Bioquimica Vegetal PDF
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Frederico Westphalen, RS
2010
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA:
seres vivos constituídos de moléculas desprovidas de vida. Moléculas que têm comportamento descrito
também pela matéria inanimada. Mas, estes apresentam atributos peculiares que não são encontrados nos
aglomerados de matéria inanimada.
“Todas as coisas vivas são feitas de células pequenas unidades limitadas por membranas, preenchidas
por uma solução aquosa com químicos com a capacidade de criar cópias delas mesmas. São as principais
unidades da vida.“
Visualizar estrutura interna da célula é difícil, tanto porque as partes são pequenas, como também
porque são transparentes e na maioria das vezes incolores cora-se com agentes que coram
componentes particulares de formas diferentes.
Todas as formas de vida são constituídas por moléculas que consistem de átomos. Estes são divididos
em componentes ainda menores prótons, nêutrons e elétrons.
Toda mudança na estrutura molecular/atômica das substâncias corpóreas deve agir sobre os fenômenos
vitais do organismo e todos os fenômenos fisiológicos são atribuídos a fenômenos bioquímicos e
biofísicos.
Se quisermos compreender um organismo verdadeiramente: dimensão molecular ou atômica.
CÉLULAS VIVAS:
Divididas em dois grandes grupos, dependendo do tipo de energia que elas obtêm de seu meio
ambiente:
CÉLULAS AUTOTRÓFICAS usam energia solar como principal fonte de energia energia
radiante absorvida por um pigmento e transformada em energia química.
CÉLULAS HETEROTRÓFICAS usam a energia de moléculas orgânicas ricas em energia,
altamente reduzidas (como a glicose), obtidas do meio ambiente. Maioria das células animais.
2. BIOMOLÉCULAS E CÉLULAS:
Elementos químicos NÃO estão distribuídos nos organismos vivos na mesma proporção que na crosta
terrestre.
A composição elementar do corpo vegetal (matéria seca) é formada basicamente de C, O, H, N, S e P,
que aparecem principalmente na forma de compostos orgânicos e, parte como íons. Presença de um
elemento não representa prova de que ele é efetivamente necessário à vida. Há elementos característicos
de espécies adaptadas a ambientes especiais (Ex. sódio para plantas salinas) e aqueles que constituem
apenas peso morto, sem ter função específica no metabolismo.
Necessidade de um elemento para a planta só pode ser verificada em condições de cultura
rigorosamente controladas.
TABELA: Os bioelementos essenciais na nutrição de uma ou mais espécies, mas nem todos essenciais a
todas
Elementos formadores de M.O. Oligoelementos
O Mn, Se
C Fe, F
N Co, Cr
H Cu, Ni
P Zn, Sn
S B, Si
Ìons monoatômicos Al, I
Na+ V, Mo
K+
Mg2+
Ca2+
Cl-
3. IMPORTÂNCIA DO CARBONO:
elemento que prepondera, em quantidade e importância.
origem dessa posição especial propriedade do átomo de C de formar cadeias ou anéis com ligações
opostas, nenhum outro elemento conhecido possui esta característica. Permite a formação de moléculas
maiores, o que é condição indispensável para o surgimento de um número ilimitado de materiais durante a
evolução.
Átomos de carbono têm outra propriedade capacidade de se ligarem entre si.
Como o C também forma ligações covalentes com O, H, N e S muitas espécies diferentes de grupos
funcionais podem ser introduzidas na estrutura das moléculas orgânicas.
GRUPO OXO = O contido nas ligações com carbonila, sob a forma do grupo carbonila C=O:
pertencem os ALDEÍDOS (ex. gliceraldeído) e as CETONAS (ex. diidrociacetona).
GRUPO OXO e GRUPO HIDROXILA são grupos funcionais dos CARBOIDRATOS. Nas
ALDOSES grupo OXO se liga ao átomo do C1 do açúcar (forma aldeído) D-glicose, D-galactose, D-
manose. Nas CETOSES, se liga ao átomo do C2 D-frutose.
GRUPO AMINO - NH2 têm caráter básico. Característico das AMINAS. Aparece nos sistemas
em anel que servem de base a muitas substâncias naturais ⇒ PIRIMIDINA serve à TIMINA (T),
6. AS MACROMOLÉCULAS:
Formadas por grupo numericamente restrito de diferentes componentes moleculares, na maioria
relativamente simples; sendo possível um número ilimitado de combinações (tanto pela mudança do
número de componentes na molécula, quanto pela mudança na seqüência).
FUNÇÕES: portam informações e são elementos estruturais dos seres vivos. Isto é possível porque
elas têm elementos alongados, fibrilares e entrelaçam-se em retículo. Importante especialmente para as
fortes exigências mecânicas do corpo vegetativo das plantas superiores.
2º passo na evolução química ⇒ evolução das macromoléculas ⇒ formação de biopolímeros a partir
dos biomonômeros ⇒ geralmente ocorre por POLICONDENSAÇÃO, reunião dos monômeros com
dissociação de água.
Tipos de macromoléculas que estão amplamente distribuídas: proteínas, ácidos nucléicos, lipídeos e
polissacarídeos (há outros tipos com funções específicas e que aparecem em certos grupos de plantas).
PROTEÍNAS:
Constituídas de moléculas de aminoácidos unidos entre si por LIGAÇÕES PEPTÍDICAS (reação do
grupo amino de 1 AA com grupo carboxila do outro, por condensação). De acordo com o número de elos
de AA ⇒ di, tri, oligo (até 10) ou POLIPETÍDEOS (muitos).
Há um ilimitado de ligações com cerca de apenas 20 componentes. Assim, cada espécie animal ou
vegetal tem suas proteínas específicas.
ÁCIDOS NUCLEICOS:
Seus elementos estruturais são os NUCLEOTÍDEOS ⇒ ÁCIDO FOSFÓRICO + AÇÚCAR
(PENTOSE) + BASES (PURINAS e PIRIMIDINAS).
2 tipos ⇒ diferença está no seu componente de AÇÚCAR e na COMPOSIÇÃO DAS BASES:
ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO ⇒ açúcar é a D-desoxirribose e as bases são T, C, A, G.
ÁCIDO RIBONUCLEICO ⇒ açúcar é a D-ribose e as bases são U, C, A, G.
POLISSACARÍDEOS:
LIPÍDEOS:
Glicerol + ácidos graxos.
7. CONCLUSÃO:
Objetivos da Bioquímica: relacionar as estruturas e funções de cada tipo de biomolécula com
estrutura e função dos diferentes componentes celulares. Além disso, é importante saber onde cada
evento bioquímico ocorre. Mostrar as diferenças entre as células fotossintetizantes (vegetais) e não
fotossintetizantes (como E.coli).
A BIOQUÍMICA é a ciência que estuda principalmente a química dos processos biológicos que
ocorrem em todos os seres vivos. Usa ferramentas e conceitos da química, particularmente vda orgânica e
físico-química para elucidação do sistema vivo. Voltada principalmente para o estudo da estrutura e
função de componentes celulares como proteínas, carboidratos, lipídeos, ácidos nucléicos e outras
biomoléculas.
CAPÍTULO 2: GLICÍDEOS/CARBOIDRATOS
CONCEITO:
Compostos aldeídicos ou cetônicos com múltiplas hidroxilas.
Contém fundamentalmente C, O e H.
Comumente chamados AÇÚCARES ou HIDRATOS DE CARBONO.
Estrutura básica → monossacarídeo.
Fisiologicamente a GLICOSE é o monossacarídeo mais importante.
São os carboidratos mais simples, dos quais derivam todas as outras classes.
Quimicamente → Aldeídos ou cetonas com duas ou mais hidroxilas → São polihidroxialdeídos (ou
aldoses) ou polihidroxicetonas (ou cetoses), sendo os mais simples monossacarídeos compostos com no
mínimo 3 carbonos (n=3):
O Gliceraldeído
A Di-hidroxiacetona
PROPRIEDADES:
1. ISOMERIA ÓTICA:
FISCHER estudou muito os açúcares. Fez testes para observar as propriedades do gliceraldeído →
observou que de um dia para o outro os resultados obtidos não eram os mesmos → após 1 noite de
repouso o gliceraldeído se modificava → mudava a orientação da hidroxila de seu carbono α e com isso
alterava muitas das suas propriedades → gliceraldeído se ISOMERIZAVA → para distinguir um
composto do outro → D-triose com hidroxila para a direita e L para a triose com a hidroxila para a
esquerda.
Todos os outros monossacarídeos e por extensão, todos os outros carboidratos possuem centros de
assimetria (ou quirais), e fazem isomeria óptica. Para as OSES com mais de 1 C assimétrico, D e L
referem-se à configuração absoluta do C assimétrico mais distante do grupamento aldeído ou cetona
(carbonila).
Geral: molécula com n centros assimétricos e nenhum plano de simetria tem 2n formas de estereo-
isômeros:
O anel de 5 vértices é chamado de anel furanosídico. O anel de 6 vértices é chamado de anel piranosídico
(Fig 3).
O carbono onde ocorre a formação do hemi(a)cetal é denominado "Carbono Anomérico" (o que tem a
função aldeído ou cetona) que se une a hidroxila da mesma estrutura formando um anel de 5 ou 6 lados.
LIGAÇÃO HEMI(A)CETAL → ligação interna, que serve para fixar o anel. Feita entre um aldeído ou
uma cetona e um álcool da mesma estrutura (HEMIACETAL para aldeído e HEMICETAL para cetona).
Quando ele se compõe, o monossacarídeo passa a ter um C assimétrico a mais → pela transformação da
carbonila em hidroxila.
Aldeído em C-1 na forma em cadeia aberta da glicose reage com a hidroxila em C-5 → hemiacetal
intramolecular. Anel resultante de 6 membros chamado PIRANOSE ≅ PIRANO.
Grupo cetônico em C-2 na forma em cadeia aberta da frutose pode reagir com o OH em C-5 → hemicetal
intramolecular. Anel com 5 membros chamado FURANOSE ≅ FURANO.
Configuração: OH à direita → para baixo do plano do anel. OH à esquerda → para cima do plano do anel
e sua hidroxila pode assumir 2 formas:
O que define a posição da hidroxila na forma cíclica é a relação de simetria entre o grupamento que
constitui o C anômero e aquele que fornecerá a hidroxila.
3. MONOSSACARÍDEOS EPÍMEROS:
o São aqueles que diferem entre si na posição de apenas uma hidroxila. Ex:
Os glicosídeos podem ser formados também pela ligação de um carboidrato a uma estrutura não-
carboidrato, como uma proteína, por exemplo. O carbono anômero de uma OSE pode ser ligado ao
átomo de nitrogênio de uma amina por uma ligação N-glicosídica → importante nas biomoléculas
centrais como nucleotídeos, DNA e RNA.
5. DIGESTÃO:
Consiste na hidrólise das ligações glicosídicas. Processo catalisado por grupo de enzimas
hidrolíticas. A digestão dos carboidratos tem o objetivo de transformá-los em monossacarídeos.
Processo encerrado quando todas as ligações glicosídicas dos carboidratos foram hidrolisadas.
6. OSES FOSFORILADAS:
Uma das estratégias da glicólise é formar intermediários com 3 carbonos que possam transferir seus
grupamentos fosfato para o ADP para conseguir balanço líquido de síntese de ATP.
7. CARBOIDRATOS COMPLEXOS:
• AMINOGLICANOS OU GLICOSAMINOGLICANOS:
· são poliânions.
· forte comportamento hidrofílico.
• GLICOPROTEÍNAS:
• Com resíduos de carboidratos além da cadeia polipeptídica. O membro mais bem caracterizado é o
PROTEOGLICANO DA MATRIZ EXTRACELULAR DA CARTILAGEM.
• GLICOLÍPIDEOS:
O Amido:
• Formado por moléculas de glicose ligadas entre si através de numerosas ligações α-(1,4) (formam
a AMILOSE) e poucas ligações α-(1,6) (formam a AMILOPECTINA), ou "pontos de
ramificação" da cadeia. A ramificação ocorre a cada 30 unidades de α-D-glicopiranose.
• 20% de amilose + 80% de amilopectina.
• Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa.
A Celulose:
• semelhante à celulose, exceto quanto à substituição no C-2 por um grupo amina acetilado, em vez de –
OH.
1. INTRODUÇÃO:
OCORRÊNCIA → Uma cadeia formada por dois alfa aminoácidos é um dipeptídeo, até 100 alfa-
aminoácidos um polipeptídeo, mais de 100, uma proteína.
Físicas: Sólidas com solubilidade variável em água. Apresentam atividade óptica por apresentarem
carbono assimétrico, em geral, na forma levógira. A glicina é solúvel em água e não apresenta atividade
óptica.
Químicas: O grupo carboxílico (-COOH) na molécula confere ao aminoácido uma característica ácida e
o grupo amino (-NH2) uma característica básica. Por isso, os aminoácidos apresentam um caráter
anfótero, ou seja, reagem tanto com ácidos como com bases formando sais orgânicos.
ISOMERIA → Todos os aminoácidos (salvo glicina) possuem um átomo de carbono assimétrico (no
mínimo) ou quiral → aquele ligado a quatro grupos diferentes: -NH3+, -COO-, -H e –R → têm atividade
ótica. Na glicina, este carbono não é assimétrico porque o grupo R é constituído por -H.
Todas as proteínas encontradas nos seres vivos são formadas por L-aminoácidos.
Os prefixos L e D são usados para os aminoácidos da mesma maneira que eles são para os açúcares.
NH2
NH3+
Assim, dependendo do meio, os aminoácidos podem atuar como ácidos (protonado, podendo doar
prótons), neutros (a forma protonada e a forma receptora de prótons em equilíbrio) e base (base
conjugada do ácido correspondente, ou seja, perdeu prótons, e agora é receptora deles).
3. TIPOS DE AMINOÁCIDOS:
20 tipos diferentes de cadeias laterais, variando em tamanho, forma, carga, capacidade de formação de
pontes de hidrogênio e reatividade química são encontradas nos aminoácidos.
Aminoácidos naturais (não-essenciais) → podem ser produzidos pelo corpo humano: Glicina, Alanina,
Serina, Cisteína, Tirosina, Ácido aspártico, Ácido glutâmico, Histidina, Asparagina, Glutamina e Prolina.
Aminoácidos essenciais → não podem ser produzidos pelo corpo humano. Dessa forma, somente
podemos adquiri-los pela ingestão de alimentos: Fenilalanina, Isoleucina, Leucina, Lisina, Metionina,
Treonina, Triptofano, Arginina e Valina.
4. CLASSIFICAÇÃO:
Aminoácidos apolares (não polares): com radicais de hidrocarbonetos apolares, exceto a glicina.
Hidrófobos.
Aminoácidos aromáticos:
Aminoácidos ácidos: Apresentam radicais com grupo carboxílico, quase sempre têm cargas negativas no
pH fisiológico. São hidrófilos.
5. SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA:
Na nomenclatura dos aminoácidos, a numeração dos carbonos da cadeia principal é iniciada a partir do
carbono da carboxila.
Os aminoácidos são designados por abreviações com 3 letras ou símbolo com 1 letra para facilitar a
comunicação.
7. SÍNTESE:
Todos os aminoácidos são derivados de intermediários da glicólise, do ciclo do ácido cítrico ou da via das
pentoses. O nitrogênio entra nessas vias através do glutamato. Há uma grande variação no nível de
complexidade das vias, sendo que alguns aminoácidos estão a apenas alguns passos enzimáticos dos seus
precursores e em outros as vias são complexas, como no caso dos aminoácidos aromáticos.
As proteínas são moléculas formadas por até milhares de aminoácidos unidos por ligações peptídicas
(entre a carboxila de um aminoácido e o grupo amino de outro). Essas ligações podem ser quebradas por
hidrólise, produzindo uma mistura complexa de aminoácidos. Muitos AA unidos por ligações peptídicas
formam uma CADEIA PEPTÍDICA ou POLIPEPTÍDICA NÃO RAMIFICADA.
A cadeia peptídica tem SENTIDO (já que seus componentes têm extremidades diferentes → α amino e α
carboxila) → convenção → ponta amínica considerada como sendo início da cadeia peptídica →
seqüência de AA em uma cadeia peptídica escrita começando no aminoácido AMINO TERMINAL.
Cada proteína tem uma seqüência definida de aminoácidos estabelecida com precisão.
A seqüência de AA das proteínas é determinada geneticamente → nucleotídeos do DNA
→ seqüência complementar de nucleotídeos no RNA → seqüência de AA da proteína →
cada um dos 20 AA é codificado por uma ou mais seqüências específicas de 3
nucleotídeos.
As seqüências de AA são importantes porque:
1. conhecer a seqüência de uma proteína é útil pq esclarece seu mecanismo de ação.
2. análise das relações entre seqüências de AA e estruturas tridimensionais de
proteínas estão revelando as regras que governam o enovelamento das cadeias
polipeptídicas.
3. Determinação da seqüência faz parte da patologia molecular → sua alteração pode
produzir função anormal e doença.
Estrutura tridimensional das proteínas é bem definida. Quando a cadeia peptídica é distendida ou
disposta ao acaso ela é isenta de atividade biológica, sua função surge da conformação, ou seja, do
arranjo tridimensional dos átomos numa estrutura, dando rigidez à ligação peptídica. Surgem
formas tridimensionais bem definidas.
INTRODUÇÃO ÀS PROTEÍNAS
Conceito: São macromoléculas resultantes da polimerização de aminoácidos, unidos por uma ligação
chamada "ligação peptídica". A ligação se faz entre a carboxila de um aminoácido e a amina de outro.
Funções: As proteínas exercem papéis cruciais em todos os processos biológicos:
1. catálise enzimática → quase todas reações químicas em sistemas biológicos são catalisadas por
macromoléculas específicas – as enzimas (com enorme poder catalítico → aumentam a velocidade das
reações de pelo menos 1 milhão de vezes).
2. transporte e armazenamento → muitas moléculas são transportadas por proteínas específicas:
hemoglobina transporta oxigênio nas hemácias;
mioglobina transporta oxigênio nos músculos.
Importância: Proteínas executam atividades mais especializadas, tendo papel estrutural e funcional. Não
têm função energética.
São exemplos: Colágeno, matriz óssea, tendões, cartilagem, hemoglobina, mioglobina, enzimas,
hormônios, etc.
Nomenclatura: peptídeos menores são designados de acordo com os AA que os constituem → substitui-
se terminação INA/ICO → IL → nome começa pelo N-terminal e o C-terminal mantém nome inalterado.
Quando número de AA é grande, o nome da proteína muitas vezes é dado de acordo com a função que ela
desempenha.
PROPRIEDADES:
Renaturação: Dependendo da forma pela qual a proteína foi desnaturada, sua conformação nativa
pode ser recuperada (renaturação) retirando-se lentamente o agente desnaturante.
2. Solubilidade em água:
Depende da função desempenhada → importante para aquelas que precisam se movimentar no meio
aquoso para atingir seu substrato específico.
ALFA HÉLICE:
É o arranjo mais simples que a cadeia polipeptídica pode assumir
Nesta estrutura o esqueleto polipeptídico está enrolado ao longo do maior eixo da molécula e os
grupos R dos resíduos dos aminoácidos projetam-se para fora do esqueleto helicoidal
As voltas da hélice têm geralmente um sentido orientado à direita
A estrutura é estabilizada por pontes de H entre o átomo de H ligado ao N de cada ligação
peptídica e o O do grupo carboxila do quarto aminoácido no lado do resíduo amino terminal da
hélice
4. Quaternária: existem proteínas que conseguem desempenhar toda sua função quando atingem o nível
terciário, outras só conseguem executar suas funções associando-se a outras, também já organizadas em
nível terciário. Elas podem se estruturar em nível 4ário no momento da atividade e quando não estão mais
atuando retornam à forma 3ária.
FUNÇÃO BIOLÓGICA:
Enzimática: são substâncias capazes de acelerar as reações bioquímicas. São catalisadores biológicos.
Todas as reações químicas nas quais participam as biomoléculas orgânicas das células são catalisadas por
enzimas. São altamente específicas: cada enzima é capaz de catalisar um tipo de reação química diferente.
Proteínas transportadoras: hemoglobina.
Proteínas nutrientes e de armazenamento: ovoalbumina, caseína, ferritina.
Proteínas contráteis ou de motilidade: actina, tubulina.
Proteínas estruturais ou plásticas: colágeno, elastina.
Proteínas de defesa: anticorpos, fibrinogênio.
Proteínas reguladoras: insulina.
Proteínas de membrana.
CAPÍTULO 4: ENZIMAS
Dentro do citoplasma celular, existem centenas de substâncias que devem ser transformadas, a fim de
permitir ao organismo realizar suas funções normais, função desempenhada pelas ENZIMAS.
Nenhuma reação importante, em qualquer ser vivo, ocorre sem a participação das enzimas.
A+BC+D
Se a reação for reversível, a enzima faz a aceleração nos 2 sentidos!
HISTÓRIA
Era já sabido, entre o final do século XVII e início do século XVIII, que secreções estomacais eram
capazes de digerir a carne; era também conhecida a conversão de amido a açúcares pela saliva e extratos
vegetais. O mecanismo envolvido nessas transformações não era, no entanto, conhecido.
As enzimas foram descobertas no século XIX, aparentemente por Pasteur, que concluiu que a
fermentação do açúcar em álcool pela levedura era catalisada por fermentos. Ele postulou que esses
fermentos (as enzimas) eram inseparáveis da estrutura das células vivas do levedo. Pasteur declarou que
"a fermentação alcoólica é um ato correlacionado com a vida e com a organização das células do
fermento, e não com a sua morte ou putrefação".
Em 1878, Wilhelm Kühne empregou pela primeira vez o termo "enzima" para descrever este fermento,
usando a palavra grega ενζυµον, que significa "levedar". O termo passou a ser mais tarde usado apenas
para as proteínas com capacidade catalítica, enquanto que o termo "fermento" se refere à atividade
exercida por organismos vivos.
Em 1897, Eduard Buchner descobriu que os extratos de levedo podiam fermentar o açúcar até álcool e
provou que as enzimas envolvidas na fermentação continuavam funcionando mesmo quando removidas
das células vivas. Esta descoberta valeu-lhe o Prêmio Nobel de Química em 1907.
Em 1926, James Sumner isolou e cristalisou a urease, demonstrou que os cristais de urease consistiam
inteiramente de proteína e postulou que todas as enzimas são proteínas, mas esta idéia permaneceu
controversa por algum tempo.
Na década de 1930, John Northrop e seus colegas cristalisaram a pepsina e a tripsina bovinas e
descobriram que essas moléculas também eram proteínas.
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Têm alto grau de especificidade. Para manter a ordem fisiológica, uma enzima deve agir somente
sobre um substrato específico, isso garante a possibilidade da ocorrência simultânea, no meio
celular, de centenas de reações químicas diferentes, sem que uma interfira no andamento da outra;
São produtos naturais biológicos;
Reações baratas e seguras;
Altamente eficientes, acelerando a velocidade das reações (108 a 1011 + rápida);
São econômicas, reduzem a energia de ativação;
Não são tóxicas.
NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO:
Cada enzima → código com 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada:
1° dígito - classe
2° dígito - subclasse
3° dígito - sub-subclasse
4° dígito - indica o substrato
Como norma geral, têm seu nome determinado pelo SUFIXO ASE, precedido pelo nome do substrato
sobre o qual atuam. Ex:
• amido - amilase,
• carboidrato - carboidrase,
• lipídio - lipase,
• sacarose - sacarase,
• proteína - protease,
• lactose - lactase,
• maltose - maltase
CLASSES DE ENZIMAS
A classificação explicita o nome da classe a que cada enzima pertence, seu número de código e a reação
que catalisa.
Resumo da classificação.
CLASSE FUNÇÃO EXEMPLO
EC1 – oxirredutases Reações de oxirredução Isocitrato-desidrogenase
EC2 – transferases Transferência de grupamentos químicos fosfofrutoquinase
EC3 – hidrolases Reações de hidrólise Glicosidases
EC4 – liases Adição a ligações duplas Citrato-liase
EC5 – isomerases Reações de isomerização Fosfotriose-isomerase
EC6 - ligases Reações de agregação, c/ energia do ATP Acil Co A - sintetase
FUNÇÃO:
ESTRUTURA
Todas as enzimas são proteínas, mas nem toda proteína é uma enzima.
Poucas são as enzimas formadas por uma só molécula protéica, estas são chamadas ENZIMAS
MONOMÉRICAS e têm peso molecular baixo. Atuam em nível terciário. As ENZIMAS
OLIGOMÉRICAS são formadas pela associação de mais de duas cadeias polipeptídicas (em geral, o
número é par). Estas cadeias podem ser iguais ou não e possuem estrutura quaternária.
Muitas vezes, para que a enzima tenha função, precisa se associar a uma estrutura não formada por
aminoácidos, ou seja, um grupo prostético → formam a maioria das enzimas.
As enzimas convertem uma substância, chamada de substrato (grande variedade de natureza química),
noutra denominada produto, e são extremamente específicas para a reação que catalisam. Isto significa
que, em geral, uma enzima catalisa um único tipo de reação química. Conseqüentemente, o tipo de
enzima encontrada numa célula determina o tipo de metabolismo que a célula efetua.
E+S↔
↔E≈
≈S↔
↔ E + produtos
Após a formação do complexo ativado (E≈S), a enzima se regenera, liberando os produtos. A velocidade
da reação catalisada por uma enzima é aumentada devido ao abaixamento da energia das reações
químicas da qual participa (energia de ativação) necessária para converter o substrato no produto. O
aceleramento da reação pode ser da ordem dos milhões de vezes. Como são catalistas, as enzimas não são
consumidas na reação e não alteram o equilíbrio químico da mesma. A atividade enzimática pode
depender da presença de determinadas moléculas, genericamente chamadas cofatores. A natureza química
dos cofatores é muito variável, podendo ser por exemplo um ou mais íons metálicos (como o ferro), ou
uma molécula orgânica (como a vitamina B12). Estes cofatores podem participar ou não diretamente na
reação enzimática.
Os COFATORES são íons metálicos (microelementos) com cargas opostas que fazem a aproximação.
Isto é importante quando a enzima tem um saldo geral negativo de cargas e o composto que ela deve
transformar também. Eles intermedeiam a interação do substrato com a enzima. Em outros casos ajudam
a estrutura 3ária/4ária das enzimas a cumprir seu papel. Ex.
Uma enzima usa somente uma parte da sua estrutura para se ligar ao seu substrato → esta parte é
chamada CENTRO ATIVO. Uma região da enzima, que não faz parte do centro ativo, mas que, ao se
modificar, modifica também a forma do centro ativo é o CENTRO ALOSTÉRICO.
Os compostos que atuam sobre o centro alostérico, melhorando a atuação do centro ativo são os
EFETORES ALOSTÉRICOS POSITIVOS. Os que fazem o contrário são os NEGATIVOS. Os
efetores agem diretamente sobre a enzima, aumentando ou diminuindo sua atividade.
Centro alostérico não existe em todas as enzimas, por isso há as enzimas alostéricas e não-alostéricas.
As alostéricas controlam a transformação de um substrato e, quando ele precisa ser gasto, elas atuam
bem. Quando o objetivo foi alcançado (gastar o substrato) aparece um efetor negativo que freia o
processo. As enzimas não-alostéricas funcionam sempre com a mesma eficiência, dependendo da
concentração do substrato ou do produto, quer dizer, obedecem as leis do equilíbrio dinâmico. Quanto
mais substrato existe, mais eficientemente ele é transformado em produto, quanto mais produto existe,
menos a enzima gasta o substrato para gerar o mesmo produto.
ATIVIDADE ENZIMÁTICA:
A rapidez com que uma enzima efetua a reação que lhe cabe é que justifica sua existência num certo
organismo. A capacidade que a enzima tem de transformar o substrato em produto dentro de certo tempo
é chamada de atividade enzimática, maior atividade mais rapidamente ocorre a reação.
Como se mede a velocidade de uma reação enzimática? Pela quantidade de desaparecimento do substrato
ou pela quantidade de aparecimento do produto em uma unidade de tempo.
- efeito de sais e solventes: a concentração de sais como NaCl, MgSO4 ... Pode influenciar na
conformação final de uma enzima. Num meio aquoso, há interação da água com sais e enzimas. Essa
interação resulta na forma final da enzima, quando ela está pronta para atuar sobre o substrato. Se alterar
- pH: como os resíduos de aminoácidos ionizáveis situados no sítio ativo se comportam como ácidos e
bases, o pH do meio influencia na ação enzimática.
- temperatura: para que a transformação química ocorra é imprescindível que a enzima e o substrato se
encontrem, a probabilidade aumenta com o aumento da temperatura. Se o meio é aquecido, este absorverá
calor e aumentará a energia cinética do conjunto, as moléculas presentes começam a se movimentar mais
e os choques entre uma enzima e seu substrato vão ser cada vez mais prováveis. Mas temperaturas acima
dos 40ºC podem provocar desnaturação das enzimas.
atividade
temperatura
- concentração da enzima: quanto mais enzima, mais rapidamente ela se encontra com seu respectivo
substrato e mais rapidamente o transforma em produto.
Recomenda-se:
Enzimas com alto grau de pureza;
Substratos puros;
Métodos de análise confiável.
atividade
[enzima]
- presença de inibidores:
CINÉTICA ENZIMÁTICA:
INIBIÇÃO ENZIMÁTICA:
Determinadas substâncias, como algumas drogas, toxinas e outros venenos, podem inibir a atividade de
algumas enzimas, diminuindo-a ou eliminando-a totalmente. Um exemplo encontra-se na intoxicação de
mamíferos por monóxido de carbono: o CO liga-se fortemente ao ferro da hemoglobina, formando
carboxi-hemoglobina e impedindo a ligação do oxigênio molecular. A este tipo de substâncias chama-se
inibidor enzimático.
Da mesma forma, no combate às plantas daninhas ou parasitas de animais e plantas, é possível inibir
temporária ou definitivamente a atividade de uma ou mais enzimas dos agentes deletérios, inviabilizando
a vida desses agressores.
CONCEITO: inibidor enzimático é qualquer substância que possa diminuir a velocidade de uma reação
catalisada por enzima.
- competitiva: inibidor (I) e substrato (S) têm analogia estrutural, disputando o mesmo centro ativo.
Quando I se coloca no centro ativo, não forma produto.
E + S ↔ ES ↔ E + produtos
E + I ↔ EI → zero
E + S ↔ ES ↔ E + P
E + I → EI → zero
E + I + S → E-S-I → zero
A intensidade de inibição vai depender só da concentração do inibidor: quando a reação do complexo E-S
vem para a esquerda, o centro ativo ficará livre e se combinará com o inibidor na proporção da sua
quantidade no meio e daí não sairá.
APLICAÇÕES
Além de serem utilizadas em investigação laboratorial, as enzimas são usadas comercialmente. Uma
aplicação industrial é a produção de antibióticos em larga escala. Encontram-se também determinados
tipos de enzimas em produtos de limpeza, para ajudar a digerir gorduras e proteínas presentes.
CAPÍTULO 5: LIPÍDEOS
CONCEITO
Os lipídeos definem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes de
compostos orgânicos, não são caracterizadas por apresentar algum grupo funcional comum e sim pela sua
alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um grupo
conhecido como biomoléculas. Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os tecidos, principalmente
nas membranas celulares e nas células de gordura.
A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua estrutura ácidos graxos (a maioria de cadeia longa,
com mais de 12 carbonos). Algumas substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa atividade
biológica; elas incluem algumas das vitaminas e hormônios.
Existem diversos tipos de moléculas diferentes que pertencem à classe dos lipídeos. Embora não
apresentem nenhuma característica estrutural comum, todas elas possuem muito mais ligações carbono-
hidrogênio do que as outras biomoléculas. Uma das leis clássicas da química diz que "o semelhante
dissolve o semelhante", daí a razão para estas moléculas serem fracamente solúveis em água ou etanol
(solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente apolares como o
clorofórmio, éter, acetona e benzeno).
Ao contrário das demais biomoléculas, os lipídeos não são polímeros, isto é, não são repetições de uma
unidade básica. Embora possam apresentar uma estrutura química relativamente simples, as funções dos
lipídeos são complexas e diversas, atuando em muitas etapas cruciais do metabolismo e na definição das
estruturas celulares.
Alguns lipídeos têm a habilidade de formar filmes sobre a superfície da água, ou mesmo de formar
agregados organizados na solução; estes possuem uma região na molécula, polar ou iônica, que é
facilmente hidratada. Este comportamento é característico dos lipídeos que compõem a membrana
celular.
FUNÇÃO
Gorduras são compostos mais reduzidos que açúcares e proteínas, ou seja, têm mais hidrogênio (e
menos oxigênio). É por isso que fornecem mais do dobro da energia (9 kcal/g) que açúcares (4 kcal/g) e
proteínas (4 kcal/g). As gorduras fornecem, na prática, nove vezes mais energia metabólica que o mesmo
peso de glicogênio hidratado.
- Oferecem isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células, órgãos e para todo
o organismo, o qual ajuda a dar a forma estética característica;
- Muitos aromas (perfumes) e temperos (condimentos) são lipídeos produzidos por vegetais:
limoneno (limão), cinamaldeido (canela), eugenol (cravo), elemicina (noz moscada).
- Combustíveis alternativos.
HIDRÓLISE
A hidrólise ácida dos triacilglicerídeos leva aos correspondentes ácidos carboxílicos - conhecidos como
ácidos graxos. Este é o grupo mais abundante de lipídeos nos seres vivos e são compostos derivados dos
ácidos carboxílicos (são ácidos monocarboxílicos). Este grupo é geralmente chamado de lipídeos
saponificáveis, porque a reação destes com uma solução quente de hidróxido de sódio produz o
correspondente sal sódico do ácido carboxílico, isto é, o sabão.
Hidrogenação
1. Lipídeos Simples
Os lipídeos simples são ésteres de ácidos graxos com um álcool. Quando o álcool é o glicerol, temos os
glicerídeos (óleos e gorduras). Quando o álcool possui peso molecular elevado (como o álcool oléico ou a
esfingosina), o composto é chamado de cerídeo, "cera" ou "graxa".
A característica fundamental que distingue os lipídeos simples das demais categorias é que sua hidrólise
libera apenas álcool + ácido graxo.
Os lipídeos simples podem ser glicerídeos (glicerol + ácido graxo) ou cerídeos (ácidos graxos + álcool
de elevado peso molecular).
Os glicerídeos podem ser divididos em Óleos e gorduras, de acordo com o ponto de fusão: gorduras são
sólidas à temperatura ambiente, ao passo que óleos são líquidos nesta temperatura. No organismo, tanto
os óleos como as gorduras podem ser hidrolisados pelo auxílio de enzimas específicas, as lipases, que
permitem a digestão destas substâncias.
Gorduras Neutras
Triacilgliceróis
o Os triacilgliceróis são lipídeos formados pela ligação de 3 moléculas de ácidos graxos com
o glicerol, um triálcool de 3 carbonos, através de ligações do tipo éster
o São também chamados de "Gorduras Neutras", ou triglicerídeos
o Os ácidos graxos que participam da estrutura de um triacilglicerol são geralmente
diferentes entre si.
o A principal função dos triacilgliceróis é a de reserva de energia, e são armazenados nas
células do tecido adiposo, principalmente.
o São armazenados em uma forma desidratada quase pura e fornecem, por grama,
aproximadamente o dobro da energia fornecida por carboidratos.
o Existem ainda os mono e diacilgliceróis, derivados do glicerol, com 1 ou 2 AG
esterificados, respectivamente.
Nos animais, os TAGs são lipídeos que servem, principalmente, para a estocagem de energia; as células
lipidinosas são ricas em TAGs. É uma das mais eficientes formas de estocagem de energia,
principalmente com TAGs saturados; cada ligação C-H é um sítio potencial para a reação de oxidação,
um processo que libera muita energia.
Ceras e Graxas
Graxas são misturas complexas de ésteres de ácidos graxos com álcoois de cadeia longa. As ceras
revestem certas plantas e animais oferecendo uma cobertura protetora. Nas plantas são mais concentradas
nos caules, folhas e frutos. Em animais, são comuns em pêlos, penas, pele, ouvidos.
Ceras como cera de abelha, cera de carnaúba, óleo de lanolina, são difundidas na natureza. O cerotato de
miricila é o principal componente da cera de carnaúba, um produto brasileiro (da árvore da carnaúba),
muito usado como cera de assoalho e de automóveis.
2. Lipídeos Complexos
FOSFOLIPÍDEOS:
Ou "Lipídeos Polares", são lipídeos que contém fosfato na sua estrutura. Os fosfoglicerídeos
desempenham importante função na estrutura e função das membranas biológicas.
Os mais importantes são derivados do glicerol - fosfoglicerídeos - o qual está ligado por uma ponte tipo
fosfodiéster geralmente a uma base nitrogenada, como por exemplo:
As membranas celulares são elásticas e resistentes graças às fortes interações hidrofóbicas entre os grupos
apolares dos fosfolipídeos. Estas membranas formam vesículas que separam os componentes celulares do
meio intercelular.
ESFINGOLIPÍDEOS
ESTERÓIDES
LIPOPROTEÍNAS
o São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que tem
como função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma
o A fração protéica das lipoproteínas denomina-se Apoproteína, e se divide em 5 classes
principais - Apo A, B, C, D e E - e várias subclasses
o A fração lipídica das lipoproteínas é muito variável, e permite a classificação das mesmas
em 5 grupos, de acordo com suas densidades e mobilidade.
3. Precursores e Derivados
Entre os precursores e derivados dos lipídeos encontram-se álcoois, como o colesterol, os próprios ácidos
graxos, os hormônios esteróides, ácidos e sais biliares, vitaminas lipossolúveis, etc.
Transporte Ativo
Transporte ativo primário. O transporte da partícula se realiza com a hidrólise de ATP. Um bom
exemplo é enzima ATPase Na/K que hidroliza o ATP e transporta 3Na+ para fora da célula e 2K+ para
Transporte ativo secundário (ou acoplado). A partícula é transportada contra o seu gradiente e
utiliza a energia livre do gradiente de concentração de outro soluto. Se o movimento da partícula que pega
“carona” e ocorre no mesmo sentido daquele que forneceu a energia é denominado de simporte e se no
sentido contrário, antiporte. Observe que tanto no transporte primário e secundário há consumo de
energia; a diferença está na fonte de energia.
CAPÍTULO 7: METABOLISMO
INTRODUÇÃO:
Os organismos vivos requerem continuamente energia. São sistemas estáveis que retiram e
perdem energia do meio ambiente, em busca de um equilíbrio dinâmico. A regulação da perda e ganho de
energia está relacionada ao metabolismo.
CONCEITO: conjunto de reações químicas catalisadas por enzimas e que ocorrem nas células,
permitindo que as mesmas mantenham-se vivas, cresçam e se dividam.
CATABOLISMO: obtenção de energia e poder redutor a partir dos nutrientes.
ANABOLISMO: produção de novos componentes celulares, em processos que geralmente
utilizam a energia e o poder redutor obtidos pelo catabolismo de nutrientes.
Nutrientes oxidados:
• Parte dos compostos de carbono
CO2.
• Perda de prótons e elétrons.
• Coenzimas oxidadas
reduzidas
NAD → NADH
FAD → FADH2
• Reoxidação de coenzimas: Transferência destes prótons e elétrons para oxigênio → H2O.
O ATP:
Objetivo do metabolismo catabólico: “Transformação” (através da oxidação) dos compostos carbonados
em energia aproveitável pelas células. Esta energia é o ATP.
ATP: energia para promover processos biológicos.
De que modo a energia liberada na oxidação dos nutrientes é captada e utilizada?
Ela não pode ser usada diretamente. Tem que ser transformada em energia química de fácil acesso,
os compostos contendo P → ATP.
Na fosforilação do ADP → ATP há necessidade de energia, esta é fornecida pela oxidação dos
nutrientes. Esta oxidação ocorre quando o organismo requer energia (gerada pela hidrólise do ATP). A
energia química é normalmente armazenada sob a forma de sacarídeos ou gorduras.
Como é feito o aproveitamento da energia do ATP? Pela retirada do grupo fosfato associado a
processos que requerem energia. Regulação enzimática do processo.
ATP + H2O → ADP + Pi + H+
Substrato: glicose.
Etapas:
GLICÓLISE.
ROTA DAS PENTOSES FOSFATO.
CICLO DE KREBS.
CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS.
FERMENTAÇÃO.
Onde? Citoplasma ou plastídeos.
Figura 2. Fermentação.
xxx
4 H+
4 H+
xxx
FADH2
FAD + 6 H+
1
O evento inicial da utilização da gordura como fonte de energia é a hidrólise dos triacilgliceróis
por lipases. Há liberação de glicerol e de ácidos graxos, o glicerol pode entrar na via glicolítica, os ácidos
graxos sofrem oxidação.
Conceito:
o A ativação dos ácidos graxos consiste na entrada destes na matriz mitocondrial, na forma
de acil-CoA
o O que é? Na presença de ATP, é incorporada uma coenzima-A ao ácido graxo e o mesmo
é convertido em acil-CoA
o O processo depende:
1. Da ligação do ácido graxo com a Coenzima A, formando o Acil-CoA. A reação é catalisada pela
enzima Acil-CoA Sintetase, localizada na membrana mitocondrial externa:
2. Do transporte do radical acila através da MMI, do citosol para a matriz, mediado por um carreador
específico, porque Acil-S-CoA não consegue atravessar a MMI sozinho. No caso de ácidos graxos
de cadeia média e longa, este carreador é a Carnitina. A transferência do radical acila da CoA para
a carnitina é catalisada pela enzima Carnitina-Acil-Transferase I (localizada na face citoplasmática
da MMI):
3. Do lado da matriz mitocondrial ocorre a reação inversa, a carnitina doa novamente o radical acila
para a CoA, regenerando o Acil-S-CoA no interior da mitocôndria. A reação é catalisada pela
Carnitina-Acil-Transferase II, localizada na face interna da MMI. O resultado líquido é a presença
do AG ativado dentro da mitocôndria, pronto para ser desdobrado.
o Consiste na quebra por oxidação do ácido graxo sempre em seu carbono β, o ácido
graxo vai perdendo seus carbonos, de 2 em 2, até desaparecer.
c) Respiração Celular:
Regulação da β - Oxidação:
o Se o ácido graxo a ser oxidado for insaturado, o processo tem dois passos enzimáticos
adicionais:
o A conversão do isômero "cis" em "trans";
o A saturação da dupla ligação pela adição de água.
o Uma vez o ácido graxo saturado, ele pode seguir com o processo normal de oxidação.
A oxidação de um ácido graxo com número de carbonos ímpar leva à formação de um resíduo de
PROPIONIL-CoA, que através de uma seqüência de reações enzimáticas e com gasto de energia (1 ATP
é hidrolisado para cada propionil-CoA convertido), é convertido em SUCCINIL-CoA, que entra no ciclo
de Krebs para ser oxidado.
3.1. Introdução:
A formação de aminoácidos depende do fluxo do nitrogênio e sua incorporação em esqueletos de
carbono. Do conjunto básico de 20 aminoácidos, 11 são sintetizados a partir de intermediários do ciclo do
ácido cítrico e de outras vias metabólicas, por reações bem simples. As vias de biossíntese de
aminoácidos são diversas, mas têm uma característica comum: seus esqueletos carbonados vêm de
intermediários da glicólise, da via das pentoses ou do ciclo do ácido cítrico.
Apesar de abundante na atmosfera, as plantas não conseguem absorver nitrogênio molecular, elas o
obtêm pela associação simbiótica com bactérias ou pela adubação nitrogenada. As plantas também
aproveitam o nitrogênio combinado na matéria orgânica, a partir da sua decomposição, por
microorganismos presentes no solo.
Microorganismos fixadores de nitrogênio reduzem N2 a NH3, numa das mais importantes
transformações químicas ocorridas na biosfera. A nitrogenase dos microorganismos executa com presteza
esta reação indispensável. O NH4+ é então assimilado em aminoácidos através de glutamato e glutamina,
duas moléculas essenciais no metabolismo do nitrogênio. As principais enzimas que controlam a entrada
do nitrogênio em aminoácidos são a glutamato desidrogenase e a glutamina sintetase.
O nitrogênio é absorvido pelas plantas na forma de NO3- (principal) e NH4+.
O suprimento de N no solo é limitado, assim, as plantas competem com os microorganismos pelo
elemento.
- fixação natural: 190x1012 g/ano de N. A mais importante, que contribui com cerca de 90% do
nitrogênio fixado é a fixação biológica, onde atua a enzima Nitrogenase: N2 → NH4+.
respiração
esqueletos de carbono
energia aminoácidos
enzimas, proteínas
aminação
- +
NO3 NH4
Agentes redutores