LIVRO-Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
1ª edição
Michel Miranda
Bioquímica Básica
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves
FICHA TÉCNICA
Texto: Michel Miranda
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos.
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br
CDD 572
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da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
Bioquímica Básica
Palavra da Reitora
Reitora.
Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Sumário
Unidade 2 – Proteínas........................................................................................................... 37
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Apresentação da Disciplina
Prezado(a) estudante,
Espera-se que ao final desta disciplina o estudante tenha adquirido uma sólida
compreensão das informações sobre os sistemas bioquímicos tanto ao nível
clássico quanto ao moderno e suas implicações na biologia animal. Além disso,
acredita-se que os conhecimentos difundidos ao longo da disciplina possam de
alguma forma contribuir no auxílio ao estudante que, em um futuro próximo,
utilize conhecimentos biológicos e bioquímicos na sua atuação profissional.
Cada unidade contém uma bibliografia que serve como ponto de entrada para
a pesquisa, assim como um grupo de questões para teste de conhecimentos.
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Plano da Disciplina
Unidade 2: Proteínas
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Bons estudos!
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
1 Introdução à Bioquímica
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Bioquímica Básica
Objetivos da Unidade
Plano da Unidade
A água
Bons Estudos!
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Bioquímica Básica
A água
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Bioquímica Básica
A água é uma molécula formada por três átomos: dois átomos de hidrogênio e
um átomo de oxigênio (H2O). Estes três elementos se unem por ligações
covalentes criando uma estrutura assimétrica H – O – H com ângulo de ligação de
104,5º e com carga elétrica parcial negativa no oxigênio e parcial positiva nos
hidrogênios, gerando uma estrutura bipolar. O oxigênio, por ser mais
eletronegativo que os hidrogênios, adquire a carga parcial negativa ao atrair os
dois hidrogênios para si para a formação da água (figura 1).
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Uma molécula de água pode fazer até quatro pontes de hidrogênio com
outras moléculas de água (figura 3). Apesar da ponte de hidrogênio ser uma
interação considerada fraca nos sistemas biológicos (a energia necessária para
romper a ligação é da ordem de 12 à 30 kj/mol), portanto bem mais fraca que as
ligações covalentes (a energia necessária para romper a ligação é da ordem de 214
à 930 kj/mol), o alto número de pontes de hidrogênio entre as moléculas de água
determina uma alta coesão entre as moléculas.
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Figura 6: Solubilidade do NaCl em água. A água dissolve sais como o NaCl por
meio da hidratação e estabilização dos átomos que compõe a molécula. À medida
que as moléculas de água se agrupam ao redor dos íons Na+ e Cl- a interação
(atração) eletrostática necessária para a formação do sal é rompida. Fonte:
www.profpc.com.br, acesso em 11/10/2014.
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Bioquímica Básica
Nesta unidade, foi visto que a molécula de água é H2O. No entanto, uma
pequena proporção de moléculas de água se encontra em uma forma chamada
dissociada, criando íons H+ (prótons) e OH-. A ionização da água pode ser medida
por sua condutividade elétrica e é expressa por uma constante de equilíbrio. Esta
constante (Keq) determinada por condutividade elétrica corresponde à 1,8 x 10-16M
(onde M significa molar). Isto se configura um valor extremamente baixo, mas
significativo no líquido.
H2O H+ + OH-
Sendo assim, em água pura, onde as concentrações dos íons H+ e OH- são
equivalentes, cada íon equivale a 1 x 10-7M ou 10-7M. Como o produto iônico da
água é constante, sempre que [H+] for maior que 10-7M, [OH-] será menor que 10-
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M, ou vice-versa. O produto iônico da água é a base para escala de pH (tabela 2).
Existe uma fórmula onde:
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Bioquímica Básica
Pelo fato da escala de pH ser logarítmica, se um líquido tem pH 7,0 e outro tem
pH 8,0, o segundo tem 10 X mais OH- (ou 10 X menos H+) que o primeiro. Então se
compararmos o pH da água do mar (aproximadamente 7,8) com o pH do suco
gástrico (aproximadamente 1,8), a diferença na concentração de H+ (e
consequentemente de OH-) é de 1 milhão de vezes.
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Bioquímica Básica
CH3COOH H+ + CH3COO-
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Bioquímica Básica
Todo ácido fraco e base fraca têm uma faixa tampão. Para o ácido acético a
faixa tampão foi determinada entre pH 3,76 e 5,76. Esta determinação é feita
através de uma titulação, onde uma solução contendo o ácido fraco recebe base
forte até que o ácido seja todo consumido. A curva de titulação também revela o
pK do tampão que corresponde ao meio da faixa tampão e portanto neste caso
4,76. Neste valor de pH o ácido acético está 50% na forma associada e 50% na
forma dissociada. Antes do pK o ácido acético está mais associado e depois do pK o
ácido acético está cada vez mais dissociado até atingir 100% de dissociação em pH
5,76. A partir daí o tampão perde a sua capacidade tamponante e qualquer base
adicionada à solução aumentará muito o pH (figura 8).
É importante salientar que na titulação de uma base fraca com ácido forte, a
curva obtida terá um perfil oposto ao da titulação do ácido com base, pois a
dissociação ocorre no sentido de um pH elevado (solução contendo uma base
qualquer) para um pH baixo, ou seja, se titularmos uma base fraca como por
exemplo o aminofenol, cujo pK é 6,0, a sua faixa tampão iniciará em pH 7,0 e
terminará em pH 5,0, estando a molécula totalmente dissociada em pH 5,0 e mais
associada em pHs acima do seu pK. Quanto maior o pK de um ácido, mais fraco é
este ácido e quanto menor o pK da base mais fraca é a base.
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
H2PO4- H+ + HPO4--
H2CO3 H+ + HCO3-
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Bioquímica Básica
Leitura complementar
VOET, D., VOET, J.G., PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. Artmed, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR
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Bioquímica Básica
Exercícios - Unidade 1
a) 10X
b) 100X
c) 3X
d) 1000X
e) 30X
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Bioquímica Básica
3. Um ser humano adulto tem cerca de 60% de sua massa corpórea constituída
por água. A maior parte dessa água encontra-se localizada:
a) no meio intracelular
b) no líquido linfático
d) na saliva
e) no plasma sanguíneo
Substância pK
Ácido acético 4,76
Tris 10,2
Fosfato diácido 6,86
Amônio 9,25
Ácido acetil salicílico 3,5
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Bioquímica Básica
a) ácido acético
b) tris
c) fosfato diácido
d) amônio
a) ácido acético
b) tris
c) fosfato diácido
d) amônio
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Bioquímica Básica
a) H+ e 10X
b) H+ e 1X
c) OH- e 10X
d) OH- e 1X
e) OH- e 100X
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Bioquímica Básica
Estas drogas são absorvidas para o sangue através das células de revestimento
do estômago e do intestino delgado. Para uma substância ser absorvida, ela deve
atravessar facilmente a membrana celular. A passagem através da membrana
celular é determinada principalmente pelo tamanho da molécula e pela sua
polaridade, assim, moléculas polares com carga elétrica passam lentamente ou não
passam dependendo do grau de polaridade, enquanto as polares neutras ou
hidrofóbicas passam mais facilmente. Sabendo-se que o pH do suco gástrico no
estômago é aproximadamente 2,0 e o pH do suco entérico no intestino delgado é
aproximadamente 8,0, a opção que corresponde a absorção destas moléculas é:
a) a aspirina passa bem pelo estômago, mas passa mal pelo intestino delgado.
b) o paracetamol passa bem pelo estômago, mas passa mal pelo intestino
delgado.
c) o p-aminofenol passa bem pelo estômago, mas passa mal pelo intestino
delgado.
d) a aspirina passa mal pelo estômago, mas passa bem pelo intestino delgado.
e) o paracetamol passa mal pelo estômago, mas passa bem pelo intestino
delgado.
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Responda:
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2 Proteínas
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Bioquímica Básica
Nesta unidade, vamos entender a cerca das características gerais dos aminoácidos
e das proteínas, suas estruturas químicas, suas funções celulares e as diferentes
técnicas de identificação, separação, purificação e análise destas moléculas.
Objetivos da Unidade
Caracterizar as enzimas
Plano da Unidade
Os aminoácidos
Peptídeos
Desnaturação de proteínas
Enzimas
Bons Estudos!
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Os aminoácidos
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Peptídeos
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A B
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Desnaturação de proteínas
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Para isolar uma proteína, é necessária uma fonte desta molécula, que pode ser
um microorganismo como uma bactéria, protozoário ou fungo, tecidos vegetais ou
animais ou até mesmo alimentos como leite.
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Enzimas
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piruvato quinase K+
hexoquinase Mg+2
arginase Mn+2
urease Ni+2
Álcool desidrogenase Zn+2
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Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como
reguladoras do metabolismo celular. Esta regulação (reversível) é essencial na
coordenação dos inúmeros processos metabólicos celulares. Existem 2 modelos de
regulação enzimática: a regulação covalente ocorre quando há modificação
covalente da enzima, com conversão entre formas ativa e inativa. As modificações
covalentes mais comuns são a fosforilação, adenilação, metilação, uridilação e ADP-
ribosilação. A enzima glicogênio fosforilase (será estudada nas próximas unidades),
que catalisa a quebra do glicogênio é ativada quando fosforilada por uma enzima
quinase e inativada quando desfosforilada por uma enzima fosfatase; a regulação
alostérica ocorre nas enzimas que possuem dois sítios: um sítio ativo e, outro sitio
de regulação (sitio alostérico), onde uma molécula se liga de forma não covalente,
podendo atuar como reguladora positiva (aumenta a afinidade da enzima pelo
substrato e assim a velocidade da reação enzimática) ou negativa (diminui a
afinidade da enzima pelo substrato e assim a velocidade da reação enzimática). A
ligação do regulador induz modificações conformacionais na enzima, promovendo
as tais mudanças na sua afinidade com o substrato. Um modelo comum de
regulação alostérica é a retroalimentação (feed-back), onde o próprio produto da
reação enzimática inibe momentaneamente a enzima.
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Bioquímica Básica
Leitura complementar
VOET, D., VOET, J.G., PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. Artmed, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR
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Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 2
a) A hexoquinase tem maior afinidade pela glicose porque seu Km é maior que o
da glicoquinase
b) A hexoquinase tem menor afinidade pela glicose porque seu Km é maior que o
da glicoquinase
c) Ambas apresentam a mesma afinidade pela glicose porque seus Km são
similares
d) Ambas apresentam a mesma afinidade pela glicose porque suas Vmax são
similares
e) a glicoquinase tem menor afinidade pela glicose porque seu Km é maior que o
da hexoquinase
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Bioquímica Básica
2. Recentemente, houve grande interesse por parte dos obesos quanto ao início da
comercialização do medicamento Xenical no Brasil. Esse medicamento impede a
metabolização de um terço da gordura consumida pela pessoa. Assim, pode-se
concluir que o Xenical inibe a ação da enzima:
a) Maltase
b) Protease
c) Lipase
d) Amilase
e) Sacaridase
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Bioquímica Básica
a) Ligação peptídica
b) Ponte de hidrogênio
c) Ponte dissulfeto
d) Interação eletrostática
e) Interação hidrofóbica
a) As proteínas podem diferir uma das outras nos seguintes aspectos: quantidade
de aminoácidos na cadeia polipeptídica; tipos de aminoácidos presentes na cadeia
polipeptídica e sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica
b) Os aminoácidos essenciais são aqueles que um organismo não consegue
produzir
c) A ligação entre dois aminoácidos vizinhos em uma molécula de proteína é
chamada de ligação peptídica e se estabelece sempre entre um grupo amina de
um aminoácido e o grupo carboxila do outro aminoácido
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Bioquímica Básica
d) Todas as enzimas são proteínas, sendo que muitas são proteínas simples e
outras conjugadas.
e) No final da reação, a molécula do produto se separa da enzima, que é descartada
pelo organismo.
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Bioquímica Básica
São verdadeiras:
a) I e III apenas
b) II e IV apenas
c) I, III e IV apenas
d) II, III e IV apenas
e) I, II, III e IV
pKCOOH pKNH3+ pK R
lisina 2,18 8,95 10,53
arginina 1,82 8,99 12,48
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Pergunta-se:
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3 Carboidratos e metabolismo
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Nesta unidade, vamos entender a cerca das características gerais dos carboidratos,
suas estruturas e funções, as vias metabólicas para a obtenção de energia, a partir
destas moléculas, e a síntese e armazenamento dos carboidratos no organismo.
Objetivos da Unidade
Classificar os carboidratos
Compreender a gliconeogênese
Plano da Unidade
Carboidratos
Glicogênese
Glicogenólise
Gliconeogênese
Bons Estudos!
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Carboidratos
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Figura 4: A ligação glicosídica. Esta ligação é uma reação química que ocorre
entre a hidroxila do carbono 1 de um monossacarídeo e a hidroxila de qualquer
carbono do outro monossacarídeo, com a saída de uma molécula de água. Na
formação da sacarose (um oligossacarídeo) a ligação glicosídica envolve o carbono
1 da glicose e o carbono 2 da frutose. Alguns hidrogênios da glicose e da frutose
não estão representados na figura para evidenciar a reação entre hidroxilas dos
monossacarídeos. Fonte: www.brasilescola.com, acesso em 26/10/2014.
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Maltase
Amilase salivar e
Maltose Isomaltase
Amido pancreática
Maltotriose Dextrinases
Sacarose
Glicogênio Isomaltose Glicose (n)
Dextrinas
Invertase (sacaridase)
Sacarose Glicose + frutose
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Outras moléculas similares trifosfatadas (GTP, CTP e UTP) também estão envolvidas
em transferência de energia em vias biossintéticas.
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Figura 12: Aproveitamento da galactose (A), manose (B) e frutose (C) para a via
glicolítica. Fonte: Walter Motta, Bioquímica.
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referida como CoA-SH por ter um grupamento sulfidrila ou tiol (SH) usado na
reação de formação da acetilCoA. Em B, a estrutura detalhada da coenzima,
mostrando em vermelho o ácido pantotênico, vitamina da dieta usada na
formação da coenzima A. Fonte: Lehninger, Princípios de Bioquímica.
Para iniciar o ciclo do Krebs, o acetilCoA transfere o seu grupo acetil (contendo
2 carbonos) para uma molécula de 4 carbonos, o oxaloacetato, formando citrato,
um composto com 6 átomos de carbono. A partir do citrato, uma série de 8 reações
regeneram o oxaloacetato com produção líquida de 1 ATP ou GTP, 3 NADH + 3 H+,
1 FADH2 e 2 CO2. Esta via tem este nome em homenagem a Sir Hans Krebs que
detalhou a via em 1937 (figura 17).
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Assim como a glicólise, o ciclo de Krebs pode ser regulado. A enzima citrato
sintase é inibida por excesso de citrato, succinilCoA, NADH e ATP mas ativada
quando a célula está com excesso de ADP. Isocitrato desidrogenase é inibida por
excesso de NADH e ATP e ativada por excesso de ADP e NAD+. O complexo
multienzimático α-cetoglutarato desidrogenase é inibido por excesso de NADH e
succinilCoA e ativado por excesso de Ca++ intramitocondrial.
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Bioquímica Básica
Os elétrons podem também ser liberados para a CoQ via complexo II. O
complexo II contém a enzima succinato desidrogenase que também atua no ciclo
de Krebs. Além disso, o complexo II contém FAD e dois complexos ferro enxofre.
No ciclo de Krebs foi dito que a succinato desidrogenase converte succinato em
fumarato, com produção de FADH2 à partir de FAD. Diferente do NADH + H+ que é
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Bioquímica Básica
liberado após as reações das desidrogenases, o FADH2 não deixa o complexo II,
mas assim que é produzido, libera seus elétrons e prótons para os centros ferro-
enxofre a fim de este chegar a CoQ. Durante as reações no complexo II não há
bombeamento de prótons, devido à quantidade de energia livre liberada na reação
ser insuficiente.
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Bioquímica Básica
Para cada ATP produzido são necessários 4 prótons: 3 passando pela ATP
sintase e 1 para carrear Pi para a matriz da mitocôndria. Este último transporte
envolve a proteína fosfato-translocase que se localiza na membrana interna da
mitocôndria entre o complexo IV e a ATP-sintase. Além disso, também na
membrana interna da mitocôndria, entre o complexo IV e a ATP-sintase, existe uma
proteína translocase ATP-ADP que transporta ao mesmo tempo um ATP produzido
ao nível da ATP sintase no lado da matriz para o espaço intermembrana (que
depois consegue sair da mitocôndria para ser usado no citoplasma da célula) e um
ADP do espaço intermembrana para a matriz (para ser usado junto com Pi na
produção de ATP). Desse modo, como 4 H+ são necessários para se ter a produção
de 1 ATP, com os 10 H+ bombeados, são produzidos 2,5 ATP. Como são produzidos
na glicólise, na formação de acetilCoA e no ciclo de Krebs um total de 10 NADH +
10 H+, então são produzidos 25 ATP. Para cada FADH2 oxidado à FAD iniciado no
complexo II, são bombeados 6 prótons para o espaço intermembrana, que vão
propiciar a produção de 1,5 ATP. Como no ciclo de Krebs são produzidos dois
FADH2, consegue-se 3 ATP. Então o somatório do número de moléculas de ATP
produzidos na cadeia respiratória é de 28 ATP. Sendo assim, se compararmos o
nível de energia armazenada na forma de ATP na ausência e na presença de
oxigênio, temos 2 ATP no ambiente desoxigenado (oriundos da glicólise) contra 32
ATP (2 ATP na glicólise, 1 ATP em cada um dos dois ciclos de Krebs e 28 ATP na
cadeia respiratória), mostrando um aumento de 16 vezes no nível de ATP quando
se tem oxigênio nas células.
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Glicogênese
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O NADPH também tem papel importante na proteção das células contra danos
causados por agentes oxidativos, como água oxigenada e superóxidos,
principalmente em hemácias, que são células muito sujeitas ao dano oxidativo
(oxidação de ácidos nucléicos e de proteínas, peroxidação lipídica, dentre outros
efeitos lesivos causando destruição celular). Por isso, pessoas que não produzem a
enzima glicose 6-fosfato desidrogenase, não são capazes de fazer a via das
pentoses-fosfato, levando a diminuição da produção de NADPH (não cessa a
produção de NADPH pelo fato desta molécula poder ser criada em outras vias
metabólicas) e aumento do dano oxidativo. Uma das moléculas importantes na
proteção contra oxidação celular, a enzima glutationa peroxidase, usa a glutationa
reduzida (GSH) para converter água oxigenada em água, diminuindo o efeito lesivo
celular, mas durante o processo, a glutationa fica oxidada (GS-SG). Esta forma da
glutationa depende do NADPH para voltar a forma reduzida e assim iniciar
novamente o ciclo de proteção celular. Desse modo, nas células que dependem
muito de NADPH não somente para a síntese acentuada de lipídios, mas também
para proteção contra danos oxidativos, é comum boa parte da D-ribose 5-fosfato
ser novamente convertida em glicose 6-fosfato (a via não será detalhada) para que
a via das pentoses-fosfato ocorra novamente, com mais produção de NADPH.
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
Figura 23: As reações da via das pentoses-fosfato. Nesta via, através de cinco
reações enzimáticas (a conversão de glicose em glicose 6-fosfato catalisada pela
enzima hexoquinase não está mostrada na figura) a glicose é convertida em D-
ribose 5-fosfato, com produção de duas moléculas de NADPH + H+. Fonte:
Lehninger, Princípios de Bioquímica.
Leitura complementar
VOET, D., VOET, J.G., PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. Artmed, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR
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Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 3
a) Frutose 6-fosfato
b) Galactose 1-fosfato
c) Glicose 1-fosfato
d) Maltose 5-fosfato
e) Ribose 5-fosfato
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Bioquímica Básica
a) Apenas I e II
b) Apenas III e IV
c) Apenas I, II e III
d) Apenas I, II e IV
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Bioquímica Básica
a) F - F - F - V
b) F - V - F - F
c) V - V - V - F
d) V - F - V - V
e) F- V - V - F
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Bioquímica Básica
a) I, II e IV
b) II e III
c) I, III e IV
d) II e IV
e) III e IV
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Bioquímica Básica
a) Glicoquinase e fosfoglicomutase
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Bioquímica Básica
a) Piruvato e oxaloacetato
b) Lactato e citrato
d) Isocitrato e malato
e) Succinato e fumarato
a) Entrar nas células e ser oxidada nas mitocôndrias, liberando energia para o
organismo
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4 Lipídios e metabolismo
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Bioquímica Básica
Nesta unidade, vamos entender a cerca das características gerais dos lipídios, suas
estruturas químicas, suas funções e localizações celulares.
Objetivos da Unidade
Plano da Unidade
Eicosanóides
Vitaminas lipossolúveis
Corpos cetônicos
Degradação de triglicerídeos
Bons estudos!
154
Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
156
Bioquímica Básica
157
Bioquímica Básica
158
Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
160
Bioquímica Básica
161
Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
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Bioquímica Básica
165
Bioquímica Básica
166
Bioquímica Básica
167
Bioquímica Básica
168
Bioquímica Básica
169
Bioquímica Básica
Eicosanóides
170
Bioquímica Básica
171
Bioquímica Básica
172
Bioquímica Básica
Vitaminas lipossolúveis
173
Bioquímica Básica
174
Bioquímica Básica
175
Bioquímica Básica
176
Bioquímica Básica
lipídios, formando micelas e facilitando a ação das enzimas lípases. Como o suco
entérico não contém todas as enzimas necessárias para a digestão dos lipídios
grandes, o pâncreas envia para o intestino delgado o suco pancreático, contendo
algumas lípases. Os triglicerídeos são hidrolisados por lípases liberando os ácidos
graxos dos carbonos 1 e 3 e a molécula 2-monoacilglicerol. Alguns 2-
monoacilgliceróis podem ser hidrolisados por uma esterase separando o ácido
graxo restante, do glicerol. Os fosfolipídios sofrem ação da enzima fosfolipase A2,
liberando o ácido graxo do carbono 2 e 1-acillisofosfolipídio. Ésteres de colesterol e
ésteres de vitamina A são hidrolisados por esterases específicas liberando o
colesterol e a vitamina A dos ácidos graxos. As digestões enzimáticas dos lipídios
da dieta estão resumidas abaixo:
177
Bioquímica Básica
178
Bioquímica Básica
À medida que ácidos graxos são captados dos VLDLs por tecidos periféricos
(principalmente músculos e tecido adiposo), estas lipoproteínas se tornam IDLs
(lipoproteínas de densidade intermediária) e com a saída de mais ácidos graxos se
tornam LDLs (lipoproteínas de baixa densidade, pobres em triglicerídeos, mas ricas
em colesterol). Os LDLs devem ser removidos da corrente sanguínea, pois são
responsáveis por entupimento de vasos sanguíneos. Para isso, algumas células
como as hepáticas, endoteliais e os macrófagos podem endocitar LDLs por um
mecanismo de endocitose mediada por receptor, onde as ApoB-100 das LDLs são
reconhecidas pelos receptores celulares para a endocitose. Além disso, os HDLs
também participam da remoção do excesso de colesterol do plasma e dos tecidos
extra-hepáticos transportando-as para o fígado (figura 10). A transferência de
colesterol das membranas das células periféricas para HDL envolve interação das
179
Bioquímica Básica
Desse modo, o LDL é conhecido popularmente como colesterol ruim, pois sua
presença no plasma aumenta o risco de doenças cardiovasculares, enquanto o HDL
é conhecido popularmente como colesterol bom, pois contribui para diminuir os
níveis de LDL plasmático. As características das lipoproteínas estão mostradas na
tabela 3.
180
Bioquímica Básica
181
Bioquímica Básica
182
Bioquímica Básica
183
Bioquímica Básica
184
Bioquímica Básica
185
Bioquímica Básica
186
Bioquímica Básica
O palmitato, assim como a maioria dos ácidos graxos da dieta, contém número
par de carbonos, no entanto, alguns ácidos graxos podem apresentam número
impar de carbonos. Nesse caso, a última sequencia de 4 reações enzimáticas libera
1 acetilCoA e uma molécula de 3 carbonos, o propionilCoA ao invés de dois
acetilCoA, como descrito para o palmitoilCoA de 16 carbonos. O propionil entra no
ciclo de Krebs primeiro se convertendo em D-metilmalonilCoA pela ação da enzima
propionilCoA carboxilase dependente de ATP e da coenzima biotina, em seguida
esta molécula, por ação de duas enzimas (metilmalonilCoA epimerase e
metilmalonilCoA mutase dependente da coenzima B12) se converte em
succinilCoA (um intermediário do ciclo de Krebs) (figura 13). Deste modo, como
este último ciclo de Krebs não se iniciou com a formação de citrato a partir de
oxaloacetato e acetilCoA, as moléculas isocitrato e α-cetoglutarato também não
foram produzidas, assim, 2 NADH deixaram de ser produzidos para a cadeia
respiratória. Comparando o saldo energético de um ácido graxo de 16 carbonos
com um ácido graxo de 17 carbonos, obtém-se 6 ATP à menos com o ácido graxo
de cadeia impar (5 ATP à menos devido a não produção de 2 NADH e 1 ATP gasto
na conversão de propionilCoA à succinilCoA) em relação ao ácido graxo de cadeia
par.
187
Bioquímica Básica
188
Bioquímica Básica
Corpos cetônicos
189
Bioquímica Básica
190
Bioquímica Básica
191
Bioquímica Básica
O uso dos corpos cetônicos como combustível energético parece ser uma
solução para o jejum severo ou a diabetes, mas o aumento de corpos cetônicos no
sangue leva a um quadro de acidose (o corpo cetônico ao sair do fígado leva um
H+) que pode ser fatal, assim faz-se necessário o restabelecimento da glicemia, seja
pela gliconeogênese ou através da alimentação.
192
Bioquímica Básica
para o citoplasma. Lá, uma enzima citrato liase restaura oxaloacetato e acetilCoA.
Oxaloacetato é posteriormente convertido em piruvato por ação das enzimas
malato desidrogenase e enzima málica dependente de NADP+ e assim o piruvato
entra na mitocôndria e pode restaurar o oxaloacetato por ação da enzima piruvato
carboxilase ou virar acetilCoA (mecanismo explicado anteriormente). A formação
de malonilCoA, catalisada pela enzima acetilCoA carboxilase é dependente de ATP
e HCO3-, onde CO2 é transferido para o acetilCoA para formar o malonilCoA. O
malonilCoA é um inibidor da enzima CPT-I, assim a célula que está sintetizando
ácidos graxos não está, ao mesmo tempo, transportando ácidos graxos para a
matriz da mitocôndria para oxidação.
193
Bioquímica Básica
194
Bioquímica Básica
Figura 16: As reações das enzimas acetilCoA carboxilase e ácido graxo sintase. Em A, a
formação do malonilCoA pela ação da enzima acetilCoA carboxilase. Em B, a sequência
enzimática na união de acetil e malonil para a formação do butiril. Nesta figura, não está
sendo mostrado o butiril sendo transferido para a região SH da β-cetoacil-ACP sintase, onde
estava inicialmente o acetil, para que a região SH da ACP fique livre para um novo malonil
poder se ligar e reiniciar o ciclo. Em C, o processo resumido na síntese do palmitato. Estão
mostrados na figura os elétrons e prótons doados por NADPH e as saídas de CO2, das
moléculas de malonil após união com as moléculas de acetil. Em amarelo, o primeiro acetil da
cadeia nascente do palmitato, em vermelho, dois carbonos do primeiro malonil e em azul os
carbonos das outras moléculas de malonil usadas na síntese do palmitato. Fonte: Lehninger,
princípios de Bioquímica.
195
Bioquímica Básica
196
Bioquímica Básica
197
Bioquímica Básica
198
Bioquímica Básica
199
Bioquímica Básica
Degradação de triglicerídeos
200
Bioquímica Básica
201
Bioquímica Básica
202
Bioquímica Básica
203
Bioquímica Básica
204
Bioquímica Básica
205
Bioquímica Básica
206
Bioquímica Básica
207
Bioquímica Básica
Leitura complementar
VOET, D., VOET, J.G., PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. Artmed, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR!
208
Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 4
1. Os lipídios são:
209
Bioquímica Básica
a) Monoinsaturado e ômega-3
b) Monoinsaturado e ômega-6
c) Poliinsaturado e ômega-3
d) Poliinsaturado e ômega-6
e) Poliinsaturado e ômega-9
210
Bioquímica Básica
211
Bioquímica Básica
212
Bioquímica Básica
II. Uma porção de contrafilé cru possui, aproximadamente, 50% de sua massa
constituída de colesterol.
III. A retirada da pele de uma porção cozida de carne escura de frango altera a
quantidade de colesterol a ser ingerida.
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
a) 106 ATP
b) 120 ATP
c) 134 ATP
d) 150 ATP
e) 166 ATP
213
Bioquímica Básica
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
10. Pode-se afirmar que a utilização dos ácidos graxos como combustíveis gera
equivalentes de redução para a cadeia respiratória em dois momentos metabólicos
distintos. Que momentos são estes?
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
214
Bioquímica Básica
5 Metabolismo de proteínas
215
Bioquímica Básica
Objetivos da Unidade
Plano da Unidade
Fixação do nitrogênio.
Catabolismo de aminoácidos.
Ciclo da ureia.
Bons estudos!
216
Bioquímica Básica
Fixação do nitrogênio
217
Bioquímica Básica
Amonificação:
Nitrificação:
Quimiossíntese
218
Bioquímica Básica
219
Bioquímica Básica
220
Bioquímica Básica
Catabolismo de aminoácidos
221
Bioquímica Básica
222
Bioquímica Básica
Esta reação, que ocorre no citoplasma das células, tem o objetivo de coletar os
grupamentos amino dos diferentes aminoácidos para formar o glutamato. O
glutamato migra para o interior da mitocôndria, onde é novamente convertido em
α-cetoglutarato (seu α-cetoácido) por ação da enzima glutamato desidrogenase
dependente de NAD+ ou NADP+, liberando amônia (figura 3). O α-cetoglutarato
pode entrar no ciclo de Krebs ou ser usado na gliconeogênese. A amônia é
convertida em ureia parta ser excretada pelo rim na urina (será detalhada ao longo
desta unidade).
223
Bioquímica Básica
O rim também tem na mitocôndria das suas células uma glutaminase. Esta
atua nas glutaminas que, do sangue, entram nas células renais, gerando glutamato
e amônia. Isto explica a excreção de amônia pelo rim juntamente com a ureia na
urina, estando o aumento de amônia na urina diretamente relacionado com o
excesso de glutamina na dieta. Em situações de acidose sanguínea, a glutamina
liberada de tecidos extra-hepáticos vai mais para o rim do que para o fígado. Isto
ocorre porque a formação de ureia usando a amônia liberada da glutamina requer
bicarbonato (será detalhada ao longo da unidade), assim o bicarbonato, ao invés
de ser usado na síntese de ureia, é usado para corrigir o pH sanguíneo. Em
compensação, este desvio de rota aumenta o nível de amônia na urina, uma vez
que o rim não consegue produzir ureia com estas amônias. Apesar da pequena
excreção de amônia, os mamíferos, incluindo os seres humanos são considerados
ureotélicos (cuja produção e excreta nitrogenada são a ureia). Outros animais como
a maioria dos peixes e anfíbios jovens são amoniotélicos (cuja excreta nitrogenada
é a amônia) e répteis e aves são uricotélicos (cuja excreta nitrogenada é o ácido
úrico).
224
Bioquímica Básica
225
Bioquímica Básica
226
Bioquímica Básica
Ciclo da ureia
227
Bioquímica Básica
228
Bioquímica Básica
A ureia é liberada do fígado com destino ao rim. A maior parte da ureia chega
ao rim, mas uma pequena fração difunde-se do fígado ao intestino onde sofre ação
de bactérias que clivam a ureia em CO2 e NH4+. Esta amônia pode ser reabsorvida
ou fazer parte das fezes. A ornitina volta para a matriz da mitocôndria para reiniciar
um novo ciclo da ureia. O fumarato produzido anteriormente pode ser convertido
tanto no citoplasma quanto na mitocôndria em malato e em seguida em
oxaloacetato, uma vez que as enzimas que catalisam as reações (fumarase e malato
desidrogenase) ocorrem nos dois compartimentos celulares. O oxaloacetato pode
ser novamente convertido em aspartato para um novo ciclo da ureia, ou então ser
usado na gliconeogênese. Assim o ciclo de Krebs e o ciclo da ureia estão
interligados, sendo referido como bicicleta de Krebs (figura 7). Na verdade, o
mesmo pesquisador que decifrou o ciclo de Krebs (Sir Hans Krebs), também
decifrou o ciclo da ureia.
229
Bioquímica Básica
230
Bioquímica Básica
231
Bioquímica Básica
232
Bioquímica Básica
233
Bioquímica Básica
234
Bioquímica Básica
235
Bioquímica Básica
236
Bioquímica Básica
237
Bioquímica Básica
LEITURA COMPLEMENTAR:
VOET, D., VOET, J.G., PRATT, C.W. Fundamentos de Bioquímica. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR!
238
Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 5
a) piruvato e malonilCoA
b) piruvato e acetoacetilCoA
c) propionil e enoilCoA
d) aspartato e lactato
e) 2-fosfoglicerato e fosfoenolpiruvato
a) serina e glicina
b) metionina e serina
c) glutamina e alanina
d) metionina e glicina
e) glutamina e glicina
239
Bioquímica Básica
a) succinilCoA
b) citrato
c) malato
d) succinato
e) isocitrato
240
Bioquímica Básica
b) a conversão de N2 em NH4+
e) a conversão de NO3- em N2
a) síntese de glicogênio
b) degradação do glicogênio
c) glicólise
241
Bioquímica Básica
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242
Bioquímica Básica
6 Integração do metabolismo
energético
243
Bioquímica Básica
Objetivos da Unidade
Plano da Unidade
Ciclo jejum-alimentação
Bons estudos!
244
Bioquímica Básica
245
Bioquímica Básica
246
Bioquímica Básica
e o acetilCoA formado ir para ciclo de Krebs a fim de se obter energia, ou (4) para a
síntese de ácidos graxos e colesterol. (5) a glicose 6-fosfato pode ser usada na via
das pentoses-fosfato. Fonte:LEHNINGER, A.L. Princípios de Bioquímica. New York:
Worth publishers, 2006.
247
Bioquímica Básica
Figura 2: Destinos dos ácidos graxos do fígado. (1) ácidos graxos podem ser
usados na síntese de triglicerídeos e fosfolipídios. (2) ácidos graxos podem ser
utilizados na β-oxidação. (3) ácidos graxos podem ser usados para a formação de
corpos cetônicos ou (4) para a formação de colesterol. (5) ácidos graxos podem ser
248
Bioquímica Básica
249
Bioquímica Básica
250
Bioquímica Básica
251
Bioquímica Básica
produzido na atividade intensa. O lactato vai para o fígado para ser usado na
gliconeogênese. Além disso, o músculo esquelético contém uma quantidade
relativamente grande de creatina na forma de creatina-fosfato que rapidamente
sintetiza ATP no músculo em esforço prolongado.
252
Bioquímica Básica
253
Bioquímica Básica
254
Bioquímica Básica
255
Bioquímica Básica
256
Bioquímica Básica
257
Bioquímica Básica
258
Bioquímica Básica
A)
259
Bioquímica Básica
B)
260
Bioquímica Básica
261
Bioquímica Básica
262
Bioquímica Básica
263
Bioquímica Básica
Figura 11: Regulação da expressão gênica pelo cortisol. Fonte: LEHNINGER, A.L.
Princípios de Bioquímica. New York: Worth publishers, 2006.
264
Bioquímica Básica
Ciclo jejum-alimentação
265
Bioquímica Básica
Figura 12: Uso dos combustíveis energéticos por vários tipos celulares no
estado alimentado. As bolinhas cinza grandes são quilomícrons e as bolinhas
pequenas pretas são quilomícrons remanescentes. Fonte: DEVLIN, T. Manual de
Bioquímica com Correlações Clínicas. São Paulo: Edgard Blucher, 2007.
266
Bioquímica Básica
Figura 13: Inter-relações metabólicas dos vários tipos celulares no jejum inicial.
Fonte: DEVLIN, T. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. São Paulo:
Edgard Blucher, 2007.
267
Bioquímica Básica
268
Bioquímica Básica
269
Bioquímica Básica
LEITURA COMPLEMENTAR
É HORA DE SE AVALIAR!
270
Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 6
a) carboidratos
b) lipídios
c) proteínas
d) vitaminas
e) sais minerais
a) glucagon
b) Norepinefrina
c) cortisol
d) insulina
e) epinefrina
271
Bioquímica Básica
a) sintetizando triglicerídeos
b) realizando gliconeogênese
c) degradando triglicerídeos
272
Bioquímica Básica
a) insulina
b) insulina e adrenalina
c) glucagon e insulina
d) insulina e cortisol
e) glucagon e adrenalina
273
Bioquímica Básica
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__________________________________________________________________
274
Bioquímica Básica
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10. Pessoas com diabetes costumam adotar uma dieta pobre em carboidratos,
principalmente glicose. Assim, os tecidos dos pacientes, por não utilizarem a
glicose como combustível, oxidam grandes quantidades de ácidos graxos, tanto
nos músculos quanto no fígado e tecido adiposo. O cérebro, dependente de
glicose, é talvez o tecido mais prejudicado. Além disso, o fígado gasta quantidades
consideráveis de intermediários metabólicos e energia no processo de
gliconeogênese. Nestas condições, o acetil-CoA produzido a partir da -oxidação
dos ácidos graxos tende a acumular-se na mitocôndria das células hepáticas.
Embora o acetil-CoA não seja tóxico, as mitocôndrias hepáticas encontram
mecanismos para evitar o acúmulo deste metabólito, inclusive favorecendo o
cérebro. Responda:
a) Qual a solução encontrada pelas células hepáticas para evitar esse acúmulo?
__________________________________________________________________
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275
Bioquímica Básica
276
Bioquímica Básica
Considerações Finais
Lembrando que este material não contém toda a Bioquímica, mas somente o
necessário para que o estudante possa prosseguir na sua trajetória acadêmica.
Portanto a leitura de livros, revistas e artigos é imprescindível para quem quer estar
sempre atualizado no tema.
277
Bioquímica Básica
278
Bioquímica Básica
Conhecendo o autor
279
Bioquímica Básica
280
Bioquímica Básica
Referências
281
Bioquímica Básica
282
Bioquímica Básica
A nexos
283
Bioquímica Básica
Gabaritos
Exercícios – Unidade 1
1. D
2. C
3. A
4. D
5. B
6. E
7. C
8. A
10.
284
Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 2
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
6. B
7. B
8. A
9. Resp: para o pólo negativo, pois o pH 7,0 é menor que o pI dos dois aminoácidos.
pI acima do pH faz o aminoácido ter carga positiva
10. Resp A: 3 bandas, sendo a proteína Z a que migra mais rápido, seguido da
proteína Y e depois da Z, esta última que migra mais lentamente e estará acima das
demais no gel.
Resp B: por ser uma coluna de gel filtração, primeiro sai a Y (maior peso
molecular e portanto maior tamanho), depois a X e por último a Z (menor peso
molecular)
Exercícios – Unidade 3
1. E
2. C
3. B
4. B
5. C
6. D
285
Bioquímica Básica
7. A
8. D
9. Resp A: rotas 1 e 2
Resp B: rota 1
Resp C: 30 ou 32 ATP
10. Resp A: O acúmulo de lactato significa que o ambiente está sem oxigênio e
assim piruvato é convertido em lactato.
Resp B: Porque sem oxigênio consegue-se somente 2 ATP por glicose, ou seja
para conseguir os mesmos 32 ATP na presença de oxigênio, são necessários
consumir 16 moléculas de glicose.
Exercícios – Unidade 4
1. C
2. E
3. E
4. C
5. B
6. C
7. E
8. B
10.
Resp: Na produção dos acetilCoA durante a quebra do ácido graxo e nos ciclos
de Krebs
286
Bioquímica Básica
Exercícios – Unidade 5
1. B
2. C
3. A
4. B
5. E
6. A
7. B
8. D
10. Resp: a alanina e a glutamina contém as aminas dos demais aminoácidos e são
responsáveis por sair dos tecidos para o sangue e transportar estas aminas para o
fígado.
Exercícios – Unidade 6
1. A
2. D
3. B
4. C
5.B
6. E
7. A
8. D
287
Bioquímica Básica
Resp B: músculos
288