43109

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 91

Disponibilização: Eva

Tradução: Ma.k
Revisão Inicial: Leila M.
Revisão Final: Valéria
Leitura Final: Vivi
Libby Moore está tentando descobrir o que fazer com
sua vida. Ela se formou no colegial, mas só há uma coisa que
ela realmente quer na vida... A única coisa que ela não pode
ter... Seu irmão de criação, Jasper.

Jasper Lewis tentou fugir da única pessoa que ele não


deve querer. Mesmo mudar-se algumas milhas de distância foi
um esforço tremendo e ele está cansado de resistir ao que
tanto deseja. Ele está voltando para reivindicar o que é seu
desde o primeiro dia, não importando as consequências.

Este amor tabu é tão sujo, tão errado que suas


partes femininas vão lhe agradecer!

Atenção: Tudo bem se você gostar, pois esta é uma zona livre de
pré-julgamentos. Mas estes dois estão prestes a mandar ver como se
seu pai fosse entrar a qualquer momento. Aprecie!
Para Síofra ... desde o primeiro dia, até o
dia um milhão e um.... Nós te amamos
1
LIBBY

“Tire o avental, Libby”.

Olho para baixo e vejo o avental que ainda estou vestindo desde esta
manhã. É o meu favorito, preto e salpicado com pequenos corações cor de
rosa. Ele tem alças gigantes que formam um laço atrás e a parte de baixo
tem várias camadas de babados. Eu mesma o fiz. Costurar é minha
segunda coisa favorita. Fazer tortas é a primeira.

Alcançando atrás, eu puxo o laço e solto o avental em minha cintura.


Então, puxo-o sobre minha cabeça e jogo-o no porta-malas do carro de
Nicole.

“Eu acho que você cortou este short muito curto” digo a ela, dando uma
boa olhada nele.

Quando sai da cama esta manhã, peguei o short que Nicole havia feito
para mim ontem à noite, a partir de uma calça jeans que eu ia jogar fora. A
calça estava tão desgastada que eu não queria mais usá-la, mesmo sendo a
minha favorita. Eu amava a forma como ela se encaixava bem em meus
quadris, o que não é fácil de encontrar quando se tem tantas curvas quanto
eu. Nicole me disse que podia salvar a calça, mas agora não estou tão certa
de que isso era mesmo verdade.

“É assim mesmo que era para ficar”, ela me diz.

O vento sopra e eu sinto a brisa contra meu traseiro. Viro para trás,
tentando dar uma espiada no meu bumbum. Balanço a cabeça, tiro minha
camisa de flanela 1 de mangas longas e a amarro em minha cintura,
tentando me cobrir. Mas isso acabou me deixando só com uma camisetinha
fina na parte de cima. Pelo menos não tem nada saltando para fora. Eu
costumo usar camisas de flanela folgadas para esconder meus peitos, que
podem ser praticamente obscenos, às vezes. É mais fácil mantê-los
escondidos do que ficar brigando com eles. Nicole revira os olhos para
mim. Ela está sempre tentando me convencer a mostrar mais do meu
corpo. Nós costumamos fazer piada sobre como mataríamos uma a outra
para ter o que a outra tem. Eu morreria para ter suas pernas e ela poderia
matar alguém para ter peitos como os meus. “Pegue as caixas“ eu digo,
ignorando-a.

Eu amo Nicole, mas ela é um pouco mais louquinha por garotos do que
eu. Ela gosta de se vestir para chamar a atenção, enquanto eu tento não ser
notada. Ela está sempre arrumada e em roupas tão apertadas quanto é
possível. Eu tenho que dizer, porém, ela sempre está linda. Desde seu
longo cabelo loiro, até sua pele impecável e olhos azuis brilhantes. Ela tem
todos os garotos da cidade atrás dela, mas nunca fica interessada em um
por muito tempo.

Eu não sou louquinha por garotos de jeito nenhum, talvez seja porque
eu sou louca por homens. Um homem para ser mais exata, mas ele nem
sabe que eu existo. Bem, isso não é bem verdade, já que eu pareço irritá-lo
mais do que qualquer outra coisa. Quando ele vem para a cidade, ele
procura se manter tão longe de mim quanto é possível. E, provavelmente,
isso é melhor mesmo. Estou completamente apaixonada pelo meu irmão de
criação, Jasper Lewis.

Às vezes, eu o pego em um bom momento quando ele está aqui.


Consigo fazê-lo assistir um filme ou jogar algum jogo comigo, mas não
dura muito tempo. Rapidamente eu o irrito e ele sai de perto. No dia
seguinte ou em seguida, ele vai embora e eu sou deixada com uma
sensação de vazio. Não importa o quanto eu tente, parece que sempre

1 Flanela é um tipo de tecido, em geral, a estampa desse tipo de camisa é xadrez


acabo por afastá-lo. Toda vez eu fico com meu coração partido por saber
que ele não consegue ficar no mesmo ambiente que eu.

Talvez eu devesse tentar alguma tática da Nicole da próxima vez que


ele vier para a cidade. Talvez eu conseguisse fazer com que ele não
pensasse mais em mim como sua irmã de criação chatinha. Eu poderia
vestir alguma coisa como este short e deixar meu cabelo solto, ao invés de
preso neste coque bagunçado de sempre. Eu poderia usar um pouco de
maquiagem e talvez até paquerar um pouco, então eu, provavelmente,
chamaria sua atenção e conseguiria algo mais do que o escuro olhar
irritado que ele me dá. O mesmo olhar que ele vem me dando desde que eu
tinha treze anos e seu pai se casou com minha mãe. No começo, eu achava
que ele odiava o fato de minha mãe ter se casado com seu pai. Não era
segredo que eles tinham grana, enquanto minha mãe e eu não tínhamos
muito, mas Ned nos colocou de pé2 e nos acolheu em sua casa. Então eu
percebi que Jasper sempre era agradável com minha mãe e até mesmo
agradeceu pelo tanto que seu pai tinha mudado desde que ela havia
entrado em sua vida.

Pegando uma pilha de caixas, Nicole me segue para dentro do Sunshine


Diner. É manhã de um domingo e, em breve, vamos ter um bom
movimento em nossa pequena cidade. Não há muitos lugares para ir por
aqui e o Sunshine Diner é um dos mais populares. Uma pequena parte de
mim se orgulha em saber que pessoas de outras cidades vem até aqui
apenas para conseguir uma torta.

“Hey,Libby! Eu espero que você tenha me trazido um montão hoje,


ontem acabou cedo.” Mrs. Kathy diz de trás do balcão, enquanto serve as
panquecas que alguém pediu. Mesmo sendo a dona do lugar, ela sempre
está servindo alguém. Ela ainda usa um dos uniformes azuis debaixo do
avental que eu fiz para ela no seu aniversário. Ela é a proprietária do
Sunshine Diner, desde muito antes de eu sequer saber que esta cidade
existia.

2 Esse “colocou de pé” é o mesmo que ajudar elas financeiramente.


Quando minha mãe disse que iria se casar e que estávamos nos
mudando para cá, para mim foi um choque. Nós duas já tínhamos morado
em uma cidade pequena antes, então a mudança não foi tão grande assim.
Um pouco assustadora, mas eu adorei este lugar. Acima de tudo, eu
adorava ver minha mãe tão feliz com meu padrasto, Ned. A maneira como
eles se olham ainda faz meu coração palpitar.

“Eu tenho umas trinta aqui” eu admito. Sei que ela queria mais tortas.
Posso ver isso em seu rosto. Mrs. Kathy já me ofereceu um emprego mais
de um milhão de vezes, mas eu continuo recusando. Parece que se eu
transformar o ‘fazer tortas’ em um emprego, isso vai tirar o meu amor por
isso. Ultimamente venho pensando mais sobre o assunto. Acabei de
terminar o ensino médio e preciso fazer alguma coisa por mim mesma,
pelo meu futuro.

Fazer algumas fornadas de tortas por semana e alguns milhões de


aventais para presentear ou despachar por aí não vão me sustentar. Eu não
posso ficar morando em casa para sempre. Sei que está chegando a hora de
tomar algumas decisões. Tenho certeza que minha mãe e Ned gostariam de
ter sua casa para si. “Tudo bem querida, vou vender somente em fatias.”
Concordo com a cabeça enquanto dou a volta no balcão, trazendo as caixas
e colocando-as sobre a bancada. Nicole traz mais caixas enquanto eu vou
tirando as tortas e colocando-as nos pratos da vitrine. “Esta é muito
bonita.” diz Mrs. Kathy, parando ao meu lado. Ela está olhando para
dentro de umas das minhas caixas de torta. “Eu as encomendei on-line e as
decorei.” Digo um pouco envergonhada. Fiquei sentada em meu quarto,
cercada por mais de trinta caixas, decorando-as com adesivos e fitas. Até
mesmo escrevi alguns versos bonitos nelas.

“São adoráveis,” ela diz, enquanto ouço o sino da porta da frente tocar.
Ela se vira, pega uma jarra de café e vai trabalhar. Fecho o cooler e dou a
Mrs. Kathy um pequeno aceno de despedida enquanto saio da lanchonete,
querendo escapar antes que o movimento comece.
Nicole assovia e eu a vejo sentada no banco, algumas lojas abaixo.
Desço e sento-me ao seu lado. Estou com meus pensamentos distraídos
com a oferta de emprego de Mrs. Kathy.

“Esquecemos de entregar uma das caixas?” Eu gesticulo em direção à


caixa de torta que está entre nós. Esta é decorada com pequenos corações
desenhados à mão. “Não.” Um sorrisinho dissimulado aparece em seus
lábios vermelho-cereja. Ela deve ter passado mais batom, porque ele não
estava lá quando ela me pegou em casa hoje de manhã. “Você deveria dar
esta para Owen.”

Eu sigo seu olhar em direção a um grupo de rapazes que frequentou a


escola conosco. Cinco deles estão do lado de fora da loja de ferragens. É
bem normal por aqui, vê-los reunidos do lado de fora desta loja. A maioria
dos meninos vive em fazendas com suas famílias, de modo que este é um
lugar tão bom quanto qualquer outro para se reunir. Vivemos em uma
fazenda também, mas a nossa não é mais uma fazenda de verdade. Meu
padrasto está aposentado e aluga toda a sua terra para outros agricultores
locais. Agora, ele brinca com vários investimentos, junto com outros
agricultores para ganhar uma graninha extra.

Meus olhos examinam a multidão e eu vejo que Owen está olhando


diretamente para mim. Ele tem uma queda por mim desde que me mudei
para a cidade, mas eu nunca lhe dei qualquer atenção. Havia apenas
sessenta alunos da nossa turma de formandos do ensino médio. Todo
mundo ali namorou ou saiu com alguém e algo nisso sempre fez com que
eu me sentisse esquisita. Sem mencionar que eu estava apaixonada por
outra pessoa. Sempre foi assim. Mesmo antes de eu saber o que era amor.
Enquanto todos trocavam de namorados a cada dois meses, eu havia
evitado aquilo completamente. Balanço a cabeça ligeiramente. Como se eu
pudesse julgar alguém. Estou apaixonada pelo meu irmão de criação. Tem
como ser mais estranho do que isso?

Owen é bonito, com seu cabelo loiro desgrenhado e olhos azuis


brilhantes. Todas as meninas da escola queriam ficar com ele e a maioria
tinha ficado mesmo, se as fofocas fossem verdade. Em uma cidade
pequena, você nunca pode ter certeza. Alguns rumores são mentiras
completas. De qualquer forma, estou achando que as histórias sobre Owen
e a maioria das meninas da nossa turma podem ser verdade. Owen é
agradável e bem-educado, mas às vezes, ele age como se fosse uma benção
de Deus. Fico me perguntando se não despertei sua atenção simplesmente
por não ter lhe dado nenhuma bola.

Olho de volta pra Nicole.

“Mas eu nem gosto dele assim.”

“É só para flertar com ele, vai ser divertido.” ela pressiona.

Bato minha bota de cowboy e penso no que ela está dizendo. Talvez
devesse flertar com ele. Até minha mãe anda me perguntando quando vou
começar a namorar. Eu achava que os pais deveriam tentar evitar que você
fizesse isso. É difícil até mesmo pensar sobre namoro quando eu sei que
meu coração sempre vai pertencer a outro homem, não parece justo ficar
enrolando outra pessoa.

Pergunto-me, pela milionésima vez, se Jasper tem encontros. Tenho


certeza que sim. Sempre que ele vem para casa nos feriados, eu fico com
um nó no estômago, só de pensar que ele pode aparecer acompanhado de
alguma mulher. Elas devem se atirar aos pés dele. Diabos, eu gostaria de
me jogar aos pés dele. Só não tenho ideia de como fazer uma coisa desta.
Nem sei como me vestir para atrair um homem.

“Me dê o seu batom,” digo pra Nicole, fazendo-a sorrir.

Ela abre a bolsa e tira um, eu pego o batom dela e passo. Tiro os óculos
do meu rosto, pisco algumas vezes antes de mudar de ideia e voltar a
deslizá-los sobre meu rosto. Eu realmente preciso tentar a lente que tenho,
mas na verdade, me sinto estranha sem meus óculos. Dou o maior sorriso
possível. Vou andar até Owen e flertar um pouco para ver o que acontece.
Praticar. Como quando vou experimentar uma receita nova: preciso
praticar algumas vezes. Desta forma, quando Jasper voltar para a cidade,
posso ter certeza de que ele vai receber o melhor.

Pego a torta e começo a fazer minha jogada, mas Owen já está vindo em
minha direção. Abro um sorrisão. Seus olhos vão para minhas pernas e
então me lembro do que estou vestindo. Fico parada enquanto os olhos
dele dão uma boa checada no meu corpo e, finalmente, chegam ao meu
rosto.

“Isso é para mim?” Diz ele ao chegar à minha frente. Olho para a caixa
em minhas mãos e desejo que esta não fosse uma das que tem enfeites de
coração.

“É de maçã.” Digo, encolhendo os ombros.

“Sua torta de maçã é a minha favorita, Libby.”

Não soa como se ele estivesse se referindo a torta de maçã que eu vendo
na lanchonete 3 . Fico ali parada, sem saber o que dizer e sentindo-me
completamente desconfortável. Eu empurro a torta na direção dele e ele a
pega. Em seguida, ele desliza sua mão até minha bochecha, fazendo-me
recuar.

– “Você tem alguma coisa aqui”– ele explica ao deslizar seu polegar
para cima e para baixo em minha bochecha.

Vejo um pouco de pó branco e percebo que deve ser farinha ou açúcar.


Trabalhei com ambos hoje de manhã. Ele começa a trazer o polegar para
sua boca quando uma mão se estende, agarrando-o pelo pulso.

“Jasper” sussurro no silêncio, enquanto seus olhos azuis queimam de


raiva.

3Apple Pie, em inglês, também pode significar vagina. Então ele diz isso como um trocadilho
2
JASPER

Eu aperto o volante ainda mais enquanto assisto Libby tirar sua camisa
de flanela e amarrá-la em sua cintura. Graças a Deus ela está cobrindo
aquele short minúsculo que está vestindo. Quando diabos ela arrumou
aquilo? Não é certo que uma menina da idade dela esteja vestindo uma
coisa destas. Que merda! Este tipo de roupa você usa em casa, para um
cara que ficaria de joelhos por você, lhe agradecendo. Isso não é para ser
usado na rua.

Chego a pensar em descer de minha caminhonete para ajudá-la a levar


aquelas caixas para dentro, mas então vejo sua amiga Nicole e decido não
me intrometer. A última coisa que ela quer é seu irmão interferindo. Seu
irmão de criação, corrijo mentalmente, enquanto as vejo levarem as caixas
para dentro do Sunshine Diner.

Quando meu pai contou-me que iria se casar com Carol, eu fiquei feliz
por ele. Eu podia ver o quanto ele estava contente com ela. Só fui conhecê-
la brevemente antes do casamento, mas eu sabia que meu pai estava
apaixonado desde o primeiro dia. Eles tiveram um namoro rápido e
fugiram em seguida, dizendo que não podiam passar mais nenhum
momento separados. Eu entendo tudo isso muito bem, mas não há um final
feliz para mim nesta história.

A primeira vez que vi Libby, foi no dia em que elas se mudaram. Ela
estava em pé na minha varanda segurando uma mala. Eu estava um pouco
chocado por ganhar uma irmã com dezesseis anos, mas até estava meio
animado com a ideia. Até então tínhamos sido só papai e eu. Eu queria um
irmão e estava ganhando um. Mas quando a vi parada, foram tantas
emoções me atingindo de uma só vez. Naquele dia eu a ajudei com a mala,
mas não fui capaz de dizer uma só palavra. Ela parecia um anjo. Nunca
tinha visto nada tão belo quanto ela. Nossos pais estavam ali, esperando
que disséssemos alguma coisa um para o outro, mas eu não conseguia.

Eventualmente, mostrei-lhe seu novo quarto e coloquei a mala sobre


sua cama. Olhei bem dentro de seus brilhantes olhos verdes, tão cheios de
surpresa e hesitação. Seus cabelos negros estavam curtos naquela época e
lembro-me de querer lhe perguntar se ela mesma havia feito aquilo, apenas
para ter algo para conversar, mas as palavras estavam presas em minha
garganta e eu me acovardei. Assim, ela falou primeiro, agradeceu e me deu
o sorriso mais bonito que eu já tinha visto. O sorriso iluminou aquele
quarto escuro que nunca tinha sido usado e, de repente, a casa nua na qual
tínhamos vivido transformou-se em um lar.

Inclino minha cabeça contra a janela da caminhonete e fecho os olhos


tentando lembrar dos primeiros anos que vivemos juntos. Na época ela
tinha treze anos e queria ir comigo para todo lado. E eu a levava. Nunca
admiti a ela o quanto eu gostava dela não querer sair do meu lado. Sempre
caminhávamos até o celeiro ou pelos bosques e eu aproveitava qualquer
chance de segurar sua mão para evitar qualquer tropeço, mas logo em
seguida eu me afastava novamente. Eu tinha tanto medo que apenas pelo
meu toque ela pudesse dizer como eu me sentia a seu respeito...

“Droga, Jasper.”digo para mim mesmo, odiando os pensamentos que


povoam minha mente.

Não importa o que eu faça, toda vez que a vejo isso acontece. Um olhar
apenas e já sou jogado de volta para todos os momentos que passamos
juntos. E então, volto a me lembrar do motivo que me fez fugir. Sair da
cidade o mais rápido que consegui e só voltar quando era necessário. Bato
com a cabeça no vidro e tento parar as memórias, porém sem sucesso.

Eu tinha dezenove anos quando finalmente saí de casa, sem poder


suportar qualquer outro momento ao lado dela. Eu a vira crescer,
transformando-se de desajeitada adolescente de dezesseis anos em uma
mulher com um corpo que a fazia parecer mais velha. Suas curvas não
pertenciam a uma irmã mais nova. Aquilo pertencia às páginas centrais da
Hustler4. A ideia dela ser vista desse jeito por outros homens me fazia
cerrar os dentes.

Meu pai costuma me chamar para casa toda semana, mas, na maioria
das vezes, eu consigo evitar aparecer. Costumava dar desculpas de estar
sobrecarregado com a faculdade. Mês passado eu me formei e agora não
posso mais usar esta.

Depois de terminar o ensino médio eu não tinha muita certeza sobre o


que queira fazer. Assim, frequentei algumas aulas na faculdade
comunitária local e viajava todos os dias. Quando Libby completou
dezesseis anos eu não podia mais continuar lá. Ofereceram-me um trabalho
para cuidar de grandes máquinas em algumas fazendas e a faculdade para
onde eu fui me disponibilizou alguns cursos nesta área. Assim que
terminei, ofertaram-me um trabalho e agora sou o mecânico on-demand
para todas as fazendas da Tri-State Área5. Nunca pensei que pudesse estar
ganhando uma boa grana aos vinte e um anos, mas esta merda paga muito
bem.

Mantenho-me ocupado com o trabalho, que parece ser a única coisa


capaz de acalmar minha mente. Mas, mesmo assim, não é suficiente. Libby
está sempre em minha mente e isso só piorou depois de me mudar.

Hoje meu pai telefonou e me chamou para jantar. Ele disse que Carol
sentia minha falta e que eu precisava ver Libby. O jeito como ele disse isso
me fez pensar que tinha alguma coisa ali. Ele também falou que
precisávamos ter uma conversa de homem para homem e eu não quero
nem pensar no que isso pode significar.

4Revista pornô
5Área composta por partes de três estados americanos.
Coloco minha testa no volante, tentando me obrigar a sair deste
estacionamento e ir para casa de meus pais. Eu estava indo para lá depois
de ter recebido o telefone do meu pai esta manhã, mas parei na cidade para
comer uma fatia de torta. Foi quando eu vi Libby descarregando suas
mercadorias e fiquei aqui sentado, observando-a como se fosse um
devasso.

Em algum ponto de minha vida eu deveria ter deixado de ter


sentimentos por ela. Deveria ter sido capaz de encontrar uma mulher para
foder e tirar isso do meu sistema.

Ao invés disso, estou com vinte e um anos de idade e nunca fiz mais do
que beijar uma mulher. Estou envergonhando meu próprio pau, porque só
há uma mulher que ele quer e ele não ficará satisfeito com nenhuma outra
coisa. Enquanto isso, provavelmente, Libby está sendo apalpada e sabe lá
Deus o que mais, por estes malditos idiotinhas que nem sabem como tratar
uma beleza tão delicada quanto à dela. Pirralhos que devem tocá-la de
qualquer jeito e não como se ela fosse a coisa mais preciosa que já existiu
nesta droga de planeta.

Volto a me sentar ereto e bato com minhas mãos no volante tão forte
que minhas palmas queimam. Bom. Talvez esta dor possa parar a outra
que arde em meu peito.

Meus olhos vagueiam para cima e vejo Libby ali parada com uma caixa
em suas mãos enquanto um carinha se aproxima. É o filho de John Bishop,
Owen. Nunca tive nenhum problema com ele, mas, de repente, eu odeio
qualquer coisa sobre este merdinha.

Antes mesmo de perceber o que estou fazendo eu salto para fora da


caminhonete. Se estivesse pensando racionalmente eu teria parado, mas
não estou ouvindo a mim mesmo. Eu só estou vendo vermelho quando ele
estende a mão e toca o rosto dela. Eu não sei o que ele é para ela, mas está
prestes a ir ao chão.
Quando eu o vejo levar a mão à boca, agarro seu pulso e me viro para
olhar Libby. Preciso que ela olhe para mim, não para ele. Sinto tanto
ciúmes que não a quero olhando para nenhum outro homem que não seja
eu.

“Jasper” ela diz. O som suave e doce me deixa completamente duro.

“Vá para minha caminhonete Libby. Eu te encontro lá.”

Solto o pulso de Owen, não querendo tocá-lo, mas mantenho meu olhar
cravado nos olhos verdes brilhantes dela. Um leve rubor colore suas
bochechas e ela olha para o chão. Odeio não ter mais seu olhar em mim,
mas ela concorda com a cabeça e um pouco de paz se instala no meu peito.
Ela e Nicole vão embora, mas eu não fico olhando elas partirem. Em vez
disso, me volto para Owen, de pé em frente a ele, meu grande corpo
bloqueando sua visão dela.

“E aí, Jasper? Estava apenas dizendo um ‘oi’ para sua irmã. Sem danos,
cara!” Ele levanta as mãos, num gesto de quem não quer brigar, mas
obviamente vai arrumar encrenca se continuar tocando no que é meu.

Tento não pensar em Libby como sendo minha, mas não adianta. Ela
tem sido minha desde que éramos crianças e não é agora que isso vai
mudar.

“Mantenha suas mãos para si mesmo, Bishop” digo sem me mover nem
um milímetro, desafiando-o a vir para cima de mim. Bem que eu gostaria
de uma luta agora. Provavelmente me ajudaria a queimar toda agressão
reprimida.

“Olha só, eu sei que ela é sua irmã e tal, mas sou um cara bacana. Por
que você não fala bem de mim para ela?” Ele diz, dando de ombros como
se fosse a porra de um prêmio.

“Não” eu digo e volto em direção a minha caminhonete.


“Não?” Ouço Owen dizendo atrás de mim. “Idiota do caralho!”

Ele diz a última parte tão baixinho que eu acho que ele não pretendia
que ouvisse. Mas estou tão “P” da vida que poderia ouvir um lenço caindo
no chão.

“Do que foi que você me chamou?” Digo, girando de volta e dando dois
passos largos para voltar a ficar bem à sua frente.

Ele parece nervoso, mas os outros garotos estão atrás dele e ele não quer
ser zoado.

“Idiota” diz ele fracamente. “Eu te chamei de idiota do caralho!”

A segunda vez que ele repete o xingamento sai um pouco mais forte,
mas ele ainda é um pedaço sujo de merda que não merece nem respirar o
mesmo ar que esta belezinha que está sentada na minha caminhonete.

“Foi o que eu pensei ter ouvido.”

Eu aceno e dou meia volta para em seguida plantar meu punho no meio
de sua cara. O estalo ecoa alto no estacionamento e meus dedos doem. Fico
feliz com a dor ao olhar para baixo e ver seu corpo desmaiado. Hesitantes
seus amigos se aproximam para dar uma olhada nele.

Esperando meio segundo para ver se algum deles se sente corajoso o


bastante para se meter comigo, assisto Owen recobrar a consciência e se
sentar com o sangue escorrendo pelo rosto.

“Mas que merda, Jasper!” Reclama ele, com as mãos em concha sobre o
nariz sangrento.

“Não toque na Libby de novo! E cuidado com o que fala. Temos damas
presentes.”
Dou uma olhada em volta para ver as senhoras da igreja paradas do
lado de fora do Sunshine Diner. Tiro meu chapéu para elas e corro como se
nada tivesse acontecido aqui.

“Boa tarde” digo ao passar por elas.

Sinto um sorriso brotando nos lábios enquanto caminho de volta para a


caminhonete. Vejo Libby sentada no banco do carona e é bom demais
observá-la ali. Na verdade, é bom vê-la em qualquer lugar, mas ao meu
lado é onde eu sempre a imagino.

Às vezes, desejo poder apagar de minha mente a imagem de Libby e eu


juntos. Em outros dias, porém, isso parece ser a coisa mais certa do mundo
e não quero pensar em mais ninguém. Acabo comparando-a com qualquer
mulher de cabelos escuros que encontro e elas sempre perdem na
comparação.

Decidi sucumbir a meu destino e aceitar que só há uma mulher para


mim, para o resto da minha vida. Se não puder tê-la, não posso ter mais
ninguém. Meu pau é um pobre coitado.
3
LIBBY

Vejo Jasper voltar para a caminhonete como se não tivesse acabado de


derrubar alguém no meio da rua. Como se nada tivesse acontecido. Ainda
posso sentir meu coração batendo forte desde o momento em que pus
meus olhos nele. Pensei que pudesse estar sonhando. Mas não,
definitivamente, ele está aqui e todos em nossa cidadezinha vão ouvir falar
desta história. Não tenho dúvidas disso.

Seu grande corpo desliza para dentro do veículo e ele bate à porta atrás
de si. Por um momento o silêncio cai entre nós, até que ele se inclina para
mim. Prendo a respiração sem saber o que ele vai fazer, enquanto ele se
move para mais perto. O cheiro de seu perfume enche meus pulmões e isso
acende alguma coisa dentro de mim. Ele usa a mesma colônia que eu lhe
dei de presente há três Natais. Travamos nossos olhos e não consigo
quebrar a ligação com o azul profundo. A cor sempre me fascina. Seus
olhos são de um azul marinho com um tom de mel ao seu redor. Hoje, de
alguma forma, eles parecem mais escuros. Parece impossível, mas ele se
aproxima ainda mais e com isso, minha boca se abre ligeiramente. Mas
então a cabine silenciosa é preenchida com o som de um clique. Ele se
inclina para trás e coloca a chave na ignição antes que eu possa registrar o
que acabou de acontecer.

Enquanto ele se afasta do meio-fio e começa a descer a estrada, solto a


respiração que eu estava segurando. Ainda chocada com tudo que
aconteceu na rua, olho de ralance para Jasper, que agora tem as duas mãos
apertando o volante fortemente. Os nós de seus dedos estão brancos e sua
mandíbula está cerrada. Como sempre, ele parece agitado comigo. Eu digo
uma ou duas palavras para ele e já está frustrado.
Eu olho para fora da janela pelo lado do passageiro, não querendo mais
vê-lo. Dói olha-lo e desejá-lo tanto, sem que eu seja capaz de ficar com ele.
A cada vez que o vejo ele parece ainda mais bonito. E não ajuda também o
fato dele parecer ficar com o corpo cada vez maior. Sei que agora ele já é
mais alto que seu pai, que tem facilmente mais de um metro e oitenta. Seu
cabelo castanho normalmente curtinho está um pouco mais comprido dos
lados e não posso dizer que não gostei. O cabelo está escapando um pouco
nas laterais desse boné que ele usa e que já viu dias melhores. O boné está
puxado para baixo da maneira mais quente possível e eu odeio o quanto
curto.

Lembro-me de dar-lhe este boné logo que mudei de Missouri para cá. É
um boné dos Royals e, na época, eu não sabia muito sobre baseball. Queria
presentear Jasper com alguma coisa do lugar de onde eu vinha e sabia que
ele gostava do esporte. Ele passou a usá-lo o tempo todo, mesmo que mais
tarde eu tenha descoberto que Ned e Jasper eram, na verdade, fãs do
Rockies6. Os dois cresceram no Colorado, mas ele ainda usava o boné que
eu havia dado a ele.

Eu oscilo entre o amor e o ódio por ele ainda usá-lo. Eu amo que ele
sempre utiliza alguma coisa que lhe dei de presente, mas odeio por não
saber se isso é o mesmo que aqueles suéteres que você ganha da sua avó,
que você sempre corre para vestir, quando sabe que ela vem te visitar.
Talvez ele só seja educado com sua irmã mais nova. Nada mais que isso.
Irmã de criação, corrijo-me. Tenho que acrescentar o ‘de criação’ porque os
sentimentos que tenho por Jasper não são nada fraternos.

São tão errados. No fundo, são sentimentos bons, mas isso não muda
nada. Sei que Jasper nunca vai olhar para mim de outra forma, sempre
serei apenas uma irmã. É evidente que ele não pode sequer imaginar-me
com um namorado depois do que aconteceu no meio da cidade. Owen mal
falou comigo e Jasper perdeu a cabeça.

6 Os Royals e os Rockies são times rivais


O silêncio dentro da caminhonete cresce e eu desço as mãos para
brincar com os fiapos na bainha do meu short. Eu mantenho o foco no meu
colo, ainda não querendo olhar para Jasper. A sensação dele ao meu lado,
enquanto o silêncio só cresce, faz um nó se formar em meu estômago. Eu
me pergunto porque ele está aqui ou quanto tempo vai ficar desta vez. Eu
resisto à tentação de olhar na traseira da caminhonete para ver se ele tem
uma mala.

Eu sei que ele viaja a trabalho às vezes, então provavelmente há uma


bolsa lá atrás. Talvez ele esteja apenas passando e em vinte e quatro horas
tudo terá ficado para trás. Mas não é como se eu soubesse algo sobre ele, já
que não fala mais comigo. Ele fala na minha presença apenas quando
estamos com mamãe e papai, mas nunca diretamente comigo. Não mais,
pelo menos. O pensamento me irrita, mais uma vez, porque não faz
sentido. Se ele não quer mais falar comigo, por que se importou quando
conversava com Owen? Maldição, mamãe tem tentado me convencer a ir a
um encontro há meses.

Tento deixar esses pensamentos de lado quando a mão de Jasper vem


para descansar em minha coxa. É então que eu percebo que a caminhonete
está estacionada e estamos em casa. Eu levanto minha cabeça para olhar
para ele, mas seu rosto é ilegível. A escuridão em seus olhos ainda está lá,
mas há um pouco mais de suavidade em seu corpo, do que havia quando
ele entrou na caminhonete. É como se alguma tensão invisível tivesse
deixado seu corpo, ficando para trás somente o eco da sua ira anterior.

“Quando foi que você começou a se vestir assim?” Sua voz é profunda e
rouca. Parece até que faz dias que ele não fala.

Sua mão permanece na minha coxa, o calor de sua palma se espalhando


através de mim. Seu polegar acaricia minha pele exposta, esfregando para
frente e para trás. A aspereza de sua mão envia um arrepio pela minha
espinha. Eu nunca tive as mãos de alguém em mim deste jeito antes, mas
mesmo sem isso, eu sei que esta é a mão de um homem. Eu posso dizer
pela textura e peso dela que ele é o tipo que faz um trabalho duro
diariamente. O tipo de homem que poderia cuidar de uma mulher. É um
simples toque e para ele provavelmente não é nada, mas para mim, este
toque é parecido com o que eu sonhei. Parece tão íntimo e na minha mente
não há nada de fraterno nele.

“Isso importa?” Eu consigo dizer, apesar de todos os meus


pensamentos estarem centrados em torno de seu grande polegar me
acariciando lentamente.

Minhas bochechas se aquecem quando levanto meu olhar. Seus olhos


vagueiam pelo meu corpo, para as minhas pernas expostas e depois para
meu decote. Gostaria de saber o que ele está pensando e se gosta do que vê.
Será que ele gosta desta visão ou tanto faz se fosse outra mulher?

“Sim.” Sua única palavra paira no ar pesado e silencioso que segue.

Segundos vão passando, mas tudo o que ele faz é acariciar com o
polegar. Pego meu cinto de segurança, sentindo necessidade de sair deste
espaço confinado. Minha respiração se acelera ao seu toque e eu sei o que
está acontecendo. Isso acontece tarde da noite quando me deito na cama e
penso nele. Eu estou ficando com tesão e me pergunto se ele vai perceber.
Meu rosto fica mais quente a cada segundo. Assim que coloco a mão na
fivela do cinto ele a segura e me para.

“Quando você se veste deste jeito, os homens têm ideias. Eles começam
a olhar para você de forma diferente, Libby. Eu não gosto disso. Nem um
pouco.”

“E?” Eu atiro de volta, levantando meu queixo um pouco. Quero dizer-


lhe que talvez eu queira que eles olhem para mim, mas eu sei que é uma
mentira. O que eu quero é que ele olhe. Os únicos olhos que eu quero em
mim são de Jasper.

A mão na minha coxa aperta e minhas pernas se abrem um pouco. É


apenas uma fração de centímetros, mas ao ver isso, Jasper solta um som
que vem do fundo do peito, fazendo com que todo o meu corpo aperte. Eu
quero ficar mais perto dele, mesmo com essa raiva pulsando dele em
ondas. Algo sobre isso me atrai para ele, ao invés de me afastar. Eu posso
sentir isso entre nós, mas eu não sei o que é ou o que está acontecendo.

Ele solta meu pulso e move a mão para a minha bochecha. Ele toca
exatamente no mesmo ponto que Owen tocou. Desta vez, quando Jasper
faz, ele traz o polegar à sua boca.

“Doce” Ele diz, enquanto puxa o polegar para fora de sua boca. Um
olhar sombrio passa sobre seus olhos e eu posso ver que algo nele mudou.
“Vá para dentro Libby.”

Olho para baixo e me atrapalho com meu cinto de segurança até


conseguir soltá-lo. Mas quando isso acontece, Jasper não libera minha coxa.
Ele mantém o aperto possessivo.

“Eu não posso” Eu digo a ele, olhando para sua mão.

O bronzeado de sua pele é um contraste ousado para a cor cremosa da


minha. Eu quase não saio de casa, mas é evidente que Jasper passa horas
no sol. Eu vejo como a palma da mão aperta ainda mais e finalmente me
solta. Aproveito a oportunidade e saio voando da caminhonete. Eu
praticamente corro até as escadas da varanda da frente e entro em casa. Por
alguma razão, eu preciso limpar minha cabeça e eu não consigo fazer isso
enquanto fico sentada tão perto dele. Não olho para trás para ver se Jasper
está me seguindo.

Eu não paro quando entro em casa e vejo minha mãe na sala de estar.
Murmuro um olá e subo as escadas até o meu quarto, fechando a porta
atrás de mim. Eu espero com todo meu coração que a minha mãe não
venha até aqui para ver como estou. Não querendo arriscar, vou para o
meu banheiro e fecho a porta, abrindo o chuveiro, sento-me na tampa do
vaso sanitário enquanto a água corre e penso sobre o que aconteceu.

Meus olhos vão direto para minha coxa onde Jasper segurou. Ele não
deixou marcas, apesar de ter segurado forte. Uma pontada de decepção me
bate e eu não sei o porquê. Mas isso é outra mentira que eu conto para mim
mesma.

Eu sei porque estou decepcionada. Queria sua marca em mim. Algo


dentro de mim o quer. O desejo que tenho por ele é tão forte que eu
aceitaria qualquer coisa que pudesse receber. Fecho meus olhos, me
perguntando se isso me torna patética. Coloco meu rosto em minhas mãos
e tento obter algum controle sobre tudo o que eu estou sentindo.

Quando ouço uma batida na porta do meu banheiro, eu sei que é minha
mãe. Ninguém mais ia entrar no meu quarto e bater na porta do meu
banheiro. Levanto-me e abro a porta. Seus olhos varrem em cima de mim e
eu me lembro do que estou vestindo. Ela não faz qualquer comentário
sobre minha roupa e simplesmente me dá um sorriso brilhante.

“Os homens estão indo ver uma máquina que está quebrada e eu pensei
que nós poderíamos passar o dia juntas na cozinha. Fazer uma grande
refeição como nos velhos tempos”, diz ela, estendendo a mão e colocando
uma mecha do cabelo escuro atrás da minha orelha.

Cozinhar é algo que minha mãe e eu gostamos de fazer juntas e isso


seria outra maneira de me lembrar que todos nós somos família. Talvez
isso seja exatamente o que eu preciso, um choque no sistema para que eu
reinicie meu corpo traidor.

“Pensei que nós poderíamos falar sobre seus planos para este verão. Eu
sei que você se matriculou em algumas aulas on-line, mas você parece um
pouco...”. Sua voz vai se apagando, mas eu entendo o que ela quer dizer.

Sinto-me um pouco perdida e também sei que passar a tarde com ela só
vai fazer eu me sentir melhor.

“Parece divertido. Deixa só eu tomar uma chuveirada e já desço.”

Ela se inclina e me dá um beijo na bochecha.


“Amo você, querida”, diz ela antes de virar e sair com um sorriso no
rosto.

A culpa recai sobre meus ombros assim que fecho a porta do banheiro e
começo a me despir. Se todos os sentimentos que tenho tido sobre Jasper
viessem à tona, isso iria destruir nossa família. Eu nunca poderia fazer isso
com minha mãe ou com Ned.

Então, ao invés de fazer o que meu corpo e meu coração querem, eu


vou ouvir a voz na minha cabeça.
4
JASPER

Assisto Libby quase correr para dentro da casa e balanço a cabeça para
mim mesmo. Foda-se, eu tenho que me controlar melhor. Ela parecia um
filhote de cervo olhando para faróis, enquanto eu a tocava. Fiquei lá
esfregando a pele branca leitosa e pensei em todos os tipos de coisas não
fraternas.

O que há de errado comigo? Por que eu não podia manter minhas mãos
sob controle? Algo sobre ela, no jeito que ela parecia tão inocente e doce me
atraí. Talvez seja porque eu sou apaixonado por ela desde o dia em que a
conheci e meu coração fica confuso. Minha caminhonete ainda tem cheiro
de canela e biscoitos recém-casados, eu quero que meu pau duro vá
embora. Vergonha me atinge quando o pulsar em minhas calças não vai
embora e eu não sei como fazê-lo parar.

Tudo o que eu queria era fazer aquele idiota parar de tocá-la, mas não,
eu precisava mesmo levar as coisas ao próximo nível, não é? Eu tinha que
acertar Owen Bishop na frente de toda a cidade de merda e assustar a única
pessoa que eu quero proteger. Ela olhou para mim como se eu fosse algum
tipo de animal e eu teria dado qualquer coisa para acabar com isso. Seus
olhos estavam arregalados com o que devia ser medo enquanto eu
acariciava sua pele e egoisticamente pegava o que estava a fim. Eu não
parei para pensar sobre o que poderia fazer com ela e agora me sinto como
um bastardo de marca maior.

Abro a porta, tentando fugir do cheiro dela, mesmo que não queira. Eu
preciso limpar a minha cabeça e não posso fazer isso enquanto estou
cercado por pensamentos de sua pele quente, macia sob o meu toque e me
perguntando se ela iria parecer tão macia debaixo de mim. Se o peso do
meu corpo iria esmagá-la contra o colchão. Será que ela pressionaria a boca
em seu travesseiro para esconder seus gemidos de nossos pais quando se
eu empurrasse para dentro de sua boceta?

“Foda-se”, murmuro chutando a minha porta e retirando minha bolsa


da parte de trás.

Ficar aqui por mais de um dia é uma ideia ruim. Mas meu pai disse que
ele precisava da minha ajuda por alguns dias e não há nada que eu não
faça por ele. E você pode ver Libby, diz a vozinha dentro da minha cabeça e
eu gemo.

Eu entro na casa e vejo Carol sentada na sala de estar. Ela me vê e se


levanta andando em minha direção e me envolvendo em um abraço. A
culpa se amontoa na pilha enorme que eu já carrego dentro de mim e eu
penso sobre o que sinto por sua filha. Ela ficaria tão envergonhada se
soubesse o que eu queria. E do mesmo jeito que eu desejo Libby, não quero
ferir a nossa família. O que temos é especial, mais do que qualquer um
poderia esperar. Eu sei o quanto ela faz meu pai feliz e o quão apaixonado
por Carol ele é. Meus sentimentos por Libby fariam a vida que todos nós
temos construído desmoronar e eu não quero isso.

“É bom ver você, meu filho”, diz ela, dando-me um beijo rápido na
bochecha e me puxando para trás para me olhar de cima a baixo. “Seu
cabelo está ficando comprido.”

Ela tira meu boné de beisebol e mexe no meu cabelo de brincadeira


antes de colocar o boné de volta.

“Parece que não consigo encontrar tempo para cortar o cabelo”, eu


digo, sorrindo para ela.

“Eu gosto. Fica bem em você. Seu pai está lá fora esperando por você.
Ele disse que havia alguma coisa em uma máquina para você dar uma
olhada”.

Deixo escapar uma risadinha. “Isso parece bem preciso.”


“Tudo bem. Vocês rapazes começam o trabalho e eu vou ver se Libby
quer fazer o jantar comigo. Vamos ter uma noite de família. Ter um grande
jantar e assistir a um filme.”

“Parece perfeito, mãe”, eu digo, não querendo ver mais decepção nos
olhos de ninguém hoje.

Ela abre um sorriso luminoso, parecendo tanto Libby e, em seguida,


sobe as escadas. Ouço água corrente e suponho que é Libby tomando um
banho. Preciso parar essa linha de pensamento. Eu não posso imaginá-la
nua e ensaboando-se ou vou acabar indo para o meu quarto para me
masturbar. Como costumo fazer.

Eu vou lá em cima para o meu quarto no fim do corredor e solto minha


bolsa na cama. Eu não olho para a porta fechada do quarto de Libby,
recusando-me a permitir que minha mente evoque quaisquer fantasias. Eu
praticamente corro escada abaixo e através da casa, indo em direção à
cozinha. O quarto de Libby e o meu são lá em cima, junto com um quarto
de hóspedes. Meus pais têm a sua suíte máster no andar de baixo, junto
com um escritório, cozinha, sala de estar e sala de jantar. A casa é uma
grande estância 7 , mas meu pai fez uma tonelada reformas nela antes e
depois que Carol se mudou. Ele gosta de fazê-la feliz e Carol ama
reformas.

Pego uma garrafa de água da geladeira e uma maçã antes de sair para
ver onde meu pai se meteu. Quando ando para fora da varanda de trás, eu
o vejo no celeiro, a meio caminho de um dos nossos tratores.

Papai não tem trabalhado na fazenda há um longo tempo, optando por


alugar a terra para outros agricultores e fazer um bom dinheiro com isso,
mas ainda temos alguns metros quadrados que mantemos para nós
mesmos e ele gosta de usar um trator que foi fabricado antes de eu nascer
para trabalhar aqui. Inferno, talvez até mesmo antes dele nascer.

7 A autora usou o termo Farmhouse que significa casa de fazenda, mas para não ficar repetitivo
colocamos estância.
“Você vai ficar preso debaixo dele, meu velho e eu não vou te ajudar a
sair”, eu digo, mordendo a maçã e me escorando em um dos grandes
pneus.

“Você não sabe que foi para isso que eu tive você, meu filho? Para
cuidar de mim na minha velhice”. Ele não se move debaixo do trator, mas
ele atira-me uma ferramenta, que eu pego com uma mão.

Eu toco seu joelho com o pé e ele desliza para o lado, assim eu posso
entrar lá embaixo com ele. Eu dou uma boa olhada no trator,
imediatamente localizo o problema e pego as ferramentas certas.

“Você tem um parafuso solto e isso queimou a embreagem. Vai precisar


trocar isso.” Começo a trabalhar para soltar a porca quebrada, mas isso é
uma porcaria.

“Estou feliz que você está aqui”, meu pai diz, e eu ouço o sorriso em sua
voz.

Eu odeio ter partido de casa, mas não posso ficar em torno Libby o
tempo todo. É muito difícil, eu não posso suportar a dor de estar tão perto
dela e ser incapaz de tê-la. É como colocar uma garrafa de uísque de cem
anos de idade na frente de um bêbado e dizer que ele não pode
experimentar. O bêbado só vai aguentar por algum tempo antes de virar a
mesa e sair destruindo tudo.

“Você disse que precisava da minha ajuda. Eu sempre estarei aqui para
isso, pai.” Eu finalmente solto a porca e saio de debaixo do trator, querendo
olhar para a embreagem de cima.

“E eu disse que precisava falar com você”, diz ele, seguindo-me para
fora e levantando-se.

Ele estende uma mão para baixo, puxando-me do chão e eu subo no


trator sentando-me na direção. Evito sua última declaração, sabendo que o
que ele vai dizer não deve ser bom.
“Você já tentou tirar essa coisa ou você colocou um pouco de óleo
aqui?” Eu tento distraí-lo com a conversa sobre a embreagem, mas ele não
morde a isca.

“Você sabe que Carol fica triste por você quase não aparecer mais por
aqui.” Ele espera eu olhar para ele e quando olho, vejo a sinceridade em
seus olhos. “Olha, Jasper, eu sei que você viaja muito por causa do
trabalho, mas não é tanto assim e nem é tão longe para que eu fique
semanas a fio sem te ver.”

“Eu sei pai. Sinto muito.” Eu começo a dizer mais, mas ele me corta.

“Filho, você vive na cidade do lado, nem mesmo a 20 minutos de


distância de nós. Você deixou claro que queria fazer as coisas por si mesmo
e viver longe de casa. Eu acho que é admirável e não estou reclamando por
se virar sozinho. Eu te criei para ser um homem e isso é o que um homem
faz.” Ele estende a mão, apertando meu ombro, e posso sentir alguma
tensão dissolver ao seu toque paternal. “Mas você precisa pensar em sua
mãe, sua irmã e o que quer mostrar a esta família. Você se foi o mais rápido
que podia e se afastou de nós. Eu quero que você me diga por que está
evitando a sua casa e não diga que não está. As coisas mudaram e todos
nós sabemos disso. Você está construindo uma boa vida com o que você faz
e é hora de termos uma conversa séria sobre o seu futuro e o que isso
significa para todos nós.“

Eu olho para longe dele, para o sol da tarde, deixando-me cegar um


pouco. Quero a luz para borrar a minha visão para que eu não tenha que
ver o olhar no seu rosto. Se ele pudesse ler minha mente e souber o que eu
realmente quero, a decepção seria muito grande. Abro a boca um par de
vezes para desabafar, mas em seguida paro. Dizer-lhe o que está no meu
coração só iria aliviar a minha culpa por um momento. Não mudaria nada
e isso só iria machucá-lo, então não há nenhuma razão de merda para fazê-
lo.
“Pai”, eu digo, deixando escapar um longo suspiro. Eu não sei o que
dizer em seguida, assim tento pensar em uma razão pela qual estou
evitando minha família.

“Jasper, Carol e eu conversamos sobre o que achamos que é melhor


para você e.…” Suas palavras são cortadas pelo som de uma caminhonete
subindo e nós dois olhamos para ver que é John Bishop e ele parece louco
como o inferno.

“Bem, que merda. Isso não demorou muito”, eu digo, pulando para fora
do trator.

“O que você fez?” Pergunta meu pai à medida que caminhamos em


direção a caminhonete.

“Nada realmente. Apenas dei um soco no filho dele.”

Nós encontramos o Sr. Bishop no meio do caminho e quando ele se


aproxima eu vejo que ele está puto.

“Você quebrou seu nariz” diz o Sr. Bishop como saudação, e meu pai dá
alguns passos na frente dele me protegendo.

“Seu filho deve manter suas mãos longe da minha irmã”, eu digo,
cruzando os braços sobre o peito. Eu não lamento ter quebrado o nariz do
merdinha. Na verdade, minha única lamentação é não ter uma cerca em
volta de Libby para evitar que as pessoas pensem que podem tocá-la.

Meu pai olha para nós dois e me vê ali, casualmente, sem um pingo de
remorso. O outro homem está com o rosto vermelho e agora tropeça em
suas palavras.

“Ele não... ela é... Eles estão namorando”, o Sr. Bishop finalmente diz e
inflama ainda mais a raiva dentro de mim.
Libby não tinha dito nada disso para mim no caminho de volta, mas
também não lhe dei nenhuma chance. Eu estava muito ocupado passando a
mão nela e assustando-a até a morte para que ela pudesse explicar a
situação. Porra, eu sou um idiota. Abro a boca para me desculpar, mas a
voz de meu pai me para.

“Não, ela não é namorada dele, John. E eu agradeceria se o senhor


pudesse informar seu filho disso. Nada contra você e os seus, mas a minha
filha deixou muito claro que ela não está namorando ninguém no
momento.” O alívio que me inunda é quase cômico. Eu quero rir e cair de
joelhos, tudo ao mesmo tempo, mas não faço nenhum dos dois. Em vez
disso, eu mantenho minha postura e deixo a informação entrar, sabendo
que fiz a coisa certa. Pelo menos, eu acho que fiz.

O Sr. Bishop olha para nós dois e vê que não vai ganhar a luta aqui hoje.
Ele dá um passo atrás do meu pai e me dá um olhar duro.

“Eu não serei responsável se o meu menino tentar empatar o placar com
você. Estou te avisando agora para tomar cuidado.”

“Diga a para ele vir me procurar quando parar de choramingar para o


seu papai. Vou dar-lhe outra lembrança para levar para casa.”

O rosto do Sr. Bishop fica dezessete tons de vermelho antes dele se virar
e ir na direção de sua caminhonete. Meu pai me dá um olhar que me diz
que não havia necessidade de chutar o cadáver, mas eu dou de ombros.

“Será que ele realmente colocou as mãos sobre Libby?” Meu pai
pergunta e vejo que seus punhos se apertam ao seu lado.

Ele sempre foi protetor com ela e comigo e eu gosto disso nele. Meu pai
nunca se distanciou dela e sempre a chama de sua filha. Ele poderia
facilmente apenas chamá-la de sua enteada, mas ele a ama como se fosse
dele. E eu sei que significa muito para ela. Deixo escapar um suspiro e
respondo a verdade.
“Provavelmente não era o tipo de toque que merecia um nariz
quebrado, mas eu posso dizer que ele é o tipo de cara que não iria se
contentar apenas com isso.”

“Parece que você o pegou de jeito.” A questão está lá em sua voz e, por
um momento, ele me dá um olhar estranho, mas depois passa. “Fico feliz
que você estava lá para mantê-la segura.”

Ele bate no meu ombro e volta para o trator. Toda conversa sobre eu
ficar longe por tanto tempo é esquecida enquanto voltamos a trabalhar no
automóvel velho. Eu posso sentir que tem algo entre nós e eu suspeito que
ele ainda tem mais a dizer, mas está guardando isso para outra hora.

Estou grato e, ao mesmo tempo, apavorado com o que está por vir.
Tenho a sensação de que meu pai está vendo algumas das coisas que eu
sempre fui muito cuidadoso em esconder.
5
LIBBY

Coloco a tampa de volta na panela do molho que está em fogo brando a


algum tempo, antes de fazer ir até o forno para verificar a torta de cereja. O
cheiro da comida que estamos preparando durante o dia todo enche a casa
e é maravilhoso.

“Você provavelmente deveria fazer mais uma, já que Jasper está aqui.
Ele pode comer uma de suas tortas sozinho.” Minha mãe diz, cortando a
alface e sem olhar para cima.

Eu também pensei a mesma coisa. Antes da distância começar a crescer


entre Jasper e eu, costumava sempre cozinhar para ele. Sei que minha torta
de cereja é sua favorita e é por isso que eu a fiz hoje. Sorrio, pensando em
como ele sempre foi meu provador para qualquer coisa nova que eu
quisesse experimentar na cozinha. Ele se sentava no balcão por horas
comigo enquanto eu cozinhava e quando era mais jovem, era ele quem
fazia as coisas que eu não deveria estar fazendo, como tirar os pratos do
forno ou cortar alguma coisa.

Ele agiu como meu próprio segurança pessoal na cozinha. Eu sinto falta
dessa época, mas tudo está mudando. Jasper já não vive aqui e as coisas
não são mais do jeito que costumavam ser. Eu não preciso mais dele para
cortar as maçãs para mim, não importando se eu gostaria disso ou não. Ele
tem coisas melhores a fazer nos dias de hoje e eu não sou uma parte de sua
vida agora.

“Talvez, mas nós fizemos uma panela gigante de almôndegas e também


tenho todos esses cookies. Nem tenho certeza se vamos chegar a comer a
torta.” Limpo as mãos no meu avental e percebo que consegui um monte
de manchas nele. Eu o tiro e pego outro na gaveta do fundo na cozinha.
Costumo trocar de avental várias vezes enquanto cozinho. É estranho, mas
eu adoro meus aventais e me pego fazendo isso só para que possa usar
cada um deles com mais frequência.

“Algumas das senhoras da cidade estavam me perguntando sobre seus


aventais. Elas queriam saber se você os está vendendo.” Diz mamãe,
enquanto começa a ralar o queijo para a salada.

Ando a sua volta e pego as travessas no armário para ela, colocando-as


ao seu lado.

“Eu estava meio que pensando nisso. Nicole sabe como projetar
websites e diz que poderia fazer um para mim se eu quiser. Eu gosto dessa
ideia mais do que a perspectiva de fazer tortas o tempo todo. Amo
cozinhar, mas leva muito tempo e precisa ser rigorosamente pontual. Com
os aventais, consigo fazê-los sempre e eu sempre posso mudar as coisas.”

“É isso que você quer fazer?” Eu dou de ombros. Estou me sentindo


perdida e eu não sei porquê.

“Eu adoro fazê-los. Realmente não tinha pensado em vender. Eu


gostaria. Além disso, seria bem flexível quando eu começar com as aulas
no outono. Posso escolher meu horário de trabalho.”

Sinto o olhar de minha mãe em mim, mesmo sem levantar meus olhos.
Deve ser uma daquelas coisas de mãe, que você pode olhar para o seu filho
e eles simplesmente sentem.

“Você não parece muito animada sobre a faculdade.”

Eu mantenho minhas mãos ocupadas, evitando seu olhar.

“Sendo honesta, não estou mesmo, mas achei que era isso que eu
deveria fazer a seguir”, admito.
Eu sempre fui bem na escola e até mesmo me formei entre os melhores
da minha classe, mas isso não quer dizer muito, já que nossa escola é bem
pequena. Embora eu me destacasse em sala de aula, não havia nada de
interessante o suficiente para me fazer querer continuar.

Olhando para cima, eu encontro com os olhos da minha mãe e vejo seu
sorriso suave de compreensão. O conforto é um alívio e eu relaxo meu
quadril contra o balcão.

“Você sabe que pode dar um tempo querida. Você é jovem e ainda tem
tempo para descobrir o que quer fazer. Talvez até mesmo tentar se
encontrar primeiro.”

“Eu não posso ficar aqui para sempre. Vou pensar em alguma coisa.”
Eu passo longe dela e volto até o fogão. Dou uma mexida no molho,
tentando manter meus pensamentos escondidos. Eu não quero que minha
mãe veja o quão instável estou me sentindo, porque ela vai se preocupar.
Quando eu olho para ela, minha mãe está olhando diretamente para mim e
seus olhos se estreitam. Ela se levanta da bancada onde estava trabalhando
e vem até mim.

“Querida, você pode ficar aqui para sempre. Você sabe disso, certo?
Diga-me você sabe disso?“

Posso ver que o que eu disse a chateou. Droga. Isso é o que eu estava
tentando não fazer. “Claro que eu sei mãe.”

Ela me puxa para um abraço e eu o retribuo. Algumas das minhas


preocupações vão para longe, enquanto seu abraço reconfortante me cerca.
Eu não sei como ela faz isso, mas estar perto de minha mãe sempre me faz
sentir melhor.

Eu não deveria ter dito isso a ela. Não quis que soasse como se eu fosse
obrigada a ir embora, mas sim que era tempo de começar a andar com
minhas próprias pernas. Minha mãe me teve muito cedo e seus próprios
pais tentaram convence-la a desistir de mim, mas ela não lhes deu ouvidos.
Ela sabia que queria ter aquele bebê, então ela foi embora e fez uma vida
para nós duas. Não tivemos nada extravagante, mas nunca nos faltou nada.
Nunca senti que não era amada. Minha mãe trabalhou duro. Então ela
conheceu Ned e ambos se apaixonaram imediatamente.

Ela passou toda a sua vida concentrando-se em mim e em ser a melhor


mãe que eu pudesse ter. Não quero que ela se preocupe mais comigo,
porque ela tem feito isso o suficiente. Eu quero que ela seja feliz e desejo
não fazer nada que possa ferir sua felicidade aqui. Esta família é tudo para
ela e não quero fazer nada que comprometa isso.

Ela segura meu rosto e esfrega seu nariz contra o meu. É algo que
consegue me fazer sorrir e que temos feito desde sempre.

“Estou morrendo de fome”, Ned diz, entrando pela porta de trás e indo
direto para minha mãe. É a mesma coisa que ele sempre faz quando a vê.
Ele a agarra e beija, e ela ri. Ela costumava corar e dizer-lhe para não fazer
isso na nossa frente, mas parou há muito tempo. Ele continua fazendo isso
de qualquer jeito. “Este cheiro é torta de cereja?“ Ele pergunta, colocando
minha mãe de volta em seus pés, mas não a deixando se afastar.

“Sim!” Respondo adicionando um pouco de alegria a minha voz,


tentando iluminar o meu humor. Coloco a tampa de volta na panela e
limpo as mãos no meu avental. "Deve estar pronta daqui a pouco. Na hora
certa para depois do jantar.”

Eu olho para o outro lado da sala onde Jasper está encostado na parede.
Olho para longe, incapaz de encontrar seus olhos. Meu rosto aquece
quando penso sobre a volta para casa na caminhonete. Como ele tinha me
tocado. Algo está mudando e eu posso sentir isso. Há algo diferente sobre
ele e sobre nós, mas eu não sei o que é.

Pego os pratos que estão sobre o balcão para arrumar a mesa,


precisando de um tempo e de alguma outra coisa para me focar. Que
droga! Isso parece estranho, muito estranho.
O telefone de Jasper começa a tocar e eu olho para trás, em sua direção,
incapaz de parar. Parece que nunca consigo resistir.

“Oi, Emily” ele diz ao telefone e eu paraliso imediatamente, todo o ar


deixando meus pulmões. “Sim, eu coloquei a sua bolsa perto da porta de
entrada. Você a esqueceu na sala de estar.” Ele pausa por um momento.
“Ok. Não esqueça de religar o alarme ao sair. Estarei fora por alguns dias.”
Outra pausa e todos nós o estamos encarando. Ele levanta uma das
sobrancelhas de forma interrogativa. Movo meus olhos dos dele e começo a
colocar a comida na mesa. “Parece bom para mim. Vejo você na próxima
semana” eu o ouço dizer.

“Quem é Emily?” Pergunta minha mãe quando Jasper termina a


ligação.

“Estou indo para o meu quarto me lavar antes do jantar” digo, fugindo
e meio que correndo pelas escadas. Meus olhos começam a arder e sei que
se alguém olhar para mim agora saberá que estou prestes a chorar.

Corro para meu quarto e, em seguida, para meu banheiro. Vou lavar o
rosto. Eu olho para mim mesma no espelho e tento respirar.

“Componha-se, Libby. Ele sempre estará na sua vida e algum dia vai
vê-lo com outra pessoa.” Minhas palavras oferecem um pouco de conforto.
Pela primeira vez, sinto como se não estivesse mais em casa. Tiro meu
avental e o jogo no cesto de roupas sujas. Ouço uma batidinha na porta e ao
abrir encontro minha mãe ali parada.

“Você está bem, baby? Você não parece estar se sentindo muito bem.”
Ela levanta a mão e toca minha testa.

“Não sei. Não estou sentindo fome. Acho que vou me deitar um pouco”
vejo um traço de desapontamento cruzar o rosto de mamãe, antes que ela
consiga esconder. Ela sempre fica tão animada quando todos estão em casa
e conseguimos comer juntos. Sei que estou sendo egoísta, mas não consigo
descer lá e ouvir Jasper falar sobre uma garota que ele está namorando.
Não estou pronta para isso ainda.

“Okay. Vou deixar um prato no microondas, caso você se sinta disposta


a comer mais tarde.”

“Obrigada, mamãe.” Ela me dá um beijo na bochecha e sai.

Fecho a porta do quarto, me inclinando contra ela por um longo


momento, antes de finalmente me afastar e colocar meu pijama. Rastejo
para a cama e não sei por quanto tempo vou ficar ali antes de conseguir
dormir.
6
LIBBY

Meus olhos se abrem de repente.

A sensação de que há alguém me observando me acorda. A luz do meu


banheiro derrama uma suave claridade para dentro do meu quarto e posso
ver a silhueta de Jasper em uma cadeira no canto. A visão me assusta e eu
rolo de lado, perguntando-me a quanto tempo ele está ali. A essa distância
e com tão pouca luminosidade, não consigo ver mais do que um esboço
seu.

“Ainda dorme com a luz acesa?” Ele indica a porta do banheiro. Sua
voz é baixa, mas consigo ouvi-lo.

“Não gosto de ficar sozinha no escuro.”

“Você não está sozinha.”

Ele se levanta e caminha um pouco em direção à luz. É então que vejo


que ele veste apenas calças de pijama de flanela. Ele caminha em direção ao
banheiro e desliga a luz. O quarto mergulha na escuridão e eu me sento na
cama. De repente, sinto sua mão quente na minha bochecha e não consigo
parar de me inclinar na direção dele. A escuridão faz com que me sinta
como se pudesse me esconder dentro dela. Me esconder com ele.

“Está se sentindo melhor? Mamãe ficou preocupada.” Diz ele e, em


seguida, faz uma pausa por um segundo. “Eu estava preocupado.”

“Quem é Emily?” Eu pergunto, ignorando seu questionamento. Sua


mão na minha bochecha para de se mover. Meu coração acelera. Eu não
deveria ter perguntado.
“Ela limpa a minha casa a cada duas semanas”, diz ele. “Ela estava
ligando porque deixou uma de suas bolsas de material de limpeza lá em
casa, da última vez que foi lá.”

“Oh!“ É tudo que eu consigo deixar escapar. Alívio inunda meu corpo e
o nó que se formou no meu estômago se desfaz. Eu odeio pensar na
possibilidade dele ter alguma namorada que vai tantas vezes em sua casa
que precisa levar uma bolsa para passar a noite. Eu não deveria me
importar, mas eu me importo. Eu sei que nunca poderemos ficar juntos,
mas ainda dói pensar. “Eu nunca estive na sua casa.”

Ouço ele soltar um suspiro e sinto-o sentar na cama.

“Você ficou incomodada de pensar que eu tinha uma namorada? Foi


isso que mamãe pensou. Que Emily fosse alguém com quem eu estivesse
saindo. Foi isso que você também pensou?”

“Sim” Eu sussurro, sentindo meu rosto quente. Mais uma vez, estou
grata pela escuridão.

“Eu odiei ver Owen tocar em você”, ele admite e eu fecho os olhos ao
ouvir suas palavras. “Eu odeio pensar em alguém tocando você.”

O ar entre nós está carregado, nossas confissões estão criando algo que
não estava entre nós antes.

“O que está acontecendo?” Eu sussurro, mas poderia muito bem ter


sido um grito, de tão tranquilo que o quarto está.

Sinto Jasper inclinar-se para perto de mim e eu espelho seu movimento.


Meu corpo tem uma mente própria, todo o pensamento racional me
abandonando. Ele sabe o que quer e minha cabeça não vai pará-lo. Isso não
é o que eu deveria fazer, mas não me importo. Todo esse tempo eu sempre
pensei que esses sentimentos fossem unilaterais, mas eu estava errada?
Será que Jasper olhava para mim mais do que apenas como uma irmã mais
nova? Eu não tinha certeza se isso era melhor ou pior. As coisas que ele me
disse em sua caminhonete, quando voltamos para casa, voltam à minha
mente e agora não parecem como se estivessem vindo de um irmão
protetor. Pareciam as palavras de um amante ciumento.

O silêncio a nossa volta está nos permitindo desnudar nossos segredos e


sentir a segurança para explorar os desejos mais obscuros. Fecho os olhos,
permito que os pensamentos e sentimentos que sempre tentei bloquear
ganhem vida. O desejo está crescendo dentro de mim e, por um momento,
eu me permito senti-lo.

Sinto sua mão vir para o meu rosto, virando-o na direção dele. Meus
olhos saltam abertos quando eu sinto sua respiração em meus lábios. Já
estou ajustada à escuridão agora, então posso ver seu rosto bem perto do
meu. Um pouco da luz da lua se infiltra através das cortinas e, de repente,
eu vejo o que está a minha frente.

“O que está acontecendo agora é algo que eu venho desejando a mais


tempo do que deveria.”

Ele sussurra a última parte, enquanto sua boca quente pousa na minha.
O beijo não é delicado como eu esperava. Não é cuidadoso ou cauteloso. É
intenso e faminto. Num piscar de olhos encontro-me retribuindo seu beijo
com a mesma urgência. Todos os anos dizendo a mim mesma que aquilo
era errado e que eu não deveria querer meu irmão deste jeito são postos de
lado enquanto o desejo assume. Inclino-me para ele com fervor, abro mais
minha boca para provar e inspirar tudo dele.

Minhas mãos circundam seu pescoço e ele me puxa para o seu colo.
Sinto suas mãos na minha bunda, deslizando por debaixo da camisola que
estou vestindo e eu gemo. Ele quebra o beijo de repente e sussurra contra
meus lábios.

“Shhh”.

Em seguida, seus lábios estão de volta nos meus, mas, desta vez, ele
empurra sua língua em minha boca. Eu posso provar o calor quando sua
língua toca na minha. A sensação é estranha e muito erótica. Quis isso por
tanto tempo e finalmente está acontecendo.

Ele devora minha boca e eu aceito o máximo que consigo. Quero


lembrar cada segundo disso, cada mínimo detalhe, já que talvez isso nunca
venha a se repetir. Este momento roubado no escuro que ninguém nunca
vai saber. Será nosso pequeno segredo. Um segredo que quando eu estiver
deitada sozinha no escuro outra vez, ficarei repetindo sem parar em minha
mente.

Aperto-me contra ele ainda mais, querendo ficar o mais próximo


possível, ignorando qualquer pensamento de que isso seja errado.
Aprofundo o beijo, escolhendo o desejo sobre a razão e movendo meu
corpo contra o dele. Preciso do atrito e minhas pernas envolvem sua
cintura. Aperto minhas coxas e me empurro para mais perto dele. Seu pau
está posicionado contra o meu núcleo e eu movimento a parte de baixo do
meu corpo contra ele. Os instintos assumem mais uma vez e todo o resto é
esquecido. Minha mente se desliga e eu permito que minhas necessidades
mais básicas me inundem.

Ele rosna contra minha boca e eu juro que o som vibra através de todo
meu corpo e vai direto para o local que eu mais preciso. Meu centro se
aperta e calor inunda minhas veias no momento em que meu corpo
explode com prazer. Afasto-me dos seus lábios e jogo minha cabeça para
trás. Deixo escapar um gemido, mas Jasper cobre minha boca com sua mão,
abafando o som que sou incapaz de esconder.

Deixo minha cabeça pender para frente e desfruto das sensações do


orgasmo martelando em minha pulsação. Cada parte de mim está viva e,
por um momento, eu sinto que estou em casa novamente. Os sentimentos
conturbados do início se foram e em seu lugar estão o conforto e o amor.

Lentamente, Jasper retira sua mão da minha boca. Sua respiração


pesada é o único som do ambiente.
“Oh meu Deus”, eu sussurro, quando a realidade se instala.

As mãos de Jasper deslizam para meus quadris sob a minha camisola


enquanto sua testa repousa sobre a minha.

“Não diga nada”, diz ele em voz baixa, com suas mãos deslizando pelas
minhas costas, me acariciando para cima e para baixo. Sua boca se move
para o meu rosto e ele coloca beijinhos lá. Eu não sei quanto tempo nós
ficamos assim, com suas mãos me acariciando. É como se ele não pudesse
parar de me tocar. A aspereza das palmas de suas mãos é tão boa na minha
pele, que me faz sentir preciosa e delicada sob seu toque. O silêncio em
torno de nós é pacífico e todos os pensamentos são mantidos guardados.

Cedo demais ele nos move de volta para a cama. Fico preocupada que
ele vá me afastar. Pelo contrário, ele me segura apertado e deita comigo por
cima dele. Quando nos acomodamos nesta posição, a mão dele volta a me
acariciar por baixo da camisola, para cima e para baixo.

Tento lutar contra o sono, não querendo que o amanhã chegue. Sob a
luz, tudo o que fizemos vai parecer sujo e errado. Quero me segurar a este
momento perfeito e não perder esta sensação, mas não tem jeito de evitar.
Ao amanhecer, vamos perceber o que isso pode fazer a nossa família e aos
nossos pais, a quem tanto amamos. Como Jasper vai estar amanhã? Não
quero enfrentar nada disso. Só quero ficar assim deitada para sempre. Mas
suas carícias são tão suaves e seu cheiro enche meus pulmões de uma
forma tão reconfortante, que não consigo lutar contra e acabo sucumbindo
ao sono.
7
JASPER

“Oh, porra!” Eu gemo baixinho, enquanto sua boca rodeia meu pau.
Sua língua quente e úmida está circulando a cabeça bulbosa e eu aperto seu
cabelo macio e sedoso mais apertado enquanto meto para dentro. Sinto que
bati no fundo de sua garganta, mas ela não faz qualquer som. Apenas
engole em volta do meu comprimento, dizendo-me que ela quer minha
porra lá. Ela me quer dentro de seu corpo e eu aceito, deixando-a ter o que
quiser de mim.

Aperto meus olhos e descanso minha cabeça contra o azulejo frio do


chuveiro, deixando meu orgasmo rolar através de mim. Eu libero o meu
pau e vejo a última gota de minha ejaculação ir pelo ralo, enquanto minha
fantasia se dissolve na água derramando sobre mim e se transforma em
vergonha.

Não posso acreditar que eu fui ao quarto dela ontem à noite e tento
afastar os pensamentos do que fiz com ela, mas eles continuam voltando e
meu pau está endurecendo outra vez, minha primeira tentativa de
liberação foi inútil.

Entrei para ver como ela estava depois de mamãe dizer que ela não
estava bem. Mas quando cheguei lá, fiquei ao lado de sua cama e vi seu
sono. Depois de um tempo, eu fui para a cadeira no canto de seu quarto e
fiquei lá sentado, incapaz de deixá-la. Eu tinha passado tanto tempo
tentando mantê-la afastada, com medo do que eu poderia fazer se ela
ficasse muito perto, então eu queria aproveitar o momento. Bastava ficar
vendo ela ali, sem ter que se preocupar com nada, sentindo-me calmo em
tê-la perto.
Meu olhar traçou cada polegada de sua pele exposta, memorizou cada
curva. A suavidade de seu rosto e a forma como a luz a atingia. A pele
pálida e cremosa de sua coxa que estava saindo debaixo das cobertas. A
pequena marca de nascença em forma de morango, na parte interna da
coxa, que eu via quando ela usava trajes de banho. Eu sentei lá e me
lembrei de como sonhei com o gosto que teria, como seria a sensação de
tocar aquele ponto e se ela roçava os dedos sobre ele quando ela colocava
as mãos entre suas pernas para tocar a si mesma.

Gravei a imagem dela em meu cérebro até que ela acordou, sentindo
meus olhos sobre ela. Eu deveria ter saído naquele momento, mas eu era
fraco. Olhando para ela por tanto tempo havia quebrado minha resistência
e eu não podia afastar-me dela. Então, ao invés de fazer o que deveria ter
feito e o que ela merecia, apaguei a luz. Eu não queria ver o olhar no seu
rosto enquanto eu a tocava. Não queria enfrentar a rejeição às claras. Eu
sabia o que ia fazer a partir do momento em que entrei no quarto e não
podia suportar o olhar no seu rosto quando finalmente comecei a agir. Eu
sei que minha irmã me ama, mas ela ainda é minha irmã e o que eu queria
fazer com ela estava longe de ser inocente.

“Irmã de criação”, eu digo com os dentes cerrados, desligando o


chuveiro e pegando minha toalha.

Revivo tudo em minha mente enquanto me seco e ando no meu quarto.


Checo se a porta está trancada e me deito nu na cama, pegando o óleo de
bebê na mesa de cabeceira.

Coloco um pouco na minha mão e rezo para que mais um orgasmo seja
suficiente para passar o dia. Uma vez que ficar sozinho esta noite, posso
fazê-lo novamente, mas eu preciso dar um jeito de manter meu pau sob
controle até lá ou eu vou atrás dela novamente. Estaria mentindo se eu
dissesse que já não pensei em todos os lugares desta casa que eu pudesse
agarrá-la. Roubar alguns momentos sem ninguém saber.
Acariciando meu pau, eu fecho os olhos com força e penso na sua
bucetinha esfregando-se contra meu membro. Na necessidade dela por
mim, coisa que eu não tinha esperado. Como ela choramingou e como meu
pau deixou minha irmãzinha no êxtase. Eu deveria ter vergonha destes
pensamentos, mas, de alguma forma, eles me deixam ainda mais duro.
Meu eixo cresce com necessidade como se eu não tivesse acabado de me
masturbar no chuveiro. Uso a minha outra mão para esfregar minhas bolas
enquanto me lembro do nosso beijo e de quão perfeito aquilo parecia ser.
Seus lábios inchados, tão macios contra os meus, como sua língua tinha
gosto de açúcar mascavo.

Ela adormeceu em cima de mim, mas eu sequer fechei os olhos. Eu


acariciei seu corpo suave como faria com um gatinho e ela ronronou sobre
mim. A sensação de sua pele macia tão familiar, mas ainda tão estranha e
desconhecida. Meu pau duro descansava contra o meu estômago e sua
bucetinha coberta pela calcinha, pressionava o seu topo enquanto ela
dormia. Tudo o que eu queria fazer era empurrar a calcinha de lado e
deslizar em sua umidade. Tomar aquilo que sempre considerei como meu,
mesmo que não pudesse ter. Eu sabia que não poderia tirar proveito dela
assim e entrar naquela pequena e doce buceta não é algo que nós
poderíamos voltar atrás.

Talvez pudéssemos ter isso, nossas pequenas pegações secretas. Alguns


irmãos não trocam carícias como experimentação quando pequenos? Seria
tão diferente? Só que não somos crianças pequenas e meus sentimentos por
ela são bem mais profundos. Não é um sentimento fraternal, mas talvez
nós pudéssemos ter nossos momentos no escuro e nunca dizer uma palavra
sobre isso. Poderia ser à minha maneira de tocá-la, sem deixar que chegue
muito longe.

Aperto mais forte o meu pau, pensando na maneira como seu corpo
tremia quando ela gozou em meus braços. Como precisei cobrir sua boca
com minha mão para não sermos pegos e sobre o quanto esse pensamento
me excitou.
E se nossos pais nos pegassem no meio da diversão? Eu ficaria aliviado
por finalmente esclarecer as coisas? Ou será que o horror de Libby ao ser
flagrada seria como um balde de água fria no momento? Ou mesmo, será
que ela sabia o que estava fazendo na noite passada?

Eu escapei esta manhã porque eu não queria deixá-la desconfortável,


mas se for mesmo honesto, fiz isso para não ter que ver o olhar de tristeza
no rosto dela. Não consigo suportar a ideia dela não me querer do jeito que
eu a quero, mesmo que não possamos ficar juntos.

Dando outra espremida no meu pau, eu foco no momento que


compartilhamos e na sensação que foi ter as suas curvas pressionadas
contra mim. Depois de tantos anos querendo abraçar Libby, finalmente fui
capaz de realizar esse sonho. Sinto o gozo se aproximando e sei que vou
explodir a qualquer momento. Lambo meus lábios e sussurro seu nome, no
momento que gozo na minha mão. Continuo esfregando durante o
orgasmo, até que o prazer se transforma em dor.

É só então que o pulsar do orgasmo em meus ouvidos passa e ouço um


pequeno suspiro. Levanto a cabeça para ver Libby de pé na porta do meu
quarto.

Seu cabelo está uma bagunça do sono e sua camisola está caindo de
lado em um dos ombros, expondo sua pele macia e cremosa. Seus olhos
estão arregalados de choque, suas bochechas estão vermelhas e brilhantes,
enquanto ela observa a bagunça que eu aprontei só de pensar nela.

Abro minha boca para dizer alguma coisa, congelado no lugar com o
olhar dela, mas a voz de nossa mãe me interrompe e nos tira de nosso
transe.

“Libby, Jasper, café da manhã” ela grita lá de baixo.

“Baby” eu digo, mas ela me corta.

“Sinto muito”, diz ela antes de fechar a porta silenciosamente.


Salto para fora da cama e vou ao banheiro me limpar. Rapidamente dou
um jeito nas coisas, visto um jeans e uma camisa antes de ir para o quarto
dela. Quero tentar falar com ela antes de descer. Talvez pedir desculpas
pelo que aconteceu ontem à noite e explicar que embora eu não me
arrependa, isso não pode acontecer novamente, mas quando vejo, a porta
de Libby está aberta, eu sei que ela já está na cozinha e não há nenhuma
maneira de falar com ela agora.

“Foda-se” eu reclamo para mim mesmo antes de ir para a cozinha com


a minha família. Tenho certeza de que isso não vai ser nem um pouco
esquisito.
8
LIBBY

Sentada na varanda, observo Ned e mamãe partindo em direção à


entrada de automóveis. A sensação de medo se instala no meu estômago
porque eu sei o que está por vir. Pude ver no rosto de Jasper durante a
maior parte da manhã. Ele quer conversar e eu quero evitar isso. Agora não
estou pronta para enfrentar o que está vindo, talvez nunca esteja. Eu
gostaria de não ter fechado os olhos na noite passada e adormecido. Então
poderia ter absorvido mais alguns instantes antes de tudo desabar.

Tentei me manter ocupada fazendo tortas para levar para o jantar, mas,
eventualmente, os ingredientes acabaram. O tempo todo, Jasper ficou
sentado na bancada da cozinha me observando. Mamãe se ofereceu para
buscar mais ingredientes enquanto ela e Ned iam às lojas de antiguidades
na cidade. Então Ned sugeriu que poderiam ir ver um filme e eles
resolveram ter um encontro. Isso significava horas sozinha com Jasper.

Há alguns dias atrás eu teria ficado feliz com isso. Provavelmente


porque ele vinha me evitando antes, mas agora não quero mais continuar
assim, a não ser que eu conte o fato de ter acordado sozinha.

A primeira coisa que pensei hoje de manhã foi em encontrá-lo. Ainda


sonolenta, achei que a noite passada tivesse sido um sonho. Tropecei até o
quarto dele apenas para encontrá-lo se tocando e meu nome escapando de
seus lábios enquanto ele gozava por toda sua barriga. Fiquei me
perguntando quantas vezes ele já tinha feito isso antes. Deitado na cama,
pensando em mim, do mesmo jeito que eu penso nele quando me toco. A
visão foi incrivelmente erótica e, como sempre, quando se trata de Jasper, a
realidade voltou à tona quando mamãe nos chamou. Sai correndo do
quarto como uma menininha envergonhada.
Ouço o ranger das tábuas da frente da varanda com os passos de Jasper,
quando ele vem sentar ao meu lado. Suas pernas são tão longas que ele
precisa descansar os pés dois degraus abaixo de nós. Ficamos sentados em
silêncio e eu desejo que pudesse me reclinar contra ele. Quero descansar
minha cabeça nele, como eu fazia quando éramos crianças, mas continuo
olhando para frente, sentindo seus olhos em mim.

“Eu estava pensando em você esta manhã”, ele finalmente diz,


quebrando o silêncio. Meu rosto aquece. Não há escuridão para me
esconder agora. O sol está brilhando e iluminando tudo. “Droga, eu estou
sempre pensando em você, Libby.”

Dou uma olhada na direção dele e seus olhos azuis parecem ainda mais
escuros. Mais tristes.

“Você não consegue ficar perto de mim a maior parte do tempo”, eu


retruco. Sei que ele está me evitando. Pensei que era porque eu o aborrecia,
mas agora as coisas não são tão claras quanto eu pensava que eram. Sou a
menina bobinha que deseja o cara mais velho e ele não a vê como nada
mais que uma criança, mas está tudo uma bagunça e estou tentando juntar
as peças. Ele deixa escapar uma risada sem humor.

“Não há nada que eu queira tanto nesse maldito mundo, como ficar
perto de você, querida.”

Sua mandíbula está apertada e suas mãos estão em forma de punhos


em seu colo, como se ele estivesse se esforçando para não me tocar.

“Eu também”, admito.

Sua boca se abre ligeiramente, enquanto suas mãos se estendem para


me agarrar. Fico de pé rapidamente, sem me esquivar de seu toque. Ele faz
o mesmo, com os olhos fixos em mim. Aquela tristeza de antes,
desapareceu. Tudo que ficou agora é fome.
“Eu tenho me segurado, achando que você não me queria. Que você-”,
ele aponta o dedo para mim “-só me via como seu irmão mais velho” ele
conclui, como se pudesse ler minha mente. “Nem pensei que namoro ou
outros homens estivessem na sua cabeça até que papai me ligou, na última
vez. Não pude deixar de vir até aqui e dar uma olhada em você. Queria
saber que tipo de homem te interessava. Queria saber quem era o filho da
puta que finalmente chamou sua atenção.”

Eu não sei do que ele está falando. Eu não estava namorando e não sei
porque Ned lhe diria isso. Houve alguma pressão da minha mãe sobre isso,
ela perguntando o que eu achava sobre namorar, mas foi só isso. Apenas
alguns comentários dela, mas nada específico.

“Eu só quero você, Jasper.” Ele dá um passo em minha direção e eu


recuo, dando um passo para trás, colocando minhas mãos para cima. Ele
não pode me tocar. Se ele me tocar, vai ser como na noite passada mais
uma vez. Vou derreter e, provavelmente, nunca o deixarei ir. Vejo flashes
de dor em seu rosto com o meu recuo. “Minha mãe.”

Forço as palavras, porque sei que ele também ama minha mãe. A mãe
de Jasper foi embora quando percebeu que engravidar de Ned não iria lhe
garantir um lugar para morar com ele. Seu plano havia falhado e ela
deixou a cidade, sem nunca mais procurar por Ned ou Jasper. Minha mãe
era a única mãe que Jasper já conhecera. A única mulher que Ned já havia
trazido para perto dele e sei que ela significa tanto para ele quanto significa
para mim. É difícil não amar mamãe. Ela não lhe dá outra opção, a não ser
amá-la. Ela fará qualquer coisa por você e eu não quero ferir a única coisa
que realmente importa para ela, no mundo todo: sua família. E é isso que
Jasper e eu estamos fazendo.

“Nossa mãe” me corrijo. “Nós poderíamos destruir esta família e eu sei


que isso importa muito para você. Tanto quanto para mim.”

“Mas você me quer. Você só não vai ficar comigo por causa de nossos
pais?” Ele pergunta e dá mais um passo em minha direção. Recuo ainda
mais, até que minhas costas se encontram contra a parede e ele se
aproxima, me enjaulando. Plantando suas mãos ao lado da minha cabeça
enquanto se inclina para baixo, aproximando-se ainda mais. Olho para ele,
sem saber o que dizer. “Diga” pressiona ele. “Diga que me quer.”

“Jasper, você realmente não sabe? Como pode não saber? Eu persegui
você por todo lado até que se afastou de mim.”

“Eu fiquei longe de você, porque sabia o quanto te queria. Sabia que se
chegasse perto demais, coisas como a noite passada iriam acontecer, mas
agora...”

“Nada mudou”, eu digo, interrompendo. “A não ser para pior.” Posso


ver a esperança em seus olhos. Que podemos realmente fazer isso, mas nós
não podemos. Imploro a ele. “Saber que isto não é unilateral só faz doer
mais.”

Eu estou tentando fazer com que ele entenda o quanto isso vai ser
doloroso. Que agora nós dois precisaremos seguir em frente, mesmo
sabendo que o outro se sente da mesma forma. Minha mão vai para seu
peito e se agarra em sua camisa. Eu não quero abrir mão e ao mesmo
tempo, estou dizendo que não podemos continuar com isso.

Um meio sorriso se abre nos seus lábios perfeitos e carnudos e me


lembro do que senti na noite passada. Eu quero aqueles lábios em mim
novamente. Talvez a gente possa ter só mais um momento, porque acabar
com tudo vai doer muito.

“Então diga para eu parar”, ele diz simplesmente, inclinando-se


enquanto sua boa se aproxima da minha.

Eu não digo nada. Ao invés disso, deixo meu corpo assumir, como
aconteceu no escuro, e eu fico na ponta dos pés, acabando com a distância
entre nós. Meus dedos soltam sua camisa e eu deslizo minha mão ao redor
de seu pescoço, puxando-o para mais perto.
Meus pés deixam o chão, e eu sei que estamos nos movendo, mas meus
olhos se fecham e me perco em Jasper. Perco-me em todas as coisas que
sempre quis. Ele me dá a sensação de estar em casa, como se estivesse
exatamente onde eu sempre quis. Hoje de manhã, quando me vi sozinha na
cama, esta sensação de pertencimento havia ido embora. E agora, mais do
que nunca, eu a quero de volta. Talvez nós possamos roubar mais um
tempinho. Ninguém precisa saber.
9
JASPER

Aperto a bunda de Libby, carregando-a para fora de casa, pela porta


traseira. Eu tenho que quebrar o nosso beijo por um segundo para
encontrar a maçaneta e ela olha para o que estou fazendo.

“Onde estamos indo?”

“Para o celeiro”, eu digo, agarrando suas nádegas mais forte, pisando


duro pelo quintal e pelo campo afora.

“Por que estamos indo lá fora?”

Seu hálito doce bate no meu pescoço e sinto seus lábios macios me
beijando ali, enquanto eu ando tão rápido quanto posso.

“Porque eu sonhei com isso desde sempre e é um bom lugar para ver o
entorno, no caso de mamãe e papai voltarem mais cedo. Podemos dizer
que fomos alimentar os cavalos.”

Suas coxas apertam meus quadris, mas ela se inclina para trás e seus
olhos verdes estão arregalados de nervoso.

“Jasper, eu nunca...” Ela para e tenta novamente. “Quer dizer, eu sou


virgem. Não sei o que você quer fazer, mas eu não sou experiente.”

“Pare de falar, querida. Eu já estou muito duro para ficar ouvindo você
falar dessa sua buceta virgem. Só me deixe te levar até o celeiro e então eu
conseguirei pensar.”

Meu pau pulsa entre nós e tenho que apertar forte meus dentes para
não gozar nas minhas calças. Foda-se, eu não consigo pensar direito. Libby
me quer. Ela me quer da mesma maneira que eu a quero e nós dois fomos
nos distanciando porque achamos que isso poderia ferir nossos pais.

Eu sei que eles nos amam e querem que sejamos felizes. O que Libby e
eu sentimos, não é algo fugaz que vai desaparecer em uma semana, um
mês, ou até mesmo em cinquenta anos. Eu amo Libby desde o momento
em que nos conhecemos e nunca parei para pensar em como seria com
outra pessoa.

Chegando ao celeiro, ando pelas baias de cavalo e vou para o lugar no


final, onde ficam todos os equipamentos de equitação. Pego um cobertor e
vou em direção às escadas que levam ao topo. Seguro a escada com uma
das mãos, enquanto com a outra continuo carregando-a. Sinto as mãos dela
correndo por meus músculos durante o processo. Dou graças a Deus que
eu estou em boa forma agora, porque ela parece apreciar o esforço.

Saindo para o sótão, eu olho em volta e vejo a área perfeita. Há fardos


de feno espalhados ao redor de nós e há uma grande abertura que oferece
uma visão diretamente da casa. Daqui eu posso ver se alguém está
chegando, mas eles não seriam capazes de nos ver, a não ser que estejam a
poucos passos de distância. Coloco Libby no chão e caminho até a pilha de
fardos, ajeitando-os para formar uma grande cama king-size. Desdobro o
cobertor de lã grossa e estendo em cima do feno. O cheiro fresco de outono
e roupas de cama limpas enchendo o espaço.

Depois, pego a mão de Libby e a puxo para mim, trazendo seu corpo
perto do meu. Eu escovo meus dedos através de seu cabelo escuro e olho
em seus belos olhos verdes. Estamos em silêncio por um momento, apenas
olhando um para o outro, antes de falar.

“Você é tão bonita. Você sabe que eu te amo, não é querida?”

Ela morde o lábio e concorda, um rubor se alastrando por suas


bochechas.
“Eu te amo como minha irmã, mas eu te amo mais do que isso, também.
É mais profundo para mim. Isso aqui-”, eu a seguro apertado contra mim
para enfatizar o que quero dizer, “-não vai terminar. Nós vamos descobrir
uma maneira de fazer isso e dar um jeito de fazer mamãe e papai
entenderem, mas você é minha e nada vai mudar isso. Agora ou nunca.”

“Mas, Jasper...”

“Não. Você vai me deixar cuidar disso. Eu vou cuidar de tudo.” Dou-
lhe um beijo suave nos lábios para aliviar a dor de ser interrompido. “A
coisa mais importante é que você me ama do jeito que eu te amo, certo?”

Ela balança a cabeça, mas eu espero, querendo ouvir as palavras.

“Sim, eu amo você, Jasper. Por mais que eu tenha tentado negar, estive
apaixonada por você como mais do que um irmão desde que consigo me
lembrar.”

“E eu sou o único que você quer?”

“O único que eu sempre quis”, admite ela, envolvendo os braços em


volta da minha cintura.

“Então eu vou cuidar do resto. A única coisa que importa é que você e
eu estamos juntos. O resto são apenas detalhes e não há necessidade de se
preocupar com isso neste exato momento. Temos muito tempo para
descobrir como fazer isso.”

Ela sorri para mim e eu posso ver um pouco da tensão deixar seu corpo.
Dou-lhe outro beijo suave, mas em vez de recuar, eu aprofundo,
deslizando minha língua em sua boca e tomando tudo. Ela tem um gosto
bom para caralho e antes mesmo de perceber, estou andando com ela até o
cobertor e deitando sobre ele.

“Fique nua para mim. Deixa eu te ver toda” eu peço, movendo minha
boca até seu pescoço e apertando seu quadril.
Ela se atrapalha com os botões de sua camisa por um segundo, antes de
finalmente tirá-la pelos ombros. Espero ela tomar fôlego e acalmar seus
nervos porque a quero tão excitada quanto possível, antes que eu coloque
minha boca na sua buceta.

Minhas mãos vão para o cós do seu short e olho para seus olhos. Ela
acena em consentimento, eu o desabotoo e deslizo para baixo, junto com
sua calcinha de algodão, ficando em pé, quando termino, para contempla-
la. Sua camisa está aberta, mostrando os seios nus e meus olhos devoram
cada centímetro de seu corpo descoberto, enquanto viajam para baixo até
sua vagina. Suas pernas estão fechadas, assim não posso ver sua buceta
completamente, mas sorrio para ela. Ela é ainda mais perfeita do que eu
imaginava.

“Mostre para mim, querida. Esperei tanto tempo para ver. Me mostre
essa doce bucetinha virgem, irmãzinha, porque quero lamber e depois
quero come-la.”

Eu vejo o olhar de desejo queimando em seus olhos enquanto ela lambe


os lábios e, em seguida, lentamente começa a se mover. O rubor de suas
bochechas foi para seus peitos e seus mamilos cor de rosa estão duros como
pedra. Ela abre um pouco os joelhos e, lentamente, deixa suas pernas
caírem abertas, revelando seu clitóris que parece estar implorando por
minha boca. Mas eu não faço nenhum movimento ainda. Fico ali, apenas
admirando toda aquela perfeição deitada diante de mim.

Sua pele pálida contra o cobertor escuro, o cabelo espalhado a sua volta.
Ela é a coisa mais linda que eu já vi e não consigo desviar o olhar. Meus
olhos vagueiam pelo seu corpo e eu caio de joelhos, lambendo meus lábios,
precisando desesperadamente provar sua pequena buceta rosada.

“Você é minha, Libby. E uma vez que eu tiver sua buceta na minha
língua, nada vai mudar isso.” Não que já tenha mudado antes.
Com meus lábios, cubro sua buceta doce e dou-lhe uma longa lambida.
Seu sabor faz com que eu salive, precisando de mais. Trago meu rosto mais
para baixo, roçando os lábios de sua buceta com meu nariz, querendo o
cheiro dela em mim. Querendo sua marca em mim. Minha língua
mergulha em sua abertura virgem, provando o sabor de sua inocência que
ainda precisa ser deflorada.

“Foda-se. Não consigo mais esperar para estar dentro de você. Eu quase
não consigo inserir minha língua aqui.”

“Jasper, por favor, não me provoque.”

“Você pode fazer o barulho que quiser aqui, querida. Ninguém vai nos
ouvir. Você pode ficar quietinha hoje à noite, quando eu me esgueirar para
dentro do seu quarto. Com certeza eu vou querer repetir a dose. Quero
você me chupando e depois eu quero te segurar durante seu sono.”

“Oh Deus, isso parece tão sujo.”

“E é sujo. E é por isso que sua bucetinha gosta. Mas lembre-se, esta
noite, quando eu estiver aí dentro, você vai ter que ficar quieta. Não
queremos que papai te ouça. A partir de agora eu serei seu Daddy8 e seus
gemidos são apenas para mim.”

Eu coloco minha boca em sua buceta novamente e, desta vez, chupo


seus clitóris ao mesmo tempo em que minha língua o balança. Ela aperta
seus dedos em meus cabelos e deixa escapar um grito enquanto seu corpo
tenciona e ela me dá o que eu quero. Sua vagina deixa vazar seus doces
fluidos e eu os espalho. Observo o pulsar de sua buceta com a força de seu
orgasmo. Ela se remexe e sua buceta se aperta como se estivesse
procurando algo para agarrar e eu estou mais do que pronto para lhe dar
algo para preenchê-la.

8A autora quis fazer um trocadilho pois Daddy tanto é pai/papai, como pode ser um amante, ou seja,
é um termo de afeto
Ela se senta e eu me endireito para conectar nossos lábios. O sabor da
sua buceta na minha boca, enquanto ela me beija, só me deixa ainda mais
duro. Minhas mãos vão para seus mamilos, beliscando os bicos duros e a
mão dela se dirige para meu jeans, lutando com meu cinto. Eu ajudo a
puxar meu pau para fora e ela o acaricia para baixo e para cima. A sensação
de sua mão no meu pau é o suficiente para me fazer deixar escapar
algumas gotas na palma de suas mãos. Eu me inclino um pouco para
frente e a umidade da sua buceta roça na ponta do meu membro, o que faz
nós dois gemermos. A sensação é boa para caralho e eu não vou durar mais
de sete segundos.

Mas nada disso importa, porque ao olhar para cima, eu sei que alguém
nos viu. E não só alguém nos viu, como também está vindo em nossa
direção.

“Droga!”, eu amaldiçoo, agarrando o cobertor e jogando-o sobre o


corpo nu de Libby. “Owen nos viu e ele está vindo para cá.”
10
LIBBY

Ajeitando-se, Jasper guarda seu pau dentro de suas calças, antes de


pegar meu short e o empurrar pelas minhas pernas. Ele está me ajudando a
me vestir, enquanto abotoo minha camisa novamente. Um dos momentos
mais incríveis de nossa vida nos foi tirado. Como sempre, o mundo exterior
está nos lembrando de que não podemos ficar juntos.

“Merda”, murmuro para mim mesma.

Jasper abotoa meu short antes de se inclinar e depositar um beijo em


meus lábios.

“Vou dar um jeito nisso, baby. Fique aqui.” Ele se vira e salta para
baixo, ignorando a escada e deixando-me sozinha, com o pânico tomando
conta. O que Owen viu? Por que diabos ele está aqui? Deus, é como se o
universo estivesse contra nós.

“O que você está fazendo aqui, Bishop?” Ouço Jasper rispidamente


questionar.

“Estou procurando por Libby Bell.” Owen usa o nome pelo qual sou
conhecida na escola.

“Ela está ocupada.” Jasper rosna e eu sei que as coisas estão prestes a
ficar ruins. Certifico-me de que minhas roupas estão em ordem antes de
aparecer.

“Hey!” Coloco um sorriso extra largo, tentando parecer tranquila. Os


olhos de Owen se voltam para mim. Os resquícios do soco que ele levou
ainda estão em seu rosto. Eu dou um aceno nervoso e estúpido quando os
dois olham na minha direção e me pergunto se Owen sabe o que estávamos
fazendo.

“Libby.” Owen acena para mim. Eu me viro e faço meu caminho


através da escada.

“Olhos em mim, seu cara de bosta”, ouço Jasper rosnando. Ele está
começando a soar mais como um amante ciumento do que um irmão super
protetor e me pergunto se Owen está percebendo isso também. Olho sobre
meu ombro enquanto vou descendo a escada, vendo quando Owen tira os
olhos da minha bunda e se volta para Jasper.

Suas sobrancelhas arqueiam e posso ver quando ele percebe o que está
acontecendo, pois Owen começa a sacudir a cabeça.

“Entendo. Você não quer que ninguém toque sua irmã, porque esse é o
seu trabalho. É isso que vocês dois estão fazendo aqui? Vindo para o celeiro
para transarem sem que ninguém possa ouvi-los? Eu acho que você queria
mantê-la como um segredinho sujo.”

Meu rosto queima, mas Jasper está voando em Owen, envolvendo sua
mão em torno da garganta dele e pressionando-o contra a lateral do celeiro.
Dou um grito.

Corro na direção deles, agarrando um braço de Jasper e tentando afastá-


lo, mas o meu esforço é inútil. Jasper sempre foi um cara grande.
Provavelmente, o maior que eu já vi fora da TV e não há nenhuma maneira
de ter força para detê-lo.

“Ela não é a porra de um segredo. Eu não me importo quem sabe. Na


verdade, vá em frente e espalhe a fofoca, porra. Ela é minha. Sempre foi e
sempre será.”

“Não, pare”, eu imploro, puxando Jasper. Ele não pode dizer isso. Eu
quero nossos pequenos momentos roubados juntos antes de tudo desabar
ao nosso redor. Eu não tive o suficiente dele ainda. Preciso de mais e eu sei
que se todo mundo descobrir, não vou ser capaz de tê-los. Nada jamais
será o mesmo depois que as pessoas descobrirem e não estou pronta para
desistir disso.

Mas Jasper não para. Ele só parece estar ficando mais louco e o rosto de
Owen está começando a mudar de cor.

“Por favor, Jasper. Meu amor. Você está me assustando.” Seus olhos se
movem para mim, olhando para onde estou de pé e puxando-o pelo braço.
É como se ele só agora percebesse que estou tentando pará-lo. Ele deixa
escapar um suspiro e depois olha de volta para Owen antes de liberá-lo.
Owen se inclina para frente, em busca de ar.

“Owen. Sinto muito. Isso ficou fora de controle. Jasper não quis dizer o
que ele disse.” Eu tento acalmar todo mundo.

“Eu quis sim” Ele rosna e move-se de volta na direção de Owen, mas eu
fico entre eles.

Eu posso sentir a raiva pulsando de Jasper, enquanto ele envolve um


braço em volta de mim em um gesto possessivo. Não há nada fraterno na
maneira como ele está demonstrando sua reivindicação. Owen olha para
mim, de sua posição dobrada, e nossos olhos se conectam. Um olhar que eu
não consigo decifrar se passa pelo seu rosto. Em seguida, um meio sorriso
surge em seus lábios quando ele vem para uma posição ereta.

“Vejo você por aí, Libby Bell”, Owen diz, enquanto se afasta.

Jasper se remexe contra mim, querendo se soltar, mas mantenho uma


pressão apertada nos braços que ele tem em torno de mim, enquanto
vemos Owen pegar o chapéu do chão. Ele se dirige a porta do celeiro sem
olhar para trás e um arrepio de pavor corre pela minha espinha.

Eu não sei quanto tempo ficamos lá, comigo congelada no lugar e Jasper
com um braço em volta de mim, me segurando em um aperto de morte,
claramente pensando que ele pode ir atrás de Owen, mas, eventualmente,
saímos dessa. Eu libero o meu domínio sobre ele, mas Jasper não faz o
mesmo. Tenho que me empurrar para me libertar de seu aperto e eu olho
para ele para ver que ainda está chateado.

“Eu não acredito que você fez isso.” Balanço minha cabeça, um caroço
se formando na minha garganta.

“Logo todos iriam saber de qualquer forma”, ele range, mas seu rosto
suaviza quando ele vê as lágrimas que estou tentando segurar.

“Isso vai nos separar!” Eu grito.

Por um momento, concordo que ele está certo. Que talvez pudéssemos
ter todos os nossos momentos especiais juntos em segredo e seria o
suficiente. Ou, pelo menos, aproveitar tantos quanto conseguíssemos, antes
de tudo vir à tona, mas agora não podemos nem mesmo ter esse pedacinho
de felicidade. Tudo nos foi tirado e eu estou arrasada. A fofoca vai se
espalhar como fogo numa cidade tão pequena quanto a nossa. Todo
mundo vai saber, incluindo nossos pais. Não tenho a menor ideia do que
dizer a eles para explicar o que aconteceu.

“Baby, eu disse que ia cuidar de tudo.” Ele estende a mão, tocando


minha bochecha, a suavidade e doçura do gesto só me faz querer chorar
mais. Estou perto de perdê-lo, perder tudo o que sempre quis. Viro-me e
quebro seu domínio sobre mim, correndo de volta para casa o mais rápido
que consigo. Escancaro a porta e vou direto até as escadas para o meu
quarto. Eu bato a porta fechada, trancando-a atrás de mim.

Alguns segundos mais tarde, ouço os passos de Jasper subindo as


escadas.

“Estou cansado de você fugindo de mim, Libby. Você foge e eu vou


atrás a partir de agora, prometo-lhe isso. Não posso deixar isso para lá e me
recuso a deixar você ir. Não quando eu sei que você quer isto também.” Ele
diz tudo isso parado do outro lado da porta, sem fazer qualquer outro
movimento.
Deus, eu quero. Eu o quero tanto que dói. Eu o amo muito, assim como
minha família. Talvez por isso, sinta como se estivesse sendo dividida ao
meio.

Fico encostada na porta, sem saber o que dizer. Tudo isso está
acontecendo tão rápido. Em um dia, pensava que ele nem sabia que eu
existia. No outro, ele está reclamando seus direitos sobre mim. Minha
mente não consegue acompanhar.

Eu vejo a luz do meu telefone piscar e vou para longe da porta,


perguntando-me se a fofoca já está se espalhando, mas fico surpresa
quando vejo que é um texto de Owen.

Owen: Encontre-me no lago.

Eu: Por quê?

Eu sinto como se meu coração fosse pular para fora do meu peito.

Owen: Talvez eu possa manter o seu pequeno segredo.

Um raio de esperança fluí através de mim. Sei que Jasper e eu nunca


poderemos ficar juntos, mas talvez se não formos expostos, eu possa curtir
nossos momentos secretos juntos, mesmo que seja por um curto período de
tempo. É melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado. Certo? O
velho ditado ressoa dentro da minha cabeça.

Eu: Ok.

Eu pego as chaves do meu VW e abro a janela do meu quarto.

“Libby, abra a porta ou eu vou entrar. Não ache que isso vai me
impedir de chegar até você. Nada vai.” Eu posso ouvir a promessa em sua
voz, mas também sei que ele nunca me deixaria ir falar com Owen sozinha.
Talvez eu consiga fazê-lo ficar de boca fechada e manter nosso segredo
seguro.
“Eu estou indo corrigir isso”, digo a Jasper, deslizando meu telefone no
bolso.

“Não, eu que vou corrigir isso, querida. Eu prometo. Vou fazer tudo
certo para você. Para nós.”

Meu coração palpita com suas palavras e eu sei que ele vai. Mas Jasper
tem uma abordagem mais dura para as coisas do que eu. Ele é mais bruto e
essa situação precisa ser tratada com mais cuidado. Escalo para fora da
janela, ouvindo Jasper bater na porta. Deslizo para baixo, pelo toldo da
janela, caindo de pé e parto em direção ao meu carro. Eu estou correndo
quando ouço Jasper gritar meu nome e meu coração ameaça pular fora do
meu peito.

Posso ouvir ele gritar meu nome novamente, mas desta vez é muito
mais alto. Quando eu entro no carro, olho para a janela do meu quarto e o
vejo inclinando-se para fora dela, observando-me. Coloco o carro em
movimento e saio pisando no acelerador, tentando me afastar o mais
rápido possível. Quando olho pelo espelho retrovisor, vejo Jasper correndo
para fora, pela porta da frente.

E é então que eu sei que ele não estava mentindo. Ele iria me perseguir,
não importa para onde eu corra. Minha única esperança é que eu possa
corrigir isso antes dele me encontrar.
11
JASPER

Dou uma segunda volta pelo centro da cidade e quero quebrar meu
volante ao meio com frustração. Não consigo encontrar Libby. Eu pensei
que talvez ela viesse ao centro da cidade ou fosse à casa de Nicole, mas ela
não estava em qualquer lugar. Quando passei pela casa de Owen e vi que
sua caminhonete não estava lá, minhas suspeitas foram confirmadas e eu
comecei a procurar por ele. Eu apostaria o saldo da minha conta bancária,
que é bastante expressivo, de que ele tem algo a ver com ela sair correndo
daquele jeito como fez. Libby podia até estar chateada com a situação, mas
ela nunca fugiria de mim.

Penso por um segundo sobre para onde eles poderiam ter ido e então
tenho uma ideia. Dou a volta com minha caminhonete, fazendo uma
inversão de marcha no meio da Main Street e disparo em direção ao lago.
Lembro-me dos caras na escola falando de levar as meninas lá para transar
e eu sinto um aperto em meu estômago só de pensar que ele está lá com
minha Libby.

Não é uma longa viagem e chego lá mais rápido do que qualquer limite
de velocidade permitiria. É uma longa estrada de cascalho, eu acelero por
ela levantando pedras e poeira ao passar. Quando me aproximo da clareira,
vejo o carro de Libby e faço um som que fica entre um grunhido e um
gemido. Em seguida, focalizo a caminhonete de Owen a distância.

“Filho da puta”, eu digo com os dentes cerrados, estacionando minha


caminhonete ao lado de seu carro e saindo em disparada.

Meu sangue fica gelado quando ouço o grito de Libby. Eu corro tão
rápido quanto posso, minhas longas pernas diminuindo a distância entre
mim e minha menina em questão de segundos, mas não é rápido o
suficiente e eu sinto que estou correndo através de areia movediça.

Quando chego a caminhonete de Owen, eu círculo pela frente e vejo


que ele tem Libby presa contra ele enquanto suas mãos puxam as roupas
dela. Minha visão fica vermelha e eu reajo. Com uma mão eu o agarro pela
parte de trás dos cabelos e com a outra seguro sua camisa. Levanto-o do
chão e o arremesso, antes de começar a chutá-lo.

Meus pés cobertos por pesadas botas de trabalho acertam a lateral de


seu corpo e ele grita de dor. Eu quero ele gritando tão alto quanto ele fez
minha preciosa Libby gritar. Eu quero que ele sinta o mesmo medo que ele
a fez sentir. Eu quero que este filho da puta nunca mais coloque suas mãos
em ninguém.

Estendendo a mão, agarro seu braço e seguro firme no lugar. Então,


trago minha bota para baixo, sobre o braço e ouço o som do osso se
quebrando. Seu grito fica mais agudo, mas logo é abafado pelo som de
sirenes.

Tenho certeza de que minha manobra na cidade chamou a atenção do


xerife e sou grato que eles estejam a caminho. Inclino-me para baixo, dando
um soco em Owen, no lado do seu rosto que estava sem marcas.

“Se você sequer respirar o mesmo ar que minha irmã de novo, vou
enterrá-lo onde ninguém nunca vai encontrar sua bunda gorda. Você me
entendeu?”

“Sim”, Owen geme, enquanto rola para o lado e começa a chorar.

Eu me viro e vejo Libby no chão, na frente da caminhonete com


lágrimas em seus olhos enquanto ela assiste a coisa toda. Ando até ela com
cuidado e me ajoelho a sua frente. A adrenalina está desaparecendo e tudo
que eu quero fazer é abraçá-la, mas não quero que ela se assuste.

“Baby. Fale comigo. Você está bem?”


Ela vira seus olhos vermelhos para mim e, por um momento, eu tenho
medo que ela nunca mais olhe para mim novamente. Que de alguma forma
eu tenha arruinado tudo entre nós. Não por causa do que fizemos, mas
porque reagi de forma tão violenta. Prendo a respiração, esperando que ela
diga alguma coisa, mas ela me surpreende e se joga em meus braços.

Eu a pego e abraço, levando-a para longe de onde Owen está chorando


como uma cadela. Eu a carrego nos braços até minha caminhonete,
ouvindo seus soluços silenciosos enquanto ando. Quando o xerife estaciona
e sai, ele vem a nós e tenta avaliar a situação.

“Importa-se de me contar o que está acontecendo, Jasper?”

E assim são as coisas em uma cidade do tamanho da nossa. Os policiais


conhecem todo mundo, incluindo nossos pais e desta forma eles não
precisam fazer uma tonelada de perguntas. Normalmente as coisas podem
ser resolvidas sem qualquer interferência real.

“Owen atacou minha garota e eu o espanquei.” Libby enrijece em meus


braços e gostaria de saber qual parte desta afirmação a deixou inquieta.
“Vou levá-la para casa agora e ter certeza que ela está bem. Vou mandar
meu pai vir até aqui mais tarde, para buscar o carro dela.”

“É ele que está fazendo todo esse barulho?” O xerife acena para baixo,
onde Owen está rolando no chão.

“Sim. Ele tem um braço e provavelmente algumas costelas quebradas.


Ele vai precisar ir ao hospital.” Eu digo a ele calmamente.

“Ok. Vou chamar o resgate. Vamos precisar de um depoimento de


Libby mais tarde, mas podemos fazer isso por telefone. Certifique-se de
que ela esteja segura primeiro.”

“Obrigado, Xerife Colton.”


Ando para longe do xerife e então me dou conta que ele sabe que Libby
é minha irmã e não minha garota. Ele não deu qualquer importância para
isso, mas talvez seja por causa da situação. Ou talvez ele não dê a mínima e
esteja contente. Eu a tenho segura. De qualquer maneira, estou feliz que ela
está bem.

Coloco Libby na cabine da minha caminhonete e a seguro firme ao meu


lado enquanto dirijo para longe do lago e viro para o lado contrário da
cidade. Não querendo quebrar o silencio, simplesmente beijo o topo de sua
cabeça e esfrego suas costas enquanto dirijo.

“Para onde estamos indo?”, ela pergunta sentando um pouco e


percebendo que não estamos no caminho de casa.

“Nós estamos indo para casa, querida. Para nossa casa. Eu quero você
segura e o melhor lugar para isso é na minha cama.”

“Jasper”, diz ela, inclinando-se para mim e envolvendo o braço em


volta da minha cintura.

“Eu te disse que sempre iria atrás de você Libby. Eu sempre vou te
perseguir e te trazer para casa. Desta vez vamos ao lugar onde você deveria
ter ido há muito tempo. Você é minha e eu sou seu. Não há como superar
isso. Agora eu só quero te abraçar e me lembrar de que você está segura.”

Ela balança a cabeça contra o meu peito e nós ficamos em silêncio pelo
resto do caminho.

Chegando a minha casa, eu saio da caminhonete e a pego em meus


braços, levando-a para cima.

“Eu posso andar muito bem”, diz ela com um pequeno sorriso em sua
voz.

“Eu tenho vontade de fazer isso desde o dia em que comprei este
lugar.” Beijo sua testa carregando-a porta adentro.
Comprei esta casa pensando nela e sempre torci para que um dia ela a
visse e caísse de amores. Chuto a porta fechada atrás de nós e a levo para a
suíte máster. Deito-a na cama kingsize e rastejo com ela, puxando-a para
perto de mim, querendo dar-lhe o máximo de conforto possível.

“Você pode me dizer o que aconteceu?”, pergunto com ela abraçada ao


meu peito.

“Ele me mandou uma mensagem dizendo que iria manter o nosso


segredo se eu o encontrasse no lago. Quando cheguei lá, soube
imediatamente que algo estava errado, mas ainda quis tentar conversar. Eu
não queria que o que nós compartilhamos fosse contaminado por ele ou
qualquer outra pessoa. Eu pensei que poderia consertar as coisas.”

“Baby, não há nada para consertar. Não há nada em nós que seja
estragado ou errado. É apenas diferente. Nós não estamos ligados pelo
sangue, apenas pelo casamento. E mamãe e papai nos amam tanto que eu
sei tudo que eles querem é que sejamos felizes.”

Traço círculos com os dedos em suas costas e percebo que ela funga e
concorda com a cabeça contra meu peito.

“Você está certo. Eu estava com medo.”

“Ele machucou você?” Eu não acho que as coisas tenham ido longe o
suficiente para que ele a machucasse fisicamente, mas ela estava
emocionalmente abalada e isso é tão ruim quanto, a meu ver. “Diga-me o
que fazer para te ajudar.”

“Você chegou a tempo, Jasper. Deus, se você não tivesse, eu não sei...”
sua voz vai sumindo e me sinto estremecer.

Puxo-a para mais perto de mim, envolvendo a perna em torno dela e


tento aquecê-la com o meu corpo.

“Eu sempre vou te salvar, Libby. Nunca duvide disso.”


“Obrigada”, diz ela, inclinando o rosto e beijando meu pescoço.

Eu sinto seus lábios macios na minha pele e fecho meus olhos,


adorando a sensação. Concentro-me no fato de que ela está segura e que
tudo vai ficar bem. Enquanto ela está em meus braços, eu posso lidar com
qualquer coisa que venha no nosso caminho.
12
LIBBY

Acordo com beijos suaves no meu pescoço e com um corpo quente


envolvendo o meu. Um sentimento de completa segurança me envolve.
Abro os olhos para ver Jasper olhando para mim. Ele se inclina, colocando
um beijo suave na minha boca. Isso faz eu me derreter por dentro. É assim
que eu sempre quis acordar. Sonhei com isso por tanto tempo e queria
muito isso.

“Eu não queria cair no sono”, digo a ele.

Uma vez que deitei em sua cama e ele me abraçou, nunca me senti mais
relaxada. Senti como se estivesse exatamente onde deveria estar. A
sensação de familiaridade voltou. A sensação que tive recentemente e que
tinha ido embora e agora eu sei o motivo. Era porque Jasper estava longe
de mim e ele sempre foi a minha casa. Desde a primeira vez que nos
encontramos eu sabia onde deveria estar.

“Eu não me importo.” Ele tira um fio de cabelo do meu rosto.

Eu vejo um arranhão nos nós de seus dedos, que suponho ser da luta
com Owen.

Eu pego e dou uma olhada antes de trazê-lo para a minha boca e


depositar um beijo. Sinto-me como uma idiota ingênua por ter ido ao
encontro dele. Eu deveria saber melhor, mas a minha necessidade de fazer
tudo dar certo havia me cegado. Eu não queria encrenca alguma, só queria
manter nosso segredo.

Jasper sorri e eu coloco mais beijos nas marcas. Era algo que ele sempre
fazia por mim.
“Dói?” Eu corro meu dedo ao longo do machucado, ainda me sentindo
culpada por ele ter se machucado.

“Não, nada dói agora. Pela primeira vez em muito tempo, não há
nenhuma dor.” Eu estendo a mão, querendo tocá-lo. Corro os dedos ao
longo de sua bochecha, sentindo a aspereza de seus pelos, uma vez que ele
não se barbeia a alguns dias.

“Eu não sabia o quanto isso estava machucando até agora. Até
experimentar o que estava faltando. Tudo que eu sentia era vazio”, digo-
lhe, sabendo o que ele quer dizer quando fala em dor. É loucura pensar que
todo esse tempo nós dois queríamos estar juntos. Que a dor que eu estava
sentindo era muito mais profundo do que eu mesma sabia. “Ainda é difícil
acreditar no fato de que você me quis todo esse tempo também.”

“Não, não é. Deixa eu te mostrar.” Ele senta na cama, levando-me com


ele e eu dou uma boa olhada em seu quarto. Uma cama gigante fica no
centro, com um criado mudo de cada lado. Eu olho em volta e vejo que as
paredes estão cobertas de fotos emolduradas de nós. Cada parede é
decorada com uma colagem.

Fotos de pescaria, de nós dois andando a cavalo, preparando refeições


juntos na cozinha, viagens em família. Somos nós. Todos os nossos anos
juntos. Ele pega a minha mão, me puxando do quarto para o corredor,
onde ele abre outra porta. Eu paro na porta.

É um escritório. Bem, metade do espaço é. Um lado tem a mesa de


Jasper, todos os tipos de livros de mecânica e algumas peças de máquinas,
além de seu laptop. O outro lado é que ganha minha atenção. Parece com o
quarto que eu tenho na casa de nossos pais, só que com muito mais espaço.
A máquina de costura e racks para pendurar aventais diferentes. Vários
tecidos e linhas, prontos para serem usados.

“O que é tudo isso?” Eu olho para ele, e Jasper me dá um olhar como se


não entendesse o que não posso compreender. Mais uma vez, ele me puxa
para longe, passando por uma sala de estar, sala de jantar e uma cozinha
gigante.

“Oh meu Deus!” A cozinha é enorme. Uma parede de armários com


dois fornos e uma ilha de cozinha enorme no centro da sala, com uma área
de trabalho e com pia. É quase duas vezes maior que a de mamãe e papai.
Eu poderia facilmente assar dez tortas de cada vez. Eu não acho que
poderia estar preparada para aquilo, mesmo que tentasse.

Jasper dá alguns passos na minha frente, me pega e me coloca na ilha


da cozinha. Ele coloca uma mão em cada lado de mim, fechando o espaço
entre nós.

“Você é tudo que eu sempre quis Libby. No momento em que entrou na


minha vida, você preencheu lugares no meu coração com uma suavidade
que eu não sabia que precisava. Sempre foi apenas meu pai e eu, mas você
veio com toda a sua doçura e eu queria absorver tudo. Nunca deixarei você
se afastar.”

“Eu não acho que eu posso deixar você ir Jasper. Me sinto egoísta.”
Pego um pedaço de sua camisa e o puxo para mais perto. “Eu não quero
ferir a nossa família.”

“Mas estamos nos ferindo. Eu não conseguia ver isso no começo, mas
pensa comigo: lutar contra o que nós sentimos só está rasgando nossa
família em dois. Eu nunca vou te esquecer. Inferno, eu pensei que você não
me quisesse e ainda assim eu construí esta casa para você. Eu vim para casa
todos os dias pensando como seria se você estivesse aqui a cada noite.
Voltar para casa com você fazendo-me o jantar e com uma dessas tortas de
cereja que eu amo no forno. Você se movendo em torno de uma cozinha
que eu construí para você, vestindo apenas um daqueles malditos aventais
que me deixam louco.”
Seus olhos estão implorando e eu sei que ele está pensando que
poderia afastá-lo de novo, mas eu não posso. Vamos encontrar uma
maneira. Nós precisamos.

“Meus aventais deixam você louco?”

Ele deixa escapar uma pequena risada.

“Você não iria acreditar em todas as coisas que eu pensei em fazer com
você enquanto usava um”, diz ele, fazendo meu rosto quente.

“Me desculpe por fugir. Eu fiquei com medo e estava apenas tentando
consertar tudo. Eu estava...“

“Tentando deixar todos felizes. Eu sei querida. Você sempre faz isso.
Você adora colocar um sorriso no rosto das pessoas. Sempre foi assim. Foi
meio que por isso que comecei a me afastar de você, no último ano mais do
que nunca.”

Eu sei que sou de agradar às pessoas. Eu não posso me conter. Em


seguida, tudo se encaixa. Venho me sentindo perdida por não tê-lo. A
única pessoa que significa tudo para mim. Eu amo a minha mãe e Ned,
mas isso é diferente. Ele é meu verdadeiro lar. Jasper é aquele que sempre
quis fazer sorrir, mais do que qualquer outra pessoa. Ele é com quem quero
estar e só estive à deriva desde que ele se foi.

Por que isso faria ele se afastar de mim? Meu rosto se aperta em
confusão.

“Toda vez que você chegou perto de mim, eu queria agarrá-la. Queria
levá-la para casa comigo e sabia que não podia. Por um lado, você era
muito jovem.”

Isso, provavelmente, era verdade. Não faz muito tempo que tenho
dezoito anos.
“Você comprou esta casa para mim pensando que eu jamais viria morar
aqui com você.” Eu olho em volta, pensando o quão solitário deve ter sido,
porque ficar longe de mim o fez ficar longe de nossos pais, também. Pelo
menos eu os tinha me esperando em casa todas as noites, enquanto ele
voltava para uma casa vazia.

“Não, eu comprei esta casa e menti para mim mesmo. Disse que não iria
ultrapassar os limites para me fazer sentir melhor, mas eu estava realmente
apenas aguardando a minha vez. Isso tudo ia acontecer de uma forma ou
de outra. Só foi preciso papai sussurrar no meu no ouvido que você estava
pensando em namorar. Foi suficiente. Continuei dizendo que eu só estava
indo checar você, nada mais, mas no fundo eu sabia o que estava fazendo.
Eu estava indo te encontrar.“

“Você sempre vai vir atrás de mim” Eu digo suas palavras de antes de
volta para ele.

“Sempre.” Ele diz com muita determinação.

“E eu sempre vou esperar por você, Jasper.” Eu deslizo minhas mãos


para cima, em seu peito amplo e pescoço. “Eu não sabia o que eu estava
esperando, mas sentia que era algo. Sempre foi você, não foi? Mesmo
quando eu era mais jovem, sempre foi você que me ajudou a encontrar
meu caminho. Nunca ficou longe de mim. Vigiando e interferindo sempre
que precisei de você. Como agora. Eu precisava de seu empurrão. Para me
mostrar.”

Eu inclino a cabeça para trás, precisando de sua boca na minha. Ele se


inclina e me dá o que eu quero, mas recuo para trás antes de nossos lábios
se conectarem e os nossos olhos se encontram.

“Mostre-me tudo, Jasper. Mostre-me tudo o que podemos ter juntos.”


13
JASPER

Eu agarro a bunda de Libby e a tiro de cima do balcão, levando-a de


volta para o quarto. Ela solta um risinho e eu suponho que é por causa do
quão rápido estou andando, mas nós dois já esperamos por tempo
suficiente por este momento.

Deitando-a de costas na cama, meus lábios vão para os dela e minhas


mãos estão correndo por todo seu corpo. Eu sinto sua língua ao longo do
meu lábio inferior antes dela morder um pouco e eu gemo com a sensação.
Ela está sendo mais agressiva do foi antes e talvez seja porque as coisas
estão finalmente se resolvendo entre nós. Ainda temos que falar com os
nossos pais e deixar tudo certo, mas nós dois estamos firmes.

Minha boca se move para baixo, em seu pescoço e eu ajudo a tirar sua
camisa. Eu lambo entre seus seios antes de beijar meu caminho até um
mamilo e levá-lo na minha boca. O pico duro é tão bom na minha língua e
ela geme quando eu o chupo. Quero ir devagar e com calma, mas as mãos
de Libby estão apressadas.

Nós dois vamos nos livrando mutuamente das nossas roupas. Uma vez
que estamos ambos pele contra pele e esfregando nossos corpos nus juntos,
eu olho para cima para ver Libby sorrindo de orelha a orelha.

“O que foi querida?”

“Estou tão feliz. Eu mal posso acreditar que isso está acontecendo.”
Suas pálpebras caem um pouco e eu posso ver o desejo lá. “Faça amor
comigo, Jasper.”
Descendo um pouco, eu coloco um beijo em seu estômago e, em
seguida, um pouco mais a baixo.

“Eu vou fazer amor com você, Libby. Vou dar-lhe qualquer coisa que
queira, para o resto de sua vida, mas você tem que me dar alguma coisa,
também.”

Eu beijo entre as coxas, que caem abertas para mim, revelando sua
bucetinha cor de rosa coberta de creme.

“Qualquer coisa” Ela geme, levantando seus quadris em convite.

Eu pressiono o nariz no topo da sua buceta e inspiro seu cheiro.

“Eu quero você sem nenhuma barreira, querida. Não quero nada me
separando de sua bucetinha doce e não quero tirar para fora, também. Eu
quero fazer isso direito na primeira vez e isso significa entrar com tudo,
sem parar.”

Suas coxas tremem um pouco quando eu lambo seu clitóris com apenas
a ponta da minha língua. Obtendo uma pequena amostra de sua excitação
e precisando de mais.

“Jasper, eu não estou tomando pílula.”

“Eu sei”, eu digo. Ela me disse que era virgem e não namorou ninguém.
Eu teria sabido se ela tivesse ficado com alguém antes.

“Mas eu poderia engravidar.”

“Eu sei,” eu digo, dando uma lambida longa na sua buceta. Ela geme e
choraminga quando eu tiro a minha língua longe de seu calor.

“Mas o que vamos dizer às pessoas?” Ela levanta os quadris novamente


e gostaria de saber se ela percebe que está fazendo isso. Seu corpo está tão
apertado que está implorando por liberação.
“Você vai dizer às pessoas que é minha. Que você deixou seu meio-
irmão gozar dentro da sua bucetinha apertada, porque ele não conseguiu
ficar fora dela. Ele não conseguiu parar de te comer e não houve como
fazer com que ele saísse de dentro de sua doce buceta, pegajosa. Então, ele
a engravidou.”

Eu abro minha boca e cubro seu sexo, deslizando minha língua entre
suas dobras molhadas. Ela geme e agarra meu cabelo com ambas as mãos,
impulsionando seus quadris para cima para me encontrar. Coloco dois
dedos dentro de seu canal apertado, trabalhando-os dentro e fora e
tentando abri-la um pouco. Ela é tão fodidamente apertada que eu sei que
tirar sua virgindade vai doer, mas vou ser gentil. Eu nunca vou querer lhe
causar qualquer dor.

“Então você deixa, querida?”

“Sim,” ela geme, e puxa minha boca de volta para baixo em sua buceta.

Eu chupo seu clitóris e lambo seu néctar enquanto meus dedos se


movem para esfregar seu ponto doce por dentro. Demora apenas alguns
golpes rápidos e ela está gozando para mim. Os sons doces de seus gritos
ecoando através do nosso quarto são música para os meus ouvidos. Foi
com isso que sonhei desde que eu comecei a ter fantasias. Agora eles são
reais, e todos eles são meus.

Dou-lhe um último beijo em sua buceta antes de subir por seu corpo e
puxar suas pernas para cima em volta da minha cintura. A cabeça do meu
pau está incrivelmente dura com excitação na sua abertura. Meu membro
não está tão paciente à espera de entrar em sua buceta apertada e ele tem
vazado lentamente seu líquido durante todo este tempo. Mesmo agora,
quando olho para baixo, onde estamos quase nos juntando, eu posso ver
minha semente pegajosa escorrendo contra sua abertura, deixando-a
pronta para me aceitar lá dentro.
“Eu vou cuidar de você e de nosso bebê. Você sabe disso, certo?” Eu
olho em seus olhos e ela balança a cabeça, entendendo que ela e eu temos
um pacto eterno. “Esta é a minha primeira vez, também, Libby. Eu só
queria que você soubesse disso. Eu esperei por você, para tudo, queria que
fosse minha primeira em tudo e se não fosse você, não haveria ninguém
mais para mim.”

“Jasper.” Seus olhos estão um pouco úmidos quando ela levanta a mão
e toca minha bochecha.

Eu me inclino para baixo, beijando seus lábios suavemente enquanto


empurro para dentro dela, ultrapassando a barreira de sua virgindade. Nós
dois perdemos nossa virgindade juntos no mesmo impulso. É tudo que eu
sonhei que seria e muito mais. O calor doce de sua buceta em volta do meu
pau e seu corpo suave e quente agarrado a mim enquanto nos beijamos e
nos deixamos levar pelas sensações. Eu me seguro dentro dela, tentando
manter a calma enquanto ela se acostuma ao meu pênis. Eu a acaricio e
digo palavras tranquilizadoras de encorajamento até que ela me diz que
está pronta para se mover.

Muito lentamente, eu puxo e empurro de volta, dando-lhe golpes rasos.


O comprimento do meu pau está brilhando com sua excitação e meus
fluídos, facilitando cada deslizar para dentro dela. Eu acelero enquanto ela
se acostuma com a sensação e seus gemidos ficam mais altos.

“É isso, querida. Deixe-me ouvir você. Diga-me o quanto você ama o


seu irmão mais velho estar te comendo.”

“Jesus, Jasper. Isso é tão sujo.” Ela geme, e eu sinto sua buceta ficar um
pouco mais molhada com as minhas palavras.

“Está bem. Somos só você e eu. Podemos dizer o que quisermos.” Eu


empurro mais forte e sinto seu aperto em torno de mim, adorando meu
pau. “Eu mal posso esperar para te engravidar, Libby. Nós vamos ter que
foder tanto. Eu sempre quis te ver redondinha com meu bebê e agora eu
quero ter certeza que sua bucetinha está pronta para isso.”

“Oh Deus, eu vou gozar”, diz ela, fechando os olhos com força e
segurando os lençóis.

“Goze querida. Goze até que minha semente atinja seu útero.” Ela geme
e fica tensa quando a onda de prazer bate nela. Eu a sigo no seu clímax,
segurando-me dentro dela, tanto quanto eu posso, gozando duro. Eu quase
desmaio de tão boa que é a sensação, mas de alguma forma, eu consigo
ficar sobre meus cotovelos, para não esmaga-la com o meu peso. Porra, as
sensações são demais e enquanto elas fluem através de mim, eu inspiro
buscando ar.

Eu nos viro e a coloco por cima, sem tirar meu pau de dentro dela,
mantendo-o enterrado dentro de sua buceta. Não tenho planos de sair num
futuro tão próximo e isso vai funcionar melhor assim, se ela quiser dormir.

“Uau! ”Ela suspira, respirando pesadamente em cima de mim.

Eu sorrio e a sinto rir enquanto ela se senta e olha para mim. O


movimento faz meu pau entrar mais profundamente e ambos acabamos
gemendo com a nova sensação.

“Eu sei querida. Uau! ” Eu digo, colocando seu cabelo atrás da orelha.

“Podemos fazer isso de novo?” Ela pergunta timidamente, mordendo o


lábio.

Eu agarro seus quadris impulsionando dentro de sua buceta, sentindo


seus pequenos apertos novamente.

“Eu nunca vou dizer não para você, Libby. Nunca.”

Então eu faço o que ela pede. Mais, mais e mais.


14
LIBBY

“Olhe para mim querida “

Estamos de pé na varanda da frente da casa dos nossos pais. Ele está


usando seu boné de baseball de costume e seu cabelo ainda está parecendo
precisar de um corte, mas eu não tenho certeza se quero que ele o deixe
mais curto. Gosto de correr meus dedos por ele.

“Vai ficar tudo bem. O pior que pode acontecer é eles ficarem
chateados, mas com o tempo eles vão superar isso.”

Ele me diz a mesma coisa desde que saímos de casa e nos dirigimos
para cá, sabendo que precisávamos vir contar-lhes o que estava
acontecendo entre nós. Mesmo que a fofoca sobre nós dois não se
espalhasse depois do que aconteceu com Owen, não queríamos esconder.
Nós já escondemos nossos sentimentos por muito tempo e eu não posso
mais fazer isso. Não agora que eu sei o que podemos ter juntos.

Inferno, eu estou aqui para fazer as malas, porque estou indo para casa
com Jasper. A nossa casa. Uma casa que, segundo fui informada, eu nunca
vou deixar. O pensamento me faz quente outra vez.

“Eu sei. Eu sei.” Eu deslizo minha mão na sua. “Sempre será difícil
decepcioná-los.”

“E quando foi que eles se decepcionaram com você?” Ele levanta as


sobrancelhas para mim. Eu sorrio para isso. Ele pensa que eu sou tão
perfeita que nunca tive problemas. Ele não estava lá para ver alguns dos
meus momentos de pirraça.
Ele se inclina, roubando o sorriso do meu rosto quando sua boca
encosta na minha para um lento beijo doce. Eu me perco nele por um
momento, esquecendo onde estou até ouvir o som da porta da frente se
abrindo. Damos um salto para trás. Minha mãe corre até mim, me puxando
para seus braços.

“Oh meu Deus.” Ela começa a chorar, e eu fico lá, atordoada, sem saber
o que fazer ou dizer. Eu envolvo meus braços em torno dela, porque é a
única coisa que posso pensar em fazer. “Eu estou tão louca que eu poderia
matá-la”, ela soluça em mim, me segurando perto. O pânico toma conta.
Isto é pior do que eu pensava.

“Carol, você sabe que Jasper nunca deixaria ninguém a machucar.


Depois do que ele fez com Owen, acho que nenhum homem jamais vai
olhar para Libby novamente.” Pelo tom de Ned, eu posso dizer que ele está
tentando acalmar minha mãe com uma piada, mas isso me faz levar um
minuto para perceber que ela não está falando sobre matar Jasper.

Ela dá um passo para trás, contemplando meu rosto.

“Você está bem?” Seu rosto está vermelho e manchado de lágrimas.

“Eu estou bem, mãe. Jasper estava lá. Ele me salvou.” Eu não digo a ela
que ele me levou para casa e fez eu me sentir como se nada mais pudesse
me machucar novamente. Que nenhum homem jamais me tocaria, além
dele.

Ela olha para Jasper e estende a mão, agarrando-o pela camisa e


puxando-o para nós. Ela envolve seus braços em volta de nós dois o melhor
possível.

“Eu amo tanto vocês dois.” Ela nos mantém por um segundo e eu olho
para ver Ned sorrindo para mim. Eventualmente, Ned puxa a minha mãe
para longe de nós, apenas para mantê-la em seus próprios braços.
“Por que não entramos?” Ned diz, enquanto se move na direção da
porta da frente com minha mãe.

Todos nós entramos na sala de estar, onde me sento no sofá. Jasper


senta ao meu lado e como sempre Ned senta em sua cadeira, puxando a
mamãe com ele.

“O xerife te ligou?” Jasper finalmente faz a pergunta que eu estava


pensando. Como eles descobriram sobre tudo tão rápido? Nós viemos
direto do escritório do xerife e ele nos disse que não iria mencionar o que
aconteceu com ninguém até amanhã. A notícia acabaria se espalhando e
quando acontecesse, ele seria obrigado a responder algumas perguntas,
mas ele nos deu esta noite.

“Não. Stacy do hospital,” responde mamãe, nos lembrando que sua


melhor amiga trabalha lá. Eu deveria ter adivinhado. Seus olhos se movem
entre nós dois. É então que eu percebo que Jasper tem a sua mão na minha
e ele está sentado perto de mim. Muito perto. Como dois amantes se
sentam. Ela não diz nada, no entanto apenas espera.

“Ela disse que você quebrou alguns ossos.” Ned diz isso com orgulho
na voz e um sorriso ilumina seu rosto.

“Ele tem sorte disso ter sido tudo o que eu fiz,” Jasper rosna, sua mão
apertando a minha.

Ned sorri ainda mais e assim faz minha mãe. Ela começa a descer do
colo de Ned, como estivesse tentando se aproximar de nós.

“Então...” Ela permite que a palavra paire no ar.

“Jasper e eu…” Eu começo, mas Jasper me corta.

“Libby está se mudando para minha casa.” As palavras de Jasper são


definitivas. Não há perguntas e respostas para esta afirmação.
Ninguém diz nada por alguns momentos, enquanto minha mãe olha
para nós.

“Ela é minha.”

“Ufa! Que beleza!” Ned suspira, quando minha mãe pula da cadeira e
vem correndo até mim mais uma vez. Levanto-me e ela me puxa para
outro abraço. Jasper não solta minha mão e se coloca ao meu lado.

“Eu estou tão animada”, ela sussurra em meu ouvido. “Vocês levaram
uma vida para nos contar.” Ela se afasta um pouco e estreita os olhos para
mim como quando estou em apuros. “Nós não guardamos segredos. Nós
somos uma família.”

Eu vejo um traço de dor em seus olhos e a culpa me atinge.


Normalmente eu lhe conto tudo. Foi difícil esconder isso dela.

“Eu deveria ter dito alguma coisa mais cedo”, interrompe Jasper. “Eu
sabia o que estava acontecendo.”

“Eu só queria saber por que demorou tanto tempo”, minha mãe diz,
dando um passo para trás. Jasper coloca os braços em volta de mim e me
puxa perto.

“Eu liguei para ele e disse-lhe que ela estava pensando em namorar. Ele
chegou aqui cinco minutos depois. Parece bem rápido para mim,” diz Ned.

Mamãe revira os olhos ao ouvir as palavras de Ned.

“Eu nunca disse nada sobre namoro,” eu protesto. Eu ainda não tinha
ideia do que ele estava dizendo.

“Eu sei, mas meu filho precisava de um empurrãozinho, então eu dei-


lhe um. Já estava ficando cansado de ficar assistindo vocês dois
choramingarem por aí, parecendo que nunca iriam ficar juntos.”

Eu fico olhando para os dois em descrença. Jasper ri.


“Você não se importa? E se algo acontecer? A fofoca pela cidade? Se nós
terminamos e isso destruir esta família?”

“Nós não vamos nos separar,” rosna Jasper.

“Esta família nunca vai acabar,” Ned rosna para si mesmo. “Eu não dou
a mínima para o que os outros pensam sobre nós, desde que nós estejamos
felizes.”

“Ele tem o seu grunhido.” Mamãe diz a Ned. Isso é realmente muito
estranho e eu tenho que segurar um risinho.

“Isso foi tão fácil” Murmuro, ainda chocada porque eles não
enlouqueceram ou até mesmo se decepcionaram conosco. Eles estão felizes.
Animados. Ninguém está me proibindo de ir morar com Jasper.

“O amor é fácil, baby.” Mamãe sorri para Ned e ele se inclina, dando-
lhe um beijo. “É o resto da porcaria que pode tornar tudo mais difícil. Nós
nunca vamos ser o que vai tornar tudo mais difícil para vocês dois.”

“Há quanto tempo vocês acham que algo estava acontecendo entre
nós?” Pergunto.

“Libby, você costumava dizer que ia se casar com ele o tempo todo
quando era mais jovem.” Mamãe ri e eu coro com a lembrança.

“Vai se casar, não ia se casar” corrige Jasper e eu preciso me conter para


não rolar os olhos. Minha mãe parece ainda mais animada do que antes.

“Quanto a Jasper, eu já sabia há muito tempo. Provavelmente, desde o


começo. O olhar dele na primeira vez que viu você... Eu estava com o
mesmo olhar chocado e estúpido na primeira vez que vi sua mãe, Libby.”
Não consegui proferir uma frase por pelo menos uns dois minutos.

“Então ele me pediu em casamento dois minutos depois” acrescenta


mamãe.
Eu bem me lembro da história. Minha mãe a conta o tempo todo. Amor
à primeira vista. Talvez tenha sido assim conosco também. Talvez eu fosse
apenas muito jovem para entender.

“Vocês dois têm sorte. Encontraram-se ainda jovens. Nenhum ano será
desperdiçado”, diz mamãe.

Olho para Jasper, que está olhando para mim e sorrindo. Sua mão
levanta, acariciando minha bochecha com seu polegar e nesse momento o
meu mundo inteiro entra nos eixos.
Epílogo
JASPER

Cinco meses depois...

“Vire seu rosto no travesseiro, menina. Não quero que mamãe e papai
nos ouçam.”

Eu meto nela por trás e sinto sua buceta estreita me apertar. Ela está
grávida de quatro meses, mas sua bunda já está ficando mais redonda.
Porra, eu amo isso. Espero que ela se mantenha assim depois do bebê,
juntamente com seus peitos maiores também. Eles já estão tão sensíveis que
quando eu deslizo minha mão para baixo e belisco o mamilo, ela grita. Os
sons abafados são silenciosos na escuridão e eu juro por Deus que ela está
encharcada com esta pequena foda em seu antigo quarto.

É véspera de Natal, mamãe e papai nos queriam aqui durante a noite,


como antigamente. Decidimos dormir na cama de Libby para que eu
pudesse entrar na sua bucetinha no quarto dela, como eu sempre quis.

“Porra. Eu costumava sonhar com isso. Chegar ao seu quarto enquanto


você estava dormindo e empurrar sua camisola para cima. Subir em cima
de você e deslizar meu pau em sua pequena buceta molhada. Eu sempre
me perguntei se você estaria molhada e se iria acordar. Ou se você fingiria
estar dormindo e me deixaria te foder.”

Ela geme no travesseiro e levanta os quadris, me pedindo para ir mais


duro. Eu aperto sua bunda e empurro profundamente, da forma como ela
gosta. Libby adora quando eu falo sujo com ela e as minhas palavras, tanto
quanto meu pau, estão levando-a ao clímax.
Há um mês, descobrimos que ela estava grávida. Mas queríamos
esperar até a manhã de Natal para contar à mamãe e papai. Eles vão ficar
tão animados. Ultimamente eles só têm falado sobre netinhos, apesar de
sermos jovens. Eu acho que eles sabiam que nós não queríamos esperar e
estou mais do que feliz em fazer a minha parte no processo da fabricação
de bebês.

Libby está excitada o tempo todo, de modo que engravidar foi a parte
fácil. Difícil para nós é ficar mais do que algumas horas sem eu estar dentro
dela. A nossa ligação é tão intensa que ela viaja em torno da cidade comigo
para o trabalho e nós temos que estacionar na floresta para foder no carro
se demorarmos muito para voltar para casa. Ela é insaciável e eu adoro
tentar mantê-la satisfeita.

Eu sinto o orgasmo a atingindo quando seus apertões em volta do meu


pau começam. Ela tenta segurar seus gritos de prazer. Ela normalmente
tem dois ou três orgasmos quando transamos, mas eu sei que ela está
tentando segurar. Eu rio e me inclino para baixo, ao lado de sua orelha.

“Ah, não, querida. Eu quero mais.” Alcançando sob sua barriga, eu


deslizo minha mão para baixo em sua buceta molhada e brinco com seu
clitóris. “Lembre-se quem é seu Daddy agora. Você faz o que eu digo.”

Endireitando-me, começo a foder duro. Com tanta força que a cabeceira


bate contra a parede. Ela se inclina para trás e me pede silêncio. Eu apenas
sorrio e pisco para ela. Nunca haverá qualquer coisa que me impeça de
fazê-la sentir-se bem. E por mais que ela proteste a ideia de ser pega a deixa
mais excitada. Eu sei disso porque, naquele momento, ela goza novamente
e desta vez eu a sigo.
)

Você também pode gostar