Resenha Estranha de Ulrich Beck Liberdade Ou Capitalismo
Resenha Estranha de Ulrich Beck Liberdade Ou Capitalismo
Resenha Estranha de Ulrich Beck Liberdade Ou Capitalismo
GLOBALIZAÇÃO E GLOBALISMO
1
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p. 27.
42
2
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. p.23.
3
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p.28
4
Mesmo que fosse possível o isolamento econômico de algum país a existência de riscos
transnacionais impediria que esses países mantivessem sua posição de isolamento. Por isso Ulrich
Beck classifica a ascensão de riscos transnacionais como o caixão das estruturas estatais da
primeira modernidade. BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo
respostas à globalização. São Paulo: Paz e terra, 1999.p.175
5
BECK, Ulrich. Op.cit., p.30
43
6
GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio de
Janeiro: Record, 2000. p. 18
7
Ibid. p. 19
8
Ibid.
44
9
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi.
2001. p. 2.
45
3.1
A atuação do globalismo
3.1.1
Impactos sobre a sociedade do trabalho
atuou como uma fonte de legitimação. Pois possibilitou a redução das jornadas de
trabalho, bem como a implementação de direitos sociais sem inviabilizar o
contínuo crescimento da produção.10
No entanto a radicalização desse processo de incremento tecnológico
acabou por atuar substituindo postos de trabalho, havendo assim um crescente
aumento do número de desempregados.11
Esse aumento do número de desempregados pode ser amenizado através de
políticas de qualificação de mão-de-obra, que permitem inserir trabalhadores nos
novos meios de produção criados pelo capitalismo, principalmente os
relacionados aos setores terciários e quaternários. Uma vez que esses setores cada
vez mais dependem de qualificação. Os investimentos na política educacional
trazem possibilidades de inserção em setores de inovação tecnológica e gestão da
informação. No entanto essas atividades intelectualizadas não possuem o
potencial de absorção de mão-de-obra, em termos quantitativos, que possa vir
suprir a demanda por trabalho. Essa demanda cresce cada vez mais com a inserção
de novas tecnologias nos vários setores da produção.
10
HABERMAS, Jürgen. Ciência e técnica enquanto ideologia. In: Os pensadores, São Paulo:
Editora Abril, 1980.
11
HABERMAS, Jürgen. Aprender com as catástrofes? Um olhar diagnóstico retrospectivo sobre o
século XX. In: A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi. 2001. p.
58.
46
12
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p. 119.
13
Nesse sentido discorre Habermas em várias de suas obras.(HABERMAS, Jürgen. A constelação
pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi. 2001.) e (Habermas, Jürgen. A inclusão
do outro – estudos de teoria política. São Paulo: Loyola. 2002.)
14
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003.p. 160.
15
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. p.161.
47
16
Ibid,.p. 162.
17
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1998.p.13.
48
18
Habermas chega a afirmar que “a forma de vida campestre que marcou com o mesmo selo todas
as culturas do Neolítico até quase todo o século XIX tornou-se uma ilusão nos países
desenvolvidos.” HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo:
Littra Mundi. 2001.p. 56.
19
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p. 112.
49
3.1.2
Unidimensionalidade ideológica do globalismo
20
HABERMAS, Jürgen. Aprender com as catástrofes? Um olhar diagnóstico retrospectivo sobre o
século XX. In: A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi. 2001. p.
58.
21
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. p. 44.
22
Os efeitos colaterais da desregulamentação podem ser encontrados continuamente na imprensa
quais sejam, exclusão social, aumento da desigualdade e da poluição ambiental, crises econômicas.
23
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003.p. 57-58.
50
24
A competição entre Estados nacionais por sinal é uma lógica intrínseca à forma de organização
política em unidades nacionais. BECK, Ulrich. Toward a New Critical Theory With a
Cosmopolitan Intent. Constallations, Volume, 10, Number 2. Blackwell Publishing, 2003.
25
A trajetória dos modelos de desenvolvimento latino-americano é trabalhada por Antonio Negri e
Giuseppe Cocco em Glob(al): Biopoder e lutas em uma América Latina globalizada. Rio de
Janeiro: record, 2005.
51
3.1.3
Dramaturgia do risco
26
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi.
2001.p. 65
27
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. ver a pag..
28
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 210.
52
do mercado, no que concerne à dinâmica das relações sociais, não é algo novo
sendo também antiga a crítica a esse fenômeno.
No entanto uma novidade do atual momento é o fato de existir uma
dimensão semântica apropriada pelo globalismo. Nessa dimensão, um discurso
intimidatório se estabelece sob a chantagem da disponibilidade e indisponibilidade
de investimentos, por parte dos grandes grupos. Com o objetivo de evitar a
concretização desse risco de desemprego e esgotamento de recursos financeiros,
os governantes e grandes parcelas das forças existentes na sociedade se submetem
as diretrizes do globalismo.29
O globalismo se apresenta como apolítico, no entanto é de fato um projeto
político posto em prática por atores atuantes no plano transnacional.30 Tais atores
são formados por empresas e instituições transnacionais, que se omitem ou atuam
diretamente nesse projeto do livre mercado.
Habermas discorre em seu livro a constelação pós-nacional que “desde 1989
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29
Conseqüências essas já expostas como redução de salários, dano ambiental, perda de empregos,
etc.
30
BECK, Ulrich. Op.cit. p. 212.
31
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms. São
Paulo: UNESP, 2003.p. 76.
32
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p. 212
53
3.2
O impacto do globalismo sobre o modelo democratico de Estado
nacional.
que, se suas análises estiverem corretas, ‘de modo algum é descabida a frase
“impotência graças à globalização”’33.
O processo de globalização traz conseqüências profundas para o
funcionamento da soberania estatal, como mediadora da atuação da sociedade
sobre si mesma.34 O direito, que é a manifestação da potência política35 do Estado,
para que não prevaleça simplesmente através da força física, deve ser dotado de
mecanismos de legitimação.
Tal legitimação se viabiliza através da gestão democrática da política. A
idéia de soberania popular torna-se real, através da participação dos indivíduos
nos fóruns onde são tomadas as decisões que irão afetar esses mesmos indivíduos.
Apenas pode-se viabilizar o exercício da soberania popular, onde há capacidade
de intervenção por parte dos cidadãos de determinada comunidade.
No entanto como foi visto, os processos de intensificação das relações
transnacionais passam a adquirir um potencial de retirar a eficácia das decisões
que são tomadas no âmbito dos Estados nacionais. A retirada da eficácia da
manifestação do poder político, através do direito, coloca em xeque a gestão
33
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional e o futuro da democracia. In: A constelação
pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi. 2001. p. 102
34
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia entre facticidade e validade II. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro. p.119
35
Ibid.
54
armadilha da territorialidade.
A formação da economia e da política baseada nos Estados nacionais se deu
através de um processo em grande medida subordinado pelo aparato estatal.36
Atualmente a transnacionalização da economia coloca os agentes globalizados em
um espaço que permite a esses agentes atuarem sem um contra-poder estatal.
Durante o desenvolvimento da primeira modernidade, os avanços
tecnológicos permitiram a formação de uma economia e de uma política estatal de
cunho nacional. Esta política estatal manifestava sua potência através do direito.
No citado momento histórico, os agentes econômicos libertaram-se do localismo
rumo ao nacionalismo. A dinâmica desse avanço, porém, consistiu em intensos
conflitos que puderam ser mediados pelo ordenamento jurídico dos Estados
nacionais.
O avanço atual da economia rumo ao âmbito global de atuação, liberta-se de
qualquer esfera jurídica de mediação de conflitos, fazendo com que a atuação dos
agentes econômicos siga basicamente as regras impostas pelo jogo do livre
mercado. “Ocorre uma transição do Estado para o mercado”.37 Há um mergulho
em um vazio de poder político que é ocupado pela economia.
36
O citado processo foi trabalhado no capítulo 1.
37
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003.p. 41.
55
38
Bobbio defende a superioridade do poder político frente as demais formas de poder uma vez que
o poder político é o único capaz de impor através da coação física a sua vontade. BOBBIO,
Norberto. Estado, governo e sociedade. Para uma teoria geral da política. São Paulo: Editora paz
e terra, 2005.p.83 No entanto na atual conjuntura esse poder não se mostra eficaz em razão da
possibilidade de migração dos agentes econômicos.
39
BECK, Ulrich. Op.cit., .p. 44.
40
Ibid. p. 198.
41
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional e o futuro da democracia. In: A constelação
pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi. 2001. p. 79.
56
42
Ibid.
43
Aqui a expressão interesse Estatal é utilizada no sentido de um interesse político que pode ser
disputado pelas forças que interagem dentro dos Estados nacionais. Conforme é analisado no
presente trabalho, as forças sociais que atuam dentro do campo restrito dos Estados nacionais têm
sofrido uma grande desvantagem no enfrentamento das forças globalizadas.
44
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p.203.
45
CHOMSKY, Noam. Democracia e mercados na nova ordem mundial. In: Globalização
Excludente. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 7.
57
46
BECK, Ulrich. Op.cit., p. 118
47
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p. 14.
48
Por estado da primeira modernidade compreende-se o Estado cuja fronteira territorial possuía
uma grande força de contenção da sociedade e a política nacional, apesar de interagir
internacionalmente, podia ser determinada com um grande grau de independência.
58
49
BECK, Ulrich. Op.cit., p.15.
50
Com base nessa necessidade Ulrich Beck pontua que a atuação política dos Estados nacionais
precisa se reconfigurar através da ascensão de Estados transnacionais. Tal questão será abordada
no capítulo 3.
59
51
HABERMAS, Jurgen. Europa com medo do povo. Folha de São Paulo, 30 de junho de 2008.
52
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi.
2001. p. 77.
53
Ibid. p. 65.
60
3.3
Globalização pluralidade e ruptura
globalismo, que expõe a globalização não apenas como irreversível, mas também
como unidimensional e assim, defende que a única forma de caminhar em um
mundo globalizado é entregar ao mercado a tarefa de regular as relações globais.
Dessa forma faz-se necessário explicitar que o processo de globalização é
sim irreversível, não podendo os Estados nacionais lidarem com os problemas
globais, através das estruturas de governo territorialmente delimitadas. Por outro
lado deve ser demonstrado também, que essa abertura para a globalidade não é
sinônimo de desregulamentação econômica. Uma vez que há uma pluralidade de
dimensões que se internacionalizam e requerem um acompanhamento, por parte
de uma política democrática, que contenha a violação de direitos civis, políticos e
sociais.
3.3.1
Globalização como pluralidade e complexidade
54
A ruptura trazida pela globalização é tão forte no pensamento de Ulrich Beck que em sua
perspectiva é uma das características da ascensão de uma segunda modernidade.
61
55
GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio
de Janeiro: Record, 2000.p. 21
56
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p.41.
57
Nesse sentido interessante é o relato de Anthony Giddens descrevendo que no momento da
queda do muro de Berlim as redes de televisão pediram para subir antes dos manifestantes, com a
finalidade de conseguir boas tomadas, havendo inclusive pessoas que subiram e desceram mais de
uma vez para garantir uma boa cena. GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a
globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2000.p. 77
62
58
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 158.
59
Essa integração se dá de forma diferenciada de país para país. São escolhidos os locais de onde
será extraída mão-de- obra, matéria prima, e onde ocorrerá o consumo.
60
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 207
63
61
A análise de tal fenômeno será aprofundada no capítulo 3.
62
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 60.
64
3.3.2
Globalização como ruptura
63
BULL, Hedley. A sociedade anárquica: um estudo da ordem política mundial. Brasília, DF: Ed.
da Universidade de Brasília, 2002.
64
THERBORN, Göran. Dimensões da globalização e a dinâmica das (des)igualdades. In:
Globalização Excludente. Petrópolis: Vozes, 2002. p.88.
65
GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio
de Janeiro: Record, 2000. p. 20.
66
BECK, Ulrich. Op.cit. p. 46.
65
afetivas, dentre várias outras áreas já mencionadas com uma intensidade jamais
vista.67
Também a percepção por parte do senso comum dos indivíduos, de que
ascendem atualmente sociedades multiculturais que trazem a necessidade de
conviver com novidades e incômodos, é um fator novo. Assim como a percepção
global a respeito dos riscos ecológicos, nucleares e a partir de setembro de 2001 o
risco do terrorismo internacional.68
Pela primeira vez na história os atores que interagem em nível mundial
possuem a percepção de suas mútuas interconexões, e a partir disso traçam
estratégias que levam em conta esse fator, qual seja, o de que todos encontram-se
em uma mesma sociedade mundial.
A globalização atua como um processo não uniforme e nem totalizante onde
os atores globais influenciam atores locais, porém também são influenciados por
esses. A predominância de certas forças no plano mundial não é incompatível com
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67
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 33.
68
BECK, Ulrich. The Cosmopolitan State. Toward a realistic Utopia.Eurozine, 05 de maio de
2001. Disponível em<http://www.eurozine.com/articles/2001-12-05-beck-en.html>
69
BECK, Ulrich. Op.cit., p.158.
66
3.3.2.1
Globalização do risco ecológico.
70
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999.p.30-31.
71
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. p. 24.
67
72
MONDAINI, Marco. O respeito aos direitos dos indivíduos. In: História da cidadania. Org.
Pinsky, Jaime & Pinsky, Carla B. São Paulo: Contexto, 2005. p. 127.
73
Beck, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São Paulo:
UNESP, 2003. p. 130. A procura das empresas por países periféricos onde há uma maior
desmobilização da sociedade em relação a questão dos riscos ambientais e tecnológicos tem
gerado uma divisão global na produção de riscos. Além dessa divisão em nível global, há a
tendência de que dentro de países como o Brasil onde ocorre uma gritante desigualdade social
ocorra a distribuição das consequências da radicalização da modernidade de forma também
desigual. Essa distribuição acompanha a desproporcionalidade das relações de força entre os
agentes que participam do espaço público e aqueles que deste estão excluídos.
74
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional – Ensaios políticos. São Paulo: Littra Mundi.
2001. p. 72.
68
3.3.2.2
Riscos nucleares e tecnológicos
75
O acidente em Chernobil ococrreu em 26 de abril de 1986.
76
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003.p. 119.
69
3.3.2.3
Globalização dos mercados financeiros
77
Curiosa nesse sentido é uma ação proposta na Corte Federal do Havaí onde o impetrante
questiona no judiciário federal norte-americano, a entrada em operação de um gigantesco
acelerador de partículas que foi instalado na Suíça pelo European Center for Nuclear Research,
alegando que o acelerador de partículas poderia provocar um buraco negro que causaria o fim do
planeta, segundo alguns estudos. O acelerador já foi posto em funcionamento sem nada de mais
grave ocorrer, porém este fato demonstra como atualmente estamos sujeitos a sofrer consequências
advindas de locais onde não possuímos um potencial mínimo de intervenção. Link para
reportagem disponível em http://estadoderisco.org/.
78
GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio
de Janeiro: Record, 2000. p. 20.
70
constitui-se na Chernobyl econômica, e talvez seja o caminho mais curto que leve
a formação de uma regulamentação transnacional.79
A atividade totalmente descontrolada que é realizada nos mercados
financeiros já tem sido alvo de duras críticas da sociedade e mesmo de chefes de
Estados como Brasil, Alemanha e França80. O que evidencia cada vez mais as
deficiências do modelo, e a necessidade de ser implementada uma regulamentação
que viabilize a vedação, e responsabilização de práticas nocivas implementadas no
mercado financeiro em nível mundial.
A crise econômica do segundo semestre de 2008, por exemplo, é fruto de
políticas especulativas realizadas a partir da atuação de gigantes financeiros no
mercado imobiliário americano. No entanto a explosão dessa bolha de
especulação acabou por gerar conseqüências para o mundo inteiro.
Conforme pode ser observado após a explosão da crise foram muitas as
declarações de chefes de Estado, no sentido de serem necessárias medidas
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0812072/CA
79
BECK, Ulrich e ZOLO, Danilo. A sociedade global do Risco. Disponível em:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/ulrich.htm.
80
Nesse sentido a posição do presidente da França Nicolas Sarkozy no fórum de Davos.
Disponível em http://jcrs.uol.com.br/site/noticiq.php?codn=18633, bem como os pronunciamentos
da chanceler alemã Ângela Merkel no encontro do G-20.Disponível em http://www.dw-
world.de/dw/article/0,,4133631,00.html
81
O caminho indicado pela posição do G-20, nos coloca diante da possibilidade de estarmos
formando Estados transnacionais tão subordinados aos interesses do capital quanto os Estados
nacionais. Agora não em virtude da ausência de poder de intervenção, mas sim em razão de uma
intervenção transnacional que ignora a participação popular, conforme foi visto nas recentes
reuniões dos lideres mundiais. Muitos protestos por parte da população foram realizados, mas
houve pouca ou nenhuma participação desses cidadãos nas decisões.
71
3.3.2.4
Globalização da cultura
82
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 85.
83
Ibid. p. 214.
72
84
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003. p. 31.
85
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 44.
86
Ibid. p. 44.
87
A ascensão de formas distintas de diferenciação cultural é mais uma pedra fundamental na
distinção feita por Ulrich Beck entre primeira e segunda modernidade conforme foi trabalhado no
capítulo 1.
88
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 124.
73
89
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 124.
90
Ibid., p. 125.
91
Por diferenciação inclusiva Ulrich Beck compreende as formações culturais que se desenvolvem
através do encontro de diferentes culturas. A abertura para as trocas culturais entre duas culturas
diferentes proporcionaria assim o surgimento de uma terceira cultura cunhada por um processo de
diferenciação inclusiva. O tema será objeto do item 3.4.
92
BECK, Ulrich. Op.cit.,. p. 33.
93
Ulrich Beck trabalha essa crítica principalmente no artigo Toward a New Critical Theory With a
Cosmopolitan Intent. Constallations (BECK, Ulrich. Toward a New Critical Theory With a
Cosmopolitan Intent. Constallations, Volume, 10, Number 2. Blackwell Publishing, 2003.) e na
obra Power in the global Age: a new global political economy(Beck Ulrich. Power in the global
Age: a new global political economy. Polity Press, 2006.)
74
94
BECK, Ulrich. O que é a globalização? Equívocos do globalismo respostas à globalização. São
Paulo: Paz e terra, 1999. p. 49.
95
Ibid.
96
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo. Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.São
Paulo: UNESP, 2003 p. 61-62.