Análise de Dimensionamento de Motores de Indução Trifásicos
Análise de Dimensionamento de Motores de Indução Trifásicos
Análise de Dimensionamento de Motores de Indução Trifásicos
ANÁLISE DE DIMENSIONAMENTO DE
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
PEDRO HENRIQUE
GALDINO SILVA
Junho de 2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
Às minhas mães Zirlene e Lazarina e à minha irmã Lucila, que me incentivaram nos momentos
difíceis sendo a base para a minha vitória.
Aos amigos de Bom Sucesso pelos bons conselhos e por compartilharem bons momentos durante
a vida toda.
Aos amigos de São João e da República Sai Doido pela irmandade e cumplicidade.
À minha namorada Fernanda pelo apoio e bons momentos durante essa jornada.
Aos professores e amigos Samir e Arismar, pela acolhida em São João del Rei, e pela orientação
durante esses anos de faculdade.
Ao professor Paulo Lamim pela oportunidade de trabalho, confiança e reuniões incentivadoras
no desenrolar deste trabalho.
À UFSJ, pela oportunidade de capacitação e por me proporcionar amadurecimento nesses 5 anos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 CONCEITOS PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1 GRANDEZAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO DE CONVERSÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA EM MECÂNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 O MOTOR ELÉTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.1 MOTOR SÍNCRONO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.2 MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.3 MOTOR ASSÍNCRONO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 REGIMES DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 TIPOS DE ACIONAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.5 CONDIÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.6 ANÁLISE ECONÔMICA DA AQUISIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS 18
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1 MOTOR MAL DIMENSIONADO EM RELAÇÃO A POTÊNCIA . . . . . . . . . 22
3.1.1 MOTOR SUB-DIMENSIONADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.2 MOTOR SUPERDIMENSIONADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 MOTOR DIMENSIONADO COM CONJUGADO INCORRETO . . . . . . . . . . 24
3.3 MOTOR DIMENSIONADO COM CATEGORIA DE ISOLAÇÃO INCORRETA . . 25
3.4 SUBSTITUIÇÃO DE MOTORES CONVENCIONAIS POR MOTORES DE ALTO
RENDIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.5 MOTORES ACIONADOS POR INVERSORES DE FREQUÊNCIA . . . . . . . . . 27
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1 MAL DIMENSIONAMENTO DE MOTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1.1 CONSEQUÊNCIAS DO SUBDIMENSIONAMENTO DE MOTORES . . . . 29
4.1.2 CONSEQUÊNCIAS DO SUPERDIMENSIONAMENTO DE MOTORES . . 30
4.2 SUBSTITUIÇÃO DE MOTORES CONVENCIONAIS POR MOTORES DE ALTO
RENDIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6 PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
SUMÁRIO 4
RESUMO
Os motores de indução trifásicos são equipamentos amplamente utilizados nos mais diversos
processos industriais. Eles são de fácil instalação, bom custo benefício e aplicáveis em todos
os processos da cadeia produtiva. Tais equipamentos quando corretamente dimensionados e
utilizados garantem funcionamento e vida útil garantidos pelo fabricante. O acesso fácil aos
motores de indução e sua utilização por pessoas sem qualificação técnica faz com que na
maioria dos casos seu dimensionamento seja incorreto, acarretando em uma série de problemas
quando são subdimensionados e também quando são sobre dimensionados, uma vez que o
subdimensionamento pode ocasionar falhas precoces e o sobre dimensionamento pode acarretar
em um consumo excessivo de energia. Neste sentido estudos de redimensionamento de motores
de indução, são cada vez mais implementados para fins de manutenção e também de auditoria
energética. Neste trabalho é feito um estudo dos efeitos do dimensionamento incorreto de motores
de indução, sendo mostradas as consequências econômicas e técnicas geradas nesta etapa do
projeto elétrico industrial.
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS PRELIMINARES
Campo Girante - Campo magnético rotativo gerado no rotor pela indução causada pelas
correntes alternadas trifásicas do estator.
Potencia Reativa - é a parte da potência aparente que não realizada trabalho, é responsá-
vel pela magnetização da máquina, pela manutenção do seu fluxo magnético.
Fator de Potência - é a razão entre a potência ativa e a potência aparente, sendo também
quantificado pelo cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente.
• Compensadores síncronos.
• Extrusoras e picadores..
• Ferramentas de avanço.
• Máquinas de papel.
• Prensas.
• Bobinadeiras.
• Esteiras e separadores.
• Guinchos e guindastes.
Os motores de indução trifásicos são divididos em dois grupos, diferenciados por suas
características construtivas, são eles:
Motor com rotor bobinado - Neste tipo de motor, o enrolamento do rotor é composto
por conjuntos de enrolamentos de cobre, de forma semelhante ao estator.Normalmente esse
motores são utilizados para acionar cargas de alto conjugado e/ou alta inércia de partida, com
poucas manobras durante a operação e velocidade constante como, moinhos de bolas, exaustores
e ventiladores (WEG, 2010, p. 2)
Motor com rotor em gaiola - Neste tipo de motor, o enrolamento do rotor é composto
por barras longitudinais normalmente feitas de alumínio e curto-circuitadas nas extremidades
por um anel de curto-circuito. Devido a sua simplicidade construtiva e robustez, a maior parte
dos motores de indução industriais utiliza rotor do tipo gaiola.
Além da separação dos motores devido ao tipo de rotor, há uma classificação de categorias,
de acordo com as características do conjugado em relação a velocidade, como mostrado na
Figura 1.
Capítulo 2. CONCEITOS PRELIMINARES 9
1. Regime Contínuo S1 - Regime de carga no qual a carga é constante até que a máquina
atinga seu equilíbrio térmico, como mostrado na Figura 2. Para operar neste regime é
Capítulo 2. CONCEITOS PRELIMINARES 10
PN >= PC (2.1)
tb l >= tP (2.2)
Onde,
• PC - Potência da carga.
• tp - Tempo de partida.
carga constante, um de frenagem e um último desenergizado, sendo todos estes com tempo
insuficiente para que a máquina atinga seu equilíbrio térmico como mostrado na Figura 6.
10. Regime com cargas constantes distintas S10 - Regime que apresenta um número limi-
tado de cargas diferentes, ou seja, com limitadas combinações de carga e velocidade, onde
cada uma dessas combinações é mantida por tempo suficiente ao seu equilíbrio térmico.
Vale ressaltar que dentre os ciclos de carga pode haver ciclos com carga igual a zero, como
mostrado nas Figuras 11,12 e 13.
11. Regimes Especiais -Regimes nos quais a carga pode variar durante os períodos de funcio-
namento, podendo reversão ou frenagem por contracorrente.
Capítulo 2. CONCEITOS PRELIMINARES 15
f1
n = (120 × ) × (1 − s) (2.3)
p
Analisando a equação 2.3, é possível concluir que há três parâmetros que influem
Capítulo 2. CONCEITOS PRELIMINARES 16
Altitude - Grande parte dos motores elétricos é projetado para trabalhar em altitudes
abaixo de 1000 metros em relação ao nível do mar, isso se deve ao fato de ocorrer queda
da pressão atmosférica com a elevação da altitude, ocasionando em um ar mais rarefeito e
consequentemente circulando uma menor quantidade de ar na ventilação do motor. Segundo
(LOBOSCO; DíAZ, 1998) para a correção da potência admissível no motor quando este é
submetido a condições adversas de temperatura e altitude deve ser feita de acordo com as
equações a seguir.
Capítulo 2. CONCEITOS PRELIMINARES 18
ΘAD = ΘN + 40 − ΘA − ΘH (2.4)
Sendo,
H − 1000
ΘH = ΘN × (2.5)
10000
Onde,
• H - Altitude.
Nesta seção são mostradas as principais ferramentas utilizadas por engenheiros para a
análise econômica de investimentos em equipamentos.
3 METODOLOGIA
1. Potência eficaz.
4. Tempo de Aceleração.
5. Potência disponível
Ao se especificar o motor para qualquer método de partida que trabalhe com tensão
menor que a nominal de placa da máquina, é necessário dar atenção às correções necessárias,
mostradas nas equações a seguir.(LOBOSCO; DíAZ, 1998)
0
CK = CK × (VP /VN )2 (3.2)
Onde:
• VN - Tensão nominal.
• VP - Tensão de partida.
4. Especificar um motor de rotor bobinado, para os casos de regime intermitente e alta inércia.
nsincrona − ntrabalho
Ttrabalho = Tnominal × (3.4)
nsincrona − nnominal
Ptrabalho
Fc = (3.5)
Pnominal
Onde,
Vale ressaltar que a característica de potência de uma carga varia drasticamente, quanto
ao tipo de carga, e como ela é trabalhada ao longo do tempo, como mostrado na seção 2.3.
Para fins de redundância da proteção da máquina, segunda a WEG (WEG, 2016a, p. 35)
é recomendada a utilização de sensores de temperatura, de modo a evitar danos causado por
sobre aquecimento.
Capítulo 3. METODOLOGIA 23
• problemas de isolação.
• vibração em excesso.
• ruído em excesso.
• sobreaquecimento
Todos esses itens podem ser facilmente checados na Figura 15, onde é possível notar o
comportamento do fator de potência e do rendimento para a variações de carga.
A escolha do motor levando em consideração o conjugado pode ser iniciada pela escolha
da categoria do motor, que diferencia nitidamente a característica de conjugado de cada máquina.
A diferença no conjugado para motores de categorias diferentes pode ser observado na Figura 1.
Onde,
• n = velocidadenominal.
• ns = velocidadesincrona.
• Cmax = conjugadomximo.
• Cp = conjugadodepartida.
Capítulo 3. METODOLOGIA 25
Figura 16: Relação entre conjugado motor e conjugado resistente da carga.(WEG, 2016a, p. 56)
• Cr = conjugadoresistente.
Classe Temperatura(◦ C)
A 105
E 120
B 130
F 155
H 180
Os efeitos da escolha incorreta da classe de isolação são mais qualitativos que quanti-
tativos, uma vez que a presivibilidade de falha da máquina devido a esse quesito, depende das
características de uso da máquina. No capítulo 4, será mostrado comparativo pontual entre um
motor com a isolação correta e outra dimensionado incorretamente.
Capítulo 3. METODOLOGIA 26
Devido ao alto custo da energia elétrica e ao fato de 68% da energia consumida pela
indústria nacional ser direcionada a motores elétricos (WEG, 2012), é interessante que os motores
em atividade tenham a maior eficiência possível. Devido a isso, e a fatores históricos ocorridos
no país, relacionados a falta e racionamentos de energia, principalmente no início dos anos 2000,
foram criados programas de incentivo à modernização de equipamentos. Aqui trataremos do
programa de incentivo a substituição de motores convencionais por motores de alto rendimento.
Para a substituição será considerado um motor de alto rendimento com características de potência
iguais ao standard. A tabela mostra os dados de rendimento de ambas as categorias.
Para o cálculo do consumo e custo de energia mensal de cada motor serão utilizadas as
equações 3.7, 3.8 e 3.9.
P otenciacv × 0, 736
DemandakW = (3.7)
Rendimento% × F atordeP otencia
P otenciakW × T empodeoperacaoh
ConsumokW h = (3.8)
Rendimento%
Como visto anteriormente, existem vários métodos para acionamento de um motor, nesta
seção vamos abordar o acionamento por inversores de frequência por modulação de largura de
pulso(PWM). Este tipo de acionamento terá destaque, pelo fato de influir diretamente na escolha
Capítulo 3. METODOLOGIA 28
do motor, uma vez que pode ser necessário dimensionar máquinas com características diferentes
se comparando com um método de acionamento direto.
• Aumento da temperatura.
• Queda do rendimento.
4 RESULTADOS
Características de operação
Carga (%) 130% 120% 100% 75% 50% 30% 0%
RPM 1760 1760 1760 1760 1760 1760 1760
Rend (%) 87% 88% 90% 91% 89% 84% 0%
Fp 0,83 0,84 0,84 0,8 0,68 0,54 0,15
sobre carga, porém no ato da falha, o prejuízo financeiro é eminente, uma vez que as soluções
disponíveis para este caso são de custo elevado, sendo recomendado substituir a máquina antes
da falha para evitar também a parada inesperada do processo de bombeamento.
• Rendimento em 89%.
5 × 0, 736
DemandakW = = 4, 86 (4.1)
0, 90 × 0, 84
5 × 0, 736
DemandakW = = 6, 08 (4.2)
0, 89 × 0, 68
Capítulo 4. RESULTADOS 31
É interessante ressaltar que em uma planta industrial pode haver centenas de motores, e
a contribuição de todos eles na demanda e na energia reativa é bastante significativa.
Embora os valores mostrados nas tabelas 6 e 5, sejam diferentes dois valores mostrados
na simulação realizada no sistema WEG, as diferenças eram esperadas pelo fato de os parâmetros
utilizados no cálculos serem aproximações e os parâmetros WEG serem reais e também pelo fato
de a simulação considerar somente um valor de tarifa e o cálculo considerar valores em períodos
de ponta e fora de ponta.
Figura 18: simulação de substituição não idêntica realizada no sistema WEG.(WEG, 2018)
Capítulo 4. RESULTADOS 33
5 CONCLUSÃO
Como mostrado no capítulo 4, para a maior parte das causas de mal dimensionamento
as consequências finais são financeiras, seja por quebra do equipamento e necessidade de
substituição, ou por tempo de produção perdido. Dentre os dados mostrado é notável a diferença
de rendimento, e consumo para os motores dimensionados com potência incorreta, diferenças
essas que resultam em até 20% de aumento na demanda da máquina, além das consequências
imprevisíveis como parada inesperada da máquina.
Trabalhos futuros apresentarão a evolução deste estudo com objetivo de tornar mais
rápida a tomada de decisão no dimensionamento dos motores em situações reais da indústria.
36
REFERÊNCIAS
WEG. Características e especificações de motores elétricos CA: curso DT-01. WEG, 2016.
Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=yK9GHQAACAAJ>. Citado 10 vezes
nas páginas 5, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 22 e 25.
WEG. Motores de Indução Alimentados por Inversor de Frequência PWM. WEG, 2016.
Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=yK9GHQAACAAJ>. Citado 4 vezes
nas páginas 15, 16, 17 e 28.