupo de estacas, distribuindo para elas as cargas
provenientes da superestrutura. A NBR 6122/2010 conceitua os blocos em [...] estruturas de
volume usadas para transmitir s estacas e aos tubules as cargas de fundao [...].
As quantidades de estacas, em um bloco de coroamento, dependem basicamente das suas
capacidades de carga e das aes provenientes da superestrutura. Deste modo, para um
determinado carregamento, aps a definio do tipo mais adequado para a fundao, o
projetista poder optar por poucas estacas de maior capacidade de carga ou um maior nmero
dessas com menores resistncias. Existindo essa possibilidade de escolha conveniente
estudar a opo que poder gerar economia para a obra.
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A figura acima corresponde ao relatrio de uma sondagem SPT (Standart Penetration Test),
que um processo de explorao do subsolo, o qual obtm os subsdios necessrios na
definio do tipo e dimensionamento das fundaes. O seu procedimento executivo est
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PL = U (l r )
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6.3. Resultados
Os valores adotados foram os menores obtidos entre os resultados dos mtodos semi-
empricos e a capacidade de carga estrutural da estaca.
Comprimento Carga mxima Aoki e Velloso Decourt e Valores
Dimetro
(m) estrutural (tf) (tf) Quaresma (tf) adotados
23 10 55 34 31 31
26 10 70 42 38 38
33 10 90 62 56 56
38 10 105 79 71 71
42 10 130 94 84 84
50 10 165 128 113 113
60 10 220 178 156 156
Tabela 4 Resultados da capacidade de carga para estacas pr-moldadas de concreto
Fonte: Elaborado pelo autor (2016)
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25 10 29 35 35 29
30 10 42 47 48 42
35 10 58 60 61 58
40 10 75 76 77 75
50 10 118 112 113 112
60 10 170 155 156 155
Tabela 5 Resultados da capacidade de carga para estacas hlice contnua
Fonte: Elaborado pelo autor (2016)
Cabe ressaltar que nos resultados dos mtodos semi-empricos foram aplicados o coeficiente
de segurana global igual 2 (dois), conforme a NBR 6122/2010.
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disposio das estacas deve ser feita sempre que possvel de modo a conduzir blocos de
menor volume. Na pesquisa realizada, ficou observado que grande parte dos autores adotam
espaamentos entre os eixos das estacas de dois e meio (2,5) vezes o dimetro para pr-
moldadas e trs (3) vezes se forem moldadas in loco.
Na figura 4 possvel observar a dimenso mnima contada do centro da estaca face externa
do bloco:
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P e 3 0,9 a
T =
9d
b) Recomendaes para a alturatil do bloco
0,577 (e 0,52 a) d 0,825 (e 0,52 a)
c) Verificaes
Tenso mxima de compresso no concreto, na biela junto ao pilar:
P
1,06 f
A sen
Tenso mxima de compresso no concreto, na biela junto estaca:
P
1,06 f
3 A sen
d) Clculo da rea de ao e esquema de armadura
No caso do bloco sobre trs estacas pode-se ter arranjos de armadura segundo as medianas, os
lados ou em malhas. Os blocos com distribuio de barras, segundo os lados, apresentam
menor nmero de fissuras e menor rea de armadura, este modo a opo escolhida neste
estudo. Sua rea de ao calculada pela expresso abaixo:
A = 1,61 , ondeT = T
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Como se pode observar, a opo por blocos com menor quantidade de estacas tende a ser a
opo mais vantajosa financeiramente, tanto para a modalidade da estaca pr-moldada de
concreto quanto para a hlice contnua. Nota-se que o custo de execuo por metro de estaca,
independentemente do seu dimetro, foi o fator determinante para esse resultado. Para o
dimensionamento com as estacas pr-moldadas de concreto, o custo total do oramento da
soluo mais vantajosa com relao de maior valor foi aproximadamente a metade, ou seja,
95,28 % a menos. J para as solues com estacas hlice contnua, essa mesma correlao
resultou em 60,01 %.
O servio de execuo das estacas, visivelmente, foi o item de maior relevncia nos
oramentos representando em at 85,18 % e 70,44 % do custo total, para as estacas pr-
moldadas e hlice contnua, respectivamente. Em seguida, as maiores despesas identificadas
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foram a armao e a concretagem dos blocos, contudo esses dois itens no possuram
importncia superior a 15% em nenhuma das solues estudadas.
10. Concluso
Neste artigo foi realizado um estudo de custos para as fundaes profundas com estacas, no
qual foram apresentados os critrios para a escolha do seu tipo; mtodos para o clculo da
capacidade de carga; mtodo para o dimensionamento dos blocos; e o oramento.
Na determinao do tipo de estaca mais adequada para uma obra so avaliadas os esforos
atuantes, as caractersticas do solo, do local, da vizinhana, os custos e os prazos de execuo.
Contudo, os aspectos financeiros devem ser levados em considerao no apenas nessa fase,
pois ficou demonstrado que na realizao do dimensionamento tambm acontecem algumas
escolhas que podem gerar solues mais econmicas.
Este trabalho foi desenvolvido com base nas estacas pr-moldadas de concreto e hlice
contnua, de modo que os resultados apontaram que a opo por blocos de coroamento com
menor quantidade de estacas tende a ser a alternativa mais vantajosa financeiramente nas duas
modalidades. Isso acontece devido o custo de execuo por metro de estaca possuir uma
relevncia elevada com relao aos demais itens do oramento e, no caso deste estudo, as
solues com quantidades superiores de estacas tambm possuam o maior quantitativo para
essas em metro linear.
Deste modo, conclui-se que expandir a anlise das alternativas na fase de elaborao de
projetos, simultaneamente a verificao dos custos, um recurso que encaminha para
solues mais econmicas. Sendo assim, interessante para os projetistas levarem esse
desfecho em considerao durante o desenvolvimento dos seus trabalhos, seja com relao s
fundaes ou nas demais reas.
11. Referncias
ABNT, ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6118:2014: Projeto
de Estruturas de Concreto Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
CINTRA, Jos Carlos; AOKI, Nelson. Fundaes por Estacas: Projeto Geotcnico. So
Paulo: Oficina de Textos, 2010.
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OLIVEIRA, Letcia Marchiori. Diretrizes para Projeto de Blocos de Concreto Armado sobre
Estacas. (Dissertao de Mestrado) Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. So
Paulo: 2009.
HACHICH, W.; et al. (Editor). Fundaes: Teoria e Prtica. So Paulo: Pini, 1998.
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