Palestra Nov - Perdao. 567 Ministro Alexandre Guedes
Palestra Nov - Perdao. 567 Ministro Alexandre Guedes
Palestra Nov - Perdao. 567 Ministro Alexandre Guedes
3
4
ÍNDICE
IMM NO JAPÃO 33
IMM NO BRASIL 44
ANEXOS 91
Bibliografia e Sites 91
Cronologia da IMM no Brasil 93
5
6
1ª) PALESTRA: INTRODUÇÃO
PINGUÇO (pensando que é com ele): Foi o Expedito, que está lá fora no
portão.
PALESTRANTE (falando alto para si): Vai ver que está precisando de um
pouco de incenso, amuleto, alguma tábua memorial, ô povo para gostar
de fumaça, adorar negócio de sorte e proteção. Ou quem sabe aquele
velão vermelhão, música religiosa japonesa ... Ih! Música japonesa e
religiosa, nem pensar! Deus me livre, se popular! Se popular já é chata,
imagine ... nem quero imaginar. Agora se fosse um Réquiem de Mozart
... Mas, qual será a necessidade do meu falecido amigo Expedito?
8
PINGUÇO (continua pensando que é com ele): Sei lá. Fiquei mais de uma
hora com ele só ouvindo muitas repetições de sílabas e paradas
involuntárias no início das palavras ... que não entendi nada e vim para
cá. (tentando lembrar-se de algo): Mas, só tinha uma coisa que ele falou
e que eu consegui entender. Só que não estou conseguindo me
lembrar.
9
desse ... desse meu querido amigo ... ausente ... que Deus com Sua
Empresa precisou levá-lo para sua companhia ...
10
PINGUÇO: É isso aí! Diria que ser brasileiro é ser um cara ... que adere à
causa e sentimento de outros, um ser solidário sem ser muito um sete
um; ... que causa ou sente contentamento, um ser alegre sem ser muito
gay; ... que age com rapidez e eficiência, um ser esperto sem ser muito
larápio; ... que dá sentimento de possível realização daquilo que se
deseja, um ser esperançoso sem ser candidato a cargo político; ... que é
desprovido de tudo e desregrado de toda, um ser livre sem ser muito
detento de penitenciária.
11
PALESTRANTE: Ser brasileiro é integrar um povo alegre, ou
ligeiramente bêbado que nem aquele ali, capaz de fazer piadinha até no
enterro do pai, rir feito bobo com escândalos de corrupções que
acompanhamos todo dia como a do Petrolão, fora pedaladas e caixa
dois. Ser brasileiro é participar de um povo esperto capaz de se
enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país,
surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, bem como de votar que
nem otário naquele que lhe proporciona bolsa família, uma esmola de
menos de cem reais mensais para não fazer nada, enquanto um
deputado recebe vários milhares de reais por mês para fazer o mesmo.
Ser brasileiro é pertencer a um povo do futuro que em todo passado
acredita ter vivido numa democracia com liberdade, igualdade, justiça e
direitos sociais porque tem eleição e são sempre os mesmos que
ganham, tem julgamento para os ricos e são sempre absolvidos. Explica
mais se for capaz.
12
PINGUÇO: Lá vem você novamente com sua predileção estrangeira. Taí,
o que acha que ele diria? Diz se tem coragem.
PINGUÇO: ... ele estaria dizendo que ser brasileiro é ... é ...
13
como você está linda. (falando para o público): Mas, vocês aqui da
plateia não acham que ele é uma gracinha? Miltinho é tão bonitinho.
Uns acham que ele é uma bichinha, eu não! Acho que bichinha é muito
pouco, eu acho que ele é no mínimo uma trichinha.
PALESTRANTE (falando alto para si, se levanta intrigado): O que não saí
da minha cabeça é aquela pergunta desse bebum “O que o Expedito
diria?”.
14
antes de oferecer algumas ideias do que é ser messiânico acho sensato
delimitar o tema “Ser Messiânico”, pois este pode sugerir diversas
indagações como “Por que ser messiânico?”, “Para que ser
messiânico?” e “Como ser messiânico?”, e afinal só se tem seis horas
disponíveis de palestras.
15
PINGUÇO (falando apenas para o palestrante): Eles não aguentavam
palestras muito longas porque os remédios iam perdendo o efeito e
creu.
PALESTRANTE (falando alto para si): Só faltava essa aqui dentro, além
da alma penada do Expedito, desse bêbado inconveniente, aquele
desconhecido irresponsável que o convidou, o segurança que não o põe
para fora, o careca cuequeiro, a anciã de bucho cheio, a rosácea do
Miltinho, ainda tem esse maníaco de Dnepropetrovsk. Já não sei nem
que ritmo que vou dar a essa palestra. (tomando decisão): Sabe de uma
coisa, a palestra é minha, a vida é minha, eu vou é dá uma ...
16
flamenguistas, enfim de serem deficientes de tudo, principalmente
daquele negócio ... de ... de entender, entendem o que eu estou
querendo dizer? (virando, pondo a garrafa no chão e fala com o
palestrante): Quando eles ficam calados ou ficam rindo é porque não só
entenderam como concordam. Prossiga ô da palestra.
17
Tem uma ali escrevendo na careca do cuequeiro. Aquele lá já pulou e
correu pela sala umas cinco vezes. E aquela que não parou de falar
desde que chegou e ainda não percebeu que o cara é surdo. Nossa! E
aquele desorientado trepado na janela de cabeça para baixo ... chega,
chega, não quero ver mais nada. (pausa): Mas, como eu sou um homem
de esperança e a palestra tem que continuar. Prossigamos.
(continuando): Messiânico, num sentido amplo, é participar de um
movimento comprometido com os ensinamentos de um líder que teria
origem divina: o “Messias”. Aliás, o nome “messias” tem origem na
religião judaica, cujos devotos ainda esperam a vinda desse líder. Os
cristãos acreditam que esse Messias foi Jesus Cristo. No Brasil, houve
vários movimentos messiânicos, como o de Silvestre José dos Santos,
que começou a pregar o “paraíso terrestre” na Serra do Rodeador, em
Pernambuco, a partir de 1817, tendo ao seu redor 12 “apóstolos”. Para
Silvestre José, quando o número de fiéis atingisse o número de 1.000,
se organizaria um exército para libertar Jerusalém. O movimento foi
extinto após uma carnificina.
18
PINGUÇO (intrometendo mais uma vez): Eu não sigo nada.
19
falar de ninguém, não querer mal? Ela é verdadeira? Você a segue ou
não e por quê? Mas, quem diz qual é a verdadeira? Quem é o seu
messias oculto? Portanto, você, seu inconsciente, é que pensa que não
segue nada.
PINGUÇO (interrompendo): ... Por favor, por favor, você ainda não disse
o que os integrantes deste Centro disseram há um mês.
20
PALESTRANTE: Está bem louro José. Vamos exagerar nos contrapontos:
instituição versus movimento, rito versus ensinamento, autoridade
versus Messias, devoção versus cultura, acrescentaria ainda algo como
“dominação” versus “sincretismo”, embora o ideal fosse sincretismo
versus síntese.
21
arranjo floral fazem parte do cenário brasileiro, é natural em termos de
sincretismo pensar: o quanto Johrei é como um passe espírita, a
agricultura natural uma agricultura orgânica ou o arranjo floral uma
ikebana estilo sanguetsu? Porém, em termos de síntese isso não
poderia ser levado em conta, por serem coisas diferentes.
PALESTRANTE (saco cheio): Nem né esse chato diz mais. Mas, tá bom,
vamos dá uma palhinha. (pausa): Messias é um japonês chamado
Mokiti Okada que viveu entre 1882 a 1955, cujo nome religioso é
Meishu-Sama. Ele fundou a Sekai Kyusei Kyo, em português, Igreja
Messiânica Mundial, em termos abreviados: IMM.
PINGUÇO (falando com fluidez, sem ser bêbado): Que relação tem entre
IMM e IMMB? Procure fazê-lo de modo que possamos explorar a
componente da definição “ser messiânico” apregoada pelo Centro
Cultural Paraíso Terrestre, qual seja: “o processar-se com o sincretismo
existente no Brasil”. Para isso explore um sincretismo entre o
cristianismo que é a maior religião no Brasil e o messianismo de
Meishu-Sama.
22
PINGUÇO (falando que nem bêbado, apenas para o palestrante): Deixei
a bola quicando, agora é contigo mesmo, emprega a estratégia da
analogia. Lembra-se dos bolas murchas ... (vira para trás e fala com a
plateia como bêbado): Não é verdade pessoal?
23
Primitiva ocasionando dois grandes ramos, a saber: Igreja Católica
Romana e Igreja Católica Ortodoxa que não reconhece o primado do
Papa. Por um lado, no século XVI houve a Reforma na Igreja Católica
Romana proporcionando a divisão entre Catolicismo (prosseguimento
da Igreja Católica Romana) e Protestantismo, Anglicanismo e
Anabatismo (ramos da Reforma). Por outro lado, também houve uma
“Reforma” na Igreja Católica Ortodoxa proporcionando a divisão entre
Ortodoxocismo (prosseguimento da Igreja Católica Ortodoxa) e a
“União” com a Igreja Católica Romana no sentido de que embora
reconheçam o primado do Papa, porém não seguem o rito latino, mas
sim o rito oriental. Epa! Mas, Igreja Católica Romana do Brasil, Igreja
Católica Ortodoxa do Brasil ou Igreja Protestante do Brasil também não
existem. Então, continua a dúvida: Será que a IMMB é um ramo da
IMM?
24
DEDICANTE DA EDIÇÃO: A Igreja Católica Romana quando no Brasil, ...
25
incorporou doutrinas teosóficas, bem como o da Igreja Velho-Católica,
que foi instalada no Brasil, em 1932, na cidade de Curitiba. Pois bem,
então, mesmo sem existir uma Igreja Católica Liberal do Brasil se
poderia provocar a conjectura de uma IMMB que incorporasse outras
doutrinas além da existente na IMM como desde as teosóficas até as
cristãs, espíritas ou afro-brasileiras? Ou então, mesmo sem existir uma
Igreja Católica Antiga do Brasil, embora exista uma Igreja Católica
Antiga no Brasil que é a Igreja Velho-Católica, se poderia provocar a
conjectura de uma IMMB que rejeitasse uma possível Infabilidade de
Kyoshu-Sama?
26
foram criadas cinco hipóteses: IMMB não reconhece o primado da
autoridade máxima da IMM? Não aceita uma pretensa infabilidade de
Kyoshu-Sama? Não considera apenas as doutrinas da IMM? Não segue
rito da IMM? Não é um ramo da IMM?
PINGUÇO: E teve?
27
EXPEDITO: Pôla Chali, será que não está na hola de você dizê se estas
filiais têm pesença no Basil e se por acaso a IMMB não é uma déla?
PINGUÇO (voltando a falar como bêbado): Não precisa dizer mais nada,
a palestra foi um sucesso. (se levanta batendo palmas): Palmas para
ele.
28
instante, até o próprio tema deste Ciclo de Palestras tem a identidade
relacionada a ser messiânico. (chamando): Outro dedicante da Edição,
continue.
29
linguagem gestual, sem som, como a dos surdos, ou sonora, conforme
as três palmas que batemos na oração que entoamos. Diagramas, na
qualidade de um círculo representando o conjunto cujos elementos
estão no interior da circunferência; emblemas, quão a bandeira do
Brasil espelhando a pátria; desenhos, do jeito do coração retratando o
amor; e sinais, da maneira que a pomba branca estampando a paz,
como o Ohikari o qual estou usando exprimindo ser ministro da IMMB,
como a sigla IMMB representando a abreviatura do nome Igreja
Messiânica Mundial do Brasil.
30
mercadoria, pelo valor de uso dela? O consumo material, pela
poupança espiritual? O dinheiro, por Deus?
EXPEDITO: Pôla Chali, encela logo essa trodução senão não fica um meu
imão.
31
diferentes fases históricas e regiões brasileiras. Deste modo, para quem
não vai à essência, ser messiânico hoje é diferente de alguns anos atrás,
ser messiânico aqui é diferente da Bahia, ser no Brasil é diferente da
África. Por isso que antes de apresentar a identidade messiânica no
geral, se começa com a história da IMM e da IMMB por ser a mais
desenvolvida no cenário mundial e brasileiro.
32
2ª) PALESTRA: IMM NO JAPÃO E NO BRASIL
IMM NO JAPÃO
No tablado agora têm duas mesas com duas cadeiras, uma no centro do
tablado e a outra no canto da porta. O palestrante está com a cabeça
baixa na mesa. Enquanto isso, o pinguço, sem ser percebido pelo
palestrante, pega uma terceira cadeira e uma terceira mesa e
cambaleante coloca-as ao lado do palestrante.
34
militar deixando o imperador em segundo plano). O Budismo é utilizado
a favor do Estado, cada família era obrigada a se filiar a um templo para
registrar nascimento e morte de seus membros, e assim ele se tornou a
religião oficial do xogunato.
35
PALESTRANTE (imitando): Pôla Expedito, fafala lologo, sobre Nova
Religião Japonesa, nééé.
PINGUÇO (olhando com cara de que não está gostando daquela pressa,
mas obedecendo): Nesse ínterim, foi fundada a Oomoto por Nao
Deguchi (1836-1918) que, após várias visões delirantes anunciou a
concretização de Reformas e o Mundo de Miroku. Essa sim é uma
religião sincrética com traços predominantemente xintoístas e com
característica milenarista, ou seja, com movimentos que se baseiam na
crença de que o fim do mundo está próximo e na criação de um paraíso
neste planeta. No entanto, com exceção desses momentos, como na
Oomoto, a relação entre Xintoísmo e Budismo foi de
complementaridade. Uma das razões talvez seja desta relação ter sido
diferente do sincretismo religioso brasileiro em que a religião católica
foi imposta, enquanto, no caso do Japão, o Budismo foi importado.
A despeito das perseguições, a Oomoto gerou um grande número de
ramificações e se tornou uma das pioneiras das Novas Religiões
Japonesas mais frutíferas. Dentre as principais religiões derivadas da
Oomoto, há a Seicho-no-Ie e a Igreja Messiânica Mundial. (Expedito
abandonando o “cavalo”): Issa!
36
ritualística xintoísta como: a utilização de indumentárias dos oficiantes
do culto, realização do ritual de purificação por meio da água e
utilização de hassoku e sambo materiais para a coleção das oferendas.
Contudo, mais do que o rito, mais do que a “forma” da religião
messiânica, se deve aprofundar no seu conteúdo, como nos
ensinamentos relativamente desconhecidos do público leigo e sem
acesso às teorizações feitas por estudiosos em língua japonesa. A IMM
é muito mais do que um conjunto de ritos e mitos que explicam a
origem do mundo, do Japão e da família imperial, com cultos à
natureza, à fertilidade e aos ancestrais, com Kami habitando todas as
coisas. A IMM tem fé em um deus absoluto, tem visão de que o homem
é o principal instrumento do Plano Divino, tem um Messias, tem a
tarefa de construir o Paraíso na Terra. Enfim, é possível que a partir de
uma análise se tenha indícios do quanto pode ser incompleta a ideia de
que a IMM seja uma religião neo-xintoísta.
37
CHUCHU: A purificação não pode ser dissociada da ideia de “ser útil à
Obra Divina” e nem de que “a purificação de um indivíduo se relaciona
intimamente à purificação da humanidade e do globo terrestre.”
Quando se relaciona purificação com o conceito cristão de redenção,
utilizando a ideia de que o homem é a soma de seus antepassados,
pode suscitar dissociamento. Pois, ser útil à Obra Divina pode ficar
sendo apenas ficar cultuando antepassado e ficar recebendo Johrei, o
que tende a se criar um “Macunaíma messiânico”. E ao se criar um ...
38
e aplicar vários métodos secretos. Pois, afinal, as palavras possuem
força espiritual.
39
PINGUÇO: - Tendência de crença popular: religião do povo.
40
(pausa): Todavia, na expansão da IMMB não se observam muitas vezes
à prioridade nas referencias a aprimoramentos, mas sim a purificações,
ou seja, não se observam a elevação da alma através da apreensão e
prática da correta fé. Purificar sem aprimorar é possibilitar continuar no
erro e voltar a ter que purificar novamente. Para o Fundador, não é a
eliminação de sofrimento que determina a felicidade ou infelicidade
humana e sim a elevação da alma, a noção de aprimoramento torna-se
algo central na construção da identidade messiânica dos últimos
tempos.
41
PINGUÇO (bêbado): Também pudera! Com uma noiva atrasada que
nem essa, sem nem uma lua de mel.
42
intencionalidade de uma mudança tão radical. Uma mudança que inclui
dois termos estrangeiros, Johrei em língua japonesa e Center em
inglesa, e sua real consequência, inclusive em termos de identidade,
sobretudo na atualidade, quando a IMM vem enfatizando que Meishu-
Sama é o Messias e, portanto o nome Igreja Messiânica serviria de
reforço a uma identidade messiânica.
PINGUÇO: Pôla Chali, assim como antes, vamos abodá segunda palésta
“IMM no Basil”.
43
IMM NO BRASIL
44
problema meu aqui é que a palestra tem que continuar. Portanto,
fechem logo essas matracas. (chamando): Ô espíritos, por favor.
CHUCHU (o encosto vivo falando através dela): Você não disse que eu
podia pelo menos continuar encostando nela.
45
CHUCHU: Existe uma tipologia de religiões que é calcada em seis tipos
básicos: conversionistas, manipuladoras, utópicas, reformistas,
revolucionárias e mágicas. Contudo, em geral, no caso dos movimentos
religiosos dos países do Terceiro Mundo, costuma-se dividir apenas nos
dois últimos tipos: as religiões revolucionárias e as religiões mágicas, ou
seja, as religiões que preconizam a reforma da sociedade e as religiões
que se ocupam da cura das doenças.
MULHER (falando para pinguço): Será que uma religião mágica desse
Terceiro Mundo não resolvia esse nosso problema?
46
MULHER (falando para o garotão todo de rosa na plateia): Miltinho! ...
Miltinho! Que cor é essa que você está usando? Você disse “rosa”,
apenas “rosa”. (falando para pinguço): Viu você disse Rosa roxo e ele
simplesmente ... um singelo “rosa”. Logo, era o que eu desconfiava,
confirmado: Miltinho é mais macho que você, seu pinguço.
PINGUÇO (com raiva): Mas, eu sou mais macho que o Miltinho, eu não
sou gay, eu não gosto nem da cor rosa ... o meu preferido é ...
47
PINGUÇO (espreguiçando, abrindo as pernas e bocejando): Eu estou
meio cansadão, de tipologia de religiões que não façam
correspondência com as novas religiões japonesas. Será que não existe
outra ...
48
MULHER: Que Trono é esse? Estou morrendo de curiosidade, vai conta.
MULHER (bem afetado): Pior é você andar dizendo por aí que: (diz qual
é): “Os conceitos de homem ou mulher estão ultrapassados, eles não
me preenchem”.
PALESTRANTE (falando para si, tramando): Vou armar para cima deles.
(chamando): O casal da edição: Responsável pela Edição e Dedicante da
Edição.
49
CHUCHU: Em 1955, chegaram ao Brasil Shoda e Nakahashi, os primeiros
ministros japoneses com fins missionários vindos a partir da Igreja Seiko
de Kyoto. Eles não tinham sido designados pela Sede Geral da IMM.
Migraram com o fervoroso desejo de expandir a fé messiânica,
contando apenas com incentivo e apoio do chefe da Igreja Seiko –
reverendo Nakamura. É preciso esclarecer que, desde os primórdios da
IMM até a década de 70, época de unificação da Igreja, o sistema era
descentralizado e, portanto, cada igreja era autônoma o que motivou o
envio de missionários ao Brasil de forma isolada. Shoda havia iniciado
os preparativos da viagem ao Brasil e, pensando que deveria relatar sua
decisão à Sede Central, foi a Atami. Ouvindo de um dos dirigentes o
seguinte:
CHUCHU: Shoda respondeu que não desistiria de seu desejo e que não
causaria problemas à direção da Igreja. Contudo, ele não possuía
sequer o dinheiro necessário para as despesas de viagem e, como
estava em desacordo com as diretrizes da Igreja, naturalmente, não
obteria apoio financeiro. Foi com o incentivo e apoio dos membros que
parte dos recursos necessários à viagem foi reunida. (pausa): Em Belo
Horizonte, Nakahashi outorgou o Ohikari ao primeiro membro
messiânico no Brasil, o Sr. Otsuo Baba. Contudo, devido à denúncia de
prática de curandeirismo, Nakahashi viu-se obrigado a deixar Belo
Horizonte e partir para Curitiba, onde foi recebido pelos parentes de
Otsuo Baba. (pausa): O interesse pelo Johrei aumentara na região de
Curitiba e, portanto, novamente surgiram denúncias de curandeirismo
que culminariam com a detenção dos ministros Shoda e Nakahashi.
50
Finalmente, em 1957, na cidade de Curitiba, obteve-se o registro de
pessoa jurídica da primeira unidade da religião messiânica no Brasil o
que, certamente, contribuiria para a expansão missionária na região,
sem maiores problemas judiciais.
51
CHUCHU: Em 1962, finalmente, a Sede Geral do Japão decidiu-se por
preparar um grupo de jovens missionários a serem enviados ao Brasil.
Em 10/07/62, chegaram ao Brasil oito ministros integrantes
contratados e enviados para difundirem a religião messiânica no país.
Todos vieram com visto de agricultor, mas diferentemente dos
membros e ministros vindos anteriormente, estavam ligados
oficialmente à Sede Geral da IMM no Japão.
52
CHUCHU: Em 1965, foi editado pela primeira vez, em português, um
periódico oficial da organização intitulado Revista Gloria. Em 1967, foi
lançado o livro “Fragmentos dos Ensinamentos de Meishu-Sama”,
traduzido a partir de uma publicação originalmente lançada em inglês.
Em 1972, sob a coordenação de Ricardo Tatsuo Maruishi – um dos
primeiros membros nikkei formados em Londrina e que se tornou
ministro integrante da IMMB – foi lançado o livro de ensinamentos
“Alicerce do Paraíso” volume um. Mais tarde, na década de 80, outros
títulos de ensinamentos foram publicados.
53
CHUCHU: Na década de 70, muitas ações foram implantadas com vistas
ao estreitamento do vínculo da IMMB com a sede do Japão. Dentre
estas, destacam-se o incentivo à peregrinação dos fiéis brasileiros aos
Solos Sagrados do Japão e a implantação do seminário de formação
sacerdotal, que enviou a 1ª turma de seminaristas brasileiros ao Japão
em 1971.
54
MULHER: Não dizem nada, não. Eu fui é interrompida. Eu estava
querendo saber quais foram os reflexos deste Sistema de Unificação em
âmbito brasileiro?
55
1974, foi criada a Escola de Ikebana estilo Sanguetsu. Em 1975, foram
adquiridos os terrenos de Guarapiranga e Atibaia que mais tarde
dariam lugar, respectivamente, ao Solo Sagrado de Guarapiranga e ao
Polo de Agricultura Natural.
56
(Biografia de Mokiti Okada), além da peregrinação de muitas caravanas
de brasileiros ao Japão.
MULHER: Eu quero falar uma coisa, mas, por favor, não me interrompa.
(falando): A partir de 1984, como já foi mencionado na primeira
palestra, iniciou-se no Japão um conflito interno da IMM que culminaria
com a divisão da organização em três grupos denominados Saiken,
Shinsei e Goji. Este conflito apresentou reflexos no Brasil, sobretudo,
levando à criação da MOA Internacional por parte do grupo do Saiken.
Não é verdade?
57
consolidação do sistema de formação de elemento humano que
incluem membros e missionários (1985-1999).
58
autorização da Sede Geral para construir o primeiro protótipo do
Paraíso fora do Japão.
Em 1995, é inaugurado o Solo Sagrado de Guarapiranga. É também
neste ano que ocorre o início de um novo ramo de atividade da IMMB –
a criação da Korin Agropecuária, uma empresa cujo objetivo seria a
venda de produtos obtidos através do método da Agricultura Natural.
59
CHUCHU: Desde que assumiu a presidência da IMMB em 1976,
Watanabe empreendeu iniciativas relevantes. Além da construção do
Solo Sagrado do Brasil, destaca-se a Reforma do Sistema de Expansão,
em 2000, baseado no Johrei Center, denominação que afastaria um
pouco o apelo religioso e buscava caminhar numa direção em que o
“Johrei Center possa ser utilizado como um espaço terapêutico, com a
prática do Johrei e de difusão de artes”. Havia uma estratégia de
apresentar a Igreja Messiânica como “movimento” e que, portanto, ela
operaria em dois níveis distintos: o interno e, portanto, religioso, e o
externo ou ultra-religioso formado por segmentos por área de
interesse: arte, educação, meio ambiente, entre outros.
A inauguração do Solo Sagrado de Guarapiranga trouxe para a IMMB
novas dimensões em termos de atuação e de identidade. Desde então,
as diretrizes passaram a convergir para um ideal amplo e audacioso: a
construção da Cidade da Nova Era, que seria habitada por homens que
amam, respeitam e preservam a natureza e suas leis, vivendo em plena
harmonia. A diretriz da IMMB para o ano de 2000 dizia: “Construir a
cidade da Nova Era é o caminho da evolução para ser verdadeiramente
feliz”. A ideia de mundo paradisíaco na Terra, como já foi afirmada,
constitui o principal pilar da religião messiânica.
60
PINGUÇO: Uma conclusão que estou chegando é que no período inicial,
as diretrizes pareciam transmitir algum teor de orientação advinda do
Japão, como esta: ‘Apropriemo-nos do mérito de sermos amados por
Deus, através do culto, johrei e dedicação’. A partir de 1988, o teor da
diretriz é claramente definido com base na realidade brasileira, pois
está escrito: “Formação do pensamento voltado para a construção do
Protótipo do Paraíso Terrestre do Brasil em Guarapiranga.”
61
Igreja Messiânica. Entre 2000 e 2005, a diretriz indicava a construção da
cidade da nova era como caminho da salvação e, posteriormente, da
evolução e nova cultura. Esta fase corresponde exatamente ao período
do Novo Sistema em que as unidades religiosas passaram a ser
chamadas de Johrei Center e a ideia de ultra-religião foi mais
enfatizada.
PINGUÇO (pausa, intrigado): Por que dessa expressão? “Tenho até que
concordar com você. Não é só o hooomeeem”? Por acaso, concordar
comigo é uma coisa menor? Lembre-se que também não é só a
muuulheeer? Você não se mete comigo não, hein! Lembre-se que eu
sou homem.
62
MULHER: Daí que estamos, mas não somos. Ou somos, mas não
estamos.
PINGUÇO (desconfiado): Não sei não, acho que esse aí não tem mais
volta não.
MULHER: Daí, que a solução mais simples é a gente não ter nenhuma
identificação sexual.
63
(imitando o palestrante): “Eu já disse que isso não é problema meu. O
que é problema meu aqui é que o Ciclo de Palestras tem que
continuar.”
64
3ª) PALESTRA: IDENTIDADE MESSIÂNICA
65
FANÁTICA: Esquisita não! Vê lá como fala com uma fervorosa toda
pura? Meu nome é ...
CORONEL: O doutô podia explicá pra genti, o que é essa tal de “mix-
salada” e “mix-juice”. Se issu não fô difirci de sê feitu, é claru.
PALESTRANTE (olhando para o que o coronel está usando): Até que isso
é fácil, o difícil é a pessoa que está usando aceitar.
66
CORONEL (assustando-se): Ô sua cabra berradora qui pensa que é anju,
não si avexi não. Senta logu essi seu rabu na cadera.
CORONEL: Essi atarentado de ressi não sei de quê, jogô em que timi?
CORONEL (tenta acertá-la com a bengala): Pára com essa zuada, sua
cabra perdida.
67
time dos pilares do espírita-cristão, que tinha no seu uniforme uma boa
ideia de fácil assimilação. (falando para si): Será que vou sair dessa?
(teve uma ideia): No seu uniforme estavam duas siglas: SNI e IMM.
Estavam lá em homenagem a estudiosos japoneses que atribuem
exatamente o sucesso no Brasil da Seicho-no-Ie e Igreja Messiânica
Mundial, devido à característica de suas doutrinas incluírem a crença
nos espíritos, a vida após a morte e a reencarnação, ou seja, devido à
proximidade com o universo simbólico espírita-cristão do povo
brasileiro. Observou-se que a IMM foi a que apresentou mais
semelhanças com as ideias espíritas sobre a composição do Mundo
Espiritual, encostos, evolução do espírito etc. Contudo, não se pode
esquecer que o contato não se restringe ao Espiritismo, se tem também
o Cristianismo. Neste caso a SNI faz uma leitura oriental da doutrina
cristã, inclusive abordando a questão da ressurreição, diferentemente
da IMM. Tani ... guchi re- ...
68
(olhando com atenção): Que nada! É o Almeida. (chamando atenção):
Vê lá como se comporta hein, seu espírito indecoroso?
69
CHUCHU: No Brasil, o crescente “desejo de reencarnação” ronda o
imaginário dos católicos de qualquer das culturas no Brasil: desde
aqueles cujo cotidiano é próximo das religiões de possessão até os
católicos eruditos mais identificados com sistemas de sentido orientais
e esotéricos. (pausa): Segundo os ensinamentos da IMM, o ser humano
está sujeito a encostos de espíritos desencarnados, sejam espíritos de
antepassados ou híbridos de humanos e animais. Assim, se por um lado
a doutrina messiânica guarda semelhança com a doutrina espírita uma
vez que admite a possibilidade de encostos, obsessões, por outro,
diverge completamente no fato de crer que o espírito humano pode se
degradar ao nível de vida dos irracionais e, após certo aprimoramento,
retomar a nascer sob a forma humana. O exemplo que acabei de citar
também demonstra um traço marcante da religiosidade popular
japonesa, que é a crença de que os animais também têm espírito.
CORONEL (tenta lhe dar uma bengalada): Ô sua cabra desmiolada qui
num conheci o qui é respeitu. (dando uma ordem para o seu jagunço
que está por ali): Severino! Não deixa pra manhã o qui podi fazê hoji
depôs desta prosa. Entendeu, não é? Depôs a genti acerta a quantia por
essi serviçu extra.
70
messiânica), de crença na existência de espírito em animais e poços e
até em objetos como a máquina de costura é peculiar e poderia tender
a ser facilmente ressignificada em decorrência do contato com a cultura
brasileira, sobretudo, com a religiosidade popular que é em geral
marcada por crenças sobrenaturais. Entretanto, possivelmente, devido
às diferenças do imaginário popular japonês e brasileiro, as diretrizes da
IMM não enfatizam tais aspectos em palestras ou textos escritos.
71
PALESTRANTE (rápido para evitar encrenca): Um exemplo acima
demonstra que a proximidade de ideias da religião messiânica e espírita
despertou o interesse, contudo, um elemento distinto – presente
somente em uma das religiões – alavancou uma nova dinâmica
organizadora de sentido. A possibilidade de elevação através do Johrei
permitiu uma ressignificação sincrética que se efetivou a partir do
contato, ou melhor, do confronto entre duas religiões semelhantes e ao
mesmo tempo distintas. Com a minha mãe aí presente ocorreu isso.
(pausa, prestando atenção na fanática): Está psicografando
novamente? Que bom. Que ótimo. Assim poderemos nos embevedecer
com estas santas palavras. Mas, leia logo para nós esta mensagem de
luz.
72
do ponto de vista da IMM. No Espiritismo se diz que: “uma encarnação
pode ser livre, compulsória e missionária, dependendo sempre da
condição evolutiva e da necessidade do espírito. Tudo o que o espírito
adquire em dada encarnação passa a fazer parte de seu patrimônio
espiritual, ficando registrado nos arquivos de sua mente profunda e
podendo ser por ele usado em outras existências, para seu
crescimento. Isso explica as crianças superdotadas, para as quais a
ciência oficial ainda não encontrou resposta plausível e definitiva.”
CORONEL: Como é meu casu, ela não tem resposta porque eu ...
CORONEL: Leiu Playboy por mesma razão que leiu National Geographic:
gostu de vê fotografias de lugares que sei que nunca irei visitá...
CORONEL: Mas, quem é essa tal de Afrodite que ela berra tanto?
73
CORONEL (brabo): Então, cumu que essa fanática fica dizendu que ela é
fié. Afrodite é uma vadia que num dispensa nem divindade, issu é uma
tremenda falta de respeitu. (gritando): Severino! Procura essa
passarinha fornicadora que atendi pelu nomi de Afroditi e cerol nela,
viu?
74
desencarnado provoca sensação de frio, o encosto de espírito
encarnado provoca sensação de calor.
75
chamado de izunome. O Fundador explicou o seguinte sobre as cores
do emblema original: o dourado simboliza o próprio Fundador; o
vermelho simboliza a Igreja Messiânica; o amarelo simboliza os Estados
Unidos (atualmente, ao invés da cor amarela, usa-se a cor verde). No
emblema original, não havia as linhas transversais observadas no
emblema atual.
76
CORONEL: Olhi, sua fanática, num sei du que tá cochichando sobre
minhas pulseiras e falando de um tal de Mirtinho que num conheçu.
Mas, prá num deixa farta de certeza digu que issu foi presente do meu
adversário politicu lá no meu sertão, o Arrudão da Conceição e da
Corrupção. (procura conter a sua emoção): Chegu quase a me emocioná
quandu tocu nessi assuntu. (chorando): Pois bem, Arrudão da
Conceição e da Corrupção dissi que issu era que nem um sacramentu,
igual a códigu religiosu secretu que manda mensage. (recomposto da
choradeira): Essi presenti que meu adversário politicu me deu, mudou
sua vida, ele passou a rir de tanta felicidadi. Então, quandu mi via com
estes seus presentis, era só sorrisu.
FANÁTICA (gozando): Tam, tam, tam, tam. Aqui tem educação. Nem
todo prendar é agraciar.
FANÁTICA (interessada): Pode ser sim, é pode ser até em mim. Irmão,
irmão, irmão Almeida, vem, vem, que a toda pura é suspeita, volúvel,
insincera, irresponsável, transgressora e toda infiel.
77
Os EUA seriam os representantes da cultura materialista (horizontal) e
o Japão, o representante da cultura espiritual (vertical). Segundo
Meishu-Sama: “A união do vertical e do horizontal é que dará origem à
verdadeira cultura. Assim sendo, a tarefa mais importante é unir a
cultura americana e japonesa.”
Explicações elaboradas por integrantes do Departamento de Ensino e
Núcleo de Estudos de Teologia, da IMMB (no prelo), consideram o
emblema uma representação da própria missão da religião messiânica.
É formado por dois eixos – vertical e horizontal – que se cruzam dentro
de um círculo. O eixo vertical representa o Oriente, o espírito, a atuação
do fogo, a ligação do homem com seus ancestrais e Deus. O eixo
horizontal representa o Ocidente, a matéria, a atuação da água, a
ligação entre os homens. No centro da cruz não existe nem vertical nem
horizontal, que desaparecem e se transformam num círculo que
significa izunome, o equilíbrio entre horizontal, daijo, e vertical, shojo.
O círculo central (amarelo) simboliza a IMM e sua missão de unir as
duas culturas, espiritual e material, fazendo nascer a cultura cruzada ou
cultura izunome. O anel que o envolve (vermelho) representa o mundo
do dia ou mundo do Sol, e também o Japão, chamado de “o país do sol
nascente”.
Segundo informações obtidas junto a um dos reverendos da IMMB, a
Sede Geral da IMM, no Japão, ainda não disponibilizou um material
oficial sobre a simbologia do emblema da religião messiânica.
78
FANÁTICA (lendo): Meishu-Sama incorpora estes termos à sua doutrina
criando uma articulação com o termo izunome, que tem raízes no
xintoísmo antigo. No Kojiki (Registro de Histórias Antigas), izunome
aparece uma única vez compondo o nome de izunome-no-kami. Em
certa medida, seria possível considerar izunome um termo messiânico
ressignificado a partir de uma figura mitológica xintoísta também
existente no universo Oomotano. Assim sendo, daijo e shojo e izunome
correspondem aos aspectos horizontal, vertical e o equilíbrio entre
ambos. Como se sabe houve modificações no emblema desde a época
da elaboração original pelo Fundador. Contudo, grande parte das
características originais bem como o seu sentido de cruzamento entre
culturas para a criação de uma nova civilização parece ter sido mantido.
(pausa, ouvindo mensagem do além):
- Alô alô. Câmbio estou ouvindo. Pode falar.
- O quê? Expedito está em dúvida por que riram dele aqui no Mundo
Espiritual?
- Por quê? Câmbio.
- Porque quando perguntaram a ele “Você gosta de fofoca?”, ele
respondeu “Na na não, só só de pin pingüim.”
79
caligrafia japonesa, como uma imagem para representá-Lo. A origem
japonesa da IMM é o principal motivo para a utilização de uma
caligrafia no altar como forma de representação do nome do “Deus
Supremo”, Criador do Universo. A caligrafia do Altar é composta por
cinco ideogramas japoneses que quer dizer “Deus da grande luz,
claridade e verdade”. Os ideogramas da caligrafia do altar também
podem ser lidos, em japonês, como “Miroku Oomikami”. Como Deus é
Luz, segundo a doutrina messiânica, costuma-se também chamá-la de
“Imagem da Luz Divina”, em português.
80
Uma das imagens mais importantes do universo simbólico messiânico é
a imagem da pedra que, jogada ao centro de um lago, vai formando
círculos de pequenas ondas até chegar às margens. Esta situação,
passível de ser vivenciada entre homem e natureza, transmite a ideia
de que tudo se desenvolve a partir de uma pequena forma ou de um
pequeno modelo.
81
CORONEL (falando irritado): Mas, você não sabi qui todu vidente e
audiente profundu é assim?
CORONEL: Contou que um casal estava jogando golfe perto de sua casa,
num campo muito chique, rodeado por belíssimas mansões. Na terceira
tacada o marido disse para sua apetitosa jovem esposa:- “Querida,
tome cuidado ao arremessar a bola; não vá mandá-la numa dessas
casas e quebrar uma vidraça. Vai custar uma fortuna para consertar.”
Nem terminou direito a frase, ela dá a tacada e a bola vai direto para
uma janela da maior casa da vizinhança. O marido se exaspera:- “Eu
disse para tomar cuidado! E agora, como vai ser? Vamos até lá pedir
desculpas e ver quanto vai ser o prejuízo.” Eles batem à porta e ouvem
uma voz:- “Podem entrar.” Eles abrem à porta e veem vidro espalhado
pelo chão e uma garrafa quebrada perto da lareira. Um homem
sentado no sofá diz:- “Vocês são os que quebraram a minha janela?” –
“Sim. Sinto muito, e quero pagar o prejuízo” - responde o marido. – “De
jeito nenhum. Eu que quero agradecer-lhes. Sou um gênio que estava
preso nesta garrafa por milhares de anos. Vocês me libertaram. Posso
conceder três desejos. Eu dou um desejo a cada um e guardo o terceiro
para mim.”- “Que legal!” - diz o marido. – “Quero um milhão de dólares
por ano, pelo resto de minha vida.”- “Sem problema. É o mínimo que
eu posso fazer. E você, o que gostaria de pedir?” - diz o gênio olhando
para aquela esposa. – “Quero mil sapatos de cada país do mundo” - ela
responde. - “Pode considerar seu desejo realizado - diz o gênio.”- “E
qual é seu desejo, gênio?”, o marido pergunta.- “Bem, desde que fiquei
preso nesta garrafa por milhares de anos não tive mais oportunidade
82
de fazer sexo. Meu desejo é ter sexo com sua mulher.” O marido olha
para sua esposa e diz:- “Bem, querida, nós ganhamos um monte de
dinheiro e sapatos. Acho que ele não está pedindo muito.” O gênio leva
a apetitosa jovem mulher para o quarto e passa cinco horas com ela.
Depois de terminar, ao se vestirem, o gênio olha para ela e pergunta: -
“Quantos anos têm seu marido?”- “35.” - ela responde. – “E ele ainda
acredita em gênios? É espantoso!!!”
83
DEDICANTE DA EDIÇÃO: Em 58 anos de presença no país, a IMM viu
seu rebanho se dispersar tanto pelas rupturas internas e pelos
problemas administrativos quanto pela própria política de
metamorfose de religião em “ultra-religião”. Nestes momentos
institucionais de “ir e vir” para dentro e para além da religião, parte dos
membros messiânicos se viu diante das múltiplas facetas da “religião” e
da “ultra-religião” messiânica passível até de crise identitária.
84
divulgação de sua doutrina sob a forma da “Filosofia de Mokiti Okada”
numa tentativa de não vinculá-la à religião messiânica exclusivamente.
Em síntese, esta filosofia ensina que toda e qualquer desarmonia
existente no universo, na sociedade e na vida humana se dá em função
do afastamento humano das leis naturais. E que o Johrei, a Agricultura
Natural e o Belo são práticas básicas para a construção de uma nova
civilização.
85
PALESTRANTE (interrompendo, chama rapidamente): Rápido, muito
rápido. Até se aquele quiser dar mais uma encostadinha, pode ser.
86
O texto “Trilogia dos órgãos Internos e o Johrei” apresenta uma relação
entre órgãos do corpo e elementos da natureza. Coração, pulmão e
estomago correspondem respectivamente aos elementos fogo, água e
terra.
Numa composição de ikebana estilo sanguetsu, “o Sol, a Lua e a Terra”
é representado por galhos de plantas de diferentes tamanhos
arranjados em uma determinada posição e confere uma hierarquia. Sol,
Lua e Terra simbolizam respectivamente fogo, água e terra, ou então,
pai, mãe e filho, ou ainda, futuro, presente e passado.
87
FANÁTICA E CORONEL (juntos): Realmente, a imagem do Brasil como
um caldeirão de raças é conhecida em geral e ressurge de vez em
quando no discurso institucional. Nos primeiros anos da década de 90 o
Presidente da IMMB da época incentivava os jovens a se prepararem
para fazer difusão mundial. O Brasil, tido como um local de formação de
muitos missionários fervorosos tem a função de ponte para ampliar a
difusão da religião messiânica em termos mundiais. Assim sendo a
identidade messiânica brasileira seria marcada também pela “harmonia
de diferenças”.
A identidade messiânica brasileira também é marcada por outros dados
como ...
Nesse instante cada um dos personagens que fizeram parte deste Ciclo
de Palestras exige que o palestrante faça um resumo do que é ser
messiânico.
88
FANÁTICA (com voz de pregadora): Irmão! Irmão! Aceita, aceita, todos
querem um resumo.
PALESTRANTE: Enfim, ser messiânico não é ser alguém que tenha uma
identidade como uma espécie de documento de identificação do
Instituto Félix Pacheco. Uma carteira de identidade circunscrita aos
dados de nome, filiação, naturalidade e data de nascimento. Mas, sim,
ser alguém que tenha consciência da própria personalidade messiânica.
Ser alguém que tenha compreensão da própria existência do
mensageiro aspecto que assume e projeta em público do que foi dito
nestas palestras.
89
PALESTRANTE: Desde pertencer à instituição messiânica, refletir sobre
Kyoshu-Sama e compartilhar de rito litúrgico. Passando por se orientar
em relação a espírito das palavras, força alojada em si, purificação,
auto-aprimoramento, morte, reencarnação, diagrama da cultura do
Senhor, emblema izunome, desenho da Imagem da Luz Divina, sinais
como Solos Sagrados, as coisas têm espírito, os elementos
fundamentais fogo, água e terra, publicações de ensinamentos e
harmonia das diferenças. Até a seguir o Messias Meishu-Sama,
participar de movimento ultra-religioso messiânico, ser portador de
Ohikari, estudar ensinamento de Meishu-Sama e se entusiasmar com a
implantação da Nova Cultura para que se construa o tão desejado
Paraíso na Terra.
FIM
90
BIBLIOGRAFIA
CLARKE, P. B. “Movimentos milenaristas japoneses e o papel do Brasil
na construção do paraíso na Terra: a Igreja Messiânica Mundial”. In:
ILHA – Revista de Antropologia vol.2 nº1. Florianópolis: UFSC, 2000.
_____. “Japaneses New Religious Movements in Brazil”. In: WILSON, B.
and CRESSWELL, J. (ed). New Religions Movements – Challenge and
Response. London, Routledge, 1999.
Sites:
http://www.consciesp.org.br/consciesp/noticias2.php?id=11 Acesso em
30/10/2005
http://www.dharmanet.com.br/honganji/banmin42.htm Acesso em
30/10/2005
http://www.fmo.org.br
http://www.guia.heu.nom.br/metempsicose.htm Acesso em
30/10/2005
http://www.johreicenter.org.br
http://www.johrei-institute.org
http://www.messianica.org.br>
http://www.sintrasaude.com.br/docs/cct/dissidio-20052006.html
Acesso em 19/10/2008
http://www.temploluzdo oriente.org.br
92
CRONOLOGIA DA IMM NO BRASIL
1955 – 10/02, falece Meishu-Sama.
-----------------------------------------------------------------------------------------------
93
1957 na cidade de Curitiba, obteve-se o registro de pessoa jurídica da
primeira unidade da religião messiânica no Brasil.
------------------------------------------------------------------------------
2ª) Instalação da Sede Central e unidades religiosas, bem como
diversificação das atividades (1964-1984).
94
1967 envio da 2ª turma de ministros designados pela sede japonesa
(9 ministros), bem como designação de missionários para as unidades
religiosas do país, outorga de Ohikari centralizada e estabelecimento de
diretrizes anuais, a partir da Sede Geral.
95
19/03, partida da 1ª caravana de peregrinos messiânicos (146
pessoas) aos Solos Sagrados do Japão.
96
1975 foram adquiridos os terrenos de Guarapiranga e Atibaia que
mais tarde dariam lugar, respectivamente, ao Solo Sagrado de
Guarapiranga e ao Pólo de Agricultura Natural.
-----------------------------------------------------------------------------------------------
97
3ª) Construção do Solo Sagrado e consolidação do sistema de
formação de elemento humano que inclui membros e missionários
(1985-1999).
-----------------------------------------------------------------------------------------------
98
4ª) Implantação do Sistema de Johrei Center e centralização no Trono
de Kyoshu – 4º Líder Espiritual (2000 até os dias atuais).
99
100