Fraturas Da Mao
Fraturas Da Mao
Fraturas Da Mao
(ROCKWOOD)
INCIDÊNCIA
Fraturas muito comuns, sendo que fraturas de falanges são as 2a mais comuns (23%) e metacarpos a 3a (18%) dos MMSS, atrás do radio distal.
Incidência 17,5% de todas as fraturas:
Falanges (46%) – 57,4% proximal, 30,4% média
Metacarpos (36%) – Colo do 5o metacarpo representando 30% dos casos.
Incidência maior em homens, 1,8-5,4:1
2 picos, seno 1o na 3a década de vida por esportes e 2o na 5a década de vida por ocupacionais.
Complicação mais comum é rigidez!!!
MECANISMO DE TRAUMA
Diversos possíveis, cada um levando a um tipo e local de fratura mais freqüentes.
Carga axial – geralmente fraturas por cisalhamento articular ou compressão metafisária.
Angulação – Fraturas diafisárias e luxações, principalmente em atividades esportivas com bola.
Torsional – Fraturas espirais e luxações complexas
Lesões por esmagamento – Comuns em trabalhadores braçais , geralmente desenhos complexos e lesão importante de partes moles.
REDUÇÃO DAS FRATURAS
Manobras leves, sem causar trauma adicional, geralmente com relaxamento de forças de deformação através da articulação proximal à fratura,
geralmente com flexão da MTCF relaxando intrínsecos e flexão do unho para relaxar tendões flexores.
IMOBILIZAÇÃO
Deve imobilizar o mínimo possível de articulações, sendo uma das controvérsias a imobilização ou não do punho, sendo que geralmente forças
extrínsecas de deformação são anuladas com 25-35o de extensão do punho, evitando a posição não funcional e geralmente realizada por dor de
flexão do punho, extensão das metacarpofalangeanas e flexão da interfalangeanas.
Geralmente imobilização para fraturas desde a carpo metacárpica ate IFP são 2 talas, sendo a volar ate 1 a prega flexora proximal do punho,
com este em extensão e uma dorsal com MTCF em flexão máxima e IF livres!!! Geralmente manter por no máximo 3-4 semanas e então
estimulando ADM ativa completa para remodelamento em 8-10 semanas. Apenas uma tala dorsal também pode ser usada!!!!
SINAIS E SINTOMAS
Geralmente incluem dor, edema e deformidade, podendo haver impotência e rigidez.
Para melhor exame, pode ser realizadas anestesia no foco da fratura, bloqueios digitais ou bloqueios neurais, sendo que solução de lidocaína 1%
pode ser suplementada por de hialuronidade para diminuir edema e melhorar anestesia e bicarbonato 10% para diminuir acidez da lidocaína e
dor da aplicação.
Apos anestesia avaliar excursão tendínea e estabilidade ligamentar, realizando então redução e imobilização óssea.
Sempre acessar deformidade rotacional!!!!! Comparar alinhamento do leito ungueal não e bom método, sendo que alinhamento e melhor
demonstrado com flexão de 90o da articulação acometida. Visão axial dos dedos avaliando paralelismo dos raios e com flexão de
interfalangenas e metacarpofalangeanas são as melhores formas, sendo que na ultima, raios devem apontar para tendão flexor radial do
carpo.
LESÕES ASSOCIADAS
FRATURAS EXPOSTAS – Lesão de partes moles e exposição são comuns. Uso de ATB e controverso, sendo que Ancef tradicionalmente usado e
adiciona-se penicilina com lesões contaminadas com solo e aminoglicosideos para contaminações importantes. Não há indicação clara para
antibioticoterapia por mais que por 24h!!! Frequentemente se faz necessária cobertura cutânea!!! Lesões na falange distal e com desvios
importantes do córtex dorsal cursam com lesão do leito ungueal e deve-se planejar reparo. Classificação de Gustillo foi modificada na mão sendo
que lesões do tipo 3 são as com >2cm. CLASSIFICAÇÃO DE SWANSON, separa fraturas em Tipos 1 e 2 por 3 critérios: Contaminação inicial,
exposição por + 24 h sem tratamento e pacientes com doenças sistêmicas. Nas lesões do tipo 2, não se recomenda fechamento primário da
lesão!!!!
LESAO TENDINEA – Lesão dos tendões extensores com fraturas fechadas próximas aos pontos de inserção dos tendões são comuns e outros
tipos de lesão geralmente só ocorrem em lesões com maior energia de trauma.
LESOES VASCULO-NERVOSAS – Raramente lesados em traumas fechados.
LESOES COMBINADAS – Termo significa fratura de ossos da mão associadas a lesões de partes moles listadas acima. Estas lesões alteram
significativamente o tratamento das lesões geralmente necessitando de fixação mais estável !!! Não são lesões comuns, sendo que fraturas ou
luxações isoladas ocorrem em 98,6% dos casos.
LESOES COMPLEXAS DA MAO – Complicadas para tratamento sendo que geralmente fator limitante e guia do tratamento é a lesão de partes
moles. Pode ser necessária fixação interna e externa combinadas, sendo que na externa, diâmetro do schanz é o principal fator de estabilidade.
Indicações formais para FE são contaminação importante, perda segmentar e cominuição importantes. Quando lesão envolver 1 a comissura,
imobilização deve ser com abdução do 1 o e 2 o dedos para evitar contratura. Objetivo principal no tratamento destas lesões são cobertura
cutânea e tratamento que proporcione reabilitação em no máximo 72h.
PERDA OSSEA – Apos debridamento deve-se realizar enxertia cortico-esponjosa da crista ilíaca em forma semelhante ao do osso perdido. No
caso de cominuicao sem perda de estabilidade óssea, enxertia esponjosa associada a fixação externa ou interna podem ser suficientes. No caso
de se optar por enxertia tardia, espaçador temporário ou FE deve ser realizado para preservar volume local.
OPÇÕES DE TRATAMENTO
Principais fatores na decisão de tratamento conservador ou cirúrgico são alinhamento rotacional e estabilidade!!! Critério para
acessar estabilidade se faz com possibilidade de manutenção da redução com 30% de ADM das articulações adjacentes!!!!
Contração de partes moles ocorre em 72h e por isso reabilitação deve começar neste período!!!!
4 formas principais de tratamento: mobilização imediata, imobilização temporária, RI+FI ou ORIF. Melhor tratamento é o menos invasivo capaz
de atingir objetivo de estabilidade suficiente do osso ou articulação envolvida para permitir mobilização precoce!!!!
CLASSIFICAÇÃO
Fraturas são classificadas baseado na localização (cabeça, colo, diáfise e base) associado ao traço (transverso, espiral, obliquo, cominuto).
Luxações são descritas de acordo com direção da luxação (volar, dorsal ou rotatória) e capacidade de redução (simples, complexa)
LUXACAO DA IFP
Muito subdiagnosticadas!!!! Podem ocorrer lesões parciais mas rotura total dos colaterais e placa volar, sendo que 50% dos casos ocorrem no
3 o dedo e em seguida no 4 o dedo.
Avaliar integridade da banda central extensora, colaterais e placa volar. Dificuldade da flexão passiva da IFD com IFP em extensão semanas
apos trauma, pode significar desenvolvimento de deformidade em botoeira!!!!
Subluxação residual e desvio axial das F2 e F3 sao vistas no perfil verdadeiro do dedo!!!! FP e FM devem estar ambas em perfil verdadeiro para
assegurar redução adequada!!!!!!
Instabilidade residual é rara na luxação sem fratura!!!! Quando ocorre geralmente é instabilidade em hiperextensão e pode ser corrigida
com correção da placa volar ou com capsulotenodese!!!
Complicação freqüente é rigidez que tardiamente responde a excisão completa dos colaterais!!!
Luxações tardias necessitam de RC e sempre cursam com rigidez.
ANATOMIA APLICADA
Cabeça de F1 é bem diferente da cabeça do metacarpo, sendo bicondillar e ligamentos colaterais se originam do centro de rotação
axial!!! De tal modo colaterais acessórios e placa volar se afrouxam em flexão e se imobilizados desta maneira ficam contraídos!!!
Na base de F2 existem tubérculos onde se confluem os colaterais próprio e acessório e a placa volar e forma o “angulo critico”.
Anatomia da placa volar da IFP é única, sendo que esta é reforçada por ligamentos vindos das margens da polia A2 e C1 e do ligamento
retinacular obliquo e sua inserção distal é forte apenas nas margens laterais
Estudos em cadáveres mostram freqüente existência de placa dorsal com fibrocartilagem na superfície articular da banda central que ajudaria
na estabilização e aumentando braço de alavanca extensor.
Articulação IFP é primariamente em dobradiça mas apresenta 7-10 o de desvio lateral e algum grau de rotação axial. ADM normal é de 120 o de
flexão
Lesões da placa geralmente são distais, ao contrario das outras articulações da Mao.
Ligamento colateral próprio é estabilizador primário em stress lateral e abertura > 20 o é sinal de lesão completa!!!! Lesão destes
geralmente é proximal.
3 tipos de luxação ocorrem:
Dorsal (+ comum) – geralmente lesão da placa volar (geralmente distal), podendo haver fragmento ósseo
Volar pura – Lesão importante da placa volar, 1 ligamento colateral e da banda central.
Volar rotatória – Ocorre quando cabeça de F1 passa entre banda central e lateral extensora, impedindo redução!!!!
Luxações irredutíveis por aprisionamento da placa volar ou tendões flexores são raras!!!!!
TRATAMENTO
LUXACAO DORSAL – Tratados com 7-10 dias de tala seguido de 6 semanas de esparadrapagem. No caso de após redução ocorrer subluxação
com extensão total, pode-se pensar em imobilização com bloqueio da extensão pois nestes casos placa volar que é pouco vascularizada pode
tardiamente ocorrer hiperextensibilidade!!!
LUXACAO VOLAR PURA - Ocorre lesão da banda central extensora e ocorrerá deformidade em botoeira se não houver tratamento . Por
isso deve-se realizar teste da integridade a traves de extensão da IFP contra resistência iniciando de flexão máxima!!!! Limitação da flexão
passiva da IFD é sinal precoce da deformidade. Mesmo que diagnóstico tardio, tratamento é tala em extensão da IFP e ADM ativa da
IFD precoce, puxando todo aparelho extensor pra distal com a flexão ativa. Manter tala 4-6 semanas e depois tala noturna por meses.
LUXACAO VOLAR ROTATORIA – Chave para redução é relaxar bandas centrais e laterais dos extensores. Extensão do punho relaxa componentes
extrínsecos e flexão total da MTCF relaxa intrínsecos. Maior chance de redução é com rotação gentil e pouca tração!!!! Frequentemente não se
consegue redução incruenta. Caso se consiga, mobilização precoce com esparadrapagem.
REDUCAO CRUENTA – 2 indicações: exposição e irredutibilidade!! Luxação lateral pode também ser irredutível por interposição do ligamento
colateral roto. Incisão simples ou dupla axial media permite abordagem de todas luxações. Ha controvérsia quanto a reconstrução dos
ligamentos colaterais e da placa volar... Apenas ligamento colateral radial do indicador possui indicação formal!!!
TRATAMENTO DO AUTOR
Luxações volares rotatórias, lesões ligamentares isoladas e luxações dorsais congruentes devem iniciar ADM imediata com esparadrapagem
apos redução.
Luxações dorsais não congruentes no P devem ser tratadas com tala de bloqueio de extensão.
Luxações volares com rotura da banda central necessitam de imobilização em extensão da IFP por 4-6 semanas seguido de tala em extensão
noturna por 2 semanas com IFD livre e mobilizada!!!
LUXAÇÃO METACARPOFALANGEANA
Luxações mais comuns são as dorsais, sendo que as luxações simples são redutíveis apenas com flexão da articulação com punho em flexão
para relaxamento e evita-se tração excessiva. Placa volar geralmente se encontra volar ou distal a cabeça do metacarpo.
Luxações complexas são irredutíveis por definição e geralmente ocorrem por interposição da placa volar e são mais comuns no 2 o
dedo!!! Tração longitudinal na redução pode causar interposição e sinal radiográfico patognomonico é presença de sesamoides no espaço
articular!!!
Podem haver fraturas pequenas associadas, como pequenos fragmentos avulsionados da cabeça do metacarpo e avulsões dos colaterais..
Maioria não necessita de reparo cirúrgico pois são estáveis apos redução.
Luxações volares são raras e particularmente instáveis!!!!! Devem ter ligamentos reparados!!!
Nas volares pode haver interposição da placa volar, ligamentos colaterais, e cápsula dorsal.
Lesões dos ligamentos colaterais pura são mais comuns no aspecto radial do 5 o dedo, seguido pelo 2 o dedo. DD com ruptura da banda
lateral extensora.
LESOES LIGAMENTARES DA MTCF DO POLEGAR
Lesão ligamentar total do ligamento colateral ulnar do polegar é comum, sendo que menos frequentemente é acompanhada de luxação da
articulação e geralmente também é dorsal!!!
Palpação pode evidenciar dor na placa volar, ligamentos colaterais ulnar e radial e combinações.
Deve-se testar estabilidade da articulação apos infiltração anestésica em extensão total e em 30 o de flexão (eliminando
estabilidade por placa volar integra).
Caso duvida, realiza-se raios-x com stress em varo/valgo, comparando-se com lado normal.
Uso de RM para diagnostico de lesão de STENER (ruptura distal do LCU impedido de cura pela interposição da aponeurose do adutor) é
controversa. Artrografia pode ser realizada mas tem pouca sensibilidade. Palpação de massa dolorosa ulnar acaba sendo principal ajuda
diagnostica.
“ LESÃO DE GAMEKEEPER” ou “LESÃO DO SQUIADOR” – Termo mais usado para lesões crônicas do LCU.
Nem todas avulsões ósseas ulnares são por avulsão do LCU, podendo ocorrer por avulsão da inserção da placa volar!!!
Dor na parte volar da articulação pode também representar fratura de sesamoide!!!! Raio-x oblíquos podem ajudar no diagnostico.
Luxações volares podem ser complexas por interposição do côndilo radial do meta presa no complexo ligamento colateral acessório – placa
volar.
ANATOMIA APLICADA
Ligamentos colaterais próprios são os principais estabilizadores em todos os movimentos!!! Ligamentos acessórios suplementam estabilidade
em adução/abdução.
Placas volares dos metas são conectadas pelos ligamentos transversos intermetacarpais.
Ligamentos colaterais da MTCF possuem origem dorsalmente ao centro de rotação da articulação e associadamente ao fato de largura da
cabeça ser maior volarmente e distancia maior entre centro rotacional e superfície volar do que superfície articular distal, maximizam tensão nas
partes colaterais dos ligamentos quando em flexão total!!!! Por conta disto, testes de stress para determinar estabilidade devem ser realizados
em flexão total!!!!
Acesso para redução cruenta ‘e controverso, podendo ser volar ou dorsal, e apesar de placa volar ser principal tecido a interpor, pode também
ocorrer aprisionamento dos tendões flexores, lumbricais, ligamento intermetacarpal transverso profundo, cápsula dorsal.
MTCF do polegar permite flexo/extensão, abdução/adução e uma certa rotação (pronacao durante flexão).
No caso de lesão colateral unilateral pode haver subluxacao rotatória da F1 no eixo do ligamento intacto!!!
ADM de flexo/extensão depende do grau de aplainamento da cabeça do meta em cada individuo e pode também influenciar na
gravidade do trauma necessário para lesão.
Lesão do LCU tem 2 graus de gravidade, sendo que no 2o grau, geralmente em avulsões distais do LCU da base ulnar da F1 leva a
aprisionamento pela borda proximal da aponeurose adutora, impedindo que ligamento se reinsira na base da F1!!!!!
Apesar de haver aponeurose do abdutor curto do lado radial, não ocorre aprisionamento do LCR. Lesões deste ligamento ocorrem em
70% dos casos na origem metacarpal.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Tratamento de escolha para luxações simples reduzidas e lesões ligamentares colaterais dos dedos.
Lesões ligamentares devem ser imobilizadas em flexão de 50 o por 3 semanas seguido de ADM ativa com esparadrapagem.
Raramente se faz necessário tratamento cirúrgico do ligamento colateral radial do 2 o dedo!!!
POLEGAR – tratamento preconizado para quase todas lesões da MTCF com excessao para lesão de Stener e luxação volar. Tratamento padrão se
faz com imobilização por 4 semanas da MTCF, com IF livre!!! No caso de fratura da base ulnar da F1 é mais controverso... Lesões do colateral
radial, luxações dorsais puras e fraturas de sesamoide também são bem tratadas com imobilização por 3-4 semanas.
REDUCAO CRUENTA
DEDOS
Luxações volares, luxações dorsais complexas e lesão ligamento colateral associado a grande fragmento ósseo devem ser
tratados com RC + reparo!!!
Alguns advogam reparo de lesões dos colaterais por risco de “ Stener” pela banda lateral extensora...
Acesso pode ser volar ou dorsal de acordo com estruturas envolvidas... Dorsal longitudinal geralmente permite acesso a lesões
osteocondrais mas geralmente necessita de incisão na placa volar para redução. Volar não necessita da incisão mas Poe em risco os
nervos digitais com anatomia alterada...
Se apos redução lesão estável, ADM precoce. Se instabilidade, realizar tala em 50 o flexão por 3 semanas.
POLEGAR
Reservado para lesões de Stener do LCU ou luxações volares ou não redutíveis.
Como diagnostico de Stener é difícil, alguns tratam cirurgicamente todas lesões instáveis, com reparo ligamentar!!! No caso de lesão
distal, ancora óssea pode ser usada!!! Pode ainda ser realizada redução do Stener por artroscopia e fio em banda de tensão ou
amarrilho intra-osseo quando fragmento avulsionado.
RECONSTRUCAO LIGAMENTAR/LESOES CONDRAIS ASSOCIADAS
Casos com instabilidade tardia podem necessitar de cirurgia. Existem diversa opções como avanço adutor na borda ulnar (menos usada pois
prejudica mobilidade), mobilização e avanço de retalho em “u” da estrutura capsulo-ligamentar residual e enxertia livre de tendão (mais estável)
Inspeção cuidadosa deve ser realizada na base da falange e cabeça do metacarpo para identificar lesão osteocondral associada!!! Ependendo do
tamanho do fragmento pode-se ressecar, reinserir com parafuso ou sutura absorvível!!!
No caso de lesões dos colaterais associado a fragmento ósseo, dependendo do tamanho pode-se realizar reinserção óssea com banda de tensão
ou parafuso, ou ressecção com reinserção ligamentar pura.
TRATAMENTO DO AUTOR
Avaliação clinica de instabilidade da MTCF é principal fator!!!! Sempre realizar infiltração articular e testar em extensão e flexão. Sensação de
“end point” também é importante. SEMPRE COMPARAR BILATERAL!!!
> 15o de diferença com lado normal ou end point macio são indicadores importantes de lesão completa.
ROCKWOOD usa grau de instabilidade clinica, presença de lesão Stener palpável para decidir quanto a reparo do LCU do
polegar, LCR do indicador e avulsões ósseas grandes!!!!
Lesões do LCR do polegar e dos colaterais de outros dedos são tratados conservadoramente!!!
Luxações volares possuem risco de instabilidade crônica e devem ser tratados cirurgicamente.
Lesões com apresentação tardia não podem ser reparadas e reconstrução com avanço com flap de base proximal do ligamento retraído e
inserção na base volar da F1 ou quando não possível enxerto de tendão plantar ou palmar longo.
RC – 2 o e 5 o dedos podem ser realizados pro incisão media axial lateral. Para 3 o e 4 o dedos, ROCKWOOD prefere incisão transversa
na porção distal da cabeça do meta, dorsalmente, sendo que pra reduzir placa volar realiza-se flexão do punho e hiperextensao da
MTCF. Apos redução, manter esparadrapagem por um tempo.
Lesões do LCR do 2 o dedo podem ser reinseridas com ancora de 1,3mm ou sutura com fio no caso de lesão da substancia.
Lesões dos ligamentos colaterais do polegar – Incisão em “CHEVRON” no aspecto ulnar da MTCF com boa exposição volar da base da F1.
Cuidado com ramos superficiais do nervo radial dorsalmente, incisão na aponeurose adutora avaliando-se ligamento colateral. Geralmente lesão
é avulsão óssea da base da falange, com lesão associada da cápsula dorsal e da placa volar. Reinserção com ancora de 1,3mm na base volar da
F1 no tubérculo lateral, podendo necessitar de sutura na margem da placa volar para restaurar anatomia do “ angulo critico”. Realiza-se FK
transarticular por 4 semanas para proteção da sutura. Caso grande fragmento, pode-se usar também 1 ou 2 parafusos para reinserção. ADM
protegida apos retirada do FK e sem proteção apos 6 semanas. Manter sempre IF livre!!!
Enxertos são realizados pela mesma via e devem ser suturados com ancoras.
COMPLICAÇÕES
Complicações em média de 29% dos casos, relacionadas ao hardware (45%), lag extensor (19%), infecção (12%).
Taxas maiores em fraturas peri ou intra-articulares com extensão diafisária, expostas, lesão de partes moles, necessidade de enxertia.
Fraturas expostas Swanson 1 possuem 1,4% de taxa de complicações como infecção profunda, não-uniao e amputação de. Swanson 2 14%.
INFECÇÃO
Apesar da ótima vascularização da mão, infecções ocorrem com certa freqüência.
Taxa de 11% nas fraturas expostas, todos em Gustillo 2 e 3, geralmente associado a lesões por esmagamento.
Stafilo aureus é germe + freqüente.
Uso de antibioticoterapia profilática em feridas não contaminadas não mostrou melhor taxa, a não ser nas fraturas de falange distal
onde uso de 2 doses de cefalosporina de 1 a geração diminui taxa de 30% para 3%!!!
RIGIDEZ
Mais freqüente e mais temida.
Depende do trauma inicial, idade e composição genética do paciente, duração e posição de imobilização, intervenção cirúrgica, sendo que
principais fatores relacionados são lesão de partes moles e idade do paciente!!!!!
Muitas vezes imobilização em posições onde ligamentos não estão alongados e forças tendineas balanceadas, rigidez é freqüente!!! Contratura
da 1a comissura é freqüente e pode ser evitada com imobilização em abdução!!!!!!
Geralmente rigidez cursa com lag extensor na articulação distal mais próxima da fratura, por aderência do tensão no foco da lesão.
Isto é mais comum na IFP apos fraturas de F1.
Principal complicação da fratura de falange proximal (50%), sendo que lag extensor da IFP é sintoma mais comum.
HIPERSENSIBILIDADE/NEUROMAS
Complicação freqüente da lesão inicial e da intervenção cirúrgica devido a presença de diversos nervos cutâneos na mao. Mais comum nas
lesões por esmagamento.
Locais mais comuns são: Borda ulnar do polegar em nível de MCF por concentração de pequenos ramos dorsais .
Tratamento se faz com medicação como gabapentina e amitriptilina e dessensibilização fisioterápica!!!! Ressecção cirúrgica pode ser
necessária.
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA/DEFORMIDADE
Complicação freqüente!!!
Consolidação com desvio sagital com apex volar nas fraturas da F1 geralmente decorrem de falha na imobilização correta com flexão das MTCF.
Consolidação viciosa com deformidade rotacional pode ocorrer principalmente em fraturas tratadas incorretamente de forma conservadora,
principalmente espirais e principalmente na F1.
Osteotomia rotacional de correção é mais eficaz ao nível metacarpal do que nas falanges . Já correção de desalinhamento sagital ou
multidirecional é melhor realizado no local da fratura previa.
Rigidez associada é freqüente e tenocapsulolise pode ser necessária!!! Tenolise pode diminuir lag extensor mas quando capsulotomia dorsal se
faz necessária para melhorar flexão, lag extensão pode ate piorar...
Decisão de se corrigir cirurgicamente ou não deve levar em conta alteração na função e lembrar que cada 1mm de encurtamento ocorrem
12 o de lag extensor e que desvio sagital por si só também leva a lag.
Osteotomia intra-articular é de difícil realização e deve ser procedimento de exclusão!!!
Consolidação viciosa dos metacarpos geralmente se apresentam com apex dorsal, podendo haver dor, massa dorsal, cabeça do meta
pressionando pele volar... Pesar custo beneficio e realizar correção precoce <4 semanas ou após recuperação total das partes moles. Correção é
melhor realizada no local da fratura previa. Lembrar que no meta, cada 2mm de encurtamento ocorrem 7 o de lag extensor!!!
Desvio rotacional nos metas também pode ocorrer e geralmente cursa com sobreposição de dedos!!! Osteotomia da base pode corrigir ate 25-
30o. Osteotomia intraarticular da cabeça é de difícil realização de deve ser de exceção, realizada por cirurgião espcialista.
Mal união da base dos metas leva a OA (65%), prensa diminuída (49%) e dor (38%), sendo artrodese a melhor solução, inclusive no
5 o dedo.
NAO UNIÃO
Complicação rara, com exceção da falange distal, nos casos onde RI+FI causou distração, ou quando nas tratadas por ORIF e tenha
se realizado extensa desperiostização.
Fraturas da falange distal frequentemente geram apenas união fibrosa, sendo que as transversas tendem a desalinhamento com apex volar sem
consolidação por traumas repetitivos. Quando muito sintomática pode ser tratada por pequeno acesso volar e enxertia óssea. Fixação com
parafuso também é possível mas coloca em risco traço e unha pelo diâmetro do parafuso.
INSTABILIDADE RESIDUAL
Instabilidade apos luxação é rara distalmente mas comum proximalmente.
Todas 5 carpo-metacarpicas são propensas a instabilidade principalmente com luxação pura (maior taxa que nas fratura-luxacao)
pois geralmente todos ligamentos estão lesados e na fratura-luxacao geralmente apos consolidação óssea ocorre estabilidade .
Instabilidade crônica apos lesão total do ligamento colateral radial nas MTCF podem necessitar de cirurgia.
Alguns pacientes podem desenvolver frouxidão em hiperextensão da 1 a MTCF podendo ser passiva (placa volar) ou ativa (intrínsecos) e
ocasionalmente podem necessitar de cirurgia.
Dor crônica após uma fratura-luxacao carpometacarpica pode ocorrer e se dor melhora com infiltração, pode-se realizar artrodese
inclusive da 5 a CMC com flexão de 20-30 o, que articulação hamato-piramidal aumenta compensatoriamente a mobilidade!!!!!
ARTRITE PÓS-TRAUMÁTICA
Por aumento na produção da cartilagem hialina!!!
Relação de imagem com clinica é fraca!!!
Artrite na MTCF do 1o dedo pode ser tratada com artrodese com melhora importante. Alem desta, CMC do 2o e 3o dedos também possuem bom
prognostico
Fusão das MTCF e IFP dos dedos pioram em muito a função!!!!!!
SINTOMAS RELACIONADOS AO MATERIAL
Infecção do trajeto de FK podem ocorrer, mas são raras quando <4 semanas de fio.
Irritação de partes moles, principalmente implantes que não são de baixo perfil.
RUPTURAS TENDÍNEAS
Podem ocorrer de forma isolada ou associadas a luxações adjacentes ao local de inserção do tendão.
Reconstrução aberta de casos tardio com partes moles ou enxertos tendineos não se mostraram boas opções. No caso de deformidade da IFD,
artrodese é opção a ser avaliada. Já na IFP, deve-se pensar mais em reconstrução do movimento tendineo.
LESOES DA MATRIZ UNGUEAL
Deformidades da placa ungueal são possíveis principalmente em lesões por esmagamento e quando material danifica tecidos da matriz.
De tal forma, passagem de material na matriz germinativa deve ser evitada e na matriz estéril deve ser temporária ou do tipo sutura.
Complicação rara é aprisionamento da matriz germinativa no foco de fratura transversa, levando a atraso de consolidação da
fratura e deformidade da placa ungueal.