Cecilia Meireles PDF
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MEIRELES
Coordenação executiva
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier e Isabela Cribari
Comissão técnica
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier (presidente)
Antonio Carlos Caruso Ronca, Ataíde Alves, Carmen Lúcia Bueno Valle,
Célio da Cunha, Jane Cristina da Silva, José Carlos Wanderley Dias de Freitas,
Justina Iva de Araújo Silva, Lúcia Lodi, Maria de Lourdes de Albuquerque Fávero
Revisão de conteúdo
Carlos Alberto Ribeiro de Xavier, Célio da Cunha, Jáder de Medeiros Britto,
José Eustachio Romão, Larissa Vieira dos Santos, Suely Melo e Walter Garcia
Secretaria executiva
Ana Elizabete Negreiros Barroso
Conceição Silva
Editora Massangana
Avenida 17 de Agosto, 2187 | Casa Forte | Recife | PE | CEP 52061-540
www.fundaj.gov.br
Coleção Educadores
Edição-geral
Sidney Rocha
Coordenação editorial
Selma Corrêa
Assessoria editorial
Antonio Laurentino
Patrícia Lima
Revisão
Sygma Comunicação
Ilustrações
Miguel Falcão
Lôbo, Yolanda.
Cecília Meireles / Yolanda Lôbo. – Recife:
Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
158 p.: il. – (Coleção Educadores)
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7019-476-3
1.Meireles, Cecília Benevides de Carvalho, 1901-1964. 2. Educação – Brasil – História.
I. Título.
CDU 37(81)
Textos selecionados, 77
A escola moderna, 77
A formação do professor, 82
Cronologia, 87
Bibliografia, 93
Títulos da coluna Comentário
e da Página de Educação do Diário de Notícias, 93
Obras de Cecília Meireles, 140
Outras obras consultadas, 142
Seletas em obras coletivas, 143
APRESENTAÇÃO
Fernando Haddad
Ministro de Estado da Educação
2
Meireles, Cecília. Obra poética. 3. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972, p. 61.
3
A Escola Estácio de Sá, localizada na Rua São Cristóvão, 18, uma das unidades da rede
pública do Distrito Federal, além do curso primário abrigou em suas instalações a Escola
Normal do Distrito Federal, no período de 1914 a 1930. Segundo Antônio Carneiro Leão,
“O prédio [onde funcionava a Escola Normal] é uma antiga escola primária para 600
alunos, cujo mobiliário está servindo para normalistas em número de 1.404 em 1923 e de
1.007 em 1924” (O ensino na capital do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commercio,
de Rodrigues & Cia.,1926, p. 169). Foi na gestão de Carneiro Leão na Direção da
Instrução Pública do Distrito Federal que se fizeram os estudos preliminares para a
construção do edifício próprio para a Escola Normal. Entre as duas opções existentes –
o terreno da Praça da Bandeira e o terreno do Instituto João Alfredo – esse educador
preferia o segundo terreno, mas as autoridades municipais optaram pelo primeiro. O
sucessor de Carneiro Leão, professor Fernando de Azevedo, deu início à construção do
edifício da Escola Normal, localizado na rua Mariz e Barros, Praça da Bandeira. Construído
na gestão de Fernando de Azevedo tomou a denominação de Instituto de Educação na
gestão de Anísio Teixeira.
4
Cf. Gomes, A. Apresentação. In: Meireles, Cecília. Espectros. Rio de Janeiro, Editores
Leite Ribeiro & Maurillo, 1919, p. 9. Este livro foi reeditado e incorporado aos volumes I e
II de Poesia Completa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001.
12
5
O quadro de professores da rede pública do Distrito Federal era constituído, na década
de 1920, por professores catedráticos (300 professores em 1925), adjuntos de 1ª classe
(380 professores em 1925), adjuntos de 2ª classe (600 professores), adjuntos de 3ª
classe (950 professores), professores elementares (11 professores), professores de
escolas noturnas (68 professores) e coadjuvantes de ensino (140 coadjuvantes). Cf.
Carneiro Leão, A., op. cit., p.161.
6
Sobre o neossimbolismo de Cecília Meireles, consultar Damasceno, Darcy. Poesia do
sensível e do imaginário. In: Meireles, Cecília. Obra poética, op. cit., pp. 13-55.
7
Professores da Escola Normal do Distrito Federal.
8
O corpo docente da Escola Normal era nomeado por lei do Conselho Municipal. Desde
1916, o Conselho contratou temporariamente docentes para suprir a falta de professores
concursados para a Escola Normal. No início da década de 1920, a matrícula dessa Escola
ultrapassou os dois mil alunos e o Administrador teve de chamar uma quantidade grande de
pessoas para lecionar as turmas suplementares. “O Decreto n. 1.059, de 1916, já havia
criado a possibilidade de serem designados docentes para lecionar, ao lado dos professores
da casa, as diversas matérias dos programas. [...] Esses docentes eram anualmente desig-
nados para lecionar. [...] O Conselho Municipal [...] mandou efetivar todos aqueles que
tivessem ensinado durante dois anos...” (Carneiro Leão, A., op. cit., p.175).
9
Cf. Livro de Designações da Escola Normal do Distrito Federal n° 132, Centro de
Memória do Instituto de Educação do Rio de Janeiro.
13
10
O arquiteto e engenheiro Fernando Nereo de Sampaio fez parte da equipe de Anísio
Teixeira na Diretoria de Instrução Pública do Distrito Federal (1931-1935), na qualidade de
Diretor das Divisões de Prédios e Aparelhamentos Escolares, junto com Assis Ribeiro. É
de sua autoria e de Gabriel Fernandes o projeto arquitetônico da Escola Estados Unidos
(1929), do Município do Rio de Janeiro, localizada no Rio Comprido.
11
Correia Dias fez parte do movimento modernista português. Quando chegou ao Rio de
Janeiro já era conhecido e respeitado no mundo das artes plásticas, sobretudo por sua
obra de caricaturista, de tonalidades irônicas e maliciosas. No Rio de Janeiro trabalhou na
Revista da Semana, no Diário de Notícias, e deixou sua arte de plasmar esculturas (em
madeira, pedra, mármore, metal e, principalmente, cerâmica) espalhada em parques e
cemitérios da cidade.
14
12
Para o concurso, o candidato deveria apresentar alguns exemplares impressos de sua
tese. Cecília defendeu a Escola Moderna, com ênfase na formação de um novo tipo de
professor. Em 2 de setembro de 1930, apresentou uma síntese de sua tese na Página de
Educação do Diário de Notícias, sob o título “A significação da literatura na formação do
professor: de ´O Espírito Victorioso´, these (sic) apresentada ao concurso de Literatura
da Escola Normal”. Ao lado da reportagem, sua coluna intitulada Comentário aborda o
tema “O respeito pela vida”.
15
13
Meireles, Cecília. O espírito victorioso. Rio de Janeiro, Editora Anuário do Brasil, 1929,
p.19.
14
Idem, p. 18.
15
Idem,Ibidem pp. 19-20.
16
Desistiram das duas provas restantes – prova escrita e prática – os professores
Homero Pires, Sylvio Júlio e Oswaldo Orico.
16
17
Advogado, filólogo, poeta e escritor, Clóvis Monteiro exercia a docência no Colégio
Pedro II e era, naquele momento, membro do Conselho Nacional de Ensino. No concurso,
defendeu a tese Traços do Romantismo na poesia brasileira, publicada em 1929 pela
Tipografia d’A Encadernadora, no Rio de Janeiro. Sobre Clóvis Monteiro, consultar Azeve-
do Filho, Leodegário Amarante de (Org.) Miscelânea filológica: em honra à memória do
professor Clóvis Monteiro. Rio de Janeiro: Ed. do Professor, 1965.
18
A prova escrita versou sobre “Machado de Assis, como poeta; tendências modernas do
romance em Portugal; Bernardo Guimarães em relação a nossa novelística; tendências
fonéticas do português falado no Brasil; João Francisco Lisboa e a sua influência; e as
cartas de Mariana Alcoforado” (O Globo, Rio de Janeiro, 22 ago. 1930).
19
O interesse do público pelo concurso foi registrado na primeira página de O Globo de 26
de agosto de 1930: “Terminou, hoje, pela manhã, em prova pública que teve grande
assistência o concurso de literatura vernácula na Escola Normal. [...] ficou classificado
em primeiro lugar o Sr. Clóvis do Rego Monteiro, com um total de 93 pontos e a média
final 7,84 contra 89 pontos e a média 7,512 obtidos pela Sra. Cecília Meireles”.
17
20
Meireles, Cecília. Comentário “A futura Escola Normal”. Rio de Janeiro, Diário de
Notícias, Página de Educação, 21, set., 1930, p.4.
21
Título do Comentário publicado em 29 de agosto de 1930 na Página de Educação do
Diário de Notícias.
18
22
Ao assumir, no Distrito Federal, a Direção da Instrução Pública, Fernando de Azevedo e
seus assessores procuraram encarar os problemas educacionais a partir de uma perspec-
tiva científica. Como medida preliminar, promoveram um recenseamento escolar, a fim de
inteirar-se, com precisão, da realidade do sistema escolar do Distrito Federal. Feita a
análise dos resultados deste censo, foram diagnosticados os problemas mais graves.
Paralelamente, Azevedo deu continuidade ao projeto de seu antecessor, Professor Carneiro
Leão, de construção de edifícios escolares próprios para atender à expansão escolar. Para
Cecília, isso não era suficiente.
19
23
Meireles, Cecília. Comentário “A responsabilidade dos reformadores”. Página de Edu-
cação. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 29 ago. 1930, p.4.
24
Após a Revolução de 1930, o Governo Provisório de Getúlio Vargas iniciou uma política
de aproximação com a Igreja Católica, resultando na reintrodução do ensino religioso nas
escolas públicas.
Azevedo, Fernando. A Reforma de Ensino no Distrito Federal (discursos e entrevistas).
25
20
27
A diagramação da Página de Educação obedecia a uma estrutura na qual se destaca-
vam a coluna Comentário, do lado esquerdo da página, e no espaço central, mais amplo
e sempre com ilustrações – fotos, desenhos –, a coluna “Uma página de educação de ...”
(dedicado a um educador, filósofo, romancista, com entrevistas e textos). A inspiração
para nomear este capítulo vem, portanto, de Cecília.
28
Meireles, Cecília. 4° motivo da rosa. In: Poesia completa, op. cit., p. 524.
29
O jornal Diário de Notícias foi criado pelos jornalistas Orlando Ribeiro Dantas, Nóbrega
da Cunha e Alberto Figueiredo Pimentel, em 12 de junho de 1930, e tinha como redator
chefe João Maria dos Santos. Nóbrega da Cunha era amigo de Correia Dias e de Cecília.
Foi, inclusive, padrinho de uma das filhas do casal.
30
Meireles, Cecília. Página de Educação. Diário de Notícias. Rio de Janeiro,12, junho,
1930, p.5.
21
31
Idem.
32
Trata-se do mesmo desenho que, ainda criança, Cecília desenhava na parede de seu
quarto. Conferir em Olhinhos de gato (Rio de Janeiro: Editora Moderna, 1980, p. 20). “Ela
mesma não sabe como foi: ela descobriu com surpresa uma coisa que não acaba [há
coisas que não morrem, infinitas, no desenho da parede]. E dorme tranquila, com esse
descobrimento”. Sobre esse desenho e o livro Olhinhos de gato, consultar Neves, Marga-
rida de Souza. Paisagens secretas: memórias da infância. In: Neves, Margarida de
Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, Ana Chrystina (Orgs). Cecília Meireles: a poética da
educação. Rio de Janeiro: PUC- Rio; Loyola, 2001, p. 23-39.
33
Sobre a Página de Educação consultar Mignot, A. C. V. Antes da despedida: editando
um debate. In: Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, Ana Chrystina (Orgs).
Cecília Meireles: a poética da educação. Rio de Janeiro: PUC - Rio; Loyola, 2001, pp.
149-171.
34
São muitos e diversos os personagens entrevistados e os convidados especiais (os
colaboradores) que Cecília escolheu para escrever sobre educação. Em todos eles, porém,
algo comum: a marca “dos grandes inspiradores”, em todas as áreas do conhecimento
humano, “homens que ficam eternamente como um facho sempre aceso iluminando o
mundo”: Roal Amundsen, Pierre Michailowsky, Kou-Hung-Ming, Anatole France, João de
Barros, Fernanda de Castro, Eduardo Spranger, Angelo Patri, Eduardo Claparéde, Gerardo
Seguel, Yrjo Hirn, Maria Montessori, para registrar somente os colaboradores dos primeiros
meses da Página de Educação do Diário de Notícias.
35
Lôbo, Yolanda. Memória e educação: O espírito victorioso de Cecília Meireles. Revista
Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, MEC/INEP, n. 187, p. 527, 1996.
22
36
Meireles, Cecília. Comentário “Qualidades do professor”. Diário de Notícias, Rio de
Janeiro, 10 agosto de 1930, p. 7.
37
Meireles, Cecília. Página de Educação, Diário de Notícias em 9 de agosto de 1930.
38
O educador suíço Adolpho Ferrière dirigia a revista Pour L´Ère Nouvelle e era um dos
interlocutores de Fernando de Azevedo. Vale acrescentar que, em 1931, a revista Pour
L´Ère Nouvelle dedicou um número à Escola Nova do Brasil, com artigos de educadores
brasileiros, entre eles, Fernando de Azevedo e Deodato de Carvalho, sob o título: L´Education
Nouvelle du Brèsil. Pour L´Ère Nouvelle, ano 10, n. 67, abr. 1931.
39
Título do artigo de Ferrière.
40
Trata-se da revista Educación, órgão mensal do Ministério de Instrução Pública e Belas
Artes da República do Equador. Transcrevo aqui somente poucos parágrafos do longo
texto que ocupou toda a Página de Educação do dia 9 de agosto de 1930.
23
diabo, do seu ponto de vista, julgou que nem tudo ia bem nesse
mundo, e pensou num meio de mudar esse estado de coisas.
Então disse consigo: “A infância é o porvir das raças; comecemos
pela infância”.
E apareceu aos homens como enviado de Deus e um reformador da
sociedade, declarando: “Deus exige a mortificação da carne, e ela deve
começar pela infância. A alegria é pecado, o riso, blasfêmia; as crianças
não devem conhecer a alegria nem o riso. O amor materno é um
perigo; é preciso afastar as crianças de sua mãe, a fim de que ela não
seja um obstáculo à sua comunhão com Deus. É preciso que a ju-
ventude saiba que a vida é esforço; saturai-a de trabalho (em latim,
tripalium, instrumento de tortura); saturai-a de tédio. Que seja bani-
do tudo quanto possa despertar interesse; só é bom o trabalho
desinteressado; se nele se introduz o prazer, é a perdição”.
Assim tendo falado o diabo, a multidão inclinou a fronte para o
chão, gritando: “Queremos salvar-nos: que é preciso fazer”?
– Criai a escola!
E, sob as indicações do diabo, foi a escola criada.
A criança ama a natureza; amontoam-na em salas fechadas; quer
brincar; fazem-na trabalhar. [...]
Imediatamente o regime frutificou. Em breve aprenderam as crian-
ças a adaptar-se a estas artificiais condições de vida. [...] aprenderam,
então, o que jamais teriam aprendido sem esse sistema: souberam
fingir, enganar, mentir. [...] A escola esforça-se em mortificar, à força
de castigos e de trabalhos suplementares, o discípulo que qualifica de
insolente porque nele transborda a alegria de viver e a energia vital;
ou castiga como preguiçoso, ao que pelo seu temperamento é levado
a fazer gazetas, qualificando como pecados os sãos instintos de defe-
sa dos espíritos retos. No momento, o êxito parecia certo e o diabo
vitorioso. Todos os professores da escola o tinham por santo, a que
rendiam devoção, trabalhando para matar a alma da criança, torcendo
o pescoço à sua espontaneidade, obscurecendo-lhe a memória, false-
ando-lhe a razão, engorgitando-as de ciência livresca. “A ciência é
inútil; não o esqueçais – gritava o diabo – o desinteresse, o dever
pelo dever, o esforço pelo esforço”. – O tédio pelo tédio – exclama-
ram as crianças inteligentes que, aplicando o ouvido à porta e o olho
ao buraco da fechadura, tudo tinham ouvido e adivinhado.
24
41
Página de Educação. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 9 agosto de 1930, p. 7.
42
Para Anísio Teixeira, “não é somente o desejo de dar liberdade à criança que dirige os
educadores, é sobretudo a impossibilidade de a negar, se querem construir obra de educa-
ção respeitável e sincera. Dessa premissa da criança autônoma e livre é que temos de partir
para a aventura da reconstrução educacional”. Cf. Teixeira, Anísio. Educação progressiva:
uma introdução à filosofia da educação. São Paulo: Editora Nacional, 1934, p.53 e 57.
43
Meireles, Cecília. Comentário “A Imaginação deslumbrada da criança”. Página de
Educação. Diário de Notícias. Rio de Janeiro, 12 de junho de 1930, p.4.
25
44
Meireles, Cecília. Comentário “A Imaginação deslumbrada da criança”. Página de
Educação. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 12 jun. 1930, p. 4.
45
Meireles, Cecília. O espírito victorioso, op. cit., p. 29.
46
Pierre Nozière é o segundo livro, dos três romances autobiográficos de Anatole France,
publicado em 1918. O primeiro deles, lançado em 1888, foi O livro de meu amigo. O
terceiro, La vie en fleur, em 1922.
47
Página de Educação. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 15 jul. 1930, p. 7.
26
48
Cecília queria familiarizar os leitores, principalmente os professores, com a nova
pedagogia. Ela fez uma enquete para saber o que pensavam os professores sobre a
renovação educacional e qual a orientação que imprimiam às suas aulas. O resultado da
enquete a deixou preocupada. “Pensavam o seguinte: os educadores [...] gente longín-
qua. Meio inexistente. Nomes confusos. Personalidades? Assim [...] Vagamente. Dizem
que o dr. Decroly estuda anormais [...] A Montessori é aquela dos jardins de infância, mais
o Fröbel [...] Também existe Ferrière [...] Orientação? Oh! Tudo muito complicado [...]
Métodos e mais métodos, cada qual mais extravagante [...] Quanto à criança [...] Se com
os processos antigos não aprendia, ali obrigada, sem recreio, com zero a tinta vermelha no
caderno, e castigo no canto da sala, quanto mais agora, com essa liberdade toda, podendo
fazer o que quer [...] . Comentário “Formação de Professores”. Página de Educação.
Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1930, p. 7.
49
O autor examina alguns brinquedos mais comuns, como chocalho e máscaras.
27
28
50
Titulo do Comentário publicado em 22/10/ 1930. Página de Educação. Diário de Notícias.
51
“Nós e as crianças”, Comentário. Página de Educação. Diário de Notícias, em 24/10/
1930.
52
“Os jornais infantis”, Comentário. Página de Educação. Diário de Notícias em 22/10/
1930.
53
Idem.
54
Ibidem.
29
–“Vamos ordenar uma limpeza geral nas escolas, ainda que fiquem ape-
nas os bancos para as crianças se sentarem?”55
Tudo o que exercesse uma ação perniciosa sobre crianças e pro-
fessores deveria ser retirado da escola, para torná-la atraente. Não
somente o “mobiliário feio, as paredes sujas, os enfeites fora de moda” deve-
riam desaparecer, mas todo “o conjunto das hostilidades” ainda presente
na escola, herança da estrutura organizacional da escola tradicional.
[Os professores] Deixam a sua casa florida, alegre, clara, onde a vida
também canta, sedutoramente. Encontram a escola com o conjunto
das suas hostilidades: o relógio feroz, que não perdoa os atrasos do
bonde; o livro de ponto ferocíssimo, com a sua antipática roupagem
de percalina preta e a sua sinistra numeração, pela página abaixo. [...]
De toda a parte surgem objetos detestáveis: réguas, globos
empoeirados, borrachas revestidas de madeira, tímpanos, vidros de
goma arábica, todas essas coisas hediondas que se convencionou
fazerem parte integrante da fisionomia da escola, e que são acredita-
das indispensáveis e insubstituíveis. Coisas mortas. Coisas de ou-
tros tempos. Coisas que se usaram nas escolas de nossos avós e de
nossos pais. Não se pode pensar em familiaridade, em proximidade
infantil, em vida nova, em educação moderna, no meio dessa quan-
tidade de mata-borrões, de mapas com demarcações arcaicas, de ba-
lanças que não funcionam, de moringas de gargalo quebrado, de
caixinhas de sabonete para guardar giz, e das coisinhas armadas nas
taboinhas dos armários chamados museus, nas quais não se pode
bolir para não estragar, e que têm um rotulozinho em cima, tal qual
os vidros de remédio.56
Mas por que os professores não tomam a iniciativa de modi-
ficar esse ambiente? Cecília aponta o conjunto de razões que im-
pedia a reorganização pedagógica da escola no Brasil:
Porque acima da sua vontade estão acumuladas muitas rotinas de
outras vontades. Porque, algumas vezes, a manifestação de um na-
tural bom gosto, de uma cultura mais apurada servem de base a
ridículas insinuações, e a crítica mordazes. Porque ainda não temos,
55
“A Escola Atraente”, Comentário publicado em 31 de julho de 1930. Página de Educa-
ção. Diário de Notícias
56
Idem.
30
57
Ibidem.
58
Sobre Cecília Meireles e os ideais da Escola Moderna consultar Strang, Bernadete de
Lourdes Streisky. Sob o signo da reconstrução: os ideais da Escola Nova divulgados pelas
Crônicas de Educação de Cecília Meireles. Dissertação de Mestrado. Departamento de
Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.
59
Cecília formula uma ideia original para a prática pedagógica, a partir de uma nova
concepção de infância. Leitora de Pestalozzi, Decroly, Montessori, Ferrière, Claparède,
entre outros, Cecília se inteirava das novas abordagens introduzidas pela Escola Nova no
processo de socialização da criança.
60
“A consciência dos educadores”; “A ideologia dos educadores”; “A esperança do educa-
dor”; “As qualidades do educador”; “A criança e o segredo”; “A criança e os brinquedos”;
“Jornais infantis”. Uma das preocupações de Cecília diz respeito à saúde do professor,
objeto de seu Comentário “As condições físicas do professor”. Para ela, “Não há nada mais
lamentável na vida de um educador do que as crises por que frequentemente passa em
consequência do próprio exercício da sua profissão”. (Comentário de 4 de julho de 1930)
61
Lôbo, Yolanda. O ofício de ensinar. In: Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda;
Mignot, A.C. Cecília Meireles: a poética da educação. Rio de Janeiro, editora Puc - Rio
e Loyola, 2001,p. 70.
31
62
Em carta dirigida a Fernando de Azevedo, em 21 de março de 1934, Cecília afirma:
“Conversar é fazer nascer a sombra”. Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional. Seção Manus-
critos. Inventário Darcy Damasceno.
63
Lamego, Valéria. A farpa da lira. Rio de Janeiro: Record, 1998, p.15.
64
Em 1949, quando Vargas se lançou candidato à Presidência da República, o jornal fez
um resumo histórico sobre “Getúlio Vargas, o inimigo número um da democracia brasileira”.
65
O novo panorama político deslocou Fernando de Azevedo para São Paulo. Assume a
Prefeitura do Distrito Federal, na condição de Interventor, Adolpho Bergamini, em 24 de
outubro de 1930, e na Direção da Instrução Pública, o Inspetor de Ensino e Deputado Raul
de Farias.
32
66
Sob esse título, Cecília discorre sobre a formação dos professores. A Revolução a que se
refere é aquela “tentativa da formação brasileira que tivemos com a Reforma do Ensino”
(Fernando de Azevedo) que se ampliou “através de uma lente gigantesca, projetando-se em
todas as atividades brasileiras, adquirindo, ao mesmo tempo, detalhes novos e mais perfeitos”.
Comentário “Problema Educacional”, Diário de Notícias, em 29 de novembro de 1930, p.7.
67
Desiludida com os primeiros atos do Governo Vargas, Cecília escreveu: “Depois da
Revolução, ficou absolutamente insolúvel o problema educacional do Brasil”. Comentário
publicado em 18 de julho de 1931, na Página de Educação do Diário de Notícias.
68
Segundo Marta Chagas de Carvalho, “A Associação Brasileira de Educação (ABE) foi
fundada no Rio de Janeiro em outubro de 1924 por um grupo de profissionais – advoga-
dos, médicos, professores, jornalistas e, principalmente, engenheiros – que, desiludidos
com a República e convencidos de que a solução dos problemas do país residia na
educação, decidiram organizar uma ampla campanha pela causa educacional, propondo
políticas, constituindo objetos e estratégias de intervenção e credenciando-se a si mes-
mos como quadros intelectuais e técnicos de sua formulação e execução” (Texto apresen-
tado na exposição “Educação pede passagem – 85 anos da Associação Brasileira de
Educação”, realizada de 10/11 a 2/12/2009 na Academia Brasileira de Letras, no Rio de
Janeiro, por ocasião do IX Congresso Ibero-Americano de História da Educação).
33
69
“ O Ministério da Educação”. Comentário publicado em 16 de janeiro de 1932, p.6. “O sr.
Francisco Campos saía sem sair. Por sua livre vontade. Saía ficando”. Em “Outra vez o
Ministério”, Comentário publicado em 10 de setembro de 1931, p.6, Cecília escreveu: “Para
os desprevenidos, parece obstinação falar tanto no Ministério vago. É que esse Ministério
é uma terrível interrogação no destino novo desta terra e desta gente. [...] O governo criou
o Ministério da Educação. [...] mas, diz-se que já pensa extingui-lo ... E por que? Será que
depois do sr. Francisco Campos, é melhor desistir de tratar o problema? Isso é que não”.
70
A nomeação de Francisco Campos desagradou o grupo de educadores que acompanhou
a implantação da Reforma Fernando de Azevedo. Cecília considerou essa nomeação uma
“calamidade”, “um assalto”. No período em que esteve à frente do Ministério, Francisco
Campos introduziu por meio de decretos uma série de reformas que foram objeto de críticas
desse grupo. O decreto que introduziu o ensino religioso nas escolas foi julgado pernicioso
por Cecília em seus comentários. Em resposta ao que considerava desrespeito aos direitos
da infância, um grupo de educadores (Armanda Álvaro Alberto, Edgar Sussekind de Men-
donça, entre outros) criou a Liga Anticlerical. Atendendo convite dessa Liga, Cecília fez
uma conferência na qual registrou sua indignação com esse “famigerado decreto”.
71
Marta Chagas de Carvalho assinala que nos anos 1920-1930 a ABE foi “a principal
instância de articulação do chamado movimento de renovação educacional no Brasil. Na
campanha que promoveu na década de 1920 se constituíram e se legitimaram, aglutinados
em torno de uma causa comum, os educadores que, como grupos organizados, se
oporiam alguns anos mais tarde, na primeira metade dos anos 1930. [...] A criação do
Ministério da Educação e Saúde inaugurou espaços de poder de importância estratégica
na configuração e no controle técnico e doutrinário do aparelho escolar. Com isso,
dissolveu-se o consenso que, na década de 1920, agregava posições divergentes em
torno da ‘causa educacional’, transformando-se em acirrada disputa pela implementação
de programas político-pedagógicos concorrentes” (Texto apresentado na exposição “Edu-
cação pede passagem – 85 anos da Associação Brasileira de Educação”, realizada de 10/
11 a 2/12/2009 na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, por ocasião do IX
Congresso Ibero-Americano de História da Educação).
34
72
“Um problema insolúvel.”, Comentário publicado em 18 de julho de 1931, p. 6. Página
de Educação do Diário de Notícias.
73
Idem.
35
74
“Coisas de Educação...”, Comentário publicado em 12 de setembro de 1931, Página de
Educação do Diário de Notícias.
75
Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, cria o Conselho Nacional de Educação;
Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931, dispõe sobre a organização do Ensino Superior
e adota o regime universitário; Decreto nº 19.852, de 11de abril de 1931, dispõe sobre a
organização da Universidade do Rio de Janeiro; Decreto nº 19.890 de 18 de abril de 1931,
dispõe sobre a organização do Ensino Secundário; Decreto nº 19.941, de 30 de abril de
1931, institui o Ensino Religioso como matéria facultativa nas escolas públicas; Decreto
nº 20.158, de 30 de abril de 1931, dispõe sobre a organização do Ensino Comercial e
regulamenta a profissão de Contador; Decreto nº 21.241, de 14 de abril de 1931, consolida
as disposições sobre a organização do Ensino Secundário.
76
“Ainda o nefando decreto”. Rio de Janeiro, Diário de Notícias, Página de Educação,
Coluna Comentário, p.7, 04, jun., 1931.
36
37
82
Título do Comentário publicado em 25 de setembro de 1931. Página de Educação do
Diário de Notícias.
83
Julião Freire Esteves substituiu o Interventor Adolpho Bergamini na Prefeitura da cidade
do Rio de Janeiro, em 1931.
38
84
Cecília considerava o inspetor de ensino “um homem honrado”, mas discordava do
critério usado para escolher o novo Diretor da Instrução Pública.
85
Título do Comentário publicado em 29 de setembro de 1931. Página de Educação do
Diário de Notícias.
86
Raul de Faria assumiu a Direção da Instrução Pública na gestão do Interventor Adolpho
Bergamini, iniciada em 24 de outubro de 1930. Menos de um ano depois de assumir o
cargo, a 23 de setembro de 1931, Adolpho Bergamini foi demitido e, para o cargo de
Interventor, assumiu, interinamente, o Coronel Julião Freire Esteves. Com a saída de
Bergamini, Raul de Faria pediu demissão do cargo de Diretor da Instrução Pública do
Distrito Federal. O processo de interinidade, na prefeitura, somente será concluído com
o novo interventor Pedro Ernesto (27 de setembro de 1931) e, na Direção da Instrução
Pública, em 06 de outubro de 1931 com a nomeação de Anísio Teixeira.
39
40
Fazer uma grande obra nem todos a podem fazer. Mas respeitá-la e
favorecê-la, isso, sim, já é mais fácil, e depende até menos da inteli-
gência, que da boa vontade daqueles a quem ela é confiada.
Falando mais uma vez da sua Reforma, o dr. Fernando de Azevedo
fez, sem querer, o mais espantoso balanço da nossa atividade educa-
cional posterior à Revolução.
Acabando de ler o seu artigo, fica-se perplexo, e pensa-se: “Havia,
então, esta obra! ... E o que é feito dela?”
Mas ninguém sabe ...
Cecília anuncia a seus leitores Tempos Novos. 87 O novo
interventor do Distrito Federal, Dr. Pedro Ernesto, inaugurou seu
governo com “a feliz escolha” do Professor Anísio Teixeira para
dirigir a educação pública do Distrito Federal.
Para apresentar aos leitores o novo Diretor Geral da Instru-
ção Pública no Distrito Federal, o professor Anísio Teixeira, Cecí-
lia fez uma série de reportagens com este educador. Sua intenção
foi fazer com que o leitor entendesse o critério de escolha que
conduziu o educador à direção de tão importante cargo: a quanti-
dade e qualidade excelentes de suas experiências e de sua obra.
A primeira reportagem, em 8 de outubro de 1931, abriu espa-
ço para Anísio Teixeira explicar aos leitores da Página de Educa-
ção a teoria de educação de John Dewey.88 Em seguida, sob o
título “Para a honra da Revolução”, em 15 de outubro, faz apreciação
sobre o ato de nomeação:
A nomeação do Dr. Anísio Teixeira para o cargo de Diretor Geral de
Instrução Pública vem dar, à administração pública do Dr. Pedro
Ernesto um prestígio especial, deixando crer que a Revolução, entra,
agora no seu período de mais acerto e de maiores esperanças.
87
“Tempos novos”. Rio de Janeiro, Diário de Notícias, Página de Educação, Coluna
Comentário, p.6, 06, out., 1931.
88
Estudioso da obra de John Dewey, Anísio foi também tradutor (com Godofredo Rangel)
e apresentador do livro desse filósofo, Educação e democracia, para a Companhia Editora
Nacional (São Paulo, 1952).
41
89
“Para a honra da Revolução”, Comentário, publicado em 15 de outubro de 1931. Página
de Educação do Diário de Notícias.
42
43
91
Consultar a respeito desse assunto o livro de Nóbrega da Cunha. A Revolução e a
Educação. Rio de Janeiro, editora Oficinas Gráficas do Diário de Notícias, 1932.
44
92
Carvalho, Marta Chagas de. Texto apresentado na exposição “Educação pede passa-
gem – 85 anos da Associação Brasileira de Educação”, realizada de 10/11 a 2/12/2009 na
Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, por ocasião do IX Congresso Ibero-
Americano de História da Educação.
93
“A IV Conferência”. Comentário. Rio de Janeiro, Diário de Notícias, em 15 de dezembro
de 1931, p. 6.
45
94
Idem.
95
Nos dois primeiros dias da IV Conferência, Cecília não compareceu porque somente
recebeu o convite “à última hora”. “Mas, se não fui, estive lendo todos os jornais e ouvindo
pacientemente todos os felizardos que puderam assistir o que me foi negado”. (Comentário
“A IV Conferência”, publicado em 15 de dezembro de 1931, p. 6).
96
“A 4ª Conferência”, Comentário publicado em 22 de dezembro de 1931. Página de
Educação do Diário de Notícias.
97
Consoante Libânea Xavier, a atuação de Nóbrega da Cunha “funcionou como uma
estratégia que visava garantir ao grupo de educadores afinados com a renovação educa-
cional o monopólio da interlocução com o Governo, deslocando para aquele grupo em
separado, a incumbência de dar resposta à solicitação que havia sido dirigida a todos os
educadores reunidos na IV Conferência Nacional de Educação”. Para tanto, encaminhou
ao Presidente da Conferência, Fernando Magalhães, um requerimento solicitando lhe
fosse concedida incumbência para “redigir um manifesto que servisse de base para o
governo e de tema para o Congresso técnico”. Em seguida, ele transferiu essa incumbên-
cia para Fernando de Azevedo, que deveria aceitá-la “em nome do Governo, da imprensa
e do povo”. Texto apresentado na exposição “Educação pede passagem – 85 anos da
Associação Brasileira de Educação”, realizada de 10/11 a 2/12/2009 na Academia Brasi-
leira de Letras, no Rio de Janeiro, por ocasião do IX Congresso Ibero-Americano de
História da Educação.
46
98
Idem.
99
A Reconstrução Educacional do Brasil. Ao Povo e ao Governo. Manifesto dos Pioneiros
da Educação Nova. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932.
47
48
100
Anísio Teixeira incluiu em seu programa de educação convênios com universidades
estrangeiras para proporcionar ao magistério local trocas de experiências em viagens de
estudo. O convênio previa a ida de professores aos países conveniados, para estudos e
especialização, bem como a vinda de professores estrangeiros para realizar cursos no
Distrito Federal.
49
101
Diário de Notícias, Página de Educação, em 31 de dezembro de 1932, p. 6.
50
102
Grifado por Cecília.
51
52
104
Consultar Pimenta, Jussara. Leitura e encantamento: a biblioteca infantil do Pavilhão
Mourisco. In: Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, A.C. (Orgs.) Cecília
Meireles: a poética da educação. Rio de Janeiro, Puc - Rio e Loyola, 2001, pp. 105-119.
105
Meireles, Cecília. Herança. In: Poesía completa, op. cit., p. 302.
106
Em carta de 16 de agosto de 1934 a Fernando de Azevedo, Cecília exprimiu seus
sentimentos com a realização dessa obra: “Isto me dá a impressão de haver uma estrela
bonita protegendo a obra; e, se eu ainda me pudesse interessar por alguma alegria, não
há dúvida que tinha agora uma oportunidade” (Instituto de Estudos Brasileiros da Univer-
sidade de São Paulo. FA – Cp. Cx. 21. 74/1).
107
O Pavilhão Mourisco é uma realização de Cecília e do seu marido, o artista plástico
Correia Dias, que não somente pintou os murais dessa biblioteca, mas dedicou-se a
participar de atividades de pinturas com as crianças na Seção Artística do Pavilhão.
108
O prédio que a população do Distrito Federal batizou como Pavilhão Mourisco foi
construído em 1905, na gestão do prefeito Pereira Passos (1902-1906). O projeto
arquitetônico, em estilo neopersa, de autoria do arquiteto Burnier, ficava situado à Aveni-
da Beira-Mar, em Botafogo, e abrigava, no alto da entrada principal, o Café Cantante e,
na parte posterior, um teatrinho. O prédio foi demolido em 1951 para dar a passagem do
Túnel do Pasmado.
53
109
O Globo, Rio de Janeiro, 16 ago. 1934.
54
Educacionais em 1934.
55
114
Pimenta, Jussara. Leitura e encantamento: a biblioteca infantil do Pavilhão Mourisco.
In Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, A.C. (Orgs.) Cecília Meireles: a
poética da educação. Rio de Janeiro, Puc - Rio e Loyola, 2001. pp. 112-113.
56
de 1930.
116
Idem, p. 114.
117
Meireles, C. Inscrição. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 660.
57
O mundo em viagens
Mas a vida, a vida, a vida,
A vida só é possível
reinventada118
Cecília escreveu, em crônicas semanais para o jornal A Na-
ção, suas impressões da viagem que fez a Portugal120 com Correia
119
118
Meireles, Cecília. Reinvenção. Poesia Completa. Editora Nova Fronteira, 2001, p. 411.
119
Cf. Pimenta, Jussara. As duas margens do Atlântico: um projeto de integração entre
dois povos na viagem de Cecília Meireles a Portugal (1934). Tese de Doutorado. Rio de
Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em
Educação, 2008.
120
Sobre essa viagem de Cecília, consultar Gouvea, Leila V. B. Cecília em Portugal:
ensaio biográfico sobe a presença de Cecília Meireles na terra de Camões, Antero e
Pessoa. São Paulo: Iluminuras, 2001.
121
O navio “Cuyabá”, embora não fosse de luxo, tinha boas acomodações, segundo
registra Cecília na “Crônica Diário de Bordo” publicada em 21 de setembro de 1934.
122
Vários amigos foram aos cais do porto, para a despedida do casal. Entre eles, Jayme
Cordeiro, que cuidaria do Centro de Cultura Infantil na ausência de Cecília, Aníbal
Bonfim, Gadea (que fez, para A Nação, caricatura de Correia Dias e Cecília no passadiço
do navio) e Nóbrega da Cunha.
58
123
“Crônica Diário de Bordo” publicada em A Nação, em 21 de setembro de 1934
124
Em sua crônica “Uma hora em San Gimigniano” – In: Crônicas de viagem II. Rio de
Janeiro, Nova Fronteira, 1999, pp. 59-62 – Cecília diz que viajar é uma arte: “A arte de
viajar é uma arte de admirar, uma arte de amar. É ir em peregrinação, participando
intensamente de coisas, de fatos, de vidas com as quais nos correspondemos desde
sempre e para sempre. É estar constantemente emocionado.”
125
“Diário de Bordo”, A Nação em 25 de setembro de 1934.
59
126
Apud Vidal, Diana. Da Sonhadora para o Arquiteto: Cecília Meireles escreve a Fernando
de Azevedo (1931-1938). In Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, A.C.
(Orgs.) Cecília Meireles: a poética da educação. Rio de Janeiro, Puc - Rio e Loyola, 2001,
p.98.
127
Cf. Entrevista a Pedro Bloch, Revista Manchete. Rio de Janeiro, 3 outubro de 1953.
60
128
Lôbo, Yolanda. Cecília Benevides de Carvalho Meireles. In: Fávero, Maria de Lourdes
A.; Britto, Jader de Medeiros (Orgs.) Dicionário de educadores no Brasil, da Colônia aos
dias atuais.l. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2002, p. 243.
129
Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos, Inventário Darcy Damasceno.
130
Meireles, Cecília. O espírito victorioso. Rio de Janeiro, Editora Anuário do Brasil, 1929
p.102.
131
Idem, p.103.
61
132
Carta a Fernanda de Castro. Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos, Inventário
Darcy Damasceno.
133
Ricardo, Cassiano. A Academia e a poesia moderna. São Paulo: E.G. Revista dos
Tribunais, 1939.
62
134
Idem, p. 19.
135
Idem, p. 31.
136
Idem, Ibidem, p. 31
63
137
Lôbo, Yolanda. Memória e Educação: o Espírito Victorioso de Cecília Meireles. Revista
Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, MEC/INEP, n. 187, p. 531, 1996.
138
Ricardo, Cassiano. A Academia e a poesia moderna. São Paulo: E.G. Revista dos
Tribunais, 1939. p. 96.
64
65
141
Hoje, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
66
142
Abreu, Joana Cavalcanti, Entre os símbolos e a vida: poesia, educação e folclore. In
Neves, Margarida de Souza; Lôbo, Yolanda; Mignot, A. C. (Orgs) “Cecília Meireles: A
Poética da Educação”. Rio de Janeiro: Editora PUC- Rio e Loyola, 2001, p. 211.
143
Meireles, Cecília, O Estado de São Paulo, 12 de setembro de 1953, p.7.
144
Idem, Ibidem.
67
68
peças.
146
Desde 1931 ocupava-se desse tema, ocasião em que realizou o Inquérito de Leituras
Infantis, que mereceu publicação do Instituto de Pesquisas Educacionais da Secretaria
de Educação do Distrito Federal, em 1934.
147
Em 2007, foi publicado o livro de Cecília Meireles, “Episódio Humano”, com textos
publicados no O Jornal entre 1929 e 1930. Rio de Janeiro: Editoras Batel e Desiderata.
69
148
Meireles, Cecília. Reinvenção. Poesia Completa. Editora Nova Fronteira, 2001, p.411.
Britto, Jader de Medeiros. Cosmovisão de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 2010,
149
Mimeografado.
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74
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TEXTOS SELECIONADOS
A escola moderna151
Todos os dias é tempo de se fazer o elogio da nova educação,
ainda que sintamos passada a sua fase consagrativa, transformada
no culto cada vez mais constante daqueles que realmente a tenham
compreendido. Todos os dias brota espontaneamente do nosso
entusiasmo esse elogio, pois à medida que caminhávamos por es-
tes novos campos é que sentimos como aqui se expande sincera-
mente a vida e cada elemento individual pode modelar com liber-
dade a sua forma de modo que, no milagre das realizações poste-
riores, esteja cada valor em seu lugar próprio e nenhum poder
fique sem aproveitamento.
Talvez a importância da escola moderna não resida tanto nas
suas intenções, que, propriamente, sempre existiram na inquietude
daqueles que, em passados vários, contemplaram o processo da
vida e a formação humana de um ponto que lhes permitisse uma
visão universal total: o que é mais curioso, o que na verdade nos
interessa, pela revelação que nos faz deste instante de evolução, é a
generalização que tomaram essas ideias, é a sua propagação, ou seu
aparecimento simultâneo sobre diversos pontos da terra, fazendo
crer numa nivelação geral de desenvolvimento, entre povos das mais
diversas origens e tradições. Vemos neste momento passar para o
151
Meireles, Cecília. O espírito victorioso. Rio de Janeiro: Editora Anuário do Brasil, 1929,
cap. 1, pp. 7-11.
77
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81
A formação do professor152
A ânsia espiritual formulada nas aspirações da escola nova não
pertence já, e cada vez pertencerá menos, a uma limitada plêiade.
Dos nomes radiosos que esta renascença educativa reuniu num
momento, desgalharam-se as ideias a todos os ventos, e multiplica-
ram-se em todas as direções, tão realmente oportuna era a transfor-
mação, tão aguardada já nos mais obscuros e distantes silêncios.
São, na verdade, heróis aqueles que, vindos da cadência tradi-
cional, tiveram a coragem de arriscar-se à aventura desta era nova.
E digo que são heróis porque a reforma que vão tentar exige
deles uma transformação profunda; porque eles mesmos tem de
fazer em si a experiência da renovação, ainda quando as fadigas
que se recebem na vida os estejam querendo dobrar a um repouso
fácil e à enganosa sedução das felicidades tranquilas.
Não pode imprimir às vidas em formação uma íntegra noção
do seu próprio sentimento de liberdade, não pode receber com
encanto a infância nova, nem fazê-la despertar livre de tiranias e
dogmatismos quem não esteja numa situação análoga a essa que
deseja criar, quem não tenha, espontânea ou voluntariamente, ab-
dicado das ideias feitas, dos moldes de pensamento já encontra-
dos, quem não esteja, enfim, construindo todos os dias a sua per-
sonalidade, com essa religiosa inquietude de acompanhar a mar-
cha dos homens, surpreendendo-lhe o ritmo oculto, compreen-
dendo-o, e obedecendo-lhe com alegria.
Se é verdade que o ideal da escola moderna não está mais cir-
cunscrito a uma pequena plêiade, será verdade também que se tenha
generalizado completamente e profundamente, de modo que ne-
nhum obstáculo exista ao seu desenvolvimento e à sua realização?
Parece-me que este momento educacional, tendo resolvido em
definição o problema do ensino, necessita, para lhe dar eficiência
real, resolver o problema da formação do mestre.
152
Meireles, Cecília. O espírito victorioso. Rio de Janeiro: Editora Anuário do Brasil, 1929,
cap.2, pp. 12-23.
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prios subterfúgios são trajes novos que encobrem, mas não desfi-
guram as formas que conduzem. Quando um poeta canta é que
nele se operou todo o processo de síntese: sua sensibilidade, sua
personalidade recolheu os elementos esparsos do momento, da
raça, da terra, dos contatos sociais e espirituais; todo o complexo
da vida, na receptividade ativa e criadora de um homem, pode
produzir máquinas ou leis, sistemas ou canções.
Mas as canções parece que vêm muito mais diretamente da
sua origem à sua forma exterior, ou, então, talvez abram mais
facilmente passagem até as almas: porque por elas se aproximam
distâncias, se compreendem as criaturas, e os povos se comuni-
cam as suas dores e alegrias sempre semelhantes.
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CRONOLOGIA
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1952 - Publica Doze noturnos da Holanda & o aeronauta. Rio de Janeiro, Livros de
Portugal.
1952 - Publica o ensaio Artes Populares, In: As artes plásticas no Brasil. Rio de
Janeiro, Instituto Larragoiti.
1953 - Pronuncia conferência Gandhian Outlook and Tecniques, na Índia, em con-
gresso sobre a obra de Gandhi. Nova Delhi, Ministry of Education.
1953 - Viaja à Índia, Goa e países da Europa.
1953 - Publica o Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro, Livros de Portugal.
1954 - Viaja à Europa e Açores.
1955 - Publica Pequeno oratório de Santa Clara, apresentado em caixa de madeira
pintada, em forma de oratório. Rio de Janeiro, Philobiblion.
1955 - Publica Pistoia, cemitério militar brasileira, com Xilogravuras de Manuel
Segalá. Rio de Janeiro, Philobiblion.
1956 - Publica Canções. Rio de Janeiro, Livros de Portugal.
1956 - Pronuncia conferência O Elemento oriental em García Lorca, na Fundação
Dulcina, em comemoração ao vigésimo aniversário da morte do poeta.
1956 - Publica Giroflê, Giroflá. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
1957 - Pronuncia conferência O folclore na literatura brasileira, em Porto Alegre.
1957 - Publica Romance de Santa Cecília. Rio de Janeiro, Philobiblion.
1957 - Publica A rosa, com ilustrações de Lygia Sampaio. Salvador, Dinamene.
1957 - Visita Porto Rico.
1958 - Viaja à Israel.
1958 - Traduz Os caminhos de Deus, de Kathryn Hulne. Rio de Janeiro, Seleções
do Reader´s Digest.
1958 - Publica o ensaio Panorama Folclórico dos Açores, especialmente da Ilha
de São Miguel, In: Revista Insulana, vol XI, Ponte Delgada, 1 de setembro.
1958 - Publica Obras completas, pela Aguilar.
S/D - Publica folheto A Bíblia na poesia brasileira. Rio de Janeiro. Centro Cultural
Brasil/Israel.
S/D - Publica o ensaio Gandhi, In: Quatro apóstolos modernos. São Paulo, Coleção
Grandes Vocações, Donato Editores.
1959 - Publica Eternidade de Israel. Rio de Janeiro, Centro Cultural Brasil-Israel.
1959 - Publica o ensaio Expressão Feminina da Poesia na América. In: Três
Conferências sobre cultura hispano-americana. Rio de Janeiro, Ministério da
Educação, Coleção Cadernos de Cultura.
1960 - Publica Metal Rosicler. Rio de Janeiro, Livros de Portugal.
1960 - Traduz Bodas de sangue, de Federico Garcia Lorca. Rio de Janeiro, Editora
Agir.
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1960 - Traduz Amado e glorioso médico, de Taylor Caldwell. Rio de Janeiro, Seleções
Reader´s Digest.
1961 - Traduz Sete poemas de Puravi, Minha bela vizinha, Conto, Mashi e O carteiro do
rei, de Rabindranath Tagore. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e
Cultura, edição comemorativa do centenário de nascimento do autor.
1961 - Publica folheto Rabindranath Tagore and the East West Unity. Brazilian
National Comission for Unesco.
1962 - Traduz Poesia de Israel, com ilustrações de Portinari. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira.
1962 - Traduz Caturanga, de Rabindranath Tagore. Rio de Janeiro, Delta, Coleção
Prêmios Nobel de Literatura.
1963 - Traduz Yerma, de Federico Garcia Lorca. Rio de Janeiro, Editora Agir.
1963 - Profere conferência na Associação Brasileira de Imprensa sobre a presença
da poesia em textos litúrgicos e na Bíblia, por ocasião da quaresma, promo-
vida pela juventude Independente Católica.
1963 - Publica Solombra. Rio de Janeiro, Livros de Portugal.
1964 - Publica Escolha seu sonho. Rio de Janeiro, Record.
1964 - Publica Ou isto ou aquilo. São Paulo, Editora Giroflê.
1964 - Recebe o título de Comendador da Ordem do Mérito no Chile.
1964 - Falece a 9 de novembro, às 15 horas, no Hospital dos Servidores, na cidade
do Rio de Janeiro.
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Coluna Comentário, p.6, 19, fev., 1932.
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Educação, Coluna Comentário, p.6, 20, fev., 1932.
______. Uma criança infeliz. Rio de Janeiro: Diário de Notícias, Página de Edu-
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______. Cooperação. Rio de Janeiro: Diário de Notícias, Página de Educação,
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______. Uma prova a mais. Rio de Janeiro: Diário de Notícias, Página de Educação,
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ABL – Academia Brasileira de Letras
UDF – Universidade do Distrito Federal
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