43109
43109
43109
Tradução: Ma.k
Revisão Inicial: Leila M.
Revisão Final: Valéria
Leitura Final: Vivi
Libby Moore está tentando descobrir o que fazer com
sua vida. Ela se formou no colegial, mas só há uma coisa que
ela realmente quer na vida... A única coisa que ela não pode
ter... Seu irmão de criação, Jasper.
Atenção: Tudo bem se você gostar, pois esta é uma zona livre de
pré-julgamentos. Mas estes dois estão prestes a mandar ver como se
seu pai fosse entrar a qualquer momento. Aprecie!
Para Síofra ... desde o primeiro dia, até o
dia um milhão e um.... Nós te amamos
1
LIBBY
Olho para baixo e vejo o avental que ainda estou vestindo desde esta
manhã. É o meu favorito, preto e salpicado com pequenos corações cor de
rosa. Ele tem alças gigantes que formam um laço atrás e a parte de baixo
tem várias camadas de babados. Eu mesma o fiz. Costurar é minha
segunda coisa favorita. Fazer tortas é a primeira.
“Eu acho que você cortou este short muito curto” digo a ela, dando uma
boa olhada nele.
Quando sai da cama esta manhã, peguei o short que Nicole havia feito
para mim ontem à noite, a partir de uma calça jeans que eu ia jogar fora. A
calça estava tão desgastada que eu não queria mais usá-la, mesmo sendo a
minha favorita. Eu amava a forma como ela se encaixava bem em meus
quadris, o que não é fácil de encontrar quando se tem tantas curvas quanto
eu. Nicole me disse que podia salvar a calça, mas agora não estou tão certa
de que isso era mesmo verdade.
O vento sopra e eu sinto a brisa contra meu traseiro. Viro para trás,
tentando dar uma espiada no meu bumbum. Balanço a cabeça, tiro minha
camisa de flanela 1 de mangas longas e a amarro em minha cintura,
tentando me cobrir. Mas isso acabou me deixando só com uma camisetinha
fina na parte de cima. Pelo menos não tem nada saltando para fora. Eu
costumo usar camisas de flanela folgadas para esconder meus peitos, que
podem ser praticamente obscenos, às vezes. É mais fácil mantê-los
escondidos do que ficar brigando com eles. Nicole revira os olhos para
mim. Ela está sempre tentando me convencer a mostrar mais do meu
corpo. Nós costumamos fazer piada sobre como mataríamos uma a outra
para ter o que a outra tem. Eu morreria para ter suas pernas e ela poderia
matar alguém para ter peitos como os meus. “Pegue as caixas“ eu digo,
ignorando-a.
Eu amo Nicole, mas ela é um pouco mais louquinha por garotos do que
eu. Ela gosta de se vestir para chamar a atenção, enquanto eu tento não ser
notada. Ela está sempre arrumada e em roupas tão apertadas quanto é
possível. Eu tenho que dizer, porém, ela sempre está linda. Desde seu
longo cabelo loiro, até sua pele impecável e olhos azuis brilhantes. Ela tem
todos os garotos da cidade atrás dela, mas nunca fica interessada em um
por muito tempo.
Eu não sou louquinha por garotos de jeito nenhum, talvez seja porque
eu sou louca por homens. Um homem para ser mais exata, mas ele nem
sabe que eu existo. Bem, isso não é bem verdade, já que eu pareço irritá-lo
mais do que qualquer outra coisa. Quando ele vem para a cidade, ele
procura se manter tão longe de mim quanto é possível. E, provavelmente,
isso é melhor mesmo. Estou completamente apaixonada pelo meu irmão de
criação, Jasper Lewis.
“Eu tenho umas trinta aqui” eu admito. Sei que ela queria mais tortas.
Posso ver isso em seu rosto. Mrs. Kathy já me ofereceu um emprego mais
de um milhão de vezes, mas eu continuo recusando. Parece que se eu
transformar o ‘fazer tortas’ em um emprego, isso vai tirar o meu amor por
isso. Ultimamente venho pensando mais sobre o assunto. Acabei de
terminar o ensino médio e preciso fazer alguma coisa por mim mesma,
pelo meu futuro.
“São adoráveis,” ela diz, enquanto ouço o sino da porta da frente tocar.
Ela se vira, pega uma jarra de café e vai trabalhar. Fecho o cooler e dou a
Mrs. Kathy um pequeno aceno de despedida enquanto saio da lanchonete,
querendo escapar antes que o movimento comece.
Nicole assovia e eu a vejo sentada no banco, algumas lojas abaixo.
Desço e sento-me ao seu lado. Estou com meus pensamentos distraídos
com a oferta de emprego de Mrs. Kathy.
Bato minha bota de cowboy e penso no que ela está dizendo. Talvez
devesse flertar com ele. Até minha mãe anda me perguntando quando vou
começar a namorar. Eu achava que os pais deveriam tentar evitar que você
fizesse isso. É difícil até mesmo pensar sobre namoro quando eu sei que
meu coração sempre vai pertencer a outro homem, não parece justo ficar
enrolando outra pessoa.
Ela abre a bolsa e tira um, eu pego o batom dela e passo. Tiro os óculos
do meu rosto, pisco algumas vezes antes de mudar de ideia e voltar a
deslizá-los sobre meu rosto. Eu realmente preciso tentar a lente que tenho,
mas na verdade, me sinto estranha sem meus óculos. Dou o maior sorriso
possível. Vou andar até Owen e flertar um pouco para ver o que acontece.
Praticar. Como quando vou experimentar uma receita nova: preciso
praticar algumas vezes. Desta forma, quando Jasper voltar para a cidade,
posso ter certeza de que ele vai receber o melhor.
Pego a torta e começo a fazer minha jogada, mas Owen já está vindo em
minha direção. Abro um sorrisão. Seus olhos vão para minhas pernas e
então me lembro do que estou vestindo. Fico parada enquanto os olhos
dele dão uma boa checada no meu corpo e, finalmente, chegam ao meu
rosto.
“Isso é para mim?” Diz ele ao chegar à minha frente. Olho para a caixa
em minhas mãos e desejo que esta não fosse uma das que tem enfeites de
coração.
Não soa como se ele estivesse se referindo a torta de maçã que eu vendo
na lanchonete 3 . Fico ali parada, sem saber o que dizer e sentindo-me
completamente desconfortável. Eu empurro a torta na direção dele e ele a
pega. Em seguida, ele desliza sua mão até minha bochecha, fazendo-me
recuar.
– “Você tem alguma coisa aqui”– ele explica ao deslizar seu polegar
para cima e para baixo em minha bochecha.
3Apple Pie, em inglês, também pode significar vagina. Então ele diz isso como um trocadilho
2
JASPER
Eu aperto o volante ainda mais enquanto assisto Libby tirar sua camisa
de flanela e amarrá-la em sua cintura. Graças a Deus ela está cobrindo
aquele short minúsculo que está vestindo. Quando diabos ela arrumou
aquilo? Não é certo que uma menina da idade dela esteja vestindo uma
coisa destas. Que merda! Este tipo de roupa você usa em casa, para um
cara que ficaria de joelhos por você, lhe agradecendo. Isso não é para ser
usado na rua.
Quando meu pai contou-me que iria se casar com Carol, eu fiquei feliz
por ele. Eu podia ver o quanto ele estava contente com ela. Só fui conhecê-
la brevemente antes do casamento, mas eu sabia que meu pai estava
apaixonado desde o primeiro dia. Eles tiveram um namoro rápido e
fugiram em seguida, dizendo que não podiam passar mais nenhum
momento separados. Eu entendo tudo isso muito bem, mas não há um final
feliz para mim nesta história.
A primeira vez que vi Libby, foi no dia em que elas se mudaram. Ela
estava em pé na minha varanda segurando uma mala. Eu estava um pouco
chocado por ganhar uma irmã com dezesseis anos, mas até estava meio
animado com a ideia. Até então tínhamos sido só papai e eu. Eu queria um
irmão e estava ganhando um. Mas quando a vi parada, foram tantas
emoções me atingindo de uma só vez. Naquele dia eu a ajudei com a mala,
mas não fui capaz de dizer uma só palavra. Ela parecia um anjo. Nunca
tinha visto nada tão belo quanto ela. Nossos pais estavam ali, esperando
que disséssemos alguma coisa um para o outro, mas eu não conseguia.
Não importa o que eu faça, toda vez que a vejo isso acontece. Um olhar
apenas e já sou jogado de volta para todos os momentos que passamos
juntos. E então, volto a me lembrar do motivo que me fez fugir. Sair da
cidade o mais rápido que consegui e só voltar quando era necessário. Bato
com a cabeça no vidro e tento parar as memórias, porém sem sucesso.
Meu pai costuma me chamar para casa toda semana, mas, na maioria
das vezes, eu consigo evitar aparecer. Costumava dar desculpas de estar
sobrecarregado com a faculdade. Mês passado eu me formei e agora não
posso mais usar esta.
Hoje meu pai telefonou e me chamou para jantar. Ele disse que Carol
sentia minha falta e que eu precisava ver Libby. O jeito como ele disse isso
me fez pensar que tinha alguma coisa ali. Ele também falou que
precisávamos ter uma conversa de homem para homem e eu não quero
nem pensar no que isso pode significar.
4Revista pornô
5Área composta por partes de três estados americanos.
Coloco minha testa no volante, tentando me obrigar a sair deste
estacionamento e ir para casa de meus pais. Eu estava indo para lá depois
de ter recebido o telefone do meu pai esta manhã, mas parei na cidade para
comer uma fatia de torta. Foi quando eu vi Libby descarregando suas
mercadorias e fiquei aqui sentado, observando-a como se fosse um
devasso.
Ao invés disso, estou com vinte e um anos de idade e nunca fiz mais do
que beijar uma mulher. Estou envergonhando meu próprio pau, porque só
há uma mulher que ele quer e ele não ficará satisfeito com nenhuma outra
coisa. Enquanto isso, provavelmente, Libby está sendo apalpada e sabe lá
Deus o que mais, por estes malditos idiotinhas que nem sabem como tratar
uma beleza tão delicada quanto à dela. Pirralhos que devem tocá-la de
qualquer jeito e não como se ela fosse a coisa mais preciosa que já existiu
nesta droga de planeta.
Volto a me sentar ereto e bato com minhas mãos no volante tão forte
que minhas palmas queimam. Bom. Talvez esta dor possa parar a outra
que arde em meu peito.
Meus olhos vagueiam para cima e vejo Libby ali parada com uma caixa
em suas mãos enquanto um carinha se aproxima. É o filho de John Bishop,
Owen. Nunca tive nenhum problema com ele, mas, de repente, eu odeio
qualquer coisa sobre este merdinha.
Solto o pulso de Owen, não querendo tocá-lo, mas mantenho meu olhar
cravado nos olhos verdes brilhantes dela. Um leve rubor colore suas
bochechas e ela olha para o chão. Odeio não ter mais seu olhar em mim,
mas ela concorda com a cabeça e um pouco de paz se instala no meu peito.
Ela e Nicole vão embora, mas eu não fico olhando elas partirem. Em vez
disso, me volto para Owen, de pé em frente a ele, meu grande corpo
bloqueando sua visão dela.
“E aí, Jasper? Estava apenas dizendo um ‘oi’ para sua irmã. Sem danos,
cara!” Ele levanta as mãos, num gesto de quem não quer brigar, mas
obviamente vai arrumar encrenca se continuar tocando no que é meu.
Tento não pensar em Libby como sendo minha, mas não adianta. Ela
tem sido minha desde que éramos crianças e não é agora que isso vai
mudar.
“Mantenha suas mãos para si mesmo, Bishop” digo sem me mover nem
um milímetro, desafiando-o a vir para cima de mim. Bem que eu gostaria
de uma luta agora. Provavelmente me ajudaria a queimar toda agressão
reprimida.
“Olha só, eu sei que ela é sua irmã e tal, mas sou um cara bacana. Por
que você não fala bem de mim para ela?” Ele diz, dando de ombros como
se fosse a porra de um prêmio.
Ele diz a última parte tão baixinho que eu acho que ele não pretendia
que ouvisse. Mas estou tão “P” da vida que poderia ouvir um lenço caindo
no chão.
“Do que foi que você me chamou?” Digo, girando de volta e dando dois
passos largos para voltar a ficar bem à sua frente.
Ele parece nervoso, mas os outros garotos estão atrás dele e ele não quer
ser zoado.
A segunda vez que ele repete o xingamento sai um pouco mais forte,
mas ele ainda é um pedaço sujo de merda que não merece nem respirar o
mesmo ar que esta belezinha que está sentada na minha caminhonete.
Eu aceno e dou meia volta para em seguida plantar meu punho no meio
de sua cara. O estalo ecoa alto no estacionamento e meus dedos doem. Fico
feliz com a dor ao olhar para baixo e ver seu corpo desmaiado. Hesitantes
seus amigos se aproximam para dar uma olhada nele.
“Mas que merda, Jasper!” Reclama ele, com as mãos em concha sobre o
nariz sangrento.
“Não toque na Libby de novo! E cuidado com o que fala. Temos damas
presentes.”
Dou uma olhada em volta para ver as senhoras da igreja paradas do
lado de fora do Sunshine Diner. Tiro meu chapéu para elas e corro como se
nada tivesse acontecido aqui.
Seu grande corpo desliza para dentro do veículo e ele bate à porta atrás
de si. Por um momento o silêncio cai entre nós, até que ele se inclina para
mim. Prendo a respiração sem saber o que ele vai fazer, enquanto ele se
move para mais perto. O cheiro de seu perfume enche meus pulmões e isso
acende alguma coisa dentro de mim. Ele usa a mesma colônia que eu lhe
dei de presente há três Natais. Travamos nossos olhos e não consigo
quebrar a ligação com o azul profundo. A cor sempre me fascina. Seus
olhos são de um azul marinho com um tom de mel ao seu redor. Hoje, de
alguma forma, eles parecem mais escuros. Parece impossível, mas ele se
aproxima ainda mais e com isso, minha boca se abre ligeiramente. Mas
então a cabine silenciosa é preenchida com o som de um clique. Ele se
inclina para trás e coloca a chave na ignição antes que eu possa registrar o
que acabou de acontecer.
Lembro-me de dar-lhe este boné logo que mudei de Missouri para cá. É
um boné dos Royals e, na época, eu não sabia muito sobre baseball. Queria
presentear Jasper com alguma coisa do lugar de onde eu vinha e sabia que
ele gostava do esporte. Ele passou a usá-lo o tempo todo, mesmo que mais
tarde eu tenha descoberto que Ned e Jasper eram, na verdade, fãs do
Rockies6. Os dois cresceram no Colorado, mas ele ainda usava o boné que
eu havia dado a ele.
Eu oscilo entre o amor e o ódio por ele ainda usá-lo. Eu amo que ele
sempre utiliza alguma coisa que lhe dei de presente, mas odeio por não
saber se isso é o mesmo que aqueles suéteres que você ganha da sua avó,
que você sempre corre para vestir, quando sabe que ela vem te visitar.
Talvez ele só seja educado com sua irmã mais nova. Nada mais que isso.
Irmã de criação, corrijo-me. Tenho que acrescentar o ‘de criação’ porque os
sentimentos que tenho por Jasper não são nada fraternos.
São tão errados. No fundo, são sentimentos bons, mas isso não muda
nada. Sei que Jasper nunca vai olhar para mim de outra forma, sempre
serei apenas uma irmã. É evidente que ele não pode sequer imaginar-me
com um namorado depois do que aconteceu no meio da cidade. Owen mal
falou comigo e Jasper perdeu a cabeça.
“Quando foi que você começou a se vestir assim?” Sua voz é profunda e
rouca. Parece até que faz dias que ele não fala.
Segundos vão passando, mas tudo o que ele faz é acariciar com o
polegar. Pego meu cinto de segurança, sentindo necessidade de sair deste
espaço confinado. Minha respiração se acelera ao seu toque e eu sei o que
está acontecendo. Isso acontece tarde da noite quando me deito na cama e
penso nele. Eu estou ficando com tesão e me pergunto se ele vai perceber.
Meu rosto fica mais quente a cada segundo. Assim que coloco a mão na
fivela do cinto ele a segura e me para.
“Quando você se veste deste jeito, os homens têm ideias. Eles começam
a olhar para você de forma diferente, Libby. Eu não gosto disso. Nem um
pouco.”
Ele solta meu pulso e move a mão para a minha bochecha. Ele toca
exatamente no mesmo ponto que Owen tocou. Desta vez, quando Jasper
faz, ele traz o polegar à sua boca.
“Doce” Ele diz, enquanto puxa o polegar para fora de sua boca. Um
olhar sombrio passa sobre seus olhos e eu posso ver que algo nele mudou.
“Vá para dentro Libby.”
Eu não paro quando entro em casa e vejo minha mãe na sala de estar.
Murmuro um olá e subo as escadas até o meu quarto, fechando a porta
atrás de mim. Eu espero com todo meu coração que a minha mãe não
venha até aqui para ver como estou. Não querendo arriscar, vou para o
meu banheiro e fecho a porta, abrindo o chuveiro, sento-me na tampa do
vaso sanitário enquanto a água corre e penso sobre o que aconteceu.
Meus olhos vão direto para minha coxa onde Jasper segurou. Ele não
deixou marcas, apesar de ter segurado forte. Uma pontada de decepção me
bate e eu não sei o porquê. Mas isso é outra mentira que eu conto para mim
mesma.
Quando ouço uma batida na porta do meu banheiro, eu sei que é minha
mãe. Ninguém mais ia entrar no meu quarto e bater na porta do meu
banheiro. Levanto-me e abro a porta. Seus olhos varrem em cima de mim e
eu me lembro do que estou vestindo. Ela não faz qualquer comentário
sobre minha roupa e simplesmente me dá um sorriso brilhante.
“Os homens estão indo ver uma máquina que está quebrada e eu pensei
que nós poderíamos passar o dia juntas na cozinha. Fazer uma grande
refeição como nos velhos tempos”, diz ela, estendendo a mão e colocando
uma mecha do cabelo escuro atrás da minha orelha.
“Pensei que nós poderíamos falar sobre seus planos para este verão. Eu
sei que você se matriculou em algumas aulas on-line, mas você parece um
pouco...”. Sua voz vai se apagando, mas eu entendo o que ela quer dizer.
Sinto-me um pouco perdida e também sei que passar a tarde com ela só
vai fazer eu me sentir melhor.
A culpa recai sobre meus ombros assim que fecho a porta do banheiro e
começo a me despir. Se todos os sentimentos que tenho tido sobre Jasper
viessem à tona, isso iria destruir nossa família. Eu nunca poderia fazer isso
com minha mãe ou com Ned.
Assisto Libby quase correr para dentro da casa e balanço a cabeça para
mim mesmo. Foda-se, eu tenho que me controlar melhor. Ela parecia um
filhote de cervo olhando para faróis, enquanto eu a tocava. Fiquei lá
esfregando a pele branca leitosa e pensei em todos os tipos de coisas não
fraternas.
O que há de errado comigo? Por que eu não podia manter minhas mãos
sob controle? Algo sobre ela, no jeito que ela parecia tão inocente e doce me
atraí. Talvez seja porque eu sou apaixonado por ela desde o dia em que a
conheci e meu coração fica confuso. Minha caminhonete ainda tem cheiro
de canela e biscoitos recém-casados, eu quero que meu pau duro vá
embora. Vergonha me atinge quando o pulsar em minhas calças não vai
embora e eu não sei como fazê-lo parar.
Tudo o que eu queria era fazer aquele idiota parar de tocá-la, mas não,
eu precisava mesmo levar as coisas ao próximo nível, não é? Eu tinha que
acertar Owen Bishop na frente de toda a cidade de merda e assustar a única
pessoa que eu quero proteger. Ela olhou para mim como se eu fosse algum
tipo de animal e eu teria dado qualquer coisa para acabar com isso. Seus
olhos estavam arregalados com o que devia ser medo enquanto eu
acariciava sua pele e egoisticamente pegava o que estava a fim. Eu não
parei para pensar sobre o que poderia fazer com ela e agora me sinto como
um bastardo de marca maior.
Abro a porta, tentando fugir do cheiro dela, mesmo que não queira. Eu
preciso limpar a minha cabeça e não posso fazer isso enquanto estou
cercado por pensamentos de sua pele quente, macia sob o meu toque e me
perguntando se ela iria parecer tão macia debaixo de mim. Se o peso do
meu corpo iria esmagá-la contra o colchão. Será que ela pressionaria a boca
em seu travesseiro para esconder seus gemidos de nossos pais quando se
eu empurrasse para dentro de sua boceta?
Ficar aqui por mais de um dia é uma ideia ruim. Mas meu pai disse que
ele precisava da minha ajuda por alguns dias e não há nada que eu não
faça por ele. E você pode ver Libby, diz a vozinha dentro da minha cabeça e
eu gemo.
“É bom ver você, meu filho”, diz ela, dando-me um beijo rápido na
bochecha e me puxando para trás para me olhar de cima a baixo. “Seu
cabelo está ficando comprido.”
“Eu gosto. Fica bem em você. Seu pai está lá fora esperando por você.
Ele disse que havia alguma coisa em uma máquina para você dar uma
olhada”.
“Parece perfeito, mãe”, eu digo, não querendo ver mais decepção nos
olhos de ninguém hoje.
Pego uma garrafa de água da geladeira e uma maçã antes de sair para
ver onde meu pai se meteu. Quando ando para fora da varanda de trás, eu
o vejo no celeiro, a meio caminho de um dos nossos tratores.
7 A autora usou o termo Farmhouse que significa casa de fazenda, mas para não ficar repetitivo
colocamos estância.
“Você vai ficar preso debaixo dele, meu velho e eu não vou te ajudar a
sair”, eu digo, mordendo a maçã e me escorando em um dos grandes
pneus.
“Você não sabe que foi para isso que eu tive você, meu filho? Para
cuidar de mim na minha velhice”. Ele não se move debaixo do trator, mas
ele atira-me uma ferramenta, que eu pego com uma mão.
Eu toco seu joelho com o pé e ele desliza para o lado, assim eu posso
entrar lá embaixo com ele. Eu dou uma boa olhada no trator,
imediatamente localizo o problema e pego as ferramentas certas.
“Estou feliz que você está aqui”, meu pai diz, e eu ouço o sorriso em sua
voz.
Eu odeio ter partido de casa, mas não posso ficar em torno Libby o
tempo todo. É muito difícil, eu não posso suportar a dor de estar tão perto
dela e ser incapaz de tê-la. É como colocar uma garrafa de uísque de cem
anos de idade na frente de um bêbado e dizer que ele não pode
experimentar. O bêbado só vai aguentar por algum tempo antes de virar a
mesa e sair destruindo tudo.
“Você disse que precisava da minha ajuda. Eu sempre estarei aqui para
isso, pai.” Eu finalmente solto a porca e saio de debaixo do trator, querendo
olhar para a embreagem de cima.
“E eu disse que precisava falar com você”, diz ele, seguindo-me para
fora e levantando-se.
“Você sabe que Carol fica triste por você quase não aparecer mais por
aqui.” Ele espera eu olhar para ele e quando olho, vejo a sinceridade em
seus olhos. “Olha, Jasper, eu sei que você viaja muito por causa do
trabalho, mas não é tanto assim e nem é tão longe para que eu fique
semanas a fio sem te ver.”
“Eu sei pai. Sinto muito.” Eu começo a dizer mais, mas ele me corta.
“Bem, que merda. Isso não demorou muito”, eu digo, pulando para fora
do trator.
“Você quebrou seu nariz” diz o Sr. Bishop como saudação, e meu pai dá
alguns passos na frente dele me protegendo.
“Seu filho deve manter suas mãos longe da minha irmã”, eu digo,
cruzando os braços sobre o peito. Eu não lamento ter quebrado o nariz do
merdinha. Na verdade, minha única lamentação é não ter uma cerca em
volta de Libby para evitar que as pessoas pensem que podem tocá-la.
Meu pai olha para nós dois e me vê ali, casualmente, sem um pingo de
remorso. O outro homem está com o rosto vermelho e agora tropeça em
suas palavras.
“Ele não... ela é... Eles estão namorando”, o Sr. Bishop finalmente diz e
inflama ainda mais a raiva dentro de mim.
Libby não tinha dito nada disso para mim no caminho de volta, mas
também não lhe dei nenhuma chance. Eu estava muito ocupado passando a
mão nela e assustando-a até a morte para que ela pudesse explicar a
situação. Porra, eu sou um idiota. Abro a boca para me desculpar, mas a
voz de meu pai me para.
O Sr. Bishop olha para nós dois e vê que não vai ganhar a luta aqui hoje.
Ele dá um passo atrás do meu pai e me dá um olhar duro.
“Eu não serei responsável se o meu menino tentar empatar o placar com
você. Estou te avisando agora para tomar cuidado.”
O rosto do Sr. Bishop fica dezessete tons de vermelho antes dele se virar
e ir na direção de sua caminhonete. Meu pai me dá um olhar que me diz
que não havia necessidade de chutar o cadáver, mas eu dou de ombros.
“Será que ele realmente colocou as mãos sobre Libby?” Meu pai
pergunta e vejo que seus punhos se apertam ao seu lado.
Ele sempre foi protetor com ela e comigo e eu gosto disso nele. Meu pai
nunca se distanciou dela e sempre a chama de sua filha. Ele poderia
facilmente apenas chamá-la de sua enteada, mas ele a ama como se fosse
dele. E eu sei que significa muito para ela. Deixo escapar um suspiro e
respondo a verdade.
“Provavelmente não era o tipo de toque que merecia um nariz
quebrado, mas eu posso dizer que ele é o tipo de cara que não iria se
contentar apenas com isso.”
“Parece que você o pegou de jeito.” A questão está lá em sua voz e, por
um momento, ele me dá um olhar estranho, mas depois passa. “Fico feliz
que você estava lá para mantê-la segura.”
Ele bate no meu ombro e volta para o trator. Toda conversa sobre eu
ficar longe por tanto tempo é esquecida enquanto voltamos a trabalhar no
automóvel velho. Eu posso sentir que tem algo entre nós e eu suspeito que
ele ainda tem mais a dizer, mas está guardando isso para outra hora.
Estou grato e, ao mesmo tempo, apavorado com o que está por vir.
Tenho a sensação de que meu pai está vendo algumas das coisas que eu
sempre fui muito cuidadoso em esconder.
5
LIBBY
“Você provavelmente deveria fazer mais uma, já que Jasper está aqui.
Ele pode comer uma de suas tortas sozinho.” Minha mãe diz, cortando a
alface e sem olhar para cima.
Ele agiu como meu próprio segurança pessoal na cozinha. Eu sinto falta
dessa época, mas tudo está mudando. Jasper já não vive aqui e as coisas
não são mais do jeito que costumavam ser. Eu não preciso mais dele para
cortar as maçãs para mim, não importando se eu gostaria disso ou não. Ele
tem coisas melhores a fazer nos dias de hoje e eu não sou uma parte de sua
vida agora.
“Eu estava meio que pensando nisso. Nicole sabe como projetar
websites e diz que poderia fazer um para mim se eu quiser. Eu gosto dessa
ideia mais do que a perspectiva de fazer tortas o tempo todo. Amo
cozinhar, mas leva muito tempo e precisa ser rigorosamente pontual. Com
os aventais, consigo fazê-los sempre e eu sempre posso mudar as coisas.”
Sinto o olhar de minha mãe em mim, mesmo sem levantar meus olhos.
Deve ser uma daquelas coisas de mãe, que você pode olhar para o seu filho
e eles simplesmente sentem.
“Sendo honesta, não estou mesmo, mas achei que era isso que eu
deveria fazer a seguir”, admito.
Eu sempre fui bem na escola e até mesmo me formei entre os melhores
da minha classe, mas isso não quer dizer muito, já que nossa escola é bem
pequena. Embora eu me destacasse em sala de aula, não havia nada de
interessante o suficiente para me fazer querer continuar.
Olhando para cima, eu encontro com os olhos da minha mãe e vejo seu
sorriso suave de compreensão. O conforto é um alívio e eu relaxo meu
quadril contra o balcão.
“Você sabe que pode dar um tempo querida. Você é jovem e ainda tem
tempo para descobrir o que quer fazer. Talvez até mesmo tentar se
encontrar primeiro.”
“Eu não posso ficar aqui para sempre. Vou pensar em alguma coisa.”
Eu passo longe dela e volto até o fogão. Dou uma mexida no molho,
tentando manter meus pensamentos escondidos. Eu não quero que minha
mãe veja o quão instável estou me sentindo, porque ela vai se preocupar.
Quando eu olho para ela, minha mãe está olhando diretamente para mim e
seus olhos se estreitam. Ela se levanta da bancada onde estava trabalhando
e vem até mim.
“Querida, você pode ficar aqui para sempre. Você sabe disso, certo?
Diga-me você sabe disso?“
Posso ver que o que eu disse a chateou. Droga. Isso é o que eu estava
tentando não fazer. “Claro que eu sei mãe.”
Eu não deveria ter dito isso a ela. Não quis que soasse como se eu fosse
obrigada a ir embora, mas sim que era tempo de começar a andar com
minhas próprias pernas. Minha mãe me teve muito cedo e seus próprios
pais tentaram convence-la a desistir de mim, mas ela não lhes deu ouvidos.
Ela sabia que queria ter aquele bebê, então ela foi embora e fez uma vida
para nós duas. Não tivemos nada extravagante, mas nunca nos faltou nada.
Nunca senti que não era amada. Minha mãe trabalhou duro. Então ela
conheceu Ned e ambos se apaixonaram imediatamente.
Ela segura meu rosto e esfrega seu nariz contra o meu. É algo que
consegue me fazer sorrir e que temos feito desde sempre.
“Estou morrendo de fome”, Ned diz, entrando pela porta de trás e indo
direto para minha mãe. É a mesma coisa que ele sempre faz quando a vê.
Ele a agarra e beija, e ela ri. Ela costumava corar e dizer-lhe para não fazer
isso na nossa frente, mas parou há muito tempo. Ele continua fazendo isso
de qualquer jeito. “Este cheiro é torta de cereja?“ Ele pergunta, colocando
minha mãe de volta em seus pés, mas não a deixando se afastar.
Eu olho para o outro lado da sala onde Jasper está encostado na parede.
Olho para longe, incapaz de encontrar seus olhos. Meu rosto aquece
quando penso sobre a volta para casa na caminhonete. Como ele tinha me
tocado. Algo está mudando e eu posso sentir isso. Há algo diferente sobre
ele e sobre nós, mas eu não sei o que é.
“Estou indo para o meu quarto me lavar antes do jantar” digo, fugindo
e meio que correndo pelas escadas. Meus olhos começam a arder e sei que
se alguém olhar para mim agora saberá que estou prestes a chorar.
Corro para meu quarto e, em seguida, para meu banheiro. Vou lavar o
rosto. Eu olho para mim mesma no espelho e tento respirar.
“Componha-se, Libby. Ele sempre estará na sua vida e algum dia vai
vê-lo com outra pessoa.” Minhas palavras oferecem um pouco de conforto.
Pela primeira vez, sinto como se não estivesse mais em casa. Tiro meu
avental e o jogo no cesto de roupas sujas. Ouço uma batidinha na porta e ao
abrir encontro minha mãe ali parada.
“Você está bem, baby? Você não parece estar se sentindo muito bem.”
Ela levanta a mão e toca minha testa.
“Não sei. Não estou sentindo fome. Acho que vou me deitar um pouco”
vejo um traço de desapontamento cruzar o rosto de mamãe, antes que ela
consiga esconder. Ela sempre fica tão animada quando todos estão em casa
e conseguimos comer juntos. Sei que estou sendo egoísta, mas não consigo
descer lá e ouvir Jasper falar sobre uma garota que ele está namorando.
Não estou pronta para isso ainda.
“Ainda dorme com a luz acesa?” Ele indica a porta do banheiro. Sua
voz é baixa, mas consigo ouvi-lo.
“Oh!“ É tudo que eu consigo deixar escapar. Alívio inunda meu corpo e
o nó que se formou no meu estômago se desfaz. Eu odeio pensar na
possibilidade dele ter alguma namorada que vai tantas vezes em sua casa
que precisa levar uma bolsa para passar a noite. Eu não deveria me
importar, mas eu me importo. Eu sei que nunca poderemos ficar juntos,
mas ainda dói pensar. “Eu nunca estive na sua casa.”
“Sim” Eu sussurro, sentindo meu rosto quente. Mais uma vez, estou
grata pela escuridão.
“Eu odiei ver Owen tocar em você”, ele admite e eu fecho os olhos ao
ouvir suas palavras. “Eu odeio pensar em alguém tocando você.”
O ar entre nós está carregado, nossas confissões estão criando algo que
não estava entre nós antes.
Sinto sua mão vir para o meu rosto, virando-o na direção dele. Meus
olhos saltam abertos quando eu sinto sua respiração em meus lábios. Já
estou ajustada à escuridão agora, então posso ver seu rosto bem perto do
meu. Um pouco da luz da lua se infiltra através das cortinas e, de repente,
eu vejo o que está a minha frente.
Ele sussurra a última parte, enquanto sua boca quente pousa na minha.
O beijo não é delicado como eu esperava. Não é cuidadoso ou cauteloso. É
intenso e faminto. Num piscar de olhos encontro-me retribuindo seu beijo
com a mesma urgência. Todos os anos dizendo a mim mesma que aquilo
era errado e que eu não deveria querer meu irmão deste jeito são postos de
lado enquanto o desejo assume. Inclino-me para ele com fervor, abro mais
minha boca para provar e inspirar tudo dele.
Minhas mãos circundam seu pescoço e ele me puxa para o seu colo.
Sinto suas mãos na minha bunda, deslizando por debaixo da camisola que
estou vestindo e eu gemo. Ele quebra o beijo de repente e sussurra contra
meus lábios.
“Shhh”.
Em seguida, seus lábios estão de volta nos meus, mas, desta vez, ele
empurra sua língua em minha boca. Eu posso provar o calor quando sua
língua toca na minha. A sensação é estranha e muito erótica. Quis isso por
tanto tempo e finalmente está acontecendo.
Ele rosna contra minha boca e eu juro que o som vibra através de todo
meu corpo e vai direto para o local que eu mais preciso. Meu centro se
aperta e calor inunda minhas veias no momento em que meu corpo
explode com prazer. Afasto-me dos seus lábios e jogo minha cabeça para
trás. Deixo escapar um gemido, mas Jasper cobre minha boca com sua mão,
abafando o som que sou incapaz de esconder.
“Não diga nada”, diz ele em voz baixa, com suas mãos deslizando pelas
minhas costas, me acariciando para cima e para baixo. Sua boca se move
para o meu rosto e ele coloca beijinhos lá. Eu não sei quanto tempo nós
ficamos assim, com suas mãos me acariciando. É como se ele não pudesse
parar de me tocar. A aspereza das palmas de suas mãos é tão boa na minha
pele, que me faz sentir preciosa e delicada sob seu toque. O silêncio em
torno de nós é pacífico e todos os pensamentos são mantidos guardados.
Cedo demais ele nos move de volta para a cama. Fico preocupada que
ele vá me afastar. Pelo contrário, ele me segura apertado e deita comigo por
cima dele. Quando nos acomodamos nesta posição, a mão dele volta a me
acariciar por baixo da camisola, para cima e para baixo.
Tento lutar contra o sono, não querendo que o amanhã chegue. Sob a
luz, tudo o que fizemos vai parecer sujo e errado. Quero me segurar a este
momento perfeito e não perder esta sensação, mas não tem jeito de evitar.
Ao amanhecer, vamos perceber o que isso pode fazer a nossa família e aos
nossos pais, a quem tanto amamos. Como Jasper vai estar amanhã? Não
quero enfrentar nada disso. Só quero ficar assim deitada para sempre. Mas
suas carícias são tão suaves e seu cheiro enche meus pulmões de uma
forma tão reconfortante, que não consigo lutar contra e acabo sucumbindo
ao sono.
7
JASPER
“Oh, porra!” Eu gemo baixinho, enquanto sua boca rodeia meu pau.
Sua língua quente e úmida está circulando a cabeça bulbosa e eu aperto seu
cabelo macio e sedoso mais apertado enquanto meto para dentro. Sinto que
bati no fundo de sua garganta, mas ela não faz qualquer som. Apenas
engole em volta do meu comprimento, dizendo-me que ela quer minha
porra lá. Ela me quer dentro de seu corpo e eu aceito, deixando-a ter o que
quiser de mim.
Não posso acreditar que eu fui ao quarto dela ontem à noite e tento
afastar os pensamentos do que fiz com ela, mas eles continuam voltando e
meu pau está endurecendo outra vez, minha primeira tentativa de
liberação foi inútil.
Entrei para ver como ela estava depois de mamãe dizer que ela não
estava bem. Mas quando cheguei lá, fiquei ao lado de sua cama e vi seu
sono. Depois de um tempo, eu fui para a cadeira no canto de seu quarto e
fiquei lá sentado, incapaz de deixá-la. Eu tinha passado tanto tempo
tentando mantê-la afastada, com medo do que eu poderia fazer se ela
ficasse muito perto, então eu queria aproveitar o momento. Bastava ficar
vendo ela ali, sem ter que se preocupar com nada, sentindo-me calmo em
tê-la perto.
Meu olhar traçou cada polegada de sua pele exposta, memorizou cada
curva. A suavidade de seu rosto e a forma como a luz a atingia. A pele
pálida e cremosa de sua coxa que estava saindo debaixo das cobertas. A
pequena marca de nascença em forma de morango, na parte interna da
coxa, que eu via quando ela usava trajes de banho. Eu sentei lá e me
lembrei de como sonhei com o gosto que teria, como seria a sensação de
tocar aquele ponto e se ela roçava os dedos sobre ele quando ela colocava
as mãos entre suas pernas para tocar a si mesma.
Gravei a imagem dela em meu cérebro até que ela acordou, sentindo
meus olhos sobre ela. Eu deveria ter saído naquele momento, mas eu era
fraco. Olhando para ela por tanto tempo havia quebrado minha resistência
e eu não podia afastar-me dela. Então, ao invés de fazer o que deveria ter
feito e o que ela merecia, apaguei a luz. Eu não queria ver o olhar no seu
rosto enquanto eu a tocava. Não queria enfrentar a rejeição às claras. Eu
sabia o que ia fazer a partir do momento em que entrei no quarto e não
podia suportar o olhar no seu rosto quando finalmente comecei a agir. Eu
sei que minha irmã me ama, mas ela ainda é minha irmã e o que eu queria
fazer com ela estava longe de ser inocente.
Coloco um pouco na minha mão e rezo para que mais um orgasmo seja
suficiente para passar o dia. Uma vez que ficar sozinho esta noite, posso
fazê-lo novamente, mas eu preciso dar um jeito de manter meu pau sob
controle até lá ou eu vou atrás dela novamente. Estaria mentindo se eu
dissesse que já não pensei em todos os lugares desta casa que eu pudesse
agarrá-la. Roubar alguns momentos sem ninguém saber.
Acariciando meu pau, eu fecho os olhos com força e penso na sua
bucetinha esfregando-se contra meu membro. Na necessidade dela por
mim, coisa que eu não tinha esperado. Como ela choramingou e como meu
pau deixou minha irmãzinha no êxtase. Eu deveria ter vergonha destes
pensamentos, mas, de alguma forma, eles me deixam ainda mais duro.
Meu eixo cresce com necessidade como se eu não tivesse acabado de me
masturbar no chuveiro. Uso a minha outra mão para esfregar minhas bolas
enquanto me lembro do nosso beijo e de quão perfeito aquilo parecia ser.
Seus lábios inchados, tão macios contra os meus, como sua língua tinha
gosto de açúcar mascavo.
Aperto mais forte o meu pau, pensando na maneira como seu corpo
tremia quando ela gozou em meus braços. Como precisei cobrir sua boca
com minha mão para não sermos pegos e sobre o quanto esse pensamento
me excitou.
E se nossos pais nos pegassem no meio da diversão? Eu ficaria aliviado
por finalmente esclarecer as coisas? Ou será que o horror de Libby ao ser
flagrada seria como um balde de água fria no momento? Ou mesmo, será
que ela sabia o que estava fazendo na noite passada?
Seu cabelo está uma bagunça do sono e sua camisola está caindo de
lado em um dos ombros, expondo sua pele macia e cremosa. Seus olhos
estão arregalados de choque, suas bochechas estão vermelhas e brilhantes,
enquanto ela observa a bagunça que eu aprontei só de pensar nela.
Abro minha boca para dizer alguma coisa, congelado no lugar com o
olhar dela, mas a voz de nossa mãe me interrompe e nos tira de nosso
transe.
Tentei me manter ocupada fazendo tortas para levar para o jantar, mas,
eventualmente, os ingredientes acabaram. O tempo todo, Jasper ficou
sentado na bancada da cozinha me observando. Mamãe se ofereceu para
buscar mais ingredientes enquanto ela e Ned iam às lojas de antiguidades
na cidade. Então Ned sugeriu que poderiam ir ver um filme e eles
resolveram ter um encontro. Isso significava horas sozinha com Jasper.
Dou uma olhada na direção dele e seus olhos azuis parecem ainda mais
escuros. Mais tristes.
“Não há nada que eu queira tanto nesse maldito mundo, como ficar
perto de você, querida.”
Eu não sei do que ele está falando. Eu não estava namorando e não sei
porque Ned lhe diria isso. Houve alguma pressão da minha mãe sobre isso,
ela perguntando o que eu achava sobre namorar, mas foi só isso. Apenas
alguns comentários dela, mas nada específico.
Forço as palavras, porque sei que ele também ama minha mãe. A mãe
de Jasper foi embora quando percebeu que engravidar de Ned não iria lhe
garantir um lugar para morar com ele. Seu plano havia falhado e ela
deixou a cidade, sem nunca mais procurar por Ned ou Jasper. Minha mãe
era a única mãe que Jasper já conhecera. A única mulher que Ned já havia
trazido para perto dele e sei que ela significa tanto para ele quanto significa
para mim. É difícil não amar mamãe. Ela não lhe dá outra opção, a não ser
amá-la. Ela fará qualquer coisa por você e eu não quero ferir a única coisa
que realmente importa para ela, no mundo todo: sua família. E é isso que
Jasper e eu estamos fazendo.
“Mas você me quer. Você só não vai ficar comigo por causa de nossos
pais?” Ele pergunta e dá mais um passo em minha direção. Recuo ainda
mais, até que minhas costas se encontram contra a parede e ele se
aproxima, me enjaulando. Plantando suas mãos ao lado da minha cabeça
enquanto se inclina para baixo, aproximando-se ainda mais. Olho para ele,
sem saber o que dizer. “Diga” pressiona ele. “Diga que me quer.”
“Jasper, você realmente não sabe? Como pode não saber? Eu persegui
você por todo lado até que se afastou de mim.”
“Eu fiquei longe de você, porque sabia o quanto te queria. Sabia que se
chegasse perto demais, coisas como a noite passada iriam acontecer, mas
agora...”
Eu estou tentando fazer com que ele entenda o quanto isso vai ser
doloroso. Que agora nós dois precisaremos seguir em frente, mesmo
sabendo que o outro se sente da mesma forma. Minha mão vai para seu
peito e se agarra em sua camisa. Eu não quero abrir mão e ao mesmo
tempo, estou dizendo que não podemos continuar com isso.
Eu não digo nada. Ao invés disso, deixo meu corpo assumir, como
aconteceu no escuro, e eu fico na ponta dos pés, acabando com a distância
entre nós. Meus dedos soltam sua camisa e eu deslizo minha mão ao redor
de seu pescoço, puxando-o para mais perto.
Meus pés deixam o chão, e eu sei que estamos nos movendo, mas meus
olhos se fecham e me perco em Jasper. Perco-me em todas as coisas que
sempre quis. Ele me dá a sensação de estar em casa, como se estivesse
exatamente onde eu sempre quis. Hoje de manhã, quando me vi sozinha na
cama, esta sensação de pertencimento havia ido embora. E agora, mais do
que nunca, eu a quero de volta. Talvez nós possamos roubar mais um
tempinho. Ninguém precisa saber.
9
JASPER
Seu hálito doce bate no meu pescoço e sinto seus lábios macios me
beijando ali, enquanto eu ando tão rápido quanto posso.
“Porque eu sonhei com isso desde sempre e é um bom lugar para ver o
entorno, no caso de mamãe e papai voltarem mais cedo. Podemos dizer
que fomos alimentar os cavalos.”
Suas coxas apertam meus quadris, mas ela se inclina para trás e seus
olhos verdes estão arregalados de nervoso.
“Pare de falar, querida. Eu já estou muito duro para ficar ouvindo você
falar dessa sua buceta virgem. Só me deixe te levar até o celeiro e então eu
conseguirei pensar.”
Meu pau pulsa entre nós e tenho que apertar forte meus dentes para
não gozar nas minhas calças. Foda-se, eu não consigo pensar direito. Libby
me quer. Ela me quer da mesma maneira que eu a quero e nós dois fomos
nos distanciando porque achamos que isso poderia ferir nossos pais.
Eu sei que eles nos amam e querem que sejamos felizes. O que Libby e
eu sentimos, não é algo fugaz que vai desaparecer em uma semana, um
mês, ou até mesmo em cinquenta anos. Eu amo Libby desde o momento
em que nos conhecemos e nunca parei para pensar em como seria com
outra pessoa.
Depois, pego a mão de Libby e a puxo para mim, trazendo seu corpo
perto do meu. Eu escovo meus dedos através de seu cabelo escuro e olho
em seus belos olhos verdes. Estamos em silêncio por um momento, apenas
olhando um para o outro, antes de falar.
“Mas, Jasper...”
“Não. Você vai me deixar cuidar disso. Eu vou cuidar de tudo.” Dou-
lhe um beijo suave nos lábios para aliviar a dor de ser interrompido. “A
coisa mais importante é que você me ama do jeito que eu te amo, certo?”
“Sim, eu amo você, Jasper. Por mais que eu tenha tentado negar, estive
apaixonada por você como mais do que um irmão desde que consigo me
lembrar.”
“Então eu vou cuidar do resto. A única coisa que importa é que você e
eu estamos juntos. O resto são apenas detalhes e não há necessidade de se
preocupar com isso neste exato momento. Temos muito tempo para
descobrir como fazer isso.”
Ela sorri para mim e eu posso ver um pouco da tensão deixar seu corpo.
Dou-lhe outro beijo suave, mas em vez de recuar, eu aprofundo,
deslizando minha língua em sua boca e tomando tudo. Ela tem um gosto
bom para caralho e antes mesmo de perceber, estou andando com ela até o
cobertor e deitando sobre ele.
“Fique nua para mim. Deixa eu te ver toda” eu peço, movendo minha
boca até seu pescoço e apertando seu quadril.
Ela se atrapalha com os botões de sua camisa por um segundo, antes de
finalmente tirá-la pelos ombros. Espero ela tomar fôlego e acalmar seus
nervos porque a quero tão excitada quanto possível, antes que eu coloque
minha boca na sua buceta.
Minhas mãos vão para o cós do seu short e olho para seus olhos. Ela
acena em consentimento, eu o desabotoo e deslizo para baixo, junto com
sua calcinha de algodão, ficando em pé, quando termino, para contempla-
la. Sua camisa está aberta, mostrando os seios nus e meus olhos devoram
cada centímetro de seu corpo descoberto, enquanto viajam para baixo até
sua vagina. Suas pernas estão fechadas, assim não posso ver sua buceta
completamente, mas sorrio para ela. Ela é ainda mais perfeita do que eu
imaginava.
“Mostre para mim, querida. Esperei tanto tempo para ver. Me mostre
essa doce bucetinha virgem, irmãzinha, porque quero lamber e depois
quero come-la.”
Sua pele pálida contra o cobertor escuro, o cabelo espalhado a sua volta.
Ela é a coisa mais linda que eu já vi e não consigo desviar o olhar. Meus
olhos vagueiam pelo seu corpo e eu caio de joelhos, lambendo meus lábios,
precisando desesperadamente provar sua pequena buceta rosada.
“Você é minha, Libby. E uma vez que eu tiver sua buceta na minha
língua, nada vai mudar isso.” Não que já tenha mudado antes.
Com meus lábios, cubro sua buceta doce e dou-lhe uma longa lambida.
Seu sabor faz com que eu salive, precisando de mais. Trago meu rosto mais
para baixo, roçando os lábios de sua buceta com meu nariz, querendo o
cheiro dela em mim. Querendo sua marca em mim. Minha língua
mergulha em sua abertura virgem, provando o sabor de sua inocência que
ainda precisa ser deflorada.
“Foda-se. Não consigo mais esperar para estar dentro de você. Eu quase
não consigo inserir minha língua aqui.”
“Você pode fazer o barulho que quiser aqui, querida. Ninguém vai nos
ouvir. Você pode ficar quietinha hoje à noite, quando eu me esgueirar para
dentro do seu quarto. Com certeza eu vou querer repetir a dose. Quero
você me chupando e depois eu quero te segurar durante seu sono.”
“E é sujo. E é por isso que sua bucetinha gosta. Mas lembre-se, esta
noite, quando eu estiver aí dentro, você vai ter que ficar quieta. Não
queremos que papai te ouça. A partir de agora eu serei seu Daddy8 e seus
gemidos são apenas para mim.”
8A autora quis fazer um trocadilho pois Daddy tanto é pai/papai, como pode ser um amante, ou seja,
é um termo de afeto
Ela se senta e eu me endireito para conectar nossos lábios. O sabor da
sua buceta na minha boca, enquanto ela me beija, só me deixa ainda mais
duro. Minhas mãos vão para seus mamilos, beliscando os bicos duros e a
mão dela se dirige para meu jeans, lutando com meu cinto. Eu ajudo a
puxar meu pau para fora e ela o acaricia para baixo e para cima. A sensação
de sua mão no meu pau é o suficiente para me fazer deixar escapar
algumas gotas na palma de suas mãos. Eu me inclino um pouco para
frente e a umidade da sua buceta roça na ponta do meu membro, o que faz
nós dois gemermos. A sensação é boa para caralho e eu não vou durar mais
de sete segundos.
Mas nada disso importa, porque ao olhar para cima, eu sei que alguém
nos viu. E não só alguém nos viu, como também está vindo em nossa
direção.
“Vou dar um jeito nisso, baby. Fique aqui.” Ele se vira e salta para
baixo, ignorando a escada e deixando-me sozinha, com o pânico tomando
conta. O que Owen viu? Por que diabos ele está aqui? Deus, é como se o
universo estivesse contra nós.
“Estou procurando por Libby Bell.” Owen usa o nome pelo qual sou
conhecida na escola.
“Ela está ocupada.” Jasper rosna e eu sei que as coisas estão prestes a
ficar ruins. Certifico-me de que minhas roupas estão em ordem antes de
aparecer.
“Olhos em mim, seu cara de bosta”, ouço Jasper rosnando. Ele está
começando a soar mais como um amante ciumento do que um irmão super
protetor e me pergunto se Owen está percebendo isso também. Olho sobre
meu ombro enquanto vou descendo a escada, vendo quando Owen tira os
olhos da minha bunda e se volta para Jasper.
Suas sobrancelhas arqueiam e posso ver quando ele percebe o que está
acontecendo, pois Owen começa a sacudir a cabeça.
“Entendo. Você não quer que ninguém toque sua irmã, porque esse é o
seu trabalho. É isso que vocês dois estão fazendo aqui? Vindo para o celeiro
para transarem sem que ninguém possa ouvi-los? Eu acho que você queria
mantê-la como um segredinho sujo.”
Meu rosto queima, mas Jasper está voando em Owen, envolvendo sua
mão em torno da garganta dele e pressionando-o contra a lateral do celeiro.
Dou um grito.
“Não, pare”, eu imploro, puxando Jasper. Ele não pode dizer isso. Eu
quero nossos pequenos momentos roubados juntos antes de tudo desabar
ao nosso redor. Eu não tive o suficiente dele ainda. Preciso de mais e eu sei
que se todo mundo descobrir, não vou ser capaz de tê-los. Nada jamais
será o mesmo depois que as pessoas descobrirem e não estou pronta para
desistir disso.
Mas Jasper não para. Ele só parece estar ficando mais louco e o rosto de
Owen está começando a mudar de cor.
“Por favor, Jasper. Meu amor. Você está me assustando.” Seus olhos se
movem para mim, olhando para onde estou de pé e puxando-o pelo braço.
É como se ele só agora percebesse que estou tentando pará-lo. Ele deixa
escapar um suspiro e depois olha de volta para Owen antes de liberá-lo.
Owen se inclina para frente, em busca de ar.
“Owen. Sinto muito. Isso ficou fora de controle. Jasper não quis dizer o
que ele disse.” Eu tento acalmar todo mundo.
“Eu quis sim” Ele rosna e move-se de volta na direção de Owen, mas eu
fico entre eles.
“Vejo você por aí, Libby Bell”, Owen diz, enquanto se afasta.
Eu não sei quanto tempo ficamos lá, comigo congelada no lugar e Jasper
com um braço em volta de mim, me segurando em um aperto de morte,
claramente pensando que ele pode ir atrás de Owen, mas, eventualmente,
saímos dessa. Eu libero o meu domínio sobre ele, mas Jasper não faz o
mesmo. Tenho que me empurrar para me libertar de seu aperto e eu olho
para ele para ver que ainda está chateado.
“Eu não acredito que você fez isso.” Balanço minha cabeça, um caroço
se formando na minha garganta.
“Logo todos iriam saber de qualquer forma”, ele range, mas seu rosto
suaviza quando ele vê as lágrimas que estou tentando segurar.
Por um momento, concordo que ele está certo. Que talvez pudéssemos
ter todos os nossos momentos especiais juntos em segredo e seria o
suficiente. Ou, pelo menos, aproveitar tantos quanto conseguíssemos, antes
de tudo vir à tona, mas agora não podemos nem mesmo ter esse pedacinho
de felicidade. Tudo nos foi tirado e eu estou arrasada. A fofoca vai se
espalhar como fogo numa cidade tão pequena quanto a nossa. Todo
mundo vai saber, incluindo nossos pais. Não tenho a menor ideia do que
dizer a eles para explicar o que aconteceu.
Fico encostada na porta, sem saber o que dizer. Tudo isso está
acontecendo tão rápido. Em um dia, pensava que ele nem sabia que eu
existia. No outro, ele está reclamando seus direitos sobre mim. Minha
mente não consegue acompanhar.
Eu sinto como se meu coração fosse pular para fora do meu peito.
Eu: Ok.
“Libby, abra a porta ou eu vou entrar. Não ache que isso vai me
impedir de chegar até você. Nada vai.” Eu posso ouvir a promessa em sua
voz, mas também sei que ele nunca me deixaria ir falar com Owen sozinha.
Talvez eu consiga fazê-lo ficar de boca fechada e manter nosso segredo
seguro.
“Eu estou indo corrigir isso”, digo a Jasper, deslizando meu telefone no
bolso.
“Não, eu que vou corrigir isso, querida. Eu prometo. Vou fazer tudo
certo para você. Para nós.”
Meu coração palpita com suas palavras e eu sei que ele vai. Mas Jasper
tem uma abordagem mais dura para as coisas do que eu. Ele é mais bruto e
essa situação precisa ser tratada com mais cuidado. Escalo para fora da
janela, ouvindo Jasper bater na porta. Deslizo para baixo, pelo toldo da
janela, caindo de pé e parto em direção ao meu carro. Eu estou correndo
quando ouço Jasper gritar meu nome e meu coração ameaça pular fora do
meu peito.
Posso ouvir ele gritar meu nome novamente, mas desta vez é muito
mais alto. Quando eu entro no carro, olho para a janela do meu quarto e o
vejo inclinando-se para fora dela, observando-me. Coloco o carro em
movimento e saio pisando no acelerador, tentando me afastar o mais
rápido possível. Quando olho pelo espelho retrovisor, vejo Jasper correndo
para fora, pela porta da frente.
E é então que eu sei que ele não estava mentindo. Ele iria me perseguir,
não importa para onde eu corra. Minha única esperança é que eu possa
corrigir isso antes dele me encontrar.
11
JASPER
Dou uma segunda volta pelo centro da cidade e quero quebrar meu
volante ao meio com frustração. Não consigo encontrar Libby. Eu pensei
que talvez ela viesse ao centro da cidade ou fosse à casa de Nicole, mas ela
não estava em qualquer lugar. Quando passei pela casa de Owen e vi que
sua caminhonete não estava lá, minhas suspeitas foram confirmadas e eu
comecei a procurar por ele. Eu apostaria o saldo da minha conta bancária,
que é bastante expressivo, de que ele tem algo a ver com ela sair correndo
daquele jeito como fez. Libby podia até estar chateada com a situação, mas
ela nunca fugiria de mim.
Penso por um segundo sobre para onde eles poderiam ter ido e então
tenho uma ideia. Dou a volta com minha caminhonete, fazendo uma
inversão de marcha no meio da Main Street e disparo em direção ao lago.
Lembro-me dos caras na escola falando de levar as meninas lá para transar
e eu sinto um aperto em meu estômago só de pensar que ele está lá com
minha Libby.
Não é uma longa viagem e chego lá mais rápido do que qualquer limite
de velocidade permitiria. É uma longa estrada de cascalho, eu acelero por
ela levantando pedras e poeira ao passar. Quando me aproximo da clareira,
vejo o carro de Libby e faço um som que fica entre um grunhido e um
gemido. Em seguida, focalizo a caminhonete de Owen a distância.
Meu sangue fica gelado quando ouço o grito de Libby. Eu corro tão
rápido quanto posso, minhas longas pernas diminuindo a distância entre
mim e minha menina em questão de segundos, mas não é rápido o
suficiente e eu sinto que estou correndo através de areia movediça.
“Se você sequer respirar o mesmo ar que minha irmã de novo, vou
enterrá-lo onde ninguém nunca vai encontrar sua bunda gorda. Você me
entendeu?”
“É ele que está fazendo todo esse barulho?” O xerife acena para baixo,
onde Owen está rolando no chão.
“Nós estamos indo para casa, querida. Para nossa casa. Eu quero você
segura e o melhor lugar para isso é na minha cama.”
“Eu te disse que sempre iria atrás de você Libby. Eu sempre vou te
perseguir e te trazer para casa. Desta vez vamos ao lugar onde você deveria
ter ido há muito tempo. Você é minha e eu sou seu. Não há como superar
isso. Agora eu só quero te abraçar e me lembrar de que você está segura.”
Ela balança a cabeça contra o meu peito e nós ficamos em silêncio pelo
resto do caminho.
“Eu posso andar muito bem”, diz ela com um pequeno sorriso em sua
voz.
“Eu tenho vontade de fazer isso desde o dia em que comprei este
lugar.” Beijo sua testa carregando-a porta adentro.
Comprei esta casa pensando nela e sempre torci para que um dia ela a
visse e caísse de amores. Chuto a porta fechada atrás de nós e a levo para a
suíte máster. Deito-a na cama kingsize e rastejo com ela, puxando-a para
perto de mim, querendo dar-lhe o máximo de conforto possível.
“Baby, não há nada para consertar. Não há nada em nós que seja
estragado ou errado. É apenas diferente. Nós não estamos ligados pelo
sangue, apenas pelo casamento. E mamãe e papai nos amam tanto que eu
sei tudo que eles querem é que sejamos felizes.”
Traço círculos com os dedos em suas costas e percebo que ela funga e
concorda com a cabeça contra meu peito.
“Ele machucou você?” Eu não acho que as coisas tenham ido longe o
suficiente para que ele a machucasse fisicamente, mas ela estava
emocionalmente abalada e isso é tão ruim quanto, a meu ver. “Diga-me o
que fazer para te ajudar.”
“Você chegou a tempo, Jasper. Deus, se você não tivesse, eu não sei...”
sua voz vai sumindo e me sinto estremecer.
Uma vez que deitei em sua cama e ele me abraçou, nunca me senti mais
relaxada. Senti como se estivesse exatamente onde deveria estar. A
sensação de familiaridade voltou. A sensação que tive recentemente e que
tinha ido embora e agora eu sei o motivo. Era porque Jasper estava longe
de mim e ele sempre foi a minha casa. Desde a primeira vez que nos
encontramos eu sabia onde deveria estar.
Eu vejo um arranhão nos nós de seus dedos, que suponho ser da luta
com Owen.
Jasper sorri e eu coloco mais beijos nas marcas. Era algo que ele sempre
fazia por mim.
“Dói?” Eu corro meu dedo ao longo do machucado, ainda me sentindo
culpada por ele ter se machucado.
“Não, nada dói agora. Pela primeira vez em muito tempo, não há
nenhuma dor.” Eu estendo a mão, querendo tocá-lo. Corro os dedos ao
longo de sua bochecha, sentindo a aspereza de seus pelos, uma vez que ele
não se barbeia a alguns dias.
“Eu não sabia o quanto isso estava machucando até agora. Até
experimentar o que estava faltando. Tudo que eu sentia era vazio”, digo-
lhe, sabendo o que ele quer dizer quando fala em dor. É loucura pensar que
todo esse tempo nós dois queríamos estar juntos. Que a dor que eu estava
sentindo era muito mais profundo do que eu mesma sabia. “Ainda é difícil
acreditar no fato de que você me quis todo esse tempo também.”
“Eu não acho que eu posso deixar você ir Jasper. Me sinto egoísta.”
Pego um pedaço de sua camisa e o puxo para mais perto. “Eu não quero
ferir a nossa família.”
“Mas estamos nos ferindo. Eu não conseguia ver isso no começo, mas
pensa comigo: lutar contra o que nós sentimos só está rasgando nossa
família em dois. Eu nunca vou te esquecer. Inferno, eu pensei que você não
me quisesse e ainda assim eu construí esta casa para você. Eu vim para casa
todos os dias pensando como seria se você estivesse aqui a cada noite.
Voltar para casa com você fazendo-me o jantar e com uma dessas tortas de
cereja que eu amo no forno. Você se movendo em torno de uma cozinha
que eu construí para você, vestindo apenas um daqueles malditos aventais
que me deixam louco.”
Seus olhos estão implorando e eu sei que ele está pensando que
poderia afastá-lo de novo, mas eu não posso. Vamos encontrar uma
maneira. Nós precisamos.
“Você não iria acreditar em todas as coisas que eu pensei em fazer com
você enquanto usava um”, diz ele, fazendo meu rosto quente.
“Me desculpe por fugir. Eu fiquei com medo e estava apenas tentando
consertar tudo. Eu estava...“
“Tentando deixar todos felizes. Eu sei querida. Você sempre faz isso.
Você adora colocar um sorriso no rosto das pessoas. Sempre foi assim. Foi
meio que por isso que comecei a me afastar de você, no último ano mais do
que nunca.”
Por que isso faria ele se afastar de mim? Meu rosto se aperta em
confusão.
“Toda vez que você chegou perto de mim, eu queria agarrá-la. Queria
levá-la para casa comigo e sabia que não podia. Por um lado, você era
muito jovem.”
Isso, provavelmente, era verdade. Não faz muito tempo que tenho
dezoito anos.
“Você comprou esta casa para mim pensando que eu jamais viria morar
aqui com você.” Eu olho em volta, pensando o quão solitário deve ter sido,
porque ficar longe de mim o fez ficar longe de nossos pais, também. Pelo
menos eu os tinha me esperando em casa todas as noites, enquanto ele
voltava para uma casa vazia.
“Não, eu comprei esta casa e menti para mim mesmo. Disse que não iria
ultrapassar os limites para me fazer sentir melhor, mas eu estava realmente
apenas aguardando a minha vez. Isso tudo ia acontecer de uma forma ou
de outra. Só foi preciso papai sussurrar no meu no ouvido que você estava
pensando em namorar. Foi suficiente. Continuei dizendo que eu só estava
indo checar você, nada mais, mas no fundo eu sabia o que estava fazendo.
Eu estava indo te encontrar.“
“Você sempre vai vir atrás de mim” Eu digo suas palavras de antes de
volta para ele.
Minha boca se move para baixo, em seu pescoço e eu ajudo a tirar sua
camisa. Eu lambo entre seus seios antes de beijar meu caminho até um
mamilo e levá-lo na minha boca. O pico duro é tão bom na minha língua e
ela geme quando eu o chupo. Quero ir devagar e com calma, mas as mãos
de Libby estão apressadas.
Nós dois vamos nos livrando mutuamente das nossas roupas. Uma vez
que estamos ambos pele contra pele e esfregando nossos corpos nus juntos,
eu olho para cima para ver Libby sorrindo de orelha a orelha.
“Estou tão feliz. Eu mal posso acreditar que isso está acontecendo.”
Suas pálpebras caem um pouco e eu posso ver o desejo lá. “Faça amor
comigo, Jasper.”
Descendo um pouco, eu coloco um beijo em seu estômago e, em
seguida, um pouco mais a baixo.
“Eu vou fazer amor com você, Libby. Vou dar-lhe qualquer coisa que
queira, para o resto de sua vida, mas você tem que me dar alguma coisa,
também.”
Eu beijo entre as coxas, que caem abertas para mim, revelando sua
bucetinha cor de rosa coberta de creme.
“Eu quero você sem nenhuma barreira, querida. Não quero nada me
separando de sua bucetinha doce e não quero tirar para fora, também. Eu
quero fazer isso direito na primeira vez e isso significa entrar com tudo,
sem parar.”
Suas coxas tremem um pouco quando eu lambo seu clitóris com apenas
a ponta da minha língua. Obtendo uma pequena amostra de sua excitação
e precisando de mais.
“Eu sei”, eu digo. Ela me disse que era virgem e não namorou ninguém.
Eu teria sabido se ela tivesse ficado com alguém antes.
“Eu sei,” eu digo, dando uma lambida longa na sua buceta. Ela geme e
choraminga quando eu tiro a minha língua longe de seu calor.
Eu abro minha boca e cubro seu sexo, deslizando minha língua entre
suas dobras molhadas. Ela geme e agarra meu cabelo com ambas as mãos,
impulsionando seus quadris para cima para me encontrar. Coloco dois
dedos dentro de seu canal apertado, trabalhando-os dentro e fora e
tentando abri-la um pouco. Ela é tão fodidamente apertada que eu sei que
tirar sua virgindade vai doer, mas vou ser gentil. Eu nunca vou querer lhe
causar qualquer dor.
“Sim,” ela geme, e puxa minha boca de volta para baixo em sua buceta.
Dou-lhe um último beijo em sua buceta antes de subir por seu corpo e
puxar suas pernas para cima em volta da minha cintura. A cabeça do meu
pau está incrivelmente dura com excitação na sua abertura. Meu membro
não está tão paciente à espera de entrar em sua buceta apertada e ele tem
vazado lentamente seu líquido durante todo este tempo. Mesmo agora,
quando olho para baixo, onde estamos quase nos juntando, eu posso ver
minha semente pegajosa escorrendo contra sua abertura, deixando-a
pronta para me aceitar lá dentro.
“Eu vou cuidar de você e de nosso bebê. Você sabe disso, certo?” Eu
olho em seus olhos e ela balança a cabeça, entendendo que ela e eu temos
um pacto eterno. “Esta é a minha primeira vez, também, Libby. Eu só
queria que você soubesse disso. Eu esperei por você, para tudo, queria que
fosse minha primeira em tudo e se não fosse você, não haveria ninguém
mais para mim.”
“Jasper.” Seus olhos estão um pouco úmidos quando ela levanta a mão
e toca minha bochecha.
“Jesus, Jasper. Isso é tão sujo.” Ela geme, e eu sinto sua buceta ficar um
pouco mais molhada com as minhas palavras.
“Oh Deus, eu vou gozar”, diz ela, fechando os olhos com força e
segurando os lençóis.
“Goze querida. Goze até que minha semente atinja seu útero.” Ela geme
e fica tensa quando a onda de prazer bate nela. Eu a sigo no seu clímax,
segurando-me dentro dela, tanto quanto eu posso, gozando duro. Eu quase
desmaio de tão boa que é a sensação, mas de alguma forma, eu consigo
ficar sobre meus cotovelos, para não esmaga-la com o meu peso. Porra, as
sensações são demais e enquanto elas fluem através de mim, eu inspiro
buscando ar.
Eu nos viro e a coloco por cima, sem tirar meu pau de dentro dela,
mantendo-o enterrado dentro de sua buceta. Não tenho planos de sair num
futuro tão próximo e isso vai funcionar melhor assim, se ela quiser dormir.
“Eu sei querida. Uau! ” Eu digo, colocando seu cabelo atrás da orelha.
“Vai ficar tudo bem. O pior que pode acontecer é eles ficarem
chateados, mas com o tempo eles vão superar isso.”
Ele me diz a mesma coisa desde que saímos de casa e nos dirigimos
para cá, sabendo que precisávamos vir contar-lhes o que estava
acontecendo entre nós. Mesmo que a fofoca sobre nós dois não se
espalhasse depois do que aconteceu com Owen, não queríamos esconder.
Nós já escondemos nossos sentimentos por muito tempo e eu não posso
mais fazer isso. Não agora que eu sei o que podemos ter juntos.
Inferno, eu estou aqui para fazer as malas, porque estou indo para casa
com Jasper. A nossa casa. Uma casa que, segundo fui informada, eu nunca
vou deixar. O pensamento me faz quente outra vez.
“Eu sei. Eu sei.” Eu deslizo minha mão na sua. “Sempre será difícil
decepcioná-los.”
“Oh meu Deus.” Ela começa a chorar, e eu fico lá, atordoada, sem saber
o que fazer ou dizer. Eu envolvo meus braços em torno dela, porque é a
única coisa que posso pensar em fazer. “Eu estou tão louca que eu poderia
matá-la”, ela soluça em mim, me segurando perto. O pânico toma conta.
Isto é pior do que eu pensava.
“Eu estou bem, mãe. Jasper estava lá. Ele me salvou.” Eu não digo a ela
que ele me levou para casa e fez eu me sentir como se nada mais pudesse
me machucar novamente. Que nenhum homem jamais me tocaria, além
dele.
“Eu amo tanto vocês dois.” Ela nos mantém por um segundo e eu olho
para ver Ned sorrindo para mim. Eventualmente, Ned puxa a minha mãe
para longe de nós, apenas para mantê-la em seus próprios braços.
“Por que não entramos?” Ned diz, enquanto se move na direção da
porta da frente com minha mãe.
“Ela disse que você quebrou alguns ossos.” Ned diz isso com orgulho
na voz e um sorriso ilumina seu rosto.
“Ele tem sorte disso ter sido tudo o que eu fiz,” Jasper rosna, sua mão
apertando a minha.
Ned sorri ainda mais e assim faz minha mãe. Ela começa a descer do
colo de Ned, como estivesse tentando se aproximar de nós.
“Ela é minha.”
“Ufa! Que beleza!” Ned suspira, quando minha mãe pula da cadeira e
vem correndo até mim mais uma vez. Levanto-me e ela me puxa para
outro abraço. Jasper não solta minha mão e se coloca ao meu lado.
“Eu estou tão animada”, ela sussurra em meu ouvido. “Vocês levaram
uma vida para nos contar.” Ela se afasta um pouco e estreita os olhos para
mim como quando estou em apuros. “Nós não guardamos segredos. Nós
somos uma família.”
“Eu deveria ter dito alguma coisa mais cedo”, interrompe Jasper. “Eu
sabia o que estava acontecendo.”
“Eu só queria saber por que demorou tanto tempo”, minha mãe diz,
dando um passo para trás. Jasper coloca os braços em volta de mim e me
puxa perto.
“Eu liguei para ele e disse-lhe que ela estava pensando em namorar. Ele
chegou aqui cinco minutos depois. Parece bem rápido para mim,” diz Ned.
“Eu nunca disse nada sobre namoro,” eu protesto. Eu ainda não tinha
ideia do que ele estava dizendo.
“Esta família nunca vai acabar,” Ned rosna para si mesmo. “Eu não dou
a mínima para o que os outros pensam sobre nós, desde que nós estejamos
felizes.”
“Ele tem o seu grunhido.” Mamãe diz a Ned. Isso é realmente muito
estranho e eu tenho que segurar um risinho.
“Isso foi tão fácil” Murmuro, ainda chocada porque eles não
enlouqueceram ou até mesmo se decepcionaram conosco. Eles estão felizes.
Animados. Ninguém está me proibindo de ir morar com Jasper.
“O amor é fácil, baby.” Mamãe sorri para Ned e ele se inclina, dando-
lhe um beijo. “É o resto da porcaria que pode tornar tudo mais difícil. Nós
nunca vamos ser o que vai tornar tudo mais difícil para vocês dois.”
“Há quanto tempo vocês acham que algo estava acontecendo entre
nós?” Pergunto.
“Libby, você costumava dizer que ia se casar com ele o tempo todo
quando era mais jovem.” Mamãe ri e eu coro com a lembrança.
“Vocês dois têm sorte. Encontraram-se ainda jovens. Nenhum ano será
desperdiçado”, diz mamãe.
Olho para Jasper, que está olhando para mim e sorrindo. Sua mão
levanta, acariciando minha bochecha com seu polegar e nesse momento o
meu mundo inteiro entra nos eixos.
Epílogo
JASPER
“Vire seu rosto no travesseiro, menina. Não quero que mamãe e papai
nos ouçam.”
Eu meto nela por trás e sinto sua buceta estreita me apertar. Ela está
grávida de quatro meses, mas sua bunda já está ficando mais redonda.
Porra, eu amo isso. Espero que ela se mantenha assim depois do bebê,
juntamente com seus peitos maiores também. Eles já estão tão sensíveis que
quando eu deslizo minha mão para baixo e belisco o mamilo, ela grita. Os
sons abafados são silenciosos na escuridão e eu juro por Deus que ela está
encharcada com esta pequena foda em seu antigo quarto.
Libby está excitada o tempo todo, de modo que engravidar foi a parte
fácil. Difícil para nós é ficar mais do que algumas horas sem eu estar dentro
dela. A nossa ligação é tão intensa que ela viaja em torno da cidade comigo
para o trabalho e nós temos que estacionar na floresta para foder no carro
se demorarmos muito para voltar para casa. Ela é insaciável e eu adoro
tentar mantê-la satisfeita.