Aula Tratamento Restaurador em Odontopediatria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ODONTOPEDIATRIA

Tratamento Restaurador
em Odontopediatria

Profa. Me. Amanda Vervloet Dutra Agostinho Assis


Sumário

1. Introdução
2. Planejamento do tratamento restaurador
3. Isolamento absoluto
4. Considerações morfológicas dos dentes decíduos
5. Classificação das lesões de cárie
6. Tratamento Restaurador
- abordagem não invasiva
- abordagem invasiva
7. Referências
Planejamento do Tratamento Restaurador

Fatores a serem considerados


✓ Paciente: idade, cooperação
✓ Risco de cárie: experiência de cárie
✓ Dente e desenvolvimento da dentição: idade do dente, tempo
de permanência do dente na cavidade bucal, extensão da
lesão, estrutura remanescente após remoção do tecido cariado
✓ Adesão dos pais ao tratamento: controle do biofilme dental,
retorno para consultas de manutenção
(Maia, Primo, 2012)
Isolamento Absoluto

Vantagens Desvantagens
✓ Ampla visibilidade ✓ Dificuldade de realização
✓ Campo livre de umidade em alguns casos
✓ Retração e proteção dos
tecidos ✓ Alergia ao lenço de
✓ Proteção do paciente borracha
✓ Eficiência operatória
✓ Auxilia no controle do
comportamento
✓ Reduz a contaminação (Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
✓ Assepsia da polpa
ISOLAMENTO ABSOLUTO
Instrumentais
(Maia, Primo, 2012)
Isolamento Absoluto

Técnicas de colocação:
1. Conjunto grampo-arco-lençol

2. Coloca-se o grampo selecionado,


depois o lençol, em seguida o arco

3. Coloca-se o grampo com o lençol, em


seguida o arco
Isolamento Absoluto

Remoção do lençol de borracha


- retirar cunhas, tiras de metal...
- cortar e remover amarrias de fio dental
- cortar a borracha no espaço interproximal
- remover o grampo com auxílio da pinça porta-grampo
- retirar a borracha e o arco

❖ Isolamento relativo
(Guedes-Pinto, 2012)
Considerações morfológicas dos dentes decíduos
Considerações morfológicas dos dentes decíduos
Considerações morfológicas dos dentes decíduos
Classificação das lesões de cárie (Black, 1908)

✓ Classe I
✓ Classe II
✓ Classe III
✓ Classe IV
✓ Classe V

(Guedes-Pinto, 2012)
Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador

✓ Abordagem não invasiva: • Hígida


- observação e controle • Lesão em esmalte
- selantes de fossas e fissuras

✓ Abordagem invasiva:
- restaurações • Lesão em dentina
(amálgama, RC, CIV)
Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador

✓ Abordagem não invasiva: • Hígida


- observação e controle • Lesão em esmalte
- selantes de fossas e fissuras

✓ Abordagem invasiva:
- restaurações • Lesão em dentina
(amálgama, RC, CIV)
Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

✓ A proposta de tratamento não invasivo de observação e


controle não se resume a uma técnica ou medida isolada.

✓ O clínico deve estar empenhado em cada consulta, com cada


paciente, mostrando-lhe a importância de se controlar a
doença.

✓ A educação e a motivação do paciente e de seus responsáveis


são fatores determinantes no sucesso do tratamento.

(Maia, Primo, 2012)


Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Observação e controle

Controle de Aconselhamento Uso racional de


biofilme dietético flúor
• Atenção: 1 M • Sacarose: o + tarde possível • Atividade de cárie e
permanentes • Frequência idade
• Técnica: superfícies de > • Consumo racional de • Dentifrício fluoretado
risco açúcar
• Aconselhamento
• Alta atividade de
• Auxílio e supervisão dos personalizado (alto risco) cárie: dentifrício + ATP
responsáveis (< 8 anos)

(Maia, Primo, 2012)


Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Selante de fossas e fissuras

Materiais adesivos que atuam penetrando


nas fossas e fissuras, criando uma barreira
mecânica nessas superfícies.

(Imparato et al, 2003)


Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Selante de fossas e fissuras


Indicações Contraindicações
√ Atividade de cárie (lesões
√ Ausência de atividade de
de mancha branca ativa)
cárie
√ Dentes parcialmente
√ Dentes irrompidos há mais de
irrompidos
2 anos
√ Alto risco
√ Experiência anterior de
cárie
(Imparato et al., 2003)
Selante RESINOSO Selante IONOMÉRICO
Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Selante Resinoso: Técnica de aplicação

1. Isolamento absoluto 2. Condicionamento com ácido 3. Aplicação do selante 4. Aspecto após


fosfórico a 37% fotopolimerização

(Imparato et al., 2010)


Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Selante Ionomérico: Técnica de aplicação

1. Aspecto inicial 2. Condicionamento com 3. Inserção do CIV 4. Aspecto do CIV - oclusal


ácido poliacrílico

(Imparato et al., 2010)


Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador – Abordagem não invasiva

Selante Ionomérico: Técnica de aplicação

5. Pressão digital 6. Proteção com verniz 7. Aspecto final

(Imparato et al., 2010)


Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador

✓ Abordagem não invasiva: • Hígida


- observação e controle • Lesão em esmalte
- selantes de fossas e fissuras

✓ Abordagem invasiva:
- restaurações • Lesão em dentina
(amálgama, RC, CIV)
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

Requisitos ideais do material restaurador

√ Biocompatibilidade
√ Adesão aos tecidos dentários
√ Propriedades similares aos tecidos dentários
√ Capaz de promover reparo dos tecidos perdidos

(Maia, Primo, 2012)


Exame, diagnóstico e plano de tratamento

(Cameron, Widmer, 2012)


Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

AMÁLGAMA DE PRATA
Liga Metálica Metal líquido
Ag, Sn, Cu Hg
*Zn, In, Pd, Ga
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

AMÁLGAMA DE PRATA
- É retido ao dente por meio do preparo cavitário
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

AMÁLGAMA DE PRATA
Vantagens Desvantagens
√ Resistência ao desgaste √ Estética
√ Facilidade de manipulação √ Ausência de adesão
√ Baixo custo √ Manchamento
√ Longevidade √ Corrosão
√ Toxicidade
(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

AMÁLGAMA DE PRATA
Indicações Contraindicações
√ Classe I, II, V √ Classe III, IV
√ Dentes muito destruídos

(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)


Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

AMÁLGAMA DE PRATA
- Passos:
1. Trituração
2. Inserção
3. Condensação
4. Brunidura
5. Pré-escultura
6. Escultura
(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
AMÁLGAMA DE PRATA
Instrumentais
SEQUÊNCIA CLÍNICA
AMÁLGAMA EM DENTE POSTERIOR
(Maia, Primo, 2012)
Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

RESINA COMPOSTA

1. Matriz orgânica (monômeros metacrilatos: Bis-GMA/ UDMA/Bis-


EMA/TEGDMA)
2. Carga inorgânica (quartzo, vidro, sílica)
3. Agente de união (silano)
4. Sistema iniciador-ativador
(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

RESINA COMPOSTA
Vantagens Indicações
√ Preparo cavitário conservador
√ Classe I, II, III, IV e V
√ Preserva mais estrutura dentária
√ Adesão à estrutura dentária
√ Estética
√ Facilidade de reparo

(Guedes-Pinto, 2012)
RESINA COMPOSTA

(Duque, 2013)
RESINA COMPOSTA

(Corrêa, 2011)
SISTEMAS ADESIVOS
Convencionais Autocondicionantes
3 PASSOS 2 PASSOS 2 PASSOS 1 PASSO
ÁCIDO ÁCIDO
PRIMER PRIMER ÁCIDO PRIMER ÁCIDO
PRIMER + ADESIVO
+ ADESIVO
ADESIVO ADESIVO
RESINA COMPOSTA
Instrumentais
RESINA COMPOSTA
Instrumentais (interproximais)
SEQUÊNCIA CLÍNICA
RESINA COMPOSTA EM
DENTE POSTERIOR
(Lenzi, TL)
2mm
SLOT VERTICAL
√ Acesso à face proximal comprometida através de um sulco
vertical confeccionado na crista marginal, sem se estender
por oclusal.
Indicações Contraindicações
√ lesões de cárie estritamente √ lesões de cárie proximais
proximais e localizadas na com envolvimento da face
altura da crista marginal O e abaixo da área de
até no máximo a área de contato proximal.
contato proximal.
(Maia, Primo, 2012)
SLOT VERTICAL
Vantagens Desvantagens
√ Mínimo desgaste de tecido √ Desgaste da crista marginal
dentário sadio intacta
√ Rápida execução

(Maia, Primo, 2012)


SLOT HORIZONTAL
√ Acesso à lesão cariosa interproximal através da superfície V
ou L do dente, entre o ponto de contato e a gengiva,
preservando a integridade da crista marginal, que é uma
estrutura de reforço.

Indicações Contraindicações
√ lesões de cárie estritamente √ envolvimento da superfície
proximais, abaixo do ponto O, proximidade da crista
de contato, sem marginal.
envolvimento da crista
marginal.
(Maia, Primo, 2012)
SLOT HORIZONTAL
Vantagens Desvantagens
√ Mínimo desgaste de tecido √ Restrita a processos cariosos
dentário sadio iniciais
√ Preserva a resistência (crista √ Dificuldade de visualização
marginal íntegra) da lesão durante o preparo
√ Menor tempo √ Habilidade do operador
√ Melhor estética
√ Mínimo acabamento
(Maia, Primo, 2012)
(Maia, Primo, 2012)
❖ RESTAURAÇÃO PREVENTIVA

❖ RESTAURAÇÃO SANDUÍCHE

(Mcdonald, Avery, 2012)


SEQUÊNCIA CLÍNICA
COROA DE CELULÓIDE
EM DENTE ANTERIOR
(Pedroso et al, 2014)
(Pedroso et al, 2014)
(Gonçalves, Vale; 2011)
(Soares et al, 2010)
SEQUÊNCIA CLÍNICA
TÉCNICA DA MURALHA
DENTE ANTERIOR
(Maia, Primo, 2012)
SEQUÊNCIA CLÍNICA
COLAGEM DE FRAGMENTO EM DENTE ANTERIOR
(Paula CC, 2011)
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO

Ácido poliacrílico
vidro de flúor-
ác. itacônico ou
alumínio-silicato
maleico + ác. tartárico

Adesão química entre o ác. poliacrílico e o cálcio da


hidroxiapatita do dente (Guedes-Pinto, 2012)
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO


Vantagens Indicações
√ Biocompatibilidade √ Classe III e V
√ Liberação de flúor √ Classe I e II
√ Adesão à estrutura
dentária

(Guedes-Pinto, 2012)
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO

(Duque, 2013)
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO
Forma de apresentação
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO
Convencionais Modificados por resina
CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO
Instrumentais
Exame, diagnóstico e plano de tratamento
Tratamento Restaurador – Abordagem invasiva

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO

Inserção na cavidade
BRILHO: há grupos carboxílicos livres para se unir ao cálcio
da estrutura dentária, gerando a ADESÃO QUÍMICA
SEQUÊNCIA CLÍNICA
CIMENTO DE IONÔMERO
DE VIDRO EM DENTE
POSTERIOR
(Croll, 2017)
(Croll, 2017)
(Croll, 2017)
COROAS PRÉ-FABRICADAS
DE AÇO INOXÍDÁVEL
Indicações
√ Dentes posteriores extensamente destruídos (molares decíduos)
√ Cárie extensa com comprometimento pulpar
√ Dentes com anomalias de desenvolvimento (AI e DI)
√ Base para mantenedor de espaço
√ Apoio prótese removível
√ Alto risco/HB deficiente

Contraindicações: Dentes anteriores


(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
COROAS PRÉ-FABRICADAS
DE AÇO INOXÍDÁVEL
Vantagens Desvantagens
√ Recuperação da dimensão √ Estética
vertical √ Ponto de contato deficiente
√ Equilíbrio oclusal (infra e √ Dificuldade de se obter
supraoclusão)
contorno cervical adequado =>
√ Compatibilidade com tecidos problemas periodontais (MD)
bucais
√ Dificuldade de se obter uma
√ Resistência aos componentes intercuspidação imediata
da saliva (anatomia padrão)
√ Baixo índice de insucesso
(Guedes-Pinto, 2012; Maia, Primo, 2012)
11 aa 1,5
1,5 mm
mm
Referências
Amanda Vervloet Dutra Agostinho Assis
[email protected]

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