11 Anexo H

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Anexo H

ANEXO H
BENEFÍCIOS FISCAIS
ABATIMENTOS / DEDUÇÕES
E ACRÉSCIMOS

Este anexo não é individual, pelo que deverá incluir os elementos respeitantes a todos os
membros do agregado familiar, ascendentes, colaterais até ao 3.º grau e afilhados civis.

Destina-se a declarar rendimentos total ou parcialmente isentos, abatimentos ao


rendimento líquido total, deduções à coleta previstas no Código do IRS, no Estatuto dos
Benefícios Fiscais (EBF) e em outros diplomas legais, bem como acréscimos à coleta ou
ao rendimento por incumprimento de requisitos neles previstos.

Deve ser apresentado nos prazos e locais previstos para a apresentação da declaração de
rendimentos modelo 3 do IRS, da qual faz parte integrante, pelos sujeitos passivos, quando
haja lugar à aplicação de benefícios fiscais, deduções de despesas ou à obrigatoriedade de
declarar acréscimos à coleta ou ao rendimento.

QUADROS 1, 2 e 3

2 Ano dos rendimentos Reservado à leitura óptica

BENEFÍCIOS
FISCAIS E
DEDUÇÕES 01 |2_|__|__|__|
MODELO 3
Anexo H
3 Identificação do(s) sujeito(s) passivo(s)

Sujeito passivo A NIF 02 |__|__|__|__|__|__|__|__|__| Sujeito passivo B NIF 03 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|

No quadro 3, a identificação dos sujeitos passivos (campos 02 e 03) deve respeitar à posição
assumida para cada um no quadro 3A da declaração de rendimentos modelo 3.

QUADRO 4

4 Rendimentos isentos sujeitos a englobamento


Código Retenção de NIF da entidade pagadora/Retentora de IRS
Titular Rendimentos NIF/NPC Português País Número fiscal UE ou EEE
rendimento IRS
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . , . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
Soma . . , . . ,

408 IRS 2014


Anexo H

Neste quadro devem ser declarados os rendimentos totalmente isentos, sujeitos a


englobamento, de acordo com a legislação que lhes é aplicável.

A primeira coluna (Código Rendimento) destina-se à identificação do rendimento, a qual se


efetua através da indicação do respetivo código que lhe corresponde na tabela seguinte:

Códigos Categorias Rendimentos

401 A Remunerações do pessoal das missões diplomáticas e consulares - [art.º 37.º, n.º 1, alínea a) e n.º 2 do EBF]

402 A Remunerações do pessoal ao serviço de organizações estrangeiras ou internacionais - [art.º 37.º, n.º 1, alínea b) do EBF]

Lucros derivados de obras ou trabalhos das infra-estruturas comuns NATO, a realizar em território português nos termos
403 B do Decreto-Lei n.º 41 561, de 17/03/1958, por empreiteiros ou arrematantes nacionais ou estrangeiros - (art.º 40.º, n.º 1 do
EBF)

404 A Recebimentos em capital de importâncias despendidas pelas entidades patronais para regimes de segurança social - (art.º
18.º, n.º 3, do EBF)

405 A Remunerações auferidas na qualidade de tripulante de navios registados no Registo Internacional de Navios (Zona Franca
da Madeira) - (art.º 33.º, nº 8, do EBF)

406 A Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação - (art.º 39.º, n.ºs 1 e 2, do EBF) - isenção não dependente de
reconhecimento prévio

407 A Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação - (art.º 39.º, n.º 3, do EBF) - isenção dependente de
reconhecimento prévio - trabalho dependente

408 B Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação - (art.º 39.º, n.ºs 3 e 5, do EBF) - isenção dependente de
reconhecimento prévio - rendimentos profissionais

409 A Remunerações auferidas no desempenho de funções integradas em missões de caráter militar, efetuadas no estrangeiro,
com objetivos humanitários - (art.º 38.º do EBF)

410 B Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação - (art.º 39.º, n.ºs 1 e 2, do EBF) - isenção não dependente de
reconhecimento prévio - rendimentos profissionais

A segunda coluna (Titular do Rendimento) destina-se à identificação dos titulares dos


rendimentos, devendo esta identificação efetuar-se através da utilização dos códigos
previamente definidos no rosto da declaração de rendimentos modelo 3, conforme a seguir
se indica:

A = Sujeito Passivo A
B = Sujeito Passivo B

Os dependentes devem ser identificados conforme se exemplifica, tendo em conta


a posição assumida para cada um nos quadros 3B ou 3C da declaração modelo 3
(rosto):

D1 = Dependente não deficiente DD1 = Dependente deficiente


D2 = Dependente não deficiente DD2 = Dependente deficiente

F = Falecido (no ano do óbito, caso exista sociedade conjugal, havendo rendimentos
auferidos em vida pelo falecido, deve o titular desses rendimentos ser
identificado com a letra "F", cujo número de identificação fiscal deve constar
no quadro 7A do rosto da declaração de rendimentos modelo 3).

IRS 2014 409


Anexo H

A terceira coluna (Rendimentos Ilíquidos) destina-se à identificação do valor dos


rendimentos ilíquidos (sem quaisquer deduções) correspondentes ao código mencionado
na primeira coluna.

A quarta coluna (Retenção de IRS) destina-se à indicação do valor correspondente à


retenção de IRS que, eventualmente, tenha sido praticada sobre os rendimentos isentos
anteriormente mencionados.

A quinta coluna (NIF da Entidade Pagadora / Retentora de IRS) destina-se à identificação


da entidade pagadora dos rendimentos isentos.

Códigos 401 e 402 - Remunerações do pessoal das missões diplomáticas, consulares


e das organizações estrangeiras

A lei impõe que os rendimentos isentos, identificados com estes códigos, sejam
obrigatoriamente englobados para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos restantes
rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 3 do art.º 37.º do EBF).

Assim sendo, devem os mesmos ser declarados exclusivamente neste quadro, e não no
anexo correspondente à natureza do rendimento.

Rendimentos isentos mas sujeitos a englobamento para efeitos de


determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, são sempre incluídos
para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos, os
rendimentos isentos, quando a lei imponha o respetivo englobamento.
(n.º 4 do art.º 22.º do CIRS)

Pessoal das missões diplomáticas e postos consulares acreditados em


Portugal (isenção das remunerações auferidas)

1 - Fica isento de IRS, nos termos do direito internacional aplicável, ou desde


que haja reciprocidade:

a) O pessoal das missões diplomáticas e consulares, quanto às


remunerações auferidas nessa qualidade;

b) O pessoal ao serviço de organizações estrangeiras ou internacionais,


quanto às remunerações auferidas nessa qualidade.

2 - As isenções previstas no número anterior não abrangem, designadamente,


os membros do pessoal administrativo, técnico, de serviço e equiparados, das
missões diplomáticas e consulares, quando sejam residentes em território
português e não se verifique a existência de reciprocidade.

410 IRS 2014


Anexo H

3 - Os rendimentos isentos nos termos do n.º 1 são obrigatoriamente


englobados para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos restantes
rendimentos.

4 - O reconhecimento relativo ao preenchimento dos requisitos de isenção,


quando necessário, é da competência do Ministro das Finanças.
(art.º 37.º do EBF)

Pessoal das missões diplomáticas e postos consulares acreditados


em Portugal (prova da verificação dos pressupostos da isenção quanto às
remunerações auferidas)

Na sequência de dúvidas suscitadas sobre o enquadramento no artigo 37.º


do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) das remunerações auferidas pelo
pessoal das missões diplomáticas e consulares acreditadas em Portugal,
nomeadamente no que respeita ao princípio da reciprocidade ali previsto, foi,
por despacho de Sua Ex.ª o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de
06/06/2003, sancionado o seguinte entendimento:

1 - A isenção prevista no artigo 37.º do EBF é aplicável sempre que se verifique


uma situação de reciprocidade de facto, sem dependência da existência
de qualquer acordo bilateral entre Estados que consagre ou reconheça tal
reciprocidade.

2 - A reciprocidade terá de ser aferida relativamente ao mesmo tipo de relações


jurídico laborais, não sendo, por isso, de considerar como tal a isenção de
tributação imposta por uma convenção para evitar a dupla tributação.

3 - Não compete à administração tributária a realização das diligências


tendentes à confirmação da situação de reciprocidade de facto junto de outras
administrações tributárias, pois é ao interessado que compete fazer a prova
da verificação dos pressupostos da isenção.

4 - A prova de reciprocidade poderá ser feita através de uma declaração


das autoridades fiscais do outro Estado, emitida a pedido das respetivas
representações diplomáticas ou consulares acreditadas em Portugal ou
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a qual deverá comprovar qual
o tratamento fiscal conferido, de facto, ao pessoal que está ao serviço das
representações diplomáticas ou consulares de Portugal nesse Estado.

5 - Mantém-se em vigor a Circular n.º 22/2002, de 30/9, relativamente à


tributação das remunerações do pessoal das missões diplomáticas e postos
consulares não abrangidos pela reciprocidade.
(Circular n.º 1/2004, de 19/1, da Direção de Serviços dos Benefícios Fiscais, com a devida atualização
após a renumeração feita ao EBF pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

IRS 2014 411


Anexo H

Pessoal das missões diplomáticas e postos consulares acreditados


em Portugal e pessoal ao serviço de organizações estrangeiras ou
internacionais (remunerações auferidas)

Continuando a suscitar-se dúvidas sobre o enquadramento no artigo 37.º


do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) das remunerações auferidas pelo
pessoal das missões diplomáticas e consulares acreditadas em Portugal, e
pelo pessoal ao serviço de organizações estrangeiras ou internacionais, foi,
por despacho de Sua Ex.ª o Ministro das Finanças, de 2 de abril do corrente
ano, consagrado o seguinte entendimento:

1 - A isenção prevista no artigo 37.º do EBF só é aplicável se existir norma de


direito internacional que preveja essa isenção ou por aplicação do princípio da
reciprocidade acordada entre Estados, e reporta-se apenas aos rendimentos
do trabalho.

2 - Nessa medida o pessoal ao serviço das organizações estrangeiras ou


internacionais apenas beneficia da isenção se esta decorrer expressamente
de norma de direito internacional regularmente ratificada ou aprovada e
enquanto vincular internacionalmente o Estado Português.

3 - Relativamente ao pessoal das missões diplomáticas acreditadas


em Portugal, as remunerações auferidas nessa qualidade, nos termos dos
artigos 1.º, 34.º e 37.º da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas,
aprovada pelo Decreto-Lei n.º 48 295, de 27 de março de 1968, tem o seguinte
enquadramento:
a) Quando esse pessoal detiver a qualidade de agente diplomático, e
apenas nesse caso, gozam de isenção de todos os impostos e taxas,
pessoais ou reais, nacionais, regionais ou municipais, exceto as
relativas a serviços particulares prestados;
b) A isenção referida na alínea anterior, também é aplicável aos membros
da família do agente diplomático que com ele vivam, mas, desde que
não sejam nacionais do Estado acreditado;
c) Se se tratar de membros do pessoal administrativo e técnico da
missão, bem como os membros das suas famílias que com eles vivam,
só gozam da referida isenção se não possuírem a cidadania portuguesa
nem tiverem residência permanente em território português;
d) Os membros do pessoal de serviço da missão (ou seja, os empregados
do serviço doméstico), bem como os criados particulares de quaisquer
membros da missão, apenas gozarão da referida isenção desde
que não possuam a cidadania portuguesa nem tenham residência
permanente em território português.

4 - Quanto ao pessoal consular (consulado-geral, consulado, vice-consulado


ou agência consular), cujo Estado recetor seja Portugal, as remunerações
auferidas nessa qualidade, nos termos do disposto nos artigos 1.º, 49.º, 66.º
e 71.º da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 183/72, de 30 de maio, têm o seguinte enquadramento:
a) As remunerações auferidas pelos funcionários consulares (ou seja,
os encarregados nessa qualidade do exercício de funções consulares,
incluindo os chefes de postos consulares), quando sejam funcionários
de carreira, e mesmo que possuam nacionalidade portuguesa ou
tenham residência permanente em território português, encontram-se
isentos de quaisquer impostos ou taxas, pessoais ou reais, nacionais,
regionais ou municipais, exceto as relativas a serviços particulares
prestados;

412 IRS 2014


Anexo H

b) As remunerações auferidas pelos funcionários consulares honorários,


mesmo que de nacionalidade portuguesa ou com residência permanente
em território português, encontram-se isentas, bem como os emolumentos
que recebam em razão do exercício de funções consulares;

c) As remunerações auferidas pelos empregados consulares (ou seja,


os trabalhadores dos serviços administrativos e técnicos) e os membros
das suas famílias que com eles vivam, bem como os membros do
pessoal de serviço (ou seja, os encarregados do serviço doméstico) e
os membros das suas famílias que com eles vivam, assim como, ainda,
os membros das famílias dos próprios funcionários consulares (sejam
de carreira ou honorários) se estes funcionários forem residentes em
território português, quando, em qualquer destes casos, possuam
cidadania portuguesa ou sejam residentes permanentes em território
português, não beneficiam daquela isenção.

5 - A imunidade jurisdicional de que gozam as missões diplomáticas e consulares


não as pode dispensar do cumprimento dos seus deveres legais, mormente
das suas obrigações tributárias previstas nas normas tributárias portuguesas,
razão pela qual, estas entidades deverão colaborar com as autoridades fiscais,
adotando os procedimentos necessários para o cumprimento das seguintes
obrigações tributárias:

a) Retenção do imposto no momento do pagamento das remunerações


aos seus titulares ou no momento da sua colaboração à disposição dos
mesmos, nos termos do disposto no artigo 99.º do CIRS;

b) Manter e fornecer a informação fiscal específica relevante, nos termos


previstos no artigo 119.º do CIRS.
(Circular n.º 22/2002, de 30/9, da então DGCI, com a devida atualização após a renumeração
feita ao EBF pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

Código 403 - Lucros (rendimentos da categoria B) obtidos por empreiteiros ou


arrematantes, relativamente a obras de infraestruturas comuns da
NATO

Com este código serão de identificar os lucros (rendimentos da categoria B) obtidos por
empreiteiros ou arrematantes, tanto nacionais como estrangeiros, relativamente a obras de
infraestruturas comuns da NATO, de acordo com o disposto no artigo 40.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais (EBF).

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 2 do art.º 40.º do EBF).

Empreiteiros e arrematantes de obras e trabalhos das infraestruturas


comuns NATO (isenção)

1 - Ficam isentos de IRS os empreiteiros ou arrematantes, nacionais ou


estrangeiros, relativamente aos lucros derivados de obras ou trabalhos das
infraestruturas comuns NATO, a realizar em território português, nos termos do
Decreto-Lei n.º 41 561, de 17 de março de 1958.

IRS 2014 413


Anexo H

2 - O disposto no número anterior não prejudica o englobamento dos


rendimentos isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Código
do IRS, e determinação da taxa aplicável ao restante rendimento coletável.
(artigo 40.º do EBF)

NOTA:
São isentos de todas e qualquer contribuição, taxa ou imposto, quer para o
Estado quer para os corpos administrativos, os empreiteiros ou arrematantes
nacionais ou estrangeiros relativamente às obras e trabalhos das «Infraestruturas
comuns N.A.T.O.» a realizar no continente da República Portuguesa e ilhas
adjacentes.
(artigo 1.º do Dec. Lei n.º 41 561, de 17/03/1948)

As obras e trabalhos das «Infraestruturas comuns N.A.T.O.» a que se refere o


artigo anterior, são, para todos os efeitos, equiparadas a obras e trabalhos do
Estado.
(artigo 2.º do Dec. Lei n.º 41 561, de 17/03/1948)

Código 404 - Recebimentos em capital de importâncias despendidas pelas entidades


patronais para regimes de segurança social

De acordo com o estabelecido no n.º 3 do artigo 18.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais,
verificando-se o disposto na parte final do n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código
do IRS (recebimento em capital de importâncias dispendidas pelas entidades patronais
para regimes de segurança social), beneficia de isenção o montante correspondente a um
terço das importâncias pagas ou colocadas à disposição, com o limite de € 11 704,70.

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 4 do art.º 18.º do EBF).

Importâncias despendidas, obrigatória ou facultativamente, pela


entidade patronal (com seguros e operações do ramo "Vida", contribuições
para fundos de pensões, fundos de poupança-reforma ou quaisquer regimes
complementares de segurança social)
Consideram-se ainda rendimentos do trabalho dependente, as importâncias
despendidas, obrigatória ou facultativamente, pela entidade patronal com
seguros e operações do ramo "Vida", contribuições para fundos de pensões,
fundos de poupança-reforma ou quaisquer regimes complementares de
segurança social, desde que constituam direitos adquiridos e individualizados
dos respetivos beneficiários, bem como as que, não constituindo direitos
adquiridos e individualizados dos referidos beneficiários, sejam por estes objeto
de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação
da correspondente disponibilidade, ou, em qualquer caso, de recebimento em
capital, mesmo que estejam reunidos os requisitos exigidos pelos sistemas
de segurança social obrigatórios aplicáveis para a passagem à situação de
reforma ou esta se tiver verificado.
[n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do art.º 2.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014]

414 IRS 2014


Anexo H

Recebimento em capital de importâncias despendidas pelas entidades


patronais para regimes de segurança social

3 - Verificando-se o disposto na parte final do n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do


artigo 2.º do Código do IRS, beneficia de isenção o montante correspondente a
um terço das importâncias pagas ou colocadas à disposição, com o limite de
€ 11 704,70.

4 - A isenção a que se refere o número anterior não prejudica o englobamento


dos rendimentos isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do
Código do IRS, bem como a determinação da taxa aplicável ao restante
rendimento coletável.
(n.ºs 3 e 4 do art.º 18.º do EBF)

NOTA:
A redação transcrita do n.º 3 do artigo 18.º do EBF aplica-se ao ano de 2014. A
partir de 1 de janeiro de 2015 este normativo tem nova redação dada pela Lei
n.º 82-E/2014, de 31/12.

Código 405 - Remunerações auferidas na qualidade de tripulante de navios registados


no Registo Internacional de Navios (Zona Franca da Madeira)

Este código refere-se aos rendimentos de trabalho dependente (categoria A) auferidos


pelos tripulantes de navios portugueses inscritos no registo internacional de navios,
criado e regulamentado no âmbito das zonas francas da Madeira e da ilha de Santa Maria,
que estão isentos de IRS ao abrigo do disposto no n.º 8 do artigo 33.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais (EBF).

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 9 do art.º 33.º do EBF).

Tripulantes de navios (cidadão português que reside na Dinamarca mas


trabalha para uma empresa portuguesa)

Um cidadão português (trabalhador dependente), residente na Dinamarca,


trabalha, como tripulante de um navio, para uma empresa de navegação
Portuguesa com sede em Portugal.

Os rendimentos obtidos devem ser declarados em Portugal ou na Dinamarca?

De acordo com a alínea c) do n.º 1 do artigo 16.º do Código do IRS, são


considerados residentes em território português os tripulantes de navios que,
em 31 de dezembro do ano a que respeitam os rendimentos, sejam tripulantes
de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao serviço de entidades
com residência, sede ou direção efetiva em Portugal (o que é o caso na situação
exposta).

IRS 2014 415


Anexo H

Assim, e em princípio, tratando-se de residentes em Portugal são cá tributados


pela totalidade dos rendimentos, incluindo os obtidos no estrangeiro. Para o
efeito, os rendimentos obtidos no estrangeiro são declarados no anexo J, e
apenas neste anexo, da declaração modelo 3 de IRS, devendo ser indicado
igualmente o montante do imposto pago no país de origem, o qual deverá ser
comprovado através de certidão emitida pelas respetivas autoridades fiscais.

No entanto, e não obstante o que ficou referido, nos termos da Convenção


celebrada entre Portugal e a Dinamarca para evitar a dupla tributação
e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento, a
qualidade de residente em Portugal pode ser afastada caso se verifique
alguma das condições estabelecidas no n.º 2 do artigo 4.º, nomeadamente
se a habitação permanente for na Dinamarca e/ou aí se situe o seu centro de
interesses vitais. Neste caso, passam a ser considerados como residentes na
Dinamarca e consequentemente como não residentes em Portugal.

Ainda assim, o n.º 3 do artigo 15.º da citada Convenção, permite que as


remunerações de um emprego exercido a bordo de um navio explorado no
tráfico internacional por uma empresa com sede em Portugal sejam tributadas
no nosso país, só que, neste caso, a tributação far-se-á de acordo com as
regras aplicáveis aos não residentes, ou seja, por retenção na fonte com
caráter definitivo, nos termos do artigo 71.º do Código do IRS, não havendo,
nestes casos, lugar à entrega da declaração modelo 3.

Tripulantes de navios (isenção nas remunerações auferidas, quando os


navios estejam inscritos no registo internacional de navios, na zona franca da
Madeira ou de Santa Maria)

8 - São isentos de IRS os tripulantes dos navios registados no registo


internacional de navios, criado e regulamentado no âmbito da zona franca
da Madeira, ou no registo internacional de navios, a criar e regulamentar,
nos mesmos termos, no âmbito da zona franca da ilha de Santa Maria,
relativamente às remunerações auferidas nessa qualidade, e enquanto tais
registos se mantiverem válidos.

9 - O disposto no número anterior não prejudica o englobamento dos


rendimentos isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Código
do IRS.
(n.ºs 8 e 9 do art.º 33.º do EBF)

Tripulantes de navios (residência fiscal)

Consideram-se residentes em território nacional, os tripulantes de navios que,


em 31 de dezembro do ano a que respeitam os rendimentos, estejam ao
serviço de entidades com residência, sede ou direção efetiva em território
português.
[cfr. alínea c) do n.º 1 do art.º 16.º do CIRS]

416 IRS 2014


Anexo H

NOTA:
Também a alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º do Código do IRS nos diz que
se consideram obtidos em território português «os rendimentos de trabalho
prestado a bordo de navios e aeronaves, desde que os seus beneficiários
estejam ao serviço de entidade com residência, sede ou direção efetiva nesse
território».

Código 406 - Rendimentos auferidos ao abrigo de acordos de cooperação

Este código refere-se aos rendimentos do trabalho dependente (categoria A), auferidos
por pessoas singulares deslocadas no estrangeiro, no âmbito de acordos de cooperação,
que se encontram isentos de IRS ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 39.º do Estatuto
dos Benefícios Fiscais (EBF).

Refere-se também este campo aos rendimentos isentos obtidos por militares e elementos
das forças de segurança, auferidos no âmbito de acordos de cooperação técnico-militar
celebrados pelo Estado Português e ao serviço deste (cfr. n.º 2 do art.º 39.º do EBF).

Estas isenções não depende de reconhecimento prévio.

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 4 do art.º 39.º do EBF).

Acordos e relações de cooperação (enquadramento do benefício e


confirmação das isenções invocadas)

O artigo 31.º da Lei n.º 13/2004, de 14 de abril, revogou expressamente o


Decreto-Lei n.º 363/85, de 10 de setembro, que regulava o Estatuto do
Cooperante. Com a entrada em vigor da referida Lei a definição de agente
de cooperação passou a constar do seu artigo 2.º, abandonando-se, assim,
os requisitos formais que constavam do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 363/85.
Tendo presente esta nova realidade jurídica importa divulgar o entendimento
sancionado por despacho de 12 de maio de 2005, proferido pelo substituto
legal do Sr. Diretor-Geral dos Impostos.

1 - Artigo 39.º, n.º 1 do Estatuto dos Benefícios Fiscais

Enquadram-se neste benefício automático os rendimentos auferidos por


cidadãos portugueses ou com residência fiscal em território português que,
ao abrigo de um contrato escrito, participem na execução de uma ação de
cooperação que obedeça a um dos seguintes requisitos:

- Seja financiado pelo Estado Português, promovida ou executada por entidade


portuguesa de direito público ou por uma entidade de direito privado de fins
não lucrativos em países beneficiários;

- Seja financiada por um Estado da União Europeia, por uma organização

IRS 2014 417


Anexo H

internacional ou por uma agência especializada ou ainda por outra entidade


promotora ou executora que suporte a ação com fundos próprios, desde que
haja um reconhecimento expresso do estatuto de agente de cooperação
por despacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros, precedido de parecer
do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD);

- Nas demais situações em que a um cidadão português seja concedida a


equiparação a agente de cooperação, por despacho do Ministro dos
Negócios Estrangeiros, precedido de parecer do IPAD.

2 - Artigo 39.º, n.º 3 do Estatuto dos Benefícios Fiscais

Todas as situações não expressamente previstas no ponto anterior serão


objeto de análise casuística e de reconhecimento por despacho ministerial,
através de processo a instruir na Direção de Serviços do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares, devendo o respetivo requerimento
ser apresentado pelas entidades ao serviço das quais os sujeitos passivos
se encontrem deslocados no estrangeiro, com a observância dos seguintes
procedimentos:

- O pedido deve ser efetuado anualmente relativamente às deslocações


ocorridas no ano anterior, identificando os cooperantes envolvidos, respetivos
períodos de deslocação e a totalidade das remunerações obtidas;

- A acompanhar o pedido, deverão ser anexados os seguintes elementos:

- cópia do acordo/contrato firmado entre a entidade requerente e a entidade


estrangeira interessada;

- cópia dos contratos firmados entre os cooperantes e a entidade ao serviço


da qual se deslocaram ao estrangeiro;

- certidão de inexistência de dívidas à Segurança Social da entidade


requerente ou dos cooperantes, consoante estes últimos se encontrem
na situação de trabalhadores dependentes ou independentes, de acordo
com o estatuído no artigo 11.º-A do EBF.
(n.ºs 1 e 2 do Ofício-Circulado n.º 20 107/2005, de 30/8, da Direção de Serviços do IRS, com a
atualização da legislação referente ao EBF após a renumeração feita pelo Dec. Lei n.º 108/2008,
de 26/6)

Acordos e relações de cooperação (isenção)

1 - Ficam isentas de IRS as pessoas deslocadas no estrangeiro, ao abrigo


de acordos de cooperação, relativamente aos rendimentos auferidos no
âmbito do respetivo acordo.

2 - Ficam igualmente isentos de IRS os militares e elementos das forças de


segurança deslocados no estrangeiro, ao abrigo de acordos de cooperação
técnico-militar celebrados pelo Estado Português e ao serviço deste,
relativamente aos rendimentos auferidos no âmbito do respetivo acordo.

418 IRS 2014


Anexo H

3 - O Ministro das Finanças pode, a requerimento das entidades interessadas,


conceder isenção de IRS relativamente aos rendimentos auferidos por pessoas
deslocadas no estrangeiro ao serviço daquelas, ao abrigo de contratos
celebrados com entidades estrangeiras, desde que sejam demonstradas as
vantagens desses contratos para o interesse nacional.

4 - O disposto nos números anteriores não prejudica o englobamento dos


rendimentos isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Código
do IRS, e determinação da taxa aplicável ao restante rendimento coletável.

5 - A isenção a que se refere o n.º 3 é extensível, nas mesmas condições, a


rendimentos auferidos por pessoas deslocadas no estrangeiro, desde que
exerçam a sua atividade no âmbito de profissões constantes da lista referida
no artigo 151.º do Código do IRS, líquidos dos encargos dedutíveis nos termos
do mesmo Código.
(art.º 39.º do EBF)

Acordos de cooperação (requisitos para aproveitar o benefício fiscal e prazo


para efetuar o requerimento)

Para que determinada ação se enquadre no benefício automático previsto no


n.º 1 do artigo 39.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), para além de
se ter de verificar pelo menos um dos pressupostos substantivos descritos no
ponto 1 do Ofício-Circulado n.º 20.107, de 30/08/2005, e consequentemente na
Lei n.º 13/2004, de 14 de abril, importa também que se verifiquem as condições
adjetivas definidas nos artigos 8.º e 9.º dessa Lei, designadamente o facto
dos contratos se encontrarem registados no Instituto Português de Apoio do
Desenvolvimento (IPAD) e conterem as cláusulas contratuais previstas no
último destes artigos.

No entanto, estão ainda abrangidas por este benefício automático, as


pessoas deslocadas no estrangeiro ao abrigo de um acordo celebrado com
a intervenção do Estado Português, quer este intervenha na qualidade de
outorgante quer na qualidade de tutelante.

De acordo com o estipulado no n.º 3 do artigo 65.º do Código de Procedimento


e de Processo Tributário (CPPT), o requerimento referido no ponto 2 do Ofício-
- Circulado n.º 20 107, de 30 de agosto de 2005, deverá ser apresentado até
ao fim dos prazos previstos para entrega por via eletrónica da declaração
modelo 3 do IRS, consoante se trate de sujeitos passivos que se deslocaram
ao estrangeiro na situação de trabalhadores dependentes ou de sujeitos
passivos que se deslocaram na situação de trabalhadores independentes,
relativa ao ano em que se verificarem os pressupostos para a atribuição do
benefício fiscal.

Quando se trate de sujeitos passivos deslocados na situação de trabalhadores


independentes, o termo desse prazo será um dos seguintes:

a) Quando as prestações de serviços efetuadas por cooperação no âmbito


da categoria B do IRS estejam sujeitas a IVA em Portugal e não haja

IRS 2014 419


Anexo H

lugar à elaboração de relatório, o termo do prazo para apresentação


do requerimento do benefício fiscal a que se refere o n.º 3 do artigo 39.º
do EBF coincidirá com o final do prazo de apresentação da declaração
de rendimentos relativa ao ano da conclusão da deslocação, pois a data
desta conclusão será a relevante para determinação do momento da
obrigatoriedade de emissão da fatura;

b) Quando as prestações de serviços efetuadas por cooperantes no âmbito


da categoria B do IRS estejam sujeitas a IVA em Portugal e haja lugar
à elaboração de relatórios, o termo do prazo para apresentação do
requerimento do benefício fiscal a que se refere o n.º 3 do artigo 39.º do
EBF coincidirá com o final do prazo de apresentação da declaração de
rendimentos relativa ao ano da conclusão do relatório final;

c) Sempre que as prestações de serviços efetuadas por cooperantes no


âmbito da categoria B do IRS não estejam sujeitas a IVA em Portugal, o
termo do prazo para apresentação do requerimento do benefício fiscal a
que se refere o n.º 3 do artigo 39.º do EBF coincidirá com o final do prazo
de apresentação da declaração de rendimentos relativa ao ano em que os
rendimentos foram pagos ou colocados à disposição;

d) O descrito nas alíneas a) e b) não prejudica que, sempre que existam


pagamentos efetuados em datas anteriores à da conclusão da deslocação
ou do relatório final, o requerimento deva ser apresentado até ao final do
prazo de apresentação das declarações de rendimentos relativas aos anos
em que ocorram esses pagamentos.
(Informação vinculativa, Proc. 2270/05, com despacho concordante do Subdiretor-Geral
dos Impostos, de 12/02/2007, e Proc. 2710/99, com despacho concordante do Substituto
Legal do Diretor-Geral dos Impostos, de 01/10/2009)

Agentes da cooperação portuguesa (definição)

Para efeitos da presente lei, considera-se agente da cooperação portuguesa


o cidadão que, ao abrigo de um contrato, participe na execução de uma ação
de cooperação financiada pelo Estado Português, promovida ou executada
por uma entidade portuguesa de direito público ou por uma entidade de direito
privado de fins não lucrativos em países beneficiários.
(n.º 1 do artigo 2.º da Lei nº 13/2004, de 14/4)

Código 407 - Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação - trabalho


dependente

Este código refere-se aos rendimentos do trabalho dependente (categoria A) auferidos


por pessoas deslocadas no estrangeiro ao abrigo de contratos celebrados com entidades
estrangeiras, desde que sejam demonstradas as vantagens desses contratos para o
interesse nacional (cfr. n.º 3 do art.º 39.º do EBF).

420 IRS 2014


Anexo H

Esta isenção está dependente de reconhecimento prévio do Ministro das Finanças, a


requerimento das entidades interessadas.

Código 408 - Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação -


rendimentos profissionais

Este código refere-se a rendimentos do trabalho independente (categoria B) auferidos


por pessoas deslocadas no estrangeiro, desde que exerçam a sua atividade no âmbito
de profissões constantes da lista referida no artigo 151.º do Código do IRS, líquidos dos
encargos dedutíveis nos termos do mesmo Código (cfr. n.º 5 do art.º 39.º do EBF).

Esta isenção está dependente de reconhecimento prévio do Ministro das Finanças, a


requerimento das entidades interessadas (cfr. n.º 3 do art.º 39.º do EBF).

Pessoas deslocadas no estrangeiro que exerçam a sua atividade no


âmbito de profissões constantes da lista referida no artigo 151.º do CIRS

3 - O Ministro das Finanças pode, a requerimento das entidades interessadas,


conceder isenção de IRS relativamente aos rendimentos auferidos por pessoas
deslocadas no estrangeiro ao serviço daquelas, ao abrigo de contratos
celebrados com entidades estrangeiras, desde que sejam demonstradas as
vantagens desses contratos para o interesse nacional.

5 - A isenção a que se refere o n.º 3 é extensível, nas mesmas condições, a


rendimentos auferidos por pessoas deslocadas no estrangeiro, desde que
exerçam a sua atividade no âmbito de profissões constantes da lista referida no
artigo 151.º do Código do IRS, líquidos dos encargos dedutíveis nos termos do
mesmo Código.
(n.ºs 3 e 5 do art.º 39.º do EBF)

Código 409 - Remunerações auferidas no desempenho de funções integradas em


missões de caráter militar, efetuadas no estrangeiro, com objetivos
humanitários

Este código refere-se aos rendimentos auferidos pelos militares e elementos das forças
de segurança relativamente às remunerações auferidas (categoria A) no desempenho de
funções integradas em missões de caráter militar, efetuadas no estrangeiro, com objetivos
humanitários ou destinadas ao estabelecimento, consolidação ou manutenção da paz, ao
serviço das Nações Unidas ou de outras organizações internacionais, independentemente
da entidade que suporta o encargo, rendimentos estes que estão isentos de IRS ao abrigo
do disposto no artigo 38.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 2 do art.º 38.º do EBF).

IRS 2014 421


Anexo H

Pessoal em missões de salvaguarda de paz (rendimentos isentos mas


sujeitos a englobamento para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos)

1 - Ficam isentos de IRS os militares e elementos das forças de segurança


quanto às remunerações auferidas no desempenho de funções integradas em
missões de caráter militar, efetuadas no estrangeiro, com objetivos humanitários
ou destinadas ao estabelecimento, consolidação ou manutenção da paz,
ao serviço das Nações Unidas ou de outras organizações internacionais,
independentemente da entidade que suporta as respetivas importâncias.

2 - O disposto no número anterior não prejudica o englobamento dos rendimentos


isentos, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Código do IRS e
determinação da taxa aplicável ao restante rendimento coletável.

3 - O reconhecimento relativo ao preenchimento dos requisitos de isenção,


quando necessário, é da competência do Ministro das Finanças.
(art.º 38.º do EBF)

Código 410 - Remunerações auferidas ao abrigo de acordos de cooperação -


rendimentos profissionais

Este código refere-se aos rendimentos de atividades profissionais (categorias B), constantes
da lista a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, auferidos por pessoas singulares
deslocadas no estrangeiro, no âmbito de acordos de cooperação, que se encontram isentos
de IRS ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 39.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais
(EBF).

Esta isenção não carece de reconhecimento prévio.

Ainda que não englobados para efeitos da sua tributação, estes rendimentos são no entanto
de declarar no quadro 4 do anexo H para efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos (cfr. n.º 4 do art.º 22.º do CIRS e n.º 4 do art.º 39.º do EBF).

QUADRO 5

5 Rendimentos da propriedade intelectual isentos parcialmente - art.º 58.º do EBF


Titular Montante do rendimento Titular Montante do rendimento Titular Montante do rendimento
501 . . , 503 . . , 505 . . ,
502 . . , 504 . . , 506 . . ,
Soma . . ,

Campos 501 a 506

Nestes campos será inscrita, por cada titular, a importância correspondente a 50% dos
rendimentos provenientes da propriedade literária, artística (de exemplar único) e científica,
quando auferidos por autores (que sejam os titulares originários) residentes em território

422 IRS 2014


Anexo H

português, os quais beneficiam da isenção prevista no artigo 58.º do Estatuto dos Benefícios
Fiscais (EBF), não podendo os rendimentos isentos de tributação superar o valor de
€ 10.000 (cfr. n.º 3 do art.º 58.º do EBF, com a redação dada pela Lei n.º 66-B/2012, de
31/12).

Excluem-se desta isenção parcial os rendimentos provenientes de obras escritas sem


caráter literário, artístico ou cientifico, obras de arquitetura e obras publicitárias (cfr. n.º 2 do
art.º 58.º do EBF).

A identificação dos titulares dos rendimentos parcialmente isentos deve efetuar-se através
da utilização dos códigos previamente definidos no rosto da declaração modelo 3 de IRS,
conforme a seguir se indica:

A = Sujeito Passivo A
B = Sujeito Passivo B

Os dependentes devem ser indicados conforme se exemplifica, tendo em conta a posição


assumida para cada um nos quadros 3B ou 3C da declaração modelo 3 (rosto):

D1 = Dependente não deficiente DD1 = Dependente deficiente


D2 = Dependente não deficiente DD2 = Dependente deficiente

F = Falecido (no ano do óbito, caso exista sociedade conjugal, havendo rendimentos
auferidos em vida pelo falecido, deve o titular desses rendimentos ser identificado com
a letra "F", cujo número de identificação fiscal deve constar no quadro 7A do rosto da
declaração de rendimentos modelo 3).

Livros escolares (os autores não estão abrangidos pela isenção prevista no
art.º 58.º do EBF)

Tendo surgido dúvidas quanto à aplicação do artigo 58.º do Estatuto dos


Benefícios Fiscais (EBF) no que se refere aos direitos de autor de livros
escolares, a empresa X consultou a Administração Tributária para se pronunciar
sobre o assunto.

Em ofício de 19/03/1991, da Direção de Finanças do Porto, foi comunicado


à empresa o entendimento da Administração Tributária, esclarecendo que "os
autores de livros escolares não estão abrangidos pela isenção prevista no
artigo 58.º do EBF".
(da Circular emitida pela empresa consulente, com a devida atualização do artigo citado, após
a renumeração feita pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

Obras não literárias

As obras não literárias (desde logo, todas as que estão excluídas da proteção
legal do Código do Direito de Autor, como também as obras que não tenham,
prima faci, a categoria literária), não podem realizar a finalidade pretendida com
o benefício fiscal em causa (a finalidade do benefício legalmente reconhecido
é a de incentivar a criação artística ou literária, por forma a melhorar o nível

IRS 2014 423


Anexo H

de desenvolvimento cultural do País, finalidade esta de relevo e de interesse


reconhecidamente público), pelo que o diferente tratamento fiscal tem uma
justificação racional.
(do Acórdão nº 1057/96, Proc. n.º 347/91, do Tribunal Constitucional, publicado no Diário da
República nº 272, II Série, de 23/11/96)

Propriedade intelectual (importância a excluir do englobamento)

1 - Os rendimentos provenientes da propriedade literária, artística e científica,


considerando-se também como tal os rendimentos provenientes da alienação
de obras de arte de exemplar único e os rendimentos provenientes das obras
de divulgação pedagógica e científica, quando auferidos por titulares de direitos
de autor ou conexos residentes em território português, desde que sejam
os titulares originários, são considerados no englobamento, para efeitos de
IRS, apenas por 50% do seu valor, líquido de outros benefícios.

2 - Excluem-se do disposto no número anterior os rendimentos provenientes de


obras escritas sem caráter literário, artístico ou científico, obras de arquitetura
e obras publicitárias.

3 - A importância a excluir do englobamento nos termos do n.º 1 não pode


exceder € 10 000.

4 - (revogado pelo artigo 146.º da Lei n.º 64-B/2011, de 30/12)


(art.º 58.º do EBF, com a redação que vigorou até 31/12/2014)

Propriedade intelectual (produção de artigos sobre nutrição e alimentação,


para publicação numa revista)

Um trabalhador independente aufere rendimentos pelos artigos que escreve


sobre nutrição e alimentação que são publicados numa revista, com uma
linguagem dirigida para o grande público com assinatura.

Tais rendimentos gozam do benefício previsto no artigo 58.º do EBF?

Os rendimentos auferidos em razão da produção de artigos científicos por


uma pessoa singular de forma independente enquadram-se na alínea b) do
n.º 1 do artigo 3.º do Código do IRS, não lhes sendo aplicável o disposto no
artigo 58.º do EBF.

De facto, o benefício fiscal previsto no artigo 58.º do EBF é aplicável aos


rendimentos da propriedade intelectual, a que se refere a alínea c) do n.º 1 do
artigo 3.º do CIRS, a que correspondem os chamados direitos de autor, os quais
têm uma natureza imaterial e incorpórea e estão associados a uma criação
intelectual que não se confunde com o rendimento auferido pela publicação de
um artigo, ainda que de natureza científica, que tem uma natureza corpórea.

424 IRS 2014


Anexo H

QUADRO 6

6 Abatimentos / Deduções à coleta


NIF dos beneficiários das
Valor pensões Valor

Pensões 601 . . , 604 . . ,


|_|_|_|_|_|_|_|_|_|

Rendas recebidas (ano de 2001) 602 . . , 605 . . ,


|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
Aquisição ou construção de imóveis
sem recurso ao crédito (ano de 2001) 603 . . , 606 . . ,
|_|_|_|_|_|_|_|_|_|

Soma . . , 607 . . ,
|_|_|_|_|_|_|_|_|_|

Este quadro destina-se a indicar as deduções ao rendimento líquido total do agregado


familiar ou à coleta, quando devidamente comprovadas.

Campo 601 - Pensões de alimentos

O valor das pensões de alimentos a inscrever neste campo não poderá exceder o que
resultar da respetiva sentença judicial ou acordo homologado, nos termos da lei civil,
devendo o seu pagamento estar devidamente comprovado (art.º 83.º-A do CIRS). Excluem-
se as pensões pagas a beneficiários que façam parte do agregado familiar ou relativamente
ao qual estejam previstas deduções à coleta (art.º 78.º do CIRS).

Na liquidação do imposto as pensões são deduzidas ao rendimento nos anos de 2008 e


anteriores, sendo deduzidas à coleta nos anos seguintes.

Este benefício não se aplica às pensões de alimentos pagas em razão de disposição


testamentária, dado não estarem contempladas no artigo 83.º-A do Código do IRS, o qual,
tal como já se disse, se refere apenas a pensões fixadas por sentença judicial ou por acordo
homologado nos termos da lei civil.

Veja-se a seguinte situação:

Certo contribuinte recebeu uma herança, deixada em testamento por uma tia. Como
contrapartida, no testamento consta também que o contribuinte terá que pagar, mensalmente,
uma pensão vitalícia de 400 euros à ex-empregada doméstica da sua tia. Será tal pensão
dedutível ao abrigo do artigo 83.º-A do Código do IRS?

Obviamente que não, na medida em que a pensão paga em razão de disposição


testamentária, não constitui um valor suscetível de abatimento à coleta para efeitos de IRS,
uma vez que não se enquadra no artigo 83.º-A do respetivo Código.

Tem sim cabimento nesta dedução a situação de um casal que se divorciou e em que o pai
ficou obrigado, por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil, a
pagar, em dinheiro, uma pensão de alimentos aos filhos, acrescida das despesas de saúde
e educação dos mesmos (cfr. n.º 2 do art.º 2003.º do Código Civil).

IRS 2014 425


Anexo H

Por sua vez, na declaração de rendimentos modelo 3 do IRS do agregado familiar de quem
fazem parte os dependentes (neste caso da mãe), o valor da pensão paga em numerário,
acrescido do valor das despesas de saúde e educação, é considerado como rendimento
da categoria H (que deve ser levado ao quadro 4 do anexo A, com o código 406), sem
prejuízo, das despesas de saúde e de educação, serem consideradas como dedução à
coleta, desde que os documentos comprovativos estejam em nome dos dependentes ou
do cônjuge que os tem a seu cargo.

Pensão de alimentos (dedução à coleta)

1 - À coleta devida pelos sujeitos passivos são deduzidas 20% das importâncias
comprovadamente suportadas e não reembolsadas respeitantes a encargos
com pensões de alimentos a que o sujeito passivo esteja obrigado por sentença
judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil, salvo nos casos em
que o seu beneficiário faça parte do mesmo agregado familiar para efeitos
fiscais ou relativamente ao qual estejam previstas outras deduções à coleta ao
abrigo do artigo 78.º, com o limite mensal de um IAS, por beneficiário.

2 - A dedução de encargos com pensões de alimentos atribuídas a favor de


filhos, adotados e enteados, maiores, bem como àqueles que até à maioridade
estiveram sujeitos a tutela, depende da verificação dos requisitos estabelecidos
na alínea b) do n.º 4 do artigo 13.º, ou seja considerado dependente do outro
progenitor.
(artigo 83.º-Aº do CIRS, com a redação que vigorou até 31/12/2014)

Pensão de alimentos (noção de alimentos)

1 - Por alimento entende-se tudo o que é indispensável ao sustento, habitação


e vestuário.

2 - Os alimentos compreendem também a instrução e educação do alimentado


no caso de este ser menor.
(artigo 2003.º do Código Civil)

Pensão de alimentos (paga a filhos que atinjam a maioridade - condições


para serem aceites)

Tendo surgido dúvidas no que respeita às pensões de alimentos dedutíveis ao


rendimento líquido (ou, a partir de 2009, à coleta), esclarece-se o seguinte:

Quando o sujeito passivo pague uma pensão de alimentos a filhos, em


cumprimento de sentença judicial ou acordo judicialmente homologado nos
termos da lei civil, no âmbito do processo de regulação do exercício do poder
paternal, o seu abatimento ao abrigo do artigo 56.º do CIRS, para declarações

426 IRS 2014


Anexo H

até 2008, inclusive, e a sua dedução à colecta conforme artigo 83.º-A, para
declarações de 2009 e anos seguintes, apenas é de aceitar quando os filhos
reunam as condições previstas no n.º 4 do artigo 13.º também do CIRS, para
que possam ser considerados como dependentes para efeitos fiscais.

Nos casos em que os filhos atinjam a maioridade, a pensão de alimentos só


pode ser abatida ao rendimento ou deduzida à coleta do progenitor, conforme
o ano em questão, se o respetivo beneficiário se encontrar nas condições
referidas nas alíneas b) e c) do n.º 4 do artigo 13.º do CIRS.

Estando fora destas condições, é necessário que a obrigação de


pagamento da pensão de alimentos decorra de outra sentença judicial ou
acordo judicialmente homologado nos termos da lei civil, fora do processo
de regulamentação do exercício do poder paternal.
(Informação vinculativa, Proc. 3510/2008, com despacho concordante do Subdiretor-Geral do IR)

Campo 602 - Rendas recebidas (ano de 2001)

Este campo só tem aplicação para o ano de 2001, e refere-se ao valor das rendas recebidas,
líquido das despesas de manutenção e conservação efetivamente suportadas, resultantes
de contratos de arrendamento para habitação permanente do arrendatário, devidamente
comprovados, celebrados a partir de 1 de janeiro de 1997, ao abrigo do Regime de
Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro,
desde que o valor da renda fixada seja igual ou inferior ao valor da renda convencionada,
até ao limite global de 2 493,99 euros por ano e por agregado familiar.

Campo 603 - Aquisição ou construção de imóveis sem recurso ao crédito (ano de


2001)

Este campo só tem aplicação para o ano de 2001, e refere-se ao valor de aquisição ou
montante despendido com a construção de imóveis, situados em território português,
quando não tenha havido recurso ao crédito, destinados exclusivamente a habitação própria
e permanente do adquirente ou a efetivo e comprovado arrendamento para habitação
permanente do arrendatário, desde que o valor anual da renda não exceda 8% do capital
investido.

Campos 604 a 607 - NIF dos beneficiários das pensões de alimentos

Nestes campos devem indicar-se os números de identificação fiscal pertencentes aos


beneficiários das pensões de alimentos constantes do campo 601, pagas no ano a que
respeita a declaração, bem como o respetivo valor.

De notar que, no caso das pensões de alimentos ainda que respeitantes a dependentes
menores, devem ser indicados os números de identificação fiscal destes, e que o valor a
indicar como pensão dedutível para quem a paga é rendimento para quem a recebe, ou
seja, o dependente, a levar ao Anexo A (pensão de alimentos) com o código 406.

IRS 2014 427


Anexo H

No quadro 6, a coluna da direita com o título "Valor" destina-se à indicação dos valores da
pensão de alimentos, a qual deve ser discriminada por cada um dos beneficiários, de forma
a permitir o cruzamento destes dados com as respetivas declarações de rendimentos.

QUADRO 7

7 Deduções à coleta e Benefícios fiscais


Código Entidade gestora / Donatária / Senhorio / Locador
Benefício Titular Importância aplicada
NIF / NIPC Português País Número fiscal (UE ou EEE)

|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|


|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
|__|__|__| . . . , |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |__|__|__| |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
Soma de controlo . . . ,

Este quadro destina-se à inscrição das importâncias a deduzir à coleta do IRS, previstas no
Código do IRS, Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e demais legislação.
As importâncias a declarar são as efetivamente despendidas ou aplicadas no ano a que
respeita a declaração, sendo a percentagem da dedução e o respetivo limite assumido
automaticamente quando da liquidação do imposto pelos Serviços competentes.
Por tal facto, chama-se a especial atenção para os donativos, os quais devem ser
indicados pelo seu valor efetivo, e por isso sem qualquer majoração, já que esta é
assumida automaticamente na liquidação do imposto, como antes se disse.
De referir ainda que os donativos só serão de considerar se não tiverem sido contabilizados
como custos no âmbito da categoria B.
O presente quadro encontra-se estruturado em quatro colunas, cujo preenchimento deve
obedecer às seguintes regras:

PRIMEIRA COLUNA (Código Benefício)

A primeira coluna (Código Benefício) destina-se a indicar os códigos das despesas ou


aplicações que podem ser deduzidas à coleta, elencados na seguinte tabela:

Tabela dos Códigos dos Benefícios



Código
Benefício Descrição

701 (PPR) Planos individuais de poupança-reforma (art.º 21.º, n.º 2, do EBF - não dedutível no ano de 2005)

702 (CPH) Contas de depósito poupança-habitação (art.º 18.º do EBF, revogado pela Lei n.º 55-B2004, de 30 de
dezembro - dedutível até 2004)

428 IRS 2014


Anexo H

703 (OPV) Aquisição de ações no âmbito de operações de privatização (art.º 60.º, n.º 1, do EBF - revogado pela
Lei n.º 55-B2004, de 30 de dezembro - dedutível até 2002)

(OPV) Aquisição de ações pelos próprios trabalhadores das empresas objeto de privatização (art.º 60.º, n.º 2,
704 do EBF - revogado pela Lei n.º 55-B2004, de 30 de dezembro - dedutível até 2002)

705 (PPA) Planos de poupança em ações (art.º 24.º, n.º 2, do EBF - revogado pela Lei nº 55-B2004, de 30 de
dezembro - dedutível até 2004)

706 Despesas com a educação e reabilitação do sujeito passivo ou dependentes deficientes (art.º 87.º, n.º 2, do
CIRS)

Para os anos de 2010 e anteriores:


707 Prémios de seguros de vida ou contribuições pagas a associações mutualistas em que figurem como primeiros
beneficiários sujeitos passivos ou dependentes deficientes (art.º 87.º, n.º 2, do CIRS, na redação anterior à Lei
n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro) - ver códigos 742 e 743
Aquisição de computadores de uso pessoal e outros equipamentos informáticos, bem como de redes de
708 banda larga de nova geração (art.º 68.º do EBF - dedutível nos anos de 2001 a 2003 e anos de 2006 a 2008
e ano de 2009)
Entregas feitas a cooperativas de habitação e construção, em resultado de contratos para a aquisição,
709 construção, recuperação ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente (art.º 17.º, n.º 1, da
Lei n.º 85/98, de 16 de dezembro) - dedutível até 2006
Entregas feitas pelos cooperadores para a realização do capital social das cooperativas, na parte que exceda
710 o capital legal ou estatutariamente obrigatório, e para subscrição de títulos de investimento por elas emitidos
(art.º 17.º, n.º 4, da Lei n.º 85/98, de 16 de dezembro) - dedutível até 2006
Contribuições individuais para fundos de pensões, para associações mutualistas e outros regimes
711 complementares de segurança social (art.º 16.º do EBF - não dedutível no ano de 2005)
IVA suportado com a aquisição de serviços de alimentação e bebidas, de reparações domésticas e de veículos,
712 nas condições ao tempo referidas no art.º 66.º do EBF, revogado pela Lei n.º 55-B2004, de 30 de dezembro
- dedutível nos anos de 2003 e 2004

715 Donativos a Igrejas e instituições religiosas (n.º 2 do art.º 63.º do EBF)

Donativos ao abrigo da Lei da Liberdade Religiosa (n.º 3 do art.º 32.º da Lei nº 16/2001, de 22 de Junho)
716
Mecenato Científico - Donativos a fundações, instituições de ensino superior, laboratórios, órgãos de
717 comunicação social, etc., - de natureza científica - (art.º 62.º-A do EBF)
Mecenato Cultural - Donativos concedidos no âmbito do mecenato cultural, ambiental, desportivo e
718 educacional (n.ºs 6 e 7 do art.º 62.º do EBF)
Mecenato Cultural - Contratos Plurianuais - Donativos concedidos no âmbito do mecenato cultural, ambiental,
719 desportivo e educacional, atribuídos ao abrigo de contratos plurianuais (n.ºs 6 e 7 do art.º 62.º do EBF)

720 Mecenato Social - Donativos atribuídos no âmbito do mecenato social (n.º 3 do art.º 62º do EBF)

Mecenato Social de Apoio Especial - Donativos atribuídos no âmbito do mecenato social, para apoio à
infância, tratamento toxicodependentes, criação de oportunidades de trabalho, bem como de creches,
721 lactários e jardins-de-infância legalmente reconhecidos pelo ministério competente e organismos públicos de
produção artística (n.ºs 4 e 6, alínea i), e 7, alínea c) do art.º 62.º do EBF)
Mecenato Familiar - Donativos concedidos no âmbito do mecenato familiar (n.º 5 do art.º 62.º do EBF)
722
Mecenato para a Sociedade de Informação - Donativos no âmbito do mecenato para a sociedade de informação
723 (n.º 1 do art.º 62.º do EBF) - dedutível até 2006

IRS 2014 429


Anexo H

Estado - Mecenato Científico - Donativos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, associações de
724 municípios e de freguesias, fundações (Estatuto do Mecenato Científico)
Estado - Mecenato Cultural - Donativos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, associações de
725 municípios e de freguesias, fundações - de natureza cultural, ambiental, desportiva e educacional (n.ºs 1 e 2
do art.º 62.º do EBF)
Estado - Mecenato Cultural - Contratos Plurianuais - Donativos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias
726 locais, associações de municípios e de freguesias, fundações - de natureza cultural, ambiental, desportiva e
educacional com contratos plurianuais (n.ºs 1 e 2 do art.º 62.º do EBF)
Estado - Mecenato Social - Donativos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, associações de
727 municípios e de freguesias, fundações, bem como creches, lactários e jardins-de-infância e organismos
públicos de produção artística - de natureza social (n.ºs 1 e 2 e alínea c) do n.º 7 do art.º 62.º do EBF)
728 Estado - Mecenato Familiar - Donativos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, associações de
municípios e de freguesias, fundações (n.º 5 do art.º 62.º do EBF)
Prémios de seguros de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de
729 morte, invalidez ou de reforma por velhice (n.ºs 1, 2 e 4 do art.º 86.º do CIRS) - dedutível até 2010
Prémios de seguros de saúde ou contribuições pagas a associações mutualistas ou instituições sem fins
730 lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de saúde que, em qualquer dos casos, cubram
exclusivamente riscos de saúde relativamente ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, pagos por aqueles
ou por terceiros, desde que, neste caso tenham sido comprovadamente tributados como rendimento do sujeito
passivo (artigo 74.º do EBF)
Juros de dívidas com aquisição, construção, beneficiação de imóveis e prestações de contratos celebrados
731 com cooperativas de habitação ou no regime de compra em grupo, com imóveis para habitação própria e
permanente ou arrendamento para habitação permanente do arrendatário celebrados até 31/12/2011 [alíneas
a) e b) do n.º 1 do art.º 85.º do CIRS]
Importâncias, líquidas de subsídios ou comparticipações oficiais, suportadas a título de renda pelo arrendatário
de prédio urbano ou de fração autónoma para fins de habitação permanente, quando referentes a contratos
732 de arrendamento celebrados a coberto do Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
321-B/90, de 15 de outubro, ou do Novo Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pela Lei n.º 6/2006, de
27 de fevereiro [alínea c) do n.º 1 do art.º 85.º do CIRS]
Regime Público de Capitalização - valores aplicados em contas individuais geridas em regime público de
733 capitalização (art.º 17.º do EBF)
Comemorações do Centenário da República - donativos concedidos à entidade incumbida legalmente da
734 preparação e organização das comemorações (art.º 80.º da Lei n.º 67-A/2007, de 31/12 - OE para 2008)
Comemorações do Centenário da República - (Contratos Plurianuais) - donativos concedidos à entidade
735 incumbida legalmente da preparação e organização das comemorações (art.º 80.º da Lei n.º 67-A/2007, de
31/12 - OE para 2008)
Encargos suportados com a reabilitação de imóveis arrendados ou localizados em áreas de reabilitação
736 n.º 4 do art.º 71.º do EBF
Encargos com lares e apoio domiciliário - Encargos com apoio domiciliário, lares e instituições de apoio à
737 terceira idade relativos aos sujeitos passivos, bem como dos encargos com lares e residências autónomas para
pessoas com deficiência - art.º 84.º do CIRS
Equipamentos para utilização de energias renováveis - Importâncias despendidas com a aquisição de
equipamentos novos para utilização de energias renováveis e de equipamentos para a produção de energia
738 elétrica ou térmica (cogeração), por microturbinas, com potência até 100 KW, que consumam gás natural,
incluindo equipamentos complementares indispensáveis ao seu funcionamento, desde que afetos a utilização
pessoal [alínea a) do n.º 1 do art.º 73.º do EBF - dedutível até 2011]
Obras de melhoria de comportamento térmico - Importâncias despendidas com a aquisição de equipamentos
739 e obras de melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios, dos quais resulte directamente o
seu maior isolamento, desde que afetos a utilização pessoal [alínea b) do n.º 1 do art.º 73.º do EBF - dedutível
até 2011]

430 IRS 2014


Anexo H

Veículos não poluentes - Importâncias despendidas com a aquisição de veículos sujeitos a matrícula,
740 exclusivamente elétricos ou movidos a energias renováveis não combustíveis, desde que afetos a utilização
pessoal [alínea c) do 1 do art.º 73.º do EBF - dedutível até 2011]
Juros contidos nas rendas por contrato de locação financeira relativo a imóveis para habitação própria e
permanente efetuado ao abrigo do regime referido (não abrange a parte que constitui amortização do capital)
741 [alínea c) do n.º 1 do art.º 85. do CIRS], bem como os juros suportados pelos arrendatários de imóveis dos
fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional - FIIAH [art.º 104.º da Lei n.º 64-A/2008,
de 31/12]
Para o ano de 2011 e seguintes:
742 Prémios de seguros de vida despendidos por pessoas com deficiência, bem como as contribuições pagas a
associações mutualistas que garantam exclusivamente os riscos de morte ou invalidez (n.º 2 do art.º 87.º do
CIRS)
Para o ano de 2011 e seguintes:
743 Contribuições pagas por sujeitos passivos com deficiência para reforma por velhice (n.º 3 do artigo 87.º do
CIRS)

A dedução à coleta do IRS de 15% do IVA suportado por qualquer membro do agregado
familiar constitui um benefício instituído pelo artigo 66.º-B do EBF, cujo montante é calculado
automaticamente pelo Autoridade Tributária e Aduaneira.
NOTA: Sobre este benefício, ver mais à frente a transcrição do artigo 66.º-B do Estatuto
dos Benefícios Fiscais, com o título "Dedução em sede de IRS de IVA suportado em fatura",
que se encontra a anotar o Quadro 9 do anexo H.

Relativamente a cada benefício ou dedução, serão utilizadas as linhas necessárias à


identificação de cada um dos titulares que fizeram aplicações ou donativos, com direito a
dedução, tendo-se presente que os códigos 701, 703, 704, 705, 711, 731, 732, 733, 738,
739, 740, 741 e 743 só admitem a titularidade dos sujeitos passivos.

Código 701 - Planos de poupança-reforma (PPR's)

Com este código são de indicar os valores aplicados em Planos Poupança Reforma (PPR)
pelos sujeitos passivos.

Este benefício não se aplica aos sujeitos passivos após a data da sua passagem à
reforma (cfr. n.º 10 do art.º 21.º do EBF, aditado pela Lei n.º 53-A/2006, de 29/12).

Planos de poupança-reforma (PPR's) (dedução à coleta)

2 - São dedutíveis à coleta do IRS, nos termos e condições previstos no


artigo 78.º do respetivo Código, 20% dos valores aplicados no respetivo ano
por sujeito passivo não casado, ou por cada um dos cônjuges não separados
judicialmente de pessoas e bens, em planos de poupança-reforma, tendo como
limite máximo:

a) € 400 por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos;

b) € 350 por sujeito passivo com idade compreendida entre os 35 e os 50


anos;

IRS 2014 431


Anexo H

c) € 300 por sujeito passivo com idade superior a 50 anos.

9 - Para efeitos do n.º 2, considera-se a idade do sujeito passivo à data de 1 de


janeiro do ano em que efetue a aplicação.

10 - Não são dedutíveis à coleta de IRS, nos termos do n.º 2, os valores


aplicados pelos sujeitos passivos após a data da passagem à reforma.
(n.ºs 2, 9 e 10 do art.º 21.º do EBF)

NOTA:
Assim, para obter o máximo do benefício fiscal, um sujeito passivo terá de
fazer entregas de:
- 2000 euros, se tiver idade inferior a 35 anos;
- 1750 euros, se tiver idade compreendida entre os 35 e os 50 anos;
- 1500 euros, se tiver idade superior a 50 anos.

Planos Poupança-Reforma (passagem à reforma - inclui a situação de


aposentação da função pública e a passagem à situação de reforma por
invalidez)

Nos termos do n.º 10 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF),
não são dedutíveis à coleta do IRS os valores aplicados em planos e poupança-
- reforma, após a data da passagem à reforma dos seus titulares.

Entende-se por "passagem à reforma", a passagem à situação de reforma


por velhice (o que inclui a situação de aposentação da função pública) e a
passagem à situação de reforma por invalidez.

O conceito de reforma por velhice encontra-se explicitado na alínea a) do ponto


1.º da Portaria n.º 1453/2002, de 11 de novembro, abrangendo as situações
de pessoas a quem tenham sido atribuídas pensões de velhice por qualquer
regime de proteção social, nomeadamente da segurança social ou da função
pública, incluindo as situações de antecipação de idade de pensão por velhice
ao abrigo do Decreto-Lei n.º 329/93, de 25 de setembro, com a redação que
lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 9/99, de 8 de janeiro.

Assim, sempre que um sujeito passivo aufira rendimentos de pensões ou de


reformas por velhice ou invalidez, ainda que possa continuar a atividade de
trabalho por conta de outrem, não poderá deduzir à coleta o(s) montante(s)
aplicado(s) em PPR.
(Informação vinculativa, Proc. 6091/07, com despacho concordante do Diretor-Geral dos
Impostos, de 13/03/2008)

Planos de poupança-reforma (PPR's) (sujeito passivo que se encontra na


situação de pré-reforma)

Um sujeito passivo, com 60 anos de idade, que se encontra na situação de


pré-reforma, pode deduzir à coleta do seu IRS o valor que aplicou, no ano

432 IRS 2014


Anexo H

em curso, num Plano Poupança-Reforma, tendo em conta o que se encontra


previsto no n.º 10 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais?

De acordo com o disposto no artigo 318.º do Código do Trabalho, considera-se


pré-reforma a situação de redução ou suspensão da prestação de trabalho,
constituída por acordo entre empregador e trabalhador com idade igual ou
superior a 55 anos, durante o qual este tem direito a receber do empregador
uma prestação pecuniária mensal, denominada pré-reforma.

Ora o n.º 10 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais diz que «Não
são dedutíveis à coleta de IRS, nos termos do n.º 2, os valores aplicados pelos
sujeitos passivos após a data da passagem à reforma».

Como na situação descrita (pré-reforma), o sujeito passivo não passou ainda


à situação de reforma, não tem aqui aplicação o disposto naquele normativo.
Consequentemente, nada impede que o interessado usufrua do benefício em
causa.

Código 702 - Contas Poupança-Habitação (CPH)

O benefício de dedução à coleta do IRS, que constava do n.º 1 do artigo 18.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais, relativo a Contas Poupança-Habitação (CPH), terminou em 31/12/2004,
com a publicação da Lei n.º 55-B/2004, de 30/12, que revogou aquela disposição legal.

Código 703 - Aquisição de ações no âmbito de operações de privatização

O benefício de dedução à coleta do IRS, que constava do n.º 1 do artigo 60.º do Estatuto
dos Benefícios Fiscais (EBF), relativo à aquisição de ações no âmbito de operações de
privatização (ofertas públicas de vendas realizadas pelo Estado), terminou em 31/12/2002.

Código 704 - Aquisição de ações pelos próprios trabalhadores das empresas objeto
de privatização

O benefício de dedução à coleta do IRS, que constava do n.º 2 do artigo 60.º do Estatuto
dos Benefícios Fiscais (EBF), relativo à aquisição de ações pelos próprios trabalhadores
das empresas objeto de privatização (ofertas públicas de vendas realizadas pelo Estado),
terminou em 31/12/2002.

Código 705 - Planos de Poupança em Ações (PPA)

O benefício de dedução à coleta do IRS, que constava do n.º 2 do artigo 24.º do Estatuto
dos Benefícios Fiscais (EBF), relativo a Planos de Poupança em Ações (PPA), terminou
em 31/12/2004, com a publicação da Lei n.º 55-B/2004, de 30/12, que revogou aquela
disposição legal.

IRS 2014 433


Anexo H

Código 706 - Despesas com a educação e a reabilitação de deficientes

São de indicar com este código as importâncias despendidas com a educação e a


reabilitação dos sujeitos passivos deficientes ou dependentes deficientes, com grau de
invalidez permanente igual ou superior a 60%.

São dedutíveis à coleta do IRS (dos sujeitos passivos residentes em território português)
30% da totalidade das despesas efetuadas com a educação e reabilitação do sujeito
passivo ou dependentes com deficiência [cfr. primeira parte do n.º 2 do art.º 87.º do CIRS].

Considera-se pessoa com deficiência aquela que apresente um grau de invalidez


permanente, devidamente comprovado mediante atestado médico de incapacidade
multiuso nos termos da legislação aplicável, igual ou superior a 60% (cfr. n.º 5 do art.º 87.º
do CIRS).

Para efeitos fiscais, consideram-se despesas de educação, designadamente, os encargos


com creches, lactários, jardins de infância, formação artística, educação física, educação
informática e explicações respeitantes a qualquer grau de ensino, desde que devidamente
comprovadas (cfr. n.º 3 do art.º 83.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014).

Reabilitação de deficientes (o que se entende como tal)

A reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a recuperação


física e psicológica da pessoa portadora de deficiência, tendo em vista a sua
reintegração social. Está associada a um conceito amplo de saúde, incorporando
o bem-estar físico, psíquico e social a que todos os indivíduos têm direito. Para
ser bem sucedida, a reabilitação de pessoas com deficiência pode ter que
envolver uma equipa multidisciplinar, composta, essencialmente, por: Fisiatras;
Enfermeiros; Fisioterapeutas; Terapeutas ocupacionais; Terapeutas da fala;
Psicólogos; entre outros profissionais.
(no Site da Internet "www.min-saúde.pt/portal/reabilitação")

Código 707 - Prémios de seguros de vida ou contribuições pagas a associações


mutualistas

São de indicar com este código as importâncias dispendidas com prémios de seguros de
vida ou contribuições pagas a associações mutualistas que garantam exclusivamente riscos
de morte, invalidez ou reforma por velhice, em que figurem como primeiros beneficiários
os sujeitos passivos deficientes ou dependentes deficientes, com grau de invalidez
permanente igual ou superior a 60%.

Este código só deve ser utilizado se as despesas respeitarem aos anos de 2010 e
anteriores. Para as despesas efetuadas nos anos de 2011 e seguintes deverão utilizar os
códigos 742 ou 743.

434 IRS 2014


Anexo H

Código 708 - Aquisição de computadores de uso pessoal

Este benefício, a partir de 01/01/2010, deixou de existir, na medida em que o artigo 68.º
do Estatuto dos Benefícios Fiscais, que o concedia, foi revogado pelo artigo 111.º da Lei
n.º 3-B/2010, de 28/4 (OE para 2010).

Código 709 - Entregas feitas pelos cooperadores a cooperativas de habitação e


construção

Este benefício foi dedutível apenas até 2006. O mesmo respeitava às entregas feitas pelos
cooperadores a cooperativas de habitação e construção, em resultado de contratos para
a aquisição, construção, recuperação ou beneficiação de imóveis para habitação própria
e permanente, tal como se encontrava previsto no n.º 1 do artigo 17.º da Lei n.º 85/98
(Estatuto Fiscal Cooperativo), de 16 de dezembro, diploma este que foi agora todo ele
revogado pelo artigo 148.º da Lei n.º 64-B/2011, de 30/12.

Código 710 - Entregas feitas pelos cooperadores para a realização do capital social
das cooperativas

Também este benefício foi dedutível apenas até 2006. O mesmo, em conformidade com
o disposto n.º 4 do artigo 17.º da Lei n.º 85/98 (Estatuto Fiscal Cooperativo), de 16 de
dezembro, respeitava às entregas feitas pelos cooperadores para a realização do capital
social das cooperativas, na parte que excedesse o capital legal ou estatutariamente
obrigatório, e para subscrição de títulos de investimento por elas emitidos, diploma aquele
que foi agora todo ele revogado pelo artigo 148.º da Lei n.º 64-B/2011, de 30/12.

Código 711 - Contribuições individuais para fundos de pensões, para associações


mutualistas e outros regimes complementares de segurança social

São de indicar com este código as contribuições individuais para fundos de pensões,
para associações mutualistas e outros regimes complementares de segurança social, que
garantam exclusivamente o benefício de reforma, complemento de reforma, invalidez ou
sobrevivência, incapacidade para o trabalho, desemprego e doença grave (cfr. n.º 3 do
art.º 16.º do EBF).

Excluem-se os valores aplicados após a passagem à reforma.

Contribuições individuais para fundos de pensões, para associações


mutualistas e outros regimes complementares de segurança social
(dedução à coleta)

3 - Às contribuições individuais dos participantes e aos reembolsos pagos por


fundos de pensões e outros regimes complementares de segurança social,
incluindo os disponibilizados por associações mutualistas, que garantam
exclusivamente o benefício de reforma, complemento de reforma, invalidez ou

IRS 2014 435


Anexo H

sobrevivência, incapacidade para o trabalho, desemprego e doença grave são


aplicáveis as regras previstas no artigo 21.º, com as necessárias adaptações.

5 - Os benefícios fiscais previstos no n.º 3 deste artigo e no n.º 2 do artigo 21.º


são cumuláveis, não podendo, no seu conjunto, exceder os limites fixados no
n.º 2 do artigo 21.º.

6 - As contribuições para fundos de pensões e outros regimes


complementares de segurança social referidas no n.º 3, incluindo os
disponibilizados por associações mutualistas, são dedutíveis à coleta do IRS,
nos termos aí estabelecidos, desde que:

a) Quando pagas e suportadas por terceiros, tenham sido, comprovadamente,


tributadas como rendimentos do sujeito passivo;
b) Quando pagas e suportadas pelo sujeito passivo, não constituam encargos
inerentes à obtenção de rendimentos da categoria B.
(n.ºs 3, 5 e 6 do artigo 16.º do EBF, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 292/2009, de 13/11)

Código 712 - IVA suportado com a aquisição de serviços de alimentação e bebidas,


de reparações domésticas e de veículos

O benefício de dedução à coleta do IRS, relativo ao IVA suportado com a aquisição


de serviços de alimentação e bebidas, de reparações domésticas e de veículos, que
constava, antes da remuneração feita pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6, do artigo 66.º
do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), terminou em 31/12/2004, com a publicação da
Lei n.º 55-B/2004, de 30/12, que revogou aquela disposição legal.
Atualmente, com contornos um pouco diferentes, vigora o benefício instituído pelo artigo
66.º-B do EBF, o qual não tem que constar de nenhum dos anexos da declaração de
rendimentos modelo 3 do IRS.

Código 715 - Mecenato Religioso

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, que foram
atribuídos, por pessoas singulares residentes em território nacional, a Igrejas e a
instituições religiosas [cfr. n.º 2 do art.º 63.º do EBF].

Os donativos em dinheiro são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o
limite de 15% da coleta, e terão uma majoração de 30% [cfr, alínea b) do n.º 1 e n.º 2 do
art.º 63.º do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Donativos (noção)

Para efeitos fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou em


espécie, concedidos, sem contrapartidas que configurem obrigações de caráter

436 IRS 2014


Anexo H

pecuniário ou comercial às entidades públicas ou privadas, previstas nos


artigos seguintes, cuja atividade consista predominantemente na realização
de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional.
(artigo 61.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, após a renumeração feita pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

Donativos (obrigações acessórias das entidades beneficiárias)

1 - As entidades beneficiárias dos donativos são obrigadas a:

a) Emitir documento comprovativo dos montantes dos donativos


recebidos dos seus mecenas, com a indicação do seu enquadramento
no âmbito do presente capítulo e, bem assim, com a menção de que o
donativo é concedido sem contrapartidas, de acordo com o previsto
no artigo 60.º;

b) Possuir registo atualizado das entidades mecenas, do qual constem,


nomeadamente, o nome, o número de identificação fiscal, bem como
a data e o valor de cada donativo que lhes tenha sido atribuído, nos
termos do presente capítulo;

c) Entregar à Administração Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de


fevereiro de cada ano, uma declaração de modelo oficial (declaração
modelo 25), referente aos donativos recebidos no ano anterior.

2 - Para efeitos da alínea a) do número anterior, o documento comprovativo


deve conter:

a) A qualidade jurídica da entidade beneficiária;

b) O normativo legal onde se enquadra, bem como, se for caso disso, a


identificação do despacho necessário ao reconhecimento;

c) O montante do donativo em dinheiro, quando este seja de natureza


monetária;

d) A identificação dos bens, no caso de donativos em espécie.

3 - Os donativos em dinheiro de valor superior a € 200 devem ser efetuados


através de meio de pagamento que permita a identificação do mecenas,
designadamente transferência bancária, cheque nominativo ou débito direto.
(artigo 66.º do EBF, após a renumeração feita pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

Donativos em dinheiro, concedidos a igrejas e outras instituições


religiosas (dedução à coleta)

1 - Os donativos em dinheiro atribuídos pelas pessoas singulares, residentes


em território nacional, nos termos e condições previstos nos artigos anteriores,

IRS 2014 437


Anexo H

são dedutíveis à coleta do IRS do ano a que digam respeito, com as


seguintes especificidades:

a) Em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, nos


casos em que não estejam sujeitos a qualquer limitação;

b) Em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, até ao


limite de 15% da coleta, nos restantes casos;

c) As deduções só são efetuadas no caso de não terem sido contabilizadas


como custos.

2 - São ainda dedutíveis à coleta, nos termos e limites fixados nas alíneas
b) e c) do número anterior, os donativos concedidos a igrejas, instituições
religiosas, pessoas coletivas de fins não lucrativos pertencentes a confissões
religiosas ou por elas instituídas, sendo a sua importância considerada em
130% do seu quantitativo.
(artigo 63.º do EBF, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 108/2008, de 26/6)

Donativos em dinheiro, concedidos à Igreja e outras instituições


religiosas, de valor superior a € 200 (meio de pagamento a utilizar)

Uma pessoa singular pretende conceder à Fábrica da Igreja da sua paróquia,


fora do âmbito de qualquer atividade empresarial ou profissional, um donativo
em dinheiro, no valor de 500 euros. Para ficar devidamente documentado, e
beneficiar do respetivo benefício fiscal, qual o meio de pagamento que deve
utilizar?

Os donativos em dinheiro concedidos por pessoas singulares, residentes em


território nacional, a instituições religiosas, como é o caso das Fábricas da
Igreja, são de enquadrar no n.º 2 do artigo 63.º do Estatuto dos Benefícios
Fiscais, devendo, quando o valor for superior a € 200, ser efetuados através de
meio de pagamento que permita a identificação do mecenas, designadamente
transferência bancária, cheque nominativo ou de débito direto (cfr. n.º 3 do
art. 66.º do EBF).

Donativos em espécie, concedidos por pessoas singulares fora do âmbito


de uma atividade empresarial (não são relevantes para efeitos fiscais)

Os donativos em espécie, concedidos por pessoas singulares fora do âmbito


de uma atividade empresarial ou profissional, são dedutíveis à coleta do IRS?

Segundo o disposto no n.º 1 do artigo 63.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais


(EBF), apenas os donativos em dinheiro atribuídos pelas pessoas singulares
residentes em território nacional, nos termos e condições previstos nos artigos

438 IRS 2014


Anexo H

61.º e 62.º, são dedutíveis à coleta do IRS do ano a que digam respeito,
com as especificidades que constam do mesmo normativo.

Consequentemente, os donativos em espécie, atribuídos por pessoas


singulares fora do âmbito de uma atividade empresarial ou profissional, não
serão de considerar para efeitos fiscais, por não terem enquadramento no
artigo 63.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais nem em qualquer outro normativo.

Código 716 - Mecenato no âmbito da Lei da Liberdade Religiosa

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos nos
anos de 2006 e anteriores ao abrigo da Lei da Liberdade Religiosa (n.º 3 do art.º 32.º da
Lei n.º 16/2001, de 22/6) às pessoas coletivas religiosas inscritas, no registo nacional das
pessoas coletivas religiosas.

Os donativos concedidos nos anos de 2007 e seguintes devem ser indicados no


código 715.

Código 717 - Mecenato científico

São de indicar com este código os donativos devidamente comprovados, para a realização
de atividades de natureza científica, nos termos do artigo 62.º-A do EBF.

Entidades beneficiárias de natureza privada:


- Fundações, associações e institutos privados;
- Instituições de ensino superior, bibliotecas, mediatecas e centros de documentação;
- Laboratórios do Estado e laboratórios associados;
- Unidades de Investigação e desenvolvimento, centros de transferência e centros
tecnológicos;
- Órgãos de comunicação social, quando se trate de mecenato para a divulgação científica;
- Empresas que desenvolvam ações de demonstração de resultados de investigação e
desenvolvimento tecnológico (artigo 62.º-A do EBF).

Código 718 - Mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos no


âmbito do mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional (n.ºs 6 e 7 do art.º 62.º
do EBF), às seguintes entidades:

- Cooperativas culturais, institutos, fundações e associações;


- Museus, bibliotecas, arquivos históricos e documentais;
- Organizações não governamentais do ambiente (ONGA);
- Pessoas coletivas titulares do estatuto de utilidade pública desportiva;
- INATEL;

IRS 2014 439


Anexo H

- Estabelecimentos de ensino reconhecidos pelo Ministério da Educação;


- Comité Olímpico de Portugal, Confederação do Desporto de Portugal, pessoas coletivas
titulares do estatuto de utilidade pública desportiva;
- Associações promotoras de desporto e associações de utilidade pública.

Os donativos em dinheiro, concedidos por pessoas singulares residentes em território


nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o limite de 15% da
coleta, e terão uma majoração de 20% [cfr. n.º 2 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º
do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 719 - Mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional (contratos


plurianuais)
São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos no
âmbito do mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional, quando atribuídos às
entidades referidas no código anterior, ao abrigo de contratos plurianuais celebrados para
fins específicos que fixem os objetivos a prosseguir pelas entidades beneficiárias e os
montantes a atribuir pelos sujeitos passivos (n.ºs 6 e 7 do art.º 62.º do EBF).

Os donativos em dinheiro, concedidos por pessoas singulares residentes em território


nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o limite de 15% da
coleta, e terão uma majoração de 30% [cfr. n.º 2 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º
do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 720 - Mecenato social


São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos no
âmbito do mecenato social (n.º 3 do art.º 62.º do EBF), quando atribuídos às seguintes
entidades:

- Instituições particulares de solidariedade social e equiparadas;


- Pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e de mera utilidade pública que
prossigam fins de caridade, assistência, beneficência e solidariedade social;
- Centros de cultura e desporto organizados nos termos dos Estatutos do Instituto
Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores (INATEL), para o
desenvolvimento de atividades de natureza social;
- Organizações não governamentais cujo objeto estatutário se destine essencialmente à
promoção dos valores da cidadania, da defesa dos direitos humanos, dos direitos das
mulheres e da igualdade de género;
- Organizações não governamentais para o desenvolvimento;

440 IRS 2014


Anexo H

- Outras entidades promotoras de iniciativas de auxílio a populações carecidas de ajuda


humanitária, em consequência de catástrofes naturais ou de outras situações de
calamidade internacional, reconhecidas pelo Estado Português, mediante despacho
conjunto do Ministro das Finanças e do Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Os donativos em dinheiro, concedidos por pessoas singulares residentes em território


nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o limite de 15% da
coleta, e terão uma majoração de 30% ou de 40% se forem concedidos ao Estado e seus
organismos [cfr. n.º 2 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 721 - Mecenato social - Apoio especial

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos no


âmbito do mecenato social, no caso de se destinarem a custear as seguintes medidas
[n.ºs 4, 6, alínea i) e 7, alínea c) do art.º 62.º do EBF]:

- Apoio à infância ou à terceira idade;


- Apoio e tratamento de toxicodependentes ou de doentes com sida, com cancro ou
diabéticos;
- Promoção de iniciativas dirigidas à criação de oportunidades de trabalho e de reinserção
social de pessoas, famílias ou grupos em situações de exclusão ou risco de exclusão
social, designadamente no âmbito do rendimento mínimo garantido, de programas de luta
contra a pobreza ou de programas e medidas adotadas no contexto do mercado social de
emprego;
- Creches, lactários e jardins-de-infância legalmente reconhecidos pelo ministério competente;
- Organismos públicos de produção artística.

Os donativos em dinheiro, concedidos por pessoas singulares residentes em território


nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o limite de 15% da
coleta, e terão uma majoração de 40% [cfr. n.º 2 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º
do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 722 - Mecenato familiar

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos no


âmbito do Mecenato Familiar (n.ºs 3 e 5 do art.º 62.º do EBF), atribuídos às entidades
referidas nos códigos 720 e 724, que se destinem a custear:

a) Apoio pré-natal a adolescentes e a mulheres em situação de risco e à promoção de


iniciativas com esse fim;

IRS 2014 441


Anexo H

b) Apoio a meios de informação, de aconselhamento, de encaminhamento e de ajuda a


mulheres grávidas em situação social, psicológica ou economicamente difícil;
c) Apoio, acolhimento, ajuda humana e social a mães solteiras;
d) Apoio, acolhimento, ajuda social e encaminhamento de crianças nascidas em situações
de risco ou vítimas de abandono;
e) Ajuda à instalação de centros de apoio à vida para adolescentes e mulheres grávidas
cuja situação sócio-económica ou familiar as impeça de assegurar as condições de
nascimento e educação da criança;
f) Apoio à criação de infra-estruturas e serviços destinados a facilitar a conciliação da
maternidade com a atividade profissional dos pais.

Os donativos em dinheiro, concedidos por pessoas singulares residentes em território


nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, com o limite de 15% da
coleta, e terão uma majoração de 50% [cfr. n.º 5 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º
do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 723 - Mecenato para a sociedade de informação

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, nos anos de
2006 e anteriores, concedidos no âmbito do mecenato para a sociedade de informação
(art.º 3.º-A do Estatuto do Mecenato), relativos a donativos de equipamento informático,
programas de computadores, formação e consultadoria na área de informática, desde que
concedidos às seguintes entidades:

- As mencionadas no código 720;


- As mencionadas no código 724:
- As mencionadas no código 718, mas apenas com referência a museus e bibliotecas,
Comité Olímpico de Portugal, associações promotoras de desporto, centros de cultura e
desporto e estabelecimentos de ensino reconhecido pelo Ministério da Educação.

A majoração é assumida automaticamente quando da liquidação do imposto pelos


serviços da Administração Tributária.

O Estatuto do Mecenato, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 74/99, de 16/3, encontra-se revogado
pela alínea f) do n.º 3 artigo 87.º da Lei n.º 53-A/2006, de 29/12. Tal revogação produz
efeitos a partir de 01/01/2007, ficando, todavia, ressalvados os efeitos jurídicos decorrentes
de reconhecimentos já efetuados [cfr. alínea h) do art.º 88.º da Lei n.º 53-A/2006].

Código 724 - Estado - Mecenato científico

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, para a realização
de atividades de natureza científica, atribuídos ao Estado, Regiões Autónomas, autarquias

442 IRS 2014


Anexo H

locais, associações de municípios e de freguesias e fundações, em que aquelas entidades


participaram no património inicial, nos termos do n.º 2 do artigo 82.º-A do EBF.

Código 725 - Estado - Mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, destinados


exclusivamente à prossecução de fins de caráter cultural, ambiental, desportivo e
educacional (n.ºs 1 e 2 do art.º 62.º, do EBF).

São de indicar, ainda, os apoios concedidos entre 1 de janeiro de 2007 e 31 de dezembro


de 2013 para a concretização do Plano Nacional de Leitura, aprovado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 86/2006, de 12 de julho.

Os donativos em dinheiro concedidos ao Estado, por sujeitos passivos residentes em


território nacional, são deduzidos à coleta do IRS 25% do seu montante, sem qualquer
limite e sem necessidade de reconhecimento prévio, e terão um acréscimo de 20% caso
se destinem a fins cultural, ambiental, desportivo e educacional.

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 726 - Estado - Mecenato cultural, ambiental, desportivo e educacional


(contratos plurianuais)

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, destinados


exclusivamente à prossecução de fins de caráter cultural, ambiental, desportivo e
educacional, quando atribuídos ao abrigo de contratos plurianuais ao Estado, Regiões
Autónomas, autarquias locais, associações de municípios e de freguesias e fundações, em
que aquelas entidades participem no património inicial (n.ºs 1 e 2 do art.º 62.º do EBF).

São de indicar, ainda, os apoios concedidos entre 1 de janeiro de 2007 e 31 de dezembro


de 2013 para a concretização do Plano Nacional de Leitura, aprovado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 86/2006, de 12/7, os quais são considerados de interesse para a
educação e podem usufruir dos benefícios fiscais legalmente previstos.

Os donativos em dinheiro concedidos ao Estado, por sujeitos passivos residentes em


território nacional, são deduzidos à coleta do IRS 25% do seu montante, sem qualquer
limite e sem necessidade de reconhecimento prévio, e terão um acréscimo de 30% caso se
destinem a fins cultural, ambiental, desportivo e educacional (contratos plurianuais).

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 727 - Estado - Mecenato social

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, destinados


exclusivamente à prossecução de fins de caráter social, atribuídos ao Estado, Regiões

IRS 2014 443


Anexo H

Autónomas, autarquias locais, associações de municípios e de freguesias e fundações,


em que aquelas entidades participaram no património inicial (n.ºs 1 e 2 do art.º 62.º
do EBF).

São ainda de indicar os donativos atribuídos às creches, lactários e jardins-de-infância,


bem como aos organismos públicos de produção artística responsáveis pela promoção de
projetos relevantes de serviço público nas áreas do teatro, música, ópera e bailado [alínea
c) do n.º 7 do art.º 62.º do EBF].

Os donativos em dinheiro concedidos ao Estado, por sujeitos passivos residentes em


território nacional, são deduzidos à coleta do IRS 25% do seu montante, sem qualquer
limite e sem necessidade de reconhecimento prévio, e terão um acréscimo de 40% caso se
destinem a fins sociais.

Quer a percentagem que a majoração é assumida automaticamente quando da liquidação


do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

Código 728 - Estado - Mecenato familiar

São de indicar com este código os donativos concedidos Estado, Regiões Autónomas,
autarquias locais, associações de municípios e de freguesias e fundações, que se destinem
a custear as seguintes medidas (n.º 5 do artigo 62.º do EBF):

- Apoio pré-natal a adolescentes e a mulheres em situação de risco e à promoção de


iniciativas com esse fim;

- Apoio a meios de informação, de aconselhamento, encaminhamento e de ajuda a


mulheres grávidas em situação social, psicológica ou economicamente difícil;

- Apoio, acolhimento, ajuda humana e social a mães solteiras;

- Apoio, acolhimento, ajuda social e encaminhamento de crianças nascidas em situações


de risco ou vítimas de abandono;

- Ajuda à instalação de centros de apoio à vida para adolescentes e mulheres grávidas


cuja situação sócio-económica ou familiar as impeça de assegurar as condições de
nascimento e educação da criança;

- Apoio à criação de infra-estruturas e serviços destinados a facilitar a conciliação da


maternidade com a atividade profissional dos pais.

Os donativos em dinheiro, concedidos ao Estado por pessoas singulares residentes em


território nacional, são deduzidos 25% do seu montante à coleta do IRS, sem qualquer
limite e sem necessidade de reconhecimento prévio, e terão uma majoração de 40% [cfr.
n.º 2 do art.º 62.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 63.º do EBF].

Quer a percentagem quer a majoração são assumidas automaticamente quando da


liquidação do imposto pelos serviços da Administração Tributária.

444 IRS 2014


Anexo H

Código 729 - Prémios de seguros de acidentes pessoais e de seguros de vida

O benefício da dedução à coleta do IRS dos prémios de seguros de acidentes pessoais e


de seguros de vida (neste último caso de sujeitos passivos e dependentes não deficientes)
que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou de reforma por velhice,
terminou em 31/12/2010, na medida em que o artigo 97.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31/12,
revogou o artigo 86.º do Código do IRS que concedia tal benefício.

Contudo, o disposto no artigo 86.º do CIRS mantém-se em vigor no que respeita às


condições de resgate e adiantamento de seguros de vida em relação aos quais tenha sido
exercido o direito à dedução nos anos em que tal foi possível, bem como ao agravamento
em caso de pagamento fora dessas condições (cfr. n.º 2 do art.º 97.º da Lei n.º 55-A/2010,
de 31/12).

Código 730 - Prémios de seguros de saúde ou contribuições pagas a associações


mutualistas ou a instituições sem fins lucrativos, que cubram
exclusivamente riscos de saúde

São de indicar com este código os prémios de seguros de saúde ou contribuições pagas
a associações mutualistas ou a instituições sem fins lucrativos que tenham por objeto a
prestação de cuidados de saúde que, em qualquer dos casos, cubram exclusivamente
riscos de saúde relativamente ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, pagos por
aqueles ou por terceiros, desde que, neste caso tenham sido comprovadamente tributados
como rendimento do sujeito passivo (cfr. art.º 74.º do EBF, na redação que vigorou até
31/12/2014).

Com referência aos anos de 2010 e anteriores, são de indicar os prémios de seguros
ou contribuições pagas a associações mutualistas que, em qualquer dos casos, cubram
exclusivamente riscos de saúde, relativos ao sujeito passivo ou aos seus dependentes,
pagos por aqueles ou por terceiros, desde que neste caso tenham sido comprovadamente
tributados como rendimento do sujeito passivo (n.º 3 do art.º 86.º do CIRS, então em vigor).

Prémios de seguros de saúde (por quem deve ser emitido o documento


comprovativo)

Tendo sido detetados casos em que as despesas com seguros de doença


incorridas pelos contribuintes, normalmente no âmbito de seguros coletivos,
estão a ser declarados pelas respetivas entidades patronais (dado o facto de
serem efetuadas através do desconto direto no ordenado do contribuinte), foi
superiormente sancionado o seguinte entendimento quanto aos procedimentos
a adotar:

- Excecionalmente e no que respeita ao ano de 2007, os documentos subjacentes


emitidos pelas entidades patronais são aceites como prova desse encargo,
para efeitos de consideração da dedução à coleta.

- Relativamente aos anos de 2008 e seguintes, a comprovação das despesas

IRS 2014 445


Anexo H

incorridas nesses anos, e conforme o previsto no artigo 127.º do Código do


IRS, deverá ser efetuada pelas entidades gestoras do seguro de saúde.

Deste modo, deixa de ser possível comprovar essas mesmas despesas


com documentos emitidos pelas entidades patronais.
(Informação vinculativa, Proc. 2891/2008, com despacho concordante do Subdiretor-Geral do
IR, de 08/08/2008)

Código 731 - Encargos com imóveis

Se preencher este campo 731 não se esqueça de preencher também o campo 814 do
Quadro 8.

São de indicar com este código os encargos com imóveis situados no território português ou
no território de outro Estado membro da União Europeia ou no Espaço Económico Europeu
desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informação, referente a:

a) Juros de dívidas, por contratos celebrados até 31/12/2011, contraídas com a aquisição,
construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente ou
arrendamento devidamente comprovado para habitação permanente do arrendatário
[cfr. alínea a) do n.º 1 e n.º 4 do art.º 85.º do CIRS, na redação que vigorou até
31/12/2014];
ou
b) Prestações devidas em resultado de contratos celebrados até 31/12/2011 com
cooperativas de habitação ou no âmbito do regime de compras em grupo, para a
aquisição de imóveis destinados à habitação própria e permanente ou arrendamento
para habitação permanente do arrendatário, devidamente comprovadas, na parte que
respeitem a juros das correspondentes dívidas [cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 85.º do
CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

No ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS, relativa a sujeitos passivos
residentes em território português, de 15% dos encargos antes mencionados relacionados
com imóveis situados em território português ou no território de outro Estado membro da
União Europeia ou no espaço económico europeu desde que, neste último caso, exista
intercâmbio de informação, com o limite de € 296,00 [cfr. n.º 1 art.º 85.º do CIRS, na
redação que vigorou até 31/12/2014].

Para os sujeitos passivos separados de facto, o limite do benefício antes referido será
reduzido a 50% [cfr. alínea a) do n.º 2 do art.º 59.º do CIRS].

As deduções referidas com o código 731 deste quadro 7, bem como as indicadas com o
código 732, não são cumulativas (cfr. n.º 3 do art.º 85.º do CIRS, na redação que vigorou
até 31/12/2014).

Juros de dívidas contraídas com a aquisição, construção ou beneficiação


de imóveis (prestações pagas ao abrigo da linha de crédito extraordinária
destinada à proteção da habitação própria e permanente em caso de desemprego)

446 IRS 2014


Anexo H

1 - Nos termos do Decreto-Lei n.º 103/2009, de 12 de maio, foi criada uma linha
de crédito extraordinária destinada à proteção da habitação própria permanente
em caso de desemprego, disponibilizada pelo Estado, através da Direção-Geral
do Tesouro e Finanças.

2 - A linha de crédito suporta a redução em 50% da prestação mensal de capital


e juros do mutuário, durante um período máximo de 24 meses.

3 - A amortização do montante utilizado, que inclui os juros vencidos, deve iniciar-


-se, no limite, a partir do mês subsequente ao último mês da utilização da linha
de crédito e deve estar concluída até ao termo do prazo do respetivo crédito à
habitação permanente, sendo efetuada no regime de prestações constantes de
capital e juros.

4 - Para efeitos do artigo 85.º, n.º 1, alínea a) do Código do IRS, o sujeito passivo
que recorra à linha de crédito referida só pode deduzir a parte da prestação
por si suportada, ou seja, 50% da prestação total, não podendo deduzir a
parte suportada pela linha de crédito extraordinária.

5 - Quando terminar o período da moratória e passar a efetuar o pagamento


da prestação pela totalidade bem como o reembolso do crédito disponibilizado,
deduzirá estas importâncias, nos termos do artigo 85.º, n.º 1, alínea a) do
Código do IRS.
(Informação vinculativa, Proc. 2544/2009, com despacho concordante do Senhor Diretor-Geral
dos Impostos, de 02/06/2009)

Código 732 - Rendas de casa para fins de habitação permanente

Se preencheu este campo 732, e beneficiou de apoio financeiro (subsídio de renda - RAU,
NRAU ou subvenção mensal - artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 308/2007, de 3/9), não se
esqueça de preencher também o campo 815 do Quadro 8.

São de indicar com este código as importâncias, líquidas de subsídios ou comparticipações


oficiais, suportadas a título de renda pelo arrendatário de prédio urbano ou de fração
autónoma para fins de habitação permanente, quando referentes a contratos de arrendamento
celebrados a coberto do Regime do Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-
-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro, ou do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU),
aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 fevereiro [cfr. alínea d) do n.º 1 do artigo 85.º do CIRS,
na redação que vigorou até 31/12/2014].

Para o ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS de 15% dos encargos
relacionados com imóveis situados em território português ou no território de outro Estado
membro da União Europeia ou no espaço económico europeu desde que, neste último caso,
exista intercâmbio de informação, com o limite de € 502,00 [cfr. alínea d) do n.º 1 art.º 85.º
do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

Aquele limite, de acordo como o previsto no n.º 7 do artigo 85.º do Código do IRS, é elevado,
tendo em conta os escalões de rendimento coletável previstos no n.º 1 do artigo 68.º do
mesmo diploma nos seguintes termos:

IRS 2014 447


Anexo H

- Em 50% para os sujeitos passivos com rendimento coletável até ao limite do 1.º escalão;

- Em 20% para os sujeitos passivos com rendimento coletável até ao limite do 2.º escalão;

O que se pode sintetizar no seguinte quadro resumo:

Rendimento coletável do Acréscimo Acréscimo Limite da dedução


agregado em € em % valor em € em €
Até 7 000 50% x 502 251,00 753,00
De mais de 7 000 a 20 000 20% x 502 100,40 602,40
Superior a 20 000 - - 502,00

Código 733 - Regime público de capitalização

São de indicar com este código os valores aplicados, por sujeitos passivos não casados,
ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, em contas
individuais geridas em regime público de capitalização (art.º 17.º do EBF).

Regime público de capitalização (dedução à coleta)

1 - São dedutíveis à coleta do IRS, nos termos e condições previstas no artigo


78.º do respetivo Código, 20% dos valores aplicados, por sujeito passivo não
casado, ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas
e bens, em contas individuais geridas em regime público de capitalização,
tendo como limite máximo € 350 por sujeito passivo.

2 - Às importâncias pagas, sob a forma de renda vitalícia ou resgate do capital


acumulado, no âmbito do regime público de capitalização é aplicável o regime
previsto nos n.ºs 2 a 5 do artigo 21.º.
(artigo 17.º do EBF, com a redação dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12)

Regime público de capitalização (em que consiste)

O regime público de capitalização, instituído pela lei de bases da segurança


social, é, no essencial, um regime de capitalização, de adesão individual e
voluntária, cuja organização e gestão é da responsabilidade do Estado.

As contribuições de cada aderente são depositadas na sua conta, convertendo-


-se em certificados de reforma, e integrarão um fundo autónomo, fundo este que
será gerido, em regime de capitalização, pelo Instituto de Gestão de Fundos de
Capitalização da Segurança Social, I.P..

Com a adesão ao regime público de capitalização os aderentes formarão


direitos complementares à sua pensão de reforma e de aposentação por
velhice ou, nos termos previstos na lei, à sua pensão de invalidez absoluta,
que estão diretamente relacionados com os montantes acumulados na sua
conta individual.
(do preâmbulo do Dec. Lei n.º 26/2008, de 22/2)

448 IRS 2014


Anexo H

Código 734 - Comemorações do Centenário da República (donativos, em dinheiro ou


em espécie)

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos à


entidade incumbida legalmente de assegurar a preparação, organização e coordenação
das comemorações do 1.º Centenário da implementação da República, por pessoas
singulares residentes em território nacional, desde que não tenham sido contabilizadas
como custo do exercício (art.º 80.º da Lei n.º 67-A/2007 de 31/12 - OE para 2008).

Estes donativos são dedutíveis à coleta do IRS 30% do seu montante, sem qualquer limite,
e não dependem de reconhecimento prévio, e terão uma majoração de 20%.

Porém, as importâncias a indicar são as efetivamente atribuídas a título de donativo, já que


a percentagem e limite de dedução à coleta será assumida automaticamente pelo sistema
quando da liquidação do imposto.

Código 735 - Comemorações do Centenário da República (Contratos Plurianuais)

São de indicar com este código os donativos, devidamente comprovados, concedidos à


entidade incumbida legalmente de assegurar a preparação, organização e coordenação
das comemorações do 1.º Centenário da implementação da República, quando atribuídas
ao abrigo de contratos plurianuais, por pessoas singulares residentes em território
nacional, desde que não tenham sido contabilizadas como custo do exercício (art.º 80.º da
Lei n.º 67-A/2007 de 31/12 - OE para 2008).

Estes donativos são dedutíveis à coleta do IRS 30% do seu montante, sem qualquer limite,
e não dependem de reconhecimento prévio, e terão uma majoração de 30%, se atribuídos
ao abrigo de contratos plurianuais.

Porém, as importâncias a indicar são as efetivamente atribuídas a título de donativo, já que


a percentagem e limite de dedução à coleta será assumida automaticamente pelo sistema
quando da liquidação do imposto.

Código 736 - Encargos com reabilitação urbana

Se preencher este campo 736 não se esqueça de preencher também o campo 814 do
Quadro 8.

São de indicar com este código os encargos suportados pelo proprietário relacionados com
a reabilitação de:

- Imóveis localizados em áreas de reabilitação urbana e recuperados nos termos das


respetivas estratégias de reabilitação urbana;

ou

- Imóveis arrendados passíveis de atualização faseada das rendas nos termos dos artigos
27.º e seguintes do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU), aprovado pela Lei

IRS 2014 449


Anexo H

n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, que sejam objeto de ações de reabilitação (n.º 4 do art.º
71.º do EBF).

Os encargos com a reabilitação urbana devem ser devidamente comprovados e dependentes


de certificação prévia por parte do órgão de gestão da área de reabilitação ou comissão
arbitral municipal, consoante os casos (n.º 17 do art.º 71.º do EBF).

Encargos com a reabilitação urbana (dedução à coleta)

4 - São dedutíveis à coleta, em sede de IRS, até ao limite de € 500, 30% dos
encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação de:

a) Imóveis, localizados em 'áreas de reabilitação urbana' e recuperados nos


termos das respetivas estratégias de reabilitação; ou

b) Imóveis arrendados passíveis de atualização faseada das rendas nos termos


dos artigos 27.º e seguintes do Novo Regime de Arrendamento Urbano
(NRAU), aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, que sejam objeto
de ações de reabilitação.

17 - Os encargos a que se refere o n.º 4 devem ser devidamente comprovados


e dependem de certificação prévia por parte do órgão de gestão da área de
reabilitação ou da comissão arbitral municipal, consoante os casos.

18 - As entidades mencionadas no número anterior devem remeter à


administração tributária as certificações referidas no número anterior.
(n.ºs 4, 17 e 18 do artigo 71.º do EBF)

Código 737 - Encargos com lares e apoio domiciliário


São de indicar com este código os encargos com apoio domiciliário, lares e instituições de
apoio à terceira idade relativos aos sujeitos passivos, ascendentes (pais, avós, bisavós)
ou colaterais até ao 3.º grau (irmãos e tios) que não possuam rendimentos superiores à
retribuição mínima mensal, bem como os encargos com lares e residências autónomas
para pessoas com deficiência relativos aos seus dependentes (cfr. art.º 84.º do CIRS,
com a redação que vigorou até 31/12/2014).

Na coluna do Titular deve ser indicado o código que corresponda à pessoa que se encontra
no lar ou que tenha beneficiado de apoio familiar.

Para o ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS de 25% dos encargos
com apoio domiciliário, lares e instituições de apoio à terceira idade relativos aos sujeitos
passivos (residentes em território português), bem como dos encargos com lares e
residências autónomas para pessoas com deficiência, seus dependentes, ascendentes e
colaterais até ao 3º grau que não possuam rendimentos superiores à retribuição mínima
mensal, com o limite de 85% do valor do IAS (475,00 x 85% = 403,75) [cfr. artigo 84.º do
CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

450 IRS 2014


Anexo H

Contudo, os encargos em causa, para além do limite antes referido, estão ainda sujeitos ao
limite constante da tabela que faz parte do n.º 7 do artigo 78.º do Código do IRS, na redação
que vigorou até 31/12/2014.

Porém, as importâncias a indicar são as efetivamente pagas, já que a percentagem e limite


de dedução à coleta será assumida automaticamente pelo sistema quando da liquidação
do imposto.

Para os sujeitos passivos separados de facto o limite será reduzido a 50% daquele valor.
[cfr. alínea a) do n.º 2 do art.º 59.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

Código 738 - Equipamentos para a utilização de energias renováveis


Eram de indicar com este código as importâncias despendidas com a aquisição de
equipamentos novos para a utilização de energias renováveis e de equipamentos para
a produção de energia elétrica ou térmica (co-geração), por microturbinas, com potência
até 100 kW, que consumissem gás natural, incluindo equipamentos complementares
indispensáveis ao seu funcionamento, desde que afetos a utilização pessoal, nos termos
da alínea a) do n.º 1 do artigo 73.º do EBF e anexo da Portaria n.º 303/2010, de 8 de junho.

A partir de 01/01/2012, o benefício em causa deixou de existir, na medida em que o artigo


73.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais foi revogado pelo artigo 146.º da Lei n.º 64-B/2011,
de 30/12 (OE para 2012).

Código 739 - Obras de melhoria de comportamento térmico


Eram de indicar com este código as importâncias despendidas com a aquisição de
equipamentos e obras de melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios,
dos quais resultasse diretamente o seu maior isolamento, desde que afetos a utilização
pessoal, nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 73.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais,
e anexo da Portaria n.º 303/2010, de 8 de Junho.

A partir de 01/01/2012, o benefício em causa deixou de existir, na medida em que o artigo


73.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais foi revogado pelo artigo 146.º da Lei n.º 64-B/2011,
de 30 de dezembro (OE para 2012).

Código 740 - Veículos não poluentes


Eram de indicar com este código as importâncias despendidas com a aquisição de veículos
sujeitos a matrícula, exclusivamente elétricos ou movidos a energias renováveis não
combustíveis, desde que afetos a utilização pessoal, nos termos da alínea c) do n.º 1 do
artigo 73º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

A partir de 01/01/2012, o benefício em causa deixou de existir, na medida em que o artigo


73.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais foi revogado pelo artigo 146.º da Lei n.º 64-B/2011,
de 30/12 (OE para 2012).

Código 741 - Rendas pagas por contrato de locação financeira


Se preencher este campo 741 não se esqueça de preencher também o campo 814 do
Quadro 8.

IRS 2014 451


Anexo H

São de indicar com este código os juros incluídos nas rendas por contrato de locação
financeira, celebrados até 31/12/2011, pagos relativamente a imóveis para habitação
própria e permanente, bem como os juros suportados pelos arrendatários de imóveis dos
fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional - FIIAH em resultado da
conversão de um direito de propriedade de um imóvel num direito de arrendamento (cfr.
n.º 5 do art.º 8.º do Regime Jurídico dos FIIAH aprovado pelo art.º 104.º da Lei n.º 64-
A/2008, de 31/12).

Em qualquer dos casos antes referidos não pode ser considerada a parte que respeita à
amortização do capital.

O código 741 deve ser utilizado para os anos de 2011 e seguintes. Tratando-se de anos
anteriores, estas despesas são de indicar com o código 732.

No ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS de 15% dos encargos
antes mencionados relacionados com imóveis situados em território português ou no
território de outro Estado membro da União Europeia ou no espaço económico europeu
desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informação, com o limite de € 296 [cfr.
alínea c) do n.º 1 art.º 85.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

Locação financeira de bens imóveis (juros suportados a título de renda na


aquisição de habitação própria e permanente)

Certo sujeito passivo pretende adquirir, para sua habitação própria e permanente,
bem como do seu agregado familiar, através de contrato de locação financeira,
uma fração autónoma de um imóvel que se encontra em regime de propriedade
horizontal.

A renda que vai ficar a pagar (juros e amortização do capital) é dedutível à


coleta em sede de IRS?

Segundo o disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 85.º do Código do IRS, na


redação que vigorou até 31/12/2014, relativamente aos contratos de locação
financeira celebrados até 31 de dezembro de 2011 e aos imóveis que se
encontrem situados em território português ou no território de outro Estado
membro da União Europeia ou no espaço económico europeu desde que,
neste último caso, exista intercâmbio de informação, as importâncias pagas a
título de rendas e a imóveis para habitação própria e permanente, efetuadas ao
abrigo do respetivo regime, são dedutíveis 15% à coleta do IRS mas apenas
na parte que respeita aos juros, e mesmo assim tão só até ao limite previsto
naquela disposição legal.

Assim sendo, só aquela parte (juros) é que pode ser indicada com o código
741 no quadro 7 do anexo H, uma vez que a parte que constitui amortização de
capital, não é dedutível para efeito de IRS. Mesmo assim é ainda necessário
que o contrato seja celebrado até 31 de dezembro de 2011. Se o contrato for
celebrado depois desta data não há lugar ao benefício.

452 IRS 2014


Anexo H

Código 742 - Prémios de seguro de vida ou contribuições pagas por pessoas com
deficiência

São de indicar neste quadro os prémios de seguro de vida despendidos por pessoas com
deficiência, bem como as contribuições pagas a associações mutualistas que garantam
exclusivamente os riscos de morte ou invalidez, nos termos do n.º 2 do artigo 87.º do
Código do IRS.

Este código deve ser utilizado para os anos de 2011 e seguintes. Tratando-se de anos
anteriores, estas despesas são de indicar com o código 707.

O benefício consiste na dedução à coleta de 25% da totalidade dos prémios pagos ou das
contribuições pagas a associações mutualistas, com o limite de 15% da coleta de IRS (cfr.
n.ºs 2 e 4 do art.º 87.º do CIRS).

Contudo, as importâncias a indicar são as efetivamente pagas, já que a percentagem do


benefício, bem como o respetivo limite, será assumida pelo sistema quando da liquidação
do imposto.

Lembramos ainda que, as importâncias inscritas com o Código 742 do quadro 7 do anexo
H, não estão sujeitas ao limite constante da tabela que faz parte do n.º 7 do artigo 78.º do
Código do IRS.

Pessoa com deficiência (conceito)

Considera-se pessoa com deficiência aquela que apresente um grau de


incapacidade permanente, devidamente comprovado mediante atestado
médico de incapacidade multiuso emitido nos termos da legislação aplicável,
igual ou superior a 60%.
(n.º 5 do artigo 87.º do CIRS)

Prémios de seguro de vida ou contribuições pagas a associações


mutualistas por pessoas com deficiência (dedução à coleta)

2 - São ainda dedutíveis à coleta 30% da totalidade das despesas efetuadas com
a educação e reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com deficiência,
bem como 25% da totalidade dos prémios de seguro de vida ou contribuições
pagas a associações mutualistas que garantam exclusivamente os riscos de
morte, invalidez ou reforma por velhice.

4 - A dedução dos prémios de seguros ou das contribuições pagas a associações


mutualistas a que se refere o n.º 2 não pode exceder 15% da coleta de IRS.
(n.ºs 2 e 4 do art.º 87.º do CIRS, com a redação dada, respetivamente, pela Lei n.º 55-A/2010, de
31/12, e pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12)

IRS 2014 453


Anexo H

Código 743 - Contribuições para reforma por velhice pagas por sujeitos passivos
com deficiência

São de indicar com este código as contribuições para reforma por velhice pagas por sujeitos
passivos com deficiência, nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do Código do IRS.

O código 743 do quadro 7 do anexo H deve ser utilizado para os anos de 2011 e seguintes.
Tratando-se de anos anteriores, estas despesas são de indicar com o código 707.

As contribuições em causa estão sujeitas ao limite imposto pelo n.º 3 do artigo citado, a
seguir transcrito, mas não estão sujeitas ao limite constante da tabela que faz parte do
n.º 7 do mesmo preceito.

As importâncias a indicar são as efetivamente pagas, já que a percentagem de dedução


à coleta será assumida automaticamente pelo sistema quando da liquidação do imposto.

Contribuições para reforma por velhice pagas por sujeitos passivos com
deficiência (dedução à coleta)
2 - São ainda dedutíveis à coleta 30% da totalidade das despesas efetuadas com
a educação e reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com deficiência,
bem como 25% da totalidade dos prémios de seguro de vida ou contribuições
pagas a associações mutualistas que garantam exclusivamente os riscos de
morte, invalidez ou reforma por velhice.
3 - Nos casos de contribuições pagas para reforma por velhice a dedução
depende de o benefício ser garantido, após os 55 anos de idade e cinco anos
de duração do contrato, ser pago por aquele ou por terceiros, e desde que,
neste caso, tenham sido comprovadamente tributados como rendimentos do
sujeito passivo, com o limite de € 65, tratando-se de sujeitos passivos não
casados ou separados judicialmente de pessoas e bens, ou de € 130, tratando-
-se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e
bens.
(n.ºs 2 e 3 do artigo 87.º do CIRS, com a redação dada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31/12)

SEGUNDA COLUNA (Titular)

Na segunda coluna do quadro 7 do anexo H deve proceder-se à identificação do membro do


agregado familiar que suportou o encargo, através da utilização dos códigos previamente
definidos no rosto da declaração modelo 3, conforme a seguir se indica:
A = Sujeito Passivo A
B = Sujeito Passivo B

Os dependentes devem ser indicados conforme se exemplifica, tendo em conta a posição


assumida para cada um nos quadros 3B ou 3C da declaração modelo 3 (rosto):
D1 = Dependente não deficiente DD1 = Dependente deficiente
D2 = Dependente não deficiente DD2 = Dependente deficiente

454 IRS 2014


Anexo H

F = Falecido (se o titular das deduções à coleta e dos benefícios tiver falecido no ano a
que respeita a declaração, caso exista sociedade conjugal, na 2ª coluna do quadro 7
do anexo H deve ser indicado o código "F". Neste caso, o número de identificação
fiscal do falecido deve constar do quadro 7A do rosto da declaração de rendimentos
modelo 3).

TERCEIRA COLUNA (Importância Aplicada)

Na terceira coluna do quadro 7 do anexo H devem ser indicadas as importâncias efetivamente


despendidas ou aplicadas no ano a que respeita a declaração.

QUARTA COLUNA (Entidade Gestora / Donatária / Senhorio / Locador)

Na quarta coluna do quadro 7 do anexo H devem ser identificadas as entidades a quem


foram pagas as importâncias declaradas, com exceção das despesas indicadas através
dos códigos 706, 708 e 712. Esta coluna encontra-se subdividida em três subcolunas, cada
uma delas obedecendo a regras específicas de preenchimento, tal como se indicam:

- NIF/NIPC português - Deve ser indicado o número fiscal português pertencente às entidades
gestoras dos planos, dos seguros ou fundos e equiparáveis, às entidades beneficiárias
dos donativos (donatárias), bem como as instituições de crédito ou cooperativas.
- País - Sempre que a entidade gestora ou instituição de crédito se encontre registada num
dos países membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, deve indicar-
-se o código do país respetivo, de acordo com a seguinte lista:

Lista dos países que fazem parte da União Europeia e do Espaço Económico
Europeu
Países Códigos Países Códigos
Alemanha 276 Irlanda 372
Áustria 040 Islândia 352
Bélgica 056 Itália 380
Bulgária 100 Letónia 428
Chipre 196 Liechtenstein 438
Croácia 191 Lituânia 440
Dinamarca 208 Luxemburgo 442
Eslováquia, República da 703 Malta 470
Eslovénia 705 Noruega 578
Espanha 724 Países Baixos 528
Estónia 233 Polónia 616
Finlândia 246 Reino Unido 826
França 250 República Checa 203
Grécia 300 Roménia 642
Hungria 348 Suécia 752

IRS 2014 455


Anexo H

- Número fiscal estrangeiro (UE ou EEE) - Deve ser indicado o número fiscal estrangeiro
das entidades que não disponham de NIPC português, não devendo utilizar-se as duas
letras iniciais identificadoras dos respetivos países.

Fazem parte da União Europeia e do Espaço Económico Europeu os seguintes países:


a) Os membros da EFTA (exceto a Suíça): Islândia, Liechtenstein e Noruega;
b) Os Estados membros da União Europeia.

Exemplos:
A - Entidade com número fiscal português.
B - Entidade com número fiscal espanhol.
C/NIPC Português País Número fiscal
Estrangeiro (UE ou EEE
A 500 000 000
B 724 X0000000X

QUADRO 8

8 Despesas de Saúde e de Educação


­801| 802| 803| 801| 802| 803|
Beneficiário Saúde Saúde Educação Beneficiário Saúde Saúde Educação
da (IVA ou taxa (c/IVA a taxa da (IVA ou taxa (c/IVA a taxa
despesa reduzida) normal) despesa reduzida) normal)
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
. . , . . , . . , . . , . . , . . ,
814
Se indicou encargos com imóveis (código 731, 736 ou 741 do quadro 7) indique os imóveis:
Código Freguesia Tipo Artigo Fração Titular Habitação Arrendada NIF Arrendatário / Classificação A
Permanente Locador A+
| | | | | | | | | | | | | | | | |____| |____| | | | | | | | | |____|
| | | | | | | | | | | | | | | | |____| |____| | | | | | | | | |____|
Se o imóvel que constitui a sua habitação permanente se situa na União Europeia
ou no Espaço Económico Europeu indique o código do país |__|__|__|
815
Se preencheu o campo 732 do quadro 7 e beneficiou de apoio financeiro indique o seu valor anual | 01 | |____.____.____,___| e indique o valor
ilíquido da renda paga ao senhorio | 02 | |____.____.____,___|

As despesas de saúde e de educação devem ser indicadas de forma a serem identificadas


as pessoas a que as mesmas respeitam, a qual deve ser feita tendo em conta o código que

456 IRS 2014


Anexo H

lhe corresponde no rosto da declaração, conforme a seguir se exemplifica:

Titulares Titulares
códigos Designação códigos Designação
SP A Sujeito Passivo A AF 1 Afilhado Civil 1
SP B Sujeito Passivo B AF 2 Afilhado Civil 2
D1 Dependente 1 AS 1 Ascendente que vive em comunhão de habitação 1
D2 Dependente 2 AS 2 Ascendente que vive em comunhão de habitação 2
DD1 Dependente deficiente 1 AC 1 Ascendente e colateral até 3º grau que vive em economia
comum 1
DD2 Dependente deficiente 2 AC 2 Ascendente e colateral até 3º grau que vive em economia
comum 2
DG1 Dependente em Guarda Conjunta 1 Falecido no ano do óbito, caso exista sociedade conjugal,
DG2 Dependente em Guarda Conjunta 2 F identificado no quadro 7A do rosto da declaração

Assim, tais despesas, devem ser discriminadas por coluna de acordo com a sua natureza
(SAÚDE - isento de IVA ou taxa reduzida; SAÚDE - com IVA a taxa normal; EDUCAÇÃO)
bem como do respetivo beneficiário, tendo em conta o código que lhe corresponde no rosto
da declaração modelo 3.

A majoração dos limites da dedução das despesas com a saúde e com a educação, prevista
no n.º 2 do artigo 82.º e n.º 2 do artigo 85.º do Código do IRS, será assumida em função da
informação constante deste quadro.

Campo 801 - Despesas de saúde

Neste campo devem ser indicadas as despesas de saúde, na parte que não foi objeto de
comparticipação, efetuadas com a aquisição de bens e serviços isentos de IVA ou sujeitos
à taxa reduzida de 6%, dos sujeitos passivos e seus dependentes, dos ascendentes e
colaterais até ao 3.º grau, bem como os montantes dos juros contraídos para pagamento
dessas despesas [cfr. alíneas a), b) e c) do n.º 1 do art.º 82.º do CIRS, na redação que
vigorou até 31/12/2014].

As despesas dos ascendentes e colaterais até ao 3º grau só poderão ser declaradas se


estes não auferirem rendimentos superiores ao valor anual da retribuição mínima e viverem
em economia comum com os sujeitos passivos.

Para o ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS, devido por sujeitos
passivos residentes em território português, de 10% do valor suportado, reduzido de
qualquer comparticipação, quer de entidades públicas (p. ex., ADSE) ou privadas (p. ex.,
seguradoras), com o limite de duas vezes o valor do IAS, ou seja € 838,44 (2 x 419,22)
[cfr. n.º 1 do art.º 82.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014].

Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo o limite referido anteriormente
é elevado em montante correspondente a 30% do valor do IAS (419,22 x 30% = 125,77),
por cada dependente, caso existam, relativamente a todos eles, despesas de saúde (cfr.
n.º 2 do art.º 82.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014).

Relativamente aos afilhados civis, obrigatoriamente identificados no rosto da declaração


modelo 3, apenas são dedutíveis as despesas suportadas pelo sujeito passivo, quando

IRS 2014 457


Anexo H

respeitem à aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com despesas de


saúde, que sejam isentas de IVA, ainda que haja renúncia à isenção, ou sujeitos à taxa
reduzida de 6%, e aos juros de dívidas contraídas para pagamento dessas despesas,
desde que aqueles não possuam rendimentos superiores à retribuição mínima mensal,
face ao disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 82.º do Código do IRS, na redação
que vigorou até 31/12/2014.

Calçado ortopédico (despesas de saúde)

O encargo com a aquisição de calçado ortopédico pode ser deduzido à coleta


do IRS como despesa de saúde?

O calçado ortopédico está sujeito a IVA à taxa reduzida de 6%, por constar da
verba 2.6 da Lista I anexa ao respetivo Código.

Segundo a Portaria n.º 185/99, de 20 de março, para efeitos do disposto na


citada verba 2.6, considera-se calçado ortopédico o calçado especificamente
concebido ou adaptado para correção ou compensação de deficiências,
deformações ou limitações de funcionalidade do pé ou parte do pé, de natureza
congénita ou adquirida por doença ou traumatismo. Tal conceito abrange ainda:

- O calçado ortopédico prefabricado, considerando-se como tal o calçado


ortopédico produzido em série, incluindo aquele que é fabricado com altura
extra para os dedos, palmilha almofadada e abertura anterior longa;

- O calçado ortopédico fabricado por medida, de acordo com os requisitos


individuais de cada um;

- O calçado estandardizado transformado em calçado ortopédico.

Do exposto, e tendo igualmente presente o conceito de despesas de saúde


constante da Circular n.º 26/91, de 30 de dezembro, da então DGCI, concluímos
que, quando prescrito por receita médica, acompanhada da correspondente
fatura-recibo, o seu custo pode ser levado ao campo 801 do quadro 8 do anexo
H, como despesa de saúde a deduzir à coleta do IRS.

Despesas de saúde (apoio psicopedagógico prestado por psicopedagogos)

A fim de esclarecer dúvidas suscitadas acerca da admissibilidade da


dedução à coleta, a título de despesas de saúde, dos encargos com o apoio
psicopedagógico prestado a portadores de Transtorno/Distúrbio do Défice de
Atenção e Hiperactividade e Dislexia, ao abrigo do artigo 82.º do Código do IRS
e à luz da doutrina vinculada pela Circular n.º 26/91, de 31 de dezembro, divulga-
-se o entendimento superiormente sancionado sobre a matéria - Despacho do
SEAF n.º 1418/2009-XVII, de 14/10/2009.

458 IRS 2014


Anexo H

Assim, as despesas relativas ao apoio prestado por psicopedagogos,


independentemente de profissional ou formalmente estes se inserirem na área
da saúde ou na da educação, a portadores de Transtorno/Distúrbio do Défice
de Atenção e Hiperatividade e Dislexia, desde que a necessidade desse apoio
seja justificada por relatório médico, são qualificadas como despesas de
saúde para efeitos do artigo 82.º do Código do IRS.
(Circular n.º 24/2009, de 18/11/2009, da DGCI)

Despesas de saúde (conceito)

O sentido normativo do conceito de "despesas de saúde" utilizado pelo legislador


no artigo 82.º do Código do IRS tem suscitado profundas e justificadas dúvidas
quer aos contribuintes, quer aos próprios órgãos da Administração Fiscal que
têm por função aplicar a lei aos casos concretos submetidos à sua apreciação.

O conjunto das situações já estudadas pelos Serviços permitiu que se pudesse


clarificar, ainda que não exaustivamente, o que é suscetível de ser considerado
"despesa de saúde", sem prejuízo, como é óbvio, de as que não se mostrem
contempladas nesta clarificação poderem ser colocadas aos Serviços para
que sobre as mesmas possam estes pronunciarem-se.

Nestes termos, para conhecimento dos interessados e uniformidade de


procedimentos, comunica-se que, por despacho de 05/09/1991, de SESEAF,
foi sancionado o seguinte entendimento:

1 - O abatimento ao rendimento líquido total das despesas de saúde, consagrado


na alínea a) do n.º 1 do artigo 82.º do Código ao IRS deve ser entendido no
quadro constitucional do direito à proteção da saúde e dos deveres que, para
a defender e promover, dele resultam para o Estado, nos termos do artigo 64.º
da Constituição da República Portuguesa.

2 - A existência de diversos conceitos de "despesas de saúde" não implica,


necessariamente, que se defina um conceito fiscal de despesa de saúde,
sendo certo que a respetiva abrangência pode ter uma amplitude muito diversa
consoante a perspetiva pela qual a questão seja abordada. O que significa para
a perspetiva fiscal do conceito que, sem prejuízo da adoção de entendimentos
generalizados, tem de admitir-se que a análise casuística de cada situação,
tendo em conta os princípios da justiça, da equidade e da igualdade, e as
caraterísticas personalizantes do imposto, pode determinar pontualmente a
derrogação ou modificação desses mesmos sentimentos.

3 - Neste contexto são genericamente aceites como abrangidos pelo conceito


de "despesas de saúde", os encargos resultantes de:

a) Intervenções cirúrgicas, aparelhos de prótese e internamentos em


hospitais ou casas de saúde;

b) Tratamentos termais ou outros de idêntica natureza, prescritos por

IRS 2014 459


Anexo H

médico, com exclusão de deslocações e estadias que não possam


considerar-se como fazendo parte do próprio tratamento prescrito;

c) Os serviços prestados por profissionais de saúde, designadamente


médicos, analistas, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas e parteiras,
independentemente da forma do exercício de tais atividades;

d) Aquisição de medicamentos na aceção que à expressão é dada pela


Diretiva n.º 65/65/CEE, do Conselho, de 26/01/65 e que o Tribunal de
Justiça das Comunidades Europeias já definiu como todo o "produto
natural ou artificial, destinado a prevenir, curar, restabelecer,
melhorar ou modificar funções orgânicas" (Acórdão de 16/04/81).

4 - Não são genericamente aceites como abrangidos pelo conceito de


"despesas de saúde" os encargos resultantes de:

a) Despesas de deslocação e estadia do próprio ou acompanhante,


quando aquelas não revistam um caráter de essencialidade ao
tratamento preventivo, curativo ou de reabilitação a que estejam
associadas ou sejam manifestamente sumptuárias.

Consideram-se que revestem caráter de essencialidade as despesas


de deslocação efetuadas em ambulâncias ou outros veículos
especialmente adaptados ao transporte de doentes, bem como as
despesas de deslocação, seja qual for o meio de transporte utilizado,
originadas pela necessidade comprovada de o tratamento que lhes
deu origem ser efetuado fora do território nacional;

b) Aquisição de produtos sem propriedades exclusivamente preventivas,


curativas ou de reabilitação, como sejam os cosméticos ou os produtos
ditos de higiene, exceto quando a sua utilização seja prescrita por
receita médica;

c) Aquisição de produtos naturais, como chás de ervas medicinais,


comprimidos de substâncias naturais, preparados de plantas e outros
de idêntica natureza, exceto quando a sua utilização seja prescrita
por receita médica;

d) Aquisição de produtos ou artefactos artificiais, como colchões


ortopédicos, aparelhos de ginásio e outros de idêntica natureza,
excepto quando a sua utilização seja prescrita por receita médica;

e) Aquisição de produtos alimentares em geral exceto quando, não se


destinando exclusivamente a garantir a manutenção da vida biológica,
sejam prescritos por receita médica com finalidades preventivas,
curativas ou de reabilitação;

f) Frequência de estabelecimentos onde sejam ministrados exercícios


físicos (ginástica, natação, musculação, etc.), exceto quando

460 IRS 2014


Anexo H

prescrito por receita médica com finalidades preventivas, curativas ou


de reabilitação.

5 - É prova bastante da realização das despesas de saúde:

a) Tratando-se de medicamentos, a respetiva fatura-recibo da farmácia


que os deve identificar nominal e quantitativamente, ou fotocópia
ou original da receita médica, anotada e completada com recibo da
farmácia;

b) Tratando-se de outros produtos ou serviços em que a prescrição médica


seja, nos termos expostos, condição de aceitação como "despesa de
saúde", a respetiva fatura-recibo que os deve identificar nominal e
quantitativamente, acompanhada do original ou de fotocópia da receita
médica, anotada e completada com recibo da entidade fornecedora;

c) Tratando-se de internamentos em hospitais ou casas de saúde oficiais,


ou particulares para o efeito licenciadas, a fatura ou documento
equivalente emitidos nos termos legais;

d) Nos casos de comparticipação nos encargos de saúde por entidades


oficiais, o documento por estas emitido em conformidade com o
disposto no n.º 2 do artigo 127.º do Código do IRS ou, por entidades
privadas, quando estas estejam autorizadas pela Direção-Geral das
Contribuições e Impostos a emiti-lo.

6 - Estão excluídos do conceito de despesas de saúde os encargos


resultantes da aquisição de produtos ou serviços cuja condição de aceitação
seja a de prescrição médica e esta não tenha sido emitida em conformidade
com a legislação que rege o exercício da medicina em território nacional.
(Circular n.º 26/91, de 30/12/1991 e Circular n.º 7/92, de 26/5/1992, ambas da então DGCI,
com a devida atualização da legislação citada)

Despesas de saúde (cosméticos, colchões, cadeiras, almofadas,


desumidificadores, aspiradores, aparelhos de ar condicionado, bicicletas,
aparelhos de musculação e banheiras de hidromassagem)

Têm os Serviços constatado que se vem formando a errónea convicção,


porventura inculcada por determinadas campanhas publicitárias, que os
encargos suportados com a aquisição de certos produtos, cuja utilização
ultrapassa manifestamente a finalidade terapêutica, só pelo facto de terem
sido objeto de prescrição médica, são genérica e integralmente aceites a título
de despesas de saúde dedutíveis em IRS.

Posto que tal interpretação constitui um claro desvio da finalidade subjacente


à consideração, para efeitos fiscais, dos encargos suportados pelos sujeitos
passivos com a satisfação de necessidades básicas das famílias em matéria
de prevenção e cura da doença ou de reabilitação, impõe-se a divulgação
do seguinte esclarecimento:

IRS 2014 461


Anexo H

1 - Para os efeitos do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 82.º, do Código


do IRS, deve entender-se que, para além da exigência da exibição da
prescrição médica, a admissibilidade da dedução dos respetivos encargos
sempre dependerá do juízo que, numa apreciação casuística tendo em conta
os princípios da justiça, da equidade e da igualdade, e as caraterísticas
personalizantes do imposto, conduza ao reconhecimento da indispensabilidade
da despesa, face aos objetivos enunciados no parágrafo anterior.

2 - Consequentemente, não serão dedutíveis, a título de despesas de saúde,


os encargos derivados da aquisição de bens, ainda que sob prescrição
médica, cuja utilidade não se esgote na finalidade terapêutica, tais como,
cosméticos, colchões, cadeiras, almofadas, desumidificadores,
aspiradores, aparelhos de ar condicionado, bicicletas, aparelhos de
musculação e banheiras de hidromassagem.
(Circular n.º 3/99, de 23/02/99, da então DGCI, com a devida atualização da legislação citada)

Despesas de saúde (efetuadas no estrangeiro - prova, exigência e forma de


legalização)

Tendo sido colocadas a esta Direção-Geral várias dúvidas relacionadas com a


exigência da legalização de documentos emitidos no estrangeiro e quanto ao
procedimento para a legalização dos mesmos, importa esclarecer o seguinte:

1 – As despesas efetuadas no estrangeiro são aceites para efeitos de abatimento


nos termos do disposto no artigo 82.º do Código do IRS, nos mesmos termos e
dentro dos limites em que o são quando efetuadas em território nacional.

2 – Para efeitos do referido no número anterior, de acordo com o disposto no


artigo 365.º do Código Civil, os documentos particulares ou autênticos emitidos
em países estrangeiros terão valor em Portugal sem necessidade de qualquer
outro formalismo, a não ser que os mesmos apresentem fundadas dúvidas
sobre a sua autenticidade.

3 – Só em caso de fundadas dúvidas acerca da sua autenticidade ou da


autenticidade do reconhecimento, será de exigir ao apresentante a legalização
dos documentos.

4 – A legalização referida no número anterior, atendendo ao disposto na


Convenção de Haia de 5 de outubro de 1961, ratificada por Portugal, apenas
carece da Apostilha a ser elaborada a pedido do interessado pelos serviços
consulares do país onde foram emitidos os documentos.

5 – É revogada a Circular n.º 31/90, de 29 de outubro.


(Circular n.º 14/2001, de 28/09/2001, da então DGCI, com a devida atualização da legislação
citada em sede de IRS)

462 IRS 2014


Anexo H

Despesas de saúde (filhos maiores toxicómanos)


Tendo-se suscitado dúvidas sobre se as despesas efetuadas com filhos
maiores com tratamento da toxicodependência são ou não dedutíveis nos
termos do artigo 82.º do Código do IRS, foi, por despacho de 27/03/1990,
sancionado o seguinte entendimento:

É a toxicodependência a apetência normal e prolongada manifestada por


determinados indivíduos por substâncias tóxicas ou drogas cujo efeito
analgésico, euforístico ou dinâmico se torna um hábito, originando o aumento
progressivo das drogas, degradações orgânicas e em alguns casos a
decadência física e mental do indivíduo.

Nestes termos, não oferece dúvida a qualificação como despesas de saúde


os gastos efetuados pelos sujeitos passivos e seus dependentes para a
combater, nos termos do artigo 82.º do Código do IRS.

No âmbito daquele dispositivo legal incluir-se-ão, portanto, as despesas


com o tratamento de todos os tipos de dependência (física e psíquica),
sejam quais forem as substâncias que a originam (álcool e estupefacientes),
nomeadamente, despesas com medicamentos e hospitalização na parte
efetivamente suportada.

Tratando-se, porém, de despesas da mesma natureza efetuadas com


filhos maiores toxicodependentes, o seu abatimento fica condicionado à
verificação cumulativa dos seguintes requisitos:
- não auferirem (os filhos maiores) rendimentos superiores ao salário mínimo
nacional mais elevado;
- não fazerem parte de outro agregado familiar; e
- serem considerados inaptos para o trabalho e para angariarem meios de
subsistência.

Competirá aos Centros de Estudos da Profilaxia da Droga do País (Norte,


Centro e Sul) bem como a outros estabelecimentos especializados no combate
à droga (Centro das Taipas, Hospitais de S. João do Porto e Santa Maria
de Lisboa, Serviço de Prevenção e Apoio a Toxicodependentes do Algarve
e Centro de Dia e Apoio à Juventude da Região Autónoma da Madeira) e,
ainda, aos centros de saúde comprovar a incapacidade para o trabalho do
toxicodependente maior.

Residindo este no estrangeiro, a entidade competente, para comprovar


tal facto, será a autoridade de saúde competente do respetivo país, em
documento devidamente autenticado.

Dada a natureza da incapacidade será a mesma comprovada anualmente por


qualquer das referidas instituições, devendo essa comprovação acompanhar
a declaração de rendimentos do sujeito passivo.
(Ofício-circulado n.º 24/90, de 18/06/1990, do SAIR, com a devida atualização da legislação
citada)

IRS 2014 463


Anexo H

Despesas de saúde (fisioterapeutas - encargos resultantes dos serviços que


prestam)

Para efeitos de IRS, os serviços prestados por fisioterapeutas podem ser


considerados como despesas de saúde?

Na falta de uma definição objetiva do que deve ser considerado como despesa
de saúde para efeitos fiscais, a consideração de encargos suportados a esse
título tem sido delimitada através de interpretações administrativas divulgadas
pela Autoridade Tributária, de que se destacam a Circular n.º 26/91, de 30/12,
e a Circular n.º 3/99, de 23/02.

Da sua consulta, nomeadamente da alínea c) do n.º 3 da Circular n.º 26/91,


verifica-se que são genericamente aceites como abrangidos pelo conceito
de "despesas de saúde", os encargos resultantes de serviços prestados
por profissionais de saúde, designadamente, médicos, analistas, dentistas,
enfermeiros, fisioterapeutas e parteiras, independentemente da forma do
exercício de tais atividades.

Despesas de saúde (nas faturas emitidas pelas farmácias, deve constar o


NIF da pessoa a quem as mesmas respeitam)

As faturas emitidas pelas farmácias, referentes a despesas de saúde, para


serem deduzidas à coleta do IRS têm, obrigatoriamente, de ter o NIF do
contribuinte, ou apenas o nome?

As despesas de saúde só podem agora ser deduzidas à coleta do IRS se


constarem de documentos comunicados pelos emitentes à Autoridade
Tributária e Aduaneira, com identificação do sujeito passivo ou do membro
do agregado a que se reportam através do número de identificação fiscal
correspondente, que sejam:

i) Fatura, fatura-recibo ou recibo, emitidos nos termos do Código do IVA ou


da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º; ou

ii) Outro documento, quando o fornecedor dos bens ou prestador dos serviços
esteja dispensado daquelas obrigações.
[cfr. alínea b) do n.º 6 do art.º 78.º do CIRS, com a redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de
31/12]

Leite para bebés (casos em que pode ser aceite como despesa de saúde)

Para efeitos de IRS, o leite para bebés é aceite como despesa de saúde?

Numa perspetiva fiscal, o conceito de despesas de saúde, sem prejuízo de


conceitos generalizados, tem de ser avaliado casuisticamente, tendo em

464 IRS 2014


Anexo H

conta os princípios da justiça, da equidade e da igualdade e as caraterísticas


personalizantes do imposto.

Neste contexto, não são genericamente aceites, como abrangidos pelo


conceito de despesas de saúde, os encargos resultantes da aquisição de
produtos alimentares em geral, exceto quando, não se destinando a garantir
a manutenção da vida biológica, sejam prescritos por receita médica com
finalidades preventivas, curativas ou de reabilitação (cfr. Circular n.º 26/91,
de 30/12, da DSIRS).

Assim sendo, em nosso entender, o leite só deve ser aceite como despesa
de saúde em casos de alergias justificadas ao leite de vaca, caso em que se
deve consumir, por exemplo, leite de soja, mas mesmo assim, apenas quando
prescrito por médico que faça constar da receita médica que se trata de um
produto com finalidades preventivas, curativas ou de reabilitação.

Lentes para correção visual (prescrição médica)

Para poder deduzir no meu IRS, como despesas de saúde, a despesa com
a aquisição de lentes para correção visual, para além da fatura-recibo de
aquisição é necessário ter também a respetiva prescrição médica?

As lentes que tenham como objetivo corrigir deficiências de visão são aparelhos
de prótese e como tal são consideradas como despesas de saúde, como
resulta da leitura da Circular n.º 26/91, de 30 de dezembro, da então DGCI.

Nos termos da referida Circular, bem como do Ofício n.º 25, de 5 de janeiro de
1998, da Direção de Serviços do IRS, quando esteja em causa a aquisição de
produtos (como é o caso das lentes) ou serviços em que a prescrição médica
seja condição de aceitação como "despesa de saúde", a respetiva fatura-recibo
deve ser acompanhada do original ou de fotocópia da receita médica.

Tais lentes estão sujeitas a IVA à taxa reduzida de 6%, por fazerem parte da
verba 2.6 da Lista I anexa ao Código do IVA, devendo assim a despesa com a
sua aquisição ser levada ao campo 801 do quadro 08 do anexo H.

Óculos pré-montados (lentes para correção da vista + armações)

Foi posta à Direção de Serviços do IRS a seguinte questão:

Comprei uns óculos com lentes para correção da vista, prescritos por um
médico oftalmologista. Se a fatura-recibo, passada pelo respetivo oculista, for
acompanhada pela receita médica da qual consta a discriminação da correção
adquirida, o encargo suportado com tal aquisição, para efeitos de dedução à
coleta do IRS, deve ser levado, como despesa de saúde, ao campo 801 do
quadro 8 do anexo H da declaração de rendimentos modelo 3 do IRS ou ao
campo 802 do mesmo quadro e anexo?

IRS 2014 465


Anexo H

Em resposta ao assunto exposto, aquela Direção de Serviços, através do seu


Ofício n.º 19 002, de 29/09/2011, deu a seguinte informação:

«São dedutíveis à coleta do IRS 30% (atualmente 10%) das importâncias


despendidas com a aquisição de bens e serviços diretamente relacionados
com despesas de saúde do sujeito passivo e do seu agregado familiar, que
sejam isentas de IVA, ou sujeitas à taxa de 6%, como é o caso das lentes
prescritas pelo médico.

Podem ainda ser deduzidas à coleta 30% (atualmente 10%) das despesas
efetuadas com aquisição de outros bens e serviços diretamente relacionados
com despesas de saúde do sujeito passivo, do seu agregado familiar, dos
ascendentes e colaterais até ao 3.º grau, desde que devidamente justificadas
através de receita médica, não isentas ou sujeitas a taxa superior à reduzida
para efeitos de IVA, como é o caso das armações, com o limite de € 65 ou de
2,5% do total das despesas de saúde se superior».

NOTA:
Do exposto, concluímos que, para dedução à coleta do IRS, como despesas
de saúde, o custo das lentes para correção da vista deve ser levado ao
campo 801 do quadro 08 do anexo H, as quais estão sujeitas a IVA à taxa
reduzida de 6% por fazerem parte da verba 2.6 da Lista I anexa ao Código do
IVA, enquanto que o custo das armações deve ser levado ao campo 802 do
mesmo quadro e anexo, as quais estão sujeitas a IVA à taxa normal de 23%.

Óculos prescritos por optometristas (abatimento a título de despesas de


saúde)

A fim de esclarecer dúvidas suscitadas acerca da admissibilidade do


abatimento, a título de despesas de saúde, ao abrigo do artigo 82.º do Código
do IRS e à luz da doutrina veiculada pela Circular n.º 26/91, de 31 de dezembro,
dos encargos com a aquisição de meios de correção visual receitados por
optometristas, levo ao conhecimento de V. Ex.ª que, por meu despacho de
18/02/1997, sancionei o seguinte entendimento:

1 - A Circular n.º 26/91, de 30 de dezembro, elenca, no ponto 3, um conjunto de


encargos genericamente aceites como abrangidos pelo conceito de despesas
de saúde, desde que relativos a serviços prescritos ou prestados por médicos
ou profissionais de saúde.

2 - Ao mesmo tempo, a referida Circular remete para uma análise casuística


de cada situação, tendo nomeadamente em conta os princípios da justiça, da
equidade e da igualdade.

3 - Neste contexto, atendendo a que a prescrição de meios de correção visual


pode legalmente ser efetuada por optometristas e que as correspondentes
despesas são suscetíveis de comparticipação pelos sistemas de saúde, nada
obsta à aceitação destes encargos, para o efeito e nos termos do disposto
no artigo 82.º do Código do IRS, desde que comprovados mediante a exibição
do original da prescrição, datada e assinada por optometrista legalmente
habilitado ao exercício da profissão, acompanhada por fatura-recibo com
discriminação do meio de correção adquirido.
(Ofício-Circular n.º 2/97, de 20/02/1997, da Direção de Serviços do IRS, com a devida
atualização da legislação citada)

466 IRS 2014


Anexo H

Produtos sem glúten, destinados à alimentação de doentes celíacos

A fim de esclarecer dúvidas suscitadas acerca da admissibilidade da dedução


à coleta, a título de despesas de saúde, dos encargos com a aquisição de
produtos sem glúten, destinados à alimentação de doentes celíacos, ao abrigo
do artigo 82.º do Código do IRS e à luz da doutrina veiculada pela Circular
nº 26/91, de 31 de dezembro, divulga-se o entendimento superiormente
sancionado sobre a matéria - Despacho do SEAF n.º 377/2008 - XVII, de
13/05/2008, com despacho concordante do Ministro de Estado e das Finanças,
n.º 329/08/MEF, de 14/05/2008.

Assim, os encargos com a aquisição de produtos alimentares concedidos


para doentes celíacos, desde que justificados por relatório médico, são
qualificados como despesas de saúde para efeitos do artigo 82.º do Código
do IRS.
(Circular n.º 17/2009, de 17/06/2009, da DGCI)

Campo 802 - Outras despesas de saúde

Neste campo são de indicar as despesas efetuadas com a aquisição de outros bens e
serviços, com exceção dos referidos no campo 801, diretamente relacionados com
despesas de saúde do sujeitos passivo, do seu agregado familiar, dos seus ascendentes
(pais, avós, bisavós, etc.) e colaterais até ao 3.º grau (irmãos, tios ou sobrinhos), desde
que devidamente justificados através de receita médica, com o limite de € 65 ou de 2,5%
das importâncias referidas nas alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 82.º do Código do IRS,
se superior [cfr, alínea d) do n.º 1 do art.º 82.º do CIRS], não isentos ou sujeitos a taxa
superior à reduzida para efeitos de IVA.

Na situação de "separados de facto" o limite é reduzido a 50%, e nas situações em que


exista um limite para casados e outro para não casados, aplica-se o menor dos limites [cfr.
alínea a) do n.º 2 do art.º 59.º do CIRS].

Relativamente aos afilhados civis, por não estar prevista a possibilidade de dedução das
despesas de saúde que normalmente são de levar ao campo 802 do anexo H (despesas
efetuadas com a aquisição de outros bens e serviços), não devem ser indicadas neste campo
quaisquer importâncias que lhes digam respeito (cfr. n.º 7 do Ofício Circulado n.º 20 156, de
02/02/2012, da Direção de Serviços do IRS, pág. 8).

Fraldas para bebés ou adultos com incontinência (em que casos podem ser
aceites como despesas de saúde)

As fraldas para bebés ou adultos com incontinência podem ser aceites como
despesas de saúde dedutíveis à coleta do IRS?

O conceito de despesa de saúde para efeitos de dedução à coleta em sede de


IRS, sempre foi objeto de alguma indefinição, pelo menos no que respeita a
certo tipo de despesas.

No que concerne, concretamente, às despesas com produtos cujas propriedades

IRS 2014 467


Anexo H

não lhes atribuam caraterísticas exclusivamente de natureza preventiva,


curativa ou de reabilitação, criou-se a convicção, resultante, aliás, do
entendimento sobre esta matéria constante da Circular n.º 26/91, da Direção
de Serviços do IRS, que bastaria a existência de prescrição médica para que
o respetivo encargo fosse considerado como despesa de saúde.

Através da Circular n.º 3/99, da Direção de Serviços do IRS, é esclarecido


que tal convicção é errónea, referindo-se que os encargos suportados com a
aquisição de produtos cuja utilização ultrapassa manifestamente a finalidade
terapêutica, ainda que objeto de prescrição médica, só serão aceites
como despesas de saúde dedutíveis em IRS, após apreciação casuística que
conduza ao reconhecimento da indispensabilidade da despesa em causa,
acrescentando, a mesma resolução administrativa, que, não serão dedutíveis
a título de despesas de saúde, os encargos derivados da aquisição de bens,
ainda que sob prescrição médica, cuja utilidade não se esgote na finalidade
terapêutica, enumerando-se alguns desses produtos a título exemplificativo.

Assim, face ao exposto, os encargos com a aquisição de fraldas, ainda que


com prescrição médica, não são considerados como despesas de saúde
para efeitos da dedução prevista no artigo 82.º do Código do IRS, a menos
que seja demonstrado que a sua utilidade se esgota na finalidade terapêutica,
devendo neste caso a receita pormenorizar o tipo de fralda que deve ser
utilizado e o motivo pelo qual o seu uso é necessário e se tem fins terapêuticos.

Ginásios (despesas suportadas com a sua frequência)

Havendo prescrição médica, as despesas suportadas com a frequência de


ginásios são aceites como despesas de saúde?

O conceito de despesa de saúde, para efeito de dedução à coleta do IRS,


sempre foi objeto de alguma indefinição, pelo menos no que respeita a certo
tipo de despesas.

Através de entendimentos administrativos a Administração Fiscal tem vindo a


delimitar tal conceito, destacando-se o teor da Circular n.º 26/91, de 30/12, e
da Circular n.º 3/99, de 23/2, ambas da então DGCI.

Com a Circular n.º 26/91 criou-se a convicção que qualquer despesa suportada
com base em prescrição médica era suscetível de ser dedutível à coleta do
IRS a título de despesa de saúde.

Através da Circular n.º 3/99 foi esclarecido que tal convicção é errónea,
considerando que tal interpretação constitui um claro desvio da finalidade
subjacente à consideração, para efeitos fiscais, dos encargos suportados pelos
sujeitos passivos com a satisfação de necessidades básicas das famílias em
matéria de prevenção e cura da doença ou de reabilitação, condição essencial
para a consideração da despesa de saúde.

Assim, de acordo com esta Circular, para além da exigência da exibição


da prescrição médica, a admissibilidade da dedução dos encargos sempre
dependerá do juízo que, numa apreciação casuística, tendo em conta

468 IRS 2014


Anexo H

os princípios da justiça, da equidade e da igualdade, e as caraterísticas


personalizantes do imposto, conduza ao reconhecimento da indispensabilidade
da despesa, face aos objetivos enumerados no parágrafo anterior.

Consequentemente, entendemos que não é líquido que a despesa suportada


com a frequência do ginásio possa ser dedutível como despesa de saúde, tal
só se mostrará possível se, para além da existência da receita médica, for
comprovada a natureza preventiva, curativa ou de reabilitação.

Hidroginástica (caso em que as respetivas despesas se podem considerar


despesa com a saúde)

Por ser portadora de artroses múltiplas, o médico especialista prescreveu que


necessito de realizar hidroginástica com a periodicidade de 3 vezes por semana.

Dado que se trata, segundo o médico, de um meio de tratamento essencial


para a cura, ou pelo menos atenuação da doença, a despesa em causa é,
fiscalmente, aceite como despesas de saúde?

Em resposta ao assunto exposto informa-se que as despesas efetuadas com


hidroginástica podem considerar-se despesas com a saúde quando forem
prescritas por receita médica e cuja finalidade seja a prevenção, cura ou
reabilitação.

Mais se informa que de acordo com o disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 82.º
do Código do IRS são dedutíveis à coleta 30% (atualmente 10%) das despesas
efetuadas com a aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com
despesas de saúde do sujeito passivo, do seu agregado familiar, dos seus
ascendentes e colaterais até ao 3.º grau, desde que devidamente justificados
através de receita médica, com o limite de € 65 ou de 2,5% do total das despesas
de saúde se superior.
(Ofício n.º 11 085, de 01/06/2009, da Direção de Serviços do IRS)

Campo 803 - Despesas de educação e de formação profissional

Neste campo são de declarar as despesas de educação e de formação profissional dos


sujeitos passivos, seus dependentes e afilhados civis, não deficientes.

As despesas de educação de sujeitos passivos e dependentes deficientes deverão ser


indicadas no quadro 7 deste anexo H, com o código 706.

No que se refere aos afilhados civis, obrigatoriamente identificados no quadro 7C do


rosto da declaração modelo 3, embora as despesas suportadas pelo sujeito passivo com
a sua educação e formação profissional sejam dedutíveis ao abrigo do n.º 1 do artigo 83.º
do Código do IRS, face à redação do n.º 2 do mesmo artigo, os afilhados civis não são

IRS 2014 469


Anexo H

considerados para efeitos da majoração aí prevista (do Ofício-Circulado n.º 20 156, de


02/02/2012, da Direção de Serviços do IRS).

Tenha-se em atenção que as despesas de educação e formação suportadas só são


dedutíveis desde que prestadas, respetivamente, por estabelecimentos de ensino
integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos
pelos ministérios competentes, ou por entidades reconhecidas pelos ministérios que
tutelem a área da formação profissional e, relativamente às últimas, apenas na parte em
que não tenham sido consideradas como encargo da categoria B (cfr. n.º 4 do art.º 83.º do
CIRS, com a redação que vigorou até 31/12/2014).

Para o efeito, consideram-se despesa de educação, designadamente, os encargos


com creches, lactários, jardins de infância, formação artística, educação física, educação
informática e explicações respeitantes a qualquer grau de ensino, desde que devidamente
comprovadas. (cfr. n.º 3 do art.º 83.º do CIRS, na redação que vigorou até 31/12/2014).

Tais despesas compreendem não só as mensalidades ou propinas pagas aos respetivos


estabelecimentos de ensino, mas também outras despesas conexas, como, por exemplo,
a aquisição de livros escolares obrigatórios, material escolar, serviços de transporte,
alojamento e alimentação prestados por terceiros, desde que devidamente comprovadas.

Para o ano de 2014, o benefício consiste na dedução à coleta do IRS, devido por
sujeitos passivos residentes em território português, de 30% das despesas de educação
e de formação profissional do sujeito passivo, dos seus dependentes e dos afilhados
civis, com o limite de 160% do valor do IAS (a), ou seja, 760,00 euros (475,00 x 160%)
independentemente do estado civil do sujeito passivo.

Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, o limite referido no n.º 1 do
artigo 83.º é elevado em montante correspondente a 30% do valor do IAS (a), ou seja, em
142,50 euros (475,00 x 30%) por cada dependente, caso existam, relativamente a todos
eles, despesas de educação ou formação (cfr. n.º 2 do art.º 83.º do CIRS, na redação que
vigorou até 31/12/2014).

(a) - Até que o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de
29/12, atinja o valor da retribuição mínima mensal garantida em vigor para o ano de 2010,
mantém-se aplicável este último valor para efeito das indexações previstas nos artigos
12.º, 17.º-A, 25.º, 79.º, 83.º, 84.º e 87.º do Código do IRS.

(n.º 1 do artigo 98.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31/12)

Do que foi dito nos dois parágrafos anteriores conclui-se que, num agregado familiar com,
p.e, três dependentes a seu cargo, com despesas de educação ou formação relativamente
a todos eles, o limite pode ser elevado, até 1.187,50 euros, ou seja, 760,00 + (142,50 x 3).

Afilhados civis, em comunhão de habitação com os sujeitos passivos


(despesas de educação)

São dedutíveis à coleta 30% das despesas de educação e de formação


profissional do sujeito passivo, dos seus dependentes e dos afilhados civis,

470 IRS 2014


Anexo H

com o limite de 160% do valor do IAS, independentemente do estado civil do


sujeito passivo.
(n.º 1 do artigo 83.º do CIRS, com a redação que vigorou até 31/12/2014)

NOTA:
Os padrinhos têm direito, entre outros, a considerar o afilhado como dependente
para efeitos do disposto nos artigos 79.º, 82.º e 83.º do Código do IRS [cfr.
alínea a) do n.º 2 do artigo 23.º da Lei n.º 103/2009, de 11/9].

Note-se que a, partir de 1 de janeiro de 2015, segundo a alínea d) do n.º 5 do


artigo 13.º do Código do IRS, aditada pela Lei n.º 82-E/2014, os afilhados civis,
para efeitos da constituição do agregado familiar, passaram a ser considerados
dependentes.

Amas (que prestem serviços compreendidos na atividade exercida pelos


jardins-de-infância ou estabelecimentos equiparados)

As despesas com as amas podem ser dedutíveis à coleta do IRS como


despesas de educação?

Segundo o entendimento da Administração Fiscal, divulgado através da


alínea b) do n.º 1 da Circular n.º 22/94, de 19 de outubro, «são genericamente
aceites como despesas com a educação os encargos com amas que prestem
serviços compreendidos na atividade exercida pelos jardins-de-infância
ou estabelecimentos equiparados», e como tal dedutíveis à coleta do IRS
nos termos do artigo 83.º do respetivo Código (na redação que vigorou até
31/12/2014), desde que devidamente documentadas, que, para isso, devem
ser levadas ao campo 803 do anexo H.

Em nosso entender, não se trata de meras trabalhadoras dependentes


(empregadas domésticas) mas sim de trabalhadoras independentes que
recebem dos pais das crianças, a quem prestam a sua assistência, os
respetivos honorários a título de remuneração do seu trabalho compreendido na
atividade exercida normalmente pelos jardins de infância ou estabelecimentos
equiparados, e emitam recibos de modelo oficial como profissionais
independentes.

Despesas de educação (autenticação dos documentos passados em país


estrangeiro)
Tendo sido colocadas a esta Direção-Geral várias dúvidas relacionadas com a
exigência da legalização de documentos emitidos no estrangeiro e quanto ao
procedimento para a legalização dos mesmos, importa esclarecer o seguinte:

1 – As despesas efetuadas no estrangeiro são aceites para efeitos de abatimento


nos termos do disposto no artigo 82.º do Código do IRS, nos mesmos termos e
dentro dos limites em que o são quando efetuadas em território nacional.

IRS 2014 471


Anexo H

2 - Para efeitos do referido no número anterior, de acordo com o disposto


no artigo 365.º do Código Civil, os documentos particulares ou autênticos
emitidos em países estrangeiros terão valor em Portugal sem necessidade
de qualquer outro formalismo, a não ser que os mesmos apresentem
fundadas dúvidas sobre a sua autenticidade.

3 - Só em caso de fundadas dúvidas acerca da sua autenticidade ou da


autenticidade do reconhecimento, será de exigir ao apresentante a legalização
dos documentos.

4 - A legalização referida no número anterior, atendendo ao disposto na


Convenção de Haia de 5 de outubro de 1961, ratificada por Portugal, apenas
carece da Apostilha a ser elaborada a pedido do interessado pelos serviços
consulares do país onde foram emitidos os documentos.

5 - É revogada a Circular n.º 31/90, de 29 de outubro.


(Circular n.º 14/2001, de 28/09/2001, da então DGCI, com a devida atualização da legislação
citada em sede de IRS)

Despesas de educação (frequência de cursos de mestrado e doutoramento)

Para conhecimento dos Serviços e atuação em conformidade, informo V. Exª,


em esclarecimento adicional às instruções veiculadas pela Circular 22/94, de
19 de outubro, que, por despacho de SESEAF, foi entendido que as despesas
decorrentes da frequência de cursos de mestrado ou doutoramento integram
o conceito de despesas com a educação, sendo consequentemente
suscetíveis de abatimento ao conjunto dos rendimentos líquidos, nos termos
do artigo 83.º do Código do IRS.
(Ofício-circulado n.º 8039, de 11/02/98, da Direção de Serviços do IRS, com a devida
atualização do artigo citado)

Despesas de educação (frequência de estabelecimentos de ensino de


línguas, teatro, música, canto e outros)

Por despacho do Senhor SEAF, de 5 de junho de 1998, foi sancionado o


seguinte entendimento:

1 - São aceites como despesas com a educação os encargos suportados


com a frequência de estabelecimentos de ensino de línguas, teatro, música,
canto e outros, desde que esses estabelecimentos estejam integrados no
Sistema Nacional de Educação ou reconhecidos como tendo fins análogos
pelos ministérios competentes, conforme se encontra consagrado no artigo
9.º, n.º 10, do Código do IVA.

2 - A integração dos estabelecimentos no Sistema Nacional de Educação,


ou o reconhecimento como tendo fins análogos, deve constar de uma
certificação expressa.

472 IRS 2014


Anexo H

A autorização provisória de funcionamento concedida a um estabelecimento


pela entidade competente, não significa o seu enquadramento automático
no Sistema Nacional de Educação.

E a autorização de funcionamento de escolas de ensino particular e


cooperativo, concedida nos termos legais, não dispensa a existência de um
reconhecimento expresso para efeitos da isenção consagrada no artigo 9.º,
n.º 10, do CIVA, e para abatimento das importâncias suportadas em sede de
IRS.
(da Circular n.º 2/99, de 19/02/99, da DGCI)

Pensão de alimentos (paga por sujeitos passivos a dependentes que integram


o seu agregado familiar - não é dedutível a título de pensão de alimentos, mas
é como despesas de educação)

Para conhecimento dos serviços e uniformidade de procedimentos, comunica-


-se que, por meu despacho de 05/11/2001, foi determinado que:

- as pensões pagas pelos pais a dependentes, que por regra estudam em


localidades diferentes da do domicílio fiscal dos sujeitos passivos, por mútuo
acordo e com homologação judicial, não são dedutíveis, a esse título de
pensão de alimentos, ao abrigo do artigo 83.º-A do Código do IRS (na altura
era o art.º 56.º que entretanto foi revogado).

- uma vez que os dependentes continuam a integrar o agregado familiar dos


sujeitos passivos, nos termos do artigo 13.º, n.º 4, alínea b) do CIRS, e,
consequentemente, não existe litígio que justifique e legitime a atribuição
de pensões para encargos básicos que, assim, decorrem antes do dever de
assistência inerente aos efeitos da filiação (artigo 1874.º do Código Civil).

- por outro lado, e como resulta do artigo 36.º, n.º 4, da Lei Geral Tributária,
a administração fiscal não está vinculada à qualificação que as partes
atribuam aos seus negócios jurídicos.

- nesta conformidade, as verbas atribuídas a título de pensão de alimentos,


nas situações sub judice, podem ser dedutíveis a título de despesas de
educação (art.º 83.º do CIRS), nos termos gerais, designadamente no que
se refere ao limite legal das mesmas e respetiva comprovação.
(Ofício-Circulado n.º 20 058, de 05/02/2002, da Direção de Serviços do IRS, com a substituição do
artigo 56.º pelo artigo 83.º-A, que vigora atualmente)

Campo 814

Tendo preenchido os campos 731, 736 ou 741 do quadro 7, deve proceder-se à identificação
matricial do imóvel localizado no território português a que respeitam as despesas
declaradas, devendo ter em conta o seguinte:

IRS 2014 473


Anexo H

- Tendo indicado na primeira coluna o código 731, para além da identificação matricial e
da indicação do código do titular do imóvel, deve assinalar se constitui a sua habitação
própria e permanente (coluna - habitação permanente) ou, encontrando-se arrendado,
se constitui a habitação permanente do arrendatário (coluna - arrendada), sendo este
identificado através do respetivo NIF (coluna - arrendatário).

Se o imóvel possui a classificação A ou A+, conforme certificado energético atribuído


nos termos do Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 abril (n.º 6 do art.º 85.º do CIRS - revogado
pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro), tal classificação deve ser assinalada no
campo respetivo (só para os anos de 2011 e anteriores).

Situando-se o imóvel destinado a habitação própria e permanente no território de outro


Estado membro da União Europeia ou no Espaço Económico Europeu, desde que,
neste último caso, exista intercâmbio de informações, deve indicar o respetivo país
utilizando os códigos constantes da tabela que está mais à frente a anotar o Quadro 6
(verso) do anexo J.

- Tendo indicado na primeira coluna o código 736 deve proceder à identificação matricial
dos imóveis que foram objeto de ações de reabilitação urbana.

- Tendo indicado na primeira coluna o código 741, deve proceder à identificação matricial
dos imóveis e o NIPC do locador.

Campo 815

Se beneficiou de qualquer apoio financeiro (RAU, NRAU ou Decreto-Lei n.º 308/2007, de


3 de setembro), no âmbito do incentivo ao arrendamento, deve indicar o valor recebido
(apoio financeiro) durante o ano a que respeita a declaração (campo 01), bem como o valor
ilíquido da renda paga ao senhorio (campo 02).

QUADRO 9

9 Consignação de 0,5% do IRS / Consignação do benefício de 15% do IVA suportado


Entidades Beneficiárias NIPC IRS IVA
Instituições religiosas (art. 32.º, n.º 4) |____|
901 |_|_|_|_|_|_|_|_|_| |___| |___|
Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas
de utilidade pública (art.º 32.º, n.º 6) |____|

Este quadro destina-se a identificar a entidade para a qual o sujeito passivo/agregado


pretende consignar 0,5% do IRS liquidado, tal como se encontra previsto na Lei n.º 16/2011,
de 22 de junho.

O benefício da dedução à coleta do IRS de 15% do IVA suportado por qualquer membro
do agregado familiar, instituído pelo artigo 66.º-B do EBF, pode também ser atribuído à
mesma entidade escolhida pelo sujeito passivo para receber a consignação de quota do

474 IRS 2014


Anexo H

IRS, desde que esta entidade tenha requerido o benefício da consignação do IRS, caso em
que o consignante perde o direito à dedução do IVA suportado à coleta do IRS, uma vez que
esse valor será entregue à entidade indicada.

Assim, o sujeito passivo poderá optar por consignar:


- 0,5% do IRS liquidado e a dedução de 15% do IVA suportado, ou
- apenas 0,5% do IRS liquidado.

Deve ser identificada a natureza da entidade que tenha requerido o benefício referente à
consignação do IRS e obtido deferimento, assinalando-se com "X" o respetivo quadrado:
- comunidade religiosa radicada no país, ou
- instituição particular de solidariedade social ou a pessoa coletiva de utilidade pública
de beneficência ou de assistência humanitária.

No campo 901 deste quadro 9 deve ser indicado o NIPC da entidade a favor da qual os
sujeitos passivos pretendem consignar:
- 0,5% do IRS liquidado, caso em que deve ser assinalado com "X" o quadro "IRS"
ou
- 0,5% do IRS liquidado e a dedução à coleta correspondente a 15% do IVA suportado,
caso em que devem ser assinalados os quadros "IRS" e "IVA".

A consignação, de 0,5% do IRS liquidado, prevista no n.º 4 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001,
de 22/7 (Lei da Liberdade Religiosa), não representa para o contribuinte qualquer pagamento
adicional (ou reembolso a menos), antes significa que 0,5% do imposto liquidado pela
Administração Fiscal e pago pelo contribuinte, reverta diretamente a favor da Instituição
que ele designar, em vez de ser canalizado para os cofres do Estado.

Exemplo:
No cálculo de imposto, o José tem na parcela "Coleta líquida" € 10.000 e na
parcela "retenções na fonte" € 12.000. Quando preencheu a sua declaração
de rendimentos modelo 3 do IRS, o José, no quadro 9 do Anexo H, optou pela
consignação de 0,5% do imposto a favor de uma Instituição Religiosa, Instituição
Particular de Solidariedade Social ou Pessoa Coletiva de Utilidade Pública. Eis os
cálculos da Administração Fiscal:

Imposto liquidado (€ 10.000) x 0,5% (consignação de imposto) = € 50


(valor este que a Administração Fiscal vai entregar à instituição escolhida
pelo José).

O reembolso de IRS do José continua a resultar da diferença negativa entre o


imposto liquidado e as retenções na fonte. O Estado é que recebe menos imposto
do que aquele que iria receber se o José não fizesse a consignação. No entanto,
o José vai receber € 2.000 (10.000 - € 12.000), ou seja, o mesmo que receberia
caso não fizesse a consignação.

Já a consignação dos 15% do IVA suportado por qualquer membro do agregado familiar,
a que se refere o n.º 1 do artigo 66.º-B do Estatuto dos Benefícios Fiscais, tem um efeito
diferente do caso do IRS referido anteriormente, na medida em que a importância respetiva,

IRS 2014 475


Anexo H

se for consignada, deixa de ser deduzida à coleta do IRS do sujeito passivo para ser
entregue à entidade que o mesmo indicou no quadro 9 do anexo H.

Saliente-se que o incentivo previsto no referido artigo 66.º-B do EBF está condicionado a
que a declaração de rendimentos do agregado familiar seja entregue nos prazos previstos
no artigo 60.º do Código do IRS (cfr. n.º 2 do art.º 66.º-B do EBF).

Finalmente, lembramos ainda que só poderão beneficiar destas disposições as entidades


que tenham requerido (a) o benefício, até 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto
a consignar, ao abrigo da Portaria n.º 298/2013, de 4 de outubro, diploma este que revogou
a Portaria n.º 80/2003, de 22 de janeiro, e a Portaria n.º 362/2004, de 8 de abril.
(a) - Dispensa de requerer nos anos subsequentes
Quando as entidades a que se refere o artigo 1.º tenham beneficiado da consignação da
coleta de IRS do ano imediatamente anterior, ficam dispensadas de requerer o benefício
nos anos subsequentes, salvo se a sua atribuição vier a ser interrompida por não se
verificar alguma das condições legalmente exigidas para o efeito
(cfr. n.º 1 do art.º 3.º da Portaria n.º 209/2013, de 4/10)

Lei da Liberdade Religiosa (consignação de 0,5% do imposto liquidado)

4 - Uma quota equivalente a 0,5% do imposto sobre o rendimento das pessoas


singulares, liquidado com base nas declarações anuais, pode ser destinada
pelo contribuinte, para fins religiosos ou de beneficência, a uma igreja ou
comunidade religiosa radicada no País, que indicará na declaração de
rendimentos, desde que essa igreja ou comunidade religiosa tenha requerido
o benefício fiscal.

5 - As verbas destinadas, nos termos do número anterior, às igrejas e


comunidades religiosas são entregues pelo Tesouro às mesmas ou às suas
organizações representativas, que apresentarão na Autoridade Tributária e
Aduaneira relatório do destino dado aos montantes recebidos.

6 - O contribuinte que não use a faculdade prevista no n.º 4 pode fazer uma
consignação fiscal equivalente a favor de uma pessoa coletiva de utilidade
pública de fins de beneficência ou de assistência ou humanitária ou de uma
instituição particular de solidariedade social, que indicará na sua declaração de
rendimentos.

7 - As verbas a entregar às entidades referidas nos n.ºs 4 e 6 devem ser inscritas


em rubrica própria no Orçamento do Estado.

8 - A administração fiscal publica, na página das declarações eletrónicas, até


ao 1.º dia do prazo de entrega das declarações, previsto no artigo 60.º, todas
as entidades que se encontrem em condições de beneficiar das consignações
fiscais previstas nos n.ºs 4 e 6.

9 - Da nota demonstrativa da liquidação de IRS deve constar a identificação


da entidade beneficiada, bem como o montante consignado nos termos dos
n.ºs 4 e 6.

476 IRS 2014


Anexo H

10 - As verbas referidas nos n.ºs 4 a 6, respeitantes a imposto sobre o


rendimento das pessoas singulares liquidado com base nas declarações de
rendimentos entregues dentro do prazo legal, devem ser transferidas para
as entidades beneficiárias até 31 de março do ano seguinte à da entrega da
referida declaração.
(n.ºs 4 a 10 do art.º 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22/6, com a redação dada pela Lei n.º 66-
B/2012, de 31/12)

IVA suportado em fatura (dedução em sede de IRS)

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante


correspondente a 15% do IVA suportado por qualquer membro do agregado
familiar, com o limite global de € 250, que conste de faturas que titulem
prestações de serviços comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)
nos termos do Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, enquadradas, de
acordo com a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão
3, CAE - Rev. 3, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro,
nos seguintes setores de atividade:
a) Secção G, Classe 4520 - Manutenção e reparação de veículos
automóveis;
b) Secção G, Classe 45402 - Manutenção e reparação de motociclos, de
suas peças e acessórios;
c) Secção I - Alojamento, restauração e similares;
d) Secção S, Classe 9602 - Atividades de salões de cabeleireiro e
institutos de beleza.

2 - O incentivo previsto no número anterior opera por dedução à coleta do


IRS do ano em que as faturas foram emitidas, desde que a declaração de
rendimentos do agregado familiar seja entregue nos prazos previstos no artigo
60.º do Código do IRS.

3 - Os adquirentes que pretendam beneficiar do incentivo devem exigir ao


emitente a inclusão do seu número de identificação fiscal nas faturas.

4 - As pessoas singulares que sejam sujeitos passivos de IVA apenas podem


beneficiar do incentivo relativamente às faturas que titulam aquisições
efetuadas fora do âmbito da sua atividade empresarial ou profissional.

5 - O valor do incentivo é apurado pela AT com base nas faturas que lhe forem
comunicadas, por via eletrónica, até ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte
ao da sua emissão relativamente a cada adquirente nelas identificado.

6 - A AT disponibiliza no Portal das Finanças o montante do incentivo até ao


final do mês de fevereiro do ano seguinte ao da emissão das faturas.

7 - Do cálculo do montante do incentivo referido no número anterior, pode o

IRS 2014 477


Anexo H

adquirente reclamar, até ao final do mês de março do ano seguinte ao da


emissão, de acordo com as normas aplicáveis ao procedimento de reclamação
graciosa com as devidas adaptações.
8 - Os adquirentes que pretendam beneficiar deste incentivo devem manter na
sua posse as faturas que não tenham sido regularmente comunicadas pelo
sujeito passivo emitente à AT e disponibilizadas no Portal das Finanças, por
um período de quatro anos, contado a partir do final do ano em que ocorreu
a aquisição.
9 - Havendo divergências entre os elementos comunicados pelos adquirentes
e pelos sujeitos passivos emitentes, ou havendo indícios de que as faturas não
correspondem a prestações de serviços reais enquadradas no n.º 1, o direito
ao incentivo depende de confirmação pela AT da veracidade da operação.
10 - Este incentivo não se encontra abrangido pelos limites constantes da
tabela do n.º 2 do artigo 88.º do Código do IRS.
11 - O valor do incentivo, calculado nos termos do presente artigo, pode ser
atribuído à mesma igreja ou comunidade religiosa radicada em Portugal,
à mesma pessoa coletiva de utilidade pública de fins de beneficência, de
assistência ou humanitários, ou à mesma instituição particular de solidariedade
social, constante da lista oficial de instituições, escolhida pelo sujeito passivo
para receber a consignação de quota do IRS prevista na Lei da Liberdade
Religiosa, aprovada pela Lei n.º 16/2001, de 22 de junho.
(artigo 66.º-B do EBF, com a redação que vigorou até 31/12/2014)

QUADRO 10

10 Acréscimos por incumprimento de requisitos


À Coleta Ao Rendimento

Pelo pagamento por empresas de seguros de quaisquer importâncias fora das condições previstas no 1001
n.º 5 do art.º 86.º do CIRS . . , . . ,
Por atribuição de rendimentos ou reembolso de certificados ou planos individuais de poupança-
reforma (PPR), poupança-educação (PPE) ou poupança-reforma/educação (PPR/E) - art.º 16.º, n.º 3, 1002
e art.º 21.º, n.º 4, do EBF . . , . . ,
Pelo levantamento antecipado do valor capitalizado de planos de poupança em ações (PPA) - art.º 1003
26.º, n.º 4, do EBF e n.º 7 do art.º 39.º da Lei n.º 55-B/2004 . . , . . ,

Pelo incumprimento das condições estabelecidas para subscrição dos planos de poupança em ações 1004
(PPA) - art.º 26.º, n.º 7, do EBF . . , . . ,
Por utilização de saldos de contas poupança-habitação (CPH) para fins não previstos ou antes de
decorrido o prazo estabelecido - art.º 11.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 382/89, de 6 de novembro, e n.º 2 1005
do art.º 18.º do EBF (revogado pelo n.º 1 do art.º 39.º da Lei n.º 55-B/2004, de 30 de dezembro) . . , . . ,
Pelo reembolso ou utilização para fins não previstos das importâncias entregues às cooperativas de 1006
habitação e construção - art.º 17.º, n.º 3, do Estatuto Fiscal Cooperativo . . , . . ,
Pela inobservância das condições relativas às entregas para realização do capital social de
cooperativas, previstas no n.º 4 do art.º 17.º do Estatuto Fiscal Cooperativo 1007
. . , . . ,
Por utilização de saldos das contas poupança-condomínio para fins não previstos ou antes de
decorrido o prazo estabelecido - art.º 3.º, n.º 4, do Decreto-Lei n.º 269/94, de 25 de outubro 1008
. . , . . ,

Pelo incumprimento do disposto na alínea b) do art.º 4.º do Decreto Legislativo Regional nº 5/2000/M, 1009
de 28 de fevereiro . . ,

Soma de controlo (1001 + 1002 + ... + 1009) . . , . . ,

478 IRS 2014


Anexo H

Os valores a inscrever neste quadro serão apurados pelos sujeitos passivos em


conformidade com as normas legais que determinem os acréscimos, quer à coleta quer ao
rendimento.

Os acréscimos à coleta só poderão respeitar a deduções indevidamente efetuadas com


referência ao ano de 1999 ou anos seguintes.

Se respeitarem a anos anteriores, os acréscimos operam como acréscimo ao rendimento.

Em cada um dos campos 1001 a 1009 serão indicados os montantes que, de acordo com as
disposições legais neles referenciadas, deverão ser acrescidos à coleta ou ao rendimento
do ano a que respeita a declaração, conforme acima se refere, tendo em atenção que, nas
situações previstas nos campos 1001 a 1007, os valores indevidamente deduzidos são
majorados em 10% por cada ano ou fração decorrido desde aquele em que foi exercido
o direito à dedução.

No campo 1009, que respeita ao benefício previsto nos artigos 2.º e 4.º do Decreto Legislativo
Regional 5/2000/M, de 28/2, o valor a inscrever será acrescido dos juros compensatórios
correspondentes.

Campo 1001 - Pagamento por empresas de seguros de quaisquer importâncias fora


das condições previstas

O n.º 1 do artigo 86.º do Código do IRS, permitia uma dedução à coleta de 25% das
importâncias despendidas com prémios de seguros de acidentes pessoais e seguros de
vida que garantissem exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice,
neste último caso desde que o benefício fosse garantido após os 55 anos de idade e 5 anos
de duração do contrato, relativos ao sujeito passivo ou aos seus dependentes, pagos por
aquele ou por terceiros, desde que, neste caso, tivessem sido comprovadamente tributados
como rendimento do sujeito passivo, com o limite de € 65, tratando-se de sujeitos passivos
não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens, ou de € 130, tratando-se de
sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens.

Por sua vez, o n.º 5 do mesmo normativo previa que, «no caso de pagamento pelas
empresas de seguros de quaisquer importâncias fora das condições previstas no n.º 1, a
soma dos montantes anuais deduzidos, agravados de uma importância correspondente
à aplicação a cada um deles do produto de 10% pelo número de anos decorridos desde
aquele em que foi exercido o direito à dedução, é acrescido ao rendimento ou à coleta,
conforme a dedução tenha sido efetuada ao rendimento ou à coleta, do ano em que
ocorrer o pagamento, para o que as empresas de seguros ficam obrigadas a comunicar
à administração fiscal a ocorrência de tais factos».

Porém, com efeitos a partir de 01/01/2011, todo o artigo 86.º do Código do IRS foi revogado
pelo n.º 1 do artigo 97.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31/12. Todavia, segundo o disposto
no n.º 2 deste último normativo, ainda que tenha sido revogado o artigo 86.º do CIRS,
mantém-se em vigor as disposições nele constantes relativas às condições de resgate e
adiantamento de seguros de acidentes pessoais e seguros de vida em relação aos quais
tenha sido exercido o direito à dedução em anos anteriores, bem como o agravamento em
caso de qualquer pagamento fora dessas condições.

IRS 2014 479


Anexo H

Assim, caso ocorra o resgate ou adiantamento fora das condições que estavam previstas
no n.º 1 do artigo 86.º do CIRS, deve o sujeito passivo preencher o campo 1001, do Quadro
10 do anexo H, tendo em conta o disposto no n.º 5 do mesmo artigo (do Ofício-Circulado
n.º 20 156, de 02/02/2012, da Direção de Serviços do IRS).

Prémios de seguros de vida relativos à reforma por velhice (consequências


fiscais do seu levantamento antes do beneficiário ter atingido os 55 anos de
idade e ter decorrido 5 anos da duração do contrato)

Nos termos do n.º 1 do artigo 86.º do Código do IRS apenas podem ser
deduzidas as importâncias despendidas com prémios de seguros de acidentes
pessoais e seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte,
invalidez ou reforma por velhice.

Podem ser efetuados pagamentos pela seguradora em qualquer tempo da


vigência do contrato e qualquer que seja a idade do beneficiário, se ocorrer a
morte ou invalidez.

Porém, tratando-se de reforma por velhice, é necessário que o beneficiário


tenha atingido os 55 anos de idade e já tenha decorrido 5 anos da duração do
contrato.

O beneficiário pode reformar-se antes dos 55 anos, mas apenas a partir


dessa idade poderá verificar-se qualquer recebimento, pois caso contrário
haverá que seguir o procedimento previsto no n.º 5 do artigo 86.º do Código
do IRS.

Por outro lado, para efeitos de dedução do respetivo prémio, o n.º 4 do


artigo 86.º do Código do IRS dispõe que apenas relevam os seguros que
não garantam o pagamento, e este se não verifique, de qualquer capital em
vida fora das condições mencionadas no n.º 1 do mesmo artigo.

Pela redação da própria norma se retira que o seguro não deve garantir o
pagamento fora das condições referidas, o que não quer dizer que esses
pagamentos não possam ocorrer.

Por essa razão, o n.º 5 do artigo 86.º do Código do IRS prevê essa possibilidade
bem como, no caso de a mesma ocorrer, a obrigação de reposição dos
benefícios fiscais obtidos com a dedução dos respetivos prémios.

Face à eventual ocorrência de algum facto fora das condições referidas na


lei, nomeadamente em caso de reforma por velhice, se o pagamento for
efetuado antes dos 55 anos de idade e 5 anos de duração do contrato, os
tomadores de seguros de vida ou acidentes pessoais devem proceder às
correções que se mostrem devidas, ou seja, ficarão obrigados a acrescer
ao rendimento ou à coleta o valor anteriormente deduzido, majorado em 10%
por cada ano decorrido desde a data daquela dedução (n.ºs 1 e 5 do artigo
86.º do CIRS).

480 IRS 2014


Anexo H

No documento comprovativo a que se refere o artigo 127.º do Código do IRS,


as companhias de seguros deverão informar os sujeitos passivos de que caso
sejam efetuados pagamentos fora das condições previstas na lei, ficarão
sujeitos às consequências fiscais que daí advêm.
(Informação vinculativa, Proc. 1308/06, com despacho concordante do Subdiretor-Geral, em
substituição do Diretor-Geral dos Impostos, de 08/02/2007)

NOTA:
Tal como se disse anteriormente, todo o artigo 86.º do Código do IRS foi
revogado pelo n.º 1 do artigo 97.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31/12, com efeitos
a partir de 01/01/2011. Todavia, segundo o disposto no n.º 2 deste último
normativo, o artigo 86.º do Código do IRS mantém-se em vigor no que respeita
às condições de resgate e adiantamento de seguros de acidentes pessoais e
seguros de vida em relação aos quais tenha sido exercido o direito à dedução
em anos anteriores, bem como ao agravamento em caso de pagamento fora
dessas condições.

Seguro de vida (consequências fiscais pelo levantamento ou resgate


antecipado)

Tenho mais de 55 anos de idade e sou deficiente com uma incapacidade de


85%, de acordo com o atestado médico multiusos que me foi passado pela
autoridade competente.

Há dois anos fiz um seguro de vida no valor de € 50.000, quando, dado o


montante do total da minha coleta desse ano (linha 17 da demonstração da
liquidação do IRS) para obter, em conformidade com o disposto nos n.ºs 2 e
4 do artigo 87.º do Código do IRS, o máximo do benefício a que tive direito
apenas precisava de ter feito o seguro de vida no valor de € 27.500.

Poderei levantar, antes de terem decorrido os 5 anos da duração do contrato,


os € 22.500 (50.000 - 27.500) do montante do seguro que fiz a mais, sem ter
de repor a totalidade ou parte do benefício fiscal a que tive direito?

Na sequência do pedido de informação, por si efetuado, quanto ao assunto em


epígrafe, informo que por despacho meu de 25/11/2009, sancionei o seguinte
entendimento:

O sujeito passivo refere no seu pedido sofrer de um grau de deficiência de


85%. Assim sendo, para que possa usufruir da dedução à coleta prevista no
n.º 2 do artigo 87.º do Código do IRS, terão de ser cumpridos os seguintes
parâmetros:

- Tratar-se de um seguro de vida que garanta exclusivamente os riscos de


morte, invalidez ou reforma por velhice;

- Nesta última situação, o benefício de reforma por velhice terá de ser garantido
após os 55 anos de idade e cinco anos de duração do contrato;

IRS 2014 481


Anexo H

- O seguro não pode garantir o pagamento de qualquer capital em vida ao


tomador, excetuada a situação de invalidez, antes de verificadas as condições
supra referidas; e

- O primeiro beneficiário do seguro terá de ser o sujeito passivo ou dependente


deficiente, conforme definido no artigo 87.º do Código do IRS.

Atente-se que o benefício incide sobre a totalidade dos prémios em que se


investiu, existindo, contudo, um limite estipulado por lei, acima do qual a
dedução não é fiscalmente aceite. Deste modo, o montante total investido está
condicionado ao cumprimento das regras referidas e expendidas supra, sem
qualquer exceção, na medida em que o investimento é visto como um todo
e não em função do benefício fiscal a que teve direito na liquidação anual
de IRS do sujeito passivo.

Caso não sejam cumpridas as condições impostas no n.º 5 do artigo 86.º do


Código do IRS, vêm estipuladas as penalizações fiscais pelo não cumprimento
dos pressupostos, nomeadamente, levantamento ou resgate de qualquer
daqueles montantes antes de decorridos os 5 anos de duração do contrato ou
não cumprimento de qualquer uma das restantes condições.

Nestas situações, a penalização fiscal a acrescer deverá ser a correspondente


aos valores deduzidos à coleta em cada ano em que se efetuou um investimento
no produto financeiro em questão, neste caso, um seguro de vida, sendo
cada um deles acrescido de 10% por cada ano que decorreu até ao ano do
pagamento ao beneficiário.
(Ofício n.º 31 095, de 02/12/2009, da Direção de Serviços do IRS)

Campo 1002 - Atribuição de rendimentos ou reembolso de certificados ou PPR, PPE


ou PPR/E

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), são
dedutíveis à coleta do IRS, nos termos e condições previstos no artigo 78.º do respetivo
Código, 20% dos valores aplicados no respetivo ano por sujeito passivo não casado, ou
por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, em planos de
poupança reforma, tendo como limite máximo:

a) € 400 por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos;

b) € 350 por sujeito passivo com idade compreendida entre os 35 e os 50 anos;

c) € 300 por sujeito passivo com idade superior a 50 anos.

De acordo com a nova redação dada ao no n.º 4 do artigo 21.º do EBF pela Lei n.º 64-
B/2011, de 30/12 (OE para 2012), a fruição do benefício antes referido fica sem efeito,
devendo as importâncias deduzidas, majoradas em 10%, por cada ano ou fração, decorrido
desde aquele em que foi exercido o direito à dedução, ser acrescida à coleta do IRS do
ano da verificação dos factos, se aos participantes for atribuído qualquer rendimento ou for

482 IRS 2014


Anexo H

concedido o reembolso dos certificados, salvo em caso de morte do subscritor ou quando


tenham decorrido, pelo menos, cinco anos a contar da respetiva entrega e ocorra qualquer
uma das situações previstas na lei.

Exemplo:
Se um sujeito passivo levantou um PPR em 2014, montante aplicado apenas em 2010, fora
das condições previstas, terá que repor o valor deduzido à coleta do IRS (p.e. 150 euros),
acrescido de 10% por cada ano ou fração decorrido desde o ano em que efetuou a aplicação
(2010), ou seja, neste caso, terá um fator de penalização de 1,4. Assim, multiplicando o
fator de penalização pelo montante deduzido, terá que fazer constar, do campo 1002 do
quadro 10 do anexo H, a importância de 210 euros (150 x 1,4).

As condições para se proceder aos reembolso do valor dos PPR, PPE ou PPR/E, sem
qualquer penalização, constam do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 158/2002, de 2 de julho, bem
como das Portarias n.ºs 1452/2002 e 1453/2002, ambas de 11 de novembro.

Planos Poupança Reforma (resgate antecipado por motivo de doença


oncológica)

A mobilização antecipada de um Plano Poupança Reforma (PPR) dum cidadão


com doença oncológica, confirmada através de atestado multiusos, está sujeita
a alguma penalização fiscal?

Ou terá enquadramento na alínea d) do n.º 1 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º


158/2002?

Com as alterações introduzidas ao n.º 4 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios


Fiscais (EBF) pela Lei n.º 64-B/2011, de 31 de dezembro (OE para 2012), o
resgate de um PPR sem que estejam reunidas as condições legalmente previstas
implica que no ano da movimentação sejam acrescidas à coleta do IRS, as
importâncias que foram deduzidas para efeitos de IRS nos anos anteriores,
majoradas em 10% por cada ano ou fração, decorrido desde aquele em que foi
exercido o direito à dedução.

As disposições referidas só são aplicáveis quando o resgate do reembolso ocorre


sem que se encontre verificada alguma das condições previstas no n.º 1 do artigo
4.º do Decreto-Lei n.º 158/2002, de 2 de julho (Regime Jurídico dos PPR's) ou
se forem resgatadas importâncias aplicadas há menos de 5 anos, sendo que de
acordo com o n.º 3 do mesmo artigo 4.º podem ser resgatadas sem qualquer
penalização as importâncias aplicadas há menos de 5 anos desde que a primeira
entrega tenha decorrido há mais de 5 anos e as importâncias aplicadas na primeira
metade de vigência do PPR correspondam pelo menos a 35% do total.

Contudo, no que à situação em causa importa, refere a alínea d) do n.º 1 do


artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 158/2002 que a existência de uma doença grave
do titular do PPR, ou de qualquer elemento do seu agregado familiar, permite
o resgate do PPR sem qualquer implicação de natureza fiscal. Para o
efeito deverá a doença ser considerada grave através de emissão de atestado

IRS 2014 483


Anexo H

multiuso pela competente entidade de saúde [cfr. alínea d) do ponto 2º da


Portaria n.º 1453/2002, de 11/11].
Para tal, consideram-se em situação de doença grave, as pessoas vítimas
de enfermidade que, pelas suas caraterísticas e as próprias do indivíduo
afetado, possa colocar em risco a vida, e ou exija tratamento prolongado, e
ou provoque incapacidade residual importante [cfr. alínea 4) do ponto 1.º da
Portaria n.º 1453/2002, de 11/11].

Planos de Poupança Reforma (resgate antecipado por um sujeito passivo que


não beneficiou de qualquer benefício fiscal devido aos seus rendimentos serem
diminutos)

Em 2012 fiz um Plano Poupança Reforma de que indiquei o valor investido no


quadro 7 do anexo H, com o código 701, só que devido aos meus rendimentos
serem diminutos, não usufrui de qualquer benefício fiscal, ficando mesmo isento
de IRS.

Recentemente solicitei o resgate antecipado sem que estejam reunidas as


condições para tal, será que vou ser penalizado por esse facto?

Com a alteração introduzida ao n.º 4 do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios


Fiscais (EBF) pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12, a fruição do benefício previsto
no n.º 2 do mesmo artigo fica sem efeito, devendo as importâncias deduzidas,
majoradas em 10%, por cada ano ou fração, decorrido desde aquele em que
foi exercido o direito à dedução, ser acrescida à coleta do IRS do ano da
verificação dos factos, se aos participantes for atribuído qualquer rendimento
ou for concedido o reembolso dos certificados, salvo em caso de morte do
subscritor ou quando tenham decorrido, pelo menos, cinco anos a contar da
respetiva entrega e ocorra qualquer uma das situações previstas na lei.

A importância a acrescer, determinada nos termos antes referidos, deve ser


indicada no campo 1002 do quadro 10 do anexo H da declaração de rendimentos
modelo 3 de IRS do ano da verificação dos factos.

Contudo, se a importância aplicada no PPR, ainda que indicada no quadro 7


do anexo H, não deu origem à usufruição do benefíwwcio previsto no n.º 2 do
artigo 21.º do EBF, não há, como é evidente, lugar ao acréscimo acima referido.
Tal penalização só se verifica quando tenha havido dedução à coleta do IRS da
importância prevista naquela norma legal. Como não houve dedução à coleta
não há lugar a qualquer acréscimo a fazer.

Campos 1003 e 1004 - Levantamento antecipado do valor capitalizado de PPA e


incumprimento das condições estabelecidas para subscrição
dos PPA

4 - O levantamento antecipado do valor capitalizado do PPA determina, consoante os casos,


o acréscimo ao rendimento ou à coleta do IRS do ano em que tal ocorra das importâncias
deduzidas para efeitos deste imposto, majoradas em 10% por cada ano ou fração, decorrido

484 IRS 2014


Anexo H

desde aquele em que foi exercido o direito à dedução e a aplicação do disposto no número
anterior.

7 - No caso de incumprimento das condições estabelecidas para a subscrição dos PPA,


são acrescidas, consoante os casos, ao rendimento ou à coleta do IRS do ano em que seja
reconhecido esse incumprimento, as importâncias deduzidas para efeitos deste imposto,
majoradas em 10% por cada ano, ou fração, decorrido desde aquele em que foi exercido o
direito à dedução, aplicando-se a taxa de tributação de 20% à diferença, quando positiva,
entre o valor devido aquando do encerramento do PPA e as importâncias entregues pelo
subscritor. (n.ºs 4 e 7 do art.º 24.º do EBF, que existia antes da renumeração e revisão feita pelo Decreto-Lei
nº 108/2008, de 26/6, revogados pela Lei n.º 55-B/2004, de 30/12)

NOTA:
Os n.ºs 4 e 7 do artigo 24.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, que existia antes da renumeração
e revisão feita pelo Decreto-Lei nº 108/2008, de 26/6, foram revogados pela Lei n.º 55-B/2004,
de 30/12. Contudo, continuam a aplicar-se às importâncias que tenham sido deduzidas à
coleta do IRS ao abrigo do n.º 2 do mesmo artigo e à diferença, quando positiva, entre o
valor devido aquando do encerramento dos planos poupança-ações (PPA) e as importâncias
entregues pelo subscritor (cfr. n.º 7 do artigo 39.º da Lei n.º 55-B/2004, de 30/12)

Campo 1005 - Utilização de saldos das CPH

A utilização de saldos de contas poupança-habitação (CPH) para fins não previstos ou


antes de decorrido o prazo estabelecido, de acordo com a alínea a) do n.º 2 do artigo 18.º
do Estatuto dos Benefícios Fiscais, implicava a reposição do benefício fiscal em causa, e
bem assim que, a soma dos montantes anuais deduzidos, na proporção do saldo utilizado,
fosse agravada de uma importância correspondente à aplicação a cada um deles do produto
de 10% por cada ano ou fração decorrido desde aquele em que foi exercido o direito à
dedução, que seria acrescida, consoante os casos, ao rendimento ou à coleta do ano em
que ocorresse a mobilização.

Porém, todo o artigo 18.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 215/89, de 1 de julho, foi revogado com efeitos a partir de 01/01/2005, continuando
contudo a ter aplicação o regime constante dos n.ºs 2, 5 e 6 relativamente às deduções à
coleta do IRS que tenham sido efetuadas ao abrigo do n.º 1 do mesmo artigo (cfr. n.º 3 do
artigo 39.º da Lei n.º 55-B/2004, de 30/12).

Todavia, o agravamento, face ao disposto no artigo 78.º da Lei n.º 67-A/2007, de 31/12 (Lei
do OE para 2008), passou apenas a abranger os montantes anuais deduzidos em períodos
de tributação em relação aos quais não tivesse ainda decorrido o prazo de caducidade do
direito à liquidação.

Ora, segundo o disposto no n.º 1 do artigo 45.º da Lei Geral Tributária, o direito de liquidar
os tributos caduca se a liquidação não for validamente notificada ao contribuinte no prazo
de quatro anos, quando a lei não fixar outro.

Assim sendo, dado já ter decorrido o prazo de caducidade das entregas efetuadas até ao
ano de 2004, último ano em que vigorou o benefício fiscal em causa, a partir de 1 de Janeiro
de 2009, os valores que estejam depositados em contas poupança-habitação podem agora
ser livremente aplicados em qualquer fim ou mesmo levantados pelos seus titulares, sem

IRS 2014 485


Anexo H

sofrerem qualquer penalização nem, consequentemente, terem que ser levados ao campo
1005 do quadro 10 do anexo H.

Campo 1006 e 1007 - Reembolso ou utilização para fins não previstos das importâncias
entregues às Cooperativas de Habitação e Construção e
inobservância das condições relativas às entregas para
realização do capital social

1 - Para efeitos de IRS, é dedutível à coleta, nos termos e condições previstos no então artigo
80.º do respetivo Código e desde que devidamente comprovada, 25% das importâncias
entregues às cooperativas de Habitação e construção pelos respetivos membros, em
resultado dos contratos entre eles celebrados com vista à aquisição, construção, recuperação
ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente, com exceção das que
sejam efetuadas através da mobilização de saldos das contas poupança-habitação, com
o limite estabelecido no n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 382/89, de 6 de novembro.

3 - Caso as importâncias referidas no n.º 1 venham a ser reembolsadas ou utilizadas


para fins diversos dos aí previstos, a soma dos montantes anuais deduzidos, agravados
de uma importância correspondente à aplicação a cada um deles do produto de 10% pelo
número de anos decorridos desde aquele em que foi exercido o direito à dedução, será
acrescida à coleta do IRS do ano em que ocorrer esse reembolso ou utilização, para o que
as cooperativas ficam obrigadas a comunicar à administração fiscal a ocorrência de tais
factos.

4 - É igualmente dedutível à coleta do IRS dos sujeitos passivos residentes em território


português 5% das importâncias entregues pelos cooperadores para a realização do capital
social das cooperativas de que sejam membros, na parte que exceda o capital legal ou
estatutariamente obrigatório, e para subscrição de títulos de investimento por elas emitidos,
com o limite de € 124,70 por agregado familiar, desde que não reembolsadas no período
mínimo de três anos e respeitem integralmente os requisitos estabelecidos no capítulo III
do Código Cooperativo.

5 - Em caso de inobservância das condições previstas no número anterior, aplicar-se-á,


com as necessárias adaptações, o disposto no n.º 3.

NOTA:
O Estatuto Fiscal Cooperativo foi revogado pelo artigo 148.º da Lei n.º 64-B/2011, de 30/12,
assim como toda a Lei n.º 85/98, de 16/12, que o aprovou.

Campo 1008 - Utilização do saldo das Contas Poupança-Condomínio

1 - Para efeitos de IRS, são dedutíveis à coleta, nos termos e condições previstas no

486 IRS 2014


Anexo H

artigo 78.º do respetivo Código, as entregas feitas anualmente por cada condómino para
depósito em conta poupança-condomínio na proporção de um quarto da percentagem ou
permilagem que a cada um cabe no valor total do prédio até 1% do valor matricial deste,
com o limite de 10.500$ (a).

(a) - Este benefício fiscal deixou de existir a partir do ano de 2001, inclusive, já que todo o
artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 269/94, de 25/10, foi revogado pelo n.º 3 do artigo 10.º da
Lei n.º 30-G/2000, de 29/12.

4 - No caso de o saldo da conta poupança-condomínio ser utilizado para outros fins,


ou antes de decorrido o prazo estabelecido, a soma dos montantes anuais deduzidos
será acrescida, consoante os casos, ao rendimento ou à coleta do IRS do ano em que
ocorrer a mobilização, para o que as instituições depositárias ficam obrigadas a comunicar
à administração fiscal a ocorrência de tais fins.
(n.ºs 1 e 4 do art.º 3.º do Dec. Lei n.º 269/94)

ASSINATURAS

Data O(s) Declarante(s), Representante legal ou Gestor de negócios

Assinaturas
___/___/___ A) ______________________________ B)_________________________________

Este anexo deve ser assinado pelos sujeitos passivos ou por um seu representante, legal
ou voluntário, ou gestor de negócios, devidamente identificados (cfr. n.º 1 do art.º 146.º do
CIRS).

A falta de assinatura é motivo de recusa da receção da declaração, sem prejuízo das


sanções estabelecidas para a falta da sua apresentação (cfr. n.º 2 do art.º 146.º do CIRS).

IRS 2014 487


Anexo H

488 IRS 2014

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