Tipologia e Arquétipos: A Psicologia Profunda Como Base para Uma Hermenêutica
Tipologia e Arquétipos: A Psicologia Profunda Como Base para Uma Hermenêutica
Tipologia e Arquétipos: A Psicologia Profunda Como Base para Uma Hermenêutica
2015v12n1p382
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Adaptada.
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a concluir que Jung, a partir de análise entre teoria e prática, percebeu a existência
de padrões de conteúdo mitológico e religioso, levando à hipótese da existência de
um inconsciente impessoal coletivo formado por tudo o que é consciente, mas que
não estamos pensando no momento; o que é percebido pelos órgãos dos sentidos,
mas a mente consciente não valoriza, são conteúdos que nós pensamos, sentimos,
recordamos, desejamos e fazemos involuntariamente sem prestarmos atenção.
Jung, no entanto, percebeu que havia uma camada ainda mais profunda formada
por conteúdos que nunca haviam sido conscientes. Essa observação levou Jung à
“descoberta” do inconsciente coletivo.
Indo além, os autores levam os leitores a perceberem que, para Jung, o
sonho “é uma auto representação, em forma espontânea e simbólica, da situação
atual do inconsciente” (FERNANDES; FIALHO, 2014, pp. 48-49). Essa compreensão
do processo onírico levou Jung a perceber a recorrência de determinados “temas ou
elementos formais que se repetiam de forma idêntica ou análoga nos mais variados
indivíduos” (p. 49), revelando os arquétipos, que são representações oriundas do
inconsciente coletivo.
Após estas revelações, no capítulo quatro, “Arquétipos, mitos e
hermenêutica”, os autores utilizam-se de metáforas e analogias para facilitar a
compreensão do conteúdo dos arquétipos, os mitos, que revelam os padrões
fundamentais da existência humana, herdadas coletivamente pela psique.
Na seção seguinte da obra, é tratado de forma brilhante um dos temas mais
recorrentes na psicologia junguiana. Em “As funções psicológicas e as atitudes da
libido”, os autores utilizam a metáfora “ser-universo” para introduzir de forma
simplificada, mas não simplista, as atitudes e as funções psíquicas descobertas por
Jung. Neste capítulo o leitor compreende que as atitudes são extroversão (quando o
indivíduo direciona energia psíquica ao objeto) e introversão (a energia é
direcionada ao indivíduo). Além das atitudes, Jung criou a expressão “função
psíquica” para designar uma forma de manifestação da libido. Assim, atitudes
psíquicas e funções psíquicas se referem à direção da energia da libido e o caminho
de sua manifestação.
Neste quinto capítulo conclui-se que, segundo Jung, há quatro funções
psíquicas básicas, que são sensação, intuição, pensamento e sentimento, as quais
correspondem a quatro maneiras de reagir às leituras de mundo e que explicam o
REFERÊNCIAS
Por:
Jactania Marques Muller, mestranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento
pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Psicologia.
E-Mail: [email protected]
Resenha:
Submetida em 13.05.2015
Aceita em 14.06.2015