CAPÍTULO 5 - Ir Faustina Filha Amante Da Mãe de Deus - ZAGNA - Letra - em - 20

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Ir. Faustina, filha devotíssima da mãe de Deus

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Deus, desde toda a eternidade, predestinou à Santíssima Virgem para ser a Mãe do
Verbo encarnado e a corredentora do gênero humano. A Virgem concebeu Jesus em seu
seio por obra do Espírito Santo. Acompanha o seu Filho durante 30 anos de sua vida
oculta. Está presente em Canaã da Galileia. A pedido de sua Mãe, Jesus faz o primeiro
milagre, através do qual “manifestou sua glória e seus discípulos acreditaram nele” (Jo.
2,11).
Ela está ao pé da cruz, na qual o seu Filho morre para a redenção do homem.
Acompanha os apóstolos no Pentecostes, o dia em que nasce formalmente a Igreja
católica. Elevada ao céu, ajuda-nos desde ali intercedendo diante de Deus por nós.
A Virgem Santíssima não é uma lembrança histórica. Ela vive junto a seu Filho
ressuscitado. Ela preocupa-se sempre com a Igreja peregrina. As suas aparições em
Lourdes, Fátima e outros lugares, falam-nos disso. Quando Jesus recomenda à Ir.
Faustina a missão de atuar como a mensageira de sua divina misericórdia, além do seu
apoio, entrega-lhe sua própria Mãe para que a auxilie no desempenho dessa tarefa.
Expressa a Ir. Faustina: “Solenidade da Imaculada Conceição. Antes da santa
comunhão vi a Mãe Santíssima em beleza inconcebível. Sorrindo para mim, disse-me:
Minha filha, por recomendação de Deus, devo ser tua Mãe de maneira exclusiva e
especial, mas desejo que também tu sejas minha filha especial” (Nº 1414).
A proteção da mãe de Deus enche o coração de Ir. Faustina de paz e gozo
“Desde esses dias vivo sob o manto virginal da Mãe de Deus; ela me defende e instrui.
Estou tranquila junto ao seu Imaculado Coração, e porque sou tão fraca e inexperiente,
reclino-me como uma criança em seu Coração” (Nº 1097).
Ir. Faustina pede com todo fervor à Santíssima Virgem que acenda no seu coração o
amor ardente com o qual ela amou o seu Divino Filho. “1º de maio de 1937. Hoje senti a
proximidade de minha mãe, da Mãe celestial. Embora antes de cada comunhão eu peça
com fervor a Nossa Senhora que me ajude na preparação da minha alma para a vinda de
seu Filho, e sinta a sua proteção sobre mim, peço-lhe muito que se digne acender em mim
o fogo do amor a Deus de que estava inflamado o seu Coração no momento da
Encarnação do Verbo Divino” (Nº 1114). A Virgem pede a Ir. Faustina que leve a
mensagem aos sacerdotes de que ela é sua Mãe que permanentemente intercede por
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eles diante de Deus. “Visão de Nossa Senhora. Vi Nossa Senhora em grande claridade e
vestida de branco, cingida por um cinto de ouro, e havia pequenas estrelinhas também de
ouro por toda a vestimenta, e as mangas estavam enfeitadas com triângulos de ouro.
Tinha um leve manto azul-safira, na cabeça trazia um leve véu transparente, os cabelos
soltos, lindamente penteados, e uma coroa de ouro que tinha cruzinhas nas pontas. Na
mão esquerda segurava o Menino Jesus. Uma Nossa Senhora assim eu ainda não tinha
visto. Então olhou para mim bondosamente e disse: ‘Sou Nossa Senhora dos sacerdotes’.
Então colocou Jesus no chão, ergueu a mão direita para o céu e disse: ‘Ó Deus, abençoai
a Polônia, abençoai os sacerdotes’. E novamente me disse: ‘Conta o que viste aos
sacerdotes. Resolvi que contaria na primeira vez que me encontrasse com o Frei, mas eu
mesma não posso compreender nada dessa visão” (Nº 1585).

A) A Mensagem do Senhor sobre a sua Infinita Misericórdia Em outros tempos,


Deus falou muitas vezes e de diferentes maneiras aso nossos pais, por meio dos profetas.
Recentemente, nestes dias, nos falou por seu Filho, ao qual constituiu herdeiro de tudo
(Hb 1,1-2). Hoje, Jesus escolhe a Ir. Faustina para que nos fale sobre a sua infinita
misericórdia. Diz-nos a Ir. Faustina: “Hoje ouvi as palavras. No Antigo Testamento eu
enviava profetas ao meu povo com ameaças. Hoje estou te enviando a toda a
humanidade, com a minha misericórdia. Não quero castigar a sofrida humanidade,
mas desejo curá-la estreitando-a ao meu misericordioso Coração. Utilizo castigo
quando eles mesmos me obrigam a isso. A minha mão empunha de má vontade a
espada da justiça; antes do dia da justiça estou enviando o dia da misericórdia.
Eu respondi: Ó meu Jesus, vós mesmo falai às almas, porque as minhas palavras são
sem importância” (Nº 1588).
Mais adiante, acrescenta a Ir. Faustina: “4 de junho. Hoje é a solenidade do
Sacratíssimo Coração de Jesus. Durante a santa missa tive o conhecimento do Coração
de Jesus, com que fogo de amor arde para conosco, e que mar de misericórdia ele é.
Então ouvi a voz: Apóstola da minha misericórdia, anuncia ao mundo toda essa
minha inescrutável misericórdia, não desanimes com as dificuldades que
encontrares na divulgação da minha misericórdia. Essas dificuldades que tão
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dolorosamente te atingem são necessárias para a tua santificação e para comprovar


que essa obra é Minha. Minha filha, sê diligente em anotar cada sentença que te
digo sobre a minha misericórdia, porque isso é para um grande número de almas,
que terão proveito disso” (Nº 1142).
Ir. Faustina, cumprindo a missão que o Senhor havia-lhe encomendado, nos entregou
a mensagem da divina misericórdia, que Jesus dignou-se revelar à humanidade neste
tempo. A seguir, um breve parêntese para lembrar e refletir sobre alguns parágrafos dessa
mensagem, a fim de compenetrar-nos, na forma mais profunda e fiel possível, com as
palavras do Senhor. Isto ajudará a aumentar a nossa confiança nos ensinamentos do
Senhor, para obter dessa maneira na vida presente o que precisamos da divina
misericórdia e, no futuro, a salvação eterna. Através de sua mensagem, Nosso Senhor nos
revela que:

1. Deus é o amor e a própria misericórdia

Diz Jesus à Ir. Faustina:


“Diga, minha filha, que sou puro amor e misericórdia. Quando a alma se
aproxima de mim com confiança, encho-a com tantas graças que ela não pode
encerrá-las todas em si mesma, mas na irradia para as outras almas” (Nº 1074).

São João, depois de viver três anos junto a Jesus, o Verbo feito Homem, afirma: “Deus
é amor” (Jo 1; Ap 4,8). E quando o amor de Deus dirige-se ao pecador, chama-se
misericórdia.

2. Deus ama o homem

Diz o Senhor à Ir. Faustina: “Escreve: Tudo que existe está encerrado no interior
da minha misericórdia, mais profundamente que o filho no seio da mãe. Quanta dor
me causa a falta de confiança em minha bondade. Os pecados que me ferem mais
dolorosamente são os de desconfiança” (Nº 1076).
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Logo escreve a Ir. Faustina: “4 de abril de 1937. Domingo de Páscoa, ou festa da


misericórdia. De manhã, após a santa comunhão, a minha alma ficou submersa na
divindade. Eu estava unida com as três Pessoas divinas de tal forma que, quando estava
unida a Jesus, estava unida ao mesmo tempo com o Pai e o Espírito Santo. A minha alma
estava submersa em felicidade inconcebível e o Senhor deu-me a conhecer toda a
imensidão e o abismo da sua inescrutável misericórdia. Oh!, se as almas quisessem
compreender quanto Deus as ama. Todas as comparações, mesmo as mais sensíveis e
fortes, são apenas pálidos reflexos em comparação com a realidade” (Nº 1073).
São João afirma: “Tanto Deus amou o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito para
que todo aquele que crê nele não pereça, mas obtenha a vida eterna. Pois Deus não
enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por
ele” (Jo 3,15-17).
E São João Paulo II nos ensina: “A dimensão da redenção não atua só fazendo justiça
do pecado, mas restituindo ao amor a sua força criadora no interior do homem, graças à
qual ele tem novamente acesso à plenitude de vida e de santidade, que provém de Deus.
Desse modo, a redenção implica a revelação da misericórdia em plenitude”.
3. Deus revela ao homem a sua infinita misericórdia e convida-o a mergulhar nela
Jesus estendeu os seus braços na cruz por amor ao homem, para liberá-lo da
escravidão do pecado e do demônio. Hoje, Nosso Senhor, através da Ir. Faustina, inunda
os homens, e especialmente os pecadores, com a sua misericórdia, para que aproveitem o
fruto do sacrifício do Calvário.
Diz o Senhor à Ir. Faustina: “Minha secretária, escreve que sou mais generoso
para os pecadores do que para os justos. Por eles desci à terra... por eles derramei
meu sangue. Que não tenham medo de se aproximar de mim; são eles que mais
necessitam da minha misericórdia” (Nº 1275).
E prossegue: “Dize às almas que não impeçam a entrada da minha misericórdia
em seus corações, pois ela deseja tanto agir neles. A minha misericórdia trabalha
em todos os corações que lhe abrem as suas portas.
Tanto o pecador como o justo necessitam da minha misericórdia. A conversão e a
perseverança são uma graça da minha misericórdia” (Nº 1577).
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4. Jesus deseja derramar a sua misericórdia sobre as almas


“Escreve, Minha filha, diz à Ir. Faustina, que sou a própria misericórdia para a
alma contrita. A maior miséria da alma não me inflama de ira, mas o meu Coração se
comove por ela com grande misericórdia” (Nº 1739).
“Quando fui para a adoração, ouvi estas palavras: Minha filha querida, escreve
estas palavras, que hoje o meu Coração descansou nesse convento. Fala ao mundo
da minha misericórdia, do meu amor” (Nº 1074).
5. Jesus rejeita o pecado, mas acolhe o pecador arrependido
O pecador arrependido faz estremecer de misericórdia o Coração de Jesus. Os
fariseus apresentam uma mulher que foi surpresa em adultério. Disseram ao Senhor:
“Mestre, esta mulher foi surpreendida no ato de adultério. E na lei Moisés nos mandou
apedrejar essas mulheres. Então, o que tu dizes?” (Jo 8,4-6).
O arrependimento irrompe no coração da mulher. Cristo percebe-o e toma a defesa da
pecadora arrependida. Dirigindo-se à mulher, diz-lhe: Vá e de agora em diante abandona o
pecado (Jo 8,11).
Dize Jesus à Ir. Faustina: “Escreve: Sou três vezes santo e abomino o menor
pecado. Não posso amar uma alma manchada pelo pecado, mas quando se
arrepende, não há limites para a generosidade que tenho para com ela. A minha
misericórdia a envolve e justifica. Com a minha misericórdia persigo os pecadores
em todos os seus caminhos, e alegra-se o meu Coração quando eles voltam a mim.
Esqueço as amarguras com que alimentaram o meu Coração e alegro-me com a sua
volta. Dize aos pecadores que ninguém escapará ao meu braço. Se fogem do meu
misericordioso Coração, cairão nas mãos da minha justiça. Dize aos pecadores que
sempre espero por eles, presto atenção ao pulsar do seu coração” (Nº 1728).
Para evitar uma atitude errônea, devemos lembrar que a divina misericórdia não aceita
o pecado de modo nenhum, mas estende a sua mão ao pecador arrependido. O homem
não poderá jamais sair pela sua própria força do abismo do pecado mortal; de maneira que
quanto mais baixo cair, mais ajuda terá por parte da Divina Misericórdia.
De fato, a lei do amor é estender a mão ao mais necessitado. Assim, por exemplo:
Temos duas pessoas diante de nós: uma delas sofre frio; a outra está morrendo de frio.
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Evidentemente, a lei da caridade nos obriga a estender a mão, primeiro, à pessoa que
está morrendo de frio. Isso implica, por um lado, o maior direito da pessoa que morre de
frio, de ser ajudada antes que a pessoa que só sofre frio. Quanto maior é a miséria do
pecador, com maior prontidão Nosso Senhor irá em sua ajuda.
6. Os mais pecadores têm mais direito à divina misericórdia
Em casa obra das minhas mãos, diz Nosso Senhor à Ir. Faustina, está confirmada
a minha misericórdia. Quem confia em minha misericórdia não perecerá, porque
todas as suas causas são minhas, e os inimigos são desbaratados aos pés do meu
escabelo” (Nº 723).
E depois expressa Nosso Senhor: “Ponham a esperança na minha misericórdia os
maiores pecadores. Eles têm mais direito que outros à confiança no abismo da
minha misericórdia. Minha filha, escreve sobre a minha misericórdia para as almas
mais atribuladas. Causam-me prazer as almas que recorrem à minha misericórdia.
A almas assim concedo mais graças do que desejam. Não posso castigar, ainda que
seja o maior pecador, se recorre à minha compaixão, mas justifico-o na minha
inconcebível e inescrutável misericórdia. Escreve: antes de vir como juiz imparcial,
abro a porta da minha misericórdia. Quem não quiser passar pela porta da
misericórdia, terá que passar pela porta da minha justiça” (Nº 1146).
Para compenetrar-nos mais profundamente desta consoladora afirmação de Nosso
Senhor, devemos ter presente:
Do precedente exposto, lógica e necessariamente deriva que não há pecado nem
pecados, que não possam ser perdoados, se o pecador se arrepender.
Jamais deve extinguir-se na alma do pecador a esperança de ser perdoado. A divina
misericórdia só espera que o pecador diga: “Senhor, perdoai-me”, para acolhê-lo em seus
braços. Fala-nos o Senhor: Digo-vos que, de igual modo, haverá mais alegria no céu por
um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não tenham
necessidade de arrependimento (Lc 15,7).

7. A última tábua de salvação para a humanidade é a divina misericórdia

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Escreve a Ir. Faustina: “Hoje fiz retiro de um dia. Então ouvi uma voz na alma: São
palavras dirigidas a ti. Faze tudo que estiver ao teu alcance na obra da minha
misericórdia. Desejo que seja dada honra à minha misericórdia. Estou dando à
humanidade a última tábua de salvação, isto é, que se refugie na minha misericórdia”
(Nº 998).
8. A chaga do Coração de Jesus, fonte da infinita misericórdia
“De todas as minhas chagas, como de fonte, corre a misericórdia para as almas,
mas a chaga do meu Coração é uma fonte de inescrutável misericórdia; dessa fonte
jorram grandes graças para as almas. Queimam-me as chamas da compaixão,
desejo derramá-las nas almas dos homens. Fala a todo o mundo da minha
misericórdia” (Nº 1190).
A cruz é o altar onde se consuma o sacrifício do Filho de Deus. Deus feito Homem,
agoniza na cruz. De seu lado jorra um fio de sangue, que se transforma num rio imenso
que banha a humanidade inteira. Mata a morte, apaga o pecado, enxerta a vida de Deus
nas almas.
9. O pecador arrependido presta maior glória à paixão de Cristo
“Diz Nosso Senhor: Quando o pecador recorrer à minha misericórdia presta-me a
maior glória e é a honra da minha paixão. Quando a alma glorifica a minha bondade,
então o demônio treme diante dela e foge até o fundo do inferno” (Nº 378).
10. O sacramento da confissão, prova permanente da divina misericórdia
“Hoje disse-me o Senhor: Filha, quando te aproximas da confissão, dessa fonte da
minha misericórdia, sempre desce na tua alma o meu sangue e a água que saiu do
meu Coração, e enobrece a tua alma. Cada vez que te aproximares da santa
confissão, mergulha toda na minha misericórdia com grande confiança, para que eu
possa derramar na tua alma a abundância da minha graça. Quando te aproximas da
confissão, deve saber que Eu mesmo espero por ti no confessionário. Oculto-me
apenas no sacerdote, mas eu mesmo atuo na alma. Aí a miséria da alma encontra-se
com o Deus de misericórdia. Dize às almas que dessa fonte de misericórdia elas
acolhem graças somente com o vaso da confiança. Se a sua confiança for grande, a
minha generosidade não terá limites. As torrentes da minha alma inundam as almas
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humildes. Os orgulhosos sempre estão na pobreza e miséria, porquanto a minha


graça se afasta deles para as almas humildes” (Nº 1602).

Prossegue o Senhor: “Escreve, fala da minha misericórdia. Dize às almas onde


devem procurar consolo, isto é, no tribunal da misericórdia, onde continuo a realizar
os meus maiores prodígios que se repetem sem cessar. Para obtê-los não é
necessário empreender longas peregrinações nem realizar exteriormente grandes
ritos, mas basta aproximar-se com fé dos pés do meu representante e confessar-lhe
a própria miséria; o milagre da divina misericórdia se manifestará em toda a
plenitude. Ainda que a alma esteja em decomposição com um cadáver ainda que
humanamente já não haja possibilidade de ressurreição, e tudo já esteja perdido,
Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da divina misericórdia fará
ressurgir aquela alma para uma vida plena. Ó pobres, que não aproveitais esse
milagre da divina misericórdia” (Nº 1448).
Ensinamentos pontifícios
“O sacramento da penitência ou reconciliação é o que aplaina o caminho de cada um,
inclusive quando se sente sob o peso de grandes culpas. Pois é infinita e inesgotável a
prontidão do Pai para acolher os filhos pródigos que voltam para casa”.
11. Deus prolonga a vida do pecador para ajudá-lo a se arrepender

Escreve a Ir. Faustina: “Quando perguntei a Nosso Senhor como pode suportar tantos
delitos e crimes e não os castigar, respondeu-me o Senhor: Para castiga-los tenho a
eternidade, e agora prolongo-lhes o tempo de misericórdia, mas ai deles se não
conhecerem o tempo da minha visitação. Minha filha, secretária da minha
misericórdia, não apenas estás obrigada a escrever e divulgar a minha misericórdia,
mas também a pedir a graça, para que também eles bendigam a minha misericórdia”
(Nº 1160).
Em última instância, a vida do homem é um permanente aproximar-se da morte. De
fato, quanto mais nos afastamos do dia de nosso nascimento, mais nos aproximamos do

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dia de nossa morte. Jesus prolonga os dias do pecador para facilitar-lhe o arrependimento.
O tempo foge. Aproveitemo-lo para recorrer à divina misericórdia que está a nossa espera.

12. A misericórdia de Deus oculta no Santíssimo Sacramento, a voz do Senhor,


que nos fala do seu trono da misericórdia: “Vinde a mim todos”
O diálogo do Deus misericordioso com a alma pecadora.
Jesus: Não tenhas medo, alma pecadora, de teu Salvador. Eu mesmo tomo a
iniciativa de me aproximar de ti, porque sei que por ti mesma não és capaz de
elevar-te até Mim. Não fujas, filha, de teu Pai, dispõe-te a dialogar a sós com o teu
Deus de misericórdia, que é quem deseja dizer palavras de perdão e cumular-te com
suas graças. Como me é cara a tua alma! Eu te inscrevi nas chagas das minhas
mãos; gravei-te profundamente na chaga do meu Coração.
Alma: Senhor, ouço a vossa voz, que me conclama a voltar do mau caminho, mas não
tenho coragem nem força.
Jesus: Eu sou a tua força. Eu te darei energias para lutar.
Alma: Senhor, conheço a vossa santidade e tenho medo de vós.
Jesus: Por que tens medo, minha filha, do Deus de misericórdia? A minha
santidade não impede que eu seja misericordioso para contigo. Olha, alma, para ti
fundei o trono de misericórdia na terra, e esse trono é o sacrário, e desse trono de
misericórdia desejo descer em teu coração. Olha, não me cerquei de séquito nem de
guardas, tens acesso a mim a todo momento, a qualquer hora do dia quero falar
contigo e desejo conceder-te graças.
Alma: Senhor, não sei se me perdoareis tão grande quantidade de pecados; a minha
miséria me enche de temor. Jesus: A minha misericórdia é maior do que as tuas
misérias e as do mundo inteiro. Quem medirá a extensão da minha bondade? Por ti
desci do céu à terra, por ti permiti que me pregassem na cruz, por ti permiti que
fosse aberto pela lança o meu Sacratíssimo Coração e abri para ti uma fonte de
misericórdia; vem haurir graças dessa fonte com o recipiente da confiança. Nunca
rejeitei um coração humilhado; a tua miséria ficou submersa no abismo da minha
misericórdia. Por que terias que travar comigo uma disputa sobre a tua miséria? Dá-
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me o prazer de me entregares todas as tuas penúrias e toda a miséria, e eu te


cumularei com tesouros de graças.
Alma: Vencestes, Senhor, o meu coração de pedra com a vossa bondade; eis que me
aproximo do tribunal da vossa misericórdia com confiança e humildade; absolvei-me vós
mesmo pelas mãos do vosso representante. Ó Senhor, sinto como a graça e a paz
desceram à minha pobre alma. Sinto que a vossa misericórdia, Senhor, me envolveu toda.
Vós me perdoastes mais do que eu ousei esperar, ou fui capaz de pensar. A vossa
bondade ultrapassou todas as minhas aspirações. E agora convido-vos ao meu coração,
cheia de gratidão por tantas graças. Andei por ímpios caminhos como o filho pródigo, e vós
não deixastes de ser Pai para mim. Multiplicai em mim a vossa misericórdia, porque vedes
como sou fraca.
Jesus: “Filha, não fales mais da tua miséria, porque já não me lembro dela. Ouve,
minha filha, o que desejo dizer-te, reclina-te em minhas chagas e haure da fonte da
vida tudo o que teu coração possa desejar. Bebe abundantemente da fonte da vida,
e não desfalecerás no caminho. Olha para os esplendores da minha misericórdia e
não temas os inimigos da tua salvação. Glorifica a minha misericórdia” (Nº 1485).
As palavras que Jesus dirige neste diálogo à alma pecadora, são dirigidas a cada um
de nós. Não temos senão de repetir como a alma pecadora: “Senhor, pequei; tende
piedade de mim”.
B) A nossa resposta à mensagem de Jesus sobre a sua infinita misericórdia
Até aqui temos falado sobre à divina misericórdia que Jesus nos revela através de sua
serva Ir. Faustina. Surge a pergunta: Qual a condição indispensável por parte do homem
para que a divina misericórdia dê os seus frutos nas almas?
Ela frutificará no coração do homem segundo o grau de confiança que ele depositar na
misericórdia de Deus.
Diz Ir. Faustina: “Então ouvi na alma estas palavras: Minha filha, garanto-te
recursos constantes, de que viverás. Tua obrigação é a total confiança na minha
bondade, e a minha obrigação é dar-te tudo de que necessitas. Eu mesmo faço-me
dependente da tua confiança; se a tua confiança for grande, a minha generosidade
não terá limites” (Nº 548).
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A porta pela qual penetra a divina misericórdia no coração do homem é a confiança em


Deus. Se o homem, por falta de confiança em Deus, não abrir o seu coração a ele, a divina
misericórdia jamais penetrará em sua alma. Portanto, podemos concluir que a devoção à
Divina Misericórdia abrange dois elementos constitutivos: por parte de Deus, a sua infinita
misericórdia; por parte do homem, a sua confiança.
O Padre Pedro Kreis afirma que confiar em Deus é parte essencial do culto da Divina
Misericórdia. Sem ela, o culto não daria fruto. A confiança é, pois, “o vaso” com o qual
colhem-se as graças da divina misericórdia”.
Diz o Senhor: “As graças da minha misericórdia colhem-se com o único vaso,
que é a confiança. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá. Grande consolo
me dão as almas de ilimitada confiança, porque em almas assim derramo todos os
tesouros das minhas graças” (Nº 1578).
Emerge então a pergunta: Quais as disposições do nosso espírito que favorecem o
florescimento da confiança diante de Deus?
Antes de mais nada, uma atitude cheia de humildade. Por uma parte, ela permite o
homem reconhecer a sua própria miséria e, pela outra, a magnificência de Deus.
Esta atitude facilita ao homem a aceitação daquilo que é revelado por Deus e surge
assim o espírito de fé.
As verdades reveladas por Deus e aceitas com espírito de fé, facilitam ao homem a
visualização do amor infinito de Deus para o homem. Permitem-lhe compreender o
preceito máximo de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo”.
Nasce assim, a virtude da caridade.
A confiança, enriquecida pela humildade, iluminada pela fé e impulsada pelo amor, faz
com que o pecador se jogue nos braços de Deus, confie nele e espere dele.
Somente a plena confiança em Deus nos dará a força de não desistir até não obter o
que pedimos a Deus, logicamente, se isso estiver de acordo com a vontade de Deus e for
em benefício de nossa alma.

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Diz o Senhor: “Eu sou a própria misericórdia para a alma contrita. A maior miséria
da alma não me inflama de ira, mas o meu Coração se comove por ela com grande
misericórdia” (Nº 1739).
Com toda razão, afirma a Ir. Faustina: “Não compreendo como se pode não confiar
naquele que tudo pode; com ele tudo, e sem ele nada” (Nº 358).
Quais as características que deve ter a nossa confiança em Deus?
Ir. Faustina responde a esta pergunta: “Com a confiança e a simplicidade de uma
criança entrego-me hoje, Senhor Jesus, meu Mestre. Deixo-vos inteira liberdade na
direção de minha alma. Guiai-me pelos caminhos que escolherdes, eu não vou querer
entendê-los. Seguir-vos-ei confiante. Vosso misericordioso Coração tudo pode” (Nº 228).
Com a confiança com que deixa-se levar a criança da mão de sua mãe, deixemo-nos
conduzir pela divina misericórdia para os caminhos que ela nos levar.

1. À medida que a confiança na divina misericórdia arder em nossa alma,


cumprir-se-ão em nós as promessas do Senhor
Diz o Senhor à Ir. Faustina: “Dize às almas que não impeçam a entrada de minha
misericórdia em seus corações, pois ela deseja tanto agir neles. A minha
misericórdia trabalha em todos os corações que lhe abrem as suas portas; tanto o
pecador como o justo necessitam da minha misericórdia. A conversão e a
perseverança são as graças da minha misericórdia” (Nº 1577).
A confiança em Nosso Senhor encherá a alma de paz no momento da morte.
“Hoje disse-me o Senhor: Abri o meu Coração como fonte viva de misericórdia;
que dela tirem vida todas as almas, que se aproximem desse mar de misericórdia
com grande confiança. Os pecadores alcançarão justificação, e os justos serão
confirmados no bem. Quem tiver confiança na minha misericórdia, derramarei em
sua alma, na hora da morte, a minha divina paz” (Nº 1520).
Nosso Senhor cuida da alma que confia na divina misericórdia.
Diz Jesus à Ir. Faustina: “Minha filha, estás pensando que escreveste o suficiente
sobre a minha misericórdia. Sou amor e misericórdia oura, não existe miséria que
possa medir-se com a minha misericórdia, nem a miséria a esgotará, visto que à
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medida que se dá, aumenta. A alma que confiar em minha misericórdia é a mais
feliz, porque eu mesmo cuido dela” (Nº 1273).
2. Quem confiar na divina misericórdia não perecerá
Escreve a Ir. Faustina: Hoje ouvi estas palavras: “As graças que te concedo não são
apenas para ti, mas para um grande número de almas... E no teu coração está
continuamente a minha morada; apesar da tua miséria, uno-me contigo e, afastando
a tua miséria, dou-te a minha misericórdia; em cada alma realizo a obra da
misericórdia, e quanto maior o pecador, tanto maiores direitos tem a minha
misericórdia. Em cada obra das minhas mãos está confirmada a minha misericórdia.
Quem confia em minha misericórdia não perecerá, porque todas as suas causas são
minhas, e os inimigos serão desbaratados aos pés do meu escabelo” (Nº 723).
3. Confiar em Deus é indispensável para superar os sofrimentos da vida e não
cair jamais na desesperança
A esse respeito, diz-nos a Ir. Faustina: “Compreendo as almas que sofrem contra a
esperança, pois senti em mim mesma esse fogo. Contudo, Deus não permite sofrer além
das forças. Muitas vezes vivi com a esperança contra a esperança e levei a minha
esperança até a plena confiança em Deus. Faça-se em mim o que ele decidiu desde os
séculos” (Nº 386).
Aonde devemos recorrer para reforçar a nossa confiança em Deus, sobretudo nos
momentos de dores físicas?
Responde-nos a Ir. Faustina: “Nos mais pesados tormentos, fixo o olhar da minha alma
em Jesus crucificado; não espero ajuda dos homens, mas ponho a minha confiança em
Deus; em sua inescrutável misericórdia está toda a minha esperança” (Nº 681).
“Embora o caminho esteja tão cheio de espinhos, não tenho medo de seguir adiante;
ainda que me cubra uma tempestade de perseguições, ainda que se afastem os amigos,
ainda que tudo conspire contra mim e ainda que o horizonte escureça, ainda que comece
a rugir a tempestade e eu sinta que estou sozinha e tenho que enfrentar tudo, com toda
tranquilidade, confio em vossa misericórdia, ó meu Deus, e não se decepcionará a minha
esperança” (Nº 1195).

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C) As promessas de Jesus àqueles que propagarem a sua Divina Misericórdia


“Eu defendo as almas que divulgam o culto da minha misericórdia por toda a
vida como uma mãe amorosa defende seu filhinho e, na hora da morte, não serei
juiz para elas, mas salvador misericordioso. Nessa última hora a alma não tem nada
para a sua defesa além da minha misericórdia; feliz é a alma que durante a vida
mergulhou na fonte da misericórdia, porque não será atingida pela justiça” (Nº 1075).
Diz o Senhor à Ir. Faustina: “A ti e a todos que anunciarem essa minha grande
misericórdia, eu mesmo os defenderei na hora da morte como a minha glória, ainda
que os pecados das almas sejam negros como a noite” (Nº 378).
Continua Ir. Faustina: “Disse-me o Senhor: Minha filha, não te canses de divulgar a
minha misericórdia; consolarás com isso o meu Coração, que arde com a chama de
compaixão para com os pecadores. Dize aos meus sacerdotes que os pecadores
empedernidos demonstrarão contrição diante das palavras deles, quando falarem
da minha insondável misericórdia, da compaixão que tenho para com eles em meu
Coração. Aos sacerdotes que divulgarem e glorificarem a minha misericórdia, darei
um poder extraordinário e ungirei suas palavras, e tocarei os corações daqueles aos
quais falarem” (Nº 1521).
Expressa a seguir: “28 de janeiro de 1938. Hoje disse-me o Senhor: Anota, minha
filha, estas palavras: Todas as almas que louvarem essa minha misericórdia e
divulgarem a sua honra, estimulando outras almas à confiança na minha
misericórdia, essas almas, na hora da morte, não sentirão pavor. A minha
misericórdia as defenderá nessa última luta” (Nº 1540).
TERCEIRA PARTE
Os meios que Jesus coloca ao nosso alcance para obter a sua misericórdia
A experiência ensina-nos que para alcançar um objetivo é indispensável contar com os
meios adequados. De fato, se desejamos cobrir uma distância de 1000 km em uma hora, o
uso de um avião será essencial. Já vimos que a devoção à divina misericórdia sob a
invocação “Jesus, eu confio em vós”, abrange dois elementos constitutivos: por parte de
Deus, a sua infinita misericórdia e, por parte do homem, a sua ilimitada confiança nela.
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Jesus não só dignou-se revelar a sua infinita misericórdia através da Ir. Faustina, mas
também nos anunciou os meios pertinentes para alcançá-la, garantindo a eficácia desses
com a sua palavra. A seguir, proporcionaremos uma breve descrição dos ditos meios e
indicaremos as promessas do Senhor ligadas a cada um deles. O que nos resta a fazer é
dobrar os joelhos e mergulharmos na divina misericórdia, através desse meios.
OS MEIOS
I. A imagem
Entre os meios para alcançar à divina misericórdia, o Senhor entrega-nos a imagem,
sob a invocação “Jesus, eu confio em vós”.
a) A sua origem

A sua origem é o expresso desejo do Senhor.


Em 22 de fevereiro de 1931, Jesus aparece a Ir. Faustina e pede-lhe para pintar uma
imagem de acordo com a figura em que Cristo apresenta-se.
Escreve a Ir. Faustina:
“22 de fevereiro de 1931. A noite, quando me encontrava em minha cela, vi Nosso
Senhor vestido de branco. Uma mão erguida para a bênção, e a outra tocava-lhe a túnica,
sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho
e o outro pálido. Em silêncio eu contemplava o Senhor; a minha alma estava cheia de
temor, mas também de grande alegria. Logo depois, disse-me Jesus: Pinta uma imagem
de acordo com o desenho que estás vendo, com a legenda: ‘Jesus, eu confio em
vós’. Desejo que essa imagem seja venerada primeiramente na capela das irmãs e
depois no mundo inteiro” (Nº 47).
A Ir. Faustina pede a Nosso Senhor que lhe esclareça o significado da imagem.
“O meu confessor mandou que eu perguntasse a Nosso Senhor o que significam
esses dois raios que estão nessa imagem. Respondi: está bem, perguntarei ao Senhor”.
“Durante a oração ouvi estas palavras interiormente: Esses dois raios significam o
sangue e a água: o raio pálido significa a água, que justifica as almas; o raio
vermelho significa o sangue, que é a vida das almas. Ambos os raios saíram das

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entranhas da minha misericórdia quando, na cruz, o meu Coração agonizante foi


aberto pela lança.
Esses raios defendem as almas da ira de meu Pai. Feliz quem viver à sua
sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus. Desejo que o
primeiro domingo depois da Páscoa seja a festa da misericórdia” (Nº 299).
Também o Senhor atribui uma grande importância à inscrição na base da imagem:
“Jesus, eu confio em vós”.
Expressa a Ir. Faustina:
“Em determinado momento perguntou-me o confessor como deve ser colocada essa
inscrição, visto que tudo isso não cabe nessa imagem. Respondi que rezaria e
responderia na semana seguinte. Quando sai do confessionário e estava passando diante
do Santíssimo Sacramento, recebi a compreensão interior de como deve ser essa
inscrição. Jesus me lembrou o que tinha dito na primeira vez, isto é, que estas palavras
devem ser salientadas. Essas palavras são: Jesus, eu confio em vós. Compreendi que
Jesus deseja que seja colocada toda a fórmula” (Nº 327).
b) A história da imagem
A tarefa que encomendou Jesus à Ir. Faustina não era fácil. A Ir. Faustina carecia da
preparação artística para realizar a obra. Ao consultar as Irmãs com as quais convivia no
convento, não demonstraram nenhum interesse. Só em janeiro de 1934, três anos depois
de receber a encomenda de pintar a imagem, a Ir. Faustina conseguiu cumprir o desejo de
Nosso Senhor.
Quando se encontrava em Vilna, graças à extraordinária compreensão de sua
superiora e com a eficaz ajuda de seu confessor, entrou em contato com uma artista pintor,
Edmundo Kazimierowski, que aceitou realizar a obra conforme às indicações da Ir.
Faustina.
A imagem pintada pelo artista E. Kazimierowski foi exibida pela primeira vez em Vilna,
durante o tríduo, antes do fim da festividade do Jubileu da Salvação do Mundo, de 26 a 28
de abril de 1935, no templo de Ostra Brama.

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Providencialmente, dita festividade teve lugar no primeiro domingo depois da semana


da Ressurreição, o dia em que deve celebrar-se a solenidade da Divina Misericórdia, sob a
invocação “Jesus, eu confio em vós”, conforme o expresso desejo de Nosso Senhor.
Em 4 de abril de 1937, esta imagem foi colocada, prévia a autorização do arcebispo,
na igreja de São Miguel, em Vilna.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o artista pintor Adolfo Hyta, ofereceu-se à
Congregação a qual havia pertencido a Ir. Faustina, para pintar uma imagem em
cumprimento do voto que fizera por ter sido salvo durante a guerra.
O oferecimento foi aceito e, no outono de 1943, a imagem foi concluída e levada à
Congregação da Mãe da Divina Misericórdia, em Cracóvia.
O cardeal Adam Sapieha, arcebispo de Cracóvia, benzeu a imagem e mandou coloca-
la na capela.
Atualmente, dita imagem encontra-se na capela da Congregação de Nossa Senhora
da Misericórdia, em Cracóvia, onde também repousam hoje os restos da Serva de Deus Ir.
Faustina. Fiéis de toda Polônia, bem como da Europa, América e outros continentes,
recorrem a esta imagem para implorar à misericórdia as graças que necessitam.
O mundo inteiro foi literalmente invadido por cópias desta imagem.
c) O sentido profundo da imagem
Ir. Faustina descreve-o:
“Em determinado momento, quando eu me achava na casa daquele pintor que estava
pintando essa imagem, e quando vi que não era tão bela como é Jesus, fiquei muito triste
com isso, o que no entanto escondi no fundo do Coração. Quando saímos da casa desse
pintor, a madre superiora ficou na cidade para resolver diversos assuntos, e eu voltei para
casa sozinha. Imediatamente dirigi-me à capela e chorei muito. Disse ao Senhor: quem
vos pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: o valor dessa imagem não
está na beleza da tinta nem na habilidade do pintor, mas na minha graça” (Nº 313).
Estas palavras de Cristo evidenciam que o valor da imagem origina-se no seu
significado. A imagem é uma sinal que nos fala da infinita misericórdia de Deus, que flui
constantemente do Coração de Cristo. Esta imagem deve nos lembrar: Qual a fonte de
nossa redenção?
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Essa fonte é o sangue e a água que emanam do Coração de Jesus para lavar-nos de
nossos pecados. Que esta fonte de misericórdia esteja sempre aberta para que
recorramos a ela, sobretudo nos momentos difíceis de nossa vida; especialmente
devemos recorrer para pedir ajuda a fim de limpar a nossa alma se o pecado a corroer.
Que, a exemplo de Jesus, devamos ter uma grande misericórdia para com os nossos
irmãos.
d) O olhar de Nosso Senhor
Afirma a Ir. Faustina: “Em determinado momento, disse-me Jesus: O olhar dessa
imagem é como o olhar na cruz” (Nº 326). Ao contemplar a imagem, abramos a nossa
alma ao olhar de Jesus, cheio de amor, para que ele a purifique e a encha de confiança na
infinita misericórdia divina.
e) As promessas de Jesus àqueles que venerarem esta imagem
Em 22 de fevereiro de 1931, Jesus revela a Ir. Faustina: “Prometo que a alma que
venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre
os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu próprio a defenderei como
minha glória” (Nº 48).
Em outra ocasião, disse Nosso Senhor à Ir. Faustina:
“Ofereço aos homens um recipiente com o qual devem ir buscar graças na fonte
da misericórdia. O recipiente é a própria imagem com a inscrição: ‘Jesus, eu confio
em vós’ ” (Nº 327).
II. O terço
1. Modo de rezá-lo
a) Antes de começar, reza-se o pai-nosso, a ave-maria e o credo.
b) Depois, diz-se:
Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre,
pelos séculos dos séculos. Amém.
c) Em cada uma das contas que separam as dez ave-marias, reza-se:
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Eterno Pai, eu vos ofereço o corpo e sengue, alma e divindade de vosso bem-
amado Filho e Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e os do
mundo inteiro.
d) Ao passar as contas das dezenas, diz-se: Pela sua dolorosa paixão, tende
misericórdia de nós e do mundo inteiro.
e) No fim: Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tende piedade de nós e do mundo
inteiro. (Três vezes)
Foi o próprio Jesus que ensinou à Ir. Faustina a fórmula do terço.
“No dia seguinte, quando entrei na nossa capela, ouvi interiormente estas palavras:
Toda vez que entrar na capela, reza logo essa oração que te ensinei ontem. Quando
rezei essa oração, ouvi na alma estas palavras: Essa oração é para aplacar a minha ira;
recitá-la-ás por nove dias por meio do terço do rosário, da seguinte maneira:
primeiro rezarás um pai-nosso e ave-maria e o credo; em seguida, nas contas do pai
nosso, dirás as seguintes palavras: Eterno Pai, eu vos ofereço o corpo e o sangue,
alma e divindade de vosso diletíssimo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. Nas contas da ave-maria
rezarás as seguintes palavras: pela sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós
e do mundo inteiro. No fim rezarás três vezes estas palavras; Deus Santo, Deus
Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro” (Nº 476).
2. Nosso Senhor promete graças extraordinárias àqueles que rezarem o terço
a) “Promessa do Senhor: As almas que rezarem este terço serão envolvidas pela
minha misericórdia em sua vida, e especialmente na hora da morte” (Nº 754).
b) Nosso Senhor promete outorgar tudo que lhe pedirmos através desta oração.
“Minha filha, estimula as almas a rezarem esse terço que te dei. Pela recitação
desse terço agrada-me dar tudo que me pedem. Quando o recitarem os pecadores
empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da sua morte será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade
dos seus pecados, quando se desvenda diante dos olhos da sua alma todo o
abismo da miséria em que mergulhou, que não desespere, mas que se lance com
confiança nos braços da minha misericórdia, como uma criança nos abraços da
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estimada mãe. Essas almas têm primazia no meu Coração compassivo, ela têm
primazia à minha misericórdia. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido a minha
misericórdia se decepcionou nem ficou envergonhada. Tenho predileção especial
pela alma que tem confiança na minha bondade. Escreve que, quando recitarem
esse terço junto aos agonizantes, eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante
não como justo juiz, mas como salvador misericordioso” (Nº 1541).
c) A recitação do terço pelo moribundo ou as pessoas que o acompanharem, faz com
que Jesus defenda o moribundo como a sua própria glória.
“Quando entrei no meu quarto, ouvi estas palavras: Defendo toda alma que recitar
esse terço na hora da morte como a minha glória, ou quando outros o recitarem
junto a um agonizante; eles conseguem a mesma indulgencia. Quando recitam esse
terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira divina, uma inconcebível misericórdia
envolve a alma e abrem-se as entranhas da minha misericórdia, pela dolorosa
paixão de meu Filho. Oh!, se todos conhecessem como é grande a misericórdia do
Senhor; e como nós todos precisamos dessa misericórdia, especialmente nessa
hora decisiva” (Nº 811).
d) As pessoas que recitam o terço, além de receber graças imensas, fazem jorrar a
divina misericórdia sobre o mundo inteiro.
“Então ouvi uma voz enquanto recitava esse terço: Oh!, que grandes graças
concederei às almas que recitarem este terço; o interior da minha misericórdia se
comove por aqueles que recitam este terço. Anota essas palavras, minha filha, fala
ao mundo da minha misericórdia, que toda a humanidade conheça a minha
inconcebível misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos: depois dele virá o
dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da minha misericórdia, tirem
proveito do sangue e da água que jorraram para eles. Oh!, almas humanas, onde
vos escondereis no dia da ira de Deus? Recorrei agora à fonte da divina
misericórdia. Oh!, que grande número de almas estou vendo. Elas glorificarão a
divina misericórdia e cantarão o cântico de glória pelos séculos” (Nº 848).
e) A recitação do terço salva o pecador moribundo.

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“Quando entrei por um momento na capela, disse-me o Senhor: Minha filha, ajuda-
me a salvar um pecador agonizante; reza por ele esse terço que te ensinei. Quando
comecei a recitar esse terço, vi esse agonizante em terríveis tormentos e lutas. Defendia-o
o Anjo da Guarda, mas estava como que impotente diante da enormidade da miséria
dessa alma. Toda uma multidão de demônios estava esperando por essa alma. No
entanto, durante a recitação do terço, vi a Jesus da forma como está pintado nessa
imagem. Esses raios que saíam do Coração de Jesus envolveram o enfermo, e as forças
do mal fugiram em pânico. O enfermo exalou tranquilamente o último suspiro. Quando
voltei a mim, compreendi como esse terço é importante para os agonizantes: ele aplaca a
ira de Deus” (Nº 1565).
3. Qual a disposição de espírito para rezar o terço a fim de obter o que Jesus promete-
nos? Antes de mais nada, devemos rezar o terço com espírito de plena confiança.
A base da nossa confiança devem ser as promessas que consideramos no item
precedente a respeito de nossa meditação sobre a recitação do terço.
Deus não pode deixar de cumprir a palavra dada.
A obtenção das graças solicitadas depende do grau de confiança que depositarmos na
palavra de Deus. A confiança deve ser acompanhada da constância na recitação do terço.
Não devemos deixar de rezar até não obter o que solicitamos.
Tenhamos sempre presentes as palavras de Nosso Senhor: Eu digo-vos: Pedi e se
vos dará, buscai e achareis; batei e se vos abrirá. Porque todo aquele que pede, recebe;
aquele que busca, acha, e àquele que bate, abrir-se-lhe-á (Lc 11,9-10).
Somente a sabedoria infinita sabe quando convém que a nossa oração seja ouvida. A
plena confiança e a permanente constância, com certeza farão que Deus outorgue-nos o
que lhe pedirmos, no momento que mais convenha à glória de Deus e à salvação de
nossa alma.
Dirigindo-se á Ir. Faustina, disse o Senhor: por ele (o terço) conseguirás tudo, se o
que pedires estiver de acordo com a minha vontade (Nº 1731).
A nossa recitação do terço deve ser acompanhada, na medida de nossas
possibilidades, de algum ato de misericórdia para com o nosso próximo, seja na forma de
palavra, de serviço espiritual ou material.
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Essa última exigência dizemos da própria fórmula do terço, que abrange “os que rezam
e o mundo inteiro”.
III. A novena
Nosso Senhor pede à Ir. Faustina que a festa da Misericórdia seja precedida pela
recitação da novena, e indica as intenções pelas quais deve ser realizada.
“Jesus me manda fazer uma novena antes da festa da Misericórdia, e hoje devo
começa-la, pedindo a conversão do mundo inteiro e o conhecimento da divina
misericórdia: Desejo que toda alma glorifique a minha bondade. Desejo a confiança
das minhas criaturas; exorta as almas a uma grande confiança na minha
inconcebível misericórdia. Que não tenha medo de se aproximar de mim a alma
fraca, pecadora e, ainda que tenha mais pecados do que areia na terra, tudo ficará
submerso no abismo da minha misericórdia” (Nº 1059).
Embora seja verdade que a recitação da novena está ligada à festa da Misericórdia, é
altamente recomendável fazê-la durante todo o tempo.
A divina misericórdia, de acordo como foi revelado por Nosso Senhor através da Ir.
Faustina, abrange a humanidade inteira.
As múltiplas intenções que estão incluídas na novena, devem-se ao desejo de
estendê-la a todos, particularmente às pessoas mais necessitadas da ajuda de Deus.
A recitação da novena abrange a humanidade inteira, os sacerdotes e religiosos, os
fiéis e almas devotas, os pagãos, hereges e cismáticos, as crianças, os adoradores da
divina misericórdia, as almas do purgatório, as almas tíbias.
Quando concorremos com as nossas preces ao triunfo da divina misericórdia em
outras almas, nos fazemos merecedores da promessa de Jesus.
Disse Jesus à Ir. Faustina: “Desejo que durante estes nove dias tu conduzas as
almas à fonte da minha misericórdia, a fim de que recebam força e alívio e todas as
graças de que necessitam nas dificuldades da vida, especialmente na hora da
morte. Em cada dia conduzirás ao meu Coração um grupo diferente de almas e as
mergulharás no oceano da minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à
casa de meu Pai. Realizarás esta tarefa nesta vida e na futura. Por minha parte, nada
negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha
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misericórdia. Cada dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga paixão, graças para
essas almas” (Nº 1209).
NOVENA À DIVINA MISERICÓRDIA
Primeiro dia
Imploremos a divina misericórdia para toda a humanidade e, especialmente, para os
pecadores.
Ó Jesus misericordioso, cujos principais privilégios são a misericórdia e o perdão, não
olheis para os nossos pecados, mas para a esperança que temos em vossa infinita
bondade; tomai-nos todos sob a proteção de vosso misericordioso Coração e não rejeiteis
ninguém. Vos rogamos pelo amor que vos une ao Pai e ao Espírito Santo, na unidade da
santíssima e incompreensível Trindade.
E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia toda a humanidade e, em
particular, os vossos pobres filhos, cuja única esperança é o misericordioso Coração de
vosso Filho e nosso Senhor Jesus Cristo. Pelos méritos de sua dolorosa paixão, jorrai
sobre nós a vossa misericórdia, a fim de que glorifiquemos a vossa bondade e a vossa
onipotência por todos os séculos. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Segundo dia
Rezemos pelos sacerdotes e os religiosos através dos quais desce a divina
misericórdia sobre a humanidade.
Ó misericordioso Jesus, fonte de todo bem, aumentai a graça nas almas dos
sacerdotes e religiosos, a fim de que possam cumprir com dignidade e frutos seus deveres
em vossa vinha. Fazei que eles, com a palavra e o exemplo, conduzam todos os homens a
honrar a vossa divina misericórdia.
E vós, ó Eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia todos aqueles que trabalham em
vossa vinha, as almas dos sacerdotes, dos religiosos e das religiosas que são objetos da
predileção especial de vosso Filho e nosso Senhor Jesus Cristo. Protegei-os com a força
de vossa bênção e outorgai-lhes vossa luz, de forma que cheios de zelo, conduzam os
fiéis pelo caminho da salvação e lhes transmitam a vossa misericórdia. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
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Terceiro dia
Rezemos por todos os fiéis e as almas devotas.
Ó misericordioso Jesus, que jorrais sobre todos os homens abundantes graças
procedentes do tesouro da divina misericórdia, acolhei todos os fiéis cristãos sob a
proteção de vosso misericordioso Coração e não rejeiteis ninguém. Vos rogamos pelo
amor que vos une com o Pai e o Espírito Santo na unidade da santa e misteriosa Trindade.
E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as almas de vossos fiéis e, pela
dolorosa paixão de vosso Filho, dai-lhes vossa bênção, sustentando-os com a vossa
constante proteção. Fazei que jamais percam o vosso amor e o tesouro da santa fé, mas
que exaltem a vossa divina misericórdia, juntamente com o exército de anjos e santos.
Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Quarto dia
Rezemos pelos pagãos e os infiéis que ainda não conhecem a divina misericórdia.
Ó misericordioso Jesus, que sois a luz do mundo, acolhei sob a proteção de vosso
Coração misericordioso as almas dos pagãos e dos infiéis que ainda não vos conhecem.
Fazei com que um raio de vossa graça os ilumine, a fim de que, juntamente conosco,
também eles exaltem as maravilhas de vossa misericórdia por toda a eternidade.
E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as almas dos pagãos e dos infiéis
que ainda não conhecem o Coração misericordioso de vosso Filho e nosso Senhor Jesus
Cristo. Iluminai-as com a luz do santo evangelho, para que compreendam a felicidade de
amar-vos e exaltar a vossa misericórdia por toda a eternidade. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Quinto dia
Rezemos pelos hereges e os cismáticos.
Ó misericordioso Jesus, que sois a bondade mesma e não rejeitais vossa luz àquele
que, confiando em vós, implora-a, tomai sob a proteção de vosso Coração misericordioso
as almas dos hereges e os cismáticos, e atraí-os com a luz de vossa graça ao seio da
santa Igreja, a fim de que, juntamente conosco, exaltem a vossa misericórdia libertadora
por toda a eternidade.
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Ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as almas daqueles que estão afastados
da verdadeira fé e vivem no erro; por terem abusado de vossas graças, perderam este
tesouro, obstinando-se em seus erros. Não olheis, Senhor, para sua malícia, lembrai o
amor de vosso Filho e a sua dolorosa paixão, na qual com tanto fervor vos pedia: “... que
todos sejam um, como nós” (Jo 17,11). Fazei que estas almas voltem logo para a santa
unidade, para que, juntamente conosco, glorifiquem a vossa misericórdia pelos séculos
dos séculos. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Sexto dia
Rezemos pelas crianças e as almas que se tornaram semelhantes a elas.
Ó misericordioso Jesus, vós que dissestes: “Aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração”, acolhei sob a proteção de vosso misericordioso Coração, as almas
das crianças e daqueles, mansos e humildes, que assemelham-se a elas. Floresçam
diante do Pai celestial como flores perfumadas que alegram o céu. Fazei com que estas
almas permaneçam firmes em vosso Coração e exaltem a vossa misericórdia por toda a
eternidade.
E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as crianças e as almas mansas e
humildes, que são mais semelhantes a vosso amado Filho e que, com o perfume de suas
virtudes, alegram o vosso trono. Vos rogamos, pelo gozo que elas vos dão, que nos
outorgueis vossa bênção, espalhando-a pelo mundo inteiro, para exaltar assim a vossa
misericórdia por toda a eternidade. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Sétimo dia
Rezemos por aqueles que adoram a divina misericórdia e propagam a confiança nela,
sendo como vivos reflexos do piedosíssimo Coração de Jesus.
Ó Jesus misericordioso, o vosso Coração cheio de compaixão, é o amor mesmo.
Acolhei sob a proteção de vosso misericordioso Coração as almas que se dedicaram
particularmente à adoração da divina misericórdia, exaltando as suas grandezas. Ajudai as
almas que tomam todas as suas forças da divina graça e que, unidas a vós, na dor e na
prova, desejam carregar sobre os seus ombros fracos, o peso enorme do mal que tem
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afligido a humanidade inteira. Concedei-lhes o dom da perseverança, da fortaleza e da


paciência.
E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as almas daqueles que adoram-na
com zelo especial e que, com palavras e obras, vos glorificam e imitam, sendo
misericordiosos com os seus irmãos mais pobres. Vos rogamos que outorgueis a essas
almas que cheias de esperança recorrem a vós, a imensa graça de vossa misericórdia, de
acordo com vossa promessa de “protegê-las em todas partes como a vossa própria glória,
sempre e, especialmente, na hora da morte”. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Oitavo dia
Rezemos pelas almas do Purgatório, para que o jorro do sangue de Jesus suavize e
diminua os seus sofrimentos. Ó Jesus misericordioso que nos disseste: “Sede
misericordiosos como é o meu Pai que está nos céus”, tomai sob a proteção de vosso
Coração misericordioso às almas do purgatório. Que os jorros de sangue e água que
brotam de vosso Coração misericordioso apaguem as chamas do purgatório, para que
também ali seja louvada a infinita potência de vossa misericórdia. E vós, ó eterno Pai, olhai
com olhos de misericórdia as pobres almas do purgatório, pela dolorosa paixão de Jesus
Cristo nosso salvador e pela amargura que nessas horas encheu o vosso sacratíssimo
Coração, mostrai a vossa misericórdia àqueles que estão sujeitos a vossa justa ira. Vos
rogamos, olhai essas almas somente através das chagas de vosso amado Filho e nosso
Senhor Jesus Cristo, cuja misericórdia é maior do que a justiça. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
Nono dia
Rezemos pelas almas tíbias, que tantas penas causaram a nosso Senhor Jesus Cristo
no Getsêmani. Ó misericordioso Jesus, que sois a bondade mesma, acolhei sob a
proteção de vosso Coração misericordioso a todas as almas tíbias, que semelhantes a
cadáveres em putrefação, encheram-vos de horror no Getsêmani. Derretei o gelo dessas
almas com o fogo de vosso puríssimo amor, para que elas possam exaltar a vossa
misericórdia por toda a eternidade.

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E vós, ó eterno Pai, olhai com olhos de misericórdia as almas tíbias, que no Getsêmani
arrancaram do piedoso Coração de vosso Filho, a dolorosa lamentação: “... afasta de mim
este cálice”. Pela amarga paixão de vosso amado Filho e nosso Senhor Jesus, e pela sua
agonia na cruz, vos rogamos que as inflameis com novo zelo por vossa glória e derrameis
em seus corações o verdadeiro amor, para que fazendo obras de misericórdia aqui na
terra, possam exaltar a vossa divina misericórdia por toda a eternidade. Amém.
Pai-nosso, ave-maria e glória.
IV. A festa
A festa da Divina Misericórdia foi estabelecida por expresso desejo do Senhor:
Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a festa da Misericórdia (Nº
299).
1. As promessas de Nosso Senhor àqueles que participarem da festa da Divina
Misericórdia
Diz a Ir. Faustina: “Em determinado momento, ouvi estas palavras: Minha filha, fala a
todo o mundo da minha inconcebível misericórdia. Desejo que a festa da
Misericórdia seja um refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os
pecadores. Nesse dia estarão abertas as entranhas da minha misericórdia,
derramando todo um mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da
minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar, alcançará o perdão das
culpas e castigos; nesse dia estarão abertas todas as comportas divinas, pelas
quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim,
ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A minha misericórdia é tão grande
que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem
angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia. Toda alma
refletirá em relação a mim por toda a eternidade todo o meu amor e a minha
misericórdia. A festa da Misericórdia saiu das minhas entranhas. Desejo que seja
celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não
terá paz enquanto não se voltar à fonte da minha misericórdia” (Nº 699).

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De acordo com as palavras de Jesus dirigidas a toda a humanidade através da Ir.


Faustina, entre os maravilhosos dons que ele nos dispensa no dia da divina misericórdia,
encontram-se:
a) “O perdão total dos pecados e a remissão de seu castigo”

O sacramento do batismo transforma o homem em templo vivo do Espírito Santo. O


cristão entra na divina família. Converte-se em filho adotivo de Deus. O pecado mortal
destroça a vida sobrenatural do cristão.
O sacramento da confissão perdoa as culpas, mas fica uma parte de penas que o
homem deve pagar nesta vida e no purgatório.
No dia da festa da Misericórdia, ao receber a comunhão, Jesus outorga-nos “o perdão
das faltas e castigos”. Dessa maneira, ele concede-nos o mesmo que outorgou no dia do
nosso batismo, quer dizer, concede-nos a indulgência plena.
Se um cristão morre nessa condição, a sua alma penetra diretamente na glória da vida
divina por toda a eternidade.
b) Neste dia da festa, Nosso Senhor deseja consolar o mundo inteiro, os justos e os
pecadores, os que sofrem, os abandonados por todos, ele quer estreitar em seu Coração a
todos.
“Minha filha, dize que a festa da minha misericórdia brotou do meu íntimo para o
consumo do mundo inteiro” (Nº 1517).
c) As graças que Nosso Senhor concede nesta festa não são somente de ordem
espiritual, mas também de ordem temporal.
Um mar de graças inundará a humanidade.
d) A humanidade somente encontrará a paz se recorrer com confiança à divina
misericórdia.

“Pede ao meu servo fiel que nesse dia fale ao mundo todo dessa minha grande
misericórdia, que quem nesse dia se aproximar da fonte da vida, esse alcançará o
perdão total das faltas e dos castigos.

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A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar com confiança à


minha misericórdia.
Oh!, como me fere a incredulidade da alma. Essa alma confessa que sou santo e
justo, e não crê que sou a misericórdia, não acredita em minha bondade. Também
os demônios respeitam a minha justiça, mas não creem em minha bondade. Alegra-
se o meu Coração com esse título da misericórdia.
Diga que a misericórdia é o maior atributo de Deus. Todas as obras das minhas
mãos são coroadas pela misericórdia” (Nº 300).
2. A festa deve ser precedida pela recitação da novena, para que as almas tenham
tempo para compenetrar-se daquilo que a divina misericórdia oferece-lhes, bem como
daquilo que pede delas.
“Jesus me manda fazer uma novena antes da festa da Misericórdia, e hoje devo
começá-la, pedindo a conversão do mundo inteiro e o conhecimento da divina
misericórdia: Que toda alma glorifique a minha bondade. Desejo a confiança das
minhas criaturas; exorta as almas a uma grande confiança na minha inconcebível
misericórdia. Que não tenha medo de se aproximar de mim a alma fraca, pecadora
e, ainda que tenha mais pecados do que areia na terra, tudo ficará submerso no
abismo da minha misericórdia” (Nº 1059).

3. No dia da festa da Divina Misericórdia, os sacerdotes devem falar dela


“Os sacerdotes devem nesse dia falar às almas desse minha grande e
inescrutável misericórdia. Tua tarefa e obrigação é pedir aqui na terra a misericórdia
para o mundo inteiro. Nenhuma alma terá justificação enquanto não se voltar com
confiança à minha misericórdia. Por isso, o primeiro domingo depois da Páscoa
deve ser a festa da Misericórdia, e os sacerdotes devem nesse dia falar às almas
dessa minha grande e inescrutável misericórdia. Faço-te despenseira da minha
misericórdia. Dize ao confessor que essa imagem seja exposta na igreja, e não na
clausura dentro desse convento. Por essa imagem concederei muitas graças às
almas, e que toda alma tenha acesso por isso a ela” (Nº 570).

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No domingo 28 de abril de 1935, Nosso Senhor dignou-se confirmar, mediante uma


visão à Ir. Faustina, a realização das promessas feitas para a festa da Divina Misericórdia.
“Domingo, 28 de abril de 1935.
Então ouvi a voz: Essa festa saiu do interior da minha misericórdia e está
aprovada nas profundezas da minha compaixão. Toda alma crente e confiante na
minha misericórdia alcançá-la-á. Eu me alegrava imensamente com a bondade e a
grandeza de meu Deus” (Nº 420).

4. A divina misericórdia é a última tábua de salvação para a humanidade


“Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a festa da minha
misericórdia. Se não venerarem a minha misericórdia, perecerão pela eternidade.
Secretária da minha misericórdia, escreve, fala às almas desta minha grande
misericórdia, porque está próximo o dia terrível, o dia da minha justiça” (Nº 965).

V. A hora da divina misericórdia

Três horas da tarde: “Jesus, dando uma grande brado, disse: Pai, em tuas mãos
entrego o meu espírito, e dizendo isto, expirou” (Lc 23,46).
Neste instante, o sangue de Cristo brota da cruz, tornando-se num rio que imunda a
humanidade e lava-a de seus pecados. É a hora de adoração à divina misericórdia.
O próprio Jesus dignou-se indicar à Ir. Faustina:
“As três horas da tarde implora a minha misericórdia, especialmente para os
pecadores, e ao menos por um breve momento, reflete sobre a minha paixão e,
acima de tudo, sobre o abandono em que me encontrei no momento da agonia. É
uma hora de grande misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na
minha tristeza mortal; nessa hora não negarei nada à alma que me pedir em nome
da minha paixão” (Nº 1320).

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Em outra ocasião, dirigindo-se Nosso Senhor à Ir. Faustina, disse:


“Lembro-te, minha filha, que todas as vezes que ouvires o relógio bater três
horas da tarde, deves mergulhar toda na minha misericórdia, adorando-a e
glorificando-a. Invoca a sua onipotência em favor do mundo inteiro e,
especialmente, dos pobres pecadores, porque nesse momento estará largamente
aberta para cada alma. Nessa hora conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa
hora o mundo inteiro recebeu uma grande graça: a misericórdia venceu à justiça”
(Nº 152).

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