Unidade 1.
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Unidade 1.
Material Teórico
Epistemologia
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Ap. Cesarin
Epistemologia
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Ao final desta Unidade. o aluno será capaz de:
· Identificar a natureza, os limites e os problemas do conhecimen-
to científico;
· Diferenciar os variados tipos de conhecimento: senso comum,
filosófico, teológico e científico;
· Conceituar “verdade” em Ciência dentro dos critérios de objetividade
e subjetividade;
· Compreender os critérios de cientificidade, espírito científico: a
função da curiosidade dentro da metodologia científica;
· Compreender o processo de evolução e divisão das ciências;
· Compreender a visão moderna da ciência sob as análises sistêmica
ou holística.
ORIENTAÇÕES
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente
antes de realizar as atividades. É importante, também, respeitar os prazos
estabelecidos no cronograma.
UNIDADE Epistemologia
Introdução
Como a Epistemologia busca analisar a origem e o papel da Ciência e, ainda,
os aspectos filosóficos quanto à origem e à natureza do conhecimento, proponho
a seguinte questão para sua reflexão:
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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Natureza, os Limites e os Problemas do
Conhecimento Científico
É próprio do homem produzir conhecimento. Este conhecimento constitui o
patrimônio histórico-cultural da Humanidade, resultante de um processo cumulativo,
decorrente de toda a História da vida humana.
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Tais características, entretanto, não devem fazer supor que este tipo de
conhecimento seja desprezível ou desprovido de significação. O senso comum:
[...] é a primeira compreensão do mundo resultante da herança fecunda
de um grupo social e das experiências atuais que continuam sendo
efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos
projetos de vida adquirimos convicções e confiança para agir (ARANHA;
MARTINS, 1992, p.56).
Apesar de o senso comum não poder ser desprezado, pois é a partir dele que
o indivíduo acumula conhecimento e experiências de vida, ele é muito subjetivo e
pessoal. Uma opinião pessoal não pode ser considerada verdade, a menos
que seja demonstrada cientificamente.
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Historicamente, desde os primeiros filósofos até os nossos dias, debate-se o
problema: a verdade está no objeto ou na relação do sujeito com o objeto? Este
debate é fecundo, fazendo com que surjam diversas interpretações sobre a questão
da verdade e da validade do conhecimento. Cada pensador, cada corrente filosófica,
cada cientista responde a essas questões de maneira diferente.
E é até bom que seja assim, para que os conceitos e achados científicos sejam
exaustivamente testados e comprovados, reduzindo as margens de erros.
Toda essa polêmica, tratada aqui de maneira bastante ligeira, na medida em que
desafia o espírito humano e provoca divergências aparentemente inconciliáveis, é
benéfica e só tem estimulado o aprofundamento de questões ligadas à epistemologia
e à filosofia da Ciência.
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Por mais que a mensagem, ou a Ciência seja “objetiva”, não devemos esquecer
que, no momento exato em que a pessoa – o sujeito – toma consciência de sua
existência, esta se torna também, “subjetiva”.
Cada ser possui sua própria visão de realidade, seu modo de guardar informações,
baseado em sua experiência de vida. Ou seja, todos os esforços buscando a
objetividade e o caráter universal do conhecimento tornam-se nulos no momento
em que atingem seu objetivo, a divulgação. Isso ocorre porque milhares de pessoas
com milhares de experiências de vida diferentes irão criar interpretações pessoais
das mais variadas categorias.
Assim, as verdades científicas são provisórias, pois são datadas, ou seja, com as
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais nos diferentes contextos
históricos, as Ciências se transformam e, consequentemente, as verdades também
sofrem alterações.
Critérios de Cientificidade
Um dos requisitos primordiais para um assunto ou fato estudado alcançar o
estatuto da Ciência é a utilização de métodos científicos. O entendimento do
método passou a ser condição necessária ao estabelecimento de limites, na
demarcação do que se considera científico ou não.
Nos dias de hoje, muitas áreas da ciência se sobrepõem de tal forma que
estudiosos de áreas diferentes podem se dedicar a um mesmo tipo de
problema, com pontos de vistas distintas (OLIVEIRA, 1997, p.48).
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Todo trabalho científico, seja de natureza teórico-conceitual ou de natureza
empírica, deve esclarecer o caminho percorrido para sua efetivação.
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Apesar de todos os avanços nos campos das ciências, foi somente no século XX
que a Filosofia científica ganhou autonomia como Disciplina. A Ciência passou a
ser um fator de história e de cultura, entrelaçando-se com concepções de ordem
moral, política e ética.
A curiosidade passa a ter função especial para o cientista, vez que é fundamental
para o desenvolvimento da própria Ciência obter o perfeito entendimento de
determinada teoria, estabelecendo-se por vezes o confronto com outras teorias no
passado ou no presente.
Essa busca do ser humano para achar solução para os seus problemas levou ao
desenvolvimento do conhecimento científico, que ajuda na solução dos problemas.
Paradoxalmente, muitos homens têm criado problemas no uso de muitas descobertas
e invenções. Mas é o mau uso que traz consequências indesejáveis. Certamente o
bom uso das descobertas e criações humanas traz bem estar, saúde e conforto.
Dê uma olhada ao seu redor: a luz elétrica, o celular, o computador, o avião, a
Internet, não são boas soluções?
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Quando o homem sai de uma posição meramente passiva, de testemunha dos
fenômenos, sem poder de ação ou controle deles, para uma atitude racionalista
e lógica, que busca entender o mundo por meio de questionamentos, surge a
necessidade de se propor um conjunto de métodos que funcionem como uma
ferramenta adequada para essa investigação e compreensão do mundo que o cerca.
O homem quer ir além da realidade imediatamente percebida e lançar princípios
explicativos que sirvam de base para a organização e classificação que caracteriza
o conhecimento.
Por meio desses métodos, obtêm-se enunciados, teorias e leis que explicam as
condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a
um problema, sendo possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir
um corpo de novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na
verificação dessas predições e na correspondência desses enunciados com a
realidade fenomenal.
Dogmas são doutrinas que nos são apresentadas como inquestionáveis e indiscutíveis.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Metodologia do Trabalho Científico - Ebbok
https://goo.gl/DBIM75
Principais Linhas Epistemológicas Contemporâneas
https://goo.gl/u8gOiD
As Correntes do Conhecimento Científico
https://goo.gl/xQlBQx
Concepções sobre Objetividade / Subjetividade no fazer Ciência e Possíveis Implicações na Sala de Aula Universitária
https://goo.gl/JwvCac
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Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 2000.
GIL, A . C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1989.
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
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