APOSTILA - Professor
APOSTILA - Professor
APOSTILA - Professor
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou
adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito
mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher
da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser
vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer um flagrante de esquina,
quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção
do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se
repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e Estou sem assunto. Lanço
então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao
longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se
acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido
pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de
curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno da mesa a instituição tradicional da
família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o
garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe
limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve,
concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados,
a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O
homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho — um bolo simples,
amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de coca-cola e o pratinho que o garçom deixou à sua
frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno da mesa um
pequeno ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de
uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os
observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela
serve a coca-cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o
queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito
compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra
você…”
Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as
duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no
cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai no colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar
e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
(Fernando Sabino. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979-1980.)
1.(D10) Que tipo de narrador o texto “A última crônica” apresenta? Justifique sua resposta.
LIÇÃO 2
RETRATO
2. (D3) No verso: Eu não tinha estas mãos sem forças... Podemos inferir
(A) as forças das mãos acabaram por causa da idade. (B) as mãos não tinham forças na juventude.
(C) as mãos tinham forças na juventude. (D) as forças das mãos não se acabaram.
3. (D19) Leia: “A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A
chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu
cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva
de canivetes. [...]” Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para
(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade. (B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva. (D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.
TROCA DE LIVROS
Sabe promovendo um troca-troca
aquele livro que você já leu literário imperdível.
várias vezes e está paradão Para começar a ler lá
lá na estante, esperando mesmo, o museu oferece a
alguém que dê atenção a ele de novo? sua biblioteca, num
Que tal trocá-lo cantinho especial. O
por outro – e, assim, endereço do museu é Praia
ganhar outra história para do Caju 385, e a biblioteca
ler e se divertir? Pois até o está aberta de terça a
dia 30, o Museu da Limpeza Urbana – sexta-feira, sempre das 9h
Casa de Banho D. João VI está às 16h.
GLOBINHO – Sábado, 21 de março de 2009.
5. (D12) Podemos dizer que o texto tem a finalidade de:
(A) causar emoção no leitor. (B) apresentar um ponto de vista.
(C) dar informações sobre um evento. (D) vender um produto pouco divulgado.
LIÇÃO 3
Os namorados da filha
Moacyr Scliar
Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não diz nada. Não a recriminou,
não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude. Homem avançado, esperava que aquilo acontecesse
um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
─ Mas aqui em casa.
Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida
amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante
café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do
dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de
laranja.
Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela
trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
Breve, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os
namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa:
este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar
nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também
acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um
dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado.
Tranquilizou-o:
─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
E foi deitar.
Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.
─ Que rapaz? ─ disse ela.
Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, faltava a
máquina fotográfica, faltava a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia
nutrir, mas era pela propriedade alheia.
Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
1. (D2) No texto procure uma palavra que possa substituir os termos grifados nas frases abaixo.
a) “Não a censurou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude.”
b) “Encontro inusitado, mas os cumprimentos eram sempre gentis.”
2. (D9) Qual é o tipo de crônica escrita por Moacyr Scliar?
3. (D10) Essa crônica contém elementos predominantemente narrativos. Agora localize no texto cada um
desses elementos.
a) Situação inicial: b) Conflito: c) Clímax: d) Desfecho :
5. (D10) Quais são os personagens desse texto?
6. (D10) Qual o cenário onde a história acontece?
7. (D11) Por que o pai da jovem era realmente um homem avançado?
8. (D6) Qual é o tema retratado nessa crônica?
9. (D12) Qual o objetivo desse texto?
10. (D10) Como se apresenta o narrador nessa crônica?
11. (D10) Como o narrador conseguiu tornar o cômico o equívoco do pai, no final do texto?
LIÇÃO 4
O Outro Sapo
Jon Scieszka
Era uma vez um sapo.
Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia, viu uma linda princesa descansando a beira do lago.
O sapo pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a cabeça por cima das plantas aquáticas.
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. "Será que eu poderia contar com a
vossa ajuda?"
Assim, ela perguntou:
“O que posso fazer para te ajudar, sapinho? ”
"Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não sou um sapo, mas um belo príncipe transformado em sapo pelo
feitiço de uma bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo beijo de uma linda princesa."
A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas mãos e lhe deu um beijo.
"Foi só uma brincadeira", disse o sapo. Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de sapo dos
seus lindos lábios.
O Patinho realmente feio e outras histórias malucas. São Paulo: companhia das letrinhas, 1997.
1.(D13) Na frase: "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?" A linguagem usada é
(A) de brincadeiras. (C) de conversa com amigos.
(B) de formalidades. (D) de conversa com os meus pais.
2.(D1) "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. "Será que eu poderia contar
com a vossa ajuda?" Nessa parte o sapo queria
(A) fazer um pedido à princesa. (C) fazer um elogio à princesa.
(B) cumprimentar a princesa. (D) pedir perdão à princesa.
4. (D11) Observe o local de onde a história foi retirada, localizada no final do texto. O título da história é “O
Outro Príncipe Sapo”, por quê?
(A) ao autor se refere a outra história sobre príncipe que virou sapo. (B) no texto existem dois sapos.
(C) O autor modificou o título do patinho feio. (D) o príncipe da história era maluco.
5. (D20) O autor estabelece relação com outra história da literatura infantil. Qual?
(A) O patinho feio, contada pelos Irmãos Grimm. (B) O menino maluquinho, contado por Ziraldo.
(C) A bela adormecida, contada pelos Irmãos Grimm. (D) O príncipe sapo, contado pelos Irmãos Grimm.
8. (D15) Na frase: "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. A quem se refere à
palavra grifada?
(A) a princesa. (B) ao príncipe. (C) ao sapo. (D) a bruxa.
6.(D4)O que o sapo quis dizer com a fala: “Foi só uma brincadeira?”
(A) que ele mentiu quando disse que era príncipe. (B) que ele não sabia que não era um príncipe.
(C) que a princesa o transformaria em príncipe. (D) que a bruxa transformou-o em sapo.
Talita
“Talita tinha a mania de dar nomes de gente aos objetos da casa, e tinham de ser nomes que rimassem.
Assim, por exemplo, a mesa era para Talita, Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o armário era o
Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a escrivaninha era Tia Sinhazinha, a lavadora era Prima Dora, e
assim por diante.
Os pais de Talita achavam graça e topavam a brincadeira. Então, podiam-se ouvir conversas do tipo:
- Filhinha, quer trazer o jornal que está em cima da Tia Sinhazinha!
- É pra já, papai. Espere sentado na Vó Gordona, que eu vou num pé e volto noutro.
Ou então:
- Que amolação, Prima Dora está entupida, não lava nada! Precisa chamar o mecânico.
- Ainda bem que tem roupa limpa dentro do Doutor Mário, né, mamãe?
E todos riam.
Belinky, Tatiana. A operação do Tio Onofre: uma história policial. São Paulo: Ática, 1985.
09. (D4) A mania de Talita de dar nome de gente aos objetos da casa demonstra que ela é
(A) curiosa. (B) exagerada. (C) estudiosa. (D) criativa.
LIÇÃO 6
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das açucenas em ter da vida alevantado o
véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso passou do berço pra brincar no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)
1.(D6) O tema do texto é
(A) a inocência de uma criança. (B)o nascimento de uma criança.
(C) o sofrimento pela morte de uma criança. (D) a morte de uma criança.
2. (D19) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como
(A) prosopopeia. (B) hipérbole. (C) metonímia. (D) eufemismo.
3. (D18) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico às palavras
(A) aurora e véu. (B) anjo e rosa. (C) berço e céu. (D) cruel e infantil.
Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos.
Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a
ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas
que conheço.
(José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)
7. (D1) Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
(A) o pragmatismo. (B) a falta de sensibilidade. (C) a luta contra a ditadura. (D) a tranquilidade da vida.
9. (D12) Pelo visto, o autor gostaria que os homens do Itamaraty tivessem mais:
(A) inteligência. (B) patriotismo. (C) vivência. (D) coerência
10. (D15) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de:
(A) consequência. (B) causa. (C) comparação. (D) condição.
11. (D2) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra “obviamente” (/. 4), é
(A) necessariamente. (B) realmente. (C) justificadamente. (D) evidentemente.
O mercúrio onipresente
(Fragmento)
Os venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o mundo pensa ter descoberto tudo o que é preciso
para controlá-los, eles voltam a atacar. Quando removemos o chumbo da gasolina, ele ressurge nos
encanamentos envelhecidos. Quando toxinas e resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o
lençol freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o seu poder tóxico,
desde que evitássemos determinadas espécies de peixes nas quais o nível de contaminação é particularmente
elevado, estaríamos bem. [...].
Mas o mercúrio é famoso pela capacidade de passar despercebido. Uma série de estudos recentes sugere
que o metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é mais perigoso do que a maioria das pessoas
acredita.
Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.
13. (D7) A tese defendida no texto está expressa no trecho
(A) as substâncias tóxicas, em aterros, contaminam o lençol freático.
(B) o chumbo da gasolina ressurge com a ação do tempo.
(C) o mercúrio apresenta alto teor de periculosidade para a natureza.
(D) o total controle dos venenos ambientais é impossível.
O AVARENTO
Um avarento possuía uma barra de ouro, que mantinha enterrada no chão. Todos os dias ia lá dar uma
olhada.
Um dia, descobriu que a barra fora roubada, e começou a se descabelar e a se lamentar aos brados.
Um vizinho, ao vê-lo naquele estado, disse:
- Mas para que tanta tristeza? Enterre uma pedra no mesmo lugar e finja que é de ouro. Vai dar na mesma,
pois quando o ouro estava aí você não o usava pra nada!
(Esopo. In: O livro das virtudes – O compasso moral, 1996)
14. (D15) De acordo com o texto pode-se concluir que avarento é a pessoa que
(A) gasta muito. (B) come muito. (C) possui muitos bens. (D) só pensa em guardar dinheiro.
LIÇÃO 7
1. (D5) De acordo com o cartum, o último aluno que estava no fundo da sala, compreendeu que a
professora durante a chamada estava se referindo
(A) ao número 38. (B) a um revólver. (C) a uma piada. (D) a presença.
2.(D15) Considere o seguinte trecho: Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção,
é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o atacante
Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no ano passado.
O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:
(A) ao médico do Milan. (B) a Cafu. (C) ao doutor José Luiz Runco. (D) ao volante Edu.
PRIMEIRO SIMULADINHO plantadas a partir de um pedaço cortado de uma bananeira
Bananas podem ser extintas em 5 anos anterior. Na prática, são clones. O lado bom é que todas têm o
Por Ana Carolina Leonardi
mesmo gosto. O ruim é que são todas igualmente vulneráveis
É possível que você tenha que se despedir dela a possíveis pragas, como a Sigatoka.
no cacho, no bolo e na feijoada: uma nova pesquisa Levando em conta todos esses riscos, os
descobriu que as plantações da amarelinha estão em pesquisadores estimam que a nova versão turbinada
grave risco. dos fungos pode eliminar as bananas da plantação e
Um mundo sem bananas é difícil de imaginar - das nossas cozinhas em um período de 5 a 10 anos.
até porque a fruta está entre os 5 alimentos mais O lado bom é que, com o genoma inédito
importantes para a população mundial, sendo desses fungos em mãos, os cientistas estão melhor
considerado de "primeira necessidade", segundo a equipados que nunca para de tentar encontrar as
ONU. Só que andar pela feira vendo uma fila de cachos vulnerabilidades genéticas dos invasores. O que eles
amarelos pode se tornar coisa do passado nos pretendem é tentar criar novas estratégias
próximos 5 anos: uma das pragas da banana se tornou antifúngicas tão rápido quanto os Sigatoka se tornam
mais letal do que nunca. resistentes - a nossa versão moderna da Guerra da
Entre as infestações mais comuns nas Banana.
bananeiras estão os fungos Sigatoka - três espécies
diferentes capazes de causar a doença que reduz a D2 Questão 01 –––––––––––––––––––––––––––◊
quantidade de folhas e queima a planta, atrapalhando No trecho “Pesquisadores da Universidade da
a fotossíntese. O impacto econômico também é Califórnia sequenciaram pela primeira vez o genoma
enorme: os cachos saem pequenos e as bananas, de duas dessas espécies - e descobriram que elas estão
ficando mais agressivas no seu ataque às bananas.”, a
deformadas, cremosas e ácidas.
expressão “dessas espécies”, refere-se às/aos
Pesquisadores da Universidade da Califórnia
(A) bananeiras. (B) bananas.
sequenciaram pela primeira vez o genoma de duas
dessas espécies - e descobriram que elas estão ficando (C) cachos. (D) fungos.
mais agressivas no seu ataque às bananas. D12 Questão 02 ––––––––––––––––––––––––––◊
Comparando o novo estudo ao genoma já A finalidade desse texto é
descoberto de uma variedade antiga da Sigatoka (A) informar. (B) entreter.
amarela, os cientistas perceberam que os fungos são (C) advertir. (D) instruir.
capazes de não apenas bloquear o sistema Não deixe seu cachorro lamber você
imunológico da banana, mas também de adaptar seu As lambidas de amor do seu cãozinho são bem
metabolismo para "imitar" o da planta. Com isso, eles intencionadas, mas podem dar um banho de
passam a produzir enzimas que destroem as paredes perigos na sua saúde.
celulares e se alimentam dos nutrientes internos da
bananeira.
Os autores do estudo acreditam que os
produtores de bananas não têm a percepção do
tamanho da ameaça que essas linhagens de fungo
representam. Hoje em dia, a Sigatoka é responsável
por reduzir em quase 40% a produção da planta. Até
35% do custo de plantação vem das aplicações
bimestrais de veneno antifúngico. Por Ana Carolina Leonardi.
Está longe de ser o suficiente: a nova pesquisa A mania que seu cachorro tem de lamber todos
mostra que não só as pragas têm avançado ao seu redor vem do tempo em que seus ancestrais
rapidamente na sua forma de infecção, como também andavam em matilhas. A lambida era reservada para a
"família", para os animais de quem o cachorro gosta.
estão se tornando mais resistentes aos agrotóxicos.
Hoje em dia, essa família é você - e o pobre do cãozinho
A situação fica pior. A banana nanica é o tipo mais vendido da
tem as melhores intenções do mundo.
fruta no mundo. Mas todos os cachos são descendentes
O problema é que a saliva dele é cheia de
genéticos de uma única planta. Bananas nanicas são bactérias. A maioria delas não faz mal nenhum aos
cachorros, mas pode levar a infecções em outras suscetíveis a algumas bactérias que não nos causam mal.”
espécies, como a nossa.
Uma bactéria em especial, a Capnocytophaga D13 Questão 04 ––––––––––––––––––––––––––◊
canimorsus, está presente na boca de 75% dos cachorros No trecho “Uma bactéria em especial, a
saudáveis e, na maioria das vezes, uma lambidinha deles Capnocytophaga canimorsus, está presente na boca de
não vai causar nenhum problema. Mas a infecção 75% dos cachorros saudáveis e, na maioria das vezes,
causada por esse microorganismo traz uma taxa de uma lambidinha deles não vai causar nenhum
mortalidade de 30%, o que é bastante significativo. problema.” , as palavras “Capnocytophaga
Geralmente, humanos são infectados com a canimorsus”, constitui exemplo de linguagem
Capnocytophaga através das mordidas de cachorros. (A) formal. (B) literária.
Mas médicos que trataram uma senhora de 70 anos (C) coloquial. (D) científica.
ficaram surpresos ao descobrir que a bactéria também se
espalha através de lambidas. A idosa, dona de um Texto I
galguinho italiano, teve uma infecção generalizada e Uma idade à flor da pele
ficou semanas hospitalizada, mas sobreviveu. Marina Colasanti
O caso chamou a atenção para os riscos que a
saliva dos pets pode oferecer, especialmente para Uma rosa estremece na nuca. Um dragão ondeia
pessoas com a saúde mais frágil, como bebês, idosos e escamas sobre o peito. Um desenho tribal se fecha ao
pessoas com deficiências imunológicas. redor do bíceps. A pele jovem é um grande display.
Além de prestar atenção às doenças que os À flor da pele, com suas tatuagens, seus dizeres
cachorros podem transmitir aos humanos, o contrário pintados, seus piercings, os adolescentes tentam nos
também é válido: eles também são mais suscetíveis a dizer quem são. E nós, que os queremos tanto, nos
algumas bactérias que não nos causam mal. Mais do que debruçamos sobre essa linguagem cifrada, sobre seus
isso, nossos cachorros têm contato com superbactérias gestos e seus silêncios, buscando entender.
resistentes a antibióticos que nós carregamos com Nunca houve tantos adolescentes no mundo.
frequência na pele e no nariz. Segundo o último relatório do Fundo das Populações
Mas também não precisa colocar seu cachorro em das Nações Unidas, que fixa as fronteiras da
quarentena. Os casos de infecção (para os dois lados) adolescência entre dez e 19 anos, são 1,2 bilhão. Nunca
causados pela relação entre cães e humanos ainda são foram tão pobres. Mais de um terço deles vive com
raros. Além disso, com a terapia animal se tornando cada menos de dois dólares por dia. Nunca foram tão
vez mais frequente para dar um up psicológico em semelhantes. E nunca se diferenciaram tanto.
crianças e adultos internados, os hospitais já têm um [...]
cuidado especial com controle de infecções para Os jovens já não estão metidos no mesmo saco.
preservar tanto a saúde dos pacientes quanto dos A adolescência foi a sua revolução francesa.
próprios cachorrinhos, e garantem que os riscos são Deposto o poder adulto, podem exercer sua
menores que os benefícios de ter um bichinho de individualidade. E individualidade, agora, é também
estimação sempre ao seu lado. escolher a tribo de sua eleição. Que algumas tribos
sejam idênticas, consumindo idênticos produtos e
D14 Questão 03 ––––––––––––––––––––––––––◊
produzindo idêntica linguagem [...], não constitui
Em qual dos trechos abaixo está expresso apenas
problema, pelo contrário acrescenta dimensão
um fato?
universal à independência.
(A) “O problema é que a saliva dele é cheia de
bactérias”.
(B) “A mania que seu cachorro tem de lamber todos ao
seu redor vem do tempo em que seus ancestrais
Texto II
andavam em matilhas.”
(C) “Mas a infecção causada por esse microorganismo
traz uma taxa de mortalidade de 30%, o que é
bastante significativo.”
(D) “Além de prestar atenção às doenças que os
cachorros podem transmitir aos humanos, o
contrário também é válido: eles também são mais
(A) O poder adulto. (B) As tribos urbanas.
(C) A revolução francesa.
(D) A individualidade do adolescente.
Quanto exagero!
Walcyr Carrasco
[...]
Acho normal que meninas queiram imitar as mães.
Já vi garotinhas se equilibrando em cima de
sapatos de salto, com o rosto borrado de batom, após
atacar o armário e a penteadeira materna. Meninos
também gostam de se vestir como os pais. Eu mesmo,
quando criança, me senti orgulhosíssimo quando ganhei
meu primeiro terninho com gravata. Um adulto!
[...]
Já soube de pais revoltados com escolas por terem
adotado livros com um mínimo de ousadia. ONGs tratam
de defender as crianças da exposição a temas violentos
ou eróticos nos meios de comunicação. Mas não conheço
nenhuma que critique a moda infantil. Mais que isso: os
pais parecem gostar dela.
E os valores do universo adulto se refletem no jeito
de vestir dos filhos.
[...]
Assisto admirado à crescente “adultização” da
moda infantil. E, em consequência, sua sensualização.
[...] Podem me chamar de antiquado, mas o que há
na cabeça das mães que vestem suas meninas assim?
Em geral, quando se toca no tema, a resposta é
genérica.
— É culpa da moda! — disse uma amiga.
Como se a moda fosse uma entidade à parte, à
qual devêssemos obediência absoluta. Mas a moda
somos nós. Ninguém produziria essas peças se não
houvesse quem as comprasse.
Ainda acredito que cada fase da vida deve ser
vivida em seu esplendor. A infância é um momento de
formação. De descoberta e construção de valores para a
vida. Sei que os pais agem de maneira inocente. A não ser
em casos muito raros, não há intenção malévola. Mas o
que esperar dessas crianças que desde cedo são levadas
a exercer a sensualidade? E a que riscos estão expostas?
Às vezes, acho que deveria haver uma escola para
Disponível em:< https://tribolandia.files.word pais.
press.com/2013/08/sem-tc3adtulo21.png>.Acesso em: 23 ago. 2016. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães – 9 ed.
D20 Questão 05 ––––––––––––––––––––––––––◊ reform. p. 63 – São Paulo: Saraiva, 2015. [Adaptado].
D8 Questão 08 –––––––––––––––––––––––––––◊
Dos trechos a seguir, qual apresenta o argumento que
melhor sustenta a tese defendida pelo autor do texto?
(A) “(...) Assisto admirado à crescente “adultização” da
moda infantil. E, em consequência, sua
sensualização”.
(B) “(...) cada fase da vida deve ser vivida em seu
esplendor.”
(C) “(...) A infância é um momento de formação”.
(D) “(...) Sei que os pais agem de maneira inocente”.
LIÇÃO 8
O Homem Nu
Fernando Sabino
LIÇÃO 9
Por que algumas aves voam em bando formando um V?
Elas parecem ter ensaiado. Mas é claro que isso não acontece. Quem nunca viu ao vivo, já observou em
filme ou desenho animado aquele bando de aves voando em "V". Segundo os especialistas, esta característica
de voo é observada com mais frequência nos gansos, pelicanos, biguás e grous.
Há duas explicações para a escolha dessa formação de voo pelas aves. A primeira consiste na economia de
energia que ela proporciona. Atrás do corpo da ave e, principalmente, das pontas de suas asas, a resistência do
ar é menor e, portanto, é vantajoso para as aves voar atrás da ave dianteira ou da ponta de sua asa. Ou seja: ao
voarem desta forma, as aves poupariam energia, se esforçariam menos, porque estariam se beneficiando do
deslocamento de ar causado pelas outras aves. Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo
de bando.
Essa é a primeira explicação para o voo em "V". E a segunda? O que diz? Ela sustenta que esse tipo de voo
proporcionaria aos integrantes do bando um melhor controle visual do deslocamento, pois em qualquer
posição dentro do "V" uma ave só teria em seu campo de visão outra ave, e não várias. Isso facilitaria todos os
aspectos do voo. Os aviões militares de caça, por exemplo, voam nesse mesmo tipo de formação, justamente
para ter um melhor campo de visão e poder avistar outros aviões do mesmo grupo. Essas duas explicações não
são excludentes. É bem possível que seja uma combinação das duas o que torna o voo em "V" favorável para
algumas aves.
(NACINOVIC, Jorge Bruno, Por que algumas aves... Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 150)
2.(D11) Segundo o texto, as aves poupam energia voando em “V” por que
(A) são beneficiadas pelo deslocamento do ar causado pelas aves da frente.
(B) podem se ajudar mutuamente durante longos percursos.
(C) podem obter melhor controle visual do deslocamento.
(D) têm o instinto de sempre seguir o líder do bando em seu itinerário.
4. (D6) O texto tem como tema um aspecto particular da vida de algumas aves:
(A) a economia de energia. (B) o modo de voar.
(C) a semelhança entre elas e os aviões. (D) o formato das asas.
5. (D10) “Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.” Com base no texto,
conclui-se que o líder é substituído constantemente porque essa posição...
(A) é cobiçada por todas as aves do bando. (B) é a mais importante do grupo.
(C) proporciona melhor controle visual. (D) consome muito mais energia.
VISITA
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece
um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É
um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo
de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um
canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel.
É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água
tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra
pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de
macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa
cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e
pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele
voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este
desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado
nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou
espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe
água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais
dele.
Ferreira. Gullar
6. (D1) Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem:
(A) colocou-o dentro de um pote de água. (B) escondeu-o para que ninguém o matasse.
(C) pingou água sobre sua cabeça. (D) procurou por outros insetos no escritório.
9. (D3) Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de:
(A) maldade. (B) crueldade. (C) desprezo. (D) afeição.
Quando vi Teresa de novo Achei que os olhos eram Infere-se pela leitura da última estrofe do poema que o
muito mais velhos que o resto do corpo (Os olhos eu poético em relação à Teresa desenvolveu um
nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do sentimento de
corpo nascesse) (A) amor. (B) repúdio. (C) desilusão. (D) compaixão.
LIÇÃO 10
A CARTA
Esta outra história é de dois namorados, ele chamado Haroldo e ela, por coincidência, Marta. Os dois brigaram
feio, e Marta escreveu uma carta para Haroldo, rompendo definitivamente o namoro e ainda dizendo uma verdade
que ele precisava ouvir. Ou, no caso, ler. Mas Marta se arrependeu do que tinha escrito e no dia seguinte fez
plantão na calçada em frente do edifício de Haroldo, esperando o carteiro. Precisava interceptar a carta de qualquer
jeito. Quando o carteiro apareceu, Marta fingiu que estava chegando ao edifício e perguntou:
- Alguma coisa para o 702? Eu levo.
Mas não tinha nada para o 702. No dia seguinte tinha, mas não a carta de Marta. No terceiro dia, o carteiro
desconfiou, hesitou em entregar a correspondência a Marta, que foi obrigada a fazer uma encenação dramática.
Não era do 702. Era a autora de uma carta para o 702. E queria a carta de volta. Precisava daquela carta. Era
importantíssimo ter aquela carta. Não podia dizer por quê. Afinal, a carta era dela mesma, devia ter o direito de
recuperá-la quando quisesse! O carteiro disse que o que ela estava querendo fazer era crime federal, mas mesmo
assim olhou os envelopes do 702 para ver se entre eles estava a carta. Não estava. No dia seguinte – quando Marta
ficou sabendo que o carteiro se chamava Jessé e, apesar de tão jovem, já era viúvo, além de colorado – também
não. No outro dia também não, e o carteiro convidou Marta para, quem sabe, um chope. Na manhã depois do
chope, a carta ainda não tinha chegado a Marta e Jessé combinaram ir ver Titanic juntos. No dia seguinte – nem
sinal da carta – Jessé perguntou se Marta não queria conhecer sua casa. Era uma casa pobre, morava com a mãe,
mas, se ela não se importasse... Marta disse que ia pensar.
No dia seguinte, chegou à carta. Jessé deu a carta a Marta. Ela ficou olhando o envelope por um longo minuto.
Depois a devolveu ao carteiro e disse:
- Entrega.
E, diante do espanto de Jessé, explicou que só queria ver se tinha posto o endereço certo.
LIÇÃO 11
O sapo
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou uma
bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vais casar
comigo não vai se casar com ninguém mais”! “Olhou fundo nos olhos dele e disse:" Você vai virar um sapo! “Ao
ouvir essa palavra o príncipe sentiu uma estremeção”. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra
feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
1. (D3) No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava”, a expressão destacada significa que
(A) não deu atenção ao pedido de casamento. (B) não entendeu o pedido de casamento.
(C) não respondeu à bruxa. (D) não acreditou na bruxa.
DUAS ALMAS
Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada, E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
entra, e sob este teto encontrarás carinho: essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho. podes partir de novo, ó nômade formosa!
Vives sozinha sempre e nunca foste amada... .
. Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
A neve anda a branquear lividamente a estrada, Há de ficar comigo uma saudade tua...
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho. Hás de levar contigo uma saudade minha...
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada. Marcadores: Alceu Wamosy
2. (D3) No verso “e a minha alcova tem a TEPIDEZ de um ninho” (v.6), a expressão em negrito dá sentido de um
lugar:
(A) aconchegante. (B) belo. (C) brando. (D) elegante.
A ONÇA DOENTE
Certa vez a onça caiu de uma árvore e ficou muitos dias de cama. Como estava passando fome ele chamou a
irara e pediu que avisasse a bicharada que estava morrendo e que fossem visitá-la.
O veado, a capivara, a cutia e o jabuti foram visitá-la.
Quando o jabuti chegou, antes de entrar na toca olhou para o chão e viu que só tinha pegadas que entravam,
então pensou:
- É melhor eu ir embora e rezar pela melhora da onça, pois aqui quem entrou não saiu.
E ele foi o único que se salvou.
Moral da história: Para esperteza, esperteza e meia.
3. (D11) Da leitura do texto, pode-se entender que a onça encontrava-se doente porque
(A) havia caído da árvore. (B) estava com muita fome. (C) não podia caçar. (D) estava em apuros.
CONTINHO
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada de meio-
dia, ele estava sentado na poeira do caminho imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:
— Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
— Ela não vai não: nós é que vamos nela.
— Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
— Eu não me chamo não: os outros é que me chamam de Zé.
(Paulo Mendes Campos)
6. (D16) Há traço de humor no trecho
(A) “Era uma vez um menino triste, magro”. (l. 1)
(B) “ele estava sentado na poeira do caminho”. (l. 2)
(C) “quando passou um vigário”. (l. 3)
(D) “Ela não vai não: nós é que vamos nela.” (l. 5)
Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser supervisionados por alguém
responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e
participar de atividades interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos dentro da escola.
(Juliana Araújo e Souza) (Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)
7. (D15) Em “A comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes,” (l. 3-4), a palavra
destacada indica
(A) alternância. (B) oposição. (C) adição. (D) explicação.
LIÇÃO 12
O visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos, da
sala de cirurgia:
- Aonde é que você vai, rapaz?!
- Tá louco, bicho, vou cair fora!
- Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.
E o paciente:
- Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira
isso de letra! Vai fundo, homem!”
- Então, por que você está fugindo?
- Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia me operar!
(Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.)
4.(D15) No 2º quadrinho da tira, o trecho: “É, eu o vi na primeira página do jornal.” O pronome em destaque se
refere
(A) ao Garfield. (B) ao jornal. (C) ao famoso. (D) ao marido.
REFORÇANDO O APRENDIZADO
TERCEIRO SIMULADINHO
Confusão com São Pedro razoável. Temos nossos filhos, imagine se
Fernando Sabino acontece alguma coisa.
- Não vai acontecer nada, mulher.
Você vai neste avião, eu vou no próximo – - Eu sei que não tem perigo, que é o
decidiu de súbito, no último instante, quando o alto transporte mais seguro do mundo, e as estatísticas,
falante já invocava os passageiros: queiram apresentar e essa coisa toda, você já me explicou. Mas pense
suas despedidas e boa viagem. um pouco nos nossos filhos, pelo amor de Deus! Eu
Ele deu um suspiro desalentado. Já fora um indo num e você noutro, sempre é uma chance de
custo convencer a mulher a viajarem de avião. Ela pelo menos um de nós dois escapar.
dizia que tinha medo, por que não vamos de trem? E - Olha aí, já estão chamando de novo. Vamos
passara a noite toda naquela conversa, olha, meu embora, mulher.
bem, tenho um pressentimento ruim. Ela fincara pé, irredutível. Sem mais tempo
Quando já estavam quase embarcando, vinha para argumentar, ele acabou cedendo:
com novidade. - Está bem, seja como você quiser! Mas então
- Que bobagem é essa? vai nesse, eu vou no outro. Se eu deixar você aqui,
- Eu vou no outro –insistiu ela, aflita: -Tem outro você acaba não indo.
avião daqui a meia hora. Despediu-se dela, aborrecido, e foi tratar da
- Mas por que isso de repente? transferência de sua passagem.
Ela o olhava nos olhos como se despedisse dele A mulher entrou no avião como num túmulo, o
para sempre: coração aos pulos. A porta se fechou, desligando-a
- Não podemos correr tanto risco juntos, meu para sempre do mundo. A seu lado, viajava um
bem, seja razoável. Temos nossos filhos, imagine seja padre, alheio a tudo, mergulhado no breviário.
De súbito o avião, já em pleno voo, começou a - Eh, que novidade você vai inventar agora?
jogar. Eu não disse? Eu não disse? Entraram numa Perdoar o quê, mulher?
nuvem escura e nunca mais que saíam dela. - Tudo por minha culpa choramingou ela. –
Em pânico, chamou o comissário: não é nada, Mas graças a Deus você está salvo. Fiz uma
minha senhora, uma pequena tempestade, estamos confusão enorme com São Pedro, você nem
fazendo voo cego. imagina. Da próxima vez, quer saber de uma coisa?
Voo cego! Sentindo-se perdida, voltou-se para o Vou com você, morreremos juntos, nossos filhos
padre: que se danem.
- Estou com tanto medo, seu padre. Ele a olhou, francamente apreensivo. ―Acho
O padre a olhou, desconfiado: que essa minha mulher está ficando maluca‖,
- Reza, que é melhor. pensou.
E voltou ao seu breviário. Rezar? Não, ela não Disponível em: http://PT.scribd.com/doc/72410097/Confusão-com-Sao-Pedro/Acesso em
27/11/2014
sabia rezar.
Lembrou-se de São Pedro, que era quem devia D7 –––––––– QUESTÃO 01 –––––––––––
manobrar chuvas e tempestades – juntou as mãos e No trecho “Mas pense um pouco nos nossos filhos,
pediu-lhe auxílio: pelo amor de Deus!”, o ponto de exclamação tem o
- São Pedro, piedade de mim. Tenho meus filhos efeito de
para criar. Fui criada sem mãe, o senhor não imagina a (A) apelar. (B) desafiar. (C) indagar. (D) intimidar.
falta que uma mãe faz. Todos na minha família ficaram
assim feito eu, só porque não tiveram mãe. Que será
D18 ––––––––– QUESTÃO 02 ––––––––––
dos meus filhos sem mãe, São Pedro, mãe faz muito
No trecho “A mulher entrou no avião como num
mais falta que pai, por favor, me protege, se for
túmulo, o coração aos pulos. A porta se fechou,
preciso, transfere essa tempestade para o avião dele,
desligando-a para sempre do mundo.”, a expressão
mas me salva desta que noutra eu nunca mais hei de
destacada sugere que a mulher estava
me meter.
(A) animada. (B) irritada.
A falta de mãe não lhe abalara o prestígio junto a
(C) apressada. (D) apavorada.
São Pedro - tanto assim que em pouco o avião deixava
para trás a tempestade e saía para um céu azul, e logo
descia no aeroporto sem mais novidades. Estava D10 –––––––––– QUESTÃO 03 ––––––––––
salva! Nesse texto, o que gera o conflito é
Comprou uma revista, sentou-se e pôs-se a (A) a mulher temer que o avião caísse.
esperar o avião do marido. Esperou meia hora. Como (B) a viagem de avião do marido e a esposa.
ele nunca mais chegasse, correu já aflita, a informar-se (C) o marido insistir para que fossem juntos.
no balcão. Soube que não havia nada de especial: as (D) o avião começar a balançar em pleno voo.
más condições do tempo às vezes ocasionavam
atraso. D12 –––––––––– QUESTÃO 04 ––––––––––
- Más condições do tempo?
A finalidade desse texto é
Não tinha dúvida, era a tempestade que mandara
(A) relatar. (B) refletir. (C) instruir. (D) entreter.
para ele. Roída de remorsos, juntou as mãos ali
mesmo, em frente ao funcionário assombrado:
–––––––––– QUESTÃO 05 ––––––––––
- São Pedro, essa não! Não faça isso comigo. Era mentira, o senhor
não vai me levar a sério. O pai faz mais falta que a mãe, quemoétexto abaixo e, a seguir, responda:
Leia
que foi meter uma bobagem dessa na minha cabeça?
Ele trabalha para sustentar a família, eu não faço
nada que preste. E logo ele, tão bom que ele é, tão
carinhoso, por favor, São Pedro, não faça isso com ele,
joga essa tempestade para cima de outro que não
tenha filhos, para cima dele não!
Em pouco São Pedro voltava a atendê-la,
fazendo o marido desembarcar no aeroporto, são e
salvo:
- Que cara é essa? Você está parecendo um
fantasma! Aconteceu alguma coisa?
Ela se abraçou a ele, ansiosa:
- Você está bem? Você me perdoa?
O livro A droga da obediência foi publicado
pela primeira vez em 1984 pela editora Moderna, e é
o primeiro da série de personagens "Os Karas". A
história, escrita pelo autor Pedro Bandeira,
possivelmente, evocará em leitores mais maduros a
vontade que, provavelmente, tiveram, de viver uma
grande aventura quando eram mais jovens, e,
inspirados pelos heróis dos desenhos animados,
certamente, se imaginavam salvando o planeta. É
isso que move o livro A droga da obediência: o
desejo de salvar o mundo. Desejo esse,
possivelmente, despertado nos leitores mais jovens.
O livro segue a tendência clássica da maioria
No último quadrinho a expressão do menino sugere das novelas policiais: protagonistas que tentam
que ele ficou desvendar um caso, vilões com planos diabólicos, e,
(A) irritado. (B) animado. claro, não poderiam faltar os comparsas bobalhões,
(C) assustado. (D) entusiasmado. empregados para quebrar um pouco a tensão da
história e arrancar risadas do leitor.
A história é curta, mas bem movimentada. As
Resenha crítica
ações dos personagens são dinâmicas e a maior
Um breve olhar sobre a obra A droga da obediência parte da história se desenrola através de diálogos,
portanto, não apresenta muitas passagens
Título: A droga da obediência descritivas. A inteligência dos Karas é o que dita o
Autor: Pedro Bandeira ritmo do livro. O autor Pedro Bandeira narra o que
Editora: Moderna deve ser narrado e deixa o resto correr. Simples
Quando Bronca, estudante do Colégio Elite, assim.
desapareceu, Magrí, Calú, Crânio e Miguel, que Foi uma leitura prazerosa e rápida. A droga da
formam um grupo secreto chamado Karas, entram em obediência faz parte de uma série destinada ao
ação para descobrir quem estaria portrás daquilo. público jovem, mas eu o recomendo às pessoas de
Miguel, o líder do grupo, convoca uma reunião de qualquer idade. Para os que não têm o hábito de ler,
emergência para planejarem cada passo da é uma excelente opção para adentrar no mundo
investigação. No esconderijo, que fica nas literário, pois ele possui poucas páginas e o enredo
dependências do colégio, os quatro são surpreendidos prende a atenção do começo ao fim. Mergulhem
por Chumbinho, que os seguiu sem ser notado. sem medo.
Chumbinho queria ser integrante dos Karas, e Igo Maia
Texto adaptado. Disponível em: http://ymaia.blogspot.com.br/2014/04/resenha-
como ele havia descoberto o esconderijo e sabia das droga-da-obediencia.html. Acesso em: 2711/2014
ações do grupo, Magrí, Calú, Crânio e Miguel tiveram
que aceitar o moleque intrometido como membro. D13 –––––––––– QUESTÃO 06 ––––––––––
Durante a reunião, Miguel comentou que o No trecho “Coube a Chumbinho a missão de ficar na
desaparecimento de Bronca não era um caso isolado. cola de um aluno para colher informações”, a
Estudantes de outros colégios de São Paulo também expressão destacada é típica da linguagem
haviam desaparecido. Os Karas precisavam agir com (A) formal (B) informal.
rapidez e cautela. Coube a Chumbinho a missão de (C) jornalística. (D) acadêmica.
ficar ―na cola‖ de um aluno para colher informações.
Foi assim que ele descobriu a droga da obediência,
que, como o próprio nome sugere, é usada para fazer D3 –––––––––– QUESTÃO 07 ––––––––––
as pessoas obedecerem. No trecho “A história, escrita pelo autor Pedro
Os estudantes que desapareceram estavam sob Bandeira, possivelmente, evocará em leitores mais
o efeito dessa droga. Eles perderam a vontade própria maduros a vontade que, provavelmente, tiveram, de
e a capacidade de raciocinar, possibilitando que os viver uma grande aventura quando eram mais
criminosos os capturassem facilmente. Eles foram jovens...” (5º parágrafo), o termo destacado no
usados como cobaias de uma perigosa experiência contexto significa
feita pelo Doutor Q.I., que planejava dominar o mundo
com a droga da obediência. Porém, os Karas estavam (A) lembrar. (B) instigar. (C) desafiar. (D) influenciar.
prontos para impedi-lo.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e
D14 –––––––––– QUESTÃO 08 –––––––––– demorado
Em qual dos trechos a seguir está expresso um fato? Olhando o esquife longamente
(A) "O livro A droga da obediência foi publicado pela Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem
primeira vez em 1984...” finalidade
(B) "O livro segue a tendência clássica da maioria das Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
novelas policiais:"
Liberta para sempre da alma extinta.
(C) "O autor Pedro Bandeira narra o que deve ser Disponível em: https://autoreselivros.wordpress.com/2012/04/13/momento-num-
narrado e deixa o resto correr." cafe-de-manuel-bandeira/
QUARTO SIMULADINHO
D16 ––––––––– QUESTÃO 01 ––––––––––– qual for. Alegam os defensores do famigerado
acordo que a escrita, em língua castelhana, é
padronizada desde a Terra do Fogo, a fronteira Sul
entre o Chile e a Argentina, até as margens do Rio
Grande, que separa México e EUA; e também nas ilhas
oceânicas em que pisaram os naturais da Espanha.
A escrita será igual; a linguagem, não – afirmam.
Sim, isso é perfeitamente compreensível, haja vista
termos aprendido que as vogais têm sons abertos – a, e,
i, o u –, mas, ultimamente, os coleguinhas jornalistas
dos veículos falados referem-se à Avenida Ê – mas até
há bem pouco tempo dizíamos Avenida E (é). Sei que
há forte influência dos paulistanos e sulistas, presenças
marcantes em Goiás desde o início do agronegócio;
então, porque eles falam “éstra” no que entendíamos,
Disponível em: http://www.chargeonline.com.br/Acesso em: 12/06/2013 até recentemente, como “extra” (ê)?
O humor deste texto está no fato de Gosto de ouvir nossas palavras cortadas,
(A) o homem ter desmaiado ao perceber que havia abreviadas; de uma, apenas, não gosto da síncope:
comprado os produtos errados. gueiroba em lugar de guariroba. Na escrita, alguns
(B) o funcionário do mercado ter perseguido o homem escribas, de livros e de jornais, substituem a bonita
forma pequi por piqui, alegando a pronúncia. Ora: a
até ele cair desmaiado.
gente escreve futebol e pronuncia futibol. E há quem
(C) o homem ter desmaiado ao ver os impostos
banque o chique escrevendo – especialmente como
discriminados na nota fiscal. nomes próprios – theatro em lugar de teatro. E falam “tê-
(D) o cachorro ter ficado com pena do homem quando atro”, em vez de tiatro, como seria o regular da nossa
o viu desmaiado no chão fala local.
Falar e escrever “Vontá dimbora durmi”, é frase comum no falar
Luiz de Aquino
Ah, língua brasileira! Não haverá, jamais, acordo internacional capaz de coloquial. E responder, gritando, a um chamado com o
propiciar ao linguajar humano uma homogeneidade, seja
infalível “Tô ino”, em lugar de “Estou indo” é goiano Marina Colassanti
demais da conta! Mas o que mais se nota – e a frase já se Às seis da tarde
espalha por todo o país, especialmente entre os as mulheres choravam
entrevistados na tevê – é “O marrapossível”. É o que no banheiro.
respondem políticos e técnicos, delegados e coronéis, Não choravam por isso
professores e populares diante dos repórteres. ou por aquilo
Ah, os repórteres! Destes, no rádio e na tevê, ouço choravam porque o pranto subia
sempre e me divirto: “departamento pessoal” em vez de garganta acima
“departamento de pessoal”. O mesmo se dá quando devem mesmo se os filhos cresciam
dizer “corpo de delito” – o “de” é novamente omitido. E a
com boa saúde
moda, que saiu das falas dos “da imprensa”, alcança agora
se havia comida no fogo
advogados e delegados de polícia.
Na escrita, porém, essa que foi “padronizada” pelo e se o marido lhes dava
acordo entre os países de línguas lusófonas, o bicho pega! do bom e do melhor
Mesmo profissionais que deviam saber misturam C com S, choravam porque no céu
não sabem onde entra o Ç e usam X, SS e Ç como se isso além do basculante
fosse tão normal quanto escrever Pollyanna ou Hytallo. Ou o dia se punha
Rhackell. porque uma ânsia
AQUINO, de Luiz.DMRevista. Disponível em: uma dor
http://arquivo.dm.com.br/texto/gz/112917/ Acesso em: 12/06/2013.
uma gastura
D15 ––––––––– QUESTÃO 02 –––––––––– era só o que sobrava
No trecho “Na escrita, porém, essa que foi dos seus sonhos.
“padronizada” pelo acordo entre os países de línguas Agora
lusófonas, o bicho pega!” (último parágrafo), o termo em às seis da tarde
destaque estabelece uma relação de as mulheres regressam do trabalho
(A) explicação. (B) conclusão. o dia se põe
(C) oposição. (D) exclusão. os filhos crescem
o fogo espera
e elas não podem
D17 –––––––––– QUESTÃO 03 ––––––––––
não querem
Na expressão “da imprensa” (último parágrafo), as chorar na condução.
aspas sugerem um tom COLASSANTI. Marina. Disponível em:
(A) poético. (B) humorístico. (C) dramático. (D) irônico. http://pensador.uol.com.br/frase/NTI3NTkz/Acesso em: 17/06/2013
D4 –––––––––– QUESTÃO 06 ––––––––––
D14 –––––––––– QUESTÃO 04 –––––––––– O eu lírico considera que as mulheres
Em qual das alternativas a seguir está expressa uma (A) costumam chorar no fim da tarde porque são
opinião? inconstantes.
(A) “...a escrita, em língua castelhana, é padronizada (B) sentem necessidade de chorar independente da
desde a Terra do Fogo...” situação.
(B) “... haja vista termos aprendido que as vogais têm (C) choram por ficarem entediadas com o trabalho
sons abertos – a, e, i, o u –...” doméstico.
(C) “É certo que apreendemos e incorporamos muito
(D) são proibidas de chorar nos ônibus durante a vin
do que ouvimos...”
trabalho.
(D) “E há quem banque o chique escrevendo ... theatro
em lugar de teatro ”
D3 –––––––––– QUESTÃO 07 ––––––––––
D19 –––––––––– QUESTÃO 05 –––––––––– Nos versos “porque uma ânsia/ uma dor/ uma
No trecho “mas, ultimamente, os coleguinhas gastura” , a palavra destacada significa
(A) ódio. (B) medo. (C) cansaço. (D) angústia.
jornalistas...”, o uso do diminutivo na palavra destacada
expressa
(A) deboche. (B) carinho. (C) respeito. (D) intimidade. Hora de estadistas
A intensidade da cobrança, expressa na série
Às seis da tarde de manifestações nas cidades brasileiras desde a
semana passada, recomenda articulação de
lideranças político-partidárias que não apenas ouçam
os gritos nas ruas, mas que, principalmente,
apresentem propostas claras e definição de prioridades.
Este momento grave vivido pelo país exige mais do (B) A exigência de estadistas que percebam o
que meros líderes de agremiações partidárias, mas momento histórico pelo qual passa o país.
estadistas, que enxerguem o importante momento (C) A contribuição de estadistas para a superação
histórico pelo qual passa o país e que tenham a dos desafios vividos pelo país.
grandeza de apresentar uma objetiva proposta de (D) A insatisfação com negociações e articulações
agenda de interesse nacional para contribuir na dissociadas de interesses coletivos.
superação dos desafios.
O cidadão tem protestado nas ruas contra uma
D8 –––––––––– QUESTÃO 09 ––––––––––
soma de ineficiências e desvios que resultaram em má
prestação de serviços básicos e falhas na garantia de O principal argumento que defende essa tese é:
direitos essenciais. O foco, portanto, deve ser no sentido (A) A intensidade da cobrança, expressa na série de
de dar respostas efetivas a essas demandas. manifestações nas cidades brasileiras (...).”
Um dos recados que emanam das ruas é o de (B) “Este momento grave vivido pelo país exige mais
exaustão com negociações e articulações dissociadas do que meros líderes de agremiações
dos interesses coletivos, tanto que houve mesmo partidárias...”
hostilização a grupos partidários e movimentos políticos. (C) “Um dos recados que emanam das ruas é o de
A hora é de esforço e trabalho para resgatar a confiança exaustão com negociações e articulações
perdida, com reformas e adoção de medidas para dissociadas dos interesses coletivos.”
aprimorar e fortalecer as instituições democráticas como (D) “A hora é de esforço e trabalho para resgatar a
caminho para alcançar as metas pretendidas. confiança perdida, com reformas e adoção de
Editorial. O popular. Disponível em: http://www.opopular.com.br/cmlink/o- medidas para aprimorar e fortalecer as
popular/opopular.flip/Acesso em: 25/06/2013.
instituições democráticas...”
D7 –––––––––– QUESTÃO 08 ––––––––––
Qual a tese defendida pelo autor do texto? D12 –––––––––– QUESTÃO 10 ––––––––––
(A) A necessidade de apresentação de propostas Qual a finalidade do texto?
claras e definição de prioridades. (A) Instruir. (B) Relatar. (C) Divertir. (D) Opinar.
QUINTO SIMULADINHO
Doenças mentais podem estar ligadas à criatividade tam o velho conceito do gênio louco. A criatividade é
uma qualidade que nos deu Mozart, Bach, Van Gogh. É
Estudo traz evidências de que pessoas criativas uma característica muito importante para a nossa
seriam 25% mais propensas a transportarem as variações sociedade. Mas traz um risco para o indivíduo, e 1% da
genéticas que aumentam risco de transtorno bipolar e população é afetada por isso", diz Kari Stefansson, um
esquizofrenia. dos autores do estudo.
Gênio louco - A associação entre a criatividade e a Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/doencas-mentais-podem-estar-ligadas-a-c
Acesso em 16/06/2015
loucura remonta à noção romântica do século XVIII,
quando o artista passou a ser um gênio, lutando com seus D6 –––––––– QUESTÃO 01 –––––––––––
demônios interiores e a força de sua inspiração. Artistas A ideia central do texto é que
como Van Gogh, que realmente sofria de doenças mentais, (A) todas as pessoas são gênios, pois são criativas.
tornaram-se ícones da relação entre loucura e criatividade. (B) criatividade é uma qualidade indispensável na
Estudos atuais atribuem ao pintor doenças que sociedade.
possivelmente seriam distúrbio bipolar ou esquizofrenia. No (C) as pessoas criativas são mais propensas a
entanto, análises sobre o assunto são difíceis de serem doenças mentais.
feitas, pois não há definição científica exata do que seria (D) todos os artistas do século XVIII sofriam de
uma pessoa criativa. Esse costuma ser um conceito problemas mentais.
subjetivo, o que torna difícil a medição. Texto 1
"Para ser criativo, é preciso pensar de forma
Destravar o debate
diferente. Muitas vezes, quando as pessoas estão criando
algo novo, elas acabam ocupando um espaço entre a Editorial O Globo - 06/04/2015 - 15h01.
sanidade e a insanidade. Acho que estes resultados supor-
O Unicef estima que 1% dos homicídios no Brasil é Em nome de um país, que deveria ser mãe e não
cometido por adolescentes entre 16 e 17 anos. O madrasta de seus próprios filhos, em nome de uma
percentual é semelhante ao registrado em 2014 pela república moderna, que não rouba o futuro de meninos e
Senasp — Secretaria Nacional de Segurança Pública do meninas, sem escola e sem família, em nome dos
Ministério da Justiça (entre as diversas modalidades de avanços do Estatuto da Criança e do Adolescente, não
crimes, 0,9% tem o envolvimento de jovens). São índices podemos incorrer no erro de aprovar a redução da
que preocupam, porque tem sido crescente a participação maioridade penal de 18 para 16 anos, de acordo com a
de menores de 18 anos em ações criminosas no Brasil. fatídica PEC 171/93.
No Rio, o número de adolescentes infratores Seria um retrocesso odioso, um acinte aos direitos
apreendidos subiu quase 50%, de acordo com da cidadania, uma completa falência moral da sociedade
levantamento do ano passado do Instituto de Segurança brasileira, através de medida populista, de sotaque
Pública (ISP). Só em janeiro deste ano, o incremento de radical e sectário, cujo ônus recairia, uma vez mais,
apreensões foi de 39%. Em São Paulo, o total de menores sobre as camadas desassistidas da população, que
apreendidos triplicou entre 2002 e 2012. Em todo o país, pagam, com juros altos, as prestações de uma
28 mil menores cumprem medidas socio-educativas, de cidadania incompleta, onde o Estado não chega, não
acordo com o Conselho Nacional de Justiça. sabe, não busca, ou não quer chegar.
Os indicadores evidenciam que a política brasileira Ninguém se iluda com a redução para os 16 anos:
para enfrentar a crescente criminalidade juvenil é um a médio prazo faria aumentar, em absurda progressão,
fracasso, tanto do ponto de vista judicial quanto dos o nível de violência, ao matricularem-se os menores nos
programas de reinserção social. Se há, de fato, uma presídios, quando não passaram sequer pela escola de
leniência, que precisa ser combatida, do poder público com qualidade, em tempo integral, com frequência
os aspectos correcionais dos programas de recuperação obrigatória, seguida, na prática, por uma rede social
de jovens infratores, por outro há uma permissividade na articulada.
legislação que realimenta a cadeia de infrações criminais Visitem os presídios do país e façam ideia do que
na faixa etária abaixo dos 18 anos. significaria a PEC 171. Defendê-la é tornar-se cúmplice
Não se discute que crianças e adolescentes do crime de lesa-futuro, que as próximas gerações
precisam de anteparo institucional. No terreno dos direitos, deverão condenar de forma indignada e resoluta.
eles estão bem amparados pela lei orgânica que os Como disse Betinho, ninguém é obrigado a amar o
salvaguarda — o Estatuto da Criança e do Adolescente. menor de cuja violência somos vítimas, embora
Mas, ao mesmo tempo, o ECA é pusilânime com as sejamos, contudo, obrigados a pensar de modo
obrigações que deles se deve cobrar. civilizado, sem resíduos de barbárie, na adoção de
Ao abrigo dessa lei, jovens criminosos, em seu pleno programas de sucesso, em andamento no Brasil e no
juízo, se prevalecem da idade para cometer atos violentos, exterior, em vez de trilhar o labirinto do cárcere, que
roubar e, não raro, matar, pois sabem que são chega a ser, naquela idade, um passaporte sem volta,
inalcançáveis pelo braço da Justiça. No máximo, são uma viagem a país nenhum, quase sem motivo de
punidos com sanções leves e curtas, que não educam, não esperança.
regeneram e logo os deixam livres para voltar ao crime. Quem mais alimenta a ideia desses antídotos
Este é um ângulo pelo qual se revela positiva a aparentes contra a violência é a própria ausência do
aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça da Estado, uma compreensão canhestra das leis, por parte
Câmara, da proposta de emenda constitucional que de seus operadores, fria, insensível, indiferente, sem
permite reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. ouvir educadores e psicólogos, sem falar da não
Outro, é que a CCJ põe em outro patamar o debate sobre aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
essa questão, até aqui entravada por forças políticas que, Deixar as coisas como estão implica alimentar
de forma sectária, sequer admitem discutir o óbvio: a discursos violentos para tratar da violência, enfrentar a
necessidade de adequar a legislação do país aos novos barbárie mediante a barbárie, num círculo vicioso
tempos. redundante, brutal e vingativo, a desaguar numa pena
[...] de morte “tolerável”, que é bem o que se passa nas
De consensual é que o país precisa enfrentar sem entranhas de certos presídios brasileiros, como
hipocrisia a premência de salvaguardar a sociedade, como sabemos todos e, por favor, e de uma vez por todas,
um todo, da violência criminal. Jovens com plena sem hipocrisia.
capacidade de discernimento são atraídos pelo crime, e [...]
devem responder perante a Justiça por seus atos. Pensemos na criação de escolas especiais, nos
Disponível em: http://noblat.oglobo.globo.com/editorial/noticia/2015/04/destravando-o-debate-sobre-redução-
programas de inclusão nos municípios, na presença de
da-maioridade-penal.html. Acesso em 11/05/2015
educadores para o desafio de recriar as condições
Texto 2 propícias da cidadania, dos que acreditam radicalmente
Cultura do ódio na democracia e no futuro de nossos jovens.
/
Marco Lucchesi, O Globo, 06/05/2015.
D20 ––––––––– QUESTÃO 02 ––––––––––
Os dois textos falam sobre
(A) A crescente participação de menores de 18 anos em
ações criminosas no Brasil.
(B) o fracasso das políticas de enfrentamento da
criminalidade infantil existentes no Brasil.
(C) a proposta de emenda constitucional que permite
reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.
(D) a necessidade de pensar na adoção de programas de
sucesso, em andamento no Brasil e no exterior.
GABARITO
LIÇÃO 1
1. Narrador-personagem. Porque o cronista conta um fato do qual ele participa e ainda podemos detectá-lo pelo
maior número de verbos escritos em 1ª pessoa.
2. a) o cronista. b) na Gávea. c) Para tomar um café junto ao balcão. d) Na verdade ele está adiando o momento de
escrever. e) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório
no cotidiano de cada um; recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que
a faz mais digna de ser vivida, do circunstancial, ao episódico; do acidental, torno simples espectador e lanço
então um último olhar fora de si.
3. a) O pai, a mãe e a filha. b) No botequim. c) Estão celebrando o aniversário da filha.
4. Aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma.
5. A mulher suspira, depois de ver o garçom se afastar para atendê-los, olhando para os lados, a reassegurar-se da
naturalidade de sua presença ali.
6. Porque invés de comprar um pedaço de bolo poderia ter comprado um bolo inteiro.
7. Devido ser o aniversário da filha, a mãe ainda vai retirar de sua bolsa as velinhas para colocá-las no bolo e o pai
as acenderá, depois cantarão parabéns pra você, só então começa a comê-lo.
8. Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, a sua compostura de humildade, na contenção
de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda
arrumadinha no vestido pobre, os três compunham a tradicional família, célula da sociedade. 9. Comoção,
gracejo e dó.10. Ele se sentiu muito feliz e preferiu que a sua última crônica: fosse pura como aquele sorriso.
LIÇÃO 3
1. a) censurou significa recriminou; b) inusitado significa insólito.
2. Crônica humorística.
3. a) a filha comunica ao pai que vai dormir com o namorado. b) o sumiço do namorado e a descoberta da
inconstância da filha. c) o encontro no corredor entre o pai e o rapaz. d) o pai descobre que o rapaz no corredor era
ladrão e não o namorado.
4. O pai, a filha e os namorados.
5. Na casa da namorada.
6. Apesar de ter tido uma criação severa, diferente dos padrões mais liberais da filha, e julgá-la muito jovem, o pai
soube ouvi-la e ponderar, procurando a solução que considerou mais coerente.
7. O namoro.
8. Informar os jovens que têm vida afetiva e sexual ativa que sempre se lembrem da importância do uso de
preservativos.
9. Narrador-observador.
10. Com a utilização de uma linguagem coloquial, irônica e bem-humorada, narração dos fatos; isto altera a
situação de séria para engraçada.
LIÇÃO 8
1. O homem não trouxe o dinheiro da cidade para pagar a prestação da televisão.
2. Quando o homem pede a mulher para ficar quieta dentro de casa, quando o cobrador da televisão chegasse,
pensasse que não havia ninguém, o deixasse bater na porta até cansar, no outro dia ele pagaria.
3. Interromper-se de súbito.
4. Ele estava sem dinheiro para pagá-la, envergonhado preferiu se esconder e assim teria tempo suficiente para
debitar sua dívida.
5. Em um apartamento.
6. A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: “Valha-me Deus! O padeiro está nu!”
7. [...]. Deixa ele bater até cansar __ amanhã eu pago.
8. O homem e sua mulher.
9.O cobrador da televisão e os vizinhos.
10. Mostra-nos que caso como este acontece frequentemente no cotidiano.
11. De forma surpreendente e humorística.
LIÇÃO 10
1. A carta que Marta escreveu para seu namorado.
2. Quando Marta se arrepende de ter escrito a carta e tenta interceptá-la.
3. Marta, Haroldo e o carteiro.
4. A briga do casal.
5. Interceptar.
6. Na calçada em frente do edifício de Haroldo.
7. De forma séria, decisiva.
8. Fingir.
9. Fazer-nos uma advertência: que jamais tomemos nenhuma decisão precipitada, em momento de raiva ou
nervosismo, porque as consequências serão enormes.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA – SPAECE 9º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL II