Apostila MPC
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prestação do serviço. A produção de conhecimento científico constitui-se em uma variável estratégica das
transformações necessárias para enfrentar os novos desafios da segurança pública e de proteção dos
direitos dos cidadãos.
Este curso de Metodologia é um guia prático sobre a pesquisa científica. O pesquisador iniciante
encontrará aqui uma disciplina metodológica, prática e objetiva que o auxiliará na elaboração de projetos de
pesquisa, monografias e artigos científicos relevantes para sua área de atuação.
Bom estudo!
Objetivo do curso
Estrutura do curso
2
MÓDULO
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1
Apresentação do módulo
Neste módulo você estudará a natureza da prática científica, mais especificamente sobre a diferença
entre o conhecimento científico e o conhecimento vulgar) ou senso comum). Estudará também as características
dos principais métodos científicos e o problema da subjetividade e da objetividade na construção do
conhecimento.
Objetivo do módulo
Estrutura do Módulo
Nesta aula você estudará a natureza do conhecimento vulgar ou de senso comum, suas principais
fontes e sua relação com o conhecimento científico.
3
Antes de iniciar a leitura da aula, assista ao filme franco-canadense “A Guerra do Fogo” (Disponível
em http://www.ustream.tv/recorded/5564454), de Jean-Jacques Annaud, produzido no ano de 1981.
Da observação que o sol nasce todos os dias de um lado da terra e se põe do outro,
o homem pensou, por muito tempo, que o sol girava em torno da terra. Essa
compreensão do fenômeno pareceu satisfatória durante séculos, sem mais provas
do que a simples observação (LAVILLE e DIONE, 1999, p.18).
Na família, na comunidade em diversas escalas, a tradição lega saber que parece útil
a todos e que se julga adequado conhecer para conduzir sua vida. Esse saber é
mantido por ser presumidamente verdadeiro hoje em dia, e é hoje porque o era no
passado e deveria assim permanecer no futuro. A tradição dita o que se deve
conhecer, compreender, e indica, por consequência, como se comportar (LAVILLE e
DIONE, 1999, p.19).
4
1.2.3 O saber baseado na autoridade
1.3 A visão de Emile Durkheim sobre o problema do conhecimento vulgar ou de senso comum e
a ciência sociológica
O conhecimento espontâneo do mundo que nos rodeia e as pré-noções que esse saber pode acarretar
na compreensão do social preocuparam os primeiros sociólogos, interessados na constituição da Sociologia
como ciência.
Emile Durkheim (1858-1917), sociólogo francês fundador da Sociologia como ciência no século XIX foi
um grande defensor da construção de uma Sociologia independente e autônoma de outros campos do
conhecimento.
O homem não pode viver em meio às coisas sem formar a respeito delas ideias, de
acordo com as quais regula sua conduta. Acontece que, como essas noções estão
mais próximas de nós e mais ao nosso alcance do que as realidades a que
correspondem, tendemos naturalmente a substituir estas últimas por elas e a fazer
delas a matéria mesma de nossas especulações (DURKHEIM, 2007, p.12).
Observe a seguir que Durkheim (2007) alerta para o uso incorreto que podemos fazer de nossas ideias
sobre os fatos sociais. Essas ideias também são fruto da experiência, mas elas não devem preceder aos fatos
observados cientificamente.
Por fim, Durkheim (2007) enfatiza que as ideias sobre as coisas não podem substituir a observação
sistemática, isso é, planejada dos fatos sociais.
Com efeito, essas noções ou conceitos, não importa o nome que se queira dar-lhes
não são os substitutos legítimos das coisas. Produtos da experiência vulgar, eles tem
por objeto, antes de tudo, colocar nossas ações em harmonia com o mundo que nos
cerca; são formados pela prática e para ela (DURKHEIM, 2007, p. 16).
Sintetizando...
Durkheim (2007) alerta para a necessidade de afastar, na prática científica, as ideias sobre as coisas que
nos rodeiam e que adquirimos a partir de nosso nascimento, na família, na escola, no trabalho, pela mídia, nas
redes sociais etc.
Por exemplo, têm pessoas que acreditam que a droga é um ente externo à sociedade, que infeta o
corpo social sano. Esta crença pode justificar a ação de “guerra às drogas”. Mas, tanto o consumo quanto a
venda de drogas constituem processos sociais complexos que precisam ser compreendidos cientificamente para
serem enfrentados de forma adequada.
A ciência rompe com a experiência cotidiana colocando os objetos dessa experiência a luz de novos
conceitos, que revelam propriedades e relações não disponíveis para a percepção de senso comum. Nesse
sentido, é possível afirmar que o enfoque científico alarga e torna mais complexa a realidade.
Saiba Mais...
Você tem interesse em saber como uma cientista social desmistifica a pré-noção que afirma o
encarceramento como fator de diminuição da criminalidade?
Então, leia o texto de: LEMGRUBER, Julita. Controle da criminalidade: mitos e fatos. Revista Think
Tank, Instituto Liberal de Rio de Janeiro, 2001.
6
Aula 2 – Método científico e conhecimento científico
Nesta aula você vai estudar o surgimento do método científico e do conhecimento científico no
Ocidente.
O método como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objetivo-conhecimentos válidos e
verdadeiros-, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista (LAKATOS e MARCONI, 1991, p.83).
O método é o caminho traçado pelo pesquisador para alcançar os objetivos da pesquisa científica. O
método científico tem uma história.
Nessa aula você vai estudar os métodos científicos na ordem em que foram surgindo ao longo da
história da humanidade:
Método
Método Método
hipotético-
dedutivo indutivo
dedutivo
Importante!
Da Filosofia se depreenderam outras formas de pensar e os métodos que, mais tarde, se especializaram
e se tornaram independentes, hoje conhecidos como ciências.
7
2.1.2 A Idade Média
Depois de um intervalo de ausência de progresso na concepção da ciência e das modalidades de
construção do saber, na Idade Média se reencontra a reflexão filosófica e progressos nas artes e na cultura
(LAVILLE e DIONNE, 1999).
Vale ressaltar que as ciências em si, pouco se desenvolveram por causa da dominação do teocentrismo.
O mundo medieval foi considerado como passivo e simbólico, ou seja, via nas formas da natureza à
vontade de Deus. A igreja católica era a principal autoridade espiritual, política e científica e a grande referência
filosófica era Aristóteles.
Galileu (1564-1642)
O método empírico preconizado por Galileu Galilei (1564-1642) é considerado uma ruptura em relação
ao conhecimento especulativo. O objetivo da ciência deve ser o conhecimento das leis gerais que constituem
as condições dos fenômenos, e não a essência íntima desses.
Galileu sugeriu partir do particular para o geral, isso é, da indução ou observação dos fatos e da
experimentação. Esse método é denominado Indução Experimental.
8
Outra contribuição de Bacon foi a de apontar para a necessidade do pensamento crítico na produção
do conhecimento científico. O autor indicou que existe em nossa mente uma série de obstáculos que nos inclina
a escolher o erro e o caminho mais fácil.
Esses obstáculos são as imagens falsas que se apoderam da mente. Em razão disso, e antes de iniciar o
método de interpretação da natureza é necessário proceder a eliminar os prejuízos, isto é, os ídolos da mente.
A grande contribuição de Bacon para a ciência foi a criação de seu método científico que visava à
indução, à experimentação e à formulação de generalizações e de leis gerais. Esse método se conhece como
método das coincidências constantes.
Descartes (1596-1650)
Descartes propõe um método baseado na inferência dedutiva, isso é, o raciocínio que vai do geral
para o particular. A razão é que permite alcançar a verdade e não apenas a observação dos fatos.
Newton (1642-1727)
A via newtoniana não é a da dedução pura, e sim a da análise. Para Newton, os fenômenos são os
dados; os princípios, o que é preciso descobrir, usando a experiência e a observação.
Para Newton, não há oposição entre experiência e pensamento. Os fatos não são um material
simples, uma massa incoerente de detalhes, mas, se pode demonstrar nos fatos e pelos fatos, a existência de
uma forma que os penetra e os une matematicamente.
A ordem, a legalidade, a razão não é uma regra anterior aos fenômenos, concebível
e exprimível a priori: que se demonstre a razão nos próprios fenômenos como a
forma de sua ligação interna e de seu encadeamento imanente (CASSIRER, 1994, p.
26).
9
Segundo Newton, para explicar um fenômeno natural não é necessário apresentá-lo em seu ser e em
sua maneira de ser, mas sim fazer ver de que condições particulares esse fenômeno depende e que tipo de
dependência tem dessas condições. Para isso, é necessário decompor a imagem sintética do fenômeno para
resolvê-la em seus momentos constitutivos (CASSIRER, 1994).
Foi possível perceber também que as ciências são separadas em disciplinas. O pesquisador deve estar
distanciado de seu objeto, o experimento implica em separar o objeto de seu meio natural, a ciência corresponde
às certezas do mundo empírico e é separada da filosofia, a razão obedece a princípios clássicos: indução,
dedução, contradição, identidade, etc.. Se a teoria obedece a estas regras, ela obedece à razão (MORIN, 1999,
p.22).
É importante que você saiba que esta concepção do método científico e da ciência tem sido
questionada, e que a partir do início do século passado aconteceram coisas revolucionárias no campo científico,
que levaram alguns pensadores a problematizar essa percepção tradicional das ciências.
Que relação existe entre o sujeito que conhece (o pesquisador) e seu objeto de conhecimento
(fenômeno a ser estudado)?
Nesta aula você vai estudar o problema da objetividade e da subjetividade na produção do
conhecimento científico.
Importante!
“Durante muito tempo no domínio das ciências pensava-se que o conhecimento era o espelho
da realidade e o espelho do mundo” (MORIN, 1999, p.22).
Um exemplo esclarecedor!
Felix Shuster, meu querido professor de Metodologia chamava a atenção para o fato do pesquisador
afetar a medição da temperatura da água, no momento de submergir o termômetro escolhido para medir essa
temperatura. Assim os instrumentos utilizados pelo pesquisador para medir afetam suas observações e,
portanto, o conhecimento do que se estuda.
BARBIER (1985, p.106) considera que as ciências humanas são mais vulneráveis que as naturais à ação
subterrânea da subjetividade, na elaboração e desenvolvimento de uma pesquisa. Nessas ciências, o
pesquisador utiliza técnicas ou instrumentos de pesquisa que produzem as informações necessárias para
resolver seu problema. A aplicação dessas técnicas se dá em contextos de interação social, que afetam a
informação produzida.
Esses efeitos precisam ser controlados pelo pesquisador, reduzindo ao máximo a violência simbólica,
isso é, a interferência na relação social da pesquisa, das influências derivadas da procedência de classe, raça-
etnia, profissão etc. do pesquisador e aspectos que podem provocar sentimentos de inferioridade nos
pesquisados.
O pesquisador, ao escolher seu objeto de investigação, já traz consigo seus interesses: possui uma
formação acadêmica e experiências sócio-culturais e históricas específicas, suas concepções de mundo e
preferências políticas, isso é, tem sua subjetividade.
Dessa maneira, a objetividade não depende do objeto em si que o pesquisador pretende estudar, já
que esse constitui um recorte do mundo da vida apreendido pelo saber de natureza espontânea, mas da correta
utilização dos procedimentos por parte do pesquisador, legitimados pelo campo científico e da vigilância
epistemológica.
11
3.3 Objetivação da subjetividade
Para pesquisar cientificamente, o pesquisador deve querer tornar objetiva sua própria subjetividade,
quer dizer, reconhecer e dar visibilidade a suas preferências, valores, crenças, preconceitos, entre outros aspectos
subjetivos que influenciam na compreensão do seu objeto.
A pesquisa científica constitui um processo reflexivo do pesquisador sobre si mesmo, seus valores e
preferências, suas crenças e sobre os procedimentos de pesquisa que utiliza.
Finalizando...
12
Exercícios
a. O método científico é utilizado só em matérias com foco na ciência como química e física.
b. O método científico é o conhecimento passado por geração e cultura.
c. O método científico é moldado pela humanidade a muito tempo, tendo varias mudanças no decorrer
da historia, transformação mais positiva foi na idade média.
d. O método é o caminho traçado pelo pesquisador para alcançar os objetivos da pesquisa científica.
3. Nesse módulo você aprendeu o que é conhecimento vulgar ou de senso comum. Na aula 1,
você leu a seguinte afirmação sobre esse tipo de conhecimento:
“Produtos da experiência vulgar, eles (esses conhecimentos) tem por objeto, antes de tudo, colocar
nossas ações em harmonia com o mundo que nos cerca; são formados pela prática e para ela” (DURKHEIM ,
2007, p. 16).
13
Gabarito
Assim expressa, a afirmação não tem sustentação empírica mais substantiva, a não
ser a que recorre às constantes remissões aos noticiários, os quais não se cansam de
atestar tal crescimento. O crescimento de um fenômeno plural e polissêmico como
o da violência é algo sobre o que não se pode decidir se não se distingue com clareza
e exatidão que parâmetros estão sendo utilizados, e a partir de que critérios, para se
definir violência (GROSSI PORTO, 2004, p.133)
GROSSI PORTO, Maria Stela. Polícia e violência: representações sociais de elites policiais do Distrito
Federal. São Paulo Perspec. vol.18 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2004.
b. Para responder a estas questões revise as aulas 1, 2 e 3 desse módulo. Observe que a afirmação
de MORIN diz respeito a concepção tradicional da ciência.
14
MÓDULO
A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: O
2 QUE PESQUISAR E COMO PLANEJAR A PESQUISA
Apresentação do módulo
Talvez você nunca tenha elaborado um projeto de pesquisa científica. Este módulo vai ajudá-lo a
enfrentar esse desafio discutindo detalhadamente cada um dos elementos que constituem um projeto de
pesquisa científica, e indicando exemplos recolhidos na docência da disciplina metodologia da pesquisa
científica.
Objetivo do módulo
Estrutura do Módulo
Nesta aula você estudará o que é o projeto de pesquisa, a diferença entre tema e problema de pesquisa
e as resistências que você terá que superar para ter sucesso na formulação de seu problema de
pesquisa.
O que é monografia?
Monografia é um estudo sobre um tema específico ou particular com suficiente valor
representativo e que obedece à rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em
profundidade, mas também em todos seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina
(LAKATOS e MARCONI, 1991, p.235).
Se você deseja pesquisar, seu primeiro passo é elaborar o projeto de pesquisa, isto é, planejar seu
estudo.
Para elaborar esse projeto você precisa de esforço intelectual considerável.
Você deve responder às seguintes questões:
16
1.2 O primeiro desafio: a diferença entre o tema e o problema de pesquisa
A elaboração do projeto de pesquisa inicia-se com o primeiro desafio: a escolha do tema e do problema
de pesquisa. Para enfrentar esse desafio é importante que você conheça a diferença entre eles.
Desafio...
Desafio você a pensar em alguns temas de seu interesse, que considere relevantes para sua
instituição e para a segurança pública, e a registrá-los.
Veja alguns dos temas de monografia que um grupo de alunos de um curso de Especialização em
Segurança Pública e Cidadania e Gestão da Segurança Pública escolheram nos últimos anos:
• Homicídios;
• Gestão e trabalho nas prisões;
• Policiamento comunitário;
• Reintegração social do detento;
• Medidas socioeducativas;
• Abordagem policial;
• Programas comunitários da subsecretaria de segurança cidadã do DF;
• Violência institucional e profissionais da segurança pública;
• O crescimento do encarceramento no DF;
• A saúde mental dos policiais; e
• A construção do suspeito na identificação criminal, entre muitos outros.
17
a) O consumo de drogas ilícitas e de álcool está vinculado à ocorrência de homicídios no Brasil, na
última década?
b) Pode-se reduzir a taxa de homicídios legalizando o consumo de drogas no Brasil?
Essas duas perguntas constituem-se em problemas de pesquisa que podem ser redigidos da seguinte
forma, quando seu orientador olhar para você e perguntar: Qual é seu problema de pesquisa?
• Meu problema de pesquisa é analisar a relação entre os homicídios e o consumo de drogas ilícitas e
de álcool no Brasil.
• Meu problema de pesquisa é analisar em que medida a legalização do consumo das drogas ilícitas
pode contribuir para reduzir a taxa de homicídios no Brasil.
Você percebeu que um tema pode permitir formular vários problemas de pesquisa.
Veja, a seguir, alguns conselhos para conseguir formular seu problema de pesquisa de forma adequada.
Mas considere que não existe uma receita para se chegar lá.
AÇÕES ATIVIDADES
AMPLIE SUAS LEITURAS Realize uma imersão sistemática no tema de seu interesse. Procure
artigos em periódicos científicos publicados nos últimos cinco anos
sobre o tema inicialmente escolhido, e observe quais são os problemas
levantados pelos pesquisadores em torno do tema que lhe interessa.
DIALOGUE COM SEU Converse com seu orientador para descobrir seu problema de pesquisa,
ORIENTADOR pois ele acumula experiência concreta no campo de estudo. Informe seu
orientador sobre suas motivações e interesses.
PLANEJE UM TRABALHO DE Por último, se não conseguir delimitar claramente seu problema, realize
CAMPO EXPLORATÓRIO um trabalho de campo preliminar flexível, assistemático, anotando em
um caderno de campo suas principais observações, conversando
informalmente com os possíveis sujeitos de sua pesquisa, coletando
todas as informações e dados que achar pertinente.
Para ter sucesso na formulação de seu problema de pesquisa, você também tem que considerar as
seguintes questões:
Você precisa superar suas resistências: Uma pesquisa realizada em um contexto acadêmico deve
ater-se à compreensão científica do mundo social. O conhecimento sociológico, por exemplo, permite ir além
das aparências da realidade, aprofundando a compreensão dos diversos aspectos da sociedade em que você
18
vive. É possível, inicialmente, que você resista à compreensão científica do social, em função de seus
conhecimentos de senso comum, como foi discutido na Aula 1, do Módulo 1.
A escolha de seu problema de pesquisa pode ser bastante lenta e complexa, pois lhe exigirá capacidade
de proceder a rupturas com seu próprio mundo profissional, suas preferências políticas, seus valores, suas
crenças e seus interesses.
Você precisa avaliar questões práticas: A escolha de um problema de pesquisa lhe exigirá considerar
elementos de ordem prática, tais como o tempo que tem disponível para realizar o estudo, os recursos
intelectuais que possui para levar a cabo a empreitada, os recursos financeiros, entre outros.
Você precisa saber que não vai ser possível pesquisar todo: A escolha de um problema de pesquisa
lhe exigirá delimitar o tema de pesquisa, isto é, focar em algum aspecto desse tema.
Na próxima aula você estudará sobre a necessidade de aprofundar a discussão teórica de seu problema
de pesquisa, a formulação da hipótese do estudo e a explicitação do modelo analítico que utilizará na
sua pesquisa. Até a próxima aula!
Nesta aula, você estudará a importância de discutir teoricamente seu problema de pesquisa, a
formulação da hipótese e do modelo de análise de sua pesquisa.
19
O que é conceito?
Conceitos são declarações generalizadas sobre classes inteiras de fenômenos (BECKER, 20071, p.45).
Orientação
Pode ser que você tenha cursado uma disciplina que abordou, seguindo o exemplo anterior, a relação
entre o consumo de drogas ilícitas e de álcool e os homicídios. Nesse caso, seu problema está resolvido. Caso
contrário, você tem dois caminhos para descobrir essas abordagens:
- Consulte o seu orientador sobre os autores-chave. Supõe-se que ele sabe.
- Faça uma revisão bibliográfica (artigos, comunicações, dissertações, teses, entrevistas, entre outros) e
utilize buscadores acadêmicos na internet, diretórios, bases de dados, sites de expertos no problema, consulte
pesquisas sobre seu problema e observe as abordagens teóricas, as pesquisas e seus autores.
Seu problema de pesquisa deve ser uma decorrência lógica da discussão teórica que apresenta. Todas
as obras importantes sobre seu problema de pesquisa devem ser consultadas, mas, é possível que a revisão seja
exaustiva.
20
Importante!
Na revisão da bibliografia, você pode encontrar diversas situações com relação à teoria existente sobre
seu problema de pesquisa. As situações mais comuns são as seguintes:
a) Há uma teoria bem consolidada, que possui evidências empíricas abundantes e que você considera
adequada para abordar seu problema de pesquisa;
b) Há várias teorias para abordar seu problema de pesquisa e você deve escolher alguma delas;
c) Não há teoria para abordar seu problema de pesquisa.
Veja, a seguir, alguns conselhos para ter sucesso na identificação da discussão teórica de seu problema
de pesquisa.
AÇÕES ATIVIDADES
CONSULTE o seu orientador sobre quais são as obras mais importantes a respeito do tema para
facilitar sua pesquisa bibliográfica. Também quais são os principais centros de
documentação que deve pesquisar, e as principais obras, artigos, entre outros, bem
como pesquisadores, autoridades e outros agentes que você talvez precise entrevistar.
ORGANIZE sua discussão teórica focando nas principais ideias dos autores consultados sobre seu
problema de pesquisa. Articule bem essas ideias. Prepare-se para mergulhar na leitura e
na reflexão.
APOIE as ideias apresentadas nas referências consultadas.
21
Na próxima aula você vai estudar a hipótese da pesquisa e a explicitação do modelo de análise de seu
estudo, até lá!
Nesta aula você vai estudar o que é hipótese e sobre a explicitação do modelo de análise da pesquisa.
A hipótese, que constitui uma resposta antecipada de seu problema de pesquisa, é uma conjetura
afirmativa, plausível de ser verdadeira.
Você deve formular uma hipótese que possa ser testada, isto é, que possa ser contrastada com os dados
da realidade. A validade da hipótese depende de sua congruência com os fatos ou fenômenos da realidade. As
hipóteses se fundamentam no conhecimento prévio e a sua verificação ou refutação permite novos e
aprofundados conhecimentos (KERLINGER, 1996).
Quiuy e Camenhoudt (1995, p. 149 apud Gerhardt 2009, p. 54) indicam duas formas de construção das
hipóteses pelos pesquisadores: por meio do raciocínio indutivo ou por meio do raciocínio dedutivo.
No método hipotético indutivo, isto é, o método de construção da hipótese por meio do
raciocínio indutivo, a construção da hipótese se baseia na observação direta da realidade que se pretende
estudar, e a partir dessas observações, o pesquisador constrói novos conceitos, novas hipóteses e o modelo que
será posteriormente submetido à prova dos fatos.
No método hipotético dedutivo, isto é, o método de construção da hipótese por meio do
raciocínio dedutivo, o pesquisador parte de um postulado ou conceito que serve como modelo de
interpretação da realidade que pretende analisar. Por meio de um trabalho lógico, o pesquisador deriva desse
modelo as hipóteses e as variáveis (ou aspectos) da realidade que quer observar.
22
Método hipotético indutivo Método hipotético dedutivo
Contudo, esses dois métodos de construção das hipóteses da pesquisa são articulados no trabalho
científico:
Quando iniciamos uma pesquisa pela primeira vez, a abordagem hipotético indutiva
normalmente prevalece, ou seja, construímos nossas hipóteses e indicadores a partir
da observação do campo empírico, derivando daí novos conceitos e novas hipóteses
que serão submetidas à comprovação pelo modelo estabelecido. Na sequência,
quando se possuem algumas ideias conceituais a respeito do tema trabalhado que
possam explicar o objeto de estudo, a abordagem hipotético dedutiva passa a ter
mais importância. Isso quer dizer que a construção das hipóteses parte de um
postulado ou conceito como modelo de interpretação do objeto estudado. Na
realidade, essas duas abordagens se articulam, pois todos os modelos elaborados
por uma pesquisa científica comportam dedução e indução (GERHARDT, 2009, p.
54).
Importante!
Nem sempre os pesquisadores elaboram uma hipótese para orientar a realização da pesquisa. Podem
formular apenas perguntas de pesquisa, que servem também para orientar a realização do estudo.
23
O modelo de análise é composto pela hipótese e as variáveis e suas definições operacionais, ou pelas
perguntas da pesquisa, e os conceitos operacionalizados, isto é, definidos de forma a possibilitar sua observação
na realidade social.
Na próxima aula você vai estudar o papel das variáveis na pesquisa científica.
Nesta aula você vai conhecer, de forma introdutória, o papel das variáveis na construção do
conhecimento científico.
Observe a tabela:
Neste caso, você pode analisar a tabela comparando as categorias, pois as variações internas da variável
estado civil são significativas (RICHARDSON, 2011, p.118).
Segundo Davis (1976 apud RICHARDSON, 2011, p. 120), no que diz respeito à importância das variações
internas de uma variável, você pode considerar as seguintes regras:
• Disponha de grande número de casos que difiram em sua classificação;
• Se uma das categorias for exageradamente maior em frequência que as demais, use-a sozinha. Isto é,
transforme-a em uma variável;
• Se tiver um grande número de categorias com pequenas frequências, comece a agrupar em pares até
obter categorias significativas;
• Evite alternativas que concentrem mais de 70% dos casos, pois elas prejudicam a análise.
Resta assinalar que existem casos em que as categorias não podem ser reagrupadas, ou a variável não
pode ser reformulada. Nesses casos você precisa eliminar a variável, já que não serve como medida de avaliação
(RICHARDSON, 2011, p. 120).
25
4.3 Princípios para definir variáveis
Segundo Richardson (2011, p. 121) dois princípios devem ser considerados na definição de todas as
variáveis.
Importante!
A não observância desses princípios leva a perda de informação ou a inutilidade da medição realizada
pelo pesquisador.
O primeiro princípio que você precisa considerar na definição operacional das variáveis é o que
estabelece que os valores de uma variável devem ser mutuamente excludentes. Veja a seguir o exemplo
indicado pelo citado autor:
Variável: Religião
Categorias da variável Religião:
• Católica
• Protestante
• Anglicana
O problema é que um sujeito anglicano é também protestante. Isso significa que as categorias não são
mutuamente excludentes. O correto seria:
Variável: Religião
Categorias da variável Religião:
1. Católica
2. Protestante
Resta esclarecer ainda que as categorias devem estar adequadas à realidade local ou regional do estudo
que você pretende fazer.
- O segundo princípio que você precisa considerar na definição operacional das variáveis é o que
estabelece que as categorias devem ser exaustivas. Isto é, todos os elementos da amostra devem ser
classificados em algumas das categorias elaboradas pelo pesquisador. Seria inútil na categorização da variável
Religião de um estudo no Brasil incluir a categoria muçulmana, por exemplo (RICHARDSON, 2011, p.123).
26
estado civil dos policiais militares (solteiro, casado, viúvo, desquitado, divorciado). Observe que não há nenhuma
hierarquia entre as categorias da variável estado civil (RICHARDSON, 2011, p.126).
Variável ordinal: A variável ordinal resulta da operação de ordenar por postos. Além de classificar os
elementos de um conjunto, como no caso anterior da variável nominal ou categórica, estabelece uma ordem
hierárquica entre as categorias. A ordem resulta da distinção dos elementos de acordo com o maior ou menor
grau que determinada característica possui. Por exemplo, a variável nível socioeconômico pode ser
hierarquizada como segue (RICHARDSON, 2011, p.26):
Exemplo:
- nível alto
- nível médio
- nível baixo
Tem-se, assim, uma variável ordinal que implica numa ordem quantitativa numérica, só em termos de
maior ou menor. Observe que não se estabelece quantos pontos mais alto ou mais baixo é o nível
socioeconômico de uma ou outra categoria (RICHARDSON, 2011, p. 127).
Variáveis de razão: Estas variáveis reúnem todas as propriedades dos números naturais: classificação,
ordem, distância e origem. Supõem um zero absoluto, mesmo quando o referido valor não se dá, em nenhum
caso, em certas variáveis. Por exemplo: número de habitantes de uma cidade: podem existir cidades sem
habitantes, mas, é muito difícil.
Variáveis intervalares: Estas variáveis possuem as características das escalas anteriores: nominal e
ordinal. Além disso, as variáveis intervalares apresentam distâncias iguais entre os intervalos que se estabelecem
sobre a propriedade medida. Isto é, requerem o estabelecimento de algum tipo de unidade física de medição
que sirva como norma e que, portanto, possa aplicar-se sucessivamente com os mesmos resultados.
4.5 Classificação das variáveis, segundo a posição na relação entre duas ou mais variáveis
Segundo Richardson (2011, p. 129), é possível classificar as variáveis de acordo com a relação temporal
que existe entre elas.
Variáveis independentes: Afetam outras variáveis, mas, não precisam estar relacionadas com elas. Por
exemplo, idade e sexo podem influir nos desejos dos policiais de abandonar a Corporação. Mas, a idade não
depende do sexo, nem o sexo da idade. São variáveis independentes entre si, mas que afetam uma variável
dependente específica. Nesse caso, o desejo de abandonar a Corporação.
Variáveis dependentes: São aquelas variáveis afetadas ou explicadas pelas variáveis independentes.
Variam de acordo com as mudanças nas variáveis independentes. No exemplo anterior, podemos supor que à
medida que a idade aumenta, é menos provável o desejo dos profissionais de abandonar a Corporação. Assim,
o desejo de abandonar a Corporação depende da idade. O desejo de abandonar a Corporação é a variável
dependente, a idade, a variável independente. Resta esclarecer que devido à interação que existe entre as
27
variáveis sociais, não se pode determinar, em termos absolutos, quais são as independentes e as dependentes
(RICHARDSON, 2011, p. 129,130).
Variáveis intervenientes: Estas variáveis estão entre as independentes e as dependentes. Elas intervêm
nessa relação.
Exemplificando...
Para você compreender melhor a influência das variáveis intervenientes, observe o exemplo a seguir,
segundo Richardson (2011, p. 131):
Variável independente: sexo
Variável dependente: aproveitamento escolar
Nesse caso, o pesquisador supõe que existe relação entre o sexo feminino e o melhor aproveitamento
escolar. Mas o pesquisador também supõe que o aproveitamento escolar é influenciado pelas habilidades do
aluno e pelas suas expectativas profissionais, isto é, por duas variáveis intervenientes.
De acordo com Richardson (2011, p. 131), os efeitos das variáveis intervenientes podem ser os
seguintes:
• Não existe efeito. A relação original entre o sexo e o aproveitamento escolar se mantém invariável.
• As variáveis têm efeito significativo. A relação original desaparece. Também pode ser que apenas
uma das variáveis intervenientes tenha efeito significativo.
• As variáveis têm efeitos significativos, mas a relação original não desaparece, apenas enfraquece.
Agora que já compreende bem o que são variáveis, na próxima aula, você vai estudar como elaborar os
objetivos de seu projeto de pesquisa e a justificativa do estudo.
28
Aula 5 - Os objetivos e a justificativa da pesquisa
Nesta aula você vai estudar como redigir os objetivos e a justificativa de sua pesquisa.
Os objetivos precisam ser factíveis e, durante sua pesquisa, você deve alcançá-los. Sua pesquisa é
avaliada nesse sentido e, além do mais, você deve explicar em que medida e como conseguiu alcançar os
objetivos explicitados.
29
Exemplificando...
Redação dos objetivos da pesquisa
Observe como foram redigidos os objetivos com este exemplo bem simples de proposta de pesquisa:
Problema de Pesquisa: Como as mulheres presas percebem as atividades destinadas à reintegração
social no presídio feminino do DF?
Objetivo Geral:
Compreender as percepções das mulheres presas sobre as atividades de ensino e trabalho no presídio.
Objetivos específicos:
- Analisar o perfil sociodemográfico das mulheres encarceradas no presídio feminino do DF.
- Descrever as atividades de ensino e trabalho das mulheres encarceradas no presídio feminino do DF.
- Identificar o papel da educação e do trabalho no presídio da perspectiva das mulheres presas.
Fonte: Elaboração da professora Dra. Analía Soria Batista (UNB).
30
Aula 6 - O cronograma da pesquisa
Nesta aula, você vai aprender como elaborar o cronograma de sua pesquisa, identificando as atividades
e o tempo necessário à sua execução.
Importante!
O orientador de sua monografia pode aqui ajudar e muito! Se você não tiver experiência em pesquisa,
discuta com seu orientador o tempo necessário a cada uma das atividades de pesquisa elencadas em
seu cronograma.
Considere que, a depender das características do trabalho de campo, este pode ser demorado. Por
exemplo, entrevistas individuais e grupais podem eventualmente ser desmarcadas pelos sujeitos, gerando
atrasos no cronograma. Visitas a instituições podem atrasar em função das dificuldades para conseguir
autorização. Acesso a dados e informações secundárias pode não ser fácil, exigir autorizações especiais etc.
Vale ressaltar que é comum a pesquisa iniciar com atividades de aprofundamento bibliográfico. Ela
pode exigir também o levantamento de documentos oficiais, por exemplo. Os preparativos para o trabalho de
campo merecem bastante atenção. Estes podem implicar em conseguir dados sobre determinado grupo social
que se quer estudar, para aplicar técnicas de amostragem ou, ainda, podem exigir autorização para ingressar
em determinados espaços institucionais e pesquisar junto às pessoas que trabalham no lugar.
É necessário também construir os instrumentos da pesquisa, sejam estes questionários ou entrevistas
individuais ou grupais etc. Os instrumentos precisam passar por pré-testes e reelaborações antes de sua
aplicação definitiva. Há um tempo para realizar a coleta dos dados e um tempo para sistematizar esses dados
e proceder a sua análise.
Ainda, será necessário escrever uma versão preliminar da monografia, considerar um espaço de tempo
para submetê-la ao veredicto do orientador e um espaço de tempo para realizar as correções do texto
31
recomendadas e apresentar a versão definitiva do trabalho. Por último, deverá ser marcada a defesa pública do
trabalho realizado.
Exemplificando...
Um discente tem 12 meses para realizar a pesquisa e apresentar sua monografia.
Finalizando...
32
de estudo permitindo a observação e/ou mensuração das variáveis envolvidas no fenômeno que você pretende
analisar.
• As variáveis constituem-se de aspectos observáveis e mensuráveis de um fenômeno, que podem
apresentar diferentes valores (variável quantitativa) ou ser agrupados em categorias (variável qualitativa).
• Os objetivos estão relacionados ao seu problema de pesquisa e a sua hipótese. Um projeto de
pesquisa deve conter objetivos GERAIS e ESPECÍFICOS. Os objetivos gerais expressam os resultados mais
abrangentes que se pretendem alcançar com a pesquisa.
• Os objetivos específicos expressam os passos necessários para se alcançar o objetivo geral, em
outras palavras, constituem-se da desagregação, em ações, do objetivo geral.
• O cronograma da pesquisa é o planejamento das atividades que permitem o desenvolvimento do
projeto de pesquisa em um tempo preestabelecido.
Exercício
33
Gabarito
34
MÓDULO
OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA
3 PESQUISA
Apresentação do módulo
Você iniciará agora o terceiro módulo deste curso, nele você estudará sobre a elaboração dos
procedimentos metodológicos de sua pesquisa.
Objetivo do módulo
Estrutura do Módulo
35
Aula 1 – Elementos da metodologia
Nesta aula você estudará sobre os elementos que estão incluídos nos procedimentos metodológicos de
uma pesquisa.
Em outras palavras, a metodologia diz respeito à estratégia utilizada para abordar o problema de
pesquisa. De forma geral, a estratégia pode ser quantitativa ou qualitativa.
As técnicas de coleta são os instrumentos que você utiliza para coletar os dados (questionário,
entrevista etc.).
As técnicas de análise (estatísticas, análise de conteúdo etc.) são os instrumentos que você utiliza
para analisar as informações coletadas, à luz de sua hipótese ou interrogantes de pesquisa e dos objetivos de
seu estudo.
Importante!
Para tomar estas importantes decisões você vai precisar ler atentamente o Módulo 4 : Tipos de
Pesquisa, técnicas de coleta e de análise de dados ou de informações.
36
1.2.2 Decidir sobre os instrumentos de coleta de dados, sujeitos, locais e amostras.
Você precisa coletar dados, orientado pelo seu modelo de análise e pelos objetivos de sua pesquisa.
Posteriormente, a análise desses dados permitirá a você: testar sua hipótese ou responder as suas perguntas de
pesquisa, isto é, a seu problema de pesquisa.
Para organizar a coleta dos dados você precisará responder à seguinte pergunta:
Quais as fontes de informações serão utilizadas: Primárias, secundárias, ambas?
De forma sintética e simplificada, se coletará as informações utilizando um instrumento elaborado por
você (dados primários), tais como o questionário, a entrevista etc., ou se utilizará dados coletados por outros
(dados secundários), por exemplo, os dados sobre diversos temas produzidos pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública ou por outros organismos.
Na próxima aula você estudará, de forma preliminar, a questão da amostra na pesquisa científica.
Nesta aula você estudará o papel da amostra na pesquisa científica, os principais conceitos e os tipos
de amostras.
2.1 Amostras
Já reparou que você usa a amostragem naturalmente na sua vida diária?
Quando você quer verificar a qualidade do tempero de um alimento em preparação, prova uma
porção desse alimento. Pronto! Você fez amostragem, isto é, extraiu do todo (população) uma parte (amostra)
com o objetivo de ter uma ideia sobre a qualidade do tempero do alimento (BARBETTA, 2006, p.41).
Na pesquisa científica, quando você deseja conhecer algumas características de uma população,
também pode observar apenas uma amostra de seus elementos, e com base nessa amostra, obter valores
aproximados para as características ou parâmetros de seu interesse (BARBETTA, 2006, p.41).
37
População: é o conjunto de elementos para os quais você deseja que as conclusões da pesquisa
sejam válidas, com a restrição de que esses elementos possam ser observados ou mensurados sob as mesmas
condições.
Parâmetro: é uma medida que descreve certa característica dos elementos da população.
Amostra: parte dos elementos de uma população.
Amostragem: processo de seleção da amostra.
Estimativa: valor calculado com base na amostra, e usado com a finalidade de avaliar
aproximadamente um parâmetro.
Barbetta (2006), alerta que nem sempre a amostragem é interessante na pesquisa científica.
Veja a seguir quando a amostragem não é interessante:
Aleatórias; e
Não aleatórias.
Nos quadros a seguir, você encontra explicações sucintas de alguns dos tipos de amostragem.
Amostragens aleatórias
O primeiro quadro apresenta amostragens aleatórias, segundo Barbetta (2006, p. 45, 47,49).
38
Você pode dividir a população em subgrupos (estratos). Estes
devem ser internamente mais homogêneos que a população
Amostragem estratificada toda, com respeito às principais variáveis em estudo. Para
constituir cada estrato, são realizadas seleções aleatórias, de
forma independente.
Você deve manter a proporcionalidade do tamanho de cada
Amostragem estratificada estrato da população, na amostra. Essa amostra garante que
proporcional cada elemento da população tenha a mesma probabilidade de
pertencer à amostra.
Você seleciona a mesma quantidade de elementos em cada
Amostragem estratificada estrato. Essa amostragem é usada quando há interesse em obter
uniforme estimativas separadas para cada estrato, ou quando se deseja
comparar os diversos estratos.
Quadro 8 - Tipos de Amostragens aleatórias
Fonte: Barbetta (2006, p. 45, 47,49).
A seleção de uma amostra aleatória pode ser muito difícil, ou impossível. Pelo comum, isto se deve à
impossibilidade de se obter uma lista completa dos elementos da população.
As técnicas de amostragem não aleatórias procuram gerar amostras que, de alguma forma
representam de modo razoável a população de onde foram extraídas. Veja no quadro, a seguir, as
amostragens não aleatórias (BARBETTA, 2006, p.54, 55).
Amostragem por cotas A população é vista de forma segregada, dividida em diversos grupos.
Seleciona-se uma cota de cada subgrupo, proporcional a seu tamanho.
A seleção não precisa ser aleatória. Para compensar a falta de
aleatoriedade na seleção, costuma-se dividir a população num grande
número de subgrupos.
Amostragem por julgamento Os elementos escolhidos são os julgados como típicos da população
que se deseja estudar.
39
Importante!
As decisões sobre amostragem quando necessárias devem ser discutidas com seu orientador. As
definições aqui explicitadas têm por objetivo indicar as possibilidades de amostragem e não ensinar
como você pode realizar os diferentes procedimentos.
Nesta aula você vai estudar os alcances e limites de duas técnicas de coleta de dados: o questionário e
a entrevista em profundidade.
Você tem que coletar dados para resolver seu problema de pesquisa. Você pode ter que testar uma
hipótese ou responder a interrogantes de pesquisa. Você formulou objetivos de pesquisa para alcançar esses
resultados. Os objetivos precisam ser alcançados coletando dados e informações. Para isso você pode ter que
consultar documentos, observar o fenômeno que lhe interessa ou perguntar a pessoas que possuem essa
informação.
40
A seguir, você estudará os alcances e limitações de duas técnicas ou instrumentos de coleta de
informações junto às pessoas que possuem essa informação: o questionário e a entrevista.
3.1 Questionário
Segundo RICHARDSON (2011, p. 190), os questionários servem para descrever as características e medir
determinadas variáveis de um grupo social. O questionário pode medir variáveis individuais ou grupais. Por
exemplo: Qual é a sua opinião sobre os atuais partidos políticos brasileiros?
Ou perguntas múltiplas, com vários itens ligados ao problema estudado, geralmente constituídos
na forma de escalas, tipo de questionário utilizado para medir fenômenos atitudinais, como autoritarismo,
religiosidade, etc.
Limitações do questionário
De acordo com Richardson (2011, p. 206) o questionário apresenta as seguintes limitações:
Muitas vezes não se obtém os 100% de respostas aos questionários, podendo-se produzir vieses
na amostra que afetam a representatividade dos resultados.
Problema de validade: Nem sempre é possível ter certeza de que a informação proporcionada
pelos entrevistados corresponde à realidade.
Problema de confiabilidade: as respostas dos indivíduos variam em diferentes períodos de tempo.
As respostas podem variar, por exemplo, de acordo com a situação emocional da pessoa.
Custo elevado.
Importante!
A análise estatística dos dados torna significativos os dados coletados.
3.2 Entrevista
A entrevista em profundidade ou não estruturada é uma técnica conveniente e estabelecida de pesquisa
social.
41
Você precisa saber que uma parte importante das pesquisas sociais se baseia na entrevista. Isto é, o
pesquisador pergunta às pessoas sua idade, estado civil, religião etc., o que pensam ou sentem sobre
determinadas situações ou pede que narrem um momento de suas vidas, fatos diversos etc. (BAUER e GASKELL,
2002, p.189).
A entrevista em profundidade é também chamada entrevista não estruturada. O pesquisado em vez de
responder à pergunta com base em alternativas pré-formuladas reflete sobre aspectos de um determinado
problema, por meio de uma conversação guiada por tópicos amplos oferecidos pelo pesquisador. Este tipo de
entrevista é útil quando você precisa conhecer os valores, crenças, experiências etc. dos pesquisados.
A análise do material colhido nas entrevistas pode ser feita por meio da análise do conteúdo, que você
estudará na próxima aula.
Você coletou as informações da sua pesquisa. O passo seguinte é sistematizar e analisar as informações.
Observe que dependendo da natureza das informações, o tratamento e análise deverão ser diferentes.
Importante!
42
Você precisa explicitar estes aspectos no seu projeto de pesquisa.
- o problema de pesquisa;
- a hipótese (ou interrogantes de pesquisa); e
- os objetivos.
Você deve ficar atento para novos aspectos e relações que pelo comum as pesquisas revelam, não
contemplados no modelo analítico em questão, pois eles permitem formular novas hipóteses e possibilitam
novos caminhos de pesquisa.
43
- Textos construídos no processo de pesquisa, tais como as transcrições de entrevistas e
protocolos de observação;
- Textos produzidos para outras finalidades, como jornais ou documentos oficiais das Corporações.
Importante!
Todos os textos podem ser trabalhados para fornecer respostas às perguntas do pesquisador.
4.2.2 Limitações
Pesado e laborioso.
Na próxima aula você vai estudar como elaborar os resultados de sua pesquisa
Aula 5 – As conclusões
Finalizando...
• A metodologia diz respeito à estratégia que você utiliza para abordar o problema de pesquisa.
De forma geral, a estratégia pode ser quantitativa ou qualitativa.
• Você deve decidir se sua pesquisa é qualitativa ou quantitativa. De forma sintética e simplificada,
se você pretende conhecer de maneira aprofundada a subjetividade de certos grupos (pesquisa qualitativa) ou
se vai responder a seu problema de pesquisa, quantificando informações (pesquisa quantitativa), ou se acha
mais adequado responder a seu problema utilizando uma estratégia combinada de pesquisa (quanti-qualitativa).
População: é o conjunto de elementos para os quais você deseja que as conclusões da pesquisa
sejam válidas, com a restrição de que esses elementos possam ser observados ou mensurados sob as mesmas
condições.
Amostra: Parte da população.
As amostragens podem ser aleatórias e não aleatórias.
As técnicas de amostragem não aleatórias procuram gerar amostras que, de alguma forma
representam de modo razoável a população de onde foram extraídas.
Na coleta de dados, o importante não é somente coletar informações que deem conta dos
conceitos (através dos indicadores), mas também obter essas informações de forma que se possa aplicar
posteriormente o tratamento necessário para testar as hipóteses. (GERHARDT, 2009, p. 56).
Segundo RICHARDSON (2011, p. 190), os questionários servem para descrever as características
e medir determinadas variáveis de um grupo social. O questionário pode medir variáveis individuais ou grupais.
45
A entrevista em profundidade ou não estruturada é uma técnica conveniente e estabelecida de
pesquisa social.
O método estatístico é adequado para o estudo de correlações entre fenômenos que podem ser
exprimidos por variáveis quantitativas, especialmente numa perspectiva de análise causal (QUIVY e
CAMPENHOUDT, 2005).
A análise de conteúdo pode ser usada numa variedade de textos, por exemplo, literários,
documentos oficiais, artigos de jornais, entrevistas, audiovisuais etc.
As conclusões do trabalho de pesquisa constituem em um texto que você deve redigir.
Exercícios
1. Considerando as técnicas de coleta, marque (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as
falsas:
( ) As técnicas de coleta são os instrumentos que você utiliza para coletar os dados.
( ) Qualquer técnica de coleta serve para todas as pesquisas.
( ) Questionários e entrevistas são exemplos de técnicas de coleta.
( ) Estatísticas e analise de conteúdo são exemplos de técnicas de coleta.
2. Use os números (1) para uma pesquisa quantitativa, (2) para uma pesquisa qualitativa e (3)
para uma pesquisa uma quanti-qualitativa:
46
Gabarito
1. Resposta Correta: V – F – V - F
2. Resposta Correta: 2 – 3 – 3 - 1
3. Orientação de resposta: Para responder a esta questão, você precisa tomar decisões sobre a
natureza de sua pesquisa. Para isso deverá responder às seguintes perguntas: você pensa medir, quantificar
algum aspecto da realidade social? (pesquisa quantitativa), ou você pensa compreender algum aspecto da
realidade social? (pesquisa qualitativa)? Você pensa tanto medir quanto compreender algum aspecto da
realidade social? (pesquisa quanti-qualitativa).
Também precisa escolher as técnicas de pesquisa que utilizará. Para isso, procure responder a estas
perguntas: Você vai utilizar fontes de dados secundárias? Você vai aplicar um questionário? Ou, Você vai aplicar
entrevistas? Você vai fazer grupos focais?
Ainda é preciso escolher as técnicas de análise das informações. Lembre-se que existem técnicas de
análise qualitativas e quantitativas de dados e informações. Para isso procure responder a estas perguntas: Você
vai fazer análise de conteúdo? Ou, Você vai fazer análise estatística de seus dados?
47
MÓDULO
4 OS TIPOS DE PESQUISA
Apresentação do módulo
Neste módulo, você estudará os diferentes tipos de pesquisa científica classificados segundo a
abordagem, a finalidade, os objetivos e os procedimentos técnicos.
Objetivos do Módulo
Estrutura do módulo
Nesta aula, você vai estudar o que é pesquisa científica e os tipos de pesquisa.
48
- Atividade voltada para a solução de problemas através do emprego de processos científicos
(CERVO e BERVIAN, 1983, p. 50).
- Procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou
dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento. (ANDER EGG, 1978, p. 28).
Observe que a pesquisa científica constitui-se em uma atividade reflexiva, sistemática, controlada e
crítica dirigida à solução de problemas.
Uma escolha que você precisa realizar é o tipo de pesquisa científica mais adequada a seu estudo.
Para isso, deve-se considerar a natureza de seu problema de pesquisa, o estado atual do conhecimento sobre o
problema e a construção da problemática, isto é, escolha teórica e conceitual e os objetivos da pesquisa.
Nesta aula, você vai estudar os tipos de pesquisa científica segundo abordagem: qualitativa,
quantitativa e quanti-qualitativa.
49
2.1 Tipos de abordagem
Considerando o tipo de abordagem, as pesquisas podem ser classificadas em:
• Pesquisa Qualitativa;
• Pesquisa Quantitativa; e
• Pesquisa Quanti-qualitativa.
Na pesquisa qualitativa, você, enquanto pesquisador, está presente fisicamente e interage com os
grupos que estuda. Evita, tanto quanto possível, alterar o ambiente e tenta reduzir ao máximo a violência
simbólica sobre os participantes na pesquisa. Você deve utilizar técnicas como entrevistas, grupos focais, diários
de campo, fotografias, vídeos, entre outros, a fim de coletar ou produzir informações.
A pesquisa qualitativa vai lhe exigir bastante tempo. Você tem que estabelecer uma boa relação com
os sujeitos da pesquisa, gerar empatia, confiança e harmonia no processo de comunicação, conseguindo, assim,
com que fiquem mais abertos e receptivos para interagir e trocar informações. Caso contrário, a pesquisa corre
o risco da falta de detalhes sobre o fenômeno que se pretende estudar em profundidade.
Uma das características da investigação qualitativa é o tempo da sua execução, que pode ser bastante
imprevisível.
50
Saiba Mais...
Sobre a questão do tempo, veja a seguir o relato sobre a pesquisa etnográfica de Malisnowski
(BRICEÑO-LEÓN, 163, p. 2003).
Quando Malisnowski foi às Ilhas Trobriand, em maio de 1915, não sabia por quanto tempo deveria
permanecer no arquipélago do Pacífico Ocidental. Essa interrogação não se fundamentava somente nas
dúvidas que afloravam do desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial, da qual estava fugindo pelo temor de
ser recrutado como súdito austríaco, mas, sim, na imprevisível tarefa na qual estava se envolvendo.
Seguindo os ensinos de Boas, Malisnowsli dedicou-se a conviver com os nativos, aprender a sua
língua e registrar as observações sobre a vastidão da vida social no idioma local e sem traduções. Qualquer
candidato ao doutorado em antropologia social nas universidades tradicionais, como Oxford, deveria aprender
a língua local e dedicar-se a conviver durante um período de tempo prolongado na comunidade que foi eleita
para seu trabalho, sem saber quanto tempo levaria para terminá-lo.
A foto abaixo mostra o pesquisador com nativos nas ilhas Trobriand (Nova Guiné) durante trabalho
de campo em 1918.
Foto: WikimediaCommons.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/sentidos-donmundo/imagens/antropologiaeciencia02.jpg/view
51
Na pesquisa quantitativa você está distante fisicamente do grupo pesquisado. Contudo, sua presença
se revela fortemente no conteúdo do questionário, isto é, nas perguntas e nas alternativas de resposta, relativo
à hipótese que pretende testar.
Importante!
O ideal de objetividade depositado no uso do questionário é apenas uma ilusão alimentada pelo
instrumentalismo, pois toda resposta é inseparável da pergunta e da carga subjetiva tanto de quem
formula a pergunta (o pesquisador) como de quem a responde (o pesquisado) (REY, 2005, p. 41).
A coleta de dados tem que ser rigorosamente preparada, exigindo o treinamento dos aplicadores
do questionário, pois deve acontecer de forma homogênea, sem a interferência do aplicador.
A pesquisa quantitativa utiliza como instrumento de coleta um questionário com perguntas que
têm respostas padronizadas, aplicável a determinados informantes, em um período de tempo determinado, sob
certas condições.
A pesquisa quantitativa é mais usada em estudos que pretendem confirmar hipóteses. Isto é,
realizar uma verificação que tenha uma medição estrita, que proporcione igual oportunidade à hipótese de ser
aceita ou rejeitada na observação a ser realizada, ou, no caso de uma exigência de maior rigor e sustentação, no
experimento que irá se realizar (BRICEÑO-LEÓN, 163, p. 2003).
Também é possível realizar uma pesquisa quantitativa exploratória, sem hipótese inicial,
utilizando um grande número de variáveis. O resultado dessa pesquisa pode ser a formulação de hipóteses.
Importante!
As investigações qualitativas e quantitativas são bastante diferentes em termos de desenho, da relação
com os dados, da estratégia de investigação, da forma de organizar as equipes de trabalho e da visão
epistemológica (sobre a construção do conhecimento) do investigador. Essa diferença notável é que
nos permite considerar que devam estar integradas, e, por conseguinte, explorar as potencialidades de
cada uma. As diferenças, em vez de um obstáculo, são uma possibilidade que, adequadamente
utilizada, pode trazer produtos científicos da maior qualidade (BRICEÑO-LEÓN, 158, p. 2003).
52
Aula 3 – Tipos de pesquisa segundo finalidade e objetivo
Nesta aula você vai estudar tipos de pesquisa classificadas segundo a finalidade e o objetivo do estudo.
Pesquisa básica: A pesquisa básica busca produzir conhecimentos que são importantes para permitir
o avanço científico, sem preocupação com sua aplicação prática imediata.
Pesquisa aplicada: A pesquisa aplicada busca produzir conhecimentos que permitem solucionar
problemas específicos, por meio da intervenção na realidade.
Observação:
Na Aula 2, do Módulo 2, foram apresentados os seguintes problemas de pesquisa: (a) analisar a relação
entre o tráfico de drogas e a ocorrência de homicídios; e (b) analisar se a legalização do consumo de drogas
pode reduzir as ocorrências de homicídios na sociedade.
Você percebeu que: o Problema (a) exige realizar uma pesquisa básica; e o Problema (b) uma pesquisa
aplicada?
Também observou a continuidade entre a proposta de pesquisa básica e a da aplicada, na medida em
que a intervenção ou ação de legalizar o consumo de drogas para reduzir a taxa de homicídios na sociedade
depende da comprovação da primeira relação, isto é, da relação entre os homicídios e o tráfico de drogas.
O pesquisador explora e delimita o problema de pesquisa, descreve o fenômeno de forma densa para
responder à pergunta de como se apresenta, e busca os fatores que o influenciam e o fazem comportar-se de
uma forma determinada, isto é, o pesquisador busca responder ao porquê do fenômeno.
Contudo, também é possível escolher uma pesquisa exploratória, descritiva, explicativa ou alguma
combinação que seja interessante para resolver o problema de pesquisa.
53
Pesquisa exploratória: Você deseja conhecer melhor seu problema de pesquisa, porém enfrenta
dificuldades para delimitá-lo de forma adequada? Então, é necessário realizar uma pesquisa exploratória. Na
pesquisa exploratória, o planejamento da pesquisa é flexível, e pode ser reformulado durante o trabalho de
campo.
Essa pesquisa pode ajudá-lo a elaborar de forma mais clara seu problema de pesquisa e/ou a formular
hipóteses, por exemplo.
Pesquisa descritiva: Você deseja conhecer profundamente o fenômeno que pretende estudar e lhe
interessa discutir como se apresenta? Escolha uma pesquisa descritiva. Essa pesquisa visa à descrição de
fenômenos que você quer estudar.
Pesquisa explicativa: Você deseja conhecer as razões, o porquê da ocorrência de determinado
fenômeno? Escolha uma pesquisa explicativa. É o tipo de pesquisa que exige identificar os fatores que
influenciam na ocorrência dos fenômenos.
Nesta aula, você estudou os tipos de pesquisa classificados segundo critérios de abordagem, finalidade
e objetivos e observou que pode existir continuidade entre tipos de pesquisa, na medida em que a
pesquisa científica é um processo, como nos casos da pesquisa básica e a aplicada, a pesquisa
exploratória, descritiva e explicativa.
Nesta aula, você vai estudar os tipos de pesquisa científica classificados segundo os procedimentos
técnicos utilizados.
• Você faz pesquisa bibliográfica no início da elaboração do projeto de pesquisa, quando, escolhido
o tema, tem que elaborar o problema de pesquisa;
• Você faz pesquisa bibliográfica para discussão de seu problema de pesquisa;
• Você faz pesquisa bibliográfica para conseguir dialogar com os autores que pesquisaram seu
problema de pesquisa.
54
Contudo, a natureza de seu problema pode lhe exigir fazer uma pesquisa bibliográfica para
alcançar sua solução. Nesse caso, a pesquisa bibliográfica, que pode ser em livros, revistas científicas, jornais,
entre outros, é feita com o intuito de responder a um problema de pesquisa.
A pesquisa bibliográfica abrange a bibliografia publicada em relação ao problema de pesquisa, em
jornais, livros, monografias, dissertações, teses, artigos em revistas científicas, até em meios de comunicação
orais, filmes, documentários, gravações de programas etc. Esse tipo de pesquisa coloca o pesquisador em
contato com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre um assunto determinado, inclusive conferências
seguidas de debate, publicadas, gravadas, filmadas (LAKATOS e MARCONI, 1999, p.183).
Importante!
Muitos alunos procuram seus orientadores perguntando se podem fazer uma pesquisa teórica, baseada
em bibliografia. A resposta é sim. A pesquisa bibliográfica orientada por um problema de pesquisa,
hipótese e objetivos de pesquisa é o que constitui a coleta ou produção de informações nas pesquisas
empíricas.
No experimento de campo você manipula realmente as condições para determinar relações causais. O
contexto desse experimento é alguma situação social real existente, na qual se encontra o fenômeno a estudar.
Não se trata de um contexto artificial criado no laboratório. A distinção importante entre o experimento de
campo e o experimento de laboratório é estudar fenômenos sociais reais, no primeiro caso, e fenômenos sociais
artificiais, no segundo (FRENCH, 1979, p. 105).
55
É comum, esse tipo de experimento ter uma orientação prática. Por exemplo, estudos que avaliam a
efetividade de dois tipos de propaganda política: de métodos de ensino ou de diversos estímulos publicitários,
tratam de obter respostas diretas para problemas práticos de política, educação ou publicidade, sem a intenção
de aplicar alguma teoria geral (FRENCH, 1979, p. 105).
Saiba Mais...
Você vai compreender melhor a pesquisa experimental assistindo ao vídeo da experiência de
aprisionamento na Stanford University (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qhgl5aatEIg), em
1971. É um experimento clássico da psicologia social.
• Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo é a investigação empírica junto às pessoas que você deseja estudar e de seu local:
empresa, hospital, prisão, delegacia etc. Permite o aprofundamento na realidade por meio da aplicação de
diversas técnicas de pesquisa, como entrevistas, questionários, grupos focais, observações densas, participantes
etc.
• Estudo de Caso
Se você desejar aprofundar o estudo de uma instituição, grupo, comunidade, conflito etc., pode realizar
um estudo de caso. Esse procedimento de pesquisa irá fornecer-lhe explicações do caso considerado e dos
elementos que lhe marcam o contexto. No estudo de caso, você utiliza várias técnicas de observação, tais como:
entrevistas em profundidade, entrevistas curtas e estruturadas, diversos documentos etc.
56
Se você escolher o estudo de caso terá a vantagem de aprofundamento do estudo e como limitação,
talvez, a impossibilidade de generalização. Mas este último depende da escolha criteriosa de casos típicos
representativos que permitam a generalização.
• Pesquisa participante (pesquisa etnográfica)
O foco aqui é na observação participante, isto é, quando o pesquisador que descreve a situação se
insere como objeto e como sujeito da observação.
Exemplificando...
Em Corpo e Alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe, Wacquant (2002) analisa a produção
social de um boxeador. Esse processo implica em, não apenas, a modelagem do corpo do boxeador, a partir
dos treinamentos específicos, mas também de suas emoções, de um aparelho sensório-motor transformado e
modelado por práticas cotidianas, tanto individuais como coletivas e cujos efeitos parecem invisíveis. Nesta
pesquisa Wacquant foi, ao mesmo tempo, pesquisador e aprendiz de boxeador. É um participante que observa.
O autor observa que “fazer ciência do boxe, essa "arte social", exige que mergulhemos nele como pessoa, que
nele se faça a aprendizagem e que se viva as principais etapas desde o interior" (WACQUANT, 2002, p. 60).
• Pesquisa-ação
A maioria dos processos de melhora de situações reais inicia com a identificação do problema, continua com o
planejamento de uma solução, na sequência, tem lugar sua implementação, monitoramento e a avaliação de
sua eficácia.
Do mesmo modo, um tratamento médico também segue esse ciclo: inicia com o monitoramento de sintomas
para o diagnóstico da doença, na sequência, surge a prescrição dos medicamentos, o tratamento,
monitoramento e avaliação dos resultados (TRIPP, 2005, p. 446).
Importante!
É importante ressaltar que a lista de tipos de pesquisa, de acordo com o procedimento, não é exaustiva.
57
Aula 5 - Roteiro de pesquisa
O roteiro do projeto de pesquisa é uma importante etapa da produção científica elaborada pelo aluno.
É nesse instrumento que o aluno apresenta para o orientador seu objeto de estudo, a justificativa, os
objetivos e explicita o tipo de pesquisa que pretender utilizar, entre outros elementos.
Finalizando...
Neste módulo, você estudou que...
• Entre as definições de pesquisa científica é possível destacar a de Cervo e Bervian (1983, p. 50):
atividade voltada para a solução de problemas através do emprego de processos científicos.
• As pesquisas podem ser classificadas segundo critério de abordagem, finalidade, objetivos e
procedimentos técnicos.
• Considerando o tipo de abordagem, as pesquisas podem ser classificadas em: pesquisa qualitativa;
pesquisa quantitativa e pesquisa quanti-qualitativa.
• Considerando a finalidade, as pesquisas podem ser classificadas em: pesquisa básica e pesquisa
aplicada.
• Considerando o objetivo, as pesquisas podem ser classificadas em: pesquisa exploratória; pesquisa
descritiva e pesquisa explicativa.
• Segundo os procedimentos utilizados pelo pesquisador a pesquisa pode ser: bibliográfica;
documental e/ou experimental.
• Outros tipos de pesquisa segundo os procedimentos utilizados: levantamento, pesquisa de campo,
estudo de caso, pesquisa participante (pesquisa etnográfica) e pesquisa-ação.
Exercícios
3. Escolha o tipo de pesquisa mais adequado ao seu problema de pesquisa e fundamente sua
escolha, considerando os seguintes aspectos:
59
Gabarito
60
MÓDULO
A ELABORAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
5
Apresentação do módulo
Neste módulo você vai aprender a redigir um tipo de trabalho científico: a monografia. Estudará a
natureza, estrutura, organização, conteúdo e normas desse trabalho e em especial, as peculiaridades da escrita
científica. Encontrará também indicações valiosas para redigir uma resenha crítica e um artigo científico.
Objetivos do módulo
Estrutura do módulo
Nessa aula você vai aprender como redigir sua monografia com sucesso.
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Lakatos e Marconi (1991, p. 235) indicam que a monografia “é um estudo sobre um tema específico ou
particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado
assunto não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a
que se destina”.
Sinteticamente, a monografia é um texto argumentativo que informa e organiza de forma analítica e
critica informações coletadas e/ou produzidas para solucionar um problema de pesquisa.
Monografia teórica: Você propôs resolver um problema de pesquisa por meio de revisão bibliográfica.
Monografia empírica: Você propôs resolver um problema de pesquisa coletando e produzindo dados.
Monografia de análise de experiências: Você propôs resolver um problema de pesquisa vinculado a
suas experiências profissionais.
Imagine que você elaborou seu projeto de pesquisa e fez sua pesquisa, certo? Agora precisa comunicar
sua monografia, que como acabou de ler, pode ser teórica, empírica ou de análise de experiências profissionais.
A dúvida frequente de muitos alunos de cursos de especialização é: como redigir o trabalho científico,
isto é, como comunicar a pesquisa realizada, também é a sua dúvida?
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A maioria dos autores defende o uso da terceira pessoa, e uma minoria da primeira, sendo
recomendável e menos arriscado usar a primeira opção.
Na próxima aula, você estudará os elementos da monografia.
Nesta aula você vai estudar os elementos do conteúdo da monografia e os elementos pré-textuais e
pós-textuais.
2.1.1 Introdução
Parte inicial do texto, que contém a delimitação do assunto tratado ou problema de pesquisa, os
objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para apresentar o tema do trabalho, como por exemplo,
a contextualização do problema.
2.1.2 Desenvolvimento
É a parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e detalhada de seu trabalho. Divide-se
em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método.
No Desenvolvimento, você deve considerar os aspectos a seguir:
Marco teórico-conceitual -> Métodos ou procedimentos metodológicos -> Resultados -> Discussão
Marco teórico-conceitual
Aqui você discute as interpretações de seu problema, e apresenta a revisão bibliográfica das pesquisas.
Considere seriamente que a investigação científica não constitui uma criação totalmente original, ela é
uma contribuição para uma discussão que tem sua tradição no campo científico da sua pesquisa (Sociologia,
Política, Antropologia, Psicologia, Direito etc.).
Você deve abordar criticamente as discussões que diversos autores têm feito sobre seu problema de
pesquisa. Você pode até rejeitar essas discussões, mas, elas devem constar de seu trabalho.
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produção das informações ou os resultados de sua pesquisa? Em síntese, a apresentação e discussão do caminho
planejado e realizado por você para realizar sua pesquisa, mas, não apenas de forma descritiva, mas também
analítica e crítica.
Resultados
Você apresenta e analisa os dados produzidos com os procedimentos metodológicos empregados.
Discussão
Você retoma sua discussão teórica - conceitual, os resultados das pesquisas consultadas, isso é, os
antecedentes bibliográficos de seu problema de pesquisa e avalia os resultados de seu estudo à luz desses
elementos.
Importante!
Em face do desafio da elaboração da Conclusão de seu trabalho, descanse alguns dias, depois releia seu
trabalho, respire fundo e inicie essa importante tarefa.
Reflita em que medida e como conseguiu resolver seu problema de pesquisa. Qual foi a sua
contribuição ao conhecimento sobre a questão? Que lacunas no conhecimento ainda precisam ser preenchidas?
Que novos caminhos de pesquisa podem ser trilhados no futuro?
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2.2 Conselhos práticos para redigir a monografia
Conselho 1 Coloque um título objetivo, que comunique o trabalho que você realizou.
Conselho 2 Elabore um “sumário rascunho” da monografia. Esse sumário é um guia básico que pode ser
alterado na medida que você avança na escrita da monografia.
Conselho 3 Defina, após elaboração dos tópicos que vai desenvolver em sua monografia, o que vai
escrever em cada tópico (introdução, capítulos 1, 2, 3 etc). Lembre que o rascunho do sumário
e a definição do que vai escrever em cada tópico anunciado é flexível, e pode mudar na
medida em que você avança na escrita de seu trabalho. O importante é que o rascunho é um
guia básico para orientar a redação de sua monografia.
Importante!
Finalizada a redação da monografia com base no sumário que redigiu para organizar o conteúdo do
seu estudo, você deve prestar atenção para outros elementos que integram o corpo do trabalho. Alguns
deles se apresentam antes e se denominam elementos pré-textuais do conteúdo da monografia, outros,
se apresentam após esse conteúdo, e se denominam elementos pós-textuais.
• Capa;
• Folha de Rosto;
• Errata;
• Folha de Aprovação;
• Dedicatória;
• Agradecimentos;
• Epígrafe;
• Sumário;
• Resumo e Palavras-Chave;
• Listas e;
• Sumários.
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2.3.1 Capa
Na capa da monografia se imprimem as informações relativas à sua identificação.
2.3.3 Errata
Elemento opcional, que consiste de uma lista de erros cometidos na escrita do trabalho e precedido
pelas folhas e linhas onde eles ocorrem, seguido pelas correções correspondentes. Deve ser inserida logo após
a folha de rosto e conter a referência do trabalho para facilitar sua identificação.
Exemplificando...
Você agradece ao professor orientador, à instituição que subvencionou o curso e ou pesquisa, ao corpo
docente do curso, às pessoas que auxiliaram na coleta dos dados, às pessoas que auxiliaram na transcrição das
entrevistas ou na sistematização dos dados, as pessoas que leram o rascunho de seu trabalho e fizeram
sugestões, dentre outros.
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resumo da discente Jéssica, do Curso em Segurança Pública e Cidadania do Departamento de Sociologia da
Universidade de Brasília, e de descritores ou palavras-chave.
2.3.11. Sumário
Elemento obrigatório que consiste na enumeração das principais divisões, seções e outras partes do
trabalho, na ordem e grafia que aparecem no mesmo, acompanhadas do respectivo número da página.
2.3.13. Referências
Nas Referências constam os autores citados no corpo de sua monografia. Elas devem ser organizadas
em ordem alfabética, caso as citações no texto obedeçam ao sistema autor-data, ou conforme aparecem no
texto, quando utilizado o sistema numérico de chamada. É necessário indicar em nota de rodapé a norma
utilizada para elaboração das referências.
2.3.15. Apêndices
São textos ou documentos elaborados pela autora, a fim de complementar sua argumentação. Os
apêndices devem ser identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de hífen e pelos respectivos
títulos.
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2.3.16. Anexos (opcional)
De acordo com Oliveira Funaro (2009), anexos são textos ou documentos não elaborados pelo autor
que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. Os anexos devem ser identificados por letras maiúsculas
consecutivas, seguidas de hífen e pelos respectivos títulos.
Nessa aula, você estudou como organizar a apresentação de seus trabalhos científicos. Estudou
também, sobre as peculiaridades da escrita científica, isso é, as regras da comunicação escrita no
mundo científico.
A. Referência
- Autor (es)
- Título (subtítulo)
- Local de edição, editora e data
- Número de páginas
- Ilustração (tabelas, gráficos, fotos etc.)
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B. Credenciais do autor
- Informações gerais sobre o autor
- Autoridade no campo científico - Quem fez o estudo? - Quando? Por quê? Onde?
C. Conhecimento
- Resumo detalhado das ideias principais
- De que trata a obra? O que diz?
- Possui alguma característica especial?
- Como foi abordado o assunto?
- Exige conhecimentos prévios para entendê-lo?
D. Conclusão do autor
- O autor faz conclusões? (ou não?)
- Onde foram colocadas? (Ao final do livro ou dos capítulos?)
- Quais foram?
F. Apreciação
1. Julgamento da obra
Como se situa o autor em relação a:
- Às escolas ou correntes científicas, filosóficas e culturais?
- Às circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas etc.?
2. Mérito da obra
- Qual a contribuição dada?
- Ideias originais, criativas?
- Conhecimentos novos, amplos, abordagens diferentes?
3. Estilo
- Conciso, objetivo, simples?
- Claro, preciso, coerente?
- Linguagem correta?
- Ou o contrário?
4. Forma
- Lógica, sistematizada?
- Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?
5. Indicação da obra
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- A quem é dirigida: grande público? Especialistas? Estudantes?
A. Referência
- Autor (es)
- Título (subtítulo)
- Local de edição, editora e data
- Número de paginas
- Ilustração (tabelas, gráficos, fotos etc.)
B. Sinopse
C- Corpo do Artigo
- Introdução: apresentação do assunto, objetivo, metodologia, limitações e proposição.
- Texto: exposição, explicação, demonstração do material, avaliação dos resultados e comparação com
obras anteriores.
D- Comentários e Conclusões
- Dedução lógica, baseada e fundamentada no texto, de forma resumida.
E- Parte Referencial
- Bibliografia.
- Apêndices ou Anexos (quando houver necessidade).
- Agradecimentos.
- Data.
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Importante!
A divisão do Corpo do Artigo pode sofrer alterações, de acordo com o texto, e ser subdividido em mais
itens. Por exemplo:
- Introdução - Material e Método - Resultados - Conclusões; ou
- Introdução - Aspectos teóricos - Procedimentos metodológicos - Resultados - Discussão e
conclusões.
Finalizando
• Segundo Laville e Dionne (1999, p. 247), “entende-se por monografia um estudo aprofundado de
determinada questão. A monografia é a forma mais elaborada do Relatório de Pesquisa”.
• O tipo de monografia depende do tipo de problema de pesquisa que você se propôs a resolver.
A monografia pode ser: teórica; empírica ou de análise de experiências profissionais.
• Comunicar um trabalho científico é apresentar publicamente os resultados do trabalho que você
demorou um tempo considerável para fazer.
• A escrita científica tem como objetivo argumentar determinado posicionamento com relação à
resolução do problema de pesquisa.
• Os pressupostos lógicos que você estudou na aula 1 exigem que inclua na redação de seu
trabalho os seguintes elementos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
• A resenha crítica de uma obra, artigo ou livro constitui uma importante contribuição já que não
se trata de resumir um texto, mas, de avaliá-lo cientificamente.
• Lakatos e Marconi (1991, p. 238) definem os Artigos Científicos como pequenos estudos, porém
completos, que tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas que não se constituem em matéria de
um livro.
Exercícios
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2. Considerando os conselhos práticos para redigir a monografia, marque as alternativas
verdadeiras.
3. Leia atentamente o tópico Instruções Gerais de Apresentação das Diretrizes para apresentação
de dissertações e teses da USP. Após, responda as seguintes questões:
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Gabarito
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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• MINAYO, M. C.; SANCHES. Odecio 1993. Quantitativo-qualitativo: oposição ou
complementaridade? Caderno de Saúde Pública 9(3):239-262.
• MOORE, D. S.; McCABE, G. P. Introdução à prática da estatística. Rio de Janeiro: LTC , 2002.
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• MORIN, E. Por uma reforma do pensamento. In: PENA VEGA, Alfredo e PINHEIRO DE ALMEDIA,
Elimar (Org.). O pensar complexo e a Crise da modernidade. Rio de Janeiro: Garamond, 1999.
• OLIVEIRA FUNARO, V. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento
eletrônico e impresso Parte I (ABNT) / Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. São Paulo: Sistema Integrado
de Bibliotecas da USP, 2009
• PENNA VEJA, A.; NASCIMENTO, E. P. O pensar complexo. Edgar Morin e a crise da modernidade.
Rio de Janeiro: Garamond, 1999.
• POPPER, K. Die Logik der Sozialwissenschaften. In: ADORNO, T. et al (Ed.). Der Positivismusstreit
in der deutschenSoziologie. Darmstadt, Neuwied: Luchterhand, 1976. p.103-123. (traduzido).
• QUIVY, R. e CAMPENHOUDT, L. V. Manuel de recherche en sciences sociales. Paris: Dunod, 1995.
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• REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade. Os processos de construção da informação. São Paulo:
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• RICHARDSON, R. J. Pesquisa social, métodos e técnicas. São Paulo: ATLAS, 2011.
• SALE, M. G. Resenha Crítica de MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria,
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• SHUSTER, F. Explicación y predicción. La validez del conocimiento en ciencias sociales. Buenos
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• SORIA BATISTA, A. Estado e controle nas prisões. Cad. CRH, 2009, vol.22, n.56, pp. 399-410.ISSN
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• TEÓFILO, A. Gestão prisional no DF: Mecanismos de controle da população encarcerada.
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TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p.
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• WACQUANT, L. 2002. Corpo e Alma Notas Etnográficas de um Aprendiz de Boxe. Rio de Janeiro:
Relume Dumará.
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