Pelos Olhos de Maise
Pelos Olhos de Maise
Pelos Olhos de Maise
RESUMO................................................................................................................................4
INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
OBJETIVO.............................................................................................................................5
JUSTIFICATIVA....................................................................................................................5
MÉTODO................................................................................................................................6
DISCUSSÃO...........................................................................................................................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................7
REFERÊNCIAS......................................................................................................................9
ANEXO..................................................................................................................................10
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Resumo
1. Introdução:
Nos últimos tempos, observou-se uma profunda e importante comunicação entre a Psicologia e o
Direito.Esse fenômeno cada vez crescente de se redimensionar a compreensão do agir humano dos
aspectos legais,afetivo e comportamentais.
O Psicólogo coloca seus conhecimentos à disposição do juiz que irá exercer a função julgadora,
assessorando-o para determinadas ações judiciais, trazendo ao processo judicial uma realidade dos
agentes envolvidos,tratando de uma análise aprofundada em que estão inseridas.O juiz é visto como
julgador,que vai decidir o que é certo ou errado em cada questão e determinar quem tem a razão.
Em questões que envolvem a guarda de crianças disputadas por seus genitores, o juiz acaba arcando
com a desagradável e complicada tarefa de tomar uma decisão que beneficie a um genitor em dano
do outro, ou escolher o genitor mais adequado para cuidar da criança.
Para essas e outras delicadas questões, o juiz pode recorrer ao auxílio do psicólogo judiciário que é
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um perito nomeado segundo critérios de confiança e capacitação profissional para resolver os
conflitos trazidos às Varas da Infância e Juventude ou às Varas de Família,ou ao Tribunais de Justiça
dos Estados, através dos procedimentos e funções desses profissionais, é uma forma de auxiliar o
poder decisório do juiz, de modo a respeitar e proteger os direitos das pessoas envolvidas no litígio,
especialmente se tratar de crianças e/ ou adolescentes. O Psicólogo atua no sentido de fazê-las
buscar solução internamente, questionando os objetivos do processo e analisando a atual situação
familiar.
Muitas pessoas que procuram ao Judiciário, consideram a entrevista com o psicólogo como algo
desnecessário e não compreendem a importância do questionamento pessoal e emocional que ocorre
por trás das ações judiciais. Não se pode esquecer que em uma separação,não existe um vitorioso.
Sempre há vencidos de ambos os lados, além da falta do vazio. São muito comuns sentimentos de
desprezo, ódio, vingança pelo outro,que não trazem benefício pra ninguém. Além disso, não se pode
esquecer da presença dos filhos , esses são os maiores prejudicados quando os pais tentam denegrir-
se mutuamente perante eles: os sentimentos ficam confusos, sentem-se desamparados, esquecidos e
abandonados. Muito se fala em violência doméstica mas esquece que isso também é uma forma de
violência doméstica: a destruição de vínculos parentais.
2.Objetivo
O presente trabalho buscou esclarecer de que forma a psicologia contribui para um sistema mais
eficiente, que atendam a um propósito mais justo daqueles que buscam o auxilio da psicologia
jurídica no Brasil. Para tanto foi utilizado método de pesquisa através de artigos, estudos de casos e
análises de filmes que garantiram um funcionamento adequado a disciplina aplicada.
Pode-se concluir que inúmeras são as contribuições entre os Psicólogos e a psicologia Jurídica,
aprimorando o sistema como um todo.
3.Justificativa
A compreensão e o estudo sobre a Psicologia Jurídica mostra que é preciso entender todo um
conjunto de fatores comportamentais, sociais, individuais para que uma determinda conduta possa
ser classificada e julgada.
É grande o número de Psicologos que atuam nessa área, embora haja muito a caminhar na
delimitação do seu espaço, no que tange a contribuição dos conhecimentos teóricos e metodológicos
específicos do comportamento humano e suas complexidades.
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A atuação do Psicólogos na Vara de famílias envolvem separações ,havendo disputa ou não,
regulamentações de visitas, modificação da guarda, pensão alimentícia entre outros.
Vimos que esse processo de parentação alienal é um processo muito ocorrido na Vara de Família,
entre as vertentes desenvolvidas nas atuações do Psicólogo, destaca-se aquela relacionada a prática
da mediação, que busca a colaboração entre os ex-conjuges em vez de privilegiar o lado adversal da
disputa comum nos processos judiciais no Direito de Família. A técnica de mediação caracteriza-se
por fortalecer a capacidade do diálogo a fim de se chegar a uma solução negociada dos conflitos.
4.Método
Cabe ressaltar que a visita domiciliar é feita sem aviso prévio da instituição ás partes para evitar
possíveis modificações no ambiente em que esta criança esta inserida.
5.Discussão
Retomando a Psicologia Jurídica, acredito que ela deve ir além do estudo de uma das manifestações
da subjetividade, ou seja, o estudo do comportamento. Devem ser seu objeto de estudo as
conseqüências das ações jurídicas sobre o indivíduo.
Os setores denominados como não tradicionais ou mais recentes, como a proteção de testemunhas, a
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Psicologia Jurídica e os magistrados, a Psicologia Jurídica e os direitos humanos, a autópsia
psíquica, entre outros, também necessitam de maior desenvolvimento.Este é um dos desafios da
Psicologia Jurídica brasileira. Contudo, existem outros em níveis metodológicos, epistemológicos e
de compromisso social. Não podemos ignorar problemas sociais da magnitude dos nossos, os quais
muitos permeiam ou são permeados pelo jurídico.
Tomando por base essas concepções de família, objetiva-se analisar a estrutura familiar e o papel da
família exercido no filme “Pelos olhos de Maisie”.É válido observar que anteriormente a família
considerada ideal era a formada por pai, mãe e filhos e outros tipos de formação eram considerados
inadequados. Porém, e considero que felizmente, essa compreensão de família tem sido tida como
ultrapassada, ocorrendo novos padrões de relações humanas, e, portanto, novas estruturas
familiares.
No filme, por exemplo, através da perspectiva de Maisie ocorre um conflito familiar, no qual esta
presencia frequentemente as brigas dos pais, entretanto, ela estabelece um relacionamento saudável
se refugiando na ex-babá e posteriormente ex-madrasta e no ex-padrasto, demostrando assim que
nem sempre a família convencional é a mais adequada, pois os pais muitas vezes se distanciam dos
filhos devido à correria do dia-a-dia, como ocorre no filme, representado por uma mãe cantora de
rock e um pai empresário. Ademais, o filme destaca o individualismo excessivo da sociedade atual e
essa terceirização da responsabilidade da família, ora através da escola, ora do lazer.
Sabe-se que por ser considerada a primeira educação, a família é o alicerce na construção do filho,
ou seja, a família reproduz a cultura que será internalizada pelo filho, sendo os valores
transpassados a estes.
Contudo, apesar do filme se basear em um drama familiar, Maisie não se desespera, e mesmo com
um olhar por vezes triste estabelece vínculos não consanguíneos mas que a auxiliam a superar a
relação instável dos pais. O filme procura retratar, portanto, mais que um drama familiar, procura
refletir sobre a perda de valores, a banalização do casamento e por fim a banalização da instituição
familiar.
Cabe assim refletir sobre o papel que a família tem desempenhado atualmente e sobre essa perda de
valores e degradação da cultura familiar, cabendo a nós nos empenharmos na construção da família
e no auxilio a crianças que não possuíram essa base familiar e são órfãs não somente pela perda dos
pais, mas órfãs, acima de tudo, de afeto.
6.Considerações finais
Concluímos por meio deste, que a psicologia Jurídica é uma área que engloba a psicologia
juntamente com o direito. A área tem se desenvolvido muito nos últimos anos, à medida que mais e
mais estudantes passam a introduzir-se neste campo dedicado à psicologia jurídica. Filmes
populares, programas de televisão e livros colaboraram na popularização, repetidamente exibido,
heróis brilhantes que resolvem crimes ou encontram assassinos usando a psicologia.
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Todas as informações apresentadas nos possibilitaram a compreender o quanto a psicologia
brasileira pode e precisa desenvolve-se, não só no número de profissionais, mas também no
aumento da elaboração e divulgação do saber concebido nas pessoas, o pensamento e o
reconhecimento da indispensabilidade de se usar a psicologia jurídica no mundo do direito.
Entendo que a psicologia pode auxiliar as pessoas, as famílias e a sociedade por meio da atuação
nas Varas de Família, no entanto, para isto, considerando que se deve observar e avaliar as
contradições entre Psicologia e Direito , buscando constantemente as finalidades humanas da
atuação do psicólogo. Hoje pode-se afirmar que através dos estudos da Psicologia é possível
conhecer a natureza da inteligência, das motivações, das emoções, da aprendizagem, do pensamento
e da personalidade como um todo.
A Psicologia Jurídica, assunto abordado neste trabalho, mostra claramente a evolução desta ciência.
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7. Referências Bibliográficas.
França, F. (2004). Reflexões sobre a Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil. Psicologia:
Teoria e Prática.
Souza, A. M.,& Brito, L. M. T. (2011). Síndrome de Alienação Parental: da teoria Norte Americana
à nova Lei Brasileira. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Psicologia Ciência e Profissão .
Costa, L. F.,Penso, M. A., Legnani, V., N., & Subbrack, M. F. O. (2009). As competências da
Psicologia Jurídica na avaliação psicossocial de famílias em conflito. Universidade de Brasília-DF,
Brasil. Psicologia & Sociedade.
Sousa, R. M. (2000). Depois que papai e mamãe se separaram: um relato dos filhos. pontificia
Universidade Católica de São Paulo. Psicologia: Teoria e Pesquisa.
Lago. V. M., & Bandeira, D. R. (2009). A Psicologia e as Demandas atuais de Direito de Família.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Psicologia Ciência e Profissão.
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8.Anexos
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Parentalidades “Impensáveis”: Pais/ Mães homossexuais,Travestis e Transsexuais.
A Psicologia Jurídica é uma especialidade da Psicologia que se relaciona com o sistema de justiça.
Deverá resultar em um conhecimento específico, valendo-se para isso de todo o conhecimento
produzido pela ciência psicológica. Seu objeto de estudo são os comportamentos complexos que
ocorrem ou pode vir a ocorrer. Sua atuação se dá nos tribunais ou fora deles, dando aporte ao
mundo do direito.
Psicologia Jurídica é o termo mais utilizado no Brasil, mas alguns profissionais do Brasil e da
Argentina utilizam o termo Psicologia Forense. Recebe ainda a designação de Psicologia e Ley na
Espanha.
A complexidade dos comportamentos se dá pela multiplicidade de fatores que o determinam.
Assim, um mesmo comportamento pode ser analisado desde o contexto mínimo onde o ato
estudado ocorreu, a partir do contexto familiar, ou ainda visto de um contexto mais amplo, como a
comunidade onde o mesmo ocorreu.
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No Brasil, o termo Psicologia Jurídica é o mais adotado. Entretanto há profissionais que preferem a
denominação Psicologia Forense ou Jurídica o mais abrangente. O termo Forense é “relativo ao foro
judicial, concernente ao Direito, conforme às ciências do Direito e aos seus preceitos.
Por essa razão, o estudo desenvolvido nessa área deve possuir uma perspectiva psicológica que
resultará num conhecimento específico. No entanto, pode-se valer de todo o conhecimento
produzido pela ciência psicológica.
Compreende-se as atividades realizadas por psicólogos nos tribunais e fora dele,
as quais dariam aporte ao mundo do direito. Portanto, a especificidade da Psicologia Jurídica ocorre
nesse campo de interseção com o Jurídico.
A Psicologia Jurídica está subdividida da seguinte forma: Psicologia Jurídica e o Menor.
Psicologia Jurídica : investigação , formação e ética : formação do psicólogo jurídico , supervisão ,
estágio , questões sociais e legais , relação entre direito e Psicologia Jurídica , pesquisa em
Psicologia Jurídica , Psicologia Jurídica e Ética .
Porém , ainda temos uma concentração de psicólogos jurídicos atuantes nos setores mais
tradicionais , como na psicologia penitenciária , na Psicologia Jurídica e as questões da infância e
juventude , na Psicologia Jurídica e as questões da família .
Por outro lado , permite verificar outras áreas tradicionais pouco desenvolvidas no Brasil , como a
psicologia do testemunho , a Psicologia policial/militar e a Psicologia Jurídica e o Direito Cível.
As crianças tem sua saúde mental associada ao bem estar dos pais e à qualidade do relacionamento
entre ambos .
As adaptações infantis , consideradas sob uma perspectiva temporal , dependem , por um lado , da
quantidade e qualidade do contato com a figura parental não detentora da guarda e , por outro , do
ajustamento psicológico e da capacidade de cuidado da figura parental detentora da guarda , do
nível de conflito entre os pais após a separação ou o divórcio , do nível de dificuldades sócio-
econômicas e do número de eventos estressores adicionais que incidiram sobre a vida familiar
( Amato , 1994 , 1995; Lamb & cols ).
Ao identificar as poucas informações sobre a experiência dos próprios sujeitos , Hetherington e
Stanley-Hagan ( 1999 ) afirmam que , a despeito de sua preferência por métodos quantitativos : a
compreensão da experiência e dos sentimentos dos pais divorciados e seus filhos precisa ser
aprimorada através do uso de métodos qualitativos .
Comparando guarda materna e paterna , o autor aponta que as crianças que vivem com a mãe ,
comparadas às que vivem com o pai , tendem a descrevê-las como tendo mais dificuldade para lidar
com problemas financeiros , cansadas , deprimidas , desprotegidas e sem condições de ajudar os
filhos em suas interações com amigos , mas , ao mesmo tempo , com maior capacidade que os pais
para cuidar deles quando estão doentes ou com dificuldades
As mães também são descritas como mais disponíveis e os pais como mais distantes .
Preocupavam-se com o sucesso profissional de ambos os pais , mas principalmente da mãe ,
demonstrando grande preocupação com o futuro .
Ducibella ( 1995 ) alerta para a escassez de pesquisas sobre a forma como os pais informam à
criança a respeito do divórcio.
Além disso , informam que 44% dos filhos não desejam que seus pais se reunam novamente , se o
preço for a perpetuação do conflito , e outros 16% têm certeza de que seus pais devam permanecer
separados .
Os autores relatam , ainda , uma falta de comunicação entre pais e filhos decorrente do processo de
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separação , verificado , também , por Wallerstein e Kelly ( 1980 ) no que se refere , principalmente ,
a haver , entre os pais , a idéia de que falar sobre o divórcio perturba as crianças .
Assim , os pais não tocam no assunto da separação.
O silêncio é entendido pelos pais como indício de ausência de dificuldades .
As conseqüências negativas emergiram em menor escala ainda : 39 , 1% do grupo considerou que
nada desagradável tinha ocorrido , outros descreveram a ausência paterna ( 17 , 4% ) , mudanças na
estrutura de vida ( presença de padrasto , mudança de casa , de escola ) e , ainda , outros apontaram
dificuldades pessoais dos pais ( tristeza , beber ) .
Deste estudo , cabe destacar um relacionamento mais próximo , mais intenso e solidário com os
irmãos , entre os jovens que viveram o divórcio parental , e uma correlação positiva entre as
relações mãe-madrasta , pai-padrasto e o relacionamento dos filhos com os novos cônjuges ,
indicando que a relação satisfatória com os pais permite ao jovem sentir-se mais seguro no
relacionamento com os novos parceiros .
Particularmente as mais velhas ( 10 e11 anos ) , que haviam vivido o divórcio e , ocasionalmente ,
novas uniões parentais , mencionavam que os pais podiam ficar mais felizes com o passar do
tempo , o que redundava num clima familiar de melhor qualidade e em uma melhora no cuidado
para com elas .
Assim , o presente trabalho foi organizado como uma pesquisa qualitativa , com o objetivo de
investigar como os filhos de pais divorciados vivenciaram o processo de separação e suas principais
acomodações após um período de cerca de quatro anos .
Pensando sobre isso , muitos lembraram : Nossos resultados se assemelham aos de Wadsby e
Svedin ( 1994 ) , no que diz respeito à identificação do conflito conjugal por parte dos filhos , mas
nossas entrevistas permitiram perceber que existe uma diferença entre identificar o clima tenso e o
conflito conjugal e associá-los à possibilidade de separação .
A saída do pai de casa e as informações que a criança recebe aparecem como um fato marcante que
deve ser considerado nos trabalhos de orientação de pais, conforme apontou Ducibella ( 1995 ) .
1997; McConnel & Sim , 1999; Wadsby & Svedin , 1994 ) , destacando o papel do conflito conjugal
como um dos grandes estressores da vida infantil e chamando a atenção dos pesquisadores e
clínicos para a necessidade de gerar condições para que a separação e o divórcio realmente
permitam a redução do conflito entre os cônjuges , o desenvolvimento de uma relação co-parental
positiva e o envolvimento de ambos os pais no cuidado dos filhos .
As informações que os pais fornecem aos filhos , isto é , o que dizem , como e quando , são
fundamentais para o processo de reorganização da vida familiar.
Os pais podem explicar aos filhos os motivos da separação e que esta não os envolve , mas também
precisam informar acerca dos aspectos de sua vida que , de fato , se modificarão , dali para a frente .
A identificação de alguns sentimentos e necessidades da criança, faz pensar que à medida que ela
consegue alguma previsibilidade de sua vida , aumenta sua capacidade de sentir-se tendo algum
controle sobre a situação ( Ducibella , 1995 ) .
Por um lado , torna-se necessário facilitar aos pais a diferenciação de seus sentimentos relativos à
separação e aqueles da criança , também é fundamental permitir-lhes compreender a experiência
infantil , suas dificuldades frente às múltiplas mudanças na vida e a importância de contar com a
família extensa e , principalmente , com os amigos de mesma idade .
Foram selecionados , assim , três assuntos considerados demandas atuais no Direito de família :
Guarda compartilhada , Síndrome de Alienação Parental (SAP) e falsas alegações de abuso sexual
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para serem discutidos no presente trabalho .
Deputado Tilden Santiago, ressalta que a guarda compartilhada poderá ser modificada a qualquer
momento, atendendo ao melhor interesse da criança.
Nesse país , a guarda compartilhada é conhecida comojoint custody ou shared parenting , e divide-
seem guarda compartilhada jurídica e guarda compartilhada física.
Contudo, é preciso atentar para as diferenças entre guarda alternada e guarda compartilhada .
Irving e Benjamin ( 1991 ) realizaram um estudo comparativo no Canadá , com 201 pais com
guarda compartilhada e 194 mães com guarda exclusiva .
Os resultados revelaram que , na maioria dos casos , a guarda compartilhada ofereceu um sistema
de guarda satisfatório para pais e filhos .
A escolha pela guarda compartilhada pareceu indicada nos casos de casais com os seguintes
atributos : baixos níveis de conflitos anteriores à separação; um exercício da
paternidade/maternidade centrado na criança; concordância em relação à decisão do término da
relação conjugal e à decisão da guarda compartilhada e motivação de ambos os pais para aceitar e
superar as exigências e complicações do dia a dia invariavelmente associadas ao exercício da
guarda compartilhada .
São eles : campanha de descrédito ( manifestada verbalmente e nas atitudes) , justificativas fúteis
( o filho dá pretextos fúteis para justificar a atitude ) ; ausência de ambivalência ( o sentimento do
filho pelo genitor alienado é inequívoco : é o ódio ) ; fenômeno de independência ( o filho afirma
que ninguém o influenciou ) ; sustentação deliberada ( o filho adota a defesa do genitor
alienador ) ; ausência de culpa sobre a crueldade do genitor alienado ( o filho não sente culpa por
denegrir o genitor alienado ) ; presença de situações fingidas ( o filho conta casos que
manifestadamente não viveu ) ; generalização de animosidade em relação a outros membros da
família extensiva do genitor alienado ( Major , 2000 )
Podem acontecer situações em que , concomitante ou paralelamente ao processo de disputa de
guarda , existam acusações de abuso sexual contra um dos genitores envolvidos na disputa judicial .
O que se pretende nesta seção do artigo é chamar a atenção dos profissionais quetrabalham com
disputa de guarda para a possibilidade de as acusações de abuso sexual serem falsas , em função de
sentimentos de vingança ou desavenças entre os ex-cônjuges .
Os resultados indicaram que , em 60% dos casos , as alegações de abuso precederam a
determinação de guarda , enquanto em 40% dos casos foi requerida a modificação do arranjo de
guarda inicialmente estipulado .
Em média , os participantes relataram a confirmação das acusações de abuso em cerca de 30% dos
casos de disputa de guarda .
Os profissionais responderam questões relativas à guarda exclusiva para genitores masculinos , ao
conhecimento e à opinião sobre a guarda compartilhada , ao conhecimento e à experiência sobre
síndrome de alienação parental e às falsas acusações de abuso sexual.
No presente artigo , serão apresentados os dados referentes à última seção do questionário , em que
os participantes responderam acerca de seu conhecimento , opinião e experiência a respeito da
guarda compartilhada , síndrome de alienação parental e das falsas acusações de abuso sexual .
Em relação às demandas recentes no Direito de família , primeiramente foi questionado se os
participantes concordavam com o fato de que um crescente número de pais ( genitores masculinos )
tem buscado junto à Justiça a guarda dos filhos .
Alguns participantes consideraram que a guarda compartilhada só é possível sob algumas condições
sendo possível naqueles casos em que os casais tenham uma boa elaboração da separação , onde os
filhos não estejam ocupando o lugar de projeção de mágoas pessoais .
Considerando o objetivo de investigar o conhecimento e a experiência de psicólogos que atuam na
área do Direito de família , os resultados indicaram que a maioria dos participantes conhecia e tinha
experiência a respeito da guarda compartilhada , da síndrome de alienaçãoparental e de acusações
de abuso sexual em casos de disputa de guarda.
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Os dados referentes à situação de disputa de guarda relacionada ao crescente número de genitores
masculinos que pleiteiam a guarda dos filhos corroboram os dados históricos do surgimento da
guarda compartilhada ( Peres , 2002 ) .
Existe o objetivo de que o pai também possa desempenhar as tarefas de cuidado dos filhos , através
da guarda exclusiva ou da guarda compartilhada .
Silva ( 2006 ) ressalta que há alguns anos esses pedidos de guarda por parte do pai eram vistos
como uma forma de desobrigar-se da responsabilidade de pagar pensão alimentícia ao filho , porém,
é crescente o número de pais que requerem a guarda dos filhos, por uma questão de conscientização
da importância da figura paterna no seu desenvolvimento .
A necessidade apontada pelos participantes de buscar conhecimentos sobre abuso sexual , guarda de
filhos, avaliação psicológica, preconceito de gênero e estudos interdisciplinares justifica a
relevância deste estudo.
Cada é vez maior o número de casais que procuram atendimento psicológico trazendo como
questão principal o tema da separação .
Observa-se que nestes casais , são quase sempre as mulheres que manifestam o desejo de se
separarem enquanto os maridos , na maior parte das vezes , desejam manter o casamento .
Com o objetivo de investigar como homens e mulheres das camadas médias da população carioca
vivenciam a construção e a dissolução do casamento , foi desenvolvido um projeto integrado de
pesquisa intitulado " Casamento e separação : um estudo sobre a construção e a dissolução do laço
conjugal na contemporaneidade " .
O desejo de separação aparece tanto na fala das mulheres como na fala dos homens , de ambas as
faixas etárias , como um desejo predominantemente feminino .
Magalhães ( 1993 ) e Féres-Carneiro ( 1995 , 1997 ) , investigando concepções de casamento ,
verificaram que enquanto as mulheres concebem casamento como " relação amorosa " , para os
homens , casamento é sobretudo " constituição de família "
A demanda predominantemente feminina de separação pode ser compreendida como uma das
conseqüências desta diferença na concepção de conjugalidade para homens e mulheres .
No discurso sobre o desejo de separação , grande parte das mulheres , de ambos os grupos etários ,
relacionou a dificuldade de manterem a relação conjugal ao fato de ambos os cônjuges terem " se
casado muito cedo " ( com menos de 23 anos ) Estudos como o de Faria-Leitão ( 1996 ) e de Zagury
( 2000 ) mostram como , nas camadas médias da população brasileira , a adolescência tem sido
prolongada .
A traição por parte dos homens foi também um fator muito enfatizado pelas mulheres de todas as
idades em suas falas sobre o desejo de separação .
A traição masculina apareceu tanto no discurso das mulheres como no dos homens , de ambas as
faixas etárias , associada ao desejo feminino de separação .
Na medida em que a traição masculina é muito mais aceita culturalmente que a feminina , os
homens conseguem lidar com a infidelidade de modo muito mais tranqüilo que as mulheres.
Na medida em que o desejo de separação , como vimos anteriormente , tanto no discurso das
mulheres como no dos homens , é um desejo predominantemente feminino , seria esperado , como
conseqüência , que a decisão de separação fosse também uma atitude tomada mais pelas mulheres
do que pelos homens .
Em Féres-Carneiro ( 1995 ) , constatamos que , mais desinstaladas e buscando mudanças , as
mulheres valorizam , muito mais que os homens , as conversas íntimas .
É possível também que o fato de as mulheres desejarem , mais que os homens , a separação ,
provoque nelas um sentimento de responsabilidade maior , que as leva a buscarem alternativas para
o relacionamento , antes da tomada final de decisão pela sua ruptura.
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O processo de separação foi descrito por homens e mulheres , de ambas as faixas etárias , como
muito difícil e sofrido .
Enquanto os homens enfatizaram mais os sentimentos de frustração e fracasso no processo de
separação , as mulheres ressaltaram sobretudo a vivência da mágoa e da solidão .
Esta diferença de sentimentos nas vivências masculinas e femininas do processo de separação
conjugal pode estar relacionada também ao modo distinto de homens e mulheres conceberem
casamento , já ressaltado anteriormente .
A percepção distinta de homens e mulheres em relação aos filhos , no processo de separação dos
pais , parece marcada pelo fato de , em todos os casos , os filhos terem permanecido com a mãe ( o
que quase sempre ocorre ) .
Tanto os homens como as mulheres ressaltaram a vivência da liberdade como um aspecto positivo
decorrente da separação conjugal .
Assim , em relação à reconstrução da identidade individual , tanto os homens como as mulheres de
ambas as faixas etárias ressaltaram a dificuldade deste lento processo marcado , por um lado , por
muita solidão mas , por outro , por uma vivência gratificante de liberdade .
A dificuldade de " ficar só " foi mais enfatizada nas falas masculinas , enquanto os sentimentos de
alívio e de maior auto-valorização apareceram apenas nas falas das mulheres , que também puderam
descrever melhor o processo de reconstrução da identidade individual.
Em Féres-Carneiro ( 1995 , 1997 ) e Dias ( 2000 ) , as mulheres se mostraram muito mais
questionadoras , buscando mudanças e com maiores possibilidades de entrarem em contato com
seus sentimentos que os homens .
Estas características femininas podem explicar , em parte , o fato de as mulheres terem relatado
maiores ganhos com a separação conjugal que os homens e terem descrito com mais clareza o
processo de reconstrução da identidade individual.
Estudos sobre o recasamento , como os de Féres-Carneiro ( 1987 ) e de Woods ( 1987 ) , mostram
uma maior dificuldade dos homens de ficarem sós e uma tendência destes a se recasarem muito
mais rapidamente que as mulheres .
Entretanto, as atitudes e os sentimentos de homens e mulheres se contrastaram em muitas situações
avaliadas, apontando para a importância do gênero como diferenciador na vivência da separação
conjugal. .
Delinearam-se com clareza um desejo e uma decisão de separação predominantemente femininos ,
o que não significa , sem dúvida , que a intensidade da dor vivenciada , neste processo , por homens
e mulheres seja diferente .
Homens sentindo-se sobretudo frustrados e fracassados , e mulheres vivenciando principalmente
mágoa e solidão , todos eles experimentam um profundo sentimento de dor no processo de ruptura
do relacionamento conjugal.
Embora vivenciando a mesma dor, homens e mulheres comportam-se diferentemente e manifestam
de forma distinta seus sentimentos em relação à separação e àquilo que possa ter causado.
O número de separações conjugais , na população geral , está crescendo muito na atualidade ,
podendo reafirmar que , homens e mulheres buscam relacionamentos amorosos mais verdadeiros e
gratificantes e que , talvez por isso , tantos casamentos se dissolvam .
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O interesse do casal esta muito mais associado a causar danos um ao outro do que em fazer o que é
melhor e certo para sua filha. Assim a menina fica muito mais sob os cuidados da babá com quem o
pai se casa posteriormente e o marido de conveniência que Susanna consegue para ajudar a sua
imagem nos tribunais.
A importância dos namorados passa a ser de extrema importância para Maisie que constroem novo
laço de amor e amizade, transferido pelos sentimentos de ausência que os pais lhe causaram.
A posição de Maisie em relação aos conflitos familiares é de silêncio, observação e
compreensão,qe busca a construção de uma nova família, que tenha afeto e interesse por ela.
O processo de separação dos pais é doloroso para a criança, que fica a mercê das decisões judiciais
e que nem sempre são favoráveis a esse filho, podendo se estender por muitos processos até a
guarda definitiva da criança.
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