Art - A Kenosis
Art - A Kenosis
A Kénosis da Trindade1
Resumo Abstract
Este artigo apresenta a kénosis This article represent the Kénosis
da Santíssima Trindade, manifestada of the Hole Trinity expressed in the
na história de seu povo, como resposta history of its people, as an answer to
a um mundo globalizado, veloz, porém a globalized world, fast but cold, dis-
frio, distante e egoísta. Kénosis é o tant and selfish. Kénosis is the act of
ato de se esvaziar de si mesmo, sem emptying yourself without losing your
perder a própria identidade, para se identity, to get open to others and find
fazer abertura ao outro e se encontrar yourself in others. It is the calling from
no outro. Ela é um chamado do Pai ao the Father to the theologian, from him
teólogo a ser discípulo-missionário de to be can Jesus’s disciple and mission-
Jesus pela força, sabedoria e coragem ary through the power, wisdom and
do Espírito Santo para assim ser sinal braveness of the Hole Spirit, from him
e seta, hoje. to be signal and arrow today.
Palavras Chaves: Kénosis - Key Words: Kénosis – Trinity
Santíssima Trindade – Ser Humano – Human Been – Theologian – Actu-
– Teólogo – Tempos Atuais ally Time
1
Este trabalho tem como base a monografia de Eduardo dos Santos. O qual foi apresentado
no V Congresso de Teologia do Estado de São Paulo, em São Paulo capital, e no II Con-
gresso Internacional de Estudante de Teologia, em Quito – Equador.
O II CIET preza por valorizar e incentivar a construção teológica dos estudantes de Teologia.
Foi uma experiência inesquecível e enriquecedora. Algumas realidades arderam em nossos
corações: o valor da diversidade de vivências, de teologia; a imensidão e riqueza de nossa
Introdução
1. O que é kénosis
KOUBETCH, Volodemer. Da criação a parúsia – linhas mestras da teologia cristã oriental.
São Paulo: Paulinas, 2004. Pp. 188.
XAVIER, Donizete José. A teologia da Santíssima Trindade – Kénosis das Pessoas Divinas
como manifestações do amor e da misericórdia. São Paulo: Palavra e Prece Editora, 2005
Pp. 87.
Termo utilizado pelos Padres da Igreja para especificar o amor louco de Deus pelo humano,
totalmente desinteressado e fruto da suprema liberdade divina. Cf. KOUBETCH. Da criação
à parúsia, pp. 94.
2. Kénosis do Filho
Ibidem. Pp. 984
XAVIER. A teologia da Santíssima Trindade. Pp. 87
Aqui distingo servo de escravo. Escravo é aquele que faz serviços forçados, obrigados. Servo
serve livremente, por vontade e escolha própria. Jesus se fez servo por amor incondicional
e plenamente livre. Implicará uma relação de confiança e amor.
XAVIER. A teologia da Santíssima Trindade. Pp. 97
Retrata as lagrimas de Jesus quando chora pela morte de Lazaro (Jo 11, 22-43) e quando
chora sobre Jerusalém que não queria se converter (Lc 19, 41-44).
10
MOLTMANN, Trindade e Reino de Deus. Pp. 79
11
KOUBETCH, Da criação à parúsia. Pp. 89.
12
Ibidem, Pp. 91.
13
Ibidem. Pp. 92
14
Evdokimov, Paul. L’amore folle di Dio. 2.ed. Roma, Paoline, 1983. Col. Dimensioni dello
Spirito – 4, apud KOUBETCH, Da criação à parúsia. Pp. 93.
15
KOUBETCH, Da criação à parúsia, pp. 97.
Conclusão
16
Ibidem, pp. 98.
Por fim, o terceiro e definitivo encontro com Deus, pois quem não se
encontra com a criatura, não se encontra com o Criador. Ele, que vem de
encontro ao humano, e o humano, em resposta, que vai de encontro Dele.
Assim desce ao humano e se esvazia para se relacionar, para conhecer e
se tornar conhecido. E o humano, que tem de se esvaziar do seu orgulho,
prepotência, de si mesmo, abandonar-se na mão de Deus para se encontrar
e encontrar a Deus, para se conhecer e conhecer a Deus.
O teólogo é chamado pelo Pai a viver o amor kenótico sendo discípulo
e missionário de Jesus pela força, sabedoria e coragem do Espírito Santo.
Repetimos aqui as palavras do Prof. Ms. Donizete José Xavier orientador
deste estudo (professor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assun-
ção e de outras), na Revista de Cultura Teológica da Pontifícia Faculdade
de Teologia Nossa Senhora da Assunção17:
A compaixão do bom pastor é a força de Deus dissimulada nas
atitudes e nas palavras de Jesus, não aceita por um sistema
detentor de um poder e de uma força hegemônica e avassaladora
que gera assustadoramente novos campos de concentrações
e de pobrezas. Auschwitz, metáfora da exclusão, é, hoje, lá
onde o Deus onipotente está enforcado com os enforcados,
morto com os mortos, pobre com os pobres, vitimados com
todas as vítimas, sofrendo com todos os sofredores. A vida
dos pobres e dos excluídos, dos considerados não-humanos,
dos injustiçados torna-se cada vez mais um lugar teológico.
Nela, e a partir dela, cada humano deve lançar o seu grito de
indignação e o teólogo compreendê-la como lugar hermenêu-
tico. Ao perguntar-se onde está Deus frente às atrocidades,
violências e pobrezas estigmatizadas, saberá que Deus está
ali, kenóticamente apresentado, revelando-se oculto e escondido
dentro desta impotência revelatória, na qual ele já não parece
nem mesmo ser Deus e nem mesmo humano, manifestando
assim, a sua onipotência de Amor. Descobrir um Deus kenótico
é experimentá-lo na história, não como um mago ou curandeiro,
capaz de determinar, a toque de magia, o desdobramento desta
17
XAVIER. Donizete José. A Kenosis da Trindade. Revista de Cultura Teológica, São Paulo,
v. 15, n. 59, p. 43-63, abr/jun 2007.
Bibliografia