Escala de Assertividade Rathus - Ras Adaptacao Bras

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/260321467

ESCALA DE ASSERTIVIDADE RATHUS -RAS: ADAPTAÇÃO BRASILEIRA*

Article

CITATIONS READS

15 1,138

2 authors, including:

Valdiney V. Gouveia
Universidade Federal da Paraíba
350 PUBLICATIONS   3,008 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

BRIGHT AND DARK PERSONALITIES ACROSS CULTURES View project

Construction of a construct validity calculator. To access: http://akssoares.com/pesquisas View project

All content following this page was uploaded by Valdiney V. Gouveia on 05 June 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


ESCALA DE ASSERTIVIDADE RATHUS - RAS:
ADAPTAÇÃO BRASILEIRA*

Luiz Pasquali e Valdiney Velôso Gouveia


Universidade de Brasília

RESUMO - Com uma amostra de 302 estudantes solteiros secundaris-


tas e universitários, tendo idade média de 19 anos, foi adaptada e valida-
da para o Brasil a Escala de Assertividade RAS. Uma análise fatorial Al-
pha mostrou a presença de um grande fator, no qual 20 dos 30 itens ori-
ginais da escala possuíam cargas relevantes. O fator foi definido como
Inibição vs. Desinibição, apresentando uma consistência interna de 0,81
(Alpha de Cronbach). Dois outros fatores apareceram, mas com estrutura
ainda muito indefinida. Concluiu-se que a escala é útil para medir Inibição
vs. Desinibição, porém apresenta-se modesta para medir o construto as-
sertividade.

RATHUS' ASSERTIVENESS SCALE - RAS:


BRAZILIAN ADAPTATION

ABSTRACT - The RAS was validated for Brazilian population with a


sample of 302 single high-school and university students. An Alpha factor
analysis revealed the presence of a single major factor in which 20 of the
original 30 itens had high loadings. The factor was identified as inhibition
vs. uninhibition and had an alpha = .81. Two other factors appeared, but
their structure is still not clearly defined. It was concluded that the scale is
useful to measure one aspect, but not the full range of meaning of the
construct of assertiveness.

O objetivo deste trabalho consistiu em adaptar a Escala de Assertividade Ra-


thus - RAS, de Rathus (1973), para o contexto brasileiro. Para melhor situar esta es-
cala, é inicialmente realizada uma apresentação sumária sobre a conceituação da as-
sertividade e temas correlatos, baseada em dados da leitura sobre o tema.

Conceituação

Assertividade constitui um conceito ainda em formação, dada a variedade de


diferentes definições que se dão à mesma. Wolpe e Lazarus (1966) definem assertiva
como "toda a expressão socialmente aceitável de direitos e sentimentos" (p. 39). Lie-
berman (1972) define-a como capacidade de auto-expressão, ao passo que Lazarus
(1971) considera-a como o hábito de liberdade emocional. Por outro lado, Alberti e

* Trabalho realizado no Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida - РАМ, UnB.


Endereço: UnB, ICC Sul, Asa Norte, Brasília, DF, 70910.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 233


Emmons (1974) consideram a assertividade como o "comportamento que capacita a
pessoa a agir em prol de seus interesses, defender-se sem sentir indevida ansiedade,
expessar seus direitos sem destruir os direitos dos outros (p. 2). Outros a definem
como a capacidade de emitir respostas e tomar decisões que são mais auto-afirmati-
vas do que auto-destrutivas em situações de conflito (Goldstein, Martens, Hubben,
Van Belle, Schaaf, Weirsma e Goedhart, 1973). Com mais detalhes aparece a defini-
ção de Rich e Schroeder (1976):

comportamento assertivo é a aptidão de procurar, manter e favorecer reforço numa situação


interpessoal através da expressão de sentimentos ou vontades quando tal expressão arrisca
perda de reforço e até punição. (Rich e Schroeder, 1976, p. 1052)

Procurando sintetizar os elementos ou comportamentos envolvidos nestas defi-


nições, podemos verificar que eles também variam de autor para autor. Assim, para
Lazarus (1973) há quatro elementos fundamentais: habilidade de dizer não; capacida-
de de pedir favores e fazer exigências; habilidade de expressar sentimentos positivos
e negativos; e habilidade de começar, continuar e terminar conversas em geral. Já
Galassi, DeLeo, Galassi e Bastien (1974) acentuam a expressão de sentimentos po-
sitivos; expressão de sentimentos negativos; e self-denial (tendência a preocupações
exageradas com os sentimentos dos outros). Por outro lado, O'Connor (1969) se refe-
re unicamente à capacidade de expressar opiniões e não concordar com opiniões
contrárias às suas.
Diante das várias concepções de assertividade podemos, ao que parece, con-
cluir que os elementos constitutivos que devem entrar em uma definição de assertivi-
dade seriam os seguintes:
- trata-se de uma habilidade em situações interpessoais
- caracterizada pela capacidade de
- discordar de alguém (dizer não);
- auto-afirmar-se;
- pedir e exigir sem constrangimentos;
- expressar livremente qualquer sentimento (positivo ou negativo).
Discute-se, ainda, se a assertividade constitui um traço de personalidade ou
depende intrinsecamente de fatores situacionais. Outra discussão gira em torno de
ser o conceito unitário ou multivariado.
Há autores que defendem a assertividade como sendo um conceito ou traço de
personalidade unitário (Salter, 1949; Cattell, 1965; Wolpe, 1980). Contudo, análises
fatoriais não conseguiram evidenciar a presença de um único grande fator (Lawrence,
1970). Outros, fazendo análise fatorial da Constriction Scale (Bates e Zimmerman,
1971) descobriram a presença de mais de uma dúzia de fatores; a mesma análise feita
no caso do Assertion Inventory (Gambrill e Richey, 1975) revelou onze fatores.
Outros autores ainda argumentam que não se trata de traço, seja unitário ou
multivariado, mas sim de um conceito constituído unicamente por elementos situacio-
nais (Eisler, Hersen, Miller e Blanchard, 1975; Rich e Schroeder, 1976).
Diante destes fatos, podemos concluir que o conceito de assertividade é multi-
variado. A discussão sobre a assertividade ser um conceito essencialmente hereditá-
rio ou situacional parece-nos desprovida de maior relevância, dado que a colocação
da questão hereditariedade vs. meio ambiente como elementos constitutivos exclusi-
vos de qualquer comportamento humano mostra-se ultrapassada

234 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


Finalmente podemos concluir com uma definição de assertividade nos seguin-
tes termos: a assertividade é uma habilidade multivariada, que ocorre em situações de
interação interpessoal, caracterizando-se por comportamentos que expressam a ca-
pacidade de um sujeito de: 1) discordar de outrem (dizer não); 2) auto-afirmar-se; 3)
pedir e fazer exigências sem constrangimentos; 4) expressar livremente qualquer
sentimento, seja positivo ou negativo.
A assertividade tem sido verificada estar positivamente relacionada com agres-
sividade (Wolpe, 1958; Salter, 1949; Rathus, 1973), e negativamente com ansiedade
(Wolpe, 1958; McFall e Marston, 1970). Certos autores (Lazarus, 1971; 1973) se in-
surgem contra tal ocorrência insistindo que se deve fazer distinção clara entre asser-
tividade e agressividade, dado que nesta não ocorre o comportamento de apoio (sup-
portive assertive response - Lazarus, 1973) que deve aparecer no comportamento
assertivo. De fato, esta assertividade simpática é mais apreciada que a agressiva em
situações interpessoais (Kem, 1982; Kern, Cavell e Beck, 1985; Rakos e Hrop, 1983;
Woolfolk e Dever, 1979; Hrop & Rakos, 1985). Aliás, de um modo geral tem-se verifi-
cado que comportamentos não assertivos são mais apreciados pelas pessoas do que
os assertivos (Kelley, Kern, Kirkley, Patherson e Keane, 1980; Hull e Schroeder,
1979; Woolfolk e Dever, 1979). Assim, de um modo geral as pessoas assertivas, em-
bora sejam consideradas mais competentes, são também menos apreciadas pelas
pessoas. De qualquer forma, os dois construtos apresentam uma relação positiva e,
talvez, indiquem que se possa considerar assertividade como um contínuo que vai do
normal (supportive) ao anormal (aggressive). Faltam estudos para dirimir esta ques-
tão.

Fatores Relevantes
Vários fatores podem afetar o comportamento assertivo, tais como sexo, valo-
res da sociedade, valores pessoais e momento situacional.

Sexo

Há pesquisas (Broverman, Broverman, Clarkson, Rosenkrantz e Vogel, 1970;


Rosenkrantz, Vogel, Bee, Broverman, & Broverman, 1968; Kelley e col., 1980) que
mostram ser o comportamento assertivo uma característica desejável no homem,
mas indesejável na mulher. Isso parece se coadunar com a idéia de que a mulher de-
ve ser uma pessoa delicada (nice), o que estaria negativamente correlacionado com a
assertividade (Rathus, 1973). Resultados similares foram obtidos por Kelley e col.
(1980) e por Lao, Upchurch, Corwin, e Grassnickle (1975). Entretanto, Kern e col.
(1985) mostraram que tal ocorrência se deve à atitude geral dos sujeitos com relação
ao papel feminino na sociedade; assim os que apoiam maior participação da mulher
na sociedade, contrariamente aos que não apoiam, não discriminam diferencialmente
os comportamentos assertivos manifestados por homens ou mulheres.

Fatores Situacionais

Aspectos situacionais também determinam se o comportamento verbal ou não-


verbal é considerado assertivo ou perturbador (disruptive - Eisler e col., 1975; Meyer,
1971). Assim, o gritar em situações de intimidade não aparecerá como comporta-
mento assertivo, pelo menos normal, nem o riso, em momentos de raiva.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 235


Raça

Esta variável tem se mostrado muito influente na avaliação que as pessoas fa-
zem do comportamento assertivo. Embora brancos e pretos avaliem mais positiva-
mente uma assertividade tipo simpática sobre uma mais formal ou agressiva, os
brancos fazem esta distinção quando o assertivo é um branco e não quando é um
preto, ao passo que os pretos fazem o contrário (Hrop & Rakos, 1985).

Traços de Personalidade

Certos traços de personalidade se relacionam com a assertividade. De fato,


Epstein (1980) verificou que a aceitação do comportamento assertivo está direta-
mente relacionada com submissão {abasement) e sentimentos de culpa e negativa-
mente com agressividade verbal. Vestewing e Mose (1976), utilizando o Inventário de
Eysenck e a escala RAS, descobriram uma relação positiva entre assertividade e ex-
troversão, bem como relação negativa entre neuroticismo e assertividade. Pessoas
não assertivas depreciam comportamentos assertivos e vice-versa (Kem, 1982), em-
bora o estudo de Delamater e McNamara (1985) tenha posto algumas dúvidas nisto
quando se trata de sujeitos femininos. Verificou-se, também, que pessoas assertivas
têm menos problemas de saúde e apresentam um locus de controle mais internaliza-
do (Williams e Stout, 1985).
Estes dados da literatura permitem esboçar um modelo causai das variáveis
que afetam o comportamento assertivo:
Valores culturais ditam grande parte da manifestação e avaliação que se faz
dos comportamentos da assertividade. Valores sociais incidem, sobretudo, sobre a
manifestação e apreciação dos comportamentos assertivos manifestados por dife-
rentes sexos. Fatores de personalidade e elementos situacionais também determinam
tanto a manifestação quanto a avaliação da assertividade.

Medida da Assertividade

A assertividade se manifesta de forma verbal ou não-verbal, como contato vi-


sual, posições do corpo, expressões faciais e gestos, tendo sido identificada já uma
série desses componentes (Alberti & Emmons, 1974; Serber, 1972; Wolpe & Lazarus,
1966). Assim, vários enfoques já foram utilizados na avaliação da assertividade, sen-
do os mais usuais o de tipo verbal de auto-relato. Contudo são também empregadas
técnicas observacionais e medidas fisiolõgicas. Já existem disponíveis na literatura
vários instrumentos. Neste artigo serão relacionados alguns deles, segundo a nature-
za da medição: medidas verbais, medidas comportamentais e medidas fisiolõgicas.

Medidas Verbais

- A-S Reaction Study (Allport, 1928): mede o conceito correlato à assertivida-


de, a saber, a dimensão ascendência-submissão. Parte do seu conteúdo já está fora
de época (Rathus, 1973).
- Guilford-Zimmerman Temperament Survey (Guilford e Zimmerman, 1956):
avalia assertividade em uma de suas sub-escalas.
- Wolpe-Lazarus Assertiveness Questionnaire (Wolpe e Lazarus, 1966). Os
autores não apresentam dados de validade e precisão do instrumento.

236 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 237
-Action-Situation Inventory - ASI (Friedman, 1968). Dados sobre a precisão
são jnexistentes e o disponível sobre a validade não é muito favorável. Por exemplo,
as correlações com critérios comportamentais variam entre 0,00 a 0,49.
- Lawrence Assertive Inventory - LAI (Lawrence, 1970). A escala de 112 itens
é constituída de três fatores: masculino, feminino, desacordo. Os índices de preci-
são (K-R 20) giram em torno de 0,90, indicando que a escala é boa, exceto para o
fator desacordo que é de 0,67, não satisfatório. Em validação de critério (com indica-
dores comportamentais) as correlações foram baixas (menos de 0,30).
- Safes & Zimmerman Constriction Scale (Bates & Zimmerman, 1971). A es-
cala com 37 itens não oferece dados seguros de validade.
- Rathus Assertiveness Scale - RAS (Rathus, 1973). Esta escala será deta-
lhada e avaliada mais adiante.
-College Self-Expression Scale - CSES (Galassi e col., 1974). Contém 50
itens. Apresenta bons índices de precisão teste-reteste (0,90). Os índices de validade
concorrentes encontrados de 0,19 (Bates e Zimmerman, 1971) e 0,33 (Galassi e Ga-
lassi, 1974) não são impressionantes. Não existe análise da estrutura fatorial da es-
cala.
-Conflict Resolution Inventory - CRI (McFall & Lillesand, 1971). Contém 35
itens que avaliam a habilidade do sujeito em rejeitar pedidos descabidos. O instru-
mento apresenta bons índices de validade concorrente com tarefas comportamentais:
0,63 e 0,69 (McFall & Lillesand, 1971) e até 0,82 (Loo, 1971).
- Assertion Inventory (Gambrill & Richey, 1975). O instrumento é composto de
40 itens que medem vários aspectos de assertividade, embora não se tenha feito uma
análise fatorial para verificar esta estrutura. índices de precisão teste-reteste são da
ordem de 0,81 e 0,87. índices de validade ainda não são convincentes.
De um modo geral, os instrumentos verbais para analisar a assertividade ainda
não mostram bases suficientes para a sua validade, além de que as amostras usadas
são quase exclusivamente de estudantes universitários.

Medidas Comportamentais (observação de comportamento)

- Diário. Consiste em o sujeito observar e relatar num diário as experiências de


assertividade ocorridas com ele. Tal método, porém, parece sujeito a muitas distor-
ções (Fixsen, Phillips, & Wolf, 1972).
- Tarefa Controlada Contrived Task). São situações em que confederados
(cúmplices do experimentador) agem de maneiras predeterminadas (agredir, apoiar,
discordar...), sendo discutidas ou gravadas as reações verbais e não-verbais do su-
jeito. Tentativas nesta área foram feitas por:
- Weinman, Gelbart, Wallace e Post (1972) com a Behaviorin Critical Situations
Scale - BCSS;
- Friedman (1968) com 15 categorias verbais e 14 não-verbais;
-McFall e Marston (1970) revista por McFall e Lillesand (1971) e McFall e
Twentyman (1973) utilizando a técnica de venda por telefone ou de colega
pedindo ajudas descabidas.
O problema que existe nesta técnica é a dificuldade de controle da grande
quantidade de variáveis e suas interações em situações desta natureza.
-Role-playing. Sujeitos são instruídos a se comportarem, em situações simula-
das, como o fariam na vida real. As situações podem ser com protagonistas filmados

238 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


ou reais. As reações são gravadas em vfdeo-tape. McFall e Marston (1970) e Eisler,
Miller, e Hersen (1973) utilizaram-se desta técnica.
Como se vê, faz-se pouco uso de técnicas observacionais para avaliar a as-
sertividade. As razões são as grandes dificuldades que ocorrem no emprego delas,
sobretudo a situação artificial que o controle do ambiente impõe e a necessidade do
uso de avaliadores (Goldfried & Sprafkin, 1974), bem como vieses introduzidos em
situações de observação quando o sujeito sabe ou desconfia que está sendo obser-
vado (Friedman, 1968).

Medidas Fisiológicas

Estas medidas são ainda menos utilizadas. Há, apenas, o estudo de McFall e
Marston (1970) que usou a pulsação como indicador e o de Borkovec, Stone, O'Brien
e Kaloupek (1974) para identificar nfveis de ansiedade após role-playing.
A conclusão que se impõe é a de que os instrumentos e técnicas de medida da
assertividade existentes ainda deixam muito a desejar.

Escala de Assertividade Rathus - RAS

Construção da RAS

A RAS foi originalmente criada nos Estados Unidos por S. A. Rathus (1973).
Ela é composta por 30 itens objetivos e fechados que descrevem comportamentos
em relação a situações do cotidiano, diante das quais os sujeitos empregam um códi-
go para dizer o grau de intensidade de sua reação diante destas mesmas situações.
Alguns dos itens da escala basearam-se nas situações de Wolpe (1980) e Wol-
pe e Lazarus (1966), outros nos itens das escalas de Allport (1928) e Guilford e Zim-
merman (1956). Os demais foram sugeridos pelas situações registradas por alunos
em sala de aula, nas quais eles descreviam determinados comportamentos que gos-
tariam de manifestar, mas não o faziam com receio de conseqüências sociais avèrsi-
vas.

Parâmetros Psicométricos da RAS

Precisão

Teste-reteste. O teste foi aplicado a 68 graduandos com idades de 17 a 27


anos, de ambos os sexos, que foram retestados após 8 semanas. O índice de corre-
lação entre as duas aplicações foi moderado (r=0,778).
Duas Metades. Com os resultados obtidos da aplicação a 67 pessoas de am-
bos os sexos (15 a 70 anos) foi feita uma correlação entre itens pares e fmpares aa
RAS, resultando num fndice de 0,772.

Validade

Foram usados dois critérios para estabelecer a validade concorrente da RAS.


O primeiro critério foi um diferencial semântico respondido por colegas que conheciam

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 239


bem os sujeitos que responderam a RAS. Os colegas avaliaram os sujeitos em 17
itens em termos da impressão que eles causavam nos outros.
Os escores da RAS dos sujetos correlacionaram com as avaliações dos cole-
gas em itens relevantes ao conceito de assertividade nos seguintes termos:
Correlação de 0,612 com atrevimento (boldness)
Correlação de 0,616 com franqueza (autspokenness)
Correlação de 0,342 com assertividade
Correlação de 0,537 com agressividade
Correiação de 0,329 com confiança
Correlação de 0,359 com delicadeza (niceness).
O segundo critério foi a reação dos sujeitos em cinco situações que exigiam
comportamentos de assertividade. A correlação com seus escores da RAS foi de
0,705.
Conclui-se que a RAS tem razoável correlação com outras medidas de asserti-
vidade. Contudo, apenas 19 dos 30 itens da RAS se correlacionaram altamente com
os seus itens do diferencial semântico. Falta uma análise mais detalhada da estrutura
interna da escala através, por exemplo, de uma análise fatorial.

METODOLOGIA EMPREGADA NA ADAPTAÇÃO BRASILEIRA

Tradução

A tradução da RAS foi feita por um psicólogo bilingüe e, em seguida, revisada


por outro psicólogo bilingüe, ambos docentes universitários. Quatro estudantes uni-
versitários participaram da avaliação semântica dos itens, cujo objetivo principal foi
avaliar a compreensão destes.
A tradução original necessitou apenas de alguns ajustes de expressões, resul-
tando em sua versão final (ver Anexo I).

Validação

Dado que a RAS original foi construída para avaliar uma única dimensão (a as-
sertividade), o processo de validação de sua forma adaptada sugeria a verificação
desta hipótese através da determinação da estrutura conceituai do instrumento. Por-
tanto, dever-se-ia procurar estabelecer uma validade de construto para o mesmo.

Amostra de Sujeitos e Procedimentos

A RAS foi construída primeiramente para uma população de nível instrucional de


final do primeiro grau em diante. Assim, a amostra de validação para a forma adaptada
do inventário incluiu secundaristas e universitários, num total de 302 sujeitos. A Ta-
bela 1 apresenta as características desta amostra, onde se observa que ela está
equitativamente distribuída em termos de sexo, sendo a amplitude da idade de 12 a 52
anos, com uma média de 19 anos e 7 meses. A maior parte dos sujeitos possui se-
gundo grau incompleto ou superior incompleto, o que era obviamente esperado dado
que se tratava de estudantes.
A aplicação da escala se fez de forma coletiva em sala de aula. Após explica-
ção inicial sobre como responder, era apresentada a folha de resposta que, além do

240 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


Tabela 1 - Dados Biográficos da Amostra.

Variável Freqüência Porcentagem


e Níveis (%)

SEXO
Masculino 131 43,4
Feminino 171 56,6

IDADE
12-15 30 9,9
16-20 182 60,3
21-25 65 21,5
26- + 24 7,9
Sem resposta 1 0,3
Média 19 anos
ESCOLARIDADE
1°Grau 8 2,6
2°Grau 145 48,0
Superior 141 46,8
Pós-graduação 8 2,6

ESTADO CIVIL
Solteiro 278 92,1
Casado 21 7,0
Outros 3 1,0

TRABALHA
Sim 115 38,1
Não 185 61,2
Sem resposta 2 0,7

local para assinalar as respostas, continha também as instruções sobre a escala. Em


separado era fornecido o folheto com as questões. Feita a leitura individdual das ins-
truções, era dada oportunidade para dirimir dúvidas sobre as mesmas. As instruções
insistiam na espontaneidade das respostas e no fato de que não se tratava de res-
postas certas ou erradas.
Embora não houvesse tempo delimitado para responder o inventário, 20 minu-
tos mostraram-se suficientes para cumprir esta tarefa.

Análises Estatísticas
Para a consecução dos objetivos pareceu importante submeter os dados cole-
tados a uma análise fatorial a fim de verificar a estrutura interna do inventário. As aná-
lises fatorias efetuadas foram o ML (Maximum Likelyhood) e Alpha, com rotação Va-
rimax.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 241


Procedeu-se igualmente a uma análise da consistência interna dos fatores re-
sultantes, através do Alpha de Cronbach.

RESULTADOS
Aspectos Técnicos: Validade e Precisão
As análises fatoriais ML e Alpha produziram resultados basicamente idênticos.
Optou-se pela análise Alpha por melhor corresponder à natureza do teste, no sentido
de considerar os 30 itens do inventário como uma amostra dos itens possfveis para
avaliar o construto assertividade.
A Tabela 2 apresenta os resultados da análise Alpha, onde estão assinaladas
as cargas consideradas relevantes, isto é, carga igual ou maior que ± 0,30, nos três
primeiros fatores, bem como os eigenvalues, a percentagem da variância total expli-
cada por cada um deles e o Alpha de Cronbach.
A análise dos eigenvalues, do spree (a representação gráfica dos eigenvalues)
e do tamanho das cargas fatoriais mostraram que, do quarto em diante, os fatores se
apresentaram irrelevantes dado que os eigenvalues se situavam abaixo de 1,5 e que
no máximo três itens satisfaziam o critério de carga fatorial 0,30 e nenhum item che-
gou sequer à carga fatorial de 0,40.
Os resultados da análise fatorial (vide Figura 1) demonstraram a presença de
um grande fator e de dois fatores menores. O grande fator, composto de 20 itens, que
é bipolar, revela, no seu pólo positivo, o receio que a pessoa tem de enfrentar intera-
ções sociais, onde ela se sentiria constrangida em fazer perguntas, negar pedidos ou
simplesmente tomar iniciativa na interação. O fator pode ser denominado de inibição
versus desinibição. Os outros dois fatores, um insistindo mais sobre o aspecto de
auto-defesa (defesa do ego) e o outro enfatizando a preocupação em evitar brigas ou
desentendimentos com as demais pessoas, aparecem com poucos itens e com car-
gas fatoriais fracas para se firmarem como fatores definitivos no contexto da RAS.

Valor

Fatores
Figura 1 - Distribuição dos eigenvalues da análise fatorial alpha

242 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


Tabela 2 - Resultados da Análise Fatorial Alpha da RAS (N=302).

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3


V16 ,60021* -,30737* -,14450
V23 ,58354* ,13129 ,10600
V14 ,57592* ,07922 ,09908
V15 ,48927* ,05440 ,05770
V11 ,47677* ,37072* -,21740
V02 ,47427* ,11442 -,19338
V13 ,47044* -,02302 -,14991
V27 -,46594* ,16827 -,07090
V29 -,46130* ,01047 ,16596
V05 ,43097* -,01345 ,19075
V09 ,39908* -,05261 ,00466
V18 -,37389* ,18232 ,25059
V17 ,37252* ,17666 -,14680
V24 ,36765* ,08282 ,03040
V03 -,36382* ,19034 -,34318
V25 -,34491* ,17073 -,33694*
V01 ,32793* ,07793 -,01544
V26 ,31147* ,34604* -,12187
V04 ,30778* ,00241 ,35172*
V12 ,29862* ,00850 -,26564
V28 -,28315 -.00629 ,02797
V19 ,27338 ,02303 ,36848
V30 ,25016 ,29749* -,01949
V21 -,22847 ,22375 ,14801
V07 -,22094 ,25753 -,16846
V06 -,21728 ,19899 -,11736
V22 -,17948 ,49341* ,15137
V08 -,16501 ,36479* ,34716*
V10 -,14174 ,21565 ,19088
V20 ,06429 ,38330* ,00504

Eigenvalue 4,83 1,92 1.79


% Variância Total 16,10 6,40 6,00
Número de itens 20 7 4
Alpha ,81 ,42 ,25

* Itens considerados com boa carga fatorial.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 243


Tabela 3 - Normas Preliminares da RAS Adaptada (N=297)*

Escore Bruto Escore T Escore Bruto Escore T

20-30 25 74 56
31 26 75- 76 57
32 27 77 58
33-35 28 78- 79 59
36 30 80 60
37 31 81- 82 61
38-39 32 83 62
40-41 33 84- 85 63
42-43 34 86 64
44 35 87- 88 65
45 36 89 66
46-47 37 90- 91 67
48 38 92 68
49-50 39 93- 94 69
51 40 95- 96 70
52 41 97 71
53-54 42 98- 99 72
55 43 100- 101 73
56-57 44 102- 107 75
58 45 108- 109 79
59-60 46 110- 111 80
61 47 112- 113 82
62-63 48 114 83
64 49 115- 116 84
65-66 50 117- 118 85
67 51 119 86
68-69 52 120 87
70 53
71-72 54 Média = 50
73 55 Desvio Padrão = 10

* 5 casos foram eleminados.

Uma análise da consistência interna do fator inibição versus desinibição, mos-


trou que todos os itens têm uma correlação razoável com o mesmo, sendo a precisão
de 0,81 (Alpha de Cronbach).
Pode-se concluir, por conseguinte, que a RAS composta de 20 itens se consti-
tui num instrumento válido (validade de construto) e preciso para avaliar a assertivi-
dade quando ela implica interação direta com outras pessoas. Há que ressaltar, en-
tretanto, que este aspecto parece não cobrir toda a gama do conceito de assertivida-

244 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


de como ficou detalhado anteriormente. De fato, a capacidade de se sentir livre para
expressar seus sentimentos positivos e negativos não aparece clara no fator inibição
versus desinibição, bem como o instrumento não engloba situações que envolvem
comportamentos de auto-defesa.
Diante do contexto podemos concluir que, em concordância com a análise de
Rich & Schroeder (1976), esta área de assertividade carece ainda de um instrumento
mais adequado, capaz de melhor avaliar a assertividade sobretudo na sua amplitude
conceituai.

Normas Preliminares

Com os dados dos 302 sujeitos foi possível desenvolver normas provisórias pa-
ra a interpretação clínica dos escores brutos (ver Tabela 3*). Tais normas estão apre-
sentadas em termos de escore/, com média de 50 e desvio padrão 10.
As normas são únicas, dado que as variáveis biográficas (sexo, idade, nível es-
colar e estado civil) não apresentaram nenhuma diferença significativa entre seus vá-
rios níveis. É possível que a não diferença nos escores de assertividade dos grupos
representados neste estudo seja devida às especificidades e relativa homogeneidade
da amostra. Evidentemente, a normatização definitiva da escala exige amostras mais
abrangentes.

REFERÊNCIAS

Alberti, R. E., & Emmons, M. L. (1974). You're perfect right: A guide to assertive
behavior. San Luis Obispo, California: Impact.
Allport, G. (1928).4-S reaction study. Boston: Houghton-Mifflin.
Bates, H. D., & Zimmerman, S. F. (1971). Toward the development of a screening
scale for assertive training. Psychological Reports, 28, 99-107.
Borkovec, T. D., Stone, N. M., O'Brien, G. Т., & Kaloupek, D. G. (1974). Evaluation of
a clinically relevant target behavior for analog outcome research. Behavior
Therapy, 5, 503-513.
Broverman, I. K., Broverman, D. M., Clarkson, F. E., Rosenkrantz, P. S., & Vogel, S.
R. (1970). Sex-role stereotypes and clinical judgments of mental health. Journal of
Consulting and Clinical Psychology, 34, 1-7.
Cattell, R. B. (1965). The scientific analysis of personality. Baltimore: Penguin Books.
Delamater, R. J., & McNamara, J. R. (1985). Perceptions of assertiveness by high -
and low-assertive female college students. The Journal of Psychology, 779(6),
581-586.
Eisler, R. M., Hersen, M., Miller, P. M., & Blanchard, E. B. (1975). Situational
determinants of assertive behaviors. Journal of Consulting and Clinical
Psychology, 43, 330-340.
Eisler, R. M., Miller, P. M., & Hersen, M. (1973). Components of assertive behavior.

* Na página anterior.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasilia, V. 6, № 3, pp. 233-249 245


Journal of Clinical Psychology, 29, 295-299.
Epstein, N. (1980). Social consequences of assertion, aggression, passive
aggression, and submission: Situational and dispositional determinants. Behavior
Therapy, 11, 662-669.
Fixsen, D. I., Phillips, E. I., & Wolf, M. M. (1972). Achievement place: The reliability of
self-reporting and peer-reporting and their effects on behavior. Journal of Applied
Behavior Analyis, 5, 19-30.
Friedman, P. M. (1968). The effects of modeling and role playing on assertive
behavior. Dissertation Abstracts, 29, 3557B-4901B.
Galassi, J. P., DeLeo, J. S., Galassi, M. D. & Bastien, S. (1974). The college
Self-Expression Scale: A measure of assertiveness. Behavior Therapy, 5,
165-171.
Galassi, J. P., & Galassi, M. D. (1974). Validity of a measure of assertiveness. Journal
of Counseling Psychology, 21, 248-250.
Gambrill, E. D., & Richey, С. А. (1975). An assertion inventory for use in assessment
and research. Behavior Therapy, 6, 550-561.
Goldfried, A. P., & Sprafkin, J. N. (1974). Behavioral personality assessment
Morristown. J. N.: General Learning Press.
Goldstein, A. P., Martens, J., Hubben, J., Van Belle, H. A., Schaaf, W., Weirsma, &
Goedhart, A. (1973). The use of modeling to increase independent behavior.
Behavior Research and Therapy, 11, 31-42.
Guilford, J. P., & Zimmerman, W. S. (1956). The Guilford-Zimmerman Temperament
Survey. Beverly Hills, California: Sheridan Psychology Services.
Hrop, S., & Rakos, R. F. (1985). The influence of race in the evaluation of assertion in
conflict situations. Behavior Therapy, 16, 478-493.
Hull, D. В., & Schoeder, H. E. (1979). Some interpessoal effects of assertion,
nonassertion and aggression. Behavior Therapy, 10, 22-28.
Kern, J. M. (1982). Predicting the impact of assertive, empathic-assertive, and
non-assertive behavior: The assertiveness of the assertee. Behavior Therapy, 13,
486-498.
Kern, J. M., Cavell, T. A., & Beck, B. (1985). Predicting differential reactions to 'males'
versus females' assertions, empathic-assertions, and nonassertions. Behavior
Therapy, 16, 63-75.
Kelley, J. A., Kern, J. M., Kirkley, G. В., Patterson, J. N.. & Keane, Т. М. (1980).
Reactions to assertive versus unassertive behavior: Differential effects for males
and females and implications for assertive training. Behavior Therapy, 11,
670-681.
Lawrence, P. S. (1970). The assessment and modification of assertive behavior.
Dissertation Abstracts International, 31, 1B-971B.
Lazarus, A. A. (1971). Behavior therapy and beyond. New York: McGraw-Hill.
Lazarus, A. A. (1973). On assertive behavior: A brief note. Behavior Therapy, 4,
697-699.
Lieberman, R. P. (1972). A guide to behavioral analysis and therapy. New York:
Pergamon.

246 Psic.: Teor. e Pesq., Brasilia, V. 6, № 3, pp. 233-249


Lao, R. С, Upchurch, W. H., Corwin, В. J., & Grassnickle, W. F. (1975). Biased
attitudes towards females as indicated by intelligence and likeability. Psychological
Reports, 37, 1315-1320.
Loo, R. M. (1971). The effects of projected consequences and overt behavioral
rehearsal on assertive behavior. Unpublished doctoral dissertation, University of
Illinois.
McFall, R. M., & Lillesand, D. B. (1971). Behavior rehearsal with modeling and
coaching in assertion training. Journal of Abnormal Psychology, 77, 313-323.
McFall, R. M., & Marston, A. R. (1970). An experimental investigation of behavior
rehearsal in assertive training. Journal of Abnormal Psychology, 76, 295-303.
McFall, R. M., & Twentyman, С. Т. (1973). Four experiments on the relative
contributions of rehearsal, modeling, and coaching to assertion training. Journal of
Abnormal Psychology, 81, 199-218.
Meyer, R. (1971). The art of refusal. British Journal of Criminology, 11, 265-274.
O'Connor, R. D. (1969). Modification of social withdrawal through symbolic modeling.
Journal of Applied Behavior Analysis, 2,15-22.
Rakos, R. F., & Hrop, S. (1983). The influence of positive content and mode of
presentation on the social evaluation of assertive behavior in conflict situations.
Behavior Counseling and Community Interventions, 3,153-164.
Rathus, S. A. (1973). A 30-item schedule for assessing assertive behavior. Behavior
Therapy, 4, 398-406.
Rich, A. R., & Schroeder, H. E. (1976). Research issues in assertiveness training.
Psychology Bulletin, 03(6), 1081-1096.
Rosenkrantz, P., Vogel, S., Bee, H., Broverman, I., & Broverman, D. M. (1968).
Sex-role stereotypes and self-concepts in college students. Journal of Consulting
and Clinical Psychology, 32, 287-295.
Salter, A. (1949). Conditioned reflex therapy. New York: Farrar, Strauss.
Serber, M. (1972). Teaching the non-verbal components of assertive training. Journal
of Behavior and Experimental Psychiatry, 3,179-183.
Vestewing, R. E., & Mose, M. K. (1976). The relationship of extroversion and
neuroticism to two measures of assertive behavior. The Journal of Psychology,
93,141-146.
Weinman, В., Gelbart, P., Wallace, M., & Post, M. (1972). Inducing assertive behavior
in chronic schizophrenics: A comparison of socioenvironmental, desensitization,
and relaxation therapies. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 39,
246-252.
Williams, J. M„ & Stout, J. K. (1985). The effects of high and low assertiveness on
locus of control and health problems. The Journal the Psychology, 119(2),
169-173.
Wolpe, J. (1958). Psychotherapy by reciprocal inhibition. Stanford, California: Stanford
University Press.
Wolpe, J. (1980). Prática da terapia comportamental (3- edição). São Paulo: Editora
Brasiliense.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 247


Wolpe, J., & Lazarus, A. A. (1966). Behavior therapy techniques. New York:
Pergamon Press.
Woolfolk, L, & Dever, S. (1979). Perception of assertion: An empirical analysis.
Behavior Therapy, 10,404-411.

Recebido em 19/9/90.

ANEXO I
ESCALA DE ASSERTIVIDADE RATHUS - RAS

01. A maioria das pessoas parece ser mais agressiva e assertiva do que eu.
02. Eu tenho hesitado em marcar ou aceitar encontros por causa de minha "timidez".
03. Quando a comida servida em um restaurante não é do meu agrado, eu reclamo
ao garçon ou garçonete.
04. Eu tomo cuidado para evitar magoar os sentimentos das pessoas, mesmo quan-
do sinto que fui ofendido.
05. Se um vendedor faz grande esforço para me mostrar mercadoria que não é exa-
tamente o que eu queria, tenho dificuldade em dizer "Não".
06. Quando me pedem para fazer alguma coisa, eu insisto em saber o por quê.
07. Existem momentos em que gosto de uma boa "briguinha".
08. Eu procuro progredir na vida tanto quanto a maioria das pessoas em minha posi-
ção profissional.
09. Para dizer a verdade, as pessoas freqüentemente tiram vantagem de mim.
10 Gosto de iniciar conversa com pessoas que acabo de conhecer e com estranhos.
11. Freqüentemente não sei o que dizer a pessoas atraentes do sexo oposto.
12. Eu hesitaria em fazer chamadas telefônicas para estabelecimentos comerciais
e instituições.
13. Eu prefiriria escrever uma carta para pedir emprego ou admissão em uma institui-
ção do que submeter-se a uma entrevista cara-a-cara.
14. Eu acho embaraçoso devolver mercadorias defeituosas.
15. Se um parente próximo e respeitado estiver me aborrecendo, prefiro abafar meus
sentimentos do que expressar meu aborrecimento.
16. Tenho evitado fazer perguntas por receio de parecer ignorante (burro).
17. Às vezes, durante uma discussão, tenho receio de ficar tão aborrecido (transtor-
nado) e começar a tremer todo.
18. Se um conferencista famoso e respeitado faz uma declaração que penso estar
incorreta, farei com que meu ponto de vista seja igualmente ouvido.
19. Eu evito discutir preços com balconistas e vendedores.
20. Quando faço alguma coisa importante ou que vale a pena, eu dou um jeito para
que as outras pessoas fiquem sabendo.
2 1 . Sou aberto e franco sobre os meus sentimentos.
22. Se alguém vem espalhando estórias falsas a meu respeito, eu o procuro o mais
rápido possível para termos uma conversa sobre o assunto.

248 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249


23. Eu freqüentemente tenho dificuldade em dizer "Não".
24. Eu tendo a reprimir minhas emoções ao invés de fazer uma cena (um escândalo).
25. Eu reclamo do serviço quando o acho deficiente em um restaurante ou qualquer
lugar.
26. Quando recebo um elogio, às vezes não sei o que dizer.
27. Se um casal perto de mim em um teatro ou em uma conferência estiver conver-
sando alto, eu pediria para ficarem quietos ou para irem conversar em outro lugar.
28. Se alguém fura a fila na minha frente, está me provocando para briga.
29. Sou rápido para expressar uma opinião.
30. Existem momentos quando não consigo dizer coisa alguma.

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, V. 6, № 3, pp. 233-249 249


View publication stats

Você também pode gostar