Pilares - Aula02 PDF
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Pilares e vigas formam os pórticos dos edifícios que, em geral, são os responsáveis
por resistir às ações verticais e horizontais e garantir a estabilidade global da
estrutura.
As ações verticais são transferidas aos pórticos pelas estruturas dos andares, e as
ações horizontais decorrentes do vento são levadas aos pórticos pelas paredes
externas.
PRÉ-DIMENSIONAMENTO -
PILARES
PRÉ-DIMENSIONAMENTO -
PILARES
Inicia-se o pré-dimensionamento dos pilares estimando-se sua carga, por
exemplo, através do processo das áreas de influência. Este processo consiste em
dividir a área total do pavimento em áreas de influência, relativas a cada pilar
e, a partir daí, estimar a carga que eles irão absorver.
DIMENSÕES MÍNIMAS DA SEÇÃO
TRANSVERSAL DO PILAR:
Dos Pilares, conhece-se apenas sua altura, sendo necessário
se determinar qual a área de sua seção transversal (axb).
As normas técnicas recomendam que as dimensões a e b
sejam iguais ou maiores que 19cm, porem, em casos
especiais admitem-se que uma das dimensões seja de até
14cm, desde que a área da seção seja maior ou igual a
360cm².
Dados: Classe de
agressividade
ambiental II
PRÉ-DIMENSIONAMENTO -
PILARES
4m
4m
Dados: Classe de
agressividade
ambiental II
Elementos Estruturais - Pilares
Nas estruturas usuais, compostas por lajes, vigas e pilares, o caminho das cargas
começa nas lajes, que delas vão para as vigas e, em seguida, para os pilares, que
as conduzem até a fundação.
As vigas, além do peso próprio e das cargas das lajes, recebem também cargas
de paredes dispostas sobre elas, além de cargas concentradas provenientes de
outras vigas, levando todas essas cargas para os pilares em que estão apoiadas.
Dimensões Mínimas
A prescrição de valores-limites mínimos para as dimensões de elementos estruturais
de concreto tem como objetivo evitar um desempenho inaceitável para os elementos
estruturais e propiciar condições de execução adequadas.
A NBR 6118:2014, no seu item 13.2.3, estabelece que a seção transversal de pilares e
pilares-parede maciços, qualquer que seja a sua forma, não pode apresentar
dimensão menor que 19 cm.
Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 14 cm,
desde que se multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a serem considerados
no dimensionamento por um coeficiente adicional γn .
Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a
360 cm².
PILARES Características Geométricas
Dimensões Mínimas
Portanto, o coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nos pilares,
quando de seu dimensionamento.
PILARES Características Geométricas
Dimensões Mínimas
Portanto, o coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nos pilares, quando de
seu dimensionamento.
Segundo o item 18.4.1 da norma NBR 6118:2014, as recomendações referentes aos pilares são válidas nos
casos em que a maior dimensão da seção transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão (h ≤
5b).
Quando esta condição não for satisfeita, o pilar deve ser tratado como pilar-parede (item 18.5 da
norma NBR 6118:2014).
Nos pilares-parede, a armadura transversal (estribos) deve respeitar a armadura mínima de flexão
de placas, se essa flexão e a armadura correspondente forem calculadas. Caso contrário, a
armadura transversal por metro de face deve respeitar o mínimo de 25 % da armadura longitudinal
por metro da maior face da lâmina considerada.
PILARES Características Geométricas
Comprimento equivalente
O comprimento equivalente le do pilar, suposto vinculado em ambas extremidades,
é o menor dos valores:
l0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que
vinculam o pilar;
h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura;
l é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado.
Comprimento equivalente
O comprimento equivalente le do pilar,
suposto vinculado em ambas
extremidades, é o menor dos valores:
PILARES Características Geométricas
Raio de Giração
Define-se o raio de giração i como sendo:
Índice de Esbeltez
Raio de Giração
VÃO LIVRE, VÃO TEÓRICO
Vão livre é a distância livre entre as faces dos apoios. No caso de balanços, é a distância da
extremidade livre até a face do apoio.
Conforme o item 14.7.2.2 da NBR6118:2014, quando os apoios puderem ser considerados
suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo deve ser calculado pela seguinte
expressão:
Lef = L0 + a1 + a2
com a1 igual ao menor valor entre (t1/2 e 0,3h) e a2
igual ao menor valor entre (t2/2 e 0,3h), conforme a
figura ao lado.
PILARES Classificação dos Pilares
Onde λ1 é o valor limite para o índice de esbeltez, cujo cálculo será visto
oportunamente, e 35 ≤ λ1 ≤ 90.
A NBR 6118:2014, no item 15.8.1, estipula que os pilares devem ter índice de esbeltez
menor ou igual a 200 (λ ≤ 200).
PILARES
Excentricidade de Primeira Ordem
Excentricidade inicial (ei)
A excentricidade inicial, oriunda das ligações dos pilares com as vigas neles
interrompidas, ocorre em pilares de borda e de canto.
Esquema estático ➔
PILARES
Excentricidade de Primeira Ordem
Excentricidade inicial (ei)
na viga:
Na análise global das estruturas reticuladas, sejam elas contraventadas ou não, deve ser
considerado um desaprumo dos elementos verticais conforme mostra a Figura abaixo:
onde:
PILARES Excentricidade de Primeira Ordem
Quando os eixos baricêntricos das vigas não passam pelo centro de gravidade da seção
transversal do pilar, as reações das vigas apresentam excentricidades que são denominadas
excentricidades de forma.
PILARES
Excentricidade de Primeira Ordem
Excentricidade de Forma
No nível da fundação, sendo muito grande o valor da força normal proveniente dos andares
superiores, o acréscimo de uma pequena excentricidade da reação da viga não afeta
significativamente os resultados do dimensionamento.
O conceito de esbeltez limite surgiu a partir de análises teóricas de pilares, considerando material
elástico-linear. Corresponde ao valor da esbeltez a partir do qual os efeitos de 2ª ordem começam
a provocar uma redução da capacidade resistente do pilar.
A partir de l > l1 os efeitos de segunda ordem devem ser considerados.
Em estruturas de nós fixos, dificilmente um pilar de pórtico, não muito esbelto, terá seu
dimensionamento afetado pelos efeitos de 2a ordem, pois o momento fletor total máximo
provavelmente será apenas o de 1ª ordem, num de seus extremos.
Para pilares usuais de edifícios, vinculados nas duas extremidades, na falta de um critério mais
específico, é razoável considerar e1 = 0.
Já o coeficiente αb deve ser obtido conforme estabelecido a seguir:
PILARES
Esbeltez Limite (l1)
a) Pilares bi apoiados sem forças transversais
MA é o momento fletor de 1ª ordem no extremo A do pilar (maior valor absoluto ao longo do pilar bi
apoiado);
MB é o momento fletor de 1ª ordem no outro extremo B do pilar (toma-se para MB o sinal positivo se
tracionar a mesma face que MA e negativo em caso contrário).
A utilização desse método se justifica pela qualidade dos seus resultados, que retratam com
maior precisão o comportamento real da estrutura, pois considera a não linearidade
geométrica, de maneira bastante precisa.
PILARES
Excentricidade de Segunda Ordem
Métodos de Cálculo
a) Método Geral
Considere-se o pilar da Figura abaixo, engastado na base e livre no topo, sujeito à força
excêntrica de compressão Nd.
Sob a ação do carregamento, o pilar apresenta uma deformação
que, por sua vez, gera nas seções um momento incremental
Nd.y, provocando novas deformações e novos momentos .
Se as ações externas (Nd e Md) forem menores que a capacidade
resistente da barra, essa interação continua até que seja atingido
um estado de equilíbrio para todas as seções da barra.
Tem-se, portanto, uma forma fletida estável.
PILARES
Excentricidade de Segunda Ordem
Métodos de Cálculo
a) Método Geral
Caso contrário, se as ações externas forem maiores que a capacidade resistente da barra, o
pilar perde estabilidade. A verificação que se deve fazer é quanto à existência da forma
fletida estável.
PILARES
Excentricidade de Segunda Ordem
Métodos de Cálculo
a) Método Geral
A estabilidade será atingida quando o pilar parar numa
forma deformada estável, de flecha a, com equilíbrio
alcançado entre esforços internos e externos, respeitada a
compatibilidade entre curvaturas, deformações e posições
da linha neutra, assim como as equações constitutivas dos
materiais e sem haver, na seção crítica, deformação
convencional de ruptura do concreto ou deformação
plástica excessiva do aço.
O método do pilar padrão com curvatura aproximada é permitido para pilares de seção
constante e de armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo e λ ≤ 90.
A não-linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a
configuração deformada da barra seja senoidal.
A não-linearidade física é levada em conta através de uma expressão aproximada da
curvatura na seção crítica.
A excentricidade de 2ª ordem e2 é dada por:
1/r é a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão:
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Excentricidade de Segunda Ordem
Métodos de Cálculo
b) Métodos Simplificados (item 15.8.3.3)
1. Método da Curvatura Aproximada
O método do pilar padrão com rigidez κ aproximada é permitido para λ ≤ 90 nos pilares
de seção retangular constante, armadura simétrica e constante ao longo do comprimento. A
não-linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a
configuração deformada da barra seja senoidal.
A não-linearidade física é levada em conta através de uma expressão aproximada da
rigidez.
O momento total máximo no pilar é dado por:
PILARES
Excentricidade de Segunda Ordem
Métodos de Cálculo
b) Métodos Simplificados (item 15.8.3.3)
2. Método da Rigidez k aproximada
κ é valor da rigidez adimensional, dado aproximadamente por:
Assim, a solução pode ser obtida por tentativas. Usualmente, poucas iterações são suficientes.
PILARES
Flexão Composta Normal e Oblíqua
Cálculo Simplificado (Item 17.2.5)
Nas situações de flexão simples ou composta oblíqua, pode ser adotada a aproximação
dada pela expressão de interação:
MRd,x; MRd,y são as componentes do momento resistente de cálculo em flexão oblíqua composta, segundo
os dois eixos principais de inércia x e y, da seção bruta, com um esforço normal resistente de cálculo NRd
igual à normal solicitante NSd. Esses são os valores que se deseja obter;
MRd,xx; MRd,yy são os momentos resistentes de cálculo segundo cada um dos referidos eixos em flexão
composta normal, com o mesmo valor de NRd. Esses valores são calculados a partir do arranjo e da
quantidade de armadura em estudo;
α é um expoente cujo valor depende de vários fatores, entre eles o valor da força normal, a forma da
seção, o arranjo da armadura e de suas porcentagens. Em geral pode ser adotado α = 1,0 a favor
da segurança. No caso de seções retangulares, pode-se adotar α = 1,2.
PILARES
Disposições Construtivas
Cobrimento das Armaduras (Item 7.4.7)
Cobrimento mínimo é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de todo o elemento
considerado. Para garantir o cobrimento mínimo (cmin), o projeto e a execução devem
considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de
execução (Δc). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os
cobrimentos nominais, estabelecidos na Tabela abaixo, para Δc = 10 mm.
Nas obras correntes, o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm. Quando houver um
adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das
medidas durante a execução, pode ser adotado o valor Δc = 5 mm, mas a exigência de
controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de projeto.
Permite-se, então, redução de 5 mm dos cobrimentos nominais prescritos na Tabela anterior .
Os cobrimentos são sempre referidos à superfície da armadura externa, em geral à face
externa do estribo. O cobrimento nominal deve ser maior que o diâmetro da barra.
A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado não pode superar em 20 %
o cobrimento nominal, ou seja: d max ≤ 1,2 ⋅ cnom
PILARES
Disposições Construtivas
Armaduras Longitudinais (Item 18.4.2.1)
A escolha e a disposição das armaduras devem atender não só à função estrutural como
também às condições de execução, particularmente com relação ao lançamento e
adensamento do concreto. Os espaços devem permitir a introdução do vibrador e impedir a
segregação dos agregados e a ocorrência de vazios no interior do pilar (item 18.2.1).
As armaduras longitudinais colaboram para resistir à compressão, diminuindo a seção do
pilar, e também resistem às tensões de tração. Além disso, têm a função de diminuir as
deformações do pilar, especialmente as decorrentes da retração e da fluência.
O diâmetro das barras longitudinais não deve ser inferior a 10 mm e nem superior a 1/8 da
menor dimensão da seção transversal
PILARES
Disposições Construtivas
Limites da Taxa de Armadura Longitudinal (Item 17.3.5.3)
A maior área de armadura longitudinal possível deve ser 8% da seção real, considerando-se
inclusive a sobreposição de armadura nas regiões de emenda.
PILARES
Disposições Construtivas
Número Mínimo de Barras (Item 18.4.2.2)
b = (menor
dimensão do pilar)
PILARES
Disposições Construtivas
Armaduras Transversais (Item 18.4.3)
A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o caso, por grampos
suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo obrigatória sua colocação
na região de cruzamento com vigas e lajes. Os estribos devem ser fechados, geralmente em
torno das barras de canto, ancorados com ganchos que se transpassam, colocados em
posições alternadas.
Apesar de, geralmente, nos edifícios, os estribos não serem colocados nos trechos de
intersecção dos pilares com as vigas que neles se apoiam, pois a presença de estribos
nesses trechos dificulta muito a montagem da armadura das vigas, a NBR 6118:2014 deixa
claro que é obrigatória a colocação de estribos nessas regiões.
PILARES
Disposições Construtivas
Espaçamento Máximo dos Estribos
O espaçamento longitudinal entre estribos, medido na direção do eixo do pilar, deve ser
igual ou inferior ao menor dos seguintes valores:
(fyk em MPa)
PILARES
Disposições Construtivas
Estribos Suplementares (item 18.2.4)
Sempre que houver possibilidade de flambagem das barras da armadura, situadas junto à
superfície, devem ser tomadas precauções para evitá-la.
Cálculo de n
e
PILARES
Exemplo: Resolução
Método da Curvatura Aproximada
Como
PILARES
Exemplo: Resolução
Estribos
PILARES
Exemplo: Resolução
Método da Rigidez k aproximada
1ª Iteração
Será adotado para 1ª aproximação o momento total obtido pelo método anterior
➔
PILARES
Exemplo: Resolução
Método da Rigidez k aproximada
Para a segunda iteração, pode-se considerar como estimativa razoável a média entre os valores
anteriores:
2ª Iteração
➔
PILARES
Exemplo: Resolução
Método da Rigidez k aproximada
➔
PILARES