Planejamento Estratégico - Djalma Oliveira (Resumo)
Planejamento Estratégico - Djalma Oliveira (Resumo)
Planejamento Estratégico - Djalma Oliveira (Resumo)
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
EMPRESARIAL
Conceitos
Metodologia
Práticas
2013
PARTE I
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
“O Planejamento é a mais relevante e cerebral atividade do homem. A capacidade de
planejar torna o homem único no reino animal”.
Jack Bologna.
DEFINIÇÃO:
É o processo de desenvolvimento e manutenção de uma referência estratégica entre os
objetivos e capacidades da empresa e as mudanças de suas oportunidades no mercado.
A Estratégia Empresarial visa adaptar a empresa para aproveitar as oportunidades do ambiente
em mudanças.
O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar; e um salutar modo de pensar
envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, como, quando,
quanto, para quem, porque, por quem e onde.
Toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá resultar de decisões
presentes, tomadas a partir do exame do impacto das mesmas no futuro, o que lhe proporciona uma
dimensão temporal de alto significado.
Além disso, o fato de o planejamento ser um processo de estabelecimento de um estado futuro
desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo realidade justifica que ele anteceda à
decisão e à ação.
A atividade de planejamento é complexa em decorrência de sua própria natureza. Este processo
contínuo, composto de várias etapas, funciona de forma não linear em decorrência de haver
variabilidade nas empresas. Essa variabilidade é resultante de forças externas, bem como das pressões
internas.
Sem a preocupação de estabelecer todas as características básicas da função planejamento
como um processo contínuo, apresentam-se, a seguir, alguns dos principais aspectos:
a) O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões
presentes (Drucker, 1962:131);
b) O planejamento não é um ato isolado;
c) O processo de planejamento é muito mais importante que seu resultado final. O resultado final
é o plano, sendo que este deve ser desenvolvido “pela” empresa e não “para a empresa”.
Plano Anual
1. Situação do mercado
2. Objetivos da empresa
3. Estratégias de mercado para o ano
4. Programa de ação
5. Orçamentos
6. Controles
Plano de Longo Prazo - Fatores e forças que irão afetar a empresa nos anos seguintes
Objetivos de longo prazo
Principais estratégias para atingi-los
Recursos necessários
Quando as empresas pequenas operam sem planos formais (motivos):1
Estruturas pequenas mantêm os administradores muito ocupados
Conceito de que o planejamento estratégico é privilégio de grandes empresas.
1
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Quando a empresas grandes operam sem planos formais (motivos):
Administradores argumentam que sempre se deram bem sem planejamento
Perda de tempo elaborar um plano escrito em função do ritmo das mudanças
VANTAGENS
Planos concretos ajudam a empresa a prever as mudanças ambientais e reagir rapidamente a elas e a
preparar-se melhor para alterações súbitas de cenário.
São quatro os princípios gerais para os quais o executivo deve estar atento:
a) Contribuição aos objetivos da empresa em sua totalidade: deve, sempre, visar aos objetivos
máximos da empresa, hierarquizar e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a
interligação entre eles.
b) Precedência do planejamento: sobre as demais funções administrativas, vem antes das outras
(organização, direção e controle).
c) Penetração e abrangência: considerando que poderão ocorrer grandes modificações nas
características e atividades da empresa. Algumas dessas modificações são mostradas na Figura 1.1
(nas pessoas, na tecnologia, e nos sistemas).
PLANEJAMENTO
PROVOCA MODIFICAÇÕES
Eficiência é:
• fazer as coisas da maneira adequada;2
• resolver problemas;
• salvaguardar os recursos aplicados;
2
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• cumprir o dever; e
• reduzir custos.
Eficácia é:
• fazer as coisas certas;
• produzir alternativas criativas;
• maximizar a utilização de recursos;
• obter resultados; e
• aumentar lucro.
Efetividade é:
• manter-se no ambiente e
• apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente).
Princípios Específicos - Ackoff (redesenhando o futuro, LTC (1974:28)), apresenta quatro princípios
de planejamento que podem ser considerados como:
• Planejamento Participativo - o principal benefício do planejamento não é seu resultado final,
ou seja, o plano, mas o processo desenvolvido.
• Planejamento Coordenado - deve existir uma interdependência entre todos os aspectos
envolvidos no projeto. A independência pode representar um sério risco para o êxito do
planejamento.
• Planejamento Integrado - todos os escalões devem ter seus planejamentos integrados. Não
deve haver planos para alto ou baixo escalão, para subsidiárias, matrizes ou sucursais, com
diretrizes distintas.
• Planejamento Permanente - Como o ambiente é turbulento e instável, sujeito a constantes
mudanças, o planejamento deve ser permanente, contemplando o fluxo das transformações
ambientais, pois nenhum plano mantém seu valor com o tempo.
EFICIÊNCIA
BAIXA ALTA
É muito importante o executivo estar atento aos princípios gerais e específicos do3
planejamento, pois estes lhe proporcionarão base mais sólida para o processo decisório inerente ao
planejamento na empresa.
3
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FILOSOFIAS DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
De acordo com Ackoff (1974:4), existem três tipos de filosofias de Planejamento de
Estratégias Empresariais dominantes. A maioria dos processos de planejamento envolve uma mistura
de três tipos, embora possa haver predominância de um deles.
FILOSOFIA DA SATISFAÇÃO
⇒ Tem como objetivo atingir um mínimo de satisfação, mas não necessariamente excede-lo. E
considerado como planejamento mínimo. Para Ackoff (1974:5), satisfazer é fazer
“suficientemente bem”, mas não necessariamente “tão bem quanto possível”. O nível que define
a satisfação é o que o tomador de decisões está disposto a fixar e, freqüentemente, é o mínimo
necessário.
⇒ O processo de planejamento estima através do consenso entre os centros de poder, objetivos
qualitativos e quantitativos possíveis de serem atingidos. Na filosofia da satisfação, para
minimizar os conflitos e conseqüentes resistências, são limitados os objetivos a serem atingidos
pelo planejamento. O alcance do planejamento é reduzido e as políticas e estruturas da empresa
mantêm-se quase que intactas, fechadas às oportunidades e alternativas inovadoras.
⇒ Esta filosofia foca suas preocupações nas finanças da empresa e questiona os recursos a serem
empregados no planejamento. Está subentendido que, com suficiente quantidade de recursos
monetários, o restante pode ser obtido.
⇒ Normalmente utilizada em empresas cuja preocupação maior é com a sobrevivência do que com
o crescimento ou com o desenvolvimento empresarial.
⇒ O ganho com o processo de planejamento e seus resultados é quase que insignificante. A grande
vantagem dessa filosofia é que os processos de planejamento são realizados em pouco tempo,
custa pouco e exige menor quantidade de capacitação técnica, muito útil quando a empresa inicia
o aprendizado do processo de planejar.
FILOSOFIA DA OTIMIZAÇÃO
⇒ De acordo com esta filosofia, não se persegue apenas um bom planejamento, mas aquele mais
próximo possível da perfeição.
⇒ Caracteriza-se pela utilização de técnicas matemáticas, estatísticas e modelos de simulação e de
pesquisa operacional.
⇒ Os objetivos são quantitativos, monetários, combinados com medidas amplas e gerais de
desempenho.
⇒ O planejador, através de modelos matemáticos procura otimizar o processo decisório.
⇒ Esta Filosofia de planejamento vem ganhando destaque com o crescente uso de computadores,
planilhas eletrônicas e gráficos demonstrativos.
⇒ Existe o risco de dedicar menor atenção a áreas como recursos humanos e estrutura
organizacional, pela pouca expressão quantitativa de seus dados e desempenho.
FILOSOFIA DA ADAPTAÇÃO 4
Esta filosofia, que algumas vezes é denominada planejamento inovativo, apresenta as seguintes
características:
• Baseia-se na suposição de que o maior valor não é o planejamento, mas o processo de produzi-
lo;
• planejamento acontece por causa da falta de eficácia administrativa e de controles, e o fator
humano é o maior responsável pelos problemas que o planejamento tenta eliminar ou evitar;
• O conhecimento do futuro pode ser classificado da seguinte forma: certeza, incerteza e
ignorância, e cada um necessita diferentes tipos de planejamento, comprometimento,
contingência ou adaptação.
⇒ A filosofia de adaptação é também chamada de homeostase, e busca o equilíbrio interno e
externo da empresa, após a ocorrência de uma mudança.
⇒ A empresa responde de diferentes maneiras aos estímulos externos. A resposta pode ser defasada,
antecipatória ou auto estimulada, decorrente da preocupação constante na busca por
oportunidades de crescimento e expansão.
⇒ É válido que o executivo, quando estiver trabalhando com a função planejamento, estabeleça
qual filosofia a ser adotada, tendo em vista a adequação entre situação real e o processo de
planejamento.
⇒ Essas filosofias aparecem como conseqüência do tipo de objetivos que os executivos formulam
para as empresas.
⇒ A filosofia de otimização visualiza a maximização do lucro para a empresa, e está não tem sido a
situação mais viável para as empresas. Basicamente, as empresas tendem a obter resultados
satisfatórios e não ótimos.
⇒ A estratégia de obtenção de resultados satisfatórios parece ser a que melhor descreve a prática de
planejamento da empresa, seja porque comporta a existência de objetivos múltiplos,
quantificáveis ou não, seja porque não requer a utilização de modelos matemáticos sofisticados,
de difícil especificação, no atual estágio de desenvolvimento dos sistemas de informações
gerenciais e da própria pesquisa operacional.
TIPOS DE PLANEJAMENTO
A) Planejamento Estratégico
B) Planejamento Tático
C) Planejamento Operacional
Pode-se relacionar os tipos de planejamento aos níveis de decisão numa Pirâmide organizacional:
• Planejamento Estratégico relaciona-se com objetivos de longo prazo, com maneiras e ações que
afetam toda a empresa.
• Planejamento Tático relaciona-se com objetivos de mais curto prazo e com maneiras e ações que,
geralmente afetam somente parte da empresa.
• Planejamento Operacional relaciona-se com as rotinas operacionais da empresa e afetam somente
as unidades setoriais.
Tipos e níveis de planejamento nas empresas 5
Tipo Nível
Planejamento estratégico Estratégico
Planejamento Planejamento Planejamento da Planejamento Planejamento
mercadológico financeiro produção de recursos organizacional Tático
humanos
Plano de Plano de Plano da Plano de Plano diretor de
preços e despesas capacidade de recrutamento sistemas
produtos produção e seleção
Plano de Plano de Plano de Plano de Plano de estrutura
promoção investimento controle de treinamento organizacional
qualidade
Plano de Plano de Plano de Plano de Plano de rotinas
vendas compras estoques cargos e administrativas Operacional
salários
Plano de Plano de fluxo de Plano de Plano de Plano de
distribuição caixa utilização de promoções informações
mão-de-obra gerenciais
Plano de Plano Plano de Plano de Plano de
pesquisa de orçamentário expedição de capacitação comunicações
mercado produtos interna
Verifica-se que o planejamento estratégico considera a empresa como um todo. Este aspecto é
importante para o entendimento das fases do planejamento estratégico.
Planejamento
Estratégico da
Empresa
Consolidação e
Análise e Controle
Interligação dos
de Resultados
Resultados
Planejamentos
Táticos
Análise e Controle
da Empresa
de Resultados
Análise e Controle
de Resultados
Planejamentos
Operacionais das
Unidades
5
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
O Planejamento Integrado entre os vários escalões é importante para que a atividade conjunta 6
garanta a realização dos objetivos propostos para o desenvolvimento e crescimento da empresa.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se
estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação
com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada.
O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da
empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem
seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas à empresa e sua evolução
esperada.
PLANEJAMENTO TÁTICO
Tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.
Portanto, trabalha com decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no
planejamento estratégicas.
Na figura abaixo, apresenta-se uma sistemática de desenvolvimento dos planejamentos básicos:
Planejamentos
Táticos
Mercadológico
Financeiro
Produção
Organizacional
Retroalimentação e avaliação
6
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, tendo
como7 principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
consecução de objetivos previamente fixados.
PLANEJAMENTO OPERACIONAL
7
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
A EMPRESA COMO SISTEMA
Como a Estratégia Empresarial trata da empresa como um todo e inserida em seu ambiente, é8
importante a conceituação de alguns aspectos da Teoria dos Sistemas que facilitarão ao executivo
trabalhar melhor com este assunto.
Objetivos
AMBIENTE (REALIMENTAÇÃO)
Controles e Avaliações
8
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Mercado de
mão-de-obra
Governo Concorrência
Sistema
Financeiro Comunidade
Sindicatos Tecnologia
O ambiente ou meio ambiente possui três níveis de hierarquia que podem ser observados de
acordo com a figura abaixo:
ECOSSISTEMA
SISTEMA
Subsistema Subsistema
9
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
PARTE II 10
• Primeiramente se define “aonde se quer chegar”, “como a empresa está para chegar na
situação desejada”; ou
• “Como se está” e depois “aonde se quer chegar”.
Diagnóstico Missão da
estratégico Empresa
Controle e Instrumentos
Avaliação prescritivos e
quantitativos
11
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FASE I - DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO 12
Nesta fase, também denominada auditoria de posição, deve-se determinar “como se está”.
Essa fase é realizada através de pessoas representativas das várias informações, que analisam e
verificam todos os aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa.
A fase do diagnóstico estratégico pode ser dividida em quatro etapas básicas:
A) Identificação da Visão - Nesta fase identificam-se quais são as expectativas e os desejos dos
acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da empresa, tendo em vista que esses
aspectos proporcionam o grande delineamento do planejamento estratégico. A visão pode ser
considerada como os limites que os principais responsáveis pela empresa conseguem enxergar
dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.
B) Análise externa - Esta etapa verifica as ameaças e oportunidades que estão no ambiente da
empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situações. Essa análise deverá ser
efetuada, considerando uma série de tópicos:
• mercado nacional e regional;
• mercado internacional;
• evolução tecnológica;
• fornecedores;
• aspectos econômicos e financeiros;
• aspectos socioeconômicos e culturais;
• aspectos políticos;
• entidade de classe;
• órgãos governamentais;
• mercado de mão-de-obra; e
• concorrentes.
Devem ser consideradas como oportunidades da empresa situações que esta realmente tem
condições e/ ou interesse de usufruir. Do contrário, a situação pode tornar-se uma ameaça.
Outro aspecto a considerar na análise externa é a divisão do ambiente da empresa em duas
partes:
• Ambiente direto, que representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa tem
condições não só de identificar, mas também de avaliar ou medir, de forma mais efetiva
e adequada, o grau de influência recebido e/ ou proporcionado;
• Ambiente indireto, que representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa
identificou, mas não tem condições, no momento, de avaliar ou medir o grau de
influência entre as partes. Pode ser, por exemplo, o caso de algumas variáveis culturais,
demográficas ou sociais.
Naturalmente o executivo deve saber trabalhar com essas variáveis, pois, a partir do momento
em que tem melhor conhecimento da influência de uma variável que esteja no ambiente indireto, deve
ser tentada a transferência dessa variável para o ambiente direto.
Esse aspecto pode ser analisado na figura abaixo:
AMBIENTE INDIRETO
(influência não identificável)
AMBIENTE DIRETO
(influência identificada)
EMPRESA
Níveis do ambiente da empresa
12
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
O ambiente está fora do controle da empresa, mas afeta seu comportamento e vice-versa. O13
executivo deve atentar para as falhas mais freqüentes na consideração do ambiente de uma empresa
que são:
• não considerar fatores ambientais que exerçam influência sobre a empresa;
• não considerar o grau de influência da empresa sobre os fatores considerados no ambiente; e
• não atuar de forma adequada sobre os fatores identificados no ambiente.
No quadro abaixo, apresentam-se exemplos de fatores ou variáveis ambientais e alguns de seus
componentes.
13
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Alguns fatores a serem considerados na análise interna são:14
• produtos e serviços atuais;
• novos produtos e serviços;
• promoção;
• imagem institucional;
• comercialização;
• sistema de informações;
• estrutura organizacional;
• tecnologia;
• suprimentos;
• parque industrial;
• recursos humanos;
• estilo de administração;
• resultados empresariais;
• recursos financeiros/finanças; e
• controle de avaliação.
D) Análise dos concorrentes - Esta etapa na realidade decompõe uma etapa da analise externa,
entretanto, deve ser detalhada, pois permite a identificação de vantagens competitivas da empresa
e dos concorrentes. Nessa etapa, evidencia-se a necessidade de uma avaliação da qualidade da
informação para uma avaliação preliminar do nível de risco que a empresa está adotando.
Para adequada análise dos concorrentes, o executivo deve, através de um processo de empatia,
efetuar a análise externa e interna de seus principais concorrentes.
É fundamental que a fase do diagnóstico estratégico seja realista, completa e impessoal.
O resumo das sugestões deve ser tratado de tal forma que despersonalize as idéias individuais e
estabeleça as idéias da empresa.
14
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
VISÃO DO SISTEMA DE NEGÓCIOS
Fatores Ambientais
Concorrentes
Fornecedores Empresa
atuais e potenciais
Revendedores
15
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Postura Estratégica corresponde à maneira ou postura mais adequada para a empresa alcançar
seus propósitos dentro da missão, respeitando a sua situação interna e externa atual, estabelecida
no diagnóstico estratégico.
E) Estabelecimento das Macroestratégias e Macropolíticas –
Macroestratégias - são as grandes ações ou caminhos que a empresa deverá adotar para melhor
interagir, usufruir e gerar vantagens competitivas no ambiente.
Macropolíticas – correspondem às grandes orientações que servirão como base de sustentação
para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá tomar para melhor interagir com o
ambiente.
Nesta fase, a análise básica é a de “como chegar na situação que se deseja”. Para tanto, pode-
se dividir esta fase em dois instrumentos perfeitamente interligados.
16
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• Projetos: são trabalhos a serem feitos com responsabilidades de execução, resultados esperados
com quantificação de benefícios e prazos para execução preestabelecidos, considerando os
recursos humanos, financeiros, materiais e de equipamentos, bem como as áreas envolvidas
necessárias a seu desenvolvimento.
• Programas: são os conjuntos de projetos homogêneos quanto o seu objetivo maior.
• Planos de ação: são os conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que
está sendo tratado.
Quando se consideram os instrumentos prescritivos, mais precisamente o estabelecimentos de
objetivos e estratégias, ocorre o momento mais adequado para a definição da estrutura organizacional
da empresa, pois somente dessa maneira se pode criar uma estrutura privada de lacunas e de conflitos
e contradições entre seus elementos, pois todos estão com seus esforços direcionados para os objetivos
estabelecidos.
Nesta avalia-se como a empresa esta indo para a situação desejada. O controle pode ser
definido, em termos simples, como a ação necessária para assegurar a realização das estratégias,
objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos. Esta função, em sentido mais amplo, envolve
processos de:
⇒ Avaliação de desempenho;
⇒ Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos;
⇒ Análise dos desvios dos objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos;
⇒ Tomada de ação corretiva a partir das análises realizadas;
⇒ Acompanhamento para avaliar a eficiência da ação corretiva;
⇒ Adição de informações ao processo de planejamento para desenvolvimento dos ciclos futuros das
atividades administrativas.
Nesta quarta fase, deve-se considerar, entre outros aspectos, os critérios e parâmetros de
controle e avaliação, dentro de uma situação adequada de custos versus benefícios.
“Para se chegar, onde quer que seja, não é preciso dominar a força; basta
controlar a razão”.
Amir Klink.
17
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
O processo inicia-se a partir da :
VISÃO
Algumas vezes irrealista quanto aos “destinos” da empresa e submetida a uma avaliação racional e
criteriosa das
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Em termos de:
• mercados a explorar Que prejudicarão a empresa e suas
• recursos a aproveitar oportunidades
Considerando a realidade da empresa e de seus
CONCORRENTES
Com seus
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
PONTOS NEUTROS
Respeitando a
POSTURA ESTRATÉGICA
18
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
PARTE III 19
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
O diagnóstico estratégico corresponde à primeira fase do processo de planejamento
estratégico e procura responder à pergunta básica “qual a real situação da empresa quanto a seus
aspectos internos e externos”? Verificando o que a empresa tem de bom, de regular ou de ruim em
seu processo administrativo.
Esse diagnóstico, deve ser efetuado da forma mais real possível.
Não existe, na maior parte das empresas, uma preocupação natural e contínua pelos problemas
estratégicos. A alta administração está envolvida com decisões de nível tático ou de nível operacional.
A tomada de consciência do problema normalmente, é experimentada de forma traumática, como, por
exemplo, drástica queda de vendas ou lucros, colapso do produto causado por um concorrente, etc.
A decisão de planejar decorre da percepção de que os eventos futuros poderão não estar de
acordo com o desejável, se nada for feito. O ponto de partida para essa percepção é a disponibilidade
de diagnósticos, de análises e projeções da empresa. Portanto, é fundamental que a empresa tenha um
otimizado sistema de informações externas e internas.
O diagnóstico, que corresponde a uma análise estratégica, apresenta algumas premissas
básicas, a saber:
• deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está inserida a
empresa;
• esse ambiente proporcionará à empresa oportunidades que deverão ser usufruídas e
ameaças que deverão ser evitadas;
• para enfrentar essa situação ambiental, a empresa deverá ter pleno conhecimento de
seus pontos fortes e fracos; e
• esse processo de análise interna e externa deverá ser integrado, contínuo e sistêmico.
Um dos instrumentos administrativos que podem auxiliar o processo do diagnóstico estratégico
é o benchmarking.
O benchmarking é um processo contínuo e interativo para com as realidades ambientais para
avaliação do desempenho corrente, estabelecimento de objetivos, bem como para identificação de
áreas de aperfeiçoamento e mudança nas empresas. (Leibfried e McNair, 1994:12).
19
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
“Visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo.
Visão com ação pode mudar o mundo”.
Joel A. Barker.
Análise externa e interna da empresa 20
O diagnóstico estratégico, em seu processo de análise externa e interna, apresenta
determinados componentes, que são apresentados a seguir:
• Pontos Fortes: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição
favorável para a empresa, em relação a seu ambiente;
• Pontos Fracos: são as variáveis internas e controláveis que provocam uma situação
desfavorável para a empresa, em relação a seu ambiente;
• Oportunidades: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem
criar condições favoráveis para a empresa, desde que a mesma tenha condições e/ ou
interesse de usufruí-las.
• Ameaças: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa que podem criar
condições desfavoráveis para a mesma.
Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa, enquanto as
oportunidades e ameaças compõem sua análise externa.
Os pontos fortes e fracos representam as variáveis controláveis, enquanto as oportunidades e as
ameaças representam as variáveis não controláveis pela empresa.
Numa análise interna, sem sempre se consegue classificar algum fator como ponto forte ou
fraco, principalmente por falta de informações mais adequadas. Diante dessa situação e para não
forçar uma avaliação colocando determinado fator como ponto forte ou fraco, podem-se estabelecer os
pontos neutros, que são as variáveis internas e controláveis que foram identificadas, mas que, no
momento, não existem condições de estabelecer se estão proporcionando uma condição que pode ser
favorável ou desfavorável para a empresa.
Para a execução do diagnóstico estratégico, é necessário ter acesso a uma série de informações,
estar preparado para fazê-lo, saber que informações são desejadas, quais as informações pertinentes e
como obtê-las.
Essa situação pode ser visualizada na figura abaixo:
Informações
Externas
(Ambiente)
Informações
internas
(empresa)
Informações
gerenciais
20
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
A finalidade básica do diagnóstico estratégico é apresentar uma fotografia da empresa e seu
ambiente em determinado momento. 21
Oportunidades Ameaças
Naturais Naturais
De evolução Aceitáveis
Sinérgicas Inaceitáveis
De inovação
21
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
faculdade de perceber, com a necessária sensibilidade e antecedência, o surgimento das condições
necessárias à geração da oportunidade. 22
Oportunidades sinérgicas proporcionam situações complementares e adicionais para a empresa.
A utilização de oportunidades dentro de um processo de verticalização da empresa pode ser um
exemplo.
Oportunidades de inovação, normalmente, modificam as características econômicas
fundamentais e a capacidade da empresa, requerem grandes esforços, recursos de primeira classe,
dispêndios em pesquisa e desenvolvimento e/ ou grandes investimentos em tecnologia de ponta. Como
exemplo, pode-se ter uma empresa desenvolvendo oportunidades no setor de robotização.
Ameaças naturais são as incorporadas à natureza da empresa.
Ameaças aceitáveis são as que a empresa permite aceitar, sendo importante analisar até que
ponto a situação é aceitável. Um exemplo é a ameaça que uma empresa pode sofrer ao entrar no
mercado com um produto já existente e aceito pelos consumidores.
Ameaças inaceitáveis são as que a empresa não se permite aceitar devido sua capacidade para
explorar uma situação de êxito quando esta ameaça existir. Como exemplo, pode-se mencionar o
capital de terceiros em determinadas situações para a empresa.
Como complemento ao estudo dos tipos de oportunidades e ameaças ambientais, deve-se
considerar os tipos de risco que a empresa enfrenta em sua interação com o ambiente:
• Riscos referentes à compatibilidade atual entre a empresa e seu ambiente;
• riscos referentes à evolução futura do ambiente empresarial; e
• riscos referentes à avaliação do poder da empresa para alterar o ambiente empresarial.
Outro aspecto que se deve considerar é que, na escolha do tipo de negócio, é importante
considerar o cálculo de risco provável que incidirá sobre o empreendimento, que deve ser entendido
como aquele que o empresário pode suportar; é aconselhável procurar obter a rentabilidade máxima
dentro do limite de risco avaliado como suportável pela estrutura disponível.
Existe estreita correlação entre o risco e a rentabilidade. Geralmente, quanto maior o risco do
negócio, maior a rentabilidade, e, quando diminui o risco, a rentabilidade obtida no empreendimento
também decai pela simples razão de que os negócios com pouco risco são muito procurados,
ocorrendo grande concorrência, o que, conseqüentemente, faz diminuir a margem de lucro.
Para o estabelecimento das oportunidades e ameaças da empresa, os executivos devem
analisar uma série de aspectos, entre os quais são citados:
I – Quanto às informações que o executivo utilizará, podem-se analisar os seguintes aspectos:
a) Quanto ao processo de integração:
• para a análise vertical, verificam-se:
- quais são as barreiras à integração vertical em cada uma das fases de
produção que levam ao produto final da empresa?
- quais são e qual o nível de capacitação dos competidores em cada fase de
produção que levam ao produto final da empresa?
- qual o nível de especialização dos fatores de produção que entram no
processo de integração vertical?
- quais são as vantagens da integração vertical para a empresa?
• Para a análise horizontal, podem-se observar:
- como a integração horizontal afetará a tecnologia da empresa?
- quais os riscos de mercado provenientes desta integração?
- quais os problemas administrativos no processo atual? Vão atuar de
forma favorável ou desfavorável?
22
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• Quais os programas de pesquisa?
• Quais são as maiores economias de escala que podem ocorrer?
• O processo é função do equipamento ou exige muitos gerentes de operações?
• O usuário cria ou compra aperfeiçoamentos no equipamento?
• Quão críticas para o processo são as qualificações da mão-de-obra envolvida no
processo?
• Quão longa é a vida útil dos equipamentos utilizados?
• Quais são os custos de capital para a empresa entrar no mercado?
II – Quanto à identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente no qual a empresa
se situa, deve-se considerar o mercado interno, o mercado externo, seus fornecedores e consumidores,
bem como as várias peculiaridades de cada mercado.
a) Quanto aos consumidores, podem-se considerar: 23
• Quem são e se estão aumentando ou diminuindo;
• onde estão localizados;
• como podem ser alcançados (estrutura de distribuição);
• qual a renda pessoal;
• qual a renda disponível;
• como compram;
• como se comportam;
• quais são suas tendências;
23
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• quais seus padrões de qualidade;
• quais os compradores-chaves; e
• quais os usuários finais.
c) Quanto aos aspectos básicos da indústria ou setor no qual a empresa está situada, podem-
se considerar:
• tamanho;
• tendências e perspectivas;
• tipos de produtos e serviços;
• causas de crescimento e possíveis conseqüências;
• necessidades básicas identificadas; e
• oportunidades de que a empresa poderá usufruir.
Para Porter (1980:66), existem quatro conjuntos de fatores que influenciam a lucratividade das
empresas em uma indústria ou setor, a saber:
i – Rivalidade entre competidores;
ii – Rivalidade com produtos de substituição;
iii – Poder de barganha dos compradores e fornecedores;
iv – Entrada de novos competidores e saída de atuais.
24
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• seus preços de venda;
• seus prazos de venda e de entrega; e
• a qualidade de seus produtos e serviços.
I – FUNÇÃO MARKETING
O executivo poderá considerar, para efeito de análise, os seguintes aspectos, entre outros:
a) Quanto ao sistema de distribuição;
b) Quanto aos produtos;
c) Quanto à pesquisa de mercado,que representa um dos aspectos mais relevantes para o sucesso
decisório;
d) Quanto à força de venda;
e) Quanto aos novos produtos e serviços;
f) Quanto à promoção e propaganda;
g) Quanto às políticas mercadológicas;
h) Quanto à organização do departamento de marketing;
II – FUNÇÃO FINANÇAS
Nesse caso podem-se ter dois grandes tipos de análise, que poderão facilitar o processo
decisório do executivo:
II.1 Análise dos índices financeiros:
a) Índices para medidas de lucratividade;
b) Índices para medidas de liquidez;
c) Índices de dívidas;
d) Índices de medidas de alavancagem;
e) Índices de medidas de giro financeiro;
25
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• as projeções de lucro;
• as políticas financeiras; e
• os fluxos de caixa.
E - Quanto aos critérios que o executivo utiliza para avaliar se um ponto é forte, fraco ou neutro:
• Base histórica da empresa;
• opiniões pessoais;
• opiniões de consultores e de executivos da empresa;
• análise em literatura; e
• análise orçamentária.
27
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FORMULÁRIOS A SEREM UTILIZADOS NO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
a) Formulário
• Diagnóstico estratégico – Conteúdo dos fatores
Finalidades:
• Identificar os fatores internos e externos a serem considerados, seus principais componentes
(subfatores) e a explicação de seu conteúdo.
• Possibilitar o agrupamento, bem como a decomposição de fatores, de acordo com a maior
facilidade de análise, pelo nível de informações existentes. 28
PARTE IV
MISSÃO DA EMPRESA
28
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
O estabelecimento da missão tem como ponto de partida a análise e interpretação de algumas
questões como:
• qual a razão de ser da empresa?
• qual a natureza do(s) negócio(s) da empresa?
• quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus esforços no futuro?
Quando a alta administração de uma empresa responde a essas perguntas, provoca a seguinte
situação:
• a definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos disponíveis; e
• o consenso de uma opinião de que os esforços e os recursos dirigidos aos alvos estabelecidos no
horizonte da missão serão bem-sucedidos.
Isso fica de fácil entendimento na análise da situação de uma empresa fabricante de
microcomputadores que tenha como missão “vender microcomputadores para as empresas”, enquanto
outra empresa, do mesmo ramo, tenha a missão de “atender às necessidades das empresas na
facilitação do processo decisório”. Verifica-se que a primeira empresa, simplesmente, identifica seu
ramo básico de atividade, e a segunda vai muito além, qualificando a natureza de seus propósitos
básicos.
No sentido figurado, a missão empresarial estabelece “qual vai ser o jogo”, e “em que
campo vai ser jogado”. Com referência às “regras do jogo”, essas serão estabelecidas na fase
seguinte, ou seja, quando do estabelecimento dos instrumentos prescritivos do planejamento
estratégico.
Na realidade, a missão da empresa representa um horizonte no qual a empresa decide atuar ce
vai, realmente, entrar em cada um dos negócios que aparecem nesse horizonte, desde que seja viável
sobre os vários aspectos considerados, conforme apresentado na figura abaixo:
M
I
Amplitude para S
EMPRESA S
estudo de
viabilidade Ã
O
M
I
EMPRESA S
S
Ã
O
Propósitos
29
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Figura – Missão e propósitos da empresa
Esses propósitos são compromissos que a empresa se impõe no sentido de cumprir sua
missão. Representam grandes áreas de atuação selecionadas no contexto da missão estabelecida.
A identificação dos propósitos torna-se interessante à medida que a missão é um negócio
extremamente amplo e, dificilmente, será alcançado em sua totalidade.
A missão pode ser descrita em termos simples: “Qual é o negócio da empresa?”
Pode-se comparar a determinação da missão de uma empresa à utilização de uma bússola
(definição de missão) pela qual se orienta um navio (empresa).
A bússola vai permitir que o navio faça sua viagem de maneira planejada.
A definição da missão da empresa é importante, porque é nesse ponto que se procura descrever
as habilidades essenciais da empresa. Essas habilidades são, tipicamente, mais amplas do que as
dimensões genéricas do produto ou serviço.
Levitt (1960:24), explica que as empresas de cinema estão no negócio de diversões, não apenas
fabricam filmes; ferrovias estão no negócio de transportes; empresas de computadores estão no
negócio de tratamento de informações. Nesse ponto fica claro que as definições mais amplas têm real
impacto sobre o comportamento e estratégia da empresa.
A definição da missão da empresa é o ponto inicial para as macroestratégias e macropolíticas a
serem estabelecidas. Por isso, a definição da missão deve satisfazer a critérios racionais e sensatos que
deve ser:
• suficientemente empreendedores para terem impacto sobre o comportamento da empresa;
• Mais focalizados no sentido da satisfação das necessidades do cliente do que nas características do
produto fabricado;
• capazes de refletir as habilidades essenciais da empresa;
• entendíveis;
• realistas;
• flexíveis; e
• motivadores.
A missão da empresa deve ser definida em termos amplos, tal como satisfazer alguma
necessidade do ambiente externo, e não ser colocada em termos de oferecer algum produto ou serviço
(Kotler, 1980).
A missão da IBM é “satisfazer às necessidades de resolução de problemas de negócios”.
A missão da BIC é “produzir e comercializar produtos descartáveis”. 30
A missão que estabelece uma satisfação genérica do ambiente, sem indicar os produtos e/ ou
serviços, pode chamar-se missão aberta. A missão que indica o produto ou serviço em que a empresa
atua é chamada missão fechada.
Definir a missão da empresa pode ser simples e complexo ao mesmo tempo. É, realmente,
correto dizer que a IBM fabrica e vende computadores, a Volkswagen fabrica e vende veículos e a
Kibon fabrica e vende sorvetes. Essas empresas, efetivamente, fabricam e vendem esses produtos, mas
o consumidor adquire mais do que o resultado físico (reputação, credibilidade e a imagem).
Estes exemplos de missão, sendo que algumas frases são integrantes com a visão das empresas
são:
• 3 M: resolver problemas não solucionados de forma inovadora;
• Escoteiros dos Estados Unidos: ajudar um jovem a alcançar seu potencial máximo;
• Hewlett-Packard: oferecer contribuições técnicas para o progresso e bem-estar da
humanidade;
• Merck Sharp & Dhome: preservar e melhorar a vida humana;
• Nike: experimentar a emoção da competição, da vitória e de vencer os adversários;
• Sony: experimentar a satisfação de progredir e aplicar a tecnologia em benefício da
população;
30
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• Wal-Mart: dar às pessoas simples a oportunidade de comprar as mesmas coisas que as
pessoas ricas;
• Walt Disney: fazer as pessoas felizes; e
• Ford: ser a empresa de consumo líder mundial no fornecimento de serviços e produtos
automobilísticos.
Como exemplo de dinamismo da missão pode-se citar o caso da IBM, que apresentou, de
maneira resumida, a seguinte evolução:
• início da década de 50: “computadores”;
• fim da década de 50: “processamento de dados”;
• início da década de 60: “manipulação de informações”;
• fim da década de 60: “solução de problemas”;
• inicio da década de 70: “minimização de riscos”;
• fim da década de 70: “desenvolvimento de alternativas”;
• início dos anos 80: “otimização dos negócios”;
• início da década de 90: “desenvolvimento de novos negócios das empresas”;
• final da década de 90: “satisfazer às necessidades de resolução de problemas de
negócios”; e
• nesta década?
A criatividade dos executivos tem grande influência no estabelecimento da missão da empresa.
A criatividade é um dos aspectos de suma importância no executivo-empreendedor, que é o individuo
que procura alterar o futuro da empresa na evolução em seu ambiente.
CENÁRIOS
A elaboração dos cenários estratégicos é a culminação de um processo que deve considerar
todos os executivos-chaves da empresa que, normalmente, são envolvidos no planejamento
estratégico. Isso porque, além do benefício de maior riqueza das idéias, informações e visões sobre o
futuro que um processo participativo proporciona, sua finalidade principal é estimular maior interesse
e aceitação dos cenários como importantes para o processo de planejamento estratégico.
O executivo deve considerar que, à medida que o ambiente fica mais turbulento, os cenários
tornam-se mais importantes para o processo decisório estratégico.31
Os cenários podem ser analisados em suas situações de mais provável, de otimista e de
pessimista. Para cada variável identificada e analisada, deve-se estabelecer a capacidade de
interpretação, bem como o tempo de reação.
31
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
A abordagem prospectiva, criando futuros desejáveis e viáveis e estruturando as estratégias a
partir do presente, tem-se mostrado como ferramenta útil para suprir, eficientemente, esse aspecto do
planejamento estratégico.
A abordagem projetiva caracteriza-se, basicamente por:
• restringir-se a fatores e variáveis quantitativos, objetivos e conhecidos;
• explicar o futuro pelo passado;
• considerar o futuro único e certo (ver figura abaixo); e
• utilizar-se de modelos deterministas e quantitativos.
Futuro
Presente
Passado
A abordagem prospectiva, por outro lado, caracteriza-se por levar em consideração outros
aspectos, tais como:
• visão global;
• Variações qualitativas quantificáveis ou não, subjetivas ou não, conhecidas ou não;
• ocorrência de futuro múltiplo e incerto (figura abaixo);
• o futuro atuando como determinante da ação presente; e 32
• Uma análise intencional, em que o executivo pode utilizar variáveis de opinião
(julgamento, pareceres, probabilidades subjetivas etc) analisadas por métodos do tipo
da análise estrutural, Delphi, impactos cruzados, etc.
Futuro Possível
Futuro Possível
Futuro Possível
Presente
Passado
32
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
No desenvolvimento dos cenários, os executivos das empresas podem considerar alguns
módulos de ação interatuantes, a saber:
• Módulo tecnológico;
• Módulo político-econômico;
• Módulo produto e prestação de serviços;
• Módulo propósitos atuais e potenciais;
• Módulo sociocultural.
33
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
•
a relação – positiva ou negativa – entre as oportunidades e ameaças que a empresa
enfrenta no momento específico da escolha; e
• a relação – positiva ou negativa – entre os pontos fortes e fracos que ela possui para
fazer frente às oportunidades e ameaças do ambiente.
Entretanto, existe outro aspecto que pode influenciar a postura da empresa: o elemento
psicológico, que envolve valores, atitudes, motivações e anseios dos proprietários, bem como dos
executivos que têm o poder de decisão na empresa.
Para fazer frente à situação apresentada, a empresa pode escolher uma das posturas
estratégicas:
• sobrevivência;
• a manutenção;
• o crescimento; e
• o desenvolvimento.
Análise Interna
Predominância de
34
Considera-se urgência o resultado da pressão do tempo que a empresa sofre ou sente. São
feitas as seguintes perguntas básicas, com a correspondente escala de pontos:
Perguntas Escala
Tenho de tomar uma ação bastante urgente? 5
Tenho de tomar uma ação urgente? 4
Tenho de tomar uma ação relativamente urgente? 3
Posso aguardar? 2
Não há pressa? 1
34
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Considera-se tendência o padrão de desenvolvimento da situação, sendo que sua avaliação está
relacionada ao estado que a situação apresentará caso o executivo não aloque esforços e recursos
extras. Para tanto, deve-se responder às seguintes perguntas, com a correspondente escala de pontos:
Perguntas Escala
Se mantiver a mesma forma e intensidade de atuação, a situação vai piorar
(crescer) muito? 5
Se mantiver a mesma forma e intensidade de atuação, a situação vai piorar
(crescer)? 4
Se mantiver a mesma forma e intensidade de atuação, a situação vai
permanecer? 3
Se mantiver a mesma forma e intensidade de atuação, a situação vai melhorar
(desaparecer)? 2
Se mantiver a mesma forma e intensidade de atuação, a situação vai melhorar
(desaparecer) completamente? 1
35
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• nível de atratividade de um mercado; e
• a posição de determinado propósito ou negócio dentro do mercado considerado.
36
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Ambiente Ambiente Ambiente
Político Legal Econômico
Indústria
Ambiente Ambiente
Demográfico
Empresa Cultural
Competitiva
Ambiente Ambiente
Social Ecológico
Ambiente
Tecnológico
A empresa pode ter uma vantagem competitiva, correlacionada a seu ambiente, quando,
entre outros aspectos:
• Não tem concorrentes muito fortes;
• Não tem problemas de suprimento de recursos financeiros, humanos e materiais;
• Tem acesso à tecnologia inovadora; e,
• Tem boa imagem institucional.
37
A – Sinergia Administrativa
Está associada à capacidade interna da empresa em termos de produção, sistema de
informações, etc.
37
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
É uma situação típica de economia de escala, pois é muito comum o caso em que o
investimento contribui para melhor uso dos equipamentos, melhor uso das facilidades, dos
procedimentos, etc.
C – Sinergia Mercadológica
Neste caso, considera-se o uso da capacidade mercadológica como vendas, distribuição,
esforço promocional, propaganda, etc.
D – Sinergia Operacional
Este tipo pode decorrer da existência de economia de escala relacionada à experiência e
tecnologia inerentes ao processo produtivo e aos produtos da empresa.
E – Sinergia de Risco
Nesse caso, a empresa procura efeitos sinérgicos, cujo resultado final é um risco menor, em
uma situação administrativa mais bem definida.
F – Sinergia de Flexibilidade
A maior flexibilidade interna pode ser o resultado de um processo sinérgico, tendo em vista
maior estabilidade diante do ambiente.
b) Os critérios para classificar a atuação da empresa. Essa classificação pode estar num
continuum ou em termos diretos de bom, regular e ruim, por exemplo.
c) Os pesos relativos que o executivo deve estabelecer para os vários parâmetros.
MACROESTRATÉGIAS E MACROPOLÍTICAS
Após o executivo ter estabelecido a missão, os propósitos e a postura estratégica com seus
vários aspectos, deve identificar e operacionalizar as macroestratégias e macropolíticas da empresa.
Macroestratégias correspondem às grandes ações e caminhos que a empresa vai adotar,
visando atuar nos propósitos atuais e futuros identificados dentro da missão, tendo como motor de
arranque sua postura estratégica.
38
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Macropolíticas correspondem às grandes orientações que toda a empresa deve respeitar e que
irão facilitar e agilizar suas ações estratégicas.
“Aqueles que se enamoram da prática sem teoria são como navegadores que entram
em um navio sem leme nem bússola, que jamais têm certeza para onde caminham”.
Sempre a prática deve ser edificada sobre a boa teoria.”.
Leonardo Da Vinci.
39
39
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
PARTE V
Introdução:
Os objetivos podem ser conceituados como o estado, situação ou resultado futuro que o
executivo pretende atingir. Na realidade, o termo objetivo relaciona-se a tudo que implica a obtenção
de um fim ou resultado final.
O objetivo poderá ser geral e interessar a toda a empresa ou ser específico de um setor da
empresa.
O planejamento estratégico é um instrumento para a empresa atingir seus objetivos. E como
um planejamento estratégico pode ser eficiente, eficaz e efetivo se os objetivos não forem conhecidos,
adequados, aceitos e consistentes ?
40
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Para alcançar seus objetivos, uma empresa necessita da cooperação dos indivíduos; e estes, por
sua vez, ao serem admitidos na empresa, trazem consigo necessidades, aspirações e expectativas que
esperam sejam satisfeitas em troca de seu trabalho.
O executivo deve estar ciente de que o funcionamento de uma empresa é assegurado quando as
pessoas desempenham o seu papel de acordo com as prescrições para satisfazer ou exceder os padrões
quantitativos e qualitativos de desempenho estabelecidos pelos objetivos e desafios empresariais.
Portanto, é muito importante que os funcionários da empresa considerem os objetivos
empresariais como mos seus próprios objetivos pessoais. Esta situação pode ser facilitada quando:
• os objetivos empresariais expressam valores culturais que são adequados para os próprios
valores individuais; e
• os funcionários identifiquem-se com os valores de seu grupo de trabalho.
A empresa só poderá alcançar seus objetivos quando todos os seus funcionários tiverem alta
capacitação e motivação em direção aos seus resultados esperados.
Em muitas empresas, se você pedir a alguns executivos que descrevam os seus principais
objetivos, teremos um número elevado de respostas conflitantes que, na prática, podem criar uma série
de problemas para a empresa através de desperdício de dinheiro, horas de trabalho, conflitos internos,
etc.
Essa situação está muito relacionada ao não-envolvimento com objetivos, e isso pode ser
verificado quando se pergunta aos dirigentes de uma empresa escolhida ao acaso quais os objetivos de
sua empresa a, curto, médio e longo prazo. Com grande probabilidade podem-se ter as seguintes
situações:
• respostas genéricas do tipo: lucro, sobrevivência, crescimento contínuo;
• desconhecimento completo dos objetivos da empresa; e
• quando as respostas atingem nível de precisão, elas são diferentes e conflitantes.
Pode-se concluir que uma adequada administração começa com o estabelecimento ou, pelo
menos, com a compreensão nítida dos objetivos e desafios a serem alcançados.
Uma empresa pode ter diversos objetivos e uma das tarefas do executivo é determinar o grau
de importância de cada um deles.
41
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• motivadores;
• utilitários;
• decisórios;
• operacionais.
Nesse processo, pode-se visualizar quatro níveis, conforme apresentados na figura abaixo:
Missão da empresa
Propósitos Postura
Estratégica
Objetivos da empresa
Objetivos funcionais
Nível 4: Desafios
Neste nível são estabelecidas a situação atual e a situação futura desejada, perfeitamente
quantificáveis, bem como o período de tempo para sua realização.
42
42
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E DESAFIOS
O estabelecimento de objetivos e desafios é básico para qualquer atividade ou negócio, uma
vez que, não se sabendo aonde se quer chegar com a empresa, qualquer caminho servirá.
Muitos executivos têm uma visão do futuro de suas empresas que são análogas à visão da
criança sobre ela mesma. Quando perguntados sobre o que desejam que suas empresas se tornem nos
próximos anos, simplesmente respondem: “maior”.
O que deve ser apreciado, entretanto, é que maior para uma empresa tem enormes implicações
para o seu modelo de gestão.
Uma empresa que não está, no momento, sendo lucrativa, pode com mais chance de sucesso
procurar sua sobrevivência na redução dos custos do que no crescimento das vendas.
Portanto, na fixação de objetivos e desafios da empresa, maior nem sempre é o melhor.
Existem dois elementos importantes no estabelecimento de quaisquer objetivos:
• O elemento psicológico, que envolve valores, atitudes, motivações e desejos de indivíduos;
e
• um conjunto de instrumentos, compostos de recursos – financeiros, humanos, materiais, de
equipamentos, etc. – que deverão ser aplicados para atingir os objetivos estabelecidos.
A partir dessa dualidade desejo/instrumento, os objetivos estratégicos podem ser considerados
como posições exeqüíveis projetadas para a empresa como um todo e entendidas e aceitas por seus
dirigentes como desejáveis.
Os objetivos podem ser estabelecidos de diferentes formas, entre as quais podem ser citadas:
a) Forma determinística: o objetivo é identificado numa situação precisa, tal como:
“Aumentar as vendas em 5% até o final do ano.”
b) Forma probabilística: o objetivo é apresentado como uma situação provável de acontecer,
tal como: “Não ter mais de 2% dos produtos devolvidos por defeito.”
c) Forma qualitativa: o objetivo pode ser: “Melhorar a imagem da empresa perante a
comunidade.”
d) Forma logística: o objetivo pode ser apresentado como: “Adquirir o controle acionário da
principal concorrente.”
43
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Outro aspecto a considerar é que, quando se estabelecem objetivos e desafios numa empresa,
pode-se ter a seguinte situação integrativa:
Média
Administração * Objetivos funcionais
(2º nível) B D F H * Desafios
Baixa
Administração * Desafios
(3º nível) E H operacionais
44
44
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Kaplan e Norton (1998:19) consideram que os indicadores e as medidas podem ocorrer em
quatro grandes campos ou perspectivas:
a) Perspectiva financeira, na qual se procura responder à questão: “Como estamos indo
na perspectiva das pessoas de fora que estão interessadas nos resultados da
empresa?”.
b) Perspectivas dos clientes, na qual se procura responder à questão: “Como nossos
clientes nos vêem?”.
c) Perspectivas dos processos internos, em que o básico é responder à questão: “No
que devemos ser realmente bons?”.
d) Perspectiva de inovação e do aprendizado, na qual se procura responder à questão:
“Podemos continuar melhorando e adicionando valor?”.
A estas quatro perspectivas estabelecidas por Kaplan e Norton, podemos acrescentar uma
quinta perspectiva, para a qual as empresas modernas devem estar atentas:
e) Perspectiva de responsabilidade social, na qual as empresas devem procurar
responder à seguinte questão: “Para consolidarmos efetiva, evolutiva e acumulativa
atuação social, quais resultados devemos apresentar para a comunidade?”.
O desenvolvimento e a implementação do balanced scorecard na empresa devem ser feitos de
forma interativa com as fases do processo de planejamento estratégico.
Seu desenvolvimento deve ser de cima para baixo na empresa, mas chegando até os níveis
inferiores, pois as medidas finais dependerão – e muito – das atividades mais operacionais da empresa.
O balanced scorecard deve ser, continuamente, retroalimentado, e o sistema de disseminação
das informações na empresa deve ser efetivo e completo.
“De tudo que fiz, o mais importante foi coordenar os talentos daqueles que
trabalhavam para nós, indicando-lhes a meta a ser atingida”.
46
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FASE III - INSTRUMENTO PRESCRITIVO E QUANTITATIVO
ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS
?
Oportuni- Ameaças
dades
?
Ambiente
47
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Dessa avaliação devem resultar a missão, os propósitos e a postura estratégica, que é o ponto
de partida para traçar o caminho voltado aos futuros objetivos e desafios.
A estratégia deverá ser, sempre, uma opção inteligente, econômica e viável.
Essas estratégias correspondem a procedimentos e dispositivos que a empresa deve usufruir da
maneira mais adequada possível para a situação.
Os dispositivos podem ser:
• políticos;
• técnico-econômico;
• dispositivo organizacional;
• dispositivo tecnológico.
b) Quanto à concentração:
• estratégia pura, na qual se tem o desenvolvimento específico de uma ação numa área de
atividade;
• estratégia conjunta, que corresponde a uma combinação de estratégias.
d) Quanto à fronteira:
• estratégias internas à empresa;
• estratégias externas à empresa;
• estratégias internas e externas à empresa (descoberta de nova oportunidade).
f) Quanto ao enfoque:
• estratégias pessoais;
• estratégias empresariais
48
48
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA
A importância da estratégia para a empresa pode ser entendida através de um comentário do
General Robert E. Wood, da Sears Roebuck & Company, que foi um grande estrategista. Dizia ele
(Chandler Jr., 1962:235) que a empresa é como a guerra, em certos aspectos, pois, se a estratégia
adotada for correta, muitos erros táticos podem ser cometidos e a empresa ainda sairá vitoriosa.
A estratégia não é, evidentemente, o único fator determinante no sucesso ou fracasso de uma
empresa; a competência de sua cúpula administrativa é tão importante quanto sua estratégia. A
sorte pode ser um fator também. Mas uma estratégia adequada pode trazer extraordinários resultados
para a empresa cujo nível geral de eficiência seja apenas médio.
Com referência à forma de chegar à situação desejada, é importante que o executivo tenha
sempre em mente a satisfação das necessidades de grupos significativos que cooperam para assegurar
a existência contínua da empresa. Os principais grupos são os consumidores, executivos, investidores,
acionistas, etc.
A chave do sucesso da empresa é a habilidade da alta administração em identificar as principais
necessidades de cada um desses grupos, estabelecer algum equilíbrio entre eles e atuar com um
conjunto de estratégias que permitam a satisfação deste grupo. Este conjunto de estratégias, como um
modelo, identifica o que a empresa tenta ser.
Infelizmente, grande número de empresas não tem ou não sabem quais são suas estratégias.
Muitas empresas de sucesso não estão conscientes das estratégias que sustentaram seu sucesso.
É bem possível para uma empresa atingir um sucesso inicial, sem real conscientização de suas causa;
entretanto, é muito mais difícil continuar bem, ramificando-se em novos empreendimentos e negócios,
sem a apreciação exata do significado de suas estratégias básicas.
Esta é a razão por que muitas empresas estabelecidas fracassam quando se empenham em um
programa de aquisição de outra empresa, diversificação de produtos ou expansão de mercado.
Estratégia de sobrevivência
Este tipo de estratégia deve ser adotado pela empresa quando não existe outra alternativa, ou
seja, apenas quando o ambiente e a empresa estão em situação inadequada ou apresentam perspectivas
caóticas (alto índice de pontos fracos internos e ameaças externas). Em qualquer outra situação,
quando a empresa adota esta estratégia por medo, as conseqüências podem ser desastrosas.
A primeira decisão do executivo é parar os investimentos e reduzir, ao máximo possível, as
despesas.
A sobrevivência pode ser uma situação adequada como condição mínima para atingir outros
objetivos mais tangíveis no futuro, como lucros maiores, vendas incrementadas, maior participação no
mercado, etc.; mas não como um objetivo único da empresa.
Os tipos que se enquadram na situação de estratégia de sobrevivência são:
• Redução de custo: mais utilizadas em períodos de recessão.
• Desinvestimento: empresas em conflito de linhas de produtos e serviços que deixam de
ser interessantes.
• Liquidação de negócio: usada em último caso, quando não existe saída.
49
49
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Estratégia de manutenção
Neste caso, a empresa identifica um ambiente com predominância de ameaças; entretanto, ela
possui uma série de pontos fortes acumulados ao longo do tempo, que possibilitam ao executivo,
além de querer continuar sobrevivendo, também manter sua posição conquistada até o momento.
Portanto, a estratégia de manutenção é uma postura preferível quando a empresa está
enfrentando ou espera encontrar dificuldades, e a partir dessa situação prefere tomar uma atitude
defensiva diante das ameaças.
A estratégia de manutenção pode apresentar-se de três formas:
• Estratégia de estabilidade;
• Estratégia de nicho;
• Estratégia de especialização.
Estratégia de crescimento
Nesta situação, embora a empresa tenha predominância de pontos fracos, o ambiente está
proporcionando situações favoráveis que podem transformar-se em oportunidades, quando,
efetivamente, é usufruída a situação favorável pela empresa. Normalmente, o executivo procura, nesta
situação, lançar novos produtos e serviços, aumentar o volume de vendas, etc.
Algumas das estratégias inerentes à postura de crescimento são:
• Estratégia de inovação:
• Estratégia de internacionalização;
• Estratégia de joint venture;
• Estratégia de expansão.
Estratégia de desenvolvimento
Neste caso, a predominância é de pontos fortes e de oportunidades. Diante disso, o
executivo deve procurar desenvolver sua empresa.
Portanto, o desenvolvimento da empresa se faz em duas direções principais. Pode-se procurar
novos mercados e clientes, diferentes dos conhecidos atualmente, ou novas tecnologias, diferentes
daquelas que a empresa domina. A combinação desses dois eixos – mercadológico e tecnológico –
permite ao executivo construir novos negócios no mercado. A empresa aparece como multidivisionada
em empreendimentos diversos e assume, freqüentemente, a forma de conglomerado dirigido a partir
de uma empresa holding. O desenvolvimento pode assumir uma ou mais das seguintes conotações:
• Desenvolvimento de mercado;
• Desenvolvimento de produtos ou serviços;
• Desenvolvimento financeiro;
• Desenvolvimento de capacidades;
• Desenvolvimentos de estabilidade.
Entretanto, a estratégia mais forte do desenvolvimento de uma empresa corresponde à
diversificação.
Normalmente, uma empresa procura oportunidades no ambiente para iniciar um processo de
diversificação quando (Ansoff, 1977:109):
- falta de oportunidade para investir nos segmentos atuais;
- saturação de mercados; e
- queda da taxa de retorno dos projetos de expansão;
• visualiza uma situação de retorno para os projetos de diversificação maiores do que para
outras estratégias; 50
50
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• tem disponibilidade de recursos, depois de já ter investido o suficiente para manter-se
numa posição adequada de mercado; e
• as informações disponíveis não forem suficientemente confiáveis para permitir uma
comparação concludente entre expansão e diversificação.
Na análise da diversificação, deve-se considerar que a estratégia pode assumir algumas
características:
• Diversificação horizontal;
• Diversificação vertical;
• Diversificação concêntrica;
• Diversificação conglomerada;
• Diversificação interna;
• Diversificação mista.
Interno
Diagnóstico Predominância de Predominância de
pontos fracos pontos fortes
Postura estratégica Postura estratégica
Predominância de sobrevivência de manutenção
de • redução de custos • estabilidade
ameaças • desinvestimento • nicho
• liquidação de negócio • especialização
Postura estratégica Postura estratégica
E de crescimento de desenvolvimento
X • inovação • de mercado
T • internacionalização • de produtos
E • joint venture • financeiro
R
Predominância • expansão • de capacidades
N • de estabilidades
O de
oportunidades • diversificação:
- horizontal
- vertical
- concêntrica
- conglomerada
- interna
- mista
Tipos básicos de estratégias
Existem outras estratégias que podem ser consideradas específicas de alguns tipos de empresa.
É o caso da responsabilidade social, em que uma empresa procura criar ou promover aspectos
sociais, principalmente benefícios para determinados grupos sociais, regionais ou nacionais. Essas
empresas, através da ação social, podem ser ou não remuneradas pelos benefícios proporcionados.
Um aspecto a ser salientado é a importância de o executivo escolher a estratégia básica certa
para a situação que cada momento apresenta. Mas, naturalmente, esta flexibilidade estratégica não
pode ser exagerada, pois a empresa pode perder sua personalidade. Com referência aos vários tipos de
estratégias apresentadas, o executivo poderá adotar um conjunto delas, de maneira ordenada, desde
que seus aspectos gerais não sejam conflitantes.
51
51
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Algumas estratégias funcionais
A seguir são apresentadas algumas considerações sobre as estratégias funcionais:
A – Estratégia de marketing
B – Estratégias Financeiras
O executivo pode considerar que uma estratégia é bem-sucedida dependendo de sua influência
na posição financeira da empresa. Alguns dos aspectos considerados nessas estratégias são:
• desenvolvimento;
• obtenção de fundos;
• extensão do crédito ao consumidor; e
• financiamento.
C – Estratégias de Produção
As estratégias funcionais de recursos humanos são de grande importância por sua abrangência
na empresa. Alguns dos aspectos que o executivo deve considerar, neste momento, são:
• quadro de pessoal e capacitação interna;
• transferência e promoções; 52
52
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• desenvolvimento e treinamento; e
• remuneração e benefícios.
FATOR ESTRATÉGICO
O executivo deve procurar quais são os fatores estratégicos para o adequado funcionamento da
empresa. Esses fatores estratégicos aparecem como fatores de limitação do sistema. Por exemplo,
se uma máquina qualquer não estiver funcionando por falta de um parafuso, este parafuso será o fator
estratégico; se uma empresa fabricante de microcomputadores começar a perder mercado por não estar
acompanhando a evolução tecnológica do setor, esta evolução será o fator estratégico (de limitação).
Toda empresa deveria perguntar a si própria quais são os principais fatores estratégicos que
devem ser reconhecidos e aperfeiçoados para que seja bem-sucedida.
FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A formulação da estratégia é um dos aspectos mais importantes que o executivo enfrenta no
processo de elaboração do planejamento estratégico.
Para a formulação de estratégias, deve-se considerar, inicialmente, três aspectos:
• A empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos ou neutros, bem como sua
missão, seus propósitos, objetivos, desafios e políticas;
• O ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e ameaças; e
• A integração entre a empresa e seu ambiente visando à melhor adequação possível,
estando inserido, neste aspecto, a amplitude de visão dos proprietários da empresa.
Há algumas perguntas que podem ser usadas na formulação das estratégias (Gilmore, 1972:12):
a) Quanto ao registro da atual estratégia:
• qual é a atual estratégia?
• Que espécie de negócio a alta administração que ter, levando-se em consideração valores
atribuídos pelos executivos, tais como remuneração desejada do investimento, ritmo de
desenvolvimento, participação no mercado, estabilidade, flexibilidade, caráter do negócio
e clima?
• Que tipo de negócio a alta administração julga que deveria ter? Levando-se em
consideração os princípios da direção referentes à responsabilidade social e obrigações
para com os acionistas, empregados, comunidade, concorrência, clientela, fornecedores,
governos e outros?
53
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• Falta-lhe vantagem competitiva suficiente?
• Deixará de explorar oportunidades e/ ou fazer frente a ameaças dentro do setor, agora ou
no futuro?
• Os vários elementos da estratégia são, internamente, incoerentes?
• Há outras considerações referentes ao cerne do problema da estratégia?
• Qual é, então, o verdadeiro cerne do problema da estratégia?
54
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
As estratégias são formuladas com base nos objetivos e desafios estabelecidos, na realidade
identificada no diagnóstico estratégico e respeitando a missão, os propósitos e a cultura da empresa.
Na figura abaixo, é apresentado um esquema de formulação de estratégias nas empresas.
A essência da formulação de estratégias consiste em lidar com a concorrência, pois a estratégia
tem uma forte abordagem para consolidar uma vantagem competitiva para a empresa. Portanto, o
executivo deve conhecer as forças que controlam a concorrência num setor empresarial.
Diagnóstico Estratégico
Empresa Ambiente
• O que é? • Como está?
• Como está? • Como estará?
- recursos - conjunturas
- vantagem competitiva - necessidades identificadas
- concorrências
- limitações governamentais
Aspirações e desejos Ideologia
• Como queremos estar? • O que é certo?
• O que queremos ser? ( (escala de valores).
• O que queremos fazer?
Missão da Empresa
Cenários
• O que está para acontecer?
• Como a empresa será afetada?
Identificação de objetivos e desafios
55
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Porter (1980:4) considera que as condições de concorrência em um setor ou indústria
dependem de cinco forças básicas:
• ameaça de novos concorrentes na indústria ou setor;
• poder de barganha dos fornecedores;
• poder de barganha dos clientes;
• ameaça de produtos ou serviços substitutivos; e
• Manobras para conseguir uma posição entre os atuais concorrentes, representada pela
força que a empresa impulsiona contra as outras quatro forças consideradas.
Uma estratégia, para ser considerada viável, deve ser consistente com os recursos
disponíveis, ajustável às modificações do ambiente e adequada, em termos de consecução dos
objetivos propostos pela empresa.
Portanto, a formulação de estratégias, visando sempre aos objetivos estabelecidos, é condição
essencial para a própria viabilização do objetivo proposto, ou seja, se o objetivo é chegar a uma ilha e
não se dispõe de nenhum barco, é preciso encontrar alternativas para que isso ocorra; alugando,
comprando ou fretando um barco, navio, avião ou helicóptero, ou propondo-se a realizar trabalhos de
limpeza no navio em troca da passagem, ou, ainda, construindo uma jangada.
ESCOLHA DA ESTRATÉGIA
De acordo com Steiner (1969:33), os principais determinantes da escolha da estratégia são as
aspirações do executivo-chefe quanto à sua vida pessoal, à vida de sua empresa como uma instituição
e às vidas daqueles envolvidos na empresa. Seus costumes, hábitos e maneira de fazer as coisas
determinam como ele se comporta e toma decisões. O seu senso de obrigação para com a sua empresa
decidirá quanto à sua devoção e escolha do assunto em que irá pensar. O sistema de recompensa, cujo
estabelecimento e manutenção são de sua responsabilidade, será significativo em relação a como as
pessoas reagem ao programa de planejamento estratégico. Será sua escolha de como o nível de altos
executivos da empresa será organizado.
IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA
Normalmente, a implantação de uma estratégia corresponde a, por exemplo, um novo produto
ou serviço, cliente ou tecnologia e, portanto, exige alterações internas na empresa, tais como na
estrutura organizacional, no sistema de informações e nos recursos. O executivo deve estar muito
atento a isto para evitar problemas quanto aos resultados apresentados pela nova estratégia.
Para Tilles (1963:114), o executivo deve considerar alguns aspectos quando está
desenvolvendo e implantando estratégias numa empresa:
• A estratégia de uma empresa deve identificar-se com aqueles na empresa que devem
conhecê-la;
• a estratégia deve ser consistente com o ambiente da empresa;
• a estratégia deve ser consistente com os pontos fortes internos;
• a estratégia deve equilibrar o risco mínimo com máximo potencial de lucros, consistente
com os recursos e perspectivas da empresa;
• o desenvolvimento de uma estratégia deve remontar o processo de uma análise do
objetivo e incorporar ao processo a máxima aplicação de imaginação e criatividade;
• os executivos e os assessores devem compreender os diferentes processos de
desenvolvimento da estratégia e saber quando e como aplicar cada técnica ao problema
em questão; 56
• a estratégia deve ter uma ocasião propícia e não ser ilimitada no tempo;
56
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
• as estratégias podem ser formuladas no período de planejamento anual e em outras
ocasiões;
• As melhores estratégias são aquelas traçadas para se ajustarem à determinada situação,
negócio, empresa e modelo de gestão; e
• Quanto maior for a empresa, mais estratégias terá de desenvolver.
Quando o executivo implementa uma estratégia, deve estar atento a cinco pontos (Hobbs e
Heany, 1977:8):
a) Antes de designar estratégias ambiciosas, deve estar certo de que não haverá grave
sobrecarga funcional;
b) Conter as ondas de choque da estratégia;
c) Dedicar atenção pessoal a importantes questões de integração;
d) Não dissolver sua equipe de planejamento estratégico até que tenha identificado as
estratégias e ações que são seguidas do começo ao fim pelo nível hierárquico
seguinte;
e) Comunicar-se de cima para baixo e não apenas de baixo para cima.
AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A avaliação da estratégia corresponde à fase na qual o executivo verifica se a estratégia, tal
como foi implementada, está proporcionando o alcance dos objetivos e desafios da empresa aos quais
ela estava relacionada. Essa situação pode ser visualizada na figura abaixo:
Meios Fins
Avaliação da estratégia
Entretanto, uma estratégia não deve ser avaliada apenas após sua implementação, mas também
para sua escolha. Os aspectos que o executivo deve analisar são:
a) consistência interna da estratégia;
b) a estratégia deve estar adequada aos aspectos externos da empresa;
c) a estratégia deve estar adequada à missão, aos propósitos, aos objetivos e desafios da
empresa.
d) A estratégia deve estar adequada aos recursos existentes e disponíveis na empresa.
e) A estratégia deve estar adequada ao grau de risco que o executivo julga aceitável.
f) A estratégia deve estar adequada ao horizonte ou período de tempo considerado para que os
objetivos e desafios sejam alcançados.
g) A estratégia deve estar adequada às expectativas e exigências dos proprietários e dos
executivos da empresa.
57
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
A estratégia vai estabelecer “o que” vai ser feito para se chegar à situação desejada (objetivos
e desafios); o projeto vai explicar “o como” atuar e operacionalizar as ações para realizar a decisão
estratégica. Ou seja, é nos projetos que o executivo vai alocar e administrar os recursos
necessários à ação estratégica.
A interligação pode ser visualizada no quadro abaixo, que apresenta situações de sucessos ou
insucessos, provocados pelo nível de eficiência das estratégicas e dos correspondentes projetos.
Estratégias
Eficientes Ineficientes
Eficientes
- Possibilidade de sucesso
Sucesso no controle
- Insucesso no futuro
Projetos
Ineficientes
- Insucesso no controle
- Possibilidades de sucesso Insucesso
no futuro
58
“Um negócio é com uma guerra em pelo menos um aspecto: se uma grande
estratégia está correta, um grande número de erros táticos pode ser feito e, ainda
assim, a empresa será bem sucedida”.
G. A. Steiner.
58
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FASE III – INSTRUMENTO PRESCRITIVO E QUANTITATIVO
POLÍTICAS EMPRESARIAIS
Com base para o processo decisório, no planejamento estratégico existem as políticas que
representam parâmetros ou orientações que facilitam a tomada de decisões do executivo.
Há certa confusão quando se considera o termo política. De acordo com Bethlem (1980:2), a
confusão inerente ao termo política, palavra derivada do grego politikós (o governo de uma cidade), é
provocada pela inexistência, na língua portuguesa, de vocábulos distintos como ocorre na língua
inglesa, em que se tem politics (basicamente, a ciência de governar) e policy (política referente à
administração de empresas).
• Políticas são parâmetros ou orientações que facilitam a tomada de decisões pelo
executivo (isto para qualquer nível dentro da empresa).
• Diretrizes: representam o conjunto das grandes orientações da empresa, ou seja,
objetivos, estratégias e políticas.
Uma política empresarial procura estabelecer as bases sobre como os objetivos e desafios
serão alcançados; e procura mostrar às pessoas o que elas poderiam ou não fazer para contribuir para
o alcance dos objetivos e desafios da empresa.
Uma política pode ser mais do que apenas uma formalidade. Pode ser um guia útil para
explicitar estratégias e estabelecer direção aos subordinados; conseqüentemente, quanto mais
definitiva a política for, mais útil poderá ser.
As políticas devem ter algum grau de flexibilidade, pois algumas empresas que obtiveram
grande sucesso parecem ter desrespeitado certas regras ou políticas básicas estabelecidas; e outras nem
tiveram plano de políticas bem estruturado.
TIPOS DE POLÍTICAS
As políticas podem ser classificadas de acordo com suas fontes de conceituação em:
a) Políticas estabelecidas: são as provenientes dos objetivos e desafios da empresa e
são estabelecidas pela alta administração com a finalidade de orientar os
subordinados em seu processo de tomada de decisões.
b) Políticas solicitadas: são os resultados das solicitações dos subordinados aos
elementos da alta administração da empresa, tendo em vista a necessidade de obter
orientações sobre como proceder em determinadas situações.
c) Políticas impostas: são as provenientes de fatores que estão no ambiente da
empresa, tais como governo, sistema financeiro, sindicatos, etc.
59
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
b) Políticas específicas, que representam os princípios e leis que devem ser respeitados por
uma área específica da empresa. Exemplos:
- exigência mínima do nível universitário para os cargos de chefia (área de recursos
humanos);
- o pessoal da linha de produção receberá prêmios por nível de qualidade de produção
(área de produção);
- os títulos não pagos após 15º dia corrido do vencimento serão enviados a cartório de
protesto (área financeira); e
- os vendedores farão rodízio de região de vendas a cada ano (área comercial).
Fica evidente que o executivo deve estabelecer políticas com essas características, pois, caso
contrário, a base de sustentação do plano de planejamento estratégico poderá ficar bastante debilitada.
“Deve-se ter em mente que não há nada mais difícil de executar, nem de
processo mais duvidoso, nem mais perigoso de conduzir do que iniciar uma nova
ordem de coisas”.
Maquiavel
60
60
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
FASE III – INSTRUMENTO PRESCRITIVO E QUANTITATIVO
FASES DE UM PROJETO
Um projeto qualquer pode ter duas grandes fases:
FASE 1: Caracterização
FASE 2: Execução
Na fase de caracterização, os aspectos básicos a serem analisados são:
• identificação do problema alvo;
• análise do ambiente do projeto;
• definição dos objetivos, desafios e metas a serem alcançados;
• definição dos critérios e parâmetros de avaliação do projeto;
• elaboração dos estudos de viabilidade necessários;
• negociação e definição dos recursos necessários;
• identificação da equipe de trabalho;
• programação e alocação dos recursos; e
• Elaboração do manual do projeto.
Ao final dessa fase tem-se a proposta com o plano de execução do projeto.
61
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Durante essa fase, existem os relatórios informativos sobre os trabalhos executados; no final
deve-se ter um atestado de avaliação geral.
62
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
E – Valor atual líquido anualizado
Essa técnica corresponde a uma correção do valor atual, e procura trazer para a situação as
entradas e saídas de caixa de projetos com horizontes de tempo diferentes.
F – Índice de lucratividade
Essa técnica, que também é uma correção do valor atual, é recomendável para projetos
mutuamente exclusivos e em situação de restrição de capital. Correlaciona os valores atuais das
entradas de caixa com os valores atuais das saídas de caixa, proporcionando ao executivo uma visão
do nível de lucratividade que o projeto poderá proporcionar em relação ao investimento inicial.
Embora as seis técnicas apresentadas sejam aplicadas para projetos de determinada monta, o
executivo pode extrapolar seus aspectos básicos para os vários projetos a serem desenvolvidos pela
empresa, tendo em vista a adequação com o processo de elaboração e implementação do planejamento
estratégico.
63
63
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
PARTE VI
Missão
Propósitos
Macroestratégias e Macropolíticas
Controle de Resultados
Objetivos
Desafios
Eficiência
Eficácia
Estratégias
Políticas
Projetos
Normas e Procedimentos
Ações
Resultados
64
64
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Início do processo de Alcance dos
avaliação e controle objetivos e
desafios
Padrões Compara
estabelecidos e avalia
Ação
Gera informações
Acerta e
reformula
Alimenta o tomador desempenho
de decisões
sim
não
Ação
Alcance dos
objetivos e
desafios
65
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
A partir de suas finalidades, a função controle e avaliação pode ser utilizada como instrumento
gerencial para:
• corrigir ou reforçar o desempenho apresentado;
• informar sobre a necessidade de alterações nas funções administrativas de planejamento;
• proteger os ativos da empresa, contra furtos, roubos, desperdícios, etc;
• garantir a manutenção ou aumento de eficiência e eficácia;
• informar se os programas, projetos e planos de ação estão sendo desenvolvidos de acordo
com o estabelecido; e
• informar se os recursos estão sendo utilizados da melhor maneira possível.
A – Tipos de informações
• os coordenadores de desenvolvimento;
• os usuários do sistema; 66
66
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
As fontes básicas de informações podem ser:
• fontes internas à empresa;
• fontes externas à empresa;
• fontes passadas;
• fontes presentes; e
• fontes futuras.
Identificação do problema
Coleta de informações
Análise de informações
Identificação de alternativas
Avaliação de alternativas
Implantação da ação
Ação corretiva
D – Ação corretiva
Essa ação corresponde às medidas ou providências que são adotadas para eliminar os desvios
significativos que o executivo detectou, ou mesmo para reforçar os aspectos positivos que a situação
apresenta.
Entretanto, qualquer que seja a metodologia de execução do controle e avaliação no processo
de planejamento estratégico na empresa, o executivo deverá ter em mente que o sistema de controle e
avaliação deve:
• estar focalizado em pontos críticos, para evitar perda de tempo e aumento de custo;
• estar bem explicitado, para facilitar seu entendimento e aceitação pelos vários elementos
da empresa;
• ser rígido, mas ao mesmo tempo apresentar alguma flexibilidade;
• ser realista e operacionalizável;
• apresentar um custo de realização menor do que os benefícios que consegue proporcionar
para a empresa;
• ser ágil e proporcionar medidas de correção de maneira rápida;
• ter objetividade, de forma que, sempre, desencadeie uma ação corretiva ou de reforço ao
processo.
68
68
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Níveis de controle e avaliação
Planejamento Controle
Estratégico Estratégico
Empresa
Tático Tático
Operacional Operacional
A – Controle Estratégico
Envolve, primordialmente, as relações da empresa com o ambiente, ele controla o desempenho
empresarial como um todo.
Normalmente, esse controle envolve decisões do tipo:
• alteração dos objetivos estabelecidos em função de alterações ambientais, com reflexos
em oportunidades ou ameaças para a empresa;
• alteração de estratégias e políticas estabelecidas, porque as ações estão sendo mal
conduzidas; e
• revisão do diagnóstico estratégico, para melhor adequação da empresa a seu ambiente.
B – Controle Tático
Os padrões de controle e avaliação são estabelecidos a partir dos objetivos setoriais
departamentais para avaliar os resultados de cada área e dos sistemas administrativos.
Esse controle pode envolver decisões do tipo:
• alteração da alocação de recursos numa área funcional da empresa;
• revisão dos sistemas de informações entre as grandes áreas para melhorar a eficácia da
empresa.
C – Controle operacional
O controle e a avaliação são realizados pela execução das operações.
Algumas decisões podem ser:
• revisão do quadro de pessoal;
• alteração do sistema de controle de vendedores;
• alteração dos relatórios de análise de custos; e
• determinação do processo de controle de qualidade de produção.
69
69
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
VERIFICAÇÃO DE CONSISTÊNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Nesse ponto o planejamento estratégico está pronto. Entretanto, antes de iniciar o processo de
implantação é necessário verificar a consistência, tanto interna quanto externa à empresa.
Para efetuar a análise de consistência de um planejamento estratégico, deve-se considerar
alguns aspectos, entre os quais:
a) Consistência interna:
• capacitação da empresa;
• recursos da empresa;
• escala de valores dos executivos e funcionários; e
• cultura organizacional.
b) Consistência externa:
• consumidores;
• recursos externos;
• legislação;
• concorrentes;
• distribuidores;
• planos do governo; e
• conjuntura econômica e política.
c) Riscos envolvidos:
• os riscos financeiros;
• os riscos econômicos;
• os riscos sociais; e
• os riscos políticos.
d) Horizonte de tempo:
• Impactos recebidos e exercidos a curto, médio e longo prazos.
70
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Essa resistência tem como base o fato de o planejamento estratégico considerar a empresa
como um todo e de maneira sistêmica; e isto cria uma situação em que falhas numa área repercutem
de maneira explícita em outras áreas da empresa. Portanto, os vários executivos e funcionários
começam a sentir-se vulneráveis e passam a apresentar, na maior parte das vezes, atitude agressiva
para com os controladores ou total apatia e indiferença quanto aos resultados apresentados pelos
sistemas de controle.
Além desses aspectos, as pessoas podem apresentar resistência ao controle, com base nos
seguintes aspectos:
• falta de conhecimento sobre o sistema de controle;
• padrões de controle inadequados;
• avaliações incorretas; e
• ações corretivas com críticas pessoais.
São abordadas a seguir algumas falhas que podem ocorrer no desenvolvimento do processo de
elaboração e implementação do planejamento estratégico nas empresas.
Os momentos do processo de planejamento estratégico considerado são:
• Antes do inicio da elaboração do planejamento estratégico;
• Durante a elaboração do planejamento estratégico; e
• Depois da elaboração e quando da implementação do planejamento estratégico na
empresa.
71
71
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Antes do inicio da elaboração Durante a elaboração Durante a implementação
1. Estruturação inadequada do 1. Desconhecimento dos 1. Inadequação no controle e
setor: conceitos básicos: avaliação:
a) contratação de um a) considerar como um a) falta ou inadequação do
elaborador do plano processo fácil ou difícil sistema
b) alocação inadequada na b) não considerar como um b) desconsideração da
estrutura sistema integrado relação custos versus
c) funcionários ineficientes c) desconsideração dos benefícios
d) estruturação inadequada aspectos intuitivos
da equipe d) desconsideração do
processo de aprendizagem
2. Ignorância da importância e e treinamento
significado do planejamento:
a) existência de sucesso sem 2. Inadequação no envolvimento
o planejamento dos níveis hierárquicos: 2. Interação inadequada com os
b) alguma falha anterior do a) envolvimento insuficiente ou funcionários:
planejamento demasiado da alta a) falta de participação e
c) expectativa de enormes e administração envolvimento
rápidos resultados b) não-envolvimento da média b) falta de comprometimento
d) transposição direta do administração c) falta de conhecimento
planejamento de outra c) atitudes inadequadas
empresa perante o planejamento
e) desassociação do processo
de administração 3. Defeitos na elaboração em si:
a) não-interligação com os
3. Não-preparação do terreno planejamentos operacionais
para o planejamento: b) falhas no estabelecimento e
a) não-eliminação de focos de interligação dos vários itens
resistências considerados
b) não-esquematização do c) excesso (ou falta) de
sistema de controle e simplicidade, formalidade e
avaliação flexibilidade
c) desconhecimento da d) período de tempo
natureza do planejamento inadequado
e) ineficiência dos
4. Desconsideração da realidade responsáveis pelo
da empresa: planejamento
a) inadequação ao tamanho e f) inadequada ou inexistente
recursos disponíveis gestão do conhecimento
b) inadequação quanto à g) dissociação com o processo
cultura da empresa de inovação
4. Baixa credibilidade ao
planejamento
a) descontinuidade no
processo
b) utilização de situações
pouco realistas
c) não-divulgação das
informações
d) dificuldade de trabalhar com
o planejamento
72
72
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
CAUSAS MAIS COMUNS DE FALHAS ANTES DO INÍCIO DA
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Causas:
1 - Estruturação inadequada do setor responsável pelo planejamento estratégico
na empresa
Esse problema pode ser gerado por:
A – Contratação de um funcionário cuja função básica seja a elaboração do planejamento
estratégico
A situação de elaborar o planejamento estratégico “entre quatro paredes” é uma das piores
situações que pode ocorrer na empresa, principalmente, por causa de dois aspectos:
• a impossibilidade do efetivo conhecimento da empresa e seu ambiente por um
funcionário ou grupo pequeno de funcionários; e
• a grande possibilidade de uma acirrada resistência ao planejamento estratégico por parte
dos responsáveis pelos vários setores da empresa.
Fazer o planejamento estratégico pela empresa, e não para a empresa.
Como o planejamento estratégico considera a empresa como um todo perante seu ambiente,
pode-se estabelecer que a alocação ideal do setor de planejamento estratégico na estrutura
organizacional é junto ao mais alto nível hierárquico, preferencialmente, numa situação de assessoria.
A prática empresarial tem demonstrado que a situação ideal para a otimização elaboração e
operacionalização do processo estratégico nas empresas é a constituição de uma competente e criativa
equipe multidisciplinar que envolve o adequado conhecimento e senso crítico de todos os negócios,
produtos, serviços e atividades da empresa.
73
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
B – Alguma falha anterior do planejamento estratégico
O executivo deve identificar e proporcionar um tratamento aberto e franco para com o
problema, procurando revitalizar o planejamento estratégico na empresa.
74
74
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
B – Não-esquematização do sistema de controle e avaliação do planejamento estratégico
Embora essa falha só apareça quando da implementação do planejamento estratégico, é
fundamental o executivo estabelecer os critérios e parâmetros, bem como o sistema de informações
necessário para o adequado controle e avaliação do planejamento estratégico.
Iceberg Organizacional
Se o executivo não souber trabalhar com a parte invisível do iceberg organizacional, poderá ter,
como retorno, efetiva resistência ao planejamento estratégico.
75
75
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
CAUSAS DE FALHAS MAIS COMUNS DURANTE A ELABORAÇÃO DO
PLANEJAMENTO ESTRATPEGICO NAS EMPRESAS
Causas.
76
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
2 - Inadequação no envolvimento dos níveis hierárquicos
Aspectos:
A – Envolvimento insuficiente ou demasiado da alta administração
Quando a alta administração tem envolvimento insuficiente, o planejamento estratégico perde
sua credibilidade, pois:
• a alta administração não dá força ao processo; e
• a interação empresa versus ambiente fica prejudicada.
Quando a alta administração tem envolvimento demasiado, pode-se ter alguns problemas, pois:
• começa a haver esquecimento dos problemas operacionais; e
• existe tendência excessiva à centralização do processo decisório.
77
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Aspectos das diferentes atitudes diante do planejamento 78
Atitude
Discri- Inativa Reativa Pré-ativa Interativa
minação
Situação
Atual Passada Futuro previsto Futuro preparado
desejada
“Tento nadar “vou estar na
“Navego com a
contra a maré de frente da maré e “Tento redirecionar a
Frase Básica I maré sem
volta a uma praia chegar antes maré”
balançar o barco”
familiar” dela”
“Estou satisfeito “Tentei isso e não “Vou fazer as coisas
Frase Básica II “Vou tentar isso”
com a situação” funcionou” acontecer”
Estilo de Conservador “Por
Reacionário Liberal Criativo
administração crise”
Postura básica Conservador Saudosista Otimizador Idealizador
• Autodesenvolvimento
Estabilidade e Situação passa Otimização da
Procura básica • Auto-realização
sobrevivência adequada situação
• Autocontrole
Base para Conhecimento e
Experiência em Lógica, ciência e
tomada de Viabilidade compreensão das
anos e intuição experimentação
decisão pessoas e do ambiente
Tratamento do Não trata do Não trata do Planeja para o
Prepara o futuro
futuro futuro futuro futuro
Não considera o Não considera o
Prazo do futuro Curto e médio Longo
futuro futuro
Mudanças nos Procura introduzir
Não efetua Não efetua Não efetua
sistemas vizinhos mudanças
Reage às Reage às
Reage às Procura criar
ameaças sérias e ameaças sérias e
Ambiente externo oportunidades e oportunidades e se
não às não às
ameaças antecipar às ameaças
oportunidades oportunidades
São ilusórias,
Mudanças Não se preocupa Existem e são
superficiais ou Existem
ambientais com isso importantes
temporárias
Alocação e
Dentro do Dentro do Dentro e fora do
administração de Dentro do sistema
sistema sistema sistema
recursos
Ação Nula Fraca Forte Muito forte
Elevado (para Elevado (para
Dispêndio de Elevado (para fazer as
manter as coisas voltar à situação Relativo
esforços coisas acontecerem)
como estão) passada)
Procura soluções São tratados
Eles não têm São tratados
Problemas em ações antecipadamente e de
solução antecipadamente
passadas forma sistêmica
Processos de
Resiste Resiste Não resiste Não resiste
mudança
Soluções Não se preocupa Planejadas e
Tipo “panacéia” Planejadas
apresentadas com isso inovadoras
Não gosta de Não gosta de
Complexidade trata Trata
tratar tratar
Seus feitos dependem
Avanço
Inadequado Prejudicial É uma coisa boa de como as pessoas o
tecnológico
usam
Nos produtores dos
Foco de Nos produtos
Não considera Não considera produtos (problemas) e
intervenção (problemas)
seus efeitos
78
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Preocupa-se com o
Implantação dos Não se preocupa Não se preocupa Não se preocupa
processo de
planos com isso com isso com isso
aprimoramento
Como uma
Preocupação
Praticamente seqüência de
com o nenhuma Total
nenhuma passos
planejamento
estabelecidos
Tenta criar condições
Quer o que pode Quer o que já Tenta conseguir o
Filosofia básica para conseguir o que
obter teve que quer
quer
Empresas que As protegidas
Dificilmente Normalmente Todas, principalmente
sobrevivem através de
sobrevivem sobrevivem as mais criativas
nessa atitude subsídios
• Fazer algo que é para
• Fazer algo que ser feito (erro de
Fazer algo que Fazer algo que
é para ser feito ação)
não é para ser provoque novas
Medo básico (erro de ação) • Não fazer (erro de
feito (erro de situações (erro
ação) de inovação) • Não fazer (erro omissão)
de omissão) • Não mudar (erro de
manutenção)
79
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Gestão do conhecimento é o processo estruturado para administrar a informação, agregar-lhe
valor e distribui-la adequadamente pelas diversas unidades organizacionais da empresa.
Uma empresa pode procurar a gestão do conhecimento pela obtenção de patentes e direitos
autorais, pela obtenção de profissionais com conhecimentos diferenciados e aplicáveis ou pela criação
de um ambiente de aprendizado interativo, evolutivo e acumulativo na busca de estratégias inovadoras
para a empresa.
A – Descontinuidade no processo
Uma empresa só poderá conseguir implementar um planejamento estratégico otimizado se ele
for adaptado, evoluído, testado, entendido e avaliado ao longo tempo, criando, dessa forma,
consolidação e credibilidade do processo na empresa.
80
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
Existem executivos que não querem planejar para o período de 4 ou 5 anos, e afirmam,
inclusive, que não sabem se a empresa ainda vai existir nessa época. Entretanto, duas coisas são
importantes: enfrentar as dificuldades e planejar o futuro, porque deixar para planejar o futuro quando
ele chegar será tarde, não haverá tempo para a empresa acompanhar a demanda do mercado e ela pode
ser alijada, porque outras empresas poderão ter tido o cuidado de planejar.
O que a estratégia de um pode ser a oportunidade de outro. Entretanto, deve-se considerar que
a coragem para fazer com que o futuro aconteça distingue:
• a grande empresa da que é apenas competente; e
• o empreendedor de uma empresa do simples executivo de outra.
B – Falta de comprometimento
Comprometimento representa o processo interativo em que se consolida a responsabilidade
isolada ou solidária pelos resultados esperados.
Como o comprometimento é algo intrínseco ao individuo, tal como a motivação, a empresa
pode atuar apenas no desenvolvimento e aplicação de instrumentos facilitadores para o processo de
aumento do nível de comprometimento das pessoas.
C – Falta de conhecimento
Com o reforço da falha gerada pela falta de conhecimento do assunto planejamento estratégico
pelas pessoas que forem trabalhar com esse instrumento de administração, o que pode sepultar todo o
processo, encerrar-se essa lista de dicas para o executivo melhor utilizar o planejamento estratégico
em sua empresa.
“Para muitos daqueles em que o mundo parece fora de controle, pouca coisa pode ser
feita para mudar. Mas, enquanto existir pelo menos um pouco que pode ser feito,
precisamos continuar fazendo.”
(RUSSEL L. ACKOFF) 81
81
Resumo do livro Planejamento Estratégico - Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira