Queimadores de Combustíveis Sólidos
Queimadores de Combustíveis Sólidos
Queimadores de Combustíveis Sólidos
A importância de cada uma destas etapas deve variar de acordo com as propriedades do
combustível sólido considerado. Por exemplo,
Para uma partícula de biomassa, com teores de umidade e de voláteis elevados, todas as etapas
apresentadas são importantes.
Já para uma partícula de coque, com baixo teor de umidade e voláteis, somente as etapas de
aquecimento e combustão são relevantes.
Conforme a frente de secagem vai caminhando para o centro da partícula, a temperatura da região
seca vai se elevando, mas de forma lenta. Isto se deve ao vapor de água que se forma na frente de
secagem, que atua como um freio para o aquecimento da camada seca partícula.
Este vapor, ao passar por esta região, troca calor com a matriz sólida, resfriando-a, retardando o
processo de aquecimento. Desta forma, do fluxo de calor (q) entrando pela superfície da partícula,
somente uma fração chega à frente de secagem.
A região seca, ao sofrer aquecimento contínuo, começa a sofrer decomposição térmica, conhecida
como pirólise, a partir de uma certa temperatura.
Os gases e vapores liberados durante a pirólise também caminham em sentido contrário ao fluxo de calor,
de forma semelhante ao vapor d’água de secagem, também contribuindo para o retardamento do
aquecimento da partícula.
Além disso, a reação de pirólise é endotérmica, ou seja, é necessário fornecer energia para que a reação
ocorra, o que contribui ainda mais para o atraso no aquecimento da partícula. Desta forma, toda a região
seca, ao atingir temperaturas acima de 200 0C, fica submetido à pirólise, não ocorrendo a formação de uma
frente de pirólise, equivalente à de secagem.
Os produtos de pirólise, por conterem compostos combustíveis, podem queimar do lado externo da
partícula, auxiliando no seu aquecimento.
A partir do fim da etapa de pirólise, quando o fluxos de gases e vapores de dentro para fora da partícula se
reduzem drasticamente, o oxigênio e outros gases reagentes presentes no lado externo, tais como o vapor
d’água e o dióxido de carbono, podem penetrar no interior do resíduo carbonoso e reagir com os
componentes sólidos. O mecanismo predominante, nesta etapa, diferentemente das etapas de
aquecimento, secagem e pirólise, é o de difusão dos gases reagentes para dentro do resíduo carbonoso.
Estes gases, primeiramente, têm de atravessar a camada limite de gases existentes em torno da partícula e
dela passar ao seu interior, como representado na figura.
Dependendo do teor e das propriedades da cinza do combustível sólido, pode-se imaginar dois modelos de
combustão de resíduos carbonosos de sólidos:
Modelo de núcleo não reagido: No modelo de núcleo não reagido, existe uma camada de cinza em torno da
partícula, através da qual os gases têm de se difundir antes de atingir a região carbonosa, representando
uma resistência adicional à sua difusão. Carvões minerais, com elevados teores de cinza, normalmente
seguem este modelo.
modelo de núcleo exposto: No modelo de núcleo exposto, quase não se observa a formação de uma
camada de cinza por sobre a partícula. Nestes casos ou o teor de cinzas é muito baixo ou a camada de
cinzas é muito friável, destacando-se facilmente da superfície da partícula. As biomassas em geral são bem
representadas por este último modelo.
Processos e equipamento de combustão de sólidos
Independente do tipo de aplicação (caldeiras, fornalhas etc.) os processos de combustão
de sólidos podem ser divididos em três tipos principais:
• Combustão em grelha,
• Combustão em leito fluidizado
• Combustão em suspensão.
Combustão em grelha:
Grelha Fixa
Grelha Móvel:
O SOx pode ser eliminado em grande parte pela alimentação contínua de calcário ou
dolomita ao leito. O cálcio e magnésio reagem com o enxofre no interior do próprio leito,
formando sulfatos, removidos posteriormente através de descargas controladas pela base
ou topo do leito. A relação de Ca/S normalmente alimentada ao leito é de 3/1 (leito
borbulhante). Isto é necessário devido à rápida inativação de partículas de calcário ou
dolomita, provocada pelo fechamento dos seus poros com a formação de sulfatos na sua
superfície.
Outra vantagem do leito é a capacidade de poder operar com combustíveis com alto teor
de cinza, baixo poder calorífico e teor de umidade elevado, como resíduos municipais,
lodo de esgoto etc. As elevadas taxas de transferência de calor e tempos de residência,
características de leitos fluidizados, e a grande massa de material aquecido inerte do leito,
atuando como um grande volante térmico, garantem a combustão destes materiais.
O leito atua como um reservatório de calor, assegurando uma ignição rápida e uma
combustão eficiente
Carvões com baixos teores de voláteis, como os carvões antracíticos e finos de coque,
devem apresentar uma porcentagem ainda maior de fração abaixo de 200 mesh para
contornar a dificuldade de ignição.
Cabe ressaltar que este processo, dada a baixa granulometria exigida, normalmente é
mais utilizado para a combustão de carvões minerais.
Dependendo do índice de “swirl” deste queimador pode-se conseguir chamas curtas e intensas, o
que leva à redução da dimensão da câmara de combustão.
Carvões minerais, no entanto, podem ter teores elevados de nitrogênio que, associado às
elevadas temperaturas obtidas na chama, podem levar à formação intensa de NOx.
Queimadores mais modernos, que promovem o estagiamento de ar, com baixa emissão de NOx,
têm sido desenvolvidos e se encontram em fase comercial.
A chama se alonga, devido ao aquecimento mais lento das partículas, e a mistura entre o
ar secundário e primário ocorre no centro da fornalha.
O queimador ciclônico tem a vantagem de poder operar com diversos tipos de combustíveis como cavacos
de madeira e casca, resíduos, coque de petróleo etc., mas apresentam problemas de emissões de NOx
devido às temperaturas elevadas de operação. Uma forma de contornar este problema tem sido operar os
queimadores ciclônicos em condições subestequiométricas, injetando o ar faltante após o queimador, como
numa combustão estagiada.
Devido às elevadas temperaturas atingidas no interior destes equipamentos, eles se prestam à combustão
de combustíveis com baixos teores de voláteis e baixa reatividade (por exemplo coque de petróleo) que
apresentam problemas de ignição em queimadores de combustíveis pulverizados como os apresentados
anteriormente.