2016 Barcelos, Borges Esfera Alta de Consumo No Padrão de Reprodução Contemporâneo Brasileiro
2016 Barcelos, Borges Esfera Alta de Consumo No Padrão de Reprodução Contemporâneo Brasileiro
2016 Barcelos, Borges Esfera Alta de Consumo No Padrão de Reprodução Contemporâneo Brasileiro
Introduo
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"Apesar do esforo empreendido neste estudo, trata-se de uma pesquisa em andamento e em estgio prelimi-
nar. Para ter acesso a resultados e avanos posteriores ser possvel contatar os autores por meio de seus e-
mails: [email protected] e [email protected]."
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Para isso, o artigo foi dividido em duas sees, alm desta introduo e de reflexes finais.
A prxima seo concentra-se em recuperar aspectos que fundam a preocupao com a
esfera alta de consumo dentro da forma como se desenrola a acumulao e apropriao
capitalistas em economias dependentes, para, em seguida, retomar a vinculao desta
dimenso de anlise com a noo de padro de reproduo do capital, cristalizao recente
dos avanos na TMD.
A seo seguinte trata da construo e aplicao de um mtodo, para o Brasil, com vistas a
medir da maneira mais abrangente possvel a esfera alta de consumo em termos
comparveis a outros indicadores da totalidade da economia brasileira.
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Apesar do esforo empreendido neste estudo, trata-se de uma pesquisa em andamento. Para ter acesso a
resultados e avanos posteriores ser possvel contatar os autores por meio de seus e-mails:
[email protected] e [email protected].
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Vale lembrar que, em sua inteireza, o ciclo do capital composto de trs momentos ou, se
assim se preferir, trs atos: comprar, produzir e vender. D - M P M - D. Iremos nos
referir compra como primeira fase da circulao - C1 - e venda como segunda fase da
circulao - C2 (MARINI, 1979).
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consumo de necessrios, aqueles que compe o valor da fora de trabalho, e de IIb (dois B)
o subsetor de produo de bens de consumo de luxo.
A estes dois motivos soma-se, ainda, um histrico para as economia dependentes latino-
americanas: o raquitismo das burguesias da regio2 nunca permitiu o pleno florescimento
da produo de bens de produo, e deixou relegada a elas apenas a produo de bens de
consumo ou matrias-primas, salvo pouqussimas excees.
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(BCND) e o departamento IIb com o setor de Bens de Consumo durveis (BCD). Este o
caso de Maria de Conceio Tavares e Francisco de Oliveira. Para explicitar a debilidade
deste relacionamento basta citar o caso da indstria de linha branca de eletrodomsticos:
estes bens de consumo durveis so requisitos necessrios na sociabilidade atual e a prpria
indstria alimentcia - e no h dvida de que a indstria alimentcia componha o setor de
bens de consumo necessrios - pressupe sua posse pela classe trabalhadora (ainda que nem
toda classe tenha acesso a eles).
Para superar estas limitaes das pesquisas sobre o departamento de bens de consumo
devemos regressar circulao. Acontece que, quando o capital reproduzido
ampliadamente, as mercadorias produzidas nestes departamentos devem ser lanadas
circulao e compradas por trabalhadores ou capitalistas; e, quando o fazem, passam a
compor as esferas baixa e alta da circulao de mercadorias. Temos, portanto, nos
momentos em que o capital se reproduz sem maiores dificuldades, certa identidade entre o
Departamento IIa e a esfera baixa e entre o Departamento IIb e a esfera alta de consumo. A
anlise da esfera alta de consumo , grosso modo, anlise do movimento do capital do
subsetor de produo de consumo de luxo, IIb. Ademais, como j mencionamos, este
momento da reproduo do capital possui mais estatsticas disponveis.
As primeiras noes daquilo que viria a ser categorizado como esfera alta de consumo
aparecem em textos dos principais autores da TMD de fins da dcada de 1960 e incio da
dcada de 1970. Geralmente esta primeira noo estava relacionada com os consumos
vinculados ao capital varivel ou ao mais valor no acumulado.
Estas noes j eram bastante precisas, mas no captavam ainda a especificidade da relao
entre as duas esferas de consumo nas economias dependentes. Este grau de maturidade foi
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Ou pelo menos foi assim que aconteceu nos pases de desenvolvimento clssico do
capitalismo. Em nossos capitalismos, como muito bem observado por Vnia Bambirra
(2012, o assalariamento se desenvolveu sobretudo em setores vinculados a exportao e a
consequncia deste fato foi que o carter consumidor do trabalhador latino-americano foi
comprimido para o limite do insuportvel. O salrio do trabalhador na economia
exportadora pde ser comprimido sem que isso afetasse as condies de realizao dos
principais capitais j que ela era externa.
necessrios uma vez que aumenta a massa de mais-valor produzido em termos absolutos e
tambm em termos relativos, j que ali o crescimento da produo est baseado
esencialmente no mais-valor relativo. Em certo momento, contudo, a demanda por bens de
luxo atinge o limite da sua classe dominante e, para continuar crescendo, deve mudar seu
carter e tornar-se um bem de consumo popular. Assim, como assinala Marini (2008, p.
138) La ligazn exitente entre las dos esferas de consumo se distiende, pero no se rompe.
A proposta terica do Padro de Reproduo do Capital comea e ser desenvolvida por Ruy
Mauro Marini em variados textos, mas principalmente em i) El ciclo del capital en la
economa dependiente; ii) Plusvala extraordinaria y acumulacin de capital e iii) Sobre el
patrn de reproduccin de capital en Chile. Esta proposta ser elevada ao status de
categoria com os trabalhos de Nilson Araujo Souza (1979, 2013) e Jaime Osorio Urbina,
dentre os quais destacamos Padro de reproduo do capital: uma proposta terica.
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na direo assinalada por Osorio (2016, p. 191) que esta pesquisa se orienta:
Como se v, a anlise do capital em nveis menos abstratos exige que deixemos de falar do
capital em geral para tratar de grupos especficos de capitais. Neste contexto, as categorias
introduzidas por Marx na descrio dos esquemas de reproduo, departamento produtor de
meios de produo e meios de consumo, so exigidas pelo processo intelectivo. Para alm
destas grandes categorias, a diviso destas em subsetores parece bastante apropriada e
apresenta elevado poder analitco.
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A esfera alta de consumo, nesta poca, essencilamente realizada por meio das
importaes e tem pouco ou nenhum efeito sobre a produo da regio. A cerca desta
questo, Vnia Bambirra afirma:
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Aps as independncias, "los nuevos pases se aritcularn directamente com la matropoli inglesa y, en
funcin delos requerimientos de sta, entrarn a producir y a exportar bienes primarios a cambio de
manufacturas de consumo y - cuando la exportacin supera sus importaciones - de deudas" (MARINI, 2008,
p. 110).
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Quando a acumulao de capital chega ao ponto em que aquela demanda da esfera alta j
no mais capaz de realizar todos os valores produzidos, a sada entrada no ser incluir
seu consumo entre as massas trabalhadoras, mas reeditar a economia exportadora. A
necessidade de consumo das massas e a produo distanciam-se uma vez mais quando as
economias latino-americanas transitam para a o padro exportador de especializaes
produtivas. Tudo isso permite elevar a superexplorao da fora de trabalho, agora com o
auxlio de regimes repressivos, desenvolver o capital financeiro e, no caso do Brasil, soldar
as condies necessrias para o subimperialismo.
Este perodo tambm marcado por maior liberalizao dos mercados internos que
possibilitaria suprir parte da demanda da esfera alta por meio de importaes. Mesmo
assim, a produo destes bens parece no arrefecer. Este fato j notado por Marini (1982),
em seu texto "el patrn de reproduccin de Chile" :
Em outra passagem do mesmo texto, pontua: "las distorsiones del comercio exterior
chileno, que se expresan en el inflamiento de las importaciones suntuarias, son inevitables
en una sociedad de clases" (MARINI, 1982, sem pgina), destacando que no se pode
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No caso brasileiro, parece evidente que traos significativos deste perodo foram a
crescente financeirizao, privatizaes e ataques ao salrio social e diferido, alm da
incorporao da aristocracia operria ao bloco no poder, bem como unilateral reduo do
protecionismo comercial.
Alguns autores vem recentemente buscando dialogar com as teses de Marini e Osorio. o
caso de Barcellos (2014) quando argumenta que, mesmo em contexto mais dinmico de
acumulao de capital que no implique em caminhos excludentes em termos absolutos - o
que seria o caso de um declnio absoluto no consumo de bens-salrio para aumento da
esfera alta de consumo - , a esfera alta poderia seguir crescendo, indicando indcios
empricos desta tendncia para a reproduo do capital contempornea brasileira.
Leite e Magalhes (2014), por outro lado, tecem crticas como estas:
Em 1982, Marini j advertia Desde el punto de vista del capital, el mercado externo no es
una esfera de realizacin excluyente y contrapuesta al mercado interno: ambas son esferas
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especiales de realizacin de las mercancas que l produce." (Marini, 1982, sem pgina). E
os autores continuam:
De nossa parte, parece lcito afirmar que a diferena no seria mais to simples como a que
era vigente e foi percebida por Marini no momento histrico em que se debruou sobre o
tema. Contudo, o procedimento correto nos parece esmiuar as estatsticas para estimar se
segue ou no importante o consumo de bens sunturios, bem como possveis mudanas nas
formas que assume5.
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5
Nesse sentido, ao considerar a enorme diversificao na produo de mercadorias, mister reconhecer que
at mesmo em bens alimentcios, por exemplo, possvel identificar um segmento de bens de luxo. Da
mesma forma, parece evidente a existncia de bens industriais de luxo, mesmo que existam bens subsitutos
para a massa trabalhadora.
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Mais alm dessa questo de preciso terica, nos parece que Leite e Magalhes poderiam ter encontrado
evidncias, na verdade, de outro processo. De uma forma especfica em que a financeirizao de uma
formao social subimperialista se d: o recurso ao endividamento e a expoliao subsequente potencialmente
decorrente para acesso dos trabalhadores a adquirir bens que compe o valor de sua fora de trabalho. Luce
(2013) j advertia, ainda que no vinculando isso temtica da financeirizao, a manuteno, nessas
condies, da superexplorao da fora do trabalho, e no a negao desta tendncia.
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Alm disso, base central para estimativa do Consumo das Famlias nas Contas Nacionais,
o que a torna maneira especialmente adaptada a estimar dados compatveis com as Contas
Nacionais(IBGE, 2000).
O primeiro passo adotado para estimar as esferas alta e baixa foi reclassificar cada uma das
famlias como famlia de trabalhadores produtivos ou famlia de no trabalhadores-
produtivos. Para tanto, utilizamos o critrio de que famlias em que pelo menos 80% da
renda total fosse oriunda das rendas do trabalho8 eram famlias de trabalhadores produtivos;
aquelas em que a renda do trabalho representasse menos de 80% da renda total foram
classificadas como famlias de no trabalhadores-produtivos. Ao utilizar a fonte da renda
como elemento da anlise tentamos superar a crtica s estatsticas oficiais que estratificam
as famlias por renda, obliterando sua ligao posio nas relaes de produo.
Para os fins deste trabalho consideramos como renda do trabalho aquelas que compunham
as rendas do trabalho, conta prpria, aposentadorias e penso do INSS e aquelas oriundas
dos programas sociais federais. J as contabilizadas como rendas do no-trabalho foram
renda do empregador, as aposentadorias e penses das previdncias pblicas e privadas,
penso alimentcia,mesada ou doao, rendimento de aluguel e outras rendas9.
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Para o download dos microdados utilizamos os scripts escritos por Damico e Pessoa (2014). Os scripts de
anlise tambm foram baseados em seus trabalhos.
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Cabe ressaltar que retiramos o item renda de empregador, constante nas estatsticas oficiais como
componente da renda do trabalho, como indicamos a seguir.
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No consideramos as estimativas de rendas no monetrias em nossa anlise, e, nesta fase da pesquisa,
considerouse mesmo rendas de empregado pblico como compondo o contingente dos trabalhadores
produtivos.
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Depois de classificar as famlias extramos estatsticas sobre a renda mdia das famlias de
cada uma das classes. Estas informaes esto apresentadas nas tabelas 1 e 2 e so
analisadas no item seguinte.
Outro procedimento adotado foi, uma vez classificadas as famlias, apurar seus gastos com
cada uma das mais de 8 mil itens de gasto englobados pelo estudo (mercadorias e tributos,
essencialmente) . Com estes dados em mos realizamos a traduo de cada mercadoria para
um dos 20 setores que compem as contas nacionais. Os resultados obtidos com estas
operaes so apresentados nas tabelas 3 e 4 e discutidos na seo 3.2.10
Para tornar possvel a comparao das estatsticas das duas pesquisas, os dados de 2009
foram deflacionados pelo IPCA acumulado no perodo. Assim todos os dados apresentados
esto em reais de 2003.
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A computao dos dados foi realizada com o software R e todos os scripts utilizados para chegar nas
estatsticas ora apresentadas so pblicos e podem ser encontrados no seguinte repositrio:
https://github.com/rodrigoesborges/pofesferas. Os mesmos podem ser utilizados para replicar as anlises
feitas, ou como base para modificaes.
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produtivo
(Esfera
Alta)
1 Rendimento total 1.425,64 1.661,31 1.284,01
1.1 Rendimento do trabalho 1.102,27 895,34 1.226,62
1.1.
1 Empregado 757,57 440,31 948,23
1.1.
2 Empregador 119,90 314,60 2,90
1.1.
3 Conta prpria 224,79 140,43 275,49
1.2 Transferncia 247,64 600,64 35,51
1.2.
1 Aposentadoria e penso do INSS nd nd nd
1.2. Aposentadoria,penso da previdncia
2 pblica 193,34 492,39 13,63
1.2. Aposentadoria,penso da previdncia
3 privada 13,89 36,57 0,26
1.2.
4 Programas sociais federais 3,53 2,31 4,27
1.2.
5 Penso alimentcia,mesada ou doao 28,21 66,97 4,92
1.2.
6 Outras transferncias 8,67 2,40 12,44
1.3 Rendimento de aluguel 30,67 73,60 4,88
1.4 Outras rendas 45,05 91,73 17,00
49.554.55
Nmero de Famlias 1 19.100.840 30.453.711
nd - informaes no disponveis.
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Na esfera baixa, as principais origens da renda em 2003 eram aquelas obtidas enquanto
empregado (74%), como era de se esperar, e enquanto conta prpria (21%), rubrica sob a
qual se encontram as mais precrias condies de trabalho. Em 2009 estas mesma origens
representam respectivamente 64% e 18% da renda. O espao deixado por elas por ocupado
pelas receitas oriundas da previdncia social11, responsveis por 14%.
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Houve uma limitao, ainda no superada, com a fonte dos dados, uma vez que os microdados da POF
2002-2003 tornados pblicos no desagregaram penses em penses pblicas e privadas.
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A renda mdia obtida enquanto empregador na esfera alta sobe de R$ 314,60 a R$ 617,79,
variao de 96,37%. As rubricas referente a aluguis e outras rendas apesar da menor
importncia relativa, tambm apresentam crescimento vigoroso. As rendas mdias obtidas
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A partir das informaes sobre a despesas das famlias em ambas Pesquisas de Oramentos
Familiares foi possvel reconstruir aquIlo que seria a participao de cada um dos 20
setores do Sistema de Contas Nacionais nas esferas alta e baixa. Os resultados esto
sintetizados nas tabelas 3 e 4 e apresentados em milhes de reais de 2003.
Estes dados confirmam outra tese tambm adiantada pela literatura, ambas esferas crescem
de forma diferente. Enquanto a esfera alta cresce baseada no aumento da concentrao de
riqueza - que pode ser observada com o elevado crescimento da renda mdia da esfera alta
de consumo -, a esfera baixa cresce por meio do incremento do nmero de seus integrantes.
Assim, apesar da renda mdia dos trabalhadores da esfera baixa ter permanecido
praticamente estvel, o volume total desta variou 103%.
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Tabela 3 - Consumo Anual Total das Famlias Trabalhadoras Produtivas e demais - por
setor das Contas Nacionais - 2002-2003 (R$ milhes)
No
Trabalhador Trabalhador
-produtivo Produtivo
(Esfera (Esfera
Grupo Descrio Total Alta) Baixa)
Total 832.114,5 365.795,6 468.785,4
Agricultura, pecuria, produo florestal,
A pesca e aquicultura 26.118,0 11.397,0 14.768,7
Indstria 634.866,6 286.441,9 350.684,7
B Indstrias extrativas 277,1 107,3 169,7
C Indstrias de transformao 601.013,6 271.882,2 331.318,5
Energia eltrica, gs natural e outras
D utilidades 32.189,2 13.916,6 18.344,5
E gua, esgoto e gesto de resduos nd nd nd
F Construo 1.386,6 535,8 852,0
Servios 171.130,0 67.956,7 103.332,1
Comrcio; reparao de veculos
G automotores e motocicletas 0,0 0,0 0,0
H Transporte, armazenagem e correio 35.251,6 12.542,7 22.695,4
I Alojamento e alimentao 48.227,4 18.129,5 30.115,3
J Informao e comunicao 36.418,0 16.117,7 20.404,5
Intermediao financeira, seguros e
K previdncia complementar 58.546,4 29.674,4 29.216,8
L Atividades imobilirias 20.850,1 7.620,9 13.163,0
Atividades cientficas, profissionais e
M tcnicas 18.627,4 8.228,1 10.465,9
Atividades administrativas e servios
N complementares 1.909,7 604,3 1.302,4
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nd - informaes no disponveis.
Em 2009, a esfera alta tem uma participao maior do que seu peso no consumo como um
todo em 11 dos 20 setores. Dentre estes, 5 se destacam, pois ali a esfera alta representa mais
de um tero da demanda do setor. No setor de Transporte aquavirio a esfera alta foi
responsvel por 54% da demanda; 38% no caso das Transporte areo; 35% da
Intermediao financeira, seguros e previdncia complementar; 36% do mercado no setor
Atividades cientficas, profissionais e tcnicas e 34% da demanda por Atividades
administrativas e servios complementares.
Tabela 4 - Consumo Anual Total das Famlias Trabalhadoras Produtivas e demais - por setor
das Contas Nacionais - 2009 (R$ milhes de 2003)
Trabalhad
No
or
Trabalhador-
Grup Produtivo
produtivo
o Descrio Total (Esfera
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"
D"
1533"
"
D"
Consideraes Finais
O estudo revelou, por exemplo, grande aumento do nmero das famlias trabalhadoras
(proletarizao) associado estagnao de seus rendimentos e gastos mdios. As famlias
componentes da esfera alta, por sua vez, tiveram reduo nos nmeros totais, mas
crescimento da renda e gastos mdios.
Este trabalho apenas uma primeira aproximao acerca do problema de mensurao das
esferas de consumo. Estudos futuros podero avanar em distintas direes, todas
necessrias. A primeira primeira delas, a prpria metodologia do estudo. A separao das
famlias entre as esferas foi realizada apenas com base na origem da renda - o que j um
grande avano em relao aos estudos que sequer levam a origem em considerao.
Anlises posteriores podem realizar uma classificao baseada em mltiplos critrios, isto
, levando tambm em considerao outros fatores, como a posio dos indivduos na
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diviso do trabalho ou a quantidade de renda recebida. Sem dvida seria possvel captar
mais fraes de classe atravs das estatsticas disponveis. Assim os estudos poderiam no
incluir na esfera baixa juzes, polcias ou gerentes, para citar alguns exemplos.
Avanar nas estimaes para as esferas nas Contas Nacionais seriam o segundo avano que
pode ser realizado. Agora que a dimenso de cada uma das esferas foi mapeada para cada
um dos setores possvel acompanhar seu desenvolvimento a partir das Contas Nacionais
utilizando-se da premissa de que a proporo entre as esferas no se alterou em cada setor.
Esta premissa s necessria para os anos em que estatsticas densas como as da POF no
estiverem disponveis. Mesmo esta premissa poderia ser flexibilizada quando forem
lanados novos dados que possibilitem novas estimativas. A adoo destes procedimentos
permitiriam a construo de um srie histrica baseada em categorias marxistas.
Outra frente de estudo possvel utilizar esta metodologia para estimar as esferas em outras
pesquisas, como a Pesquisa Nacional de Amostra de Domiclios ou mesmo o Censo
demogrfico, para verificar a robustez das cifras aqui encontradas.
Referncias
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