Qualidade
Qualidade
Qualidade
A princpio, o termo biossegurana, pode parecer algo de intruso nas aes ocupacionais
de sade e segurana no trabalho. Este fato evidenciado em alguns currculos de cursos de ps-
graduao, principalmente na rea da engenharia de segurana do trabalho, onde este tema no
tem sido contemplado.
A nvel de empresa, a SST, ainda vista como uma obrigao legal, e no como elo
estratgico do negcio, diferentemente da biossegurana, que pela sua abrangncia, consegue
enxergar a complexidade presente nos processos de trabalho, j que atua em seu contexto,
atrelada as aes gerenciais de qualidade.
Nos anos 90, verificamos que a definio de biossegurana sofre mudanas significativas.
Em seminrio realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), observamos a
incluso de temas como tica em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo
tecnologia de DNA recombinante, em programas de biossegurana.
Outra definio nessa linha diz que a biossegurana o conjunto de aes voltadas para
a preveno, minimizao ou eliminao de riscos inerentes s atividades de pesquisa, produo,
ensino, desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios, visando sade do homem, dos
animais, a preservao do meio ambiente e a qualidade dos resultados (Teixeira & Valle, 1996).
Este foco de ateno retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para a proteo ambiental e a
qualidade. No centrado em tcnicas de DNA recombinante.
Fontes et al. (1998) j apontam para os procedimentos adotados para evitar os riscos das
atividades da biologia. Embora seja uma definio vaga, sub-entende-se que estejam incluidos a
biologia clssica e a biologia do DNA recombinante.
Como processo, porque a biossegurana uma ao educativa, e como tal pode ser
representada por um sistema ensino-aprendizagem. Nesse sentido, podemos entend-la como um
processo de aquisio de contedos e habilidades, com o objetivo de preservao da sade do
Homem, das plantas dos animais e do meio ambiente.
Como conduta, quando a analisamos como um somatrio de conhecimentos, hbitos,
comportamentos e sentimentos, que devem ser incorporados ao homem, para que esse
desenvolva, de forma segura, sua atividade. Neste contexto, tambm devemos incorporar a
questo da comunicao e da percepo do risco nos diversos segmentos sociais.
No Brasil, esta discusso vem ganhando ares de uma verdadeira batalha entre aqueles que
defendem e aqueles que rejeitam esta tecnologia. No faltam argumentos de ambos os lados.
Seus defensores apregoam que a cincia no pode ser cerceada, que esses novos produtos podem
ser a salvao de muitas populaes miserveis no mundo e que alguns pases, como Estados
Unidos, Espanha, Argentina, entre outros, j os vem consumindo algum tempo, e at o
momento, nenhum agravo a sade foi observado. Por outro lado, seus crticos, apresentam
possveis efeitos adversos dessa manipulao gentica, como processos alergnicos, resistncia a
antibiticos, agravos biodiversidade planetria, etc. Esta mesma corrente, defende a rotulagem
desses alimentos, como um instrumento de proteo ao consumidor. uma medida lgica, que,
porm, no altera em nada a discusso sobre a segurana ou no desses alimentos. Estes,
devidamente rotulados, podero ser comercializados? Um biscoito derivado ou que contenha
material oriundo de soja transgnica faz mal? Ou tenho que comer 10 biscoitos, para o efeito
aparecer? Afinal, a partir de quantos biscoitos ingeridos o agravo aparece? Seus efeitos so
acumulativos? Existe um acompanhamento epidemiolgico sobre as pessoas que j consomem
esses alimentos regularmente? Em caso de ocorrncia comprovada de danos sade de algum
ser humano, quem paga a conta (Costa, 2000c)?
Referncias Bibliogrficas
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