Trabalho de Conclusao Fael Corrigido
Trabalho de Conclusao Fael Corrigido
Trabalho de Conclusao Fael Corrigido
URUGUAIANA – RS
2019
SHEYLAH MÁRCIA BARROS SILVEIRA
URUGUAIANA
2019
RESUMO
O fracasso escolar é consequência da deficiência do sistema de ensino que não investe no
professor, e não se preocupa com sua atualização. Uma moderna organização escolar reduziria
muito o fracasso através de uma metodologia adequada para que cada região tenha um ensino
de qualidade, buscando compatibilidades com as realidades dos alunos. Inúmeras situações
demonstram que o professor não está preparado para desenvolver um trabalho de motivação
que ajude o educando a superar suas dificuldades particulares. Não será resolvido o problema
do fracasso na escola sem profunda modificação da metodologia escolar, promovida por
todas as forças que lutam em prol da educação brasileira e a escola deve funcionar
adequadamente e adaptar-se às circunstâncias. O aluno não compreende mais qual é o
significado do que está sendo ensinado para a sua vida nem para o seu futuro. Acumula
saberes, passa nos exames, mas não consegue mobilizar o que aprendeu em situações reais do
dia-a-dia. O resultado é que a escola não consegue preparar o aluno para a vida. Se a escola
existe para todos, então, em tese, ricos e pobres teriam as mesmas oportunidades. O sucesso
nos estudos passaria a depender da inteligência e da perseverança de cada um. A realidade da
nossa escola contraria essa expectativa; ela produz mais fracassos do que sucessos; na prática
o sistema educativo trata uns melhores do que outros e convence aos que fracassam de que
são inferiores.
RESUMEN
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................5
2 OBJETIVOS..............................................................................................................5
2.1 Objetivos Gerais................................................................................................................5
2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................5
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................6
3.1 O desafio de mudar a postura educacional...................................... 8
3.2 Uma escola fora da realidade .......................................................... 9
3.3 A pobreza e o fracasso escolar ....................................................... 10
3.4 A reprovação escolar........................................................................ 11
3.5 A educação que cada um merece ................................................... 15
3.6 O professor que todo aluno gostaria de ter ..................................... 16
4 METODOLOGIA........................................................................................19
4.1 Tipo de estudo ................................................................................. 20
4.2 Coleta de dados ................................................................ 20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................23
13
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Identificar possíveis causas que determinam o fracasso escolar dos educando das
séries iniciais do ensino fundamental nas escolas públicas localizadas na sede do município de
Barra do Quaraí.
Aplicar entrevista aos professores da rede pública que atuam nas séries iniciais a fim
de verificar possíveis causas do fracasso de seus alunos;
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa escola, com razão, busca selecionar, orientar e certificar alunos que tenham as
qualidades de bom, perfeito, superior. Os alunos de uma escola excelente são, por
extensão , excelentes, bem sucedidos, educados, de fino trato. Os demais, que não
primam pela excelência, são os que fracassaram, que não alcançaram o critério
mínimo para justificar essa qualidade e, portanto, são os excluídos (Caderno
Temático p.8).
Por causa disso, temos uma população escolar, muito jovem, que, por falta de
compreensão, não chega estudar até o 6º, 7º, 8º ou 9º anos. Um fator preponderante que leva
ao fracasso, além da imaturidade e da deficiência das crianças, é a lamentável deficiência da
organização escolar. Ao nosso parecer, reduziria muito esse fracasso escolar rever a
metodologia, adequá-la, para que cada região tenha um ensino de qualidade, onde haja
compatibilidade com as realidades dos alunos.
Portanto, uma criança iniciada no 1º ano, que leva a expectativa de aprender a ser
alguém na vida, descobre, de repente, que existem desafios a serem superados não tão fáceis
como pensa. Com seus limites, com sua aprendizagem lenta; falta de condições de
compreender e assimilar o conhecimento transmitido, pode ser estigmatizada por mau
desempenho, culpada pelo seu fracasso escolar, uma vez que demonstrou ausência de
percepção adequada, quando, na realidade, sua atenção e sua concentração foram mínimas
porque não teve motivação para demonstrar suas capacidades. Se olharmos apenas este
detalhe, se fizermos uma leitura rápida deste pequeno recorte do cotidiano escolar, notaremos
a imensa responsabilidade deste agente escolar chamado professor. Inúmeras situações
demonstram que o professo não está preparado para desenvolver um trabalho de motivação
que ajude o estudante a superar suas dificuldades particulares. O professor não quer
transformar-se em educador.
A escola para todos é a que caracteriza, por exemplo, a escola pública, hoje. É a
escola que busca praticar conquistas sociais e políticas muito recentes. É a escola
que expressa compromissos decorrentes da Declaração dos Direitos Humanos, da
Constituição de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente, das Leis de
Diretrizes e Bases. É a escola que atribui a todas as crianças o direito à educação
fundamental e que responsabiliza o estado e a família pelo cumprimento desse
direito (Caderno Temático, p. 9).
É fácil pensar, portanto, que os verdadeiros culpados pelo baixo nível da educação
somos nós mesmos, são os nossos defeitos, nosso conformismo e a decadência de setores que
não se mobilizam por conquistar melhorias de forma eficaz e inteligente. A todo o momento
ouvimos pelos meios de comunicação, que falam em inclusão e exclusão. Inclusão de quem?
Do aluno que tem dificuldade em aprender? E, exclusão de quem? Do aluno marginalizado,
que só incomoda por não ter atenção? Portanto a criança quando chega à escola, já vem
rejeitada, pois não é aceita como realmente é, com seus defeitos e suas qualidades. Essa
mesma criança aprende a rejeitar a escola pela simples razão de que esta impõe um sistema de
ensino ultrapassado, antiquado, que nada tem a ver com seu dia-a-dia. Temos um fracasso
escolar porque temos uma escola que não funciona adequadamente, não sabe adaptar-se às
circunstâncias.
O aluno passa anos ouvindo a professora e não entende, não aprende, não assimila,
não compreende qual o significado do que está sendo ensinado para a sua vida nem para o seu
futuro. Conforme explica Perrenoud, (2000 apud GENTILE e BENCINI, 2000), “[...] os
alunos acumulam saberes, passam nos exames, mas não conseguem mobilizar o que
aprenderam em situações reais, no trabalho e fora dele (família, cidade, lazer etc.)”. A escola
não trabalha suficientemente a mobilização dos conhecimentos, e isso é mais grave ainda para
quem frequenta a escola por pouco tempo Esse é o resultado mais lamentável do fracasso
escolar: não conseguimos preparar o aluno para a vida. O que falta? Desenvolver
competências, esta é a palavra chave da educação moderna, conforme lemos em Perrenoud.
Continuar a impor conteúdos que nada tenham a ver com a realidade do aluno é aumentar o
abismo do fracasso escolar. Para formar pessoas preparadas para a nova realidade social e do
trabalho, o professor deve enfrentar o desafio de mudar sua postura frente à classe,
começando por integrar várias disciplinas e a estar disposto a aprender com a turma. Porém,
de nada adianta exigir mudanças e preparo do professor se a escola não diminui o peso dos
conteúdos disciplinares e a sociedade não se empenhar em definir quais competências quer
que seus estudantes desenvolvam.
Uma breve leitura nos livros que tratam sobre Educação, percebe-se que cada um
julga que o outro é responsável pelas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.
Uma escola que se quer para todos e se alegre pela conquista dessa abertura
política, pela realização dessa justiça social, deveria saber que ao convocar todas
as crianças, excelentes ou não, estaria também – por extensão – recebendo tudo o
que pode estar associado a ela: violência, pobreza, desorganização familiar,
desemprego, bebida, roubo, droga, prostituição, deficiência física, mental,
desinteresse e dificuldade de toda sorte. Mas também não só isso: crianças e
famílias que mais uma vez depositam na escola a esperança de um futuro melhor,
crianças inteligentes, interessadas, crianças que têm uma experiência a
compartilhar, crianças que há centenas e centenas de anos esperavam por essa
chance. Ou seja, na escola para todos, tudo é possível, tudo pode ser (Caderno
Temático, p.15).
Os alunos sentem que a escola não foi feita para eles, nada tem a ver com a própria
realidade, nela não há lugar para seus problemas e preocupações; não leva em conta suas
experiências anteriores. A professora corrige tudo o que fazem, castiga e reprova e, às vezes,
diz abertamente que são incapazes, que não adianta perder tempo, quando não conseguem
aprender, porque, de qualquer forma, serão reprovados. Atemoriza-os e os mesmos se retraem
ou tornam-se agressivos e indisciplinados. Aos poucos vão perdendo a motivação, sentindo-se
realmente incapazes e resignando-se com o fracasso. A escola é vista como uma estranha
escada que permite a algumas pessoas subir na vida. Para os mais humildes o sistema de
ensino é, praticamente, o único meio de ascensão social, de expectativa de uma vida melhor.
A Lei diz que a escola existe para todos. O dispositivo constitucional afirma
claramente: o ensino de primeiro grau será obrigatório dos 6 aos 14 anos. Com a
permanência de apenas nove anos na escola, todos os ricos e pobres, em tese, teriam
oportunidades iguais. O sucesso nos estudos passaria a depender, exclusivamente, da
inteligência, do esforço e da perseverança de cada um. A realidade da escola contraria todas
essas expectativas; ela produz muito mais fracassos do que sucessos; porque na prática o
sistema educativo trata uns melhores do que outros e convence aos que fracassam de que
assim o é, porque são inferiores. Dentre os que conseguem uma matrícula, muitos são
reprovados. Um grande número de alunos que consegue aproveitamento na primeira série é,
no entanto, reprovado nas séries seguintes e obrigado a repetir o ano ou a sair da escola. Cada
vez mais as repetências vão se acumulando, até que as crianças ou os próprios pais desistem.
Poucos conseguem determinar o ciclo obrigatório. As estatísticas de reprovações só diminuem
na medida em que aumenta o número dos que param de estudar e abandonam a escola.
A escola parece feita para aqueles que não precisam trabalhar. O número de evadidos
aumenta a partir dos dez e onze anos de idade, pois têm que começar a trabalhar. E são as
crianças pobres as que fracassam. O número de reprovados e expulsos, nessa classe social, é
assustador. Mas, são também os pais que fracassam. Foram eles que lutaram e esperaram
durante anos até conseguirem uma matrícula para seu filho. Foram eles que passaram
dificuldades para comprar material escolar e roupas, sofreram ao ver seus filhos serem retidos
e obrigados a repetir o ano. As crianças pobres são excluídas, sem qualquer qualificação ou
diploma, sem ter aprendido nada de útil para sua vida e seu trabalho. Saem da escola e levam
com elas a humilhação do fracasso; seguem convencidos da derrota porque são menos
inteligentes e menos capazes do que os outros. O destino da grande maioria é aceitar
empregos mais humildes e remuneração mais baixa, com maior risco de perdê-los em tempos
de crise. Será que os pobres são menos capazes do que os ricos? Será que a probabilidade de
fracasso ou sucesso é, exclusivamente, da própria criança ou de suas condições de vida?
A explicação mais comum para o fracasso escolar dos mais pobres é a inaptidão da
própria criança. Os professores interpretam o fato como um fator psicológico, um problema
individual, próprio daqueles incapazes de repetir os ensinamentos tabulados pelo sistema. O
aluno não aprende porque está cheio de problemas: é afetivamente desajustado, vive
problemas emocionais complicados, é distraído e sem memória, não consegue se concentrar, é
preguiçoso e rebelde. Por que essa explicação para o fracasso escolar só tem validade para as
crianças pobres? Será que só estas sofrem problemas afetivos e emocionais? Pensamos em
outra interpretação: não seria somente culpa de cada criança tomada isoladamente, mas sim,
dela com sua família. Sem dúvida, a pobreza e a miséria influenciam nos resultados escolares.
Se a culpa é da pobreza, a escola e os professores ficam livres de qualquer responsabilidade. A
deficiência poderia ser da criança que trabalha. Nessa hipótese, até mesmo a necessidade de
trabalhar é vista como um defeito que atrapalha o rendimento escolar e explica o fracasso.
Mas, como elas podem trabalhar e continuar a estudar, se a escola está organizada
somente para os que não trabalham? Sem estudos, sem qualificação, sem diploma, como é que
alguém pode conquistar um emprego melhor?
Os exercícios escolares são quase sempre, feitos em torno de problemas abstratos que
não condizem com a vida real. As crianças de classe média, quando não entendem, têm os
pais para ajudá-las, os livros, os filmes e os programas de televisão e internet que fazem parte
do seu ambiente familiar; as outras são desamparadas pela sorte e esquecidas pela família.
Sentindo-se sem apoio a criança vai se convencendo de que é realmente incapaz de aprender,
tornando-se desinteressada, distraída, rebelde e agressiva. A maioria conclui que não adianta
continuar se esforçando, que as coisas que lhe ensinam não servem para nada e que mais vale
desistir de uma vez do que perder mais tempo inutilmente. Dessa forma, muitos poucos
persistem e conseguem chegar à universidade. Para a maioria excluída da escola resta-lhes
cumprir as ordens e os planos elaborados pelos detentores do poder. Se a escola não está
servindo à maioria e se preocupa em se alimentar de falsas esperanças e ilusões, não cumpre
sua missão de ensinar e precisa urgentemente ser mudada. Não podemos permitir que a escola
deturpe sua missão. Ela não funciona por vontade própria, porque aceita e é cúmplice da
engrenagem da sociedade desigual em que vivemos, na qual os donos do poder são também
os donos do saber.
O fato de que o aluno não demonstrou nenhum sinal de progresso ontem ou hoje é
absolutamente compatível com um possível progresso na semana ou no bimestre
seguinte. As sementes, de fato, germinam lentamente. Os músculos demoram para
enrijecer. Você conseguiu nadar logo em sua primeira aula de natação? Caso você
não tenha conseguido, isso significa que você nada aprendeu nessa aula? (Aquino,
p. 11).
Esse pensamento ainda não conquistou nossa realidade, pois, a repetência, para a
maioria da clientela do ensino fundamental, aparece como primeiro passo e como o melhor
prognóstico em direção à evasão escolar. Pedagogicamente está baseada numa série de
premissas imprecisas ou equivocadas. O estudante que não aprendeu o suficiente retomará
exatamente o mesmo caminho pela segunda vez; que nada foi aprendido ao longo do
processo; que é necessário começar tudo de novo desde o inicio; que o conhecimento e a
aprendizagem operam em uma dimensão linear. É o resultado do exercício repetitivo.
Por que não revermos nossa metodologia pedagógica? Essa é a forma correta de
ensinar ao aluno moderno? Muito do fracasso não provém de um imenso fastio do aluno ao
ver um conteúdo escolar ultrapassado, sem motivação real, sendo apenas transmitido por um
professor que deseja cumprir mecanicamente uma carga horária e um plano de aula
preconcebido? A escola acompanha o passo da evolução atual com ferramentas de ensino
adequadas ao pensar de um alunado acostumado a ambientes onde a imagem, o som e a
animação eletrônica revolucionam a vida?
Raramente nos ocorre que aquilo que ensinamos poder ser inadequado a quem
estamos ensinando (seu grau de dificuldade, por exemplo, pode ser maior que a
possibilidade de apreensão dos alunos; determinado conteúdo pode exigir
conhecimentos prévios que eles não possuem). Ainda é plausível considerar que, a
despeito de nossos possíveis esforços, a forma pela qual ensinamos pode não ser a
melhor ou ainda a mais adequada àqueles alunos (Aquino, p.24).
O professor tem a missão de conduzir e orientar seus alunos, mas para que isso
aconteça, é necessário que ele cative, conquiste e desperte o interesse dos mesmos. É
essencialmente necessário que o professor saiba que muitas vezes o aluno se espelha nele e o
tem como modelo. Sabe-se que há muita distância entre o professor que a sociedade deseja e o
profissional que hoje se encontra nas escolas, sejam elas particulares ou públicas. Vários são
os motivos, que tornam difícil ao professor desempenhar suas atividades de forma a contentar
a todos.
Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua
própria produção ou sua construção. Esse conhecimento precisa ser aprendido não
apenas nas suas razões de ser ontológica, política, ética, epistemológica e
pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado e vivido.
(Freire, 2000)
Analisando algumas das obras de Paulo Freire, nota-se que elas estão permeadas de
idéias de que educar é conhecer, é ler o mundo para transformá-lo; cujo conteúdo é a
libertação, o respeito à identidade e a autonomia do aluno. Reforça que o ato de conhecer e de
pensar estão inteiramente ligados à relação com o outro; o conhecimento precisa de expressão
e comunicação na gestão coletiva do conhecimento: o saber é criar vínculos. Educar-se é
formar-se e não decorar conteúdos. Conhecer é estabelecer relações.
4 METODOLOGIA
AQUINO, Julio Groppa. Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. São
Paulo. Summus, 1997.
KEPHART, Wewell. O aluno de Aprendizagem Lenta. Porto Alegre. Artes Médicas. 2ª ed.,
1986.