Nota de Aula - AÇos InoxidAveis
Nota de Aula - AÇos InoxidAveis
Nota de Aula - AÇos InoxidAveis
Vitória 2006
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Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................................................................ 3
3.3.1.1 Sensitização............................................................................................................................................................ 19
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AÇOS INOXIDÁVEIS
1. Introdução
Os aços inoxidáveis são uma importante família de ligas de engenharia, os quais são
empregados nos mais variados tipos de equipamentos industriais, devido à conjugação de
propriedades tais como excelente resistência à corrosão, um grande intervalo de resistência
mecânica, tanto a quente quanto a frio, boa conformabilidade, e uma aparência que o caracteriza
para uso arquitetônico. Por estas características eles são extensivamente utilizados nas indústrias
de geração de energia, papel e celulose, petróleo e petroquímica, química e alimentos, mas
também têm grande aplicação em produtos para o lar.
O descobrimento dos aços inoxidáveis vem do início do século passado, quando em
1909 um ciclo de trabalhos publicados na França descreveu as propriedades dos aços
martensíticos com 13%Cr e ferríticos com 17%Cr, variando o carbono entre 0,12% e 1,0%. Neste
ano foram publicados artigos simultaneamente por franceses e alemãs introduzindo as ligas
austeníticas do sistema Fe-Ni-Cr. Mais ou menos ao mesmo tempo, na Alemanha foi atribuída a
inoxidabilidade destes aços a sua capacidade de formar uma camada passivada de óxido
superficialmente. Durante a 2ª Guerra Mundial, o EUA produziram ligas austeníticas com Mn no
lugar do Ni, devido às dificuldades de se produzir aquele elemento. Os aços duplex foram
descobertos nos anos 30, mas seu desenvolvimento só ocorreu na década de 60 quando se
descobriu a superplasticidade das estruturas ferrita-austenita.
Fundamentalmente, os aços inoxidáveis baseiam-se nos sistemas ferro-cromo, ferro-
cromo-carbono e ferro-cromo-níquel, embora possam ainda conter inúmeros elementos de liga
adicionados para conferir propriedades específicas para aplicações particulares. A natureza
inoxidável destes aços vem da adição de cromo em quantidades superiores a 11% em peso. Esta
concentração de cromo garante a formação de uma camada superficial passivada, contínua e
estável, de um óxido protetor rico em cromo.
Historicamente os aços inoxidáveis têm sido classificados pela sua microestrutura, sendo
descritos como martensíticos, ferríticos, austeníticos ou duplex (ferrítico e austenítico). Em adição
a estes principais, se somam outros do tipo martensítico, endurecível por precipitação (PH).
Com o objetivo de controlar a microestrutura e as propriedades mecânicas, vários
elementos de liga são adicionados às ligas padrão. Estes elementos de liga incluem Mn, Si, Mo,
Nb, Ti e N. Com o intuito de tentar descrever o efeito dos diversos elementos de liga,
desenvolveu-se o conceito de cromo e níquel equivalentes, cujo resultado pode ser observado na
figura abaixo.
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Figura 1 – Diagrama de Schaeffler
Este diagrama pode ser considerado para os aços inoxidáveis, como equivalente ao que
significa o diagrama Fe-C para os aços carbono comuns. Nele pode-se notar que tem-se
representado em cada eixo do gráfico uma expressão matemática que pondera o efeito dos
elementos de liga na formação das diversas fases constituintes da microestrutura destes aços.
Observa-se que na abscissa tem-se a contribuição dos elementos de liga que favorecem a
estabilização da ferrita, enquanto que no eixo das ordenadas está a contribuição dos elementos
de liga que favorecem a estabilização da austenita. Pode-se verificar que, os que mais contribuem
têm os maiores pesos na fórmula. Para sabermos qual será a microestrutura provável de uma liga
de aço inoxidável após sua solidificação, basta calcular os valores de Cromo Equivalente (CrEQ) e
Níquel Equivalente (NiEQ) a partir da composição química do aço, e com estes dois valores entrar
no Diagrama de Schaeffler, o campo que estas coordenadas apontarem, define a microestrutura
do aço que está sendo avaliado.
Foi observado que a adição de, pelo menos, 11% em peso de Cr aos aços, conferia aos
mesmos a característica de formar uma camada de óxido estável na superfície do metal. Esta
camada inicialmente mostrou-se muito resistente à corrosão atmosférica, mas também melhorava
as características corrosivas destes aços em outros meios.
Devido a esta melhoria na capacidade do aço em suportar ambientes corrosivos, foram
realizadas experiências com outros elementos de liga para analisar em que a presença deles
poderia melhorar ou piorar o comportamento. Como resultado, temos hoje a adição de cerca de
15 diferentes elementos de liga no aço inoxidável padrão, dando origem a uma enorme variedade
de ligas, desenvolvidas para as mais variadas aplicações. A seguir está uma breve descrição da
influência dos principais elementos de liga que compõem os aços inoxidáveis.
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O Cromo é o elemento essencial destes aços, pois é ele que promove a formação do
filme passivado. É importante destacar que na faixa de 11%Cr, a estabilidade do filme não é forte
o que torna o aço resistente apenas à corrosão atmosférica. A faixa de 17 a 20% usada nos inox
austeníticos ou a de 26 a 29% nos ferríticos que vêm sendo desenvolvidos recentemente,
aumentam significativamente a estabilidade da camada passivada. Aumentar o percentual de Cr
pode ser detrimental às propriedades mecânicas quando o material é utilizado em temperaturas
altas, além de prejudicar a soldabilidade e a conformabilidade.
O Níquel acima de 8% em peso, estabiliza a microestrutura austenítica, melhora
propriedades mecânicas e melhora a conformabilidade. Uma das características mais importantes
do Níquel é o seu efeito em promover a repassivação da camada de óxido caso ela seja
danificada, principalmente em ambientes redutores. O Ni também pode ser detrimental, como no
caso da Corrosão sob Tensão (CST), que atinge seu pior caso na faixa de 8-10%, vindo a ser
completamente restaurada acima de 30%.
O Manganês em quantidades moderadas, promove efeitos semelhantes ao do Ni. O
problema do manganês é que ele reage com o Enxofre nos aços inoxidáveis formando sulfetos,
os quais, dependendo da sua morfologia e composição podem afetar a resistência à corrosão, em
particular ao “pitting”.
O Molibdênio em combinação com o Cr é muito efetivo em estabilizar a camada
passivada na presença de cloretos. O Mo é extremamente efetivo em aumentar a resistência à
iniciação do pitting.
O Carbono permite o endurecimento do aço através de tratamento térmico, que é a base
dos aços martensíticos, além de promover resistência mecânica em alta temperatura. O carbono
tem dois efeitos nocivos importantes, que é a reação com o Cr precipitando carbetos
(sensitização), além de reduzir nos aços ferríticos a tenacidade.
O Nitrogênio aumenta muito a resistência ao pitting, além de aumentar a resistência
mecânica.Nos aços duplex ele é essencial pois aumenta a presença de austenita, e a sua
resistência à corrosão. Para os aços ferríticos ele é detrimental às propriedades mecânicas
(fragilização).
Variando a concentração deste elementos de liga na composição do aço inoxidável,
pode-se obter as mais variadas propriedades, tanto mecânicas quanto relativas à corrosão.
Para facilitar o agrupamento destas ligas, elas foram divididas em famílias,
caracterizadas pela fase predominante na sua microestrutura, e mais conhecidos pela
denominação:
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A seguir vamos descrever algumas das propriedades que caracterizam cada uma destas
famílias.
São essencialmente ligas de ferro, cromo e carbono com uma microestrutura que pode
variar desde ferrita mais martensita, martensita revenida, até ferrita mais martensita revenida, ver
Figura abaixo.
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Figura 2 – A fotomicrografia da esquerda mostra um aço martensítico 422 com microestrutura composta por
ferrita mais martensita revenida com precipitação de carbetos. Na fotomicrografia da direita mostra um aço
martensítico 430 com uma microestrutura de ferrita mais martensita.
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Tabela 1 – Tipos de aços inoxidáveis martensíticos
Martensitic types
410 S41000 0.15 1.00 1.00 11.5-13.5 ... 0.04 0.03 ...
414 S41400 0.15 1.00 1.00 11.5-13.5 1.25-2.50 0.04 0.03 ...
416 S41600 0.15 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.15 min 0.6 Mo(b)
416Se S41623 0.15 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.06 0.15 min Se
420 S42000 0.15 min 1.00 1.00 12.0-14.0 ... 0.04 0.03 ...
420F S42020 0.15 min 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.15 min 0.6 Mo(b)
0.75-1.25 Mo;
422 S42200 0.20-0.25 1.00 0.75 11.5-13.5 0.5-1.0 0.04 0.03 0.75-1.25 W;
0.15-0.3 V
431 S43100 0.20 1.00 1.00 15.0-17.0 1.25-2.50 0.04 0.03 ...
440A S44002 0.60-0.75 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo
440B S44003 0.75-0.95 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo
440C S44004 0.95-1.20 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo
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Figura 3 - Evolução das famílias de aços inoxidáveis martensíticos
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Figura 4 – Diagrama de fases binário Fe-Cr
Nele observa-se que acima de 12% Cr, as ligas binárias não formam austenita quando
aquecidos a qualquer temperatura, ou seja, não podem ser endurecidos por transformação
martensítica. No entanto, adições de carbono tornam estas ligas passíveis de transformarem-se
martensiticamente nestes níveis de concentração de cromo. Abaixo pode ser observado o efeito
do teor de carbono em duas ligas, uma com 13% Cr e outra com 17% Cr. Vale destacar em
particular a formação da fase “sigma (σ)” com composição próxima a 50% entre cromo e ferro, a
qual tem por característica ser muito frágil, promovendo queda de tenacidade no material quando
a mesma se forma.
Verifica-se que, embora o cromo seja um fortíssimo estabilizador da ferrita, a presença do
carbono em maiores concentrações promove a estabilização da austenita mesmo na liga com
17% Cr, o permite a mesma ser endurecida por transformação martensítica. Como no início do
século, quando as propriedades inoxidáveis dos aços no sistema ferro-cromo foram descobertas,
era muito difícil remover o carbono do aço, o que determinou serem martensíticos os primeiros
aços inoxidáveis descobertos.
O carbono é o responsável pela dureza destes aços, com teores de 0,1% já se obtém
durezas na faixa de HRc 35, enquanto que atinge o valor de HRc 60 com cerca de 0,5%, não
aumentando muito mais com teores acima deste. A liga protótipo é a 410 com 12Cr-0,10C, que
garante uma transformação para 100% de martensita.
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Figura 5 – Seção de diagrama ternário Fe-Cr-C. (a) 13% Cr. (b) 17% Cr.
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Figura 6 – Efeito das temperatura de austenitização e de revenimento para as propriedades mecânicas do aço
inoxidável martensítico 410.
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Tabela 2 – Tipos de aços inoxidáveis ferríticos
Ferritic types
409 S40900 0.08 1.00 1.00 10.5-11.75 0.50 0.045 0.045 6 × %C min - 0.75 max Ti
429 S42900 0.12 1.00 1.00 14.0-16.0 ... 0.04 0.03 ...
430 S43000 0.12 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 ...
0.15
430F S43020 0.12 1.25 1.00 16.0-18.0 ... 0.06 0.6 Mo(b)
min
430FSe S43023 0.12 1.25 1.00 16.0-18.0 ... 0.06 0.06 0.15 min Se
434 S43400 0.12 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75-1.25 Mo
442 S44200 0.20 1.00 1.00 18.0-23.0 ... 0.04 0.03 ...
446 S44600 0.20 1.50 1.00 23.0-27.0 ... 0.04 0.03 0.25 N
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Figura 7 – Características do aço 430 trabalhado a frio, em comparação com o aço 304.
Podemos notar que conforme se desenvolve a formação da fase α’, o material aumenta a
sua dureza, apresentando também aumento nas propriedades sob tração, escoamento e
resistência, mas perde a ductilidade. A tenacidade também diminui, atingindo seu menor nível aos
475ºC.
Estes aços apresentam uma estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC), conforme
Figura abaixo. Verificar contornos de grão “paralelos”, que são maclas de recozimento,
características de ligas austeníticas
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Figura 9 – Aço inoxidável série 300 recozido.
Os aços inox austeníticos são melhor representados pelo diagrama de equilíbrio ternário,
ferro-cromo-níquel. Em temperaturas na faixa de 1150ºC alguma ferrita-δ é formada, ver figura
abaixo.
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FIGURA – Micrografias mostrando matriz austenítica com Ferrita δ indicada por setas.
3.3.1.1 Sensitização
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FIGURA – Fragilização de um aço inoxidável 304 após sensitização.
O gráfico mostra que para ocorrer a sensitização em um aço com 0,08%C, teor normalmente
encontrado nos aços 304 e 316, é de apenas alguns segundos. No entanto, para aços com 0,03% C,
teor encontrado nos aços tipo 304L ou 316L, seria necessário quase 10 horas.
Outro método para se evitar a sensitização é o uso de aços estabilizados. Estes aços contém titânio e
ou nióbio, esses elementos têm afinidade com carbono que formam carbetos prontamente, isso evita
a formação dos carbetos de cromo e consequentemente a perda de cromo na solução sólida da
austenita. Os tipos 304L ou 316L podem evitar a sensitização durante períodos de permanência nas
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temperaturas críticas em processos de soldagem, mas não impedirão que o fenômeno ocorra em
períodos de permanência longos nesta temperatura.
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FIGURA – Influência do tempo e temperatura de envelhecimento na energia de impacto na
temperatura ambiente de um aço inoxidável 310.
CST é um termo genérico que descreve a nucleação e crescimento de trincas em um material sob a
ação combinada de tensão tratativa (aplicada ou residual) e um meio corrosivo. Devido a
susceptibilidade dos aços inoxidáveis a CST dependerem de fatores tais como composição química
da liga, microestrutura, e histórico térmico, estas ligas apresentam este fenômeno em vários meios.
Em especial, será aqui abordada a CST em aços inoxidáveis austeníticos em meio rico em íons
cloreto.
A sensitização é fator detrimental para a ocorrência de CST em alguns meios, embora para soluções
contendo ions cloreto não se aplique, pois neste caso a propagação das trincas é transgranular, isto
é, atravessa o interior dos grãos. A CST em meios contendo cloretos, foi muito estudada utilizando-
se como referência soluções de cloreto de magnésio em ebulição.
A avaliação da CST em um aço inox com 18-20% Cr e teor de níquel variado, pode ser vista na
figura abaixo. Nela nota-se que este teor de cromo apresenta o pior efeito, isto é o menor tempo até
ocorrer o trincamento, exatamente no teor de níquel que caracteriza a liga padrão dos inox
austeníticos, que é a 8% Ni-18% Cr que equivale ao tipo 304. Outro efeito importante é o aumento
do tempo para trincamento com a adição de níquel à liga.
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Ao avaliar-se o efeito no KISCC (equivale ao KIc em meio que ocorre CST) do teor de Ni das ligas,
com Cr variando entre 15,5 e 21%, verificou-se que as conjugações Cr-Ni onde o percentual de
níquel era superior a 25%, mostravam-se praticamente imunes ao fenômeno em soluções aeradas
com 22% NaCl a 105ºC. Isto pode ser comprovado pela observação da figura abaixo.
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O efeito da tensão no fenômeno pode ser observado na figura a seguir, onde verifica-se que
reduzindo-se a tensão aplicada, o tempo necessário para ocorrer o a ruptura do componente
aumenta, e aparece uma tensão limite mínima em que a CST passa a ocorrer em tempos
extremamente longos. Pode-se ainda notar que quanto maior o teor de níquel no aço, maiores são os
tempos e tensões necessários para ocorrer a fratura do material. Isto define, de forma geral, o efeito
benéfico do Níquel no aumento da resistência à CST nos aços inoxidáveis austeníticos.
Estes aços têm como característica principal uma microestrutura mista de austenita+ferrita, como
pode ser visto na Figura abaixo. Na micrografia (a) os grãos claros são a austenita e os escuros a
ferrita. Nas micrografias (b) e (c) os pontos mais escuros mostram a formação de Fase σ com o
envelhecimento deste aço na temperatura de 800ºC.
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FIGURA – (a) Aço Duplex 2205 Recozido à 1200ºC. (b) Aço Duplex 2205 envelhecido à 800ºC
durante 4 horas, produzindo Fase σ (pontos escuros). (c) Aço Duplex 2205 envelhecido à 800ºC
durante 8 horas, produzindo ainda mais Fase σ (pontos escuros).
Os aços inoxidáveis Duplex também apresentam a formação de Ferrita δ na sua matriz. Este tipo de
ferrita mostrou que ela melhora a resistência à corrosão sob tensão, além de aumentar o limite de
escoamento e a tensão de ruptura. Outro efeito da presença desta fase é o refino de grão que ela
promove, que seria uma das causas do efeito de aumento das propriedades sob tração.
Os aços duplex estão sujeitos à fragilização aos 475ºC (370-490ºC) e à formação de Fase σ entre
650 e 815ºC. Devido a estas características, estes aços não são adequados para aplicações em altas
temperaturas.
A evolução geral dos aços inoxidáveis pode ser acompanhado pelo diagrama abaixo.
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Nela pode ser a vista a evolução das adições de elementos de liga, em cada família, para promover
propriedades específicas requeridas por aplicações características.
Tabela – Outros aços inoxidáveis não normalizados (na realidade alguns já estão)
UNS
Composition, %(b)
designatio
Designation(a) n C Mn Si Cr Ni P S Other
Austenitic stainless steels
Gall-Tough S20161 0.15 4.00- 3.00 15.00 4.00- 0.04 0.04 0.08-0.20 N
6.00 -4.0 -18.0 6.00 0 0
0 0
203 EZ S20300 0.08 5.0-6. 1.00 16.0- 5.0-6. 0.04 0.18- 0.5 Mo;
(XM-1) 5 18.0 5 0 0.35 1.75-2.25 Cu
Nitronic 50 S20910 0.06 4.0-6. 1.00 20.5- 11.5- 0.04 0.03 1.5-3.0 M;
(XM-19) 0 23.5 13.5 0 0 0.2-0.4 N;
0.1-0.3 Nb;
0.1-0.3 V
Tenelon S21400 0.12 14.5- 0.3- 17.0- 0.75 0.04 0.03 0.35 N
(XM-31) 16.0 1.0 18.5 5 0
Cryogenic S21460 0.12 14.0- 1.00 17.0- 5.0-6. 0.06 0.03 0.35-0.50 N
Tenelon 16.0 19.0 0 0 0
(XM-14)
Esshete 1250 S21500 0.15 5.5-7. 1.20 14.0- 9.0-1 0.04 0.03 0.003-0.009 B;
0 16.0 1.0 0 0 0.75-1.25 Nb;
0.15-0.40 V
Type 216 S21600 0.08 7.5-9. 1.00 17.5- 5.0-7. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(XM-17) 0 22.0 0 5 0 0.25-0.50 N
Type 216 L S21603 0.03 7.5-9. 1.00 17.5- 7.5-9. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(XM-18) 0 22.0 0 5 0 0.25-0.50 N
Nitronic 60 S21800 0.10 7.0-9. 3.5- 16.0- 8.0-9. 0.04 0.03 0.08-0.18 N
0 4.5 18.0 0 0 0
Nitronic 40 S21900 0.08 8.0-1 1.00 19.0- 5.5-7. 0.06 0.03 0.15-0.40 N
(XM-10) 0.0 21.5 5 0 0
21-6-9 LC S21904 0.04 8.00- 1.00 19.00 5.50- 0.06 0.03 0.15-0.40 N
10.00 -21.5 7.50 0 0
0
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Nitronic 33 S24000 0.08 11.50 1.00 17.00 2.50- 0.06 0.03 0.20-0.40 N
(18-3-Mn) -14.5 -19.0 3.75 0 0
0 0
Nitronic 32 S24100 0.15 11.00 1.00 16.50 0.50- 0.06 0.03 0.20-0.45 N
(18-2-Mn) -14.0 -19.5 2.50 0 0
0 0
18-18 Plus S28200 0.15 17.0- 1.00 17.5- ... 0.04 0.03 0.5-1.5 Mo;
19.0 19.5 5 0 0.5-1.5 Cu;
0.4-0.6 N
303 Plus X S30310 0.15 2.5-4. 1.00 17.0- 7.0-1 0.02 0.25 0.6 Mo
(XM-5) 5 19.0 0.0 0 min
MVMA(c) S30415 0.05 0.60 1.30 18.5 9.50 ... ... 0.15 N; 0.04 Ce
304BI(d) S30424 0.08 2.00 0.75 18.00 12.00 0.04 0.03 0.10 N;
-20.0 -15.0 5 0 1.00-1.25 B
0 0
304 HN S30452 0.04- 2.00 1.00 18.0- 8.0-1 0.04 0.03 0.16-0.30 N
(XM-21) 0.10 20.0 0.5 5 0
Cronifer 1815 S30600 0.01 2.00 3.7- 17.0- 14.0- 0.02 0.02 0.2 Mo
LCSi 8 4.3 18.5 15.5 0 0
RA 85 H(c) S30615 0.20 0.80 3.50 18.5 14.50 ... ... 1.0 Al
253 MA S30815 0.05- 0.80 1.4- 20.0- 10.0- 0.04 0.03 0.14-0.20 N;
0.10 2.0 22.0 12.0 0 0 0.03-0.08 Ce;
1.0 Al
Type 309 S Cb S30940 0.08 2.00 1.00 22.0- 12.0- 0.04 0.03 10 × %C min
24.0 15.0 5 0 to 1.10 max Nb
Type 310 Cb S31040 0.08 2.00 1.50 24.0- 19.0- 0.04 0.03 10 × %C min
26.0 22.0 5 0 to 1.10 max Nb
+ Ta
254 SMO S31254 0.02 1.00 0.80 19.50 17.50 0.03 0.01 6.00-6.50 Mo;
0 -20.5 -18.5 0 0 0.50-1.00 Cu;
0 0 0.180-0.220 N
Type 316 Ti S31635 0.08 2.00 1.00 16.0- 10.0- 0.04 0.03 5 × %(C + N)
18.0 14.0 5 0 min to 0.70
max Ti; 2.0-3.0
Mo; 0.10 N
Type 316 Cb S31640 0.08 2.00 1.00 16.0- 10.0- 0.04 0.03 10 × %C min
18.0 14.0 5 0 to 1.10 max Nb
+ Ta; 2.0-3.0
Mo; 0.10 N
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Type 316 HQ ... 0.03 2.00 1.00 16.00 10.00 0.03 0.01 3.00-4.00 Cu;
0 -18.2 -14.0 0 5 2.00-3.00 Mo
5 0
Type 317 LM S31725 0.03 2.00 1.00 18.0- 13.5- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
20.0 17.5 5 0 0.10 N
17-14-4 LN S31726 0.03 2.00 0.75 17.0- 13.5- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
20.0 17.5 5 0 0.10-0.20 N
Type 317 LN S31753 0.03 2.00 1.00 18.0- 11.0- 0.03 0.03 3.0-4.0 Mo;
20.0 15.0 0 0 0.10-0.22 N
Type 370 S37000 0.03- 1.65- 0.5- 12.5- 14.5- 0.04 0.01 1.5-2.5 Mo;
0.05 2.35 1.0 14.5 16.5 0 0 0.1-0.4 Ti;
0.005 N; 0.05
Co
18-18-2 S38100 0.08 2.00 1.5- 17.0- 17.5- 0.03 0.03 ...
(XM-15) 2.5 19.0 18.5 0 0
19-9 DL S63198 0.28- 0.75- 0.03 18.0- 8.0-1 0.04 0.03 1.0-1.75 Mo;
0.35 1.50 -0.8 21.0 1.0 0 0 0.1-0.35 Ti;
1.0-1.75 W;
0.25-0.60 Nb
20Cb-3 N08020 0.07 2.00 1.00 19.0- 32.0- 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
21.0 38.0 5 5 3.0-4.0 Cu; 8 ×
%C min to 1.00
max Nb
20Mo-4 N08024 0.03 1.00 0.50 22.5- 35.0- 0.03 0.03 3.50-5.00 Mo;
25.0 40.0 5 5 0.50-1.50 Cu;
0.15-0.35 Nb
20Mo-6 N08026 0.03 1.00 0.50 22.00 33.00 0.03 0.03 5.00-6.70 Mo;
-26.0 -37.2 2.00-4.00 Cu
0 0
Sanicro 28 N08028 0.02 2.00 1.00 26.0- 29.5- 0.02 0.01 3.0-4.0 Mo;
28.0 32.5 0 5 0.6-1.4 Cu
AL-6X N08366 0.03 2.00 1.00 20.0- 23.5- 0.03 0.03 6.0-7.0 Mo
5 22.0 25.5 0 0
AL-6XN N08367 0.03 2.00 1.00 20.0- 23.50 0.04 0.03 6.00-7.00 Mo;
0 22.0 -25.5 0 0 0.18-0.25 N
0
!28
JS-700 N08700 0.04 2.00 1.00 19.0- 24.0- 0.04 0.03 4.3-5.0 Mo; 8 ×
23.0 26.0 0 0 %C min to 0.5
max Nb; 0.5
Cu; 0.005 Pb;
0.035 S
Type 332 N08800 0.01 1.50 1.00 19.0- 30.0- 0.04 0.01 0.15-0.60 Ti;
23.0 35.0 5 5 0.15-0.60 Al
904L N08904 0.02 2.00 1.00 19.0- 23.0- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
23.0 28.0 5 5 1.0-2.0 Cu
Cronifer 1925 N08925 0.02 1.00 0.50 24.0- 19.0- 0.04 0.03 6.0-7.0 Mo;
hMo 26.0 21.0 5 0 0.8-1.5 Cu;
0.10-0.20 N
Cronifer 2328 ... 0.04 0.75 0.75 22.0- 26.0- 0.03 0.01 2.5-3.5 Cu;
24.0 28.0 0 5 0.4-0.7 Ti;
2.5-3.0 Mo
Ferritic stainless steels
18-2 FM S18200 0.08 1.25- 1.00 17.5- ... 0.04 0.15 1.5-2.5 Mo
(XM-34) 2.50 19.5 0 min
Type 430 Ti S43036 0.10 1.00 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.03 5 × %C min to
19.5 0 0 0.75 max Ti
Type 441 S44100 0.03 1.00 1.00 17.5- 1.00 0.04 0.04 0.3 + 9 × (%C)
19.5 0 0 min to 0.90
max Nb;
0.1-0.5 Ti; 0.03
N
E-Brite 26-1 S44627 0.01 0.40 0.40 25.0- 0.50 0.02 0.02 0.75-1.5 Mo;
27.0 0 0 0.05-0.2 Nb;
0.015 N; 0.2
Cu
MONIT S44635 0.02 1.00 0.75 24.5- 3.5-4. 0.04 0.03 3.5-4.5 Mo; 0.2
(25-4-4) 5 26.0 5 0 0 + 4 (%C + %N)
min to 0.8 max
(Ti + Nb);
0.035 N
Sea-Cure S44660 0.02 1.00 1.00 25.0- 1.5-3. 0.04 0.03 2.5-3.5 Mo; 0.2
(SC-1) 5 27.0 5 0 0 + 4 (%C + %N)
min to 0.8 max
(Ti + Nb);
0.035 N
!29
AL 29-4C S44735 0.03 1.00 1.00 28.0- 1.00 0.04 0.03 3.60-4.20 Mo;
0 30.0 0 0 0.20-1.00 Ti +
Nb and 6 (%C
+ %N) min Ti
+ Nb; 0.045 N
AL 29-4-2 S44800 0.01 0.30 0.20 28.0- 2.0-2. 0.02 0.02 3.5-4.2 Mo;
30.0 5 5 0 0.15 Cu; 0.02
N; 0.025 max
(%C + %N)
18 SR(c) ... 0.04 0.30 1.00 18.0 ... ... ... 2.0 Al; 0.4 Ti
12 SR(c) ... 0.02 ... 0.50 12.0 ... ... ... 1.2 Al; 0.3 Ti
406 ... 0.06 1.00 0.50 12.0- 0.50 0.04 0.03 2.75-4.25 Al;
14.0 0 0 0.6 Ti
408 Cb ... 0.03 0.2-0. 0.2- 11.75 0.45 0.03 0.02 0.75-1.25 Al;
5 0.5 -12.2 0 0 0.65-0.75 Nb;
5 0.3-0.5 Ti; 0.03
N
ALFA IV ... 0.03 0.50 0.60 19.0- 0.45 0.03 0.00 4.75-5.25 Al;
21.0 5 5 0.005-0.035
Ce; 0.03 N
Sealmet 1 ... 0.08 0.5-0. 0.3- 28.0- 0.40 0.03 0.01 0.04 N
8 0.6 29.0 0 5
Duplex stainless steels
44LN S31200 0.03 2.00 1.00 24.0- 5.50- 0.04 0.03 1.20-2.00 Mo;
0 26.0 6.50 5 0 0.14-0.20 N
DP-3 S31260 0.03 1.00 0.75 24.0- 5.50- 0.03 0.03 2.50-3.50 Mo;
0 26.0 7.50 0 0 0.20-0.80 Cu;
0.10-0.30 N;
0.10-0.50 W
3RE60 S31500 0.03 1.20- 1.40 18.00 4.25- 0.03 0.03 2.50-3.00 Mo
0 2.00 -2.0 -19.0 5.25 0 0
0 0
2205 S31803 0.03 2.00 1.00 21.0- 4.50- 0.03 0.02 2.50-3.50 Mo;
0 23.0 6.50 0 0 0.08-0.20 N
2304 S32304 0.03 2.50 1.0 21.5- 3.0-5. 0.04 0.04 0.05-0.60 Mo;
0 24.5 5 0 0 0.05-0.60 Cu;
0.05-0.20 N
!30
Uranus 50 S32404 0.04 2.00 1.0 20.5- 5.5-8. 0.03 0.01 2.0-3.0 Mo;
22.5 5 0 0 1.0-2.0 Cu;
0.20 N
Ferralium 255 S32550 0.04 1.50 1.00 24.0- 4.50- 0.04 0.03 2.00-4.00 Mo;
27.0 6.50 1.50-2.50 Cu;
0.10-0.25 N
7-Mo PLUS S32950 0.03 2.00 0.60 26.0- 3.50- 0.03 0.01 1.00-2.50 Mo;
29.0 5.20 5 0 0.15-0.35 N
Martensitic stainless steels
Type 410S S41008 0.08 1.00 1.00 11.5- 0.60 0.04 0.03 ...
13.5 0 0
Type 410 Cb S41040 0.15 1.00 1.00 11.5- ... 0.04 0.03 0.05-0.20 Nb
(XM-30) 13.5 0 0
E4 S41050 0.04 1.00 1.00 10.5- 0.60- 0.04 0.03 0.10 N
12.5 1.1 5 0
CA6NM S41500 0.05 0.5-1. 0.60 11.5- 3.5-5. 0.03 0.03 0.5-1.0 Mo
0 14.0 5 0 0
416 Plus X S41610 0.15 1.5-2. 1.00 12.0- ... 0.06 0.15 0.6 Mo
(XM-6) 5 14.0 0 min
Type 418 S41800 0.15- 0.50 0.50 12.0- 1.8-2. 0.04 0.03 2.5-3.5 W
(Greek 0.20 14.0 2 0 0
Ascolloy)
TrimRite S42010 0.15- 1.00 1.00 13.5- 0.25- 0.04 0.03 0.40-1.00 Mo
0.30 15.0 1.00 0 0
Type 420 F Se S42023 0.3-0 1.25 1.00 12.0- ... 0.06 0.06 0.15 min Se;
.4 14.0 0 0 0.6 Zr; 0.6 Cu
Lapelloy S42300 0.27- 0.95- 0.50 11.0- 0.50 0.02 0.02 2.5-3.0 Mo;
0.32 1.35 12.0 5 5 0.2-0.3 V
Type 440 F S44020 0.95- 1.25 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.10- 0.08 N
1.20 18.0 0 0.35
Type 440 F Se S44023 0.95- 1.25 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.03 015 min Se;
1.20 18.0 0 0 0.60 Mo
Precipitation-hardening stainless steels
PH 14-4 Mo S14800 0.05 1.00 1.00 13.75 7.75- 0.01 0.01 2.0-3.0 Mo;
-15.0 8.75 5 0 0.75-1.50 Al
PH 15-7 Mo S15700 0.09 1.00 1.00 14.0- 6.5-7. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(Type 632) 16.0 75 0 0 0.75-1.5 Al
!31
AM-350 (Type S35000 0.07- 0.5-1. 0.50 16.0- 4.0-5. 0.04 0.03 2.5-3.25 Mo;
633) 0.11 25 17.0 0 0 0 0.07-0.13 N
AM-355 (Type S35500 0.10- 0.5-1. 0.50 15.0- 4.0-5. 0.04 0.03 2.5-3.25 Mo;
634) 0.15 25 16.0 0 0 0 0.07-0.13 N
Custom 450 S45000 0.05 1.00 1.00 14.0- 5.0-7. 0.03 0.03 1.25-1.75 Cu;
(XM-25) 16.0 0 0 0 0.5-1.0 Mo; 8 ×
%C min Nb
Custom 455 S45500 0.05 0.50 0.50 11.0- 7.5-9. 0.04 0.03 1.5-2.5 Cu;
(XM-16) 12.5 5 0 0 0.8-1.4 Ti;
0.1-0.5 Nb; 0.5
Mo
!32