04 - A Parábola Do Grão de Mostarda
04 - A Parábola Do Grão de Mostarda
04 - A Parábola Do Grão de Mostarda
Introdução
Quando observamos nossos dias, percebemos que o mundo está muito longe da
vontade do Senhor. Não há temor de Deus no coração de muitos. Parece até que o
reino de Deus perdeu a batalha e retrocedeu.
A obra missionária é um grande desafio, há muito ainda a ser feito, tanto em nosso
país quanto em outras nações da terra. A impressão que temos é de que a expansão
do reino estagnou.
Todavia, é preciso voltar nosso olhar para as palavras de Jesus, pois nelas
encontraremos uma visão diferente. Veremos que desde o início, o reino de Deus é
muito maior e poderoso do que visivelmente possa parecer.
1 - ENTENDENDO A PARÁBOLA
Nas palavras de Simon Kistemaker, "a parábola do grão de mostarda retrata o
crescimento do reino em extensão"1. Quando Jesus contou esta parábola, ele o fez
num contexto rural.
Nos dias de Cristo, quase todos lidavam com a agropecuária como meio de existência
e fonte do sustento familiar. Portanto, falar do cuidado e da semeadura da terra, era
falar de algo comum e conhecido.
Fazendo uso dessa figura, Jesus queria dar a entender a seus ouvintes que o reino de
Deus, inaugurado por ele, teria um começo aparentemente insignificante. De fato, era
pouco provável que aquele movimento encabeçado por um carpinteiro de Nazaré
pudesse chegar a algum lugar.
Para muitos, aquele movimento não seria capaz de abalar as estruturas do mundo de
sua época e vencer os limites do tempo, continuando firme tantos séculos depois. Era
dessa realidade que Jesus estava falando.
Alguns tinham um temperamento forte, como Tiago e João (Lc 9.54,55; Mc 3.17).
Pedro era impulsivo, por isso agia sem pensar e metia os pés pelas mãos (Mt 16.21-
23; 26.33-35,69-75). E Judas, tão egoísta e avarento que se tornaria um ladrão e o
traidor de Jesus (Mt 10.4; Jo 12.4-6).
1
Simon Kistemaker, As Parábolas de Jesus. São Paulo. Editora Cultura Cristã. 1992, pp. 65,66.
2
Geoffrey W. Bromiley, org. International Standard Bible Encyclopedia, vol. III. Grand Rapids. Eerdmans.
1982. 2101.
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Porém, como toda semente, aquele grupo trazia em seu interior, de modo incipiente
aquilo que haveria de se tornar, assim, como a semente de mostarda. Algumas
espécies de mostarda podem atingir de 3 a 5 metros de altura, nada que nos faça
lembrar a pequena semente de onde veio. A pequena semente de mostarda, depois
de plantada, se tornou uma árvore, na qual as aves do céu se aninhavam (Mt 13.32).
Pessoas em todo o mundo usufruem das bênçãos do reino, assim como as aves
encontram repouso nos galhos da mostardeira.
Diante das considerações acima, duas verdades se tornam evidentes acerca dessa
parábola.
O plantio não foi algo que aconteceu por acidente ou descuido. Houve um propósito no
plantio da pequena semente. Esse propósito seria alcançado quando a mostardeira
atingisse sua maturidade e o agricultor pudesse usufruir dela.
O mesmo acontece com o reino dos céus. A inauguração do reino na vinda de Cristo
foi o início com um propósito maior. Tal qual a mostardeira, o reino precisa atingir sua
maturidade final, ou seja, a sua consumação na vinda gloriosa do Senhor Jesus (ICo
15.24-28).
Em Atos dos Apóstolos, encontramos vários exemplos dessa realidade. Deus usou a
perseguição para dispersar a igreja por outras regiões (At 8.1-3). Enviou Filipe para
pregar a um etíope no meio do deserto (At 8.26-40). Segundo a tradição, o eunuco
etíope tornou-se um pregador entre o seu povo.
O Senhor também usou uma perseguição em Roma para aproximar Áquila e Priscila
do apóstolo Paulo (At 18.1-4). Por meio dessa amizade, Paulo tomou conhecimento do
crescimento da igreja em Roma, para onde encaminhou sua famosa epístola, com o
objetivo de conseguir apoio para iniciar seu trabalho missionário na Espanha (Rm
15.23-28).
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Por ser propósito de Deus, a expansão do reino é uma realidade. Absolutamente nada
poderá evitar isso. Não haverá empecilho algum para que o Senhor consume seu
propósito, afinal, como bem expressou o pagão Nabucodonosor: "O seu reino é reino
sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração" (Dn 4.3).
Por esse princípio, aprendemos que nenhuma investida para a expansão do reino
pode ser considerada inútil, pequena ou ineficaz, a partir de seu início. Em nossos
dias, temos experimentado a explosão de mega-igrejas e suas superestruturas.
Tais comunidades tornam-se referência para muitos pastores e líderes, que desejam
ver suas comunidades locais tornando-se tão influentes quanto aquelas. Em alguns
casos, isso é frustrante para os líderes, que não dispõem de recursos para
implementar projetos audaciosos, e para os liderados, que veem seus esforços indo
por água abaixo, isso quando a liderança não os culpa pelo fracasso.
Diante de Deus o culto que conta com 30.000 pessoas em São Paulo tem o mesmo
valor que o culto que conta com 45 pessoas lá na Congregação de Pedra Alta. O que
essas comunidades fazem em nome do Senhor, para a expansão do reino, são ações
igualmente importante e válidas.
Por isso, temos que fazer o que está ao nosso alcance, sem querer dar passos
maiores que nossas pernas. Devemos gradativamente ampliar nossos horizontes,
investindo em novas áreas e atividades à medida que nossas comunidades se
desenvolvem. Afinal, comodismo é um dos pecados que dificulta a expansão do reino.
CONCLUSÃO
Há no meio cristão pessoas pessimistas quanto ao ministério de expansão do reino
que sua igreja possui. Olham para os obstáculos, criticam as iniciativas e são
incapazes de tomar atitudes em prol do reino.
Tais pessoas não conseguem entender que a expansão do reino se deve ao poder de
Deus, que previdentemente governa e usa igreja, a fim de que seus propósitos sejam
alcançados.
3
Ver artigo: “Cristianismo continua a crescer apesar das dificuldades”. Disponível em
http://www.portasabertas.org.br/artigos/artigo.asp?ID=806
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Aplicação
• Qual é o seu papel na expansão do reino?
• O que mais você pode fazer para que o reino possa atingir proporções ainda
maiores?
Este reino veio com Jesus e é conhecido onde quer que o Senhorio de
Cristo seja reconhecido. Jesus está entronizado no céu como soberano de
todas as coisas (Mt 28.18; Cl 1.3), Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap
17.14; 19.16).
O reino veio trazendo graça, mas também juízo, exatamente como havia
dito João Batista, seu precursor (Mt 3.11,12). Os que receberam a palavra
de Jesus e lhe confiaram seu destino, encontraram misericórdia, enquanto
os que não o fizeram, foram julgados.
A tarefa da igreja é tomar visível o reino invisível de Deus, por meio da vida
e do testemunho de cristãos fiéis. O evangelho de Cristo é ainda o
evangelho do reino (Mt 4.23; 24.14; At 20.25; 28.23,31), as boas novas de
justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A igreja torna a mensagem do
evangelho digna de crédito, manifestando a realidade da vida do reino.
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