Resumo As Seis Lições
Resumo As Seis Lições
Resumo As Seis Lições
Ludwig von Mises — o grande economista do século XX — proferiu seis palestras em Buenos
Aires na Argentina em 1959, reproduzidas neste livro.
Alguns meses antes, Perón havia sido forçado a deixar o país após uma desastrosa presidência que
comprometeu a base econômica argentina, e cujos efeitos perduram até hoje.
Mises usou uma linguagem coloquial apropriada para a plateia de empresários, professores, e
estudantes. Ele dissecou as falhas do socialismo e das políticas assistencialistas, e ilustrou os
benefícios que consumidores e trabalhadores obtêm quando são livres para empreender, para
traçar seus destinos e para realizar seus desejos. Mises mostrou que as liberdades individuais
(privacidade, as liberdades de expressão, de associação, de ir e vir, entre outras) são indissociáveis
da liberdade econômica (liberdade de empreender e de comercializar, sem interferência
governamental), e que são meramente ilusórias sem esta.
1 O SOCIALISMO
Que vem a ser economia livre? Que significa esse sistema de liberdade econômica? A
resposta é simples: é a economia de mercado, é o sistema em que a cooperação dos indivíduos na
divisão social do trabalho se realiza pelo mercado. E esse mercado não é um lugar: é um
processo, é a forma pela qual, ao vender e comprar, ao produzir e consumir, as pessoas estão
contribuindo para o funcionamento global da sociedade.
FUNÇÃO DE UM GOVERNO: Compete a ele fazer todas as coisas para as quais ele
é necessário e para as quais foi instituído. Tem o dever de proteger as pessoas dentro do país
contra as investidas violentas e fraudulentas de bandidos, bem como de defender o país contra
inimigos externos. São estas as funções do governo num sistema livre, no sistema da economia de
mercado. Mas na economia de mercado, a principal incumbência do governo é proteger o
funcionamento harmônico desta economia contra a fraude ou a violência originadas dentro ou fora
do país.
Já se disse que, nas condições atuais, não temos mais uma economia de mercado
livre. O que temos nas condições presentes é algo a que se dá o nome de “economia mista”. E
como provas da efetividade dessa nossa “economia mista”, apontam-se as muitas empresas de que
o governo é proprietário e gestor. A economia é mista, diz-se, porque, em muitos países,
determinadas instituições – como as companhias de telefone e telégrafo, as estradas de ferro – são
de posse do governo e administradas por ele. Não há dúvida de que algumas dessas instituições e
empresas são geridas pelo governo.
Mas esse fato não é suficiente para alterar o caráter do nosso sistema econômico.
Nem sequer significa que se tenha instalado um “pequeno socialismo” no âmago do que seria –
não fosse a intrusão dessas empresas de gestão governamental – a economia de mercado livre e
não socialista. Isto porque o governo, ao dirigir essas empresas, está subordinado à supremacia do
mercado, o que significa que está subordinado à supremacia dos consumidores.
O que lhes apresentei aqui, nesta explanação esquemática e teórica, foi precisamente
o que ocorreu nos países que tentaram impor preços máximos, países cujos governos foram
teimosos o bastante para avançarem passo a passo até a própria derrocada. Foi o que aconteceu,
na Primeira Guerra Mundial, com a Alemanha e a Inglaterra.
A INFLAÇÃO
A cada momento, portanto, são diferentes os grupos da população que estão sendo
diretamente afetados pela inflação. Para alguns deles, a inflação não é tão má assim, e eles
chegam até a defender seu prolongamento, visto serem os primeiros a dela se beneficiarem.
Veremos na próxima palestra como essa disparidade de consequências afeta vitalmente a política
que conduz à inflação. Subjacente a todas as modificações produzidas pela inflação, está o fato de
que, além de haver grupos que são por ela favorecidos, há outros que a exploram diretamente.
A inflação é uma política, – uma política premeditada, adotada por pessoas que a ela
recorrem por considerá-la um mal menor que o desemprego. Mas o fato é que, a não ser em
curtíssimo prazo, a inflação não cura o desemprego. A inflação é uma política. E uma política
pode ser alterada.
CAPÍTULO V
QUINTA LIÇÃO
INVESTIMENTO EXTERNO
De qualquer modo, o fato de outras nações só terem começado mais tarde seus
investimentos e de os britânicos não terem parado de investir capital fez permanecer uma grande
diferença entre as condições econômicas da Inglaterra e as desses outros países.
CAPÍTULO VI
SEXTA LIÇÃO
POLÍTICA E IDEIAS
Não há dúvida de que experimentamos, nos séculos XIX e XX, um progresso sem
precedentes das condições econômicas, progresso este que tornou possível a uma população muito
maior viver num padrão de vida muito superior ao de épocas anteriores. Mas sabemos, também,
que muitas das esperanças dos filósofos do século XVIII foram atrozmente estilhaçadas –
esperanças de que não haveria mais guerras e de que as revoluções se tornariam desnecessárias.
Essas esperanças não se concretizaram.
Essa independência, no entanto, não existe. O homem não é um ser que tenha, por
um lado, uma dimensão econômica e, por outro, uma dimensão política, dissociadas uma da outra.
Na verdade, aquilo a que comumente se dá o nome de deterioração da liberdade, do governo
constitucional e das instituições representativas, nada mais é que a consequência da mudança
radical das ideias políticas e econômicas. Os eventos políticos são a consequência inevitável da
mudança das políticas econômicas.