Catálogo Farmacotécnica
Catálogo Farmacotécnica
Catálogo Farmacotécnica
FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DO MEDICAMENTO
Bárbara Silva
Cristiane Lopes
Salvador
2018
CATÁLOGO TÉCNICO: FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS
Salvador
2018
ÍNDICE
Tipos de água e métodos de obtenção
Água potável
É o ponto de partida para qualquer processo de purificação de água para fins
farmacêuticos. É obtida por tratamento da água retirada de mananciais, por meio de processos
adequados que atendam os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e radioativos, para
um determinado padrão de potabilidade.
É comumente usada nas etapas iniciais de procedimentos de limpeza e como fonte de
obtenção de outros tipos de água, requerendo tratamentos adicionais, seja por destilação,
deionização, troca iônica, osmose reversa, isolados ou acoplados, ou outro processo adequado
para produzir a água purificada, livre da interferência de contaminantes que possam afetar a
qualidade dos medicamentos produzidos.
Água reagente
Comumente empregada na limpeza de materiais e equipamentos, e ao finalizar sinteses
de ingredientes ativos ou excipientes. Pode ser produzida por um ou mais processos, de
acordo com as caracteristicas almejadas para seu uso, como destilação simples, deionização,
filtração, descloração ou outro.
Os principais parâmetros que caracterizam a água reagente são: condutividade de 1,0 a
5,0 mS/cm (resistividade > 0,2 MW-cm) e carbono orgânico total (COT) < 0,20 mg/L.
Água purificada
A água purificada é produzida a partir da água potável ou da água reagente, não
contendo qualquer outra substância adicionada. Pode ser obtida por uma combinação de
processos, como múltipla destilação, osmose reversa, deionização e ultrafiltração; Ou outro
processo capaz de atender às especificações apropriadas. Comumente utilizada como
excipiente em formas farmacêuticas não parenterais e formulações magistrais; Tambem em
lavagens de material, preparo de soluções reagentes, entre outros, desde que não haja
nenhuma recomendação de pureza superior no seu uso ou que não necessite ser apirogênica.
A agua purificada nao possui nenhum inibidor de crescimento microbiologico,
necessitando de monitoramento de contagem total de aeróbicos viaveis durante a producao e a
estocagem. A não ser que especificado de forma diferente, ela é caracterizada por
condutividade de 0,1 a 1,3 mS/cm a 25,0 °C, carbono orgânico total < 0,50 mg/L, endotoxinas
< 0,25 UI de endotoxina/mL e contagem total de bactérias < 100 UFC/mL.
Água ultrapurificada
Comum em aplicações mais exigentes, como laboratórios de ensaios, para diluição de
substâncias de referência, em controle de qualidade e na limpeza final de equipamentos que
entrem em contato direto com a amostra requerente deste nível de pureza, permitindo uma
mínima interferência e máxima precisão e exatidão em suas aplicações.
Ela deve ser utilizada no momento da produção, ou no mesmo dia da coleta. Possui
baixa concentração iônica, baixa carga microbiana e baixo nível de carbono orgânico total,
sendo caracterizada por: condutividade de 0,055 a 0,1 a mS/cm a 25,0 o C ± 0,5 o C, carbono
orgânico total< 0,05 mg/L, endotoxinas < 0,03 UI de endotoxina/mL e contagem total de
bactérias < 1 UFC/100 mL.
1. Produto
Álcool etílico 70% (p/p)
2. Forma Farmacêutica
Solução
3. Indicação
Antisséptico e solvente
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Funil
Bastão Dosador
y= 100g x 70g / 88,32 = 79,25g alcool ----> 100g - 79,25g = 20,75g agua
Foi realizada a mistura de álcool etílico e água, a qual foi agitada e entrou em repouso
para determinação do título/grau alcoólico através do alcoômetro e da densidade à temperatura
27 graus Celsius:
Picnô Picn Picnome Mistura
metro ometro tro
vazio água alcool
Temperatur 27 o C
a
Alcoômetro 78c
Grau
centesimal 81oGL
relativo à Ou
densidade 74INPM
Grau 67 INPM
centesimal pelo Ou
alcoômetro 74 o GL
7. Discussão
Almeja-se solução de álcool 70% (p/p) ou INPM. De acordo com a densidade obtida da
mistura, obtivemos álcool 74 INPM. De acordo com o valor medido pelo alcoômetro obtivemos
67 INPM. Houve uma variação entre os valores encontrados, do valor esperado de 70 INPM. O
valor encontrado a partir da densidade pode ser justificado por erros no processo de pesagem.
Porém, independente das variações decorrentes da metodologia por peso da técnica de
densidade, o valor encontrado pelo alcoômetro de 67 INMP ainda é interpretado como abaixo
do valor esperado.
8. Embalagem e armazenamento
Em recipiente adequado, de vidro âmbar ou plástico opaco de alta densidade,
perfeitamente fechado e ao abrigo da luz, à temperatura ambiente.
9. Controle de qualidade
a. Verificação do teor alcoólico
11. Exemplos
1.Produto
Solução conservante de parabenos
2. Forma Farmacêutica
Solução
3. Indicação
Conservante
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Funil
7. Discussão
Obteve-se como produto a solução conservante almejada.
8. Embalagem e armazenamento
Em recipiente adequado, de vidro âmbar ou plástico opaco ao abrigo da luz, à
temperatura ambiente.
9. Referência
Formulário Nacional da Farmacopéia Brasileira, 2012, página 202.
SOLUÇÕES AQUOSAS
1. Produto
Fluoreto de sódio 0,05%
2. Forma Farmacêutica
Solução
3. Indicação
Enxaguante bucal, prevenção de cárie bucal
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
1. Produto
Dentifrício líquido
2. Forma Farmacêutica
Solução
3. Indicação
Antiséptico bucal. Uso externo.
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Proveta Mensuração
117,04g - 70,71g = 46,33g → Logo, foram necessários 3,67g de água para completar 50g.
7. Discussão
O dentifrício produzido se aproximou das características organolépticas almejadas. Ele
deve ser relativamente fluido, mas não muito para evitar que haja a deglutição. Nosso produto
obteve certa fluidez indesejada (figura 3), devendo ter sido utilizado uma maior quantidade de
goma xantana para o ajuste de uma maior viscosidade.
O dentifrício líquido é uma pasta de dente líquido com a mesma função de um creme
dental, ou seja, proporcionar uma boa higiene bucal. O uso de dentifrício auxilia na limpeza dos
dentes, retira manchas, detritos e dificulta a formação da placa bacteriana (SILVA et al, 2001).
O dentifrício é composto por agente viscosificante, conservante, edulcorante e
flavorizante. A diferença entre a pasta dental e o creme dental é a textura, porém não há
nenhuma diferença na efetividade (APCD, 2001).
Os dentifrícios, além da atividade germicida desta atual fórmula, podem se obter de
atividades anti inflamatórias e analgésicas.
Figura 3
8. Embalagem e rotulagem
Todo medicamento manipulado acompanha informativo com orientações. Embalagem
vidro, hermeticamente fechado. Conservar em local fresco e arejado
9. Controle de qualidade
a. pH. (precisa estar estável em uma faixa que não cause dano na mucosa, pH 4-
8).
b. Propiedades organolépticas
Aspecto normal turvo, cor amarelada e odor característico da essência.
c. Atividade microbiana
d. Controle de temperatura (estabilidade)
e. Teor.
1. Produto
Xarope
2. Forma farmacêutica
Solução
3. Indicação
O xarope simples é veículo para produtos líquidos contendo fármacos hidrossolúveis. É
uma base que possibilita a correção de sabores desagradáveis de formulações.
O xarope medicamentoso tem diversos finalidades, como, por exemplo, pode ser um
expectorante, antitussígeno ou mucolítico. O xarope com sulfato ferroso é utilizado para
tratamento da anemia ferropriva. É indicado para crianças e idosos com dificuldade de
deglutição de comprimidos.
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamentos Uso
Banho-Maria Aquecimento
Cálice graduado
Funil
Suporte de funil
Figura 6
8. Embalagem e rotulagem
Em recipiente adequado, de vidro âmbar, bem fechado, ao abrigo da luz e à
temperatura ambiente.
9. Controle de qualidade
a. Viscosidade (xarope medicamentoso);
b. Densidade (xarope simples);
c. Teor;
d. Controle microbiológico.
10. Exemplos
1. Produto
Pomada de ácido salicílico.
2. Forma farmacêutica
Pomada
3. Indicação
Uso tópico. Hiperqueratoses. Concentrações abaixo de 2 %(p/p) têm ação
essencialmente queratoplástica e concentrações superiores a 2 %(p/p) têm ação queratolítica
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamentos Uso
Cálice graduado
Funil
Suporte de funil
Figura 7
8. Embalagem e rotulagem
Em recipiente adequado, de plástico opaco, bem fechado, ao abrigo da luz e da umidade
e à temperatura ambiente.
9. Controle de qualidade
a. Teor
b. Peso médio
c. Controle microbiológico
d. pH
10. Exemplos
Figura 8: Dermosalic, pomada para tratamento de psoriase.
11. Referências
Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, 2012, página 163
PASTAS E OUTROS TIPOS DE POMADAS
1. Produto
Pasta d’água
2. Forma Farmacêutica
Pasta
3. Indicação
Em afecções vesiculares e na presença de exsudação, como antisséptico, cicatrizante e
secativo.
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Vidro-relógio Pesagem
Papel-manteiga Pesagem
Pistilo Mistura
Bastão de vidro
7. Discussão
As pastas são mais espessas e mais firmes, quando comparadas com as pomadas,
porém tem as mesmas características, como, por exemplo, a presença de pó disperso na
formulação.
8. Embalagem e armazenamento
Em recipiente adequado, vidro âmbar ou plástico opaco, perfeitamente fechado, ao
abrigo da luz e a temperatura ambiente.
9. Controle de qualidade
a. Controle microbiológico
b. Densidade
c. Dispersão
d. Viscosidade
10. Exemplos
PÓS E CÁPSULAS
1. Produto
Cápsula gelatinosa dura (tamanho: zero) contendo pó efervescente
2. Forma farmacêutica
Sólida
3. Indicação
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamentos Uso
Banho-Maria Aquecimento
Ácido cítrico produz 3 mol de CO2 para cada 1 mol de acido. Já o tartárico, 2 mol de CO2
para cada mol de ácido. Sendo assim, o ácido cítrico gera uma maior efervescência quando
comparado ao tartárico, porém o ácido tartárico possui maior dureza, impedindo que haja
fragilidade no caso de comprimidos efervescentes.
8. Embalagem e rotulagem
Frasco de plástico opaco com tampa lacrada e inviolável, adicionada de sílica.
9. Controle de qualidade
a. Peso médio (no caso de forma em pós) - para 10 cápsulas.
b. Teor (no caso de forma em cápsulas)/Homogeneidade
c. Características organolépticas
d. Granulometria (no caso de uso de pós para formação de grânulos)
e. Densidade
f. Ângulo de repouso (quanto maior o ângulo, menor o fluxo/maior ocorrência de grumos).
10.Exemplos
Figura: Efervescente da Aspirina.
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
6.1. Procedimento
Inicialmente, houve a dispersão do carbopol em 99,35g de álcool no becker de plástico,
sob agitação mecânica à 800 rpm. Posteriormente houve o acréscimo da trietanolamina sob
agitação, para melhorar a viscosidade do gel e basificar.
Houve aferição do título alcoólico, encontrando o valor de 63,5 graus GL (v/v).
7. Discussão
O valor de 63,5 graus GL (v/v), é abaixo do esperado de 77% (v/v), porém ainda de valor
para as indicações do produto.
As propriedades organolépticas do gel estavam de acordo com o desejado.
Os géis podem ser de uso tópico, ou oral (sob adaptação da forma farmacêutica).
Indicados para usos que necessita-se aumentar o tempo de residência do fármaco no local de
administração.
8. Embalagem e armazenamento
Em recipiente adequado, de plástico, bem fechado, protegido da luz e a temperatura
inferior a 25ºC.
9. Controle de Qualidade
a) Teor
b) Características organolépticas
c) Viscosidade
10. Exemplos
1. Produto
Loção/Base cremosa
2. Forma Farmacêutica
Emulsão
3. Indicação
Preparação líquida cremosa, inodora, utilizada como veículo em preparações
farmacêuticas e/ou cosméticas, tipo: loção cremosa, leite de limpeza, loção hidratante, loção
repelente.
4. Fórmula
Fase 1
Propilparabeno Conservante
Fase 2
Metilparabeno Cpnservante
Propilenoglicol Co-tensoativo
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Béquer Pesagem/Aquecimento
7. Discussão
Obteve-se emulsão com as características desejadas (Figura 12).
Emulsões possuem uso variado. Podem existir sob formas de pomadas, emulgel,
loções/cremes (estas de uso tópico), injetáveis e formas para uso oral, sendo as de uso tópico
possuidoras de maior viscosidade; Injetáveis e oral contendo uma viscosidade menor.
Podem ser utilizadas para fins de liberação controlada, para homogeneidade da fórmula e
para carrear fármacos insolúveis em matriz de caráter externo aquoso
A validade do produto não está vinculada ao teor do fármaco, e sim à estabilidade das 3
fases, que é decorrente da compatibilidade do tensoativo com as bases.
Equilíbrio hidrófilo-lipófilo de emulsões (EHL/HLB): a utilização do óleo mineral, caráter
HLB 9,0, levou ao uso na formulação do tensoativo > 8,0, para estabilidade da emulsão, no
caso, a cera autoemulsionante.
A diferença de distribuição do tamanho das gotas numa emulsão, geram diferencas
gravitacionais, o que pode levar à atração das mesmas e desestabilização da forma
farmacêutica.
Figura 12
8. Embalagem e armazenamento
Em recipiente adequado, de plástico opaco, bem fechado, e em local ventilado.
9. Controle de Qualidade
a. Homogeneidade (distribuição do tamanho das gotas + presença de única fase);
b. pH adaptado para cada tipo de uso e de ativo utilizado;
c. Controle microbiológico;
d. Características organolépticas;
e. Viscosidade.
10. Exemplos
Figura: Loção cremosa da Hit
11. Referências
Protocolo Operacional Padrão – UFBA – Farmacotécnica.
SUSPENSÕES
1. Produto
Leite de Magnésia
2. Forma farmacêutica
Suspensão
3. Indicação
Antiácido a laxante. Em caso de uso como laxativo, não usar em presença de dor
abdominal, náuseas, vômito, alterações nos hábitos intestinais por mais de duas semanas,
sangramento retal e transtornos da função renal.
4. Fórmula
Componentes Quantidade Função
Mg(OH)2 8g Molécula ativa
Solução de ácido cítrico 25% 0.4mL Antioxidante
Solução conservante de 1mL Conservante
parabeno
Aromatizante qs
Água purificada 100mL Veículo
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Vidro relógio Pesagem
Bastão de vidro
Béquer
Cálice graduada
Balança semi-analítica Pesagem
1. Produto
Supositório glicerinado
2. Forma Farmacêutica
Supositório
3. Indicação
Laxante
4. Fórmula
5. Materiais utilizados
Equipamento Uso
Béquer Pesagem/Aquecimento
Banho Maria Aquecimento
Figura 13
8. Embalagem e armazenamento
Em papel laminado ou blister, bem fechado, ao abrigo da luz e da umidade. Conservar
em temperatura inferior a 25°C.
9. Controle de Qualidade
a. Peso médio
b. Teor
c. Dureza
d. Características organolépticas
10. Exemplos
Comentários
As aulas práticas de Farmacotécnica com o professor Henrique Marcelino foram muito
interessantes, descontraídas e tidas de muito aprendizado. O professor é atencioso, o que
facilita a compreensão e aprofundamento do assunto. O mesmo realizou sempre nos inícios
das aulas uma introdução sobre o tipo de forma farmacêutica a que estivemos a produzir,
explicitando seus conceitos, suas possíveis vias, suas utilizações, seus componentes
essenciais e alternativos (indicando o propósito de cada um), e as propriedades necessarias
para o produto, como viscosidade, pH, entre outros.
Ao final de toda aula, houve também discussão sobre quais controles de qualidades são
requerentes para o tipo de formulação realizada, junto a análise das características
organolépticas obtidas nos produtos.
Apesar da breve teoria que o professor ensinava, seria mais interessante se as aulas
teóricas precedessem as aulas práticas, para que os alunos pudessem associar melhor as
informações e aprender mais facilmente.
Na prática, a qual produzimos a formulação de álcool 70% (p/p), houve a oportunidade
de aprender a manusear o picnômetro e a calcular a densidade e usar essas informações
juntamente com o alcoômetro e as tabelas fornecidas pela Farmacopeia Brasileira para calcular
e conferir o teor alcoólico de um álcool.
A prática de álcool em gel, emulsões, supositórios, dentifrícios, suspensões, xaropes,
todas as que tivemos foram novidade, onde pudemos expandir nosso conhecimento e prática.
As práticas de encapsulados e moldáveis também foram muito interessantes e únicas.
Para uma melhoria do bem-estar em classe, a sala de aula onde tivemos as aulas
práticas deveriam estar climatizadas. O calor proveniente de altas temperaturas, aumenta
diante das paramentações exigidas, sendo este, um fator o qual nos fez estar impacientes e
agitadas durante as preparações das formulações, influenciando num preparo não tão
otimizado, quando comparado ao como poderia ser se estivéssemos confortáveis.