Memoriais em Segunda Instância

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Memoriais em segunda instância

Prof. Wanner Franco


Memoriais em segunda instância

♦ Teoria Geral dos Recursos

♦ Teoria dos Capítulos da Sentença

♦ Efeito Devolutivo dos recursos

♦ Teoria da Causa Madura

♦ Julgamento dos recursos nos Tribunais

♦ Memoriais em segunda instância


Conceito de recurso

“Remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do


mesmo processo, a reforma, a invalidação, o
esclarecimento ou a integração de decisão judicial
que se impugna”
Barbosa Moreira
Princípios fundamentais dos recursos

a) Taxatividade
b) Singularidade ou unirrecorribilidade
Princípios
c) Fungibilidade
d) Proibição da reformatio in pejus
e) Duplo grau de jurisdição
a) Taxatividade – “numerus clausus”
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
b) Singularidade ou unirrecorribilidade
Para cada ato judicial, cabe um único tipo de recurso adequado.

Decisão
Agravo de instrumento
interlocutória Art. 1.015 CPC
Art. 203 § 2º CPC

Sentença Apelação
Art. 203 § 1º CPC Art. 1.009 CPC

Recurso Especial – Art. 105, III CF


Acórdão Recurso Extraordinário- Art. 102, III CF
Art. 204 CPC
Recurso Ordinário – Art. 102, II e 105, II
c) Fungibilidade

Este princípio prestigia o direito de recorrer, assim se


alguém interpuser o recurso no lugar de outro,
havendo dúvida objetiva, o juiz ou o tribunal poderá
recebe-lo, posto que o importante foi manifestar o
inconformismo. Assim, se aceita um recurso por
outro.
d) Proibição da reformatio in pejus

Quando se interpõe um recurso, busca-se melhorar a


situação existente. Todo recurso “devolve” apenas o
conhecimento daquilo que foi impugnado. Na pior das
hipóteses o recurso poderá não ser acolhido e a
decisão recorrida ser mantida, tal como proferida. A
situação do recorrente não poderá ser piorada, sendo
vedada a reformatio in pejus. A situação só pode ser
piorada se houver recurso da parte adversária.
e) Duplo grau de jurisdição
Consiste em estabelecer a possibilidade de a decisão
ser reapreciada por órgão de jurisdição superior.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO
Não foram
Não conheço do recurso. preenchidos os
Recurso não admitido! requisitos de
admissibilidade.

Conheço do recurso e,
no mérito ... Negou provimento ...

Recurso foi admitido e Deu provimento ...


no mérito ...
MOACYR AMARAL BARBOSA MOREIRA
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: REQUISITOS INTRINSECOS (EXISTENCIA
DO PODER DE RECORRER)
-RECORRIBILIDADE
-CABIMENTO
-SINGULARIDADE
-LEGITIMAÇÃO PARA RECORRER
-ADEQUAÇÃO
-INTERESSE EM RECORRER
-TEMPESTIVIDADE
-INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU
-PREPARO
EXTINTIVO
-REGULARIDADE FORMAL
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
REQUISITOS EXTRINSECOS (MODO DE
-LEGITIMIDADE EXERCER O DIREITO DE RECORRER)
-INTERESSE -TEMPESTIVIDADE
-REGULARIDADE FORMAL
-PREPARO
1) O recurso era cabível? 1) CABIMENTO
2) Quem recorreu tinha
legitimidade? 2) LEGITIMIDADE
3) Havia interesse em
recorrer? 3) INTERESSE
4) Existia algum fato
4) FATO IMPEDITIVO
impeditivo?
5) Foi interposto dentro
5) TEMPESTIVIDADE
do prazo legal?
6) Obedeceu a forma
6) FORMALIDADE
prevista na lei?
7) Pagou as custas? 7) PREPARO
01 - CABIMENTO

Decisão
Agravo de instrumento
interlocutória Art. 1.015 CPC
Art. 203 § 2º CPC

Sentença Apelação
Art. 203 § 1º CPC Art. 1.009 CPC

Recurso Especial – Art. 105, III CF


Acórdão Recurso Extraordinário- Art. 102, III CF
Art. 204 CPC
Recurso Ordinário – Art. 102, II e 105, II
02 – LEGITIMAÇÃO PARA RECORRER

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte


vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica
submetida à apreciação judicial atingir direito de que
se afirme titular ou que possa discutir em juízo como
substituto processual.
03 – INTERESSE EM RECORRER

Necessidade + utilidade : O interesse está


condicionado à sucumbência do interessado e a
demonstração de que se obterá uma situação mais
vantajosa com o recurso
04 – INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO
Fatos que não pode ocorrer para que o recuso seja admissível
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a
anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise
de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e
daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou
especiais repetitivos.
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da
aceitação da outra parte.
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a
decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem
nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de
recorrer.
05 – TEMPESTIVIDADE

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos


prazos prescritos em lei.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado
antes do termo inicial do prazo.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido


por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias
úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
somente aos prazos processuais.
05 – TEMPESTIVIDADE
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos,
terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo
apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas
um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos
em autos eletrônicos.
Súmula 641 do STF: não se conta em dobro o prazo
para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja
sucumbido
05 – TEMPESTIVIDADE
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em
dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a
partir de sua intimação pessoal, nos termos do art.
183, § 1º.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os


Municípios e suas respectivas autarquias e fundações
de direito público gozarão de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais, cuja
contagem terá início a partir da intimação pessoal.
05 – TEMPESTIVIDADE
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da
data em que os advogados, a sociedade de advogados, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados
em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de
interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida
anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será
protocolada em cartório ou conforme as normas de
organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo
correio, será considerada como data de interposição a data de
postagem.
05 – TEMPESTIVIDADE
Art. 1.003.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze)
dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no
ato de interposição do recurso.

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do


recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu
advogado ou ocorrer motivo de força maior que
suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído
em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor,
contra quem começará a correr novamente depois da
intimação.
06 – REGULARIDADE FORMAL
Ao apresentar o recurso, a parte deve formular a sua
pretensão recursal, obedecendo a forma prevista em
lei.

O recurso deve vir acompanhado com as razões


recursais e a parte deve, ao final, aduzir se pretende a
reforma ou a anulação da decisão, ou de parte dela,
indicando os fundamentos para tanto.
07 – PREPARO
Aquele que recorre deve pagar as despesas com o
processamento do recurso. Essas despesas
constituem o preparo. Além do preparo, se o processo
não for eletrônico, também haverá o recolhimento do
porte de remessa e retorno uma vez que o recurso
será examinado por órgão hierarquicamente superior
àquele que proferiu a decisão recorrida.
Atenção: os embargos de declaração não possuem
preparo:
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não
se sujeitam a preparo.
07 – PREPARO
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público,
pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de
isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente,
intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de
retorno no processo em autos eletrônicos.
07 – PREPARO
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição
do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no
recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator
relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-
lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não
implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator,
na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
CAPÍTULOS DA SENTENÇA
“Unidades autônomas do decisório da sentença”

Julgo procedente os pedidos para condenar o réu à


reparação do dano material.
E do dano moral.
Em virtude da sucumbência, condeno o réu ao
pagamentos das custas e dos honorários advocatícios.
EFEITO DEVOLUTIVO
A) ARTIGO 1.013 CAPUT – HORIZONTAL
(EXTENSÃO DA MATÉRIA)
TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada.

B) ARTIGO 1.013 §§ 1º, 2º, 3º e 4º – VERTICAL


(PROFUNDIDADE)
A) ARTIGO 1.013 CAPUT – HORIZONTAL
(EXTENSÃO DA MATÉRIA)
TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM
PEDIDOS: DANO MATERIAL E DANO MORAL
SENTENÇA: IMPROCEDENTES OS PEDIDOS DE DANO MATERIAL
E DANO MORAL.
APELAÇÃO: DANO MATERIAL EXTENSÃO DA MATÉRIA

B) ARTIGO 1.013 §§ 1º, 2º, 3º e 4º – VERTICAL


(PROFUNDIDADE)
APELAÇÃO: DANO MATERIAL

DANO MATERIAL: TUDO – PRESCRIÇÃO, CONDIÇÕES DA AÇÃO, etc.


Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento
pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas
no processo, ainda que não tenham sido solucionadas,
desde que relativas ao capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um


fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a
apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos
demais.
TEORIA DA CAUSA MADURA
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o
mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela
congruente com os limites do pedido ou da causa de
pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos,
hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de
fundamentação.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO APELAÇÃO
PROVIMENTO PARA
ANULAR A SENTENÇA
E DETERMINAR NOVO
JULGAMENTO

PETIÇÃO CONTESTAÇÃO RÉPLICA SANEADOR SENTENÇA APELAÇÃO


INICIAL SEM
RESOLUÇÃO
CITAÇÃO
DO MÉRITO
AUDIÊNCIA ART. 485
INSTRUÇÃO

SENTENÇA II APELAÇÃO II
“O RETORNO” “A MISSÃO”
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO APELAÇÃO

PROVIMENTO PARA ANULAR A


SENTENÇA. ASSIM PASSA A PROFERIR
O JULGAMENTO DO MÉRITO.

PETIÇÃO CONTESTAÇÃO RÉPLICA SANEADOR SENTENÇA APELAÇÃO


INICIAL SEM
RESOLUÇÃO
CITAÇÃO
DO MÉRITO
AUDIÊNCIA ART. 485
INSTRUÇÃO
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a


decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões,
sem determinar o retorno do processo ao juízo de
primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou
revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
JULGAMENTO DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS
1 – Entrada dos autos no TJ;
2 – Distribuição e conclusão ao relator (exposição
pontos controvertidos);

3 - Publicação da pauta de julgamento;

4 – Sessão de Julgamento:

A) Leitura do relatório;
B) Sustentação oral (15 minutos);
C) Prolação dos votos;

5 – Intimação do acórdão.
MEMORIAIS EM SEGUNDA INSTÂNCIA
RESOLUÇÃO Nº 549/2011 – TJ/SP
Art. 1º - As apelações, agravos de instrumento,
agravos internos, embargos de declaração, mandados
de segurança, habeas corpus, conflitos de
competência e ações originárias serão,
preferencialmente, julgados em sessão virtual, a
critério da turma julgadora, ressalvada expressa
oposição de qualquer das partes, independentemente
de motivação declarada, mediante petição
protocolizada no prazo de cinco dias úteis, contados
da publicação da distribuição dos autos que, para este
específico fim, servirá como intimação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
RELATOR ................. da ....... CÂMARA DE DIREITO PRIVADO
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO

Autos do Processo nº 0000000-00.2019.8.26.0000


RECURSO DE APELAÇÃO

XXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, já


devidamente qualificada nos autos do recurso em epígrafe,
vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seus
procuradores que esta subscrevem, informar sua
discordância com a realização de julgamento virtual no caso
em tela, manifestando nesse ato expressamente sua
oposição à modalidade de julgamento em testilha.
Cumpre esclarecer que, muito embora - nos termos
do art. 1º da Resolução 549/2011, do Órgão Especial desse E.
Tribunal de Justiça - não seja necessário à parte motivar sua
oposição para o fim de impedir o julgamento virtual, a
RECORRENTE assim o faz por intencionar proceder à entrega
de memoriais aos D. componentes da C. Turma Julgadora,
bem como proceder à sustentação oral de suas razões.
Deste modo, para que não haja posterior arguição de
1
nulidade processual , requerem que se registre, desde já, a
manifestação acerca de sua oposição ao julgamento virtual.
Pede deferimento.
São Paulo, .... de ...... de 2019.

1. Conforme já reconhecida nos julgamentos de outros casos, seguindo a título de exemplo os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO nº 0148040-
66.2010.8.26.0100/50000.
→ Peça simples e objetiva (enxuto – 1 página).
→ Resumo dos fatos, da decisão impugnada e dos
fundamentos para sua manutenção ou reforma.

→ Casos mais emblemáticos, com questões complexas


ou quando não for prevista a sustentação.
→ É entregue antes da sessão de julgamento (2 a 3
dias de antecedência) aos julgadores, em mãos (evitar
protocolo).
→ Instruídos com peças relevantes do processo e
acórdãos favoráveis.
DESTINATÁRIO
DADOS DO RECURSO

AUTOR DOS MEMORIAIS


JULGAMENTO -

→ BREVE RESUMO

→ TESES DEFENDIDAS

→ PRECEDENTES DO RELATOR

→ PRECEDENTES DA CÂMARA

→ PRECEDENTES DO STJ
.....ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO – TJ/SP
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR XXXXXXXXXX
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0000000-00.2019.8.26.0000
AGRAVANTE: YYYYYYYYY.

MEMORIAIS DO AGRAVANTE YYYYYYYYY


Processo à mesa para julgamento do mérito do agravo de instrumento

A decisão agravada diz respeito à negativa de efeito suspensivo nos EMBARGOS À


EXECUÇÃO (autos nº 0000000.2019.8.26.000) opostos nos autos da Execução
Processo n° 0000000-00.2019.8.26.000 que foi movida inicialmente em face de
ZZZZZZZZ, cujo título executivo são dois contratos de prestação de serviços de
transporte de cana de açúcar (petição inicial da execução pgs. 21/24 do AI e
contratos juntados às pgs. 27/30 do AI). A controvérsia cinge-se, realmente, no
fato de que a decisão que fez incluir o agravante no polo passivo da demanda
executiva, aplicou, de forma equivocada, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica da área trabalhista para as questões empresariais. Daí
surge a irresignação do agravante. Em decisão monocrática foi concedido efeito
suspensivo para obstar o levantamento de valores do agravante e que foram
penhorados na execução.
Os agravados em contrarrazões, tentaram minimizar os graves efeitos decorrentes
da decisão de desconsideração da personalidade jurídica ocorrida na execução e
objeto dos embargos:

→ A decisão que incluiu o agravante no polo passivo utiliza-se dos fundamentos


proferidos em processo trabalhista (decisão de fls. 262) ignorando pacífica
jurisprudência de que na área trabalhista vigora a Teoria Menor da
desconsideração da personalidade jurídica enquanto que nas questões
comerciais, vigora a Teoria Maior (há de se provar a efetiva participação dos
agravantes na confusão patrimonial – abrindo-se o contraditório e ampla defesa –
o que não ocorreu neste processo;
→ Há farta jurisprudência deste E TJ/SP reconhecendo que não basta o
inadimplemento para desconsiderar a personalidade jurídica em matéria
comercial. É necessário provar a confusão patrimonial e/ou o desvio de finalidade
(AI 2248504-63.2016.8.26.0000, AI 2105287-25.2017.8.26.0000, AI 2058038-
78.2017.8.26.0000, AI 2084439-17.2017.8.26.0000 e, desta mesma 12ª Câmara
Agravo de Instrumento nº 2056739-66.2017.8.26.0000) Não se deve deixar de
mencionar que a executada é uma usina de cana de açúcar que se encontra em
recuperação judicial e é notória a péssima situação econômica desta fatia do
mercado nos últimos anos do governo federal;
→ Extrai-se da máxima “narra mihi factum dabo tibi jus” que o fato narrado nos
Embargos do Devedor e, por conseguinte neste agravo, diz respeito a total
ausência de contraditório e de produção de provas para desconsideração da
personalidade jurídica, justificando assim, a inclusão INDEVIDA do agravante no
polo passivo. Daí a tese da nulidade da decisão que desconsiderou a
personalidade jurídica. Mesmo antes do novo CPC, a jurisprudência já exigia a
prova dos fatos ensejadores da desconsideração (vide a respeito os REsp
1200850/SP e do AgRg no AREsp 159889/SP e o Enunciado 146 da II Jornada de
Direito Civil do Conselho Nacional de Justiça, segundo o qual “nas relações civis,
interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da
personalidade jurídica previstos no art. 50’.
→ Por fim, vale ressaltar que o argumento da falta de liquidez do título ganha
corpo na exata medida em que o agravante – porque não participou da relação
jurídica – não tem como contestar aqueles relatórios de viagens trazidos como
elemento do quantum debeatur – violando o fundamental princípio do devido
processo legal.
→ Daí decorre a nulidade da decisão da desconsideração da personalidade
jurídica.
→ resistência da magistratura em receber
advogados. Superior Tribunal de Justiça - Recurso
Ordinário em MS Nº 13.262/SC);
→ BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Pedido de Providências nº
0004620-26.2016.2.00.0000. Plenário, Brasília, DF, 20 fev. 2018. Relatora
Conselheira Daldice Santana. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/arquivos/2018/9/art20180903-08.pdf.
“3. A entrevista pessoal do magistrado com os advogados das partes é
também uma forma de colher os interesses dos litigantes e auxilia na
resolução da lide sociológica - diversa da lide processual -, a qual, se não
adequadamente tratada, não resolve definitivamente o litígio.
4. A atuação do magistrado deve ser madura e equilibrada para aferir o
interesse das partes e melhor gerir os conflitos, reforçando o pilar
democrático sobre o qual se deve assentar o Direito, em todas as suas
vertentes.
5. A Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994 (Estatuto da OAB), assegura aos
advogados a prerrogativa de atendimento por magistrados
independentemente de prévio agendamento (artigo 7º, inciso VIII)”.
→ debelar a chamada “cultura da
pseudocolegialidade” José Carlos Barbosa Moreira, já
havia, em 1997, percebido este fenômeno:
Aumenta de modo considerável a probabilidade de
votos pouco meditados. Recorre-se com maior
frequência, de ordinário, à saída cômoda do puro e
simples “de acordo com o relator”. A suscitação de
preliminares ou de questões de ordem e o próprio
exercício, pelo(s) advogado(s), do direito de sustentar
oralmente suas razões costuma provocar reações mal
disfarçadas de impaciência, quando não de irritação. A
pressa de chegar ao termo da jornada pode impor aos
julgamentos ritmo por demais célere, quiçá tumultuá-
los, com consequências que facilmente se adivinham

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