O Clima

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Capítulo 1: CLIMA E FORMAÇÕES

VEGETAIS
 O estado do tempo varia de lugar para lugar e está dependente do conjunto
das condições atmosféricas, que ocorrem num determinado momento e num
determinado lugar. Quando falas que faz calor ou frio, ou vai chover, ou qual
a intensidade do vento, estás a falar de estado do tempo.

 As condições atmosféricas que caracterizam o estado do tempo são:

 Temperatura;
 Precipitação;
 Humidade;
 Vento;
 Nebulosidade;
 Pressão atmosférica.
 Por outro lado, ao conjunto dos estados do tempo mais
frequentes, observados e registados durante 30 anos, denomina-se clima.

Por ex:
Para se conhecer o estado do tempo em Faro durante um determinado
dia, podemos consultar o site do Instituto de Meteorologia e ver a previsão (figura
(04/02/2012))
 Para estudares o clima de uma dada região deves
considerar os diferentes elementos climáticos.

Os principais elementos climáticos são a temperatura e


precipitação.

Estes elementos variam no tempo e no espaço, devido


aos factores climáticos:

 Latitude;
 Relevo;
 Proximidade ou afastamento do mar;
 Correntes marítimas.
 A temperatura do ar varia ao longo do dia e do ano, num mesmo
lugar, mas também varia de lugar para lugar. A variação da
temperatura depende, essencialmente, de dois factores:

 Inclinação dos raios solares – quanto maior for a


inclinação dos raios solares, maior é superfície
aquecida e mais baixa é a temperatura.

 Espessura da atmosfera – a espessura da atmosfera


atravessada pelos raios solares é tanto mais quanto
maior for a inclinação dos raios solares. Quanto maior
é a inclinação, maior é o trajecto percorrido pelos raios
solares, logo a energia dispersa-se e a temperatura
diminui.
 A variação diurna da temperatura, ao longo de 24 horas, deve-se
ao Movimento de Rotação da Terra (páginas 16,17,18 do manual):
 Ao nascer do Sol os raios solares incidem de forma oblíqua (Fig.1 – A), e a
espessura de atmosfera por eles atravessada é maior. A temperatura do ar é
relativamente baixa, porque a energia solar espalha-se por uma área maior (A1).

 Quando chegamos ao meio-dia, a radiação emitida pelo sol incide directamente


sobre superfície, já que a inclinação dos raios solares é menor (Fig.1 B) e
atravessa uma espessura de atmosfera mais pequena. A temperatura é mais
elevada, mas não é a máxima diária.

 Ao pôr-do-sol, os raios solares voltam a estar oblíquos (Fig.1 – C), sendo, mais
uma vez, grande a espessura de atmosfera atravessada pelos raios solares e a
superfície aquecida volta a ser maior (C1). Desta forma, a temperatura volta a
baixar.

 Ao longo da noite, a ausência de radiação solar juntamente com a libertação de


energia calorífica da Terra para o espaço, a temperatura vai baixando
gradualmente. No entanto, quando há presença de nuvens no céu, durante os
períodos da noite, existe uma manutenção das temperaturas, não se perdendo
toda a energia acumulada durante o período diurno.
A1 – Superfície aquecida ao princípio da manhã
B1 – Superfície aquecida ao meio-dia
C1 – Superfície aquecida ao fim da tarde
No dia 29/12/2009 registaram-se as seguintes temperaturas
em Lisboa.
1. Para calcularmos a temperatura média daquele dia (TMD), temos que
somar todos os valores de temperatura registados e dividi-los pelo
número de observações (6, neste caso):

 TEMPERATURA MÉDIA DIÁRIA (TMD)

8º + 6º + 5º+ 11º + 13º + 10º


TMD = TMD = 8,8º C
6

2. Para calcularmos a amplitude térmica daquele dia (ATD), temos que


encontrar a diferença entre a temperatura máxima e a mínima
registadas ao longo do dia:

 AMPLITUDE TÉRMICA DIÁRIA (ATD)

ATD = 13º - 5º = 8º C
 Os raios solares não incidem da mesma forma na superfície
terrestre, devido à inclinação do eixo da Terra em relação à sua órbita.
 Como podes observar na figura 2, devido à forma arredondada
da Terra, os raios solares atingem a superfície terrestre com
diferentes graus de inclinação.

 Entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, a inclinação dos


raios solares é menor do que nas regiões polares. Por
isso, entre os trópicos, a energia dos raios solares é
distribuída por uma superfície menor do que nas regiões
polares:

 Na região intertropical (entre o trópico de Câncer e o trópico


de Capricórnio), há uma maior concentração da energia os
raios solares e, por consequência, um maior aquecimento;

 Nas regiões polares, a menor concentração da energia dos


raios solares provoca um menor aquecimento.
 Desta forma, podes concluir que quanto maior é o valor da
latitude, menor é o aquecimento da superfície terrestre, ou
seja, a temperatura diminui à medida que a latitude aumenta.
 O Movimento de Translação e a Variação da TEMPERATURA AO LONGO DO ANO
(páginas 19, 20, 21 e 22 do manual).

 O movimento de translação,
ou seja, o movimento que a
Terra executa à volta do Sol
(365 dias e 6 horas) e a
inclinação do eixo da Terra,
fazem com que a Terra não
tenha sempre a mesma
posição em relação ao Sol.

 Este movimento origina as


variações anuais de
temperatura, ou seja, as
estações do ano e determina
também a duração dos dias e
das noites, assim como o nº
de horas de sol recebidas.
Solstício de junho (21 Equinócios de março Solstício de
Lugares de junho) e setembro (20 ou 21 dezembro (21 ou 22 de
de março e 22 ou 23 de dezembro)
setembro)

A norte do Círculo Dia natural =24 h Dia natural = Noite Dia natural =24 h
Polar Ártico

Entre o Círculo .Dia natural > Noite; Dia natural = Noite; .Dia natural < Noite;
Polar Ártico e o
Equador . As temperaturas:
(Hemisfério Norte)
.Temperaturas mais - descem entre .Temperaturas mais
elevadas; setembro a março; baixas;
- sobem entre março a
setembro;

Equador Dia natural = Noite Dia natural = Noite Dia natural = Noite

Entre o Equador e Dia natural < Noite; Dia natural = Noite Dia natural > Noite;
Círculo Polar
Antártico .Temperaturas mais . As temperaturas: .Temperaturas mais
(Hemisfério Sul) - sobem entre
baixas; setembro a março;
elevadas;
-Descem entre março a
Temperatura Média Mensal (TMM) resulta da soma das temperaturas médias
diurnas de um determinado mês a dividir pelo nº de dias do respetivo mês.

Temperatura Média Anual (TMA) resulta da soma das Temperatura Médias


Mensais do ano a dividir pelo nº total de meses.

 TEMPERATURA MÉDIA ANUAL (TMA)

Somatório das temp. méd. mensais


 TMA= ____________________________________________
12 meses

 2. Amplitude Térmica ANUAL (ATA) resulta da diferença entre a temperatura


média mensal mais elevada e a temperatura média mensal mais baixa.
 A Latitude do lugar (páginas 21 e 22 do manual).

Regra geral, a temperatura diminui à medida que a latitude


aumenta, ou seja, ou seja as temperaturas médias anuais são
mais elevadas nas regiões próximas do equador e vão
diminuindo com a aproximação às regiões polares.
A explicação: à medida que a latitude aumenta, a inclinação dos
raios solares vai sendo cada vez maior e, portanto, a temperatura
vai diminuindo.
 A temperatura diminui com o aumento da latitude e o mesmo
acontece com a altitude, ou seja, à medida que vai aumentando a
altitude vai diminuindo a temperatura.
 A temperatura baixa 6,5°C por cada mil metros – gradiente
térmico vertical. Esta situação acontece porque diminui a
capacidade de absorção da radiação solar e da radiação
terrestre, em virtude da diminuição da quantidade de vapor de
água e dióxido de carbono, entre outros.

 Contudo, também a orientação das vertentes pode fazer varia a


temperatura:

 As vertentes expostas a Sul no hemisfério Norte e expostas a


Norte no hemisfério Sul são vertentes soalheiras – temperatura
elevada;
 Vertentes expostas a Norte no hemisfério Norte expostas a Sul no
hemisfério Sul são vertentes umbrias – temperaturas baixas.
 A proximidade ou afastamento de um lugar em relação ao mar
explica as diferenças de temperatura entre o litoral e o interior.

 De facto, a água tem um papel de regulador térmico, diminuindo o


efeito das diferenças de temperatura – temperaturas muito
elevadas e temperaturas muito baixas. Nas áreas próximas do
litoral é menor a amplitude térmica, sendo que não são muito
elevadas no Verão nem muito baixas no inverno. Por outro lado, as
regiões afastadas do mar registam maiores amplitudes térmicas
anuais, ou seja, o Verão é muito quente e o inverno é muito frio.

 De facto, estas as amplitudes térmicas explicam-se com base na


capacidade calorífica dos continentes e dos oceanos. Os
continentes ganham e perdem muito facilmente o calor que
recebem durante o dia, ao passo que os oceanos aquecem menos e
de forma mais lenta.
 As características das correntes marítimas – quentes ou
frias – influenciam a temperatura e a humidade das
regiões junto ao litoral. Desta forma, nas regiões
influenciadas por uma corrente marítima fria, as
temperaturas são muito mais baixas no
Inverno, enquanto nas regiões banhadas por uma
corrente quente, as temperaturas são sempre
amenas, mesmo no Inverno.

 As correntes quentes contribuem para moderar as


temperaturas dos lugares localizados junto à costa são
mais amenas no Inverno. A corrente quente do Golfo do
México desloca-se para o Noroeste da
Europa, permitindo que os Invernos sejam mais amenos.

 As correntes frias contribuem para um maior


arrefecimento do ar no Inverno e temperaturas mais
amenas no Verão.
 Como e por que é que ocorre precipitação?

 A precipitação está associada à existência de nuvens, no entanto, nem sempre


ocorre. Para que ocorra precipitação é necessário que as gotículas em
suspensão que formam as nuvens originem gotas de água maiores e com um
peso que lhes permita vencer a gravidade e atingir o solo.
Mas para ocorrer precipitação é necessário que exista a subida do ar. Deste
facto, o ar ao subir, vai expandir-se e arrefecer, até atingir o ponto de
saturação, a partir deste momento o ar pode condensar, formando nuvens, que
por sua vez podem levar à ocorrência de precipitação.

 Tipos de precipitação
A subida do ar pode acontecer através de quatro processos diferentes,
originando quatro tipos de precipitação:

 Orográficas – subida do ar ao longo das vertentes montanhas;


 Convergentes – subida do ar devido à convergência dos ventos numa
determinada zona;
 Convectiva – subida do ar, causada pelo seu aquecimento, após ter contactado
com uma superfície mais quente. Ao aquecer, torna-se mais leve e sobe;
 Frontalis – subida do ar devido ao contacto de duas massas de ar diferente.
 A precipitação, como a temperatura é influenciada pela latitude, altitude,
afastamento e proximidade do mar e das correntes marítimas, o que explica
a sua desigual distribuição à superfície da Terra.

 A circulação do ar na atmosfera influência a pressão atmosférica, que por


sua vez influência o estado do tempo. O ar desloca-se sempre das altas para
as baixas pressões, o que origina a convergência e a subida do ar nas áreas
de baixas pressões, e divergência e descida do ar nos centros de altas
pressões.

 Altas pressões polares (no hemisfério norte e hemisfério sul);


 Baixas pressões subpolares (no hemisfério norte e hemisfério sul);
 Altas pressões subtropicais (no hemisfério norte e hemisfério sul);
 Baixas pressões equatoriais.

 A distribuição dos principais centros de pressão atmosférica em latitude


influencia a distribuição da precipitação mundial.
Os centros de baixas pressões estão associados a céu muito nublado e ao
mau tempo – contribuem para o aumento da precipitação.

Os centros de altas pressões estão associados a céu limpo e a tempo


seco – contribuem para a diminuição da precipitação.
 Assim, podemos verificar:

 Nas regiões equatoriais, onde há elevadas


temperaturas, o ar sobe, formando centros de baixas
pressões que originam precipitação muito abundante.

 Próximo dos trópicos, o ar desce, originando altas


pressões, que são responsáveis pelo tempo seco
predominante nessas latitudes.

 Nas latitudes médias, dá-se a convergência do ar


tropical com o ar polar, formando-se as baixas
pressões que explicam a ocorrência de precipitação
abundante.

 Nos pólos, onde há baixas temperaturas, formam-se


altas pressões e, por isso, há baixos valores de
precipitação.
 As áreas próximas do mar são influenciadas
pelos ventos húmidos marítimos registando
valores elevados de precipitação, à medida
que os ventos marítimos vão avançando para
o interior do território, perdem humidade e o
seu efeito amenizador da temperatura.
Assim, verifica-se um contraste
litoral/interior.
 A precipitação é influenciada pela altitude e pela
sua exposição em relação à linha de costa. De
facto, a precipitação é mais elevada em áreas de
maior altitude e nas áreas montanhosas
concordante. As áreas de montanhas concordantes
são paralelas à linha de costa e são fortemente
influenciadas pelos ventos húmidos.

 As montanhas podem ter vertentes


barlavento, que estão expostas aos ventos
húmidos e vertentes sotavento, que estão
abrigadas dos ventos húmidos. Nas vertentes
barlavento é maior a precipitação do que nas
vertentes sotavento, que normalmente são muito
secas.
 Formas de Precipitação
◦ Chuva
◦ Granizo
◦ Saraiva
◦ Neve

 Formas de condensação
◦ Nevoeiro
◦ Geada
◦ Orvalho
Abrigo meteorológico
Cata-ventos e anemómetro Tina evaporimétrica

Heliógrafo
Termómetro de máxima e mínima

Udómetro ou Pluviómetro
 Os principais climas do mundo

 A conjugação dos factores climáticos origina três grandes tipos de clima –


quentes, temperados e frios.
 Os climas distribuem-se em três zonas climáticas:

 Zona Quente ou Intertropical – temperaturas médias


mensais e anuais elevadas e pouca variação anual;

 Zona Temperada do Norte e do Sul – temperaturas


médias anuais moderadas e com variação das
temperaturas médias mensais ao longo do ano;

 Zona Fria do Norte e do Sul – temperaturas médias


anuais negativas e um grande contraste nas
temperaturas médias mensais.
 Portugal tem características climáticas das regiões
de clima temperado mediterrâneo, mas apresenta
grandes contrastes regionais.

Assim, podemos distinguir várias regiões climáticas:

 Região mediterrânica – Sul de Portugal Continental


e Região Autónoma da Madeira;
 Região atlântica – Litoral Norte e Região Autónoma
dos Açores;
 Região continental do norte – Interior Norte;
 Região de influência da altitude – Áreas de
montanhas de maior altitude.
 As características climáticas reflectem-se no tipo de
vegetação. Desta forma, podemos encontrar em
Portugal continental, espécies diferentes, consoante
os traços climáticos dominantes:

 Floresta caducifólia;
 Floresta mediterrânea;
 Maquis;
 Garrigues.

 Nas regiões Autónomas, a vegetação natural também


apresenta características predominantemente
mediterrânicas. Devido à influência do oceano, que
modera as temperaturas e gera grande humidade,
ainda se preserva a floresta laurisilva, que em tempos
remotos, cobriu uma boa parte da Europa do Sul.

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