Poesias
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Poesias
CELEBRA O NORDESTE
Ficha
Prefácio
A.Vieira
Pois, teus arroubos não me pesam o coração.
9
Êxtase em Nós
10
Só o Agora é Certeza
Adna Raul
Em dia claro, ou gélida noite chuvosa,
O presente é real, a certeza do agora é concreta!
Mas, o meu hoje morre solitário no
final dessa aventura que é viver.
11
Singeleza Pede Licença
A serenidade no horizonte
Diz pra alma acalmar
Brisa que se faz ponte
Olhar navega como onda no mar
12
Trem da Paixão
Adilson Adalberto
Viajei, nas ondas da paixão
Emocionei-me, sentindo forte a emoção...
Que contagiou a todos, dentro do vagão
Ao som do pulsar do coração.
13
Memória Nordestina
14
Natal de Sonhos
Brancas dunas.
De mar azul
E verde herbal,
De cascudo,
Navarro,
Dom Nivaldo,
Alfredo Neves
Djalma Maranhão,
Dorgival.
Virna e Titina.
Do seu Forte
E Farol salvador,
Do descanso,
Da Redinha,
És um pássaro azul
Refrigerada pelo vento
Nordeste e sudoeste.
És tão linda Natal
Que se pudesse
Me entrelaçava
Contigo.
15
Andaime
E o mundo irônico
Esquece de mim, do elevador
E se desespera vida abaixo...
16
Porque escrevo
Ana Caroline
Organizo em estrofes
Colocando o meu ser interior
Escrevo pra viver
Coisas que talvez a vida ainda não mostrou
Mas o presente poderá mostrar
E no futuro seja agregador
Escrevo pra ser livre
Igual o amor
Que é lúcido e sem pudor.
17
Verso
18
Felina
Carmim, encarnado,
Carmesim, na boca
Batom vermelho...
Desejo.
[email protected]
19
Olhar Nordestino
Sou do Nordeste
Não sou “Cabra da Peste”
Nem “mulé da muléstia”
Quer me conhecer
Pergunte quem foi meu mestre
AnaCarol Cruz
De Gonzagão a Suassuna
De Doryval Caymmi a Bráulio Bessa
Não porto arma na mão
Nem bala na cartucheira
Minha arma é adocicada
É a palavra
Doce que nem rapadura
E, como ela, às vezes, dura
Para dissolver
E quebrar a dura visão
Que se tem
Da minha nação nordestina.
20
Esperança Nordestina
Anderson Albuquerque
Sou nordestino cabra da peste
Ao som do canto do carcará
Adentro no rio quase seco pra me banhar.
21
Projeto
22
Alma Guerreira
23
Sílvio Damásio
24
São Luís do Quitunde
de Ontem, Hoje e Amanhã
Anobelino Martins
Cada rua do seu centro foi planejada
Pelo engenheiro alemão Carlos Baltenstern
Dando-lhe a fama de cidade projetada
Lugar em que Joaquim Cavalcante pôs sua fé.
25
Encantos de Minha Terra
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Beija-Flor Mensageiro
Antônio Evangelista
Enquanto a minha pátria terra
Rego com lágrimas de saudade
Quem dera voar em tuas asas
E voltar no tempo e no espaço
Para dar na Estrela um abraço
E ruflar de volta para casa
Nas areias da virgem dos lábios de mel
Desenho sua imagem no céu
Bailando serena
És a menina dos meus olhos
Em forma de relicário meu coração eu te dei.
27
Pau dos Ferros
28
Pensei que Tinha Pensado
29
A Arte
Algo mágico!
Sendo mágico é fabuloso!
Fabuloso, Magnífico, Magnífico?
Majestoso!
Antonio Marcos Bandeira
Majestoso?
É o teatro!
Espetacularmente engenhoso,
Engenhosamente, humano!
Humanamente carinhoso
Carinhosamente artístico,
Artisticamente zeloso,
zelosamente ela!
É a arte!
Algo mágico! Em cena !
30
Menor Abandonado
Arlete Santos
Meu pão de cada dia
Assim, passo meus dias jogado ao léu
Minha cama uma calçada, meu lençol pedaços de papel
Sou filho da mãe, que não conheço
Sou filho do pai, que nunca tive
Sou filho da rua, que me criou
Sou filho da mãe, que me abandonou.
31
As Nuvens no Céu
32
Amor, Eu Sei
33
Raízes da Minha Terra
"arretado",
Como nas melhores histórias de Jorge Amado
Pra muita gente muito axé, longe de todo mal, salve o grande
fundador Marquês de Pombal,
na luta pela liberdade e o fim da miséria vestiu-se de homem
uma mulher para defender sua pátria.
Salve também Maria Quitéria
Com fé, firme e forte vamos seguindo, lembrando o feito de
Manuel Faustino
O Brasil começou aqui e aqui fizemos o Brasil, pátria amada
mãe gentil, terra mais "braba" nunca se viu, as raízes da minha terra
tem muita alegria, estou falando dela, minha querida Bahia.
34
Trajetória de Um Vazio
Carla Alves
Nos ditos e não-ditos
De um palavrear que cega,
Nega, traga e a boca amarga...
Sem licenças, cerimônias ou ritos.
35
Morreu...
36
Mar Nordestino
Se me tens natureza
Me tens mar
Mar de serranias e ventanias
Mar Nordestino
Carlos H. Araújo
De coco e rapadura
De além mar e cordel
De Maracanaú e baião
No mar de sertão
Na espera de virar
37
Quatro Aldravias
Quando
Nobre
O
Humilhado
Ser
Doutora
Catarina Labouré
Nos
Mais
Humanizados
Gestos
Faz-se
Revelar
No
Universo
Ecoam
Os
Melhores
Feitos
Os
Grandiosos
Mas
Veludosamente
Apascentados
Voos
[email protected]
38
Baixa da Égua
Célia Melo
Eu sou Sertão! Fibra! Luz!
Eu sou fogo ! Na estiagem.
39
Vida Renascida
O dia nasce
O sol amarela a mata
O sino da matriz ecoa
Rompendo o silêncio
Da cidade desperta
Célia Oliveira
Hora da missa
Os fiéis fervilham a rua
Rumo ao templo
É domingo...
Do rio sopra suave brisa
Debruço-me na janela
Contento-me com o tempo
Com a aspereza
Da lapidação da mente
Tudo é Natureza
Em mutação crescente
Vida minha renascida
Nas cores mágicas
De um arco-íris.
40
Sob Luzes... Sensações
César Guimarães
Os olhos eram as mãos
Em um competente abraço.
A força do carinho
Conquistava a liberdade.
Surgia uma melodia dos sussurros.
Criava-se a trilha das sensações.
E o quarto se fez jardim
Com o perfume exalado dos lençóis...
A noite foi tão maravilhosa
Que a lua se redimiu à luz que
Vinha dos seus olhos;
E logo a manhã chegou
Com a singela esperança
De que o sol também iluminasse
O seu caminho
Fazendo brilhar ainda mais
O seu sorriso.
41
A Saudade
42
Criaturas Incrédulas
Charles Simões
que, ordinariamente, vão diminuir seus pecados, em um dia de
domingo, em igrejas, onde padres posam suas sungas coloridas,
dentro de batinas largas, para chamar atenção de corpos apertados
de calças esguias, que pulam a fim de dançar em uma noite fria. E
infalível de tempos sombrios ou se lambuzar na lama do vale, que
muito tem, mas nada valem como muitas criaturas deste país, que
agora também não vale um vintém.
43
Segunda Pele Feirense
Quis beijar-te
Os “Olhos”... teimosos,
Olhos de tafetás, fogosos!
Nordeste,
Segunda pele a roçar.
Cintia Portugal
Costuras de pertença
Humildes, densa Quitéria,
Rasta couro, Jenipapo.
Segunda! À flor da pele...
Com o teu perfume do mato.
Ao deitar-me à sombra
Do verso da “Bem nascida
Entre verdes colinas...”,
O reverso, a lona, o chiffon,
Das tuas esquinas..
44
Sábado
Claude Bloc
vi os flamboyants enfeitados em suas vestes de flores.
45
Caminhos do Rio São Francisco
Ao mais penedense Francisco A. Sales.
46
Onassis
Claudete Roseno
o paralisaria, atrofiando, gradativamente, as suas funções motoras.
Entretanto, e cruelmente, não afetaria sua inteligência, emoções,
sua memória nem os sentidos. Ou seja, não perderia a consciência
de si mesmo em todo o desfecho da doença, até o dia final.
47
Poesia e Eu
48
O despautério masculino
gerando o feminicídio
Claudia Bulhões
maçã à obediência, ficando com a punição da restrição manifestada
por suas funções dominantes sobre a terra, sendo dono e mante-
nedor da mulher e do lar. Levou a silogismos macabros e dedutivos
de que a mulher é fomentadora ou causadora das agressões.
Filosofar entre ideologias vigentes, leva à reprogramação efetiva da
conservação dos “papéis sexuais” de Matriarcado ou Patriarcado
reinantes no núcleo familiar, constatando-se educação tendenciosa
em modelos masculinos e femininos.
49
Calíope
Gozar regozijar
Num transe acoplado
Em ti.
Cláudio Wagner
Teu nu,
Que serpenteia pelas minhas quimeras
É só tua liberdade que mostras,
Nada mais.
E descobrimos,
Filha de Zeus e Afrodite
Que em tua arte exorcizas,
O desejo machista
Criando no mundo
Amor feito de Paz.
Desejo, deSejo deseJo, dEsejo
desejo, DESEJO, mas não incontroláveis.
Infiel no SER.
[email protected]
50
Água no Pote
Clécia Santos
Céu encoberto e abatido
Das nuvens de aluvião.
Já se avistava um menino
Correndo com as sandálias
Nas mãos...É chuva!
51
Eu e o Mar
52
Clara
Esculpida no carrara
Cocota San
Esta luz do sol nascente
Cromo de beleza rara
Brandão de estrela cadente
53
Codo
É infinitamente...
O gosto dos lábios, as quenturas do corpo e os gemidos à meia-luz...
Tudo volta, sensivelmente, com aroma; cada segundo!
O sorriso de satisfação dela, e tudo mais.
Codo
É infinitamente...
O gosto dos lábios, as quenturas do corpo e os gemidos à meia-luz.
Tudo volta, sensivelmente, como fel; cada segundo!
O sorriso de satisfação dela, e tudo mais.
54
O Amor Renova
Conrado Mattos
Um novo amor recria
Escuta sério, e aceita a dor
É um outro no lugar do outro
É compreender e chorar juntos.
55
Os Princípios do Bem-Viver
56
Não Sei
Crioulo Anajá
Não sei o que acontece,
Mudo, mudo para uma nova perspectiva.
Não sei se a alegria é verdadeira,
Ou se a alegria é uma mentira.
57
Saudade
58
Velhos Novos Dias
59
A Cor da Xanana
Tais quais
jovens elegantes.
Quem as semeou?...
Mistérios do Glorioso criador.
[email protected]
60
Nordeste
Damião Silva
Meu Nordeste tem desgosto
Tem lágrima, que cai do rosto
Tem folclore, no mês de agosto
O meu Nordeste tem seus cantares
Festa junina e seus altares
Histórias de alegrar corações
E outras tantas de assombrações
Meu Nordeste é como uma flor
Que ao desabrochar expressa o amor
Em meio a tantos encantos
Meu coração brota um canto
Meu Nordeste eu proclamo
O meu Nordeste que amo.
61
Meus Desejos
62
Nosso Maranhão
Daiana Escobar
Barreirinhas, um vilarejo tranquilo e acolhedor que faz com que
você se sinta em uma cena de novela de pescador dos anos 80, um
lugar mágico. O silêncio nos acolhe, ao mesmo tempo em que faz
nossos pensamentos flutuarem bem distante dali. A água, límpida
e fresca, nos faz lembrar que, se não fossem pelas mãos ambiciosas
dos homens, nosso lar seria completamente imaculado. Além das
praias belíssimas, o Maranhão possui uma cultura muito rica, uma
arquitetura portuguesa riquíssima que, por ora, está sendo negli-
genciada. O patrimônio histórico e cultural da humanidade precisa
ser tratado com tal importância, pois ele nos conta um pouco do
passado, nos faz refletir sobre a importância de manter a história
de um povo e quão rica essa história é.
63
Ser Poeta
64
O Silêncio de uma Lágrima!
“À Rosa Régis”
Ancoram no instante, mais circunstante
Os ‘Ramos” afastados de um cravo rubro
E no concerto da manhã a passarada
Soluços dobraram a macambúzia alma…
Deth Haak
O fulgir da miséria enlaçado à covardia
E ao varejo do tempo, entrega à ceifa,
Viveres obscuros, que a essência furta…
65
A Palavra
66
Ilha dos Amores
Amor e mar
Combinação perfeita
Dilercy Adler
Eternizada quando a onda deita
Meus dissabores sobre a areia branca!
67
Abraço
Dentro de um abraço
tudo se pensa
sofre e teme
aquieta-se
a dor se esquece
a alma se acalma
o frio se aquece
Dentro de um abraço
a palavra cala
o tempo espera
o silêncio fala.
68
Quando Cai a Primeira Trovoada
Eduardo Libório
Transformando-se, toma nova cor,
Volta o brilho ao olhar do agricultor
E este brilho se estende à plantação,
Quando planta a semente no seu chão
E coloca uma dose de amor.
eduardoliboriorocha @bol.com.br
69
O Dia Amanheceu Escuro
70
Nordeste e São Luís do Maranhão.
Eliane Araújo
variados e sensuais, abraça todos com grande fervor, oferece
sabores para todo paladar. Difícil resistir aos prazeres da vida que
ela oferece.
71
Saudade do Sertão
72
Palpitar Das Emoções
Elinalva Alves
Devaneios, desejos, imaginários, talvez, sempre junto de mim,
Nesse palpitar de emoções, lanço-me a tecer esperanças.
Quero brevemente rever-te, dizer-te dessa saudade,
Contar-te minhas andanças.
Sigo atenta a esperar tão logo cesse essa ausência,
Desejando ardentemente seguir a trilha do amor,
Perfeito como uma flor, sempre a nos acompanhar.
E assim a felicidade nesse novo caminhar,
Teime, para sempre, conosco vir a ficar.
73
Decepção
Acabou-se o encanto
A dor calou o canto
E por mais que haja tanto
Amor, carinho e afeto
Prevalece o pranto
Emanuela Almeida
74
Parabéns, Nordeste!
Emília Carla
Esbanjando seu riso prazenteiro
Faz o povo num coro então cantar.
Todos juntos vamos comemorar
Parabéns ao Nordeste brasileiro.
75
Haicai
Debaixo do sol
Verde, pássaros, poeira
Sinfonias do sertão.
Érica Azevedo
76
As belezas do Nordeste
As belezas de Nordeste
São sem igual.
Belezas sedutoras
E com calor libertador,
Em nenhum local
Eulália Costa
Zombam sem se arrepender.
As belezas que aqui possuem
São sem igual
77
Quero Livros
78
Estações
Eva Potiguar
Almas amofinadas acordem!
Ele traz a poesia crua, sedenta por liberdade e lua!
79
Filho Ausente
A madrugada chega
E lá está ele, o filho, na balada.
Em casa, os pais aflitos,
Repousam o corpo cansado,
Mas, a mente voltada para o ausente...
Onde estará?
Pensamentos múltiplos
Fluem na cabeça imaginária daquele
Que, porventura, espera uma notícia.
O Sol aparece, o filho chega.
Ufa! Que alívio!
80
O Poeta e a Fotografia
Evaldo Silva
Na claridade da luz e da criação
O verso apareceu não sendo raro
Nada é por acaso, mas uma perfeição.
81
Meu Cantinho
82
Melhor Poema
Erilva Leite
No horizonte – a felicidade nos estende a mão
Entre os fios dourados da ternura
E o sorriso angelical desta criatura
Meus versos nos eternizam
Tal e qual anjos dourados
Em cuja tela eterna fomos pintados
Quando o destino nos sorri
O tempo livre nos acena
A vida torna-se poesia
Você, meu melhor poema.
83
Tatuagem Natural
84
Antes que o Sol se ponha
Coberto de lilases
O poente
Alaranja -se
Sem alarde
Sem prenúncios
Fátima Mota
Antes que o sol se ponha
Antes que a lua desponte.
A beleza
Ainda me espanta
E desperta todos os sentidos.
E eu... apenas
Silêncio.
85
Nordeste/Zando
Riquezas naturais,
86
Meu Maranhão
Francisco Ribeiro
das Palmeiras, das quebradeiras de coco guerreiras. Do lavrador
do sertão, de homem simples de pé no chão. Terra de professores
valentes, que lutam ensinando nossa gente. Embora não sejam
reconhecidos, mas tentam fazer o seu melhor. Meu Maranhão
é fantástico, digo de coração, mesmo distante de ti. Tu és minha
canção, meu afeto minha paixão. Terra de um passado varonil, és um
pedacinho do meu Brasil. Que se formou no Nordeste, um encanto
do país. Somos uma geração com um dialeto sem igual. Salve meu
Nordeste, terra abençoada, de um povo lutador. Que nunca recua
aos desafios, ainda que haja dor. Meu Nordeste é assim, povo hospi-
taleiro, que carrega consigo o dom de ser vencedor, mesmo em
tempo de crise. O Nordeste é um amor.
87
Meu Nordeste Brasileiro
Meu Nordeste
Sem sorte como
Um arqueiro
Tudo que se plantar dá
E ninguém olha o valor que há
Plante amor no coração do Nordeste
Meu sertão, minha terra tão sofrida
Francinaldo Gonzaga
88
O Que Seria do Brasil
Sem o Povo Nordestino
Gélson Pessoa
Nossa cultura é diversa
Tem vários nomes na lista
Temos Câmara Cascudo
Que é grande folclorista
Também tem Luiz Gonzaga
Que era cantor detalhista.
Nordeste é um paraíso
Pois, quis assim o destino
Além do mais tem cultura
E artistas de refino.
O que seria do Brasil
Sem o povo Nordestino?
89
Tua Rosa
De várias ações...
Em plena madrugada...
90
Meu Nordeste Brasileiro
Gevandyr Muniz
No passado, os nobres sensacionais falavam de seus locais
O nosso Nordeste de autores que foram de reconhecimento
O Maranhão dos Lençóis, o Piauí dos Cocais e até o Delta de Parnaíba
O Ceará da Viçosa, Jijoca, Canoa, Camocim, Aracati,
O Rio Grande do Norte da Ponta Negra, Pirangi, Jacumã
A Paraíba da Tambaba, do Conde e Tabatinga,
O Pernambuco de Porto de Galinhas, a Olinda,
O Alagoas de Maragogi, as dunas de Marapé
O Sergipe do Cânion do Xingó
A Bahia da Ponta da Itaquena, as águas do Curuípe
As citadas praias das belezas naturais encantam
As maravilhas naturais dessa região geográfica
As joias flores dos mandacarus sinalizam as chuvas
Das estradas poéticas e os encantos vislumbrantes...
91
Menina Rio
92
Meu Nordeste, Meu Torrão
93
Nordeste em Sol Maior
Não há outro lugar igual aqui, talvez muitos neste livro podem
falar, mas não tiro a razão, eu sei que o Nordeste é o melhor lugar.
94
Terra Amada
No Nordeste brasileiro,
Do jeito que nem paixão,
Hélio Gomes
Que incendeia o coração,
Queima o sol, feito braseiro.
Pro sertão não tem dinheiro,
Pra paixão também não tem.
É sofrer por querer bem,
Que damos a própria vida.
Quem ama a terra querida,
É mesmo que amar alguém.
95
Boas-Vindas
96
Serafim
Serafim da noite
Serafim da morte
Serafim do amor
Horácio Paiva
Será findo amor?
97
Gênese
É da minha terra
Que me alimento
Que me sustento
Terra, às vezes, árida
À espera das trovoadas
Que me abastecerão as raízes
Ilza Carla Reis
98
Desaguar
– Sério?
– Ora, não! Ele botou com tudo...
– Éguassssss!
– Besta foi Ezequiel. Era ele que devia fazer. Foi o primeiro
Inaldo Lisboa
namorado dela, mas no dia que eles ficaram juntos, estava bêbado
e não acertou a entrada lá.
– Eita, porra!
– Agora tá aí, chorando feito corno manso. Ah, se fosse comigo!
– Mas ele era doidinho por ela.
99
Carta ao Povo Alagoano
100
Cidade Sorriso
Israel Pinto
Que parecia não desmerecer,
Com tamanho descaso
Que um dia viesse a esmorecer,
Uma enorme empresa aqui instalada,
Veio com grande fúria se infiltrar
Para tirar dos cidadãos o sonho
Da maravilhosa cidade a desejar
Fiquem sabendo todos que de buracos
Os dentes se transformaram em cáries
Agora essa cidade deixa de ser um arco
E por ora, antes com grande riso
Deixa de ser a sonhada Cidade Sorriso
101
Fim
102
Prognóstico
Ivan de Melo
Surge o vento que sopra o frio de inverno
Sobre o vácuo onde dormitam andorinhas
E dos pés amancebados do sertão nordestino.
Fechem as bocas,
O suor que escorre pelo peito esmagado pela dor
É a gaivota íntima que voa em busca da redenção.
Tudo é sacrifício perante tribunais humanos
E, quando a chave da decência der a volta do parafuso,
Todas as esdrúxulas decepções
Despencarão nos precipícios do homem!
103
Carta ao Povo Alagoano
104
O Tempo da Borboleta
105
Tempo
Digo ao tempo
Que o tempo dá luz
Está no tempo da fé
Digo ao tempo
Que o tempo é vida
E está na fé
Jan Costa
Digo ao tempo
Que o tempo é divino
E está no infinito
Digo ao tempo
Que o tempo é gente
E está na mente da gente
Digo ao tempo
Que o tempo é honesto
E está correto
Digo ao tempo
Que o tempo chegou no tempo
Tempo bondoso do tempo
Tempo amigo do tempo
E está no tempo do tempo.
106
Fragmentos Poéticos
Janaína Leite
Nunca mais haverão de retornar
Quero tirar da alma, poesia agora
Que me faça reviver e aflorar.
107
Taça de Palavras Cruas
108
Luto
Janyclay Fonseca
Soube do triste acontecimento
Que a minha vida mudaria por inteiro! O tempo sussurrou-me
Lentamente ao ouvido
Palavras duras, sem nenhum rodeio
E eu, estagnada por tão grande dor
Quase entrego-me em desespero e partida ao meio
Acabara de perder aquela
que um dia deu-me a luz,
A vida e tudo de melhor que em mim existe
Deu-me amor, carinho, paz e a fé que tenho em Jesus!
109
Nordeste Brasileiro
O valente Carcará,
O poço de água fria
A esperança da chuva
Alegrar dia a dia.
110
Caso Perdido
JC Vaz
De qualquer outro
Status quo.
111
Ponto de Equilíbrio
112
Eu mudei
Eu mudei.
Espero que você
Não se incomode.
Eu era flor que não se cheira,
Agora sou Comigo-ninguém-pode.
João Andrade
113
Chuva
114
Vestígios de um Adeus
Joice Collins
"eu me importo com você" , "eu gosto de você",
Agora você está... Sabe lá Deus, onde?
Só sei que você é um anjo,
Só que sei que agora está longe
E perto, no meu coração.
Eu te venero, eu te clamo, nada adianta.
Eu te amei, não te falei...
Agora descobri o verdadeiro e forte
Significado da expressão:
"Tarde demais".
115
Versos Venais
( ? )
V G
A ANDO
Jonnata Henrique
VOGAIS
E
R
T
I
C
A
I
VERSOS, VELADOS, VEICULADOS
VEM
Ã
O
116
Olhar
Lancemos os olhares
E, num instante, em segundos
Sentimos que somos cúmplices
Combinamos
Aprovamos
Discordamos
Esses olhares
Jorge Luiz
Que nos comprometem
Até um simples olhar
Doces olhares
Mansos olhares
Que caem sobre nós
Como uma luva
Tão cúmplices, que somos
Assim amor eterno
Quero te olhar
Até o último olhar
E carregar comigo
Toda cumplicidade
Que a terra jamais
Terá o direito
De me roubar.
117
Enquanto se Respira
118
Ana Menina Pequena
119
Príncipe dos Poetas de Maceió
Homenagem a Cláudio Antônio Jucá Santos
120
Sonhar Ícaro Poema
121
Rompimento
Dissemino a dúvida.
Anseio rupturas fátuas e abro profundezas.
Não quero braços, nem pernas.
Me basta a pulsação
Cortarei apenas o cabelo.
Não serei outro
O outro desnuda silêncios.
Serei arrebatamento
Cortarei apenas os pulsos.
Só, não quero nada.
Só, decomponho-me.
122
O Pescador de Ilusões
Joyce Lima
ninguém deu notícias. Anos mais tarde, ele retornou à cidadezinha
e não encontrou a família e nem os amigos. Dessa vez, ninguém
soube informar o paradeiro deles. O pescador viveu anos e anos
querendo rever as pessoas queridas que se foram para sempre.
123
Padre Cícero Romão Batista
(Padrinho Cícero)
124
Tributo ao Poeta
Juju Amorim
Que nasceu no Maranhão,
Na terra das palmeiras
Palmeiras do babaçu.
Salve o poeta,
No regresso à terra
A sua terra natal
Na costa do Maranhão
Foste fazer poesia
Num plano superior.
Salve o poeta,
Da terra das palmeiras
Onde canta o sabiá
A poesia retrata o Maranhão
E consolida o romantismo.
125
Severina
126
No Vai e Vem do Barco
Jussiara Soares
Parece inocente,
Mas, é puro encantamento
Contando suas experiências
Vai levando a gente
Para o mundo transigente.
Ela pura sensualidade,
Não sabe o que é capaz
Um pensamento de libertinagem.
127
Tórrida Terra
128
Flor de Cactus
Karol A.
Corro como moleca de idade mais de vinte
Quero sentir o cheiro no terreiro
Os besouros saindo de suas casas avisando
O temporal que se acaba.
Vejo minha casa de taipa encharcada
Não importa, depois com calma
Ajeito o reboco caído, eu prefiro exclamar
Agradecida naquele que pela
Minha fé me sustenta
“Meu Deus eu rezei, chorei pelos meus filhos!”
E aqui está: só água pedi para poder comida cultivar.
129
Dama do Seridó
Guerreira aprendiz
Do místico Sol,
Peço-te que não mais nos vista da secura em nó.
Como és insolente! Oh, dama do Seridó...
130
Singeleza está de Licença
Lafrança
Diz pra alma acalmar
Brisa que se faz ponte
Olhar navega como onda no mar
131
Na Caminhada da Vida
Na caminhada da vida
Ame seu próximo em vez de julgar
Se por acaso ele cair
Ajude-o a se levantar
Faça dele um companheiro
E convide-o a caminhar
132
Nor-Destino
133
Apelo à Poesia
134
Meu Caminho
No meu caminho
Tropecei em muitas pedras,
Muitos espinhos encontrei.
Muitos "nãos" escutei
Mesmo assim
Não desisti de caminhar.
Não foi fácil caminhar na escuridão,
Lourdinha
Mais firmei minhas passadas
E com minha bengala
Segui em frente.
Hoje sigo meu caminho sem tropeçar.
E sei que meu caminho
Cada dia vou conquistar.
No meu caminho
Muitas pessoas encontrei
Pessoas que me ajudaram
A transpor os obstáculos,
Que retiraram os espinhos pra eu passar.
Não sei quando vou chegar,
Só sei que não vou parar de caminhar.
135
Náufrago Coração
Bêbado de sofrimento
Num mar de tormentos
Seria um sonho ou menos?
Lucas Lima
136
Ah, O Mar ...
Ah , o mar...
Lúcia Eneida
O mar do pescador paciente
Que joga sua rede
Sem saber o que virá
Às vezes vem repleta
De sonhos e desejo
Da morena fogosa
Que o deixou por lá
Ah, o mar...
Ah, o mar...
137
Vida Simples
138
Os Jangadeiros São Filhos de Jangadeiros
Lufague
Camarada que ladeia a nudez da solidão
Mas, sabe bem desfrutar do vasto mar seu murmúrio
Tal seu encantamento, sereno, ao violão ou viola
139
Não se Despedace
140
Enredo de Serra Verde
Luiza Saraiva
com a tinta das letras, escrever bilhetes...
sonhar de pescar com o jereré...
Escondida de Francisca,
Eu comia gogóia amarelinha
Sujinha de poeira... que eu sempre
Encontrava no caminho estreito
Estrada de gado, no meio da
Macambira ... em tempos de verão.
141
Viva o Presente
142
O Que Deu na Telha
Lindete Souza
Seja canto
Eu te juro
Que procuro
Só se achar
O seu encanto
É nele que me inspiro
Em alguns escritos
Garanto
Escrevo seu nome
De canto
Mas, não é
Só nele
Que conto
Tudo que deu na telha
Nesses anos loucos
143
Um tal de Zemaria
[email protected] - Bahia
144
Olhos Nordestinos
Maria Silva
Que desce do céu nascente
Que banha e renasce tudo
Inclusive toda gente
Que adora prosear
Que tem causos pra contar
Que faz história pro olhar.
145
Mistério
146
Coisas de Amor
Maluma Marques
Receio amar, pois
O amor não existe, talvez, não.
Dentro de mim, sim.
Mas de você e com você.
Não percebo que o amor exista.
147
Mediunidade
Um cochilo esperado
Voltando ao passado
Vendo um revoltado
Ou outro desesperado.
Marcelo de Oliveira Souza
148
São Luis, Cidade Cúmplice
Márcia Luz
Teu céu, tuas estrelas,
Teu mar, tua brisa, teu sol
Teu crepúsculo são testemunhas
Do bem que me proporcionastes
Tua poesia suave também
Contribuiu para que os amores acontecessem
São Luís, cidade cúmplice
Aos poucos vou realizando
Meus projetos e minhas traquinices que
Não vivi na adolescência
Agora com uma cabeça mais
Pensante, vou aos poucos
Concretizando o meu sonho de menina
149
Sem Hora Marcada
O jogo da palafita
A morte vem da maré
Maré do Rio, maré da vida
Maré da sorte, maré da fé
Os sonhos úmidos
Marconi Branco
Balançam bêbados
Ante a festa do tempo
E o vento malcheiroso
Do público poder
Os corrói por dentro
150
Meu Pé de Siriguela
Mardenia Maria
Construí minhas casinhas de bonecas
151
Pedra do Bacamarte
152
O Tempo
Maria Medeiros
Sente viva a brisa do início do dia .
Vi a terra ficar quente, o astro acordou
O frio chegou e a farra da cigarra cessou.
Nos florais dos maios, rosas pra Maria
Cavalgava no ponteiro dos minutos um Pensamento
E sentado num tamborete daquela calçada
arrumei o tempo a me lembrar.
Bebi água do pote de barro
A luz era lampião de gás e tudo se fazia.
Espetáculo da noite, escura as estrelas
no Firmamento, admiráveis de se ver.
A alegria já foi tanta que mesmo rico ou pobre
O tempo se acaba.
153
O Amor
(Dedico estas minhas palavras à minha saudosa e
inesquecível mãe, que viveu de amor para o Amor.)
154
Sonhos do Coração
Sonhos de coração
Com toda emoção,
Como aquela rosa
Que lhe ouve de coração.
155
A Mulher Nordestina
156
Malogro
Marize Lisbôa
Ninou depois.
Bebeu do leite.
Deleitou-se.
Mas naquele dia,
Enquanto dizia o que não ouvia,
Amarrei-me aos mesmos olhos
Mas que gritavam,
Fugiam dos meus.
Amor mentiu?
Amor pessoa?
Daquela pessoa?
Amor dele.
157
Um Minuto
De pássaros a voar.
Se eu pudesse, por um minuto, soprar
Eu mandaria um barco em alto mar ir buscar
Toda maldade
Toda vaidade
Dos corações.
Só um minuto
Em embriaguez
Bondade
E sensatez.
Um minuto apenas se faria mais que necessário
Para se mudar toda essa triste patifaria
Na qual o mundo tende se afogar.
158
Poesia Nordestina
Marly Ramos
Resistência a elevar
Essa terra tão robusta, onde canta o sabiá...
Por entre desertos e flores murchas, resistem
Flores, rios e mares
Inspirando toda uma existência, valendo à pena sonhar...
Sonhos jorrados de fontes, tesouros anônimos a conquistar
Talentos aqui são tantos! Guerreiras e guerreiros a estrelar
Artistas, trabalhadores... Poetas compondo o amar
Braços fortes plantando na roça para a cidade alimentar
Existem heróis de valores e aqui no Nordeste vamos encontrar
Com carisma sobre as dores, espinhos, cactos a buscar
Em cada força que brota de uma semente deste lugar
Chamada coração nordestino que luta chorando ou sorrindo
Inundando o mundo com seu poetizar.
159
Numa Noite Tão Fria de Abandono
160
Gotas de Sol
Se vier disposto
A entrar na chuva,
Com a vista turva
De sofreguidão;
E se desejoso,
De alma confusa,
Míriam Monte
Traga-me um Neruda,
Vinho e violão.
Traga-me o risco, agora!
O gozo e o sorriso,
Um frasco de colírio,
Com gotas de sol:
É que estes olhos claros,
Tristes e opacos,
Andam tão fechados
Para o arrebol...
É que este azul que chora,
Meio desbotado,
Como céu nublado,
Só se enxerga só.
161
Nordeste, Mundo Triste
e Cruel de Corrupção
162
A Gratidão
Moezio Vasconcelos
reconhecimento sincero por um benefício recebido; de outra
maneira, venho a expressar, uma amizade que é paga com outra
ainda maior. Ainda quero frisar, que a gratidão, na sua mais íntima
significação, assemelha-se ao “amor”.
Pois bem, a gratidão parece ser o troco de duas almas que se
amam “ocultamente”.
Suponho um pouco difícil, mas todas as pessoas que se prezam
de ser educadas, devem saber ser gratas nos momentos oportunos
da vida e no convívio com seus próprios semelhantes. A razão de
cada um de nós diz-nos ser a “gratidão” quase um reflexo do amor.
Então, só os rudes, só os ignorantes não reconhecem um
benefício recebido.
Pois, ser indiferente a um afeto puro, é dar de troca espinhos a
quem lhe oferece flores e rosas. É uma das coisas mais dolorosas da
vida. Quem não sabe ser grato, não sabe ser humano; não merece
viver em meio às criaturas dotadas de raciocínio.
A gratidão é a companheira da harmonia. Com ela, se unem
mais os elos de uma amizade, bem como crescem mais robustas as
raízes de um amor.
163
Sonhos de Migrante
164
Palavreando-me
Natália Lopes
Me faço letras e nelas me derramo
Sou as palavras que dos meus dedos
Transbordam e se diluem em versos melodiosos
Os narro para aqueles que me ouvem
Sou braile para aqueles que me tocam
Sou o sabor do que a vida me reserva
Degustada por aqueles que esperam para me ler
Sou a sensação das sílabas que se unem
Sou a frase que as palavras integram
Sou a caneta que permanece sobre
O esboço da ideia que surge e se transforma em poema
Me faço tinta na ponta de um pincel e dou cor
A uma tela em poesia
Sou o poder da junção de palavras
E nelas me faço livro, me faço livre, te faço sentir.
165
Entre Casas e Territórios
166
Amor Floral
Neriane Rodrigues
Flores são lindas de todas as cores,
As vermelhas são do meu coração.
A cada amanhecer sinto-as no meu peito
Como gotas de orvalho que perfumam meu Corpo.
167
Recorda é Preciso
Recordar é preciso...
Quando no campo residi
Uma infância admirável vivi
Na roça não existe correria...
Logrei profusas alegrias...
Brincar, labutar e sonhar
Ingredientes esparramadores da infância
Momentos recíprocos de diversão e labor
Recheados de alegria e dissabor.
NicyCosta
168
Uma Boneca, Porque Encanto
Nilma Sodré
a chance de conhecer o Rio São Francisco, as bonitas lembranças
trazidas de lá, sobretudo dos Cânion do Xingó e em todas elas, não
hesito em citar minha adorável neta.
169
Árida Essência
170
A Vida tem Poesia
É gratificante poetizar
É muito bom declamar
Todos ficam a te escutar
e tu bem forte a ensinar
O teu poetizar.
Núbia Holanda
A criança traz poesia
Carinho, alegria, beleza
Encanta-se com a natureza
Aprende tudo com louvor
Ama com sinceridade.
171
Laços de Sangue
Quando eu morrer
Não contem aos meus inimigos
Guardem em segredo consigo
A notícia que a muitos alegraria,
Nem flores, nem velas, nem pesares
Ofertem na minha atroz partida
Somente aos meus poucos amigos falem,
Olegário Venceslau
172
Novo Ninho
Ozany Gomes
A ânsia alcançou a paz
Negligenciei seu abandono
E encontrei o entusiasmo...
De um novo ninho sou dono.
173
Bahia
Da luta
Do labor
Da labuta
No dia a dia
Surge em meio ao Nordeste
Um cacto de poesia.
Palmira Heine
Da persistência
Do trabalho
Da alegria
Da inteligência
Surge em meio Brasil
Um cacto de resistência.
174
Inverno
Paulo Medeiros
E externa a emoção
De ver tanto relampejo
Se alegra o sertanejo
Quando chove no sertão
175
Sapos em Cantoria
176
Amor verdadeiro
Pedro Poeta
Outra forma de amar eu dispenso
Pois amar é se entregar por total.
177
Desejo
178
Maranhão
179
A Colina
180
Pedacinho do Céu
Regina Gonçalves
A grande obra do criador
Um paraíso na terra
De praias lindas, sem igual
De sol quente e veraneio
De encanto natural
De forró, axé, e vaquejadas
E do melhor carnaval
181
Rasuras
Corpo exposto,
Fluido rubro,
Versos rasgados no tempo,
Grito transpassado
na memória.
… Tuas mãos no apalpe,
Rejane Aquino
Gozo,
O giro das horas tortas,
Sangue correndo por dentro,
Pousada sem nexo,
Versos sem documento,
Tempo fértil,
Germinação.
Antes de tudo,
Minhas entranhas expostas
lançadas na (in)certeza do acaso
182
A Pérola Irregular do Sertão
Rejane Souza
sobressaindo ora da força telúrica da terra, ora da ausência da água,
ora do furor dionisíaco do fogo, ora de epifanias estranhas do "ar",
do indeterminado.
183
Essa Morena
184
Saudade
Rita Cruz
Me camuflei e sofri.
Hoje estou só...
Sofrendo por tudo que deixei de fazer.
Por medo de te perder,
E mesmo assim te perdi.
185
Sinta
Sinta o mar,
Como se fosse meu beijo
Afagando em desejo,
Sinta o sol,
Como se fosse meu corpo
Rita de Cassia Soares
Queimando o teu,
Sinta a água,
Como se fossem
Minhas lágrimas banhando teu corpo,
Veja as estrelas,
Elas são o brilho, dos meus olhos
Veja o sol,
Sinta o calor,
Veja a lua,
E sinta que ela te ilumina;
Olhe o universo,
E veja quantos seres ele abriga,
Assim como o meu coração,
Que esconde um amor,
Que um dia você verá!
186
Sou do Nordeste
Sou do Nordeste
Sou cabra da peste!
Homem esperto e destemido.
Das lágrimas faço sorriso.
Ora sou inferno, ora paraíso.
Sou a fúria do vento
Em noites de tempestades
Rita Guedes
Mas, também sou calmaria,
Sou espelho de bondade!
Sou do campo, sou da roça.
Sou a força da cidade.
Tenho braços fortes, sou vigor
Sou homem trabalhador
Sou vida, sou oceano, sou pétalas de flor.
Sou esteio, sou luz, fonte de amor!
Quem sou?
Sou Nordestino, sim senhor.
187
Chora Sertão
188
Tatuagens Ancestrais
Rita Queiroz
Das queimaduras das sinhás.
Nos meus olhos, desfilam as cenas
De todos os dias:
De ódio, de intolerância, de negação
Dos séculos de escravidão.
189
Infernum
190
Águas do Lago
191
Vida Árdua , Guerreiro Gentil
Nordestino
És um povo obstinado
Destinado ao cumprimento da missão
De honrar doando até a própria vida
suas raízes, o seu solo, sua Nação
Rogério Coelho
192
Conjugar o Amor
Rogério Cruz
Volta para mim morena flor, preenche meu
Vazio acaricia meu íntimo, me envolvendo
Nesse teu sorriso, olhar de encanto
193
Criança, Luz dos Olhos Meus
Aos meninos da minha rua
194
Bravo Povo Nordestino
195
Sossega
196
Imperfeito Eu
Imperfeito eu,
Hoje acordei,
Não disse que AMO,
Não mandei flores,
Sequer digitei – bom dia.
Samuel Nascimento
Imperfeito eu,
Hoje acordei,
Não liguei,
Não ouvi sua voz,
Não cantei e nem sorri.
Imperfeito eu,
Hoje acordei,
Não dei atenção,
Neguei seu saber,
Tentei me enganar,
Mas não consegui.
Imperfeito eu,
Hoje acordei,
Nada fiz por AMOR,
Nada fiz por você.
Nada fiz. Nada fiz.
[email protected]
197
A Saga do Assum Preto
198
Perfídia
Ai que dor!!
Ela ama sacolejar meu coração enfermo,
Criança que é.
Eu não vou mais gostar de poesias!!!
Eu não vou mais externar minha poesia!!!
Sandra Moreira
Acordo surpreendida com viagens macias,
Cheias de verdades amorosas.
Aí a noite chega e percebo que não tenho Amores .
Somente dores.
Ai, ai, aaaiiii dores!
Esse abismo de sonhos,
Esta cratera no fundo do oceano cheia de amores inúteis.
199
Acróstico
Chora a inocência
Amante da clemência
Silva Nunes
Resiste às maçãs
Lutando pelas utopias
À procura de um amor
200
Ecos do Nordeste
Pergaminho em sépia,
Rosa dos ventos, decifrada
Em bico de pena, pontos cardeais
Caminhos entrelaçados,
Silhueta imperial,
Fidalguia revelada!
O sultão desafia o destino
Na batalha de Alcácer Quibir,
Silvana Delácio
Dom Sebastião abatido
Para o mosteiro dos Jerônimos.
Vendaval de flores
O pólen abstrai o beijo,
Flerta com o tempo,
Briga com o cravo,
E o girassol, despedaçado
Volta vento, sopra tempestade.
Pedras transmutam
Do litoral ao sertão
Da mata ao agreste
Nos Ecos do nordeste
Asa branca volta
Em voos rasantes
Com a promessa do
Amanhecer [email protected]
201
Sertão de Mim!
Da poeira vermelha
Que se espalhava
Pelos quatro cantos
Encobri-me de repente
Fora tão sorrateiramente
Que nem sei precisar
A direção do soprar do vento
Fazendo meu cabelo encrespar
Silvia Mello
202
Soneto da Obediência
Silvia Passos
Meu desejo recai na contradição
Ajoelho-me com o teu mandar
203
Tempo
Senhor da história,
O tempo todo
Tudo dominas,
Determinas.
As estações
São microscópicas
Simône Linhares
204
Quem é esse Homem?
Jogado ao chão
Com a suja epiderme
O que restou de um homem
Comparado a um verme
Atraindo a atenção
Não desperta compaixão
Sirlia Lima
Nem se fosse um paquiderme
Como objeto em exposição
Desmaiado no calçadão
Bem em frente ao mar
Ninguém para se compadecer
Só mesmo a ignorar
Vivendo na contramão
Na vida só aspereza
Não se lançou ao mar
Para sua vida liquidar
Ninguém sabe de fato
O que aconteceu
Qual a história desse homem?
Onde foi que ele se perdeu?
205
Pérola Negra
Transbordante de emoção
Chega sem nenhuma expertise
Fica em quadro de verniz
Desenfreando o adquirido sentimento
És negra em pérola
Matizes iguais e menos belos
Luma de inglória tão sutil
Do ser que me habita
206
Na Lenda do Amor
Sol Figueirredo
Vampiro, Drácula, Lobisomem...
Criatura viva ou ser do imaginário,
Do folclore és como um ser legendário...
Sugaste todo o meu sangue também!
207
O Amor até o Amanhecer
E a lua
Se insinua
Toda nua
Nesta noite
Insone e escura
Se joga em luz
Symara Tâmara
208
Imperiosamente, Quero Casar-me Contigo!
209
Caminhos
210
Ela
Thayze Bezerra
Sentia-se cansada, triste. Aquele clima romântico abria gatilhos em
sua memória dos quais ela preferia esquecer. Seus pais! Estavam
a milhas de distância. A saudade era cruel, sabia exatamente que
rumo tomar quando achava pertinente. Desviou o olhar quando ele
se aproximou. Estava lindo! Talvez o frio fizesse bem à sua pele. Seu
sorriso largo lembrava o amor que sentira antes... como tinham se
apaixonado. Que paixão arrebatadora, luxuriosa, serena, intensa...
- Vamos, mamãe! – o menino pulava ao seu lado aninhando-se em
seu colo. Ela deixou a gorjeta do garçom junto à conta. Seu filho a
chamara. Não podia não o atender. Aquela voz era idêntica à do seu
pai, o que a tirou de mais um dos seus devaneios.
211
Quando Chega o Mês Junino
212
Louvor ao Rio Itapecuru
Tiago Oliveira
Te dou a vida, mato a fome no caminho até o mar;
Estou pedindo sua ajuda para não parar de caminhar;
Minhas matas são mais belas de todo o Maranhão;
Mariana e Gomes de Sousa, são filhos deste torrão;
213
Do Nordeste Sim, Senhor!
214
O Mapa de Alagoas
Verônica Galvão
Eu vi uma botinha!
Uma linda botinha, eu vi!
Como se fosse entrar no mar,
Tão fascinante, que jamais esqueci!
215
Doce Mar
216
Teus Olhos Cor de Natureza
Wesley Marques
Teus cabelos fios de cachoeira, meu alento
Teu cheiro orvalho da manhã sobre um jardim
De flores que dormem, paz e mais
E assim, no meu temor, contemplando o cume
Do teu sorriso, continuo caminhando cansado
Para me manter ao teu lado
E ser abrigo
Como se toda essa natureza pudesse deitar em meu peito
Quero ouvir cada palavra do teu silêncio
E sentir o movimento de tuas folhas pairando sobre mim
Com seu toque tenro
Renascer junto com o sol. A-cor-dar. Recriar. E se pôr
Dentro do teu abraço
Me faço natureza também
217
Deixe-me Ser
218
Ser Poeta é Ser o quê?
Wybson Carvalho
Desse ponto de vista, ele, o poeta, pode transfigurar a linguagem
da semântica, isto é: fazer com que as palavras, à maneira dos
camaleões, passem por um processo mimético ou do mimetismo.
E, assim, como camaleão, que, para preservar-se dos predadores
mais perigosos, adapta a coloração da pele à cor do ambiente, para
fingir e confundir-se com a paisagem, também o poeta faz com que
as palavras imitem a cor da realidade, procurando inseri-las no
contexto semântico que corresponda à contemporaneidade.
219
Lampião – O Confronto
220
Sina Nordestina
Zé Martins
Eu sou nordestino e no mundo desatino
Lutando na insistência, Deus tenha dó de mim
Desse povo tenha clemência
Meu alimento é a reza, pedindo pra chover
Plantar, plantar, ver tudo crescer para ter o comer
221
Nordestina
Mulher disposta
Trabalho grosso braçal.
Quilômetros andados
Em busca do que beber,
Matando sua sede
Vai ao que comer,
Mas risos nos lábios
Zezé Negrão
222