Critica de Silvio Romero Tobias Barreto de Menezes Como Poeta Na Revista Brasileira de Abril A Junho de 1881
Critica de Silvio Romero Tobias Barreto de Menezes Como Poeta Na Revista Brasileira de Abril A Junho de 1881
Critica de Silvio Romero Tobias Barreto de Menezes Como Poeta Na Revista Brasileira de Abril A Junho de 1881
outras idéas.
A escola por elle fundada no Recife, tive occasião de a com
bater por vezes na pessoa de alguns de seus sectarios. (1)
Já se vê, pois, que o meu enthusiasmo admitte certas ex
cepções e com o proprio poeta aprendi a ter o pensamento au-
tonomico. Posso julgal-o desassombradamente na poesia.
Tobias Barreto foi e é, antes e acima de tudo, um poeta.
Desde uma das mais velhas que conheço de suas producções, a
Scena Sergipana, de 1856, até ao Ainda e Sempre , deste anno,
é o mesmo lyrico, espontaneo e vivace, arroubado e natural.
Releva ponderar que dos quinze aos trinta annos, durante
um grande mortalis davi spatium, só produziu poesias, fundou
uma escola, e não se leva impunemente tanto tempo em com-
mercio com as musas. Começou seus estudos superiores já um
pouco tarde. No ultimo decennio é que abandonou totalmente,
ou quasi, a poesia. Sua carreira poética divide*se em duas
phases bem distinctas: a sergipana (1854—1862) e a per
nambucana (1862—1870).
Na primeira muito produziu ; mas quasi tudo se perdeu, de
vido isto ao seu genio descuidoso, quasi imprevidente.
Na segunda produziu ainda mais; grande parte de poesias
perderam-se e as outras jazem occultas nas paginas dos
jornaes. E’ o que acontece tambem á mór parte de seus tra
balhos criticos, que andam esparsos, nunca os tendo sinão li
mitadamente reunido em volumes (2). E’ a razão por que só é
bem conhecido, quero dizer, totalmente lido em Pernambuco.
Da primeira phase restam-nos as poesias seguintes: Scena
Sergipana , Guerra Hollandeza, Anhelos, B eija-F lor , Mãe
e Filho e fragmentos do Juizo F inal . São as únicas. Todas
as outras pertencem á época seguinte. Não é inutilmente que
assignalo estes factos e indico as datas.
(1) Analyso das Espumas Fluctuantes do C. Alves no Americano (1870) e das P ere
grinas do V. Palharos no Diario de Pernambuco (1871).
(21) Ensaios de Phüosophia e Critica, Uma carta aberta á imprensa allemà, O Brazil lit-
terario, Um discurso em mangas de camisa o 6 fascículos dc Estudos aUemâes.
446 REVISTA BRA.ZILEIRA
II
III
« Corações acrysolados
No brazileiro se n tir...»
Sy l v io R o m êro .