Análise Comparativa Entre Rede Cabeada e Rede Wireless
Análise Comparativa Entre Rede Cabeada e Rede Wireless
Análise Comparativa Entre Rede Cabeada e Rede Wireless
CURITIBA
2015
DANIEL FELIPE WARKENTIN
DIONÍSIO BENEDITO
CURITIBA
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado no dia 18 de junho de 2015, como
requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Sistemas de
Telecomunicações, outorgado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os
alunos foram arguidos pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
______________________________
Prof. Kleber Kendy Horikawa Nabas
Coordenador de Curso
Departamento Acadêmico de Eletrônica
______________________________
Prof. Esp. Sérgio Moribe
Responsável pela Atividade de Trabalho de Conclusão de Curso
Departamento Acadêmico de Eletrônica
BANCA EXAMINADORA
_____________________________ __________________________
Prof. Kleber Kendy Horikawa Nabas Prof. Lincoln Herbert Teixeira
UTFPR UTFPR
___________________________
Prof. Dr. Augusto Foronda
Orientador - UTFPR
Este trabalho apresenta uma abordagem prática das diferenças entre dois tipos de
redes locais de computadores: cabeadas e sem fio. Aborda os custos de
implementação, capacidades de transmissão e praticidade de ambos. Apresenta o
uso de softwares de medição, que foram usados para mostrar resultados quantitativos
e comparativos. Embasado por uma pesquisa de campo, o estudo verificou, por meio
de testes, como cada rede se comporta e qual delas traz métricas mais satisfatórias
de desempenho. Também simulou um pequeno ambiente empresarial, onde foram
instaladas, testadas e comparadas as duas formas de infraestrutura computacional.
This paper presents a practical approach of the differences between two types of local
area networks: wired and wireless. Addresses the implementation costs, transmission
capacity and practicality of both. Presents the use of software, which was used to show
quantitative and comparative results. Grounded by a field survey, the study found,
through testing how each network behaves and which one brings more satisfactory
performance metrics. Also simulated a small business environment, where the two
forms of computing infrastructure were installed, tested and compared.
.
Keywords: Wireless networks. Wired networks. Performance comparison. Cost
comparison.
LISTA DE ILUSTRAÇÔES
1 INTRODUÇÃO . ...................................................................................................9
1.1 TEMA ...................................................................................................................9
1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO..............................................................................10
1.3 PROBLEMA ........................................................................................................10
1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................11
1.4.1 Objetivo geral ....................................................................................................11
1.4.2 Objetivos específicos.........................................................................................11
1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................12
1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...........................................................13
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................15
2.1 REDE DE COMPUTADORES.............................................................................15
2.2 REDE SEM FIO...................................................................................................18
2.3 EKAHAU HEATMAPPER....................................................................................19
2.4 IPERF..................................................................................................................21
3 DESENVOLVIMENTO DO TEMA.......................................................................22
3.1 CARACTERÍSTICAS DO ESCRITÓRIO..............................................................22
3.2 DESCRIÇÃO DA REDE CABEADA.....................................................................23
3.2.1 Testes a serem feitos.........................................................................................26
3.3 DESCRIÇÃO DA REDE SEM FIO........................................................................26
3.3.1 Testes a serem feitos.........................................................................................29
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................31
4.1 TESTES NA REDE CABEADA............................................................................31
4.1.1 Testes Computador à Computador....................................................................31
4.1.2 Testes em rede..................................................................................................33
4.2 TESTES NA REDE SEM FIO...............................................................................36
4.2.1 Testes Computador à Computador....................................................................36
4.2.2 Testes em rede com smartphones conectados..................................................38
4.2.3 Testes em rede sem smartphones conectados..................................................40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................46
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
A tecnologia sem fio pode ser a resposta para a flexibilidade que um escritório
precisa, pois é possível conectar um equipamento sem a necessidade do mesmo estar
preso a um ponto fixo de cabeamento, facilitando futuras alterações de layout de uma
sala, reformas e inclusão de novos equipamentos de forma simples e mais barata,
sem a necessidade de lançamento de novos cabos de rede.
1.3 PROBLEMA
Por outro lado, a rede sem fio não possui o mesmo desempenho da anterior.
Pode apresentar casos graves de interferência de outros equipamentos e máquinas.
Portanto, não possui a mesma confiabilidade.
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICATIVA
Uma rede sem fio deve garantir segurança de acesso para que os dados que
trafegam nos pontos de acesso não sejam interceptados e decodificados. Deverá
impedir que intrusos maliciosos acessem sistemas cruciais. Empresas que produzem
e comercializam tecnologias sem fio afirmam que as tecnologias e equipamentos
atuais podem garantir o mesmo nível de segurança de uma rede cabeada e até grande
capacidade de transmissão de dados (CISCO, 2014).
Este projeto visa medir o desempenho de uma rede sem fio utilizando os
protocolos e criptografias mais usados.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Basicamente as redes locais podem ser compostas por switch, hub ou pontos
de acesso sem fio, que interconectam entre si computadores, impressoras, servidores,
câmeras e demais equipamentos de comunicação e por roteadores e modems, que
estabelecem interligação com outras redes. Esses equipamentos podem ser
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conectados por sistemas de cabeamento ou por sistemas de rede sem fio (wireless).
Ambientes de rede empresariais modernos são construídos com uma topologia de
rede no formato estrela onde existe um equipamento concentrador, switch, que
conectam e interliga dispositivos de comunicação como computadores (TORRES,
2014). No caso de escritórios maiores é utilizado a topologia em arvore, também
conhecida como topologia estrela hierárquica, que consiste em duas ou mais
topologias estrelas juntas interligadas através dos switches, conforme mostra a Figura
1 (TORRES, 2014). O switch pode ser conectado diretamente a um datacenter
interligando os computadores a servidores e banco de dados e/ou a uma rede externa
através de um Roteador que tem a função de rotear os pacotes de dados entre as
redes a que estiver conectado (FURUKAWA INDUSTRIAL S.A., 2012b).
Roteamento entre uma rede local e a rede Internet (FURUKAWA INDUSTRIAL S.A.,
2012b).
Uma rede wireless (na tradução, rede sem fio) utiliza transmissão por
radiofrequência e pode ser montada de diversas formas tendo a sua característica
funcional definida pela tecnologia utilizada, onde a mais popular para uma rede local
de computador é o padrão IEEE 802.11. Rede sem fio também é conhecido como Wi-
Fi, mas Wi-Fi não é a mesma coisa que IEEE 802.11. Wi-Fi é uma marca registrada
onde para um equipamento IEEE 802.11 ser considerado Wi-Fi, deve passar por um
processo de certificação do grupo Aliança Wi-Fi. Dependendo da taxa de transmissão,
largura de banda, frequência e técnica de transmissão o protocolo é classificado como
802.11a, 802.11b, etc (TORRES, 2014).
A arquitetura de rede sem fio tipo Wi-Fi podem operar de três modos: Ad-hoc,
onde os computadores se conectam entre si através de suas placas de rede sem fio;
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Como numa rede sem fio os dados transmitidos ficam expostos, onde
qualquer computador pode escutar a transmissão, é necessário serviço de proteção
de dados através de criptografia. Esses dados podem ser facilmente interceptados
por programas de visualização de quadros de dados conhecidos como sniffer
(TORRES, 2014).
deve-se clicar com o botão esquerdo do mouse pad, dessa forma é definida uma
posição no mapa contendo os sinais captados e suas intensidades. Quanto mais
pontos de paradas definidos no mapa, melhor será o levantamento da cobertura de
sinais no ambiente. Após terminada a inspeção, basta clicar com o botão direito do
mouse pad e aparecerá uma espécie de mapa de calor da cobertura global de sinal
Wi-Fi na área. Também será possível visualizar a localização aproximada do seu
ponto de acesso e os demais que influenciam o local. Para ver a cobertura de sinal de
apenas um ponto de acesso, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre o mesmo
(EKAHAU, 2014).
2.4 IPERF
Antes de iniciar testes em uma rede é importante levar em conta que o poder
de processamento dos equipamentos ativos de rede, utilização de CPU e memória
influenciam no resultado. Para estabelecer parâmetros de comparação é necessário
fazer um teste ponto a ponto entre dois computadores conectados através de cabo
crossover e depois testar usando a rede. Quando iniciar o teste usando UDP, deve-
se especificar a banda máxima possível, 1000M por exemplo, e verificar se houve
perda de pacote. Caso ocorra, deve-se repetir o teste diminuindo a banda para 900M.
O processo deve ser repetido até que não haja mais perda de pacote (ORTEGA,
2010).
22
3 DESENVOLVIMENTO DO TEMA
A rede local criada destina-se a atender uma empresa fictícia de pequeno porte.
Ela seria baseada em uma construção de 2 andares de aproximadamente 90 metros
quadrados, conforme mostra a Figura 3. O andar térreo é composto de uma sala de
recepção, uma cozinha, um lavatório e um almoxarifado. Uma escada leva ao primeiro
andar. A recepção possui um computador (Computador-01) e o Rack para modem e
roteador. O almoxarifado também possui um computador (Computador-02). As
dimensões do andar são: 9,29 metros de comprimento e 5,3 metros de largura. O
primeiro andar, por sua vez, é composto por 2 escritórios, uma sala de reuniões, um
banheiro e um corredor. Cada escritório possui um computador (Computador-03 e
Computador-04). As dimensões do andar são: 7,7 metros de comprimento e 5,3
metros de largura.
Foram utilizados cabos UTP (CAT 5e), para a conexão entre os computadores
e o gateway da provedora. As tomadas conectoras implementadas são conectores
fêmea categoria 5e, conhecidas como RJ-45 fêmea. O gateway usado para os testes
da rede, foi o F@st 3184 da SAGEMCOM, visto na Figura 4. É um gateway 8x4
DOCSIS 3.0, com protocolos 802.11n de 2,4GHz 2x2, DLNA, 4 portas Giga Ethernet
LAN e 4 portas USB 2.0. (SAGEMCOM, 2015)
No primeiro andar três cabos UTP foram erguidos pela subida de canalização,
como é possível enxergar na Figura 6. O cabo que foi ligado ao Computador-03 possui
o comprimento de 4 metros e aquele que foi estendido até o Computador-04 mede
13,1 metros. Os pontos de rede foram nomeados como 010103 (Computador-03) e
010104 (Computador-04). Foi instalado um ponto de rede adicional (010105) para o
caso de reuniões que necessitem de acesso à internet. Este está desligado, mas pode
ser facilmente ligado ao gateway.
25
Para a rede sem fio, foi escolhido o mesmo gateway utilizado para a rede
cabeada, sendo que este tem portas ethernet e também antenas Wi-Fi. Foi colocado
27
O protocolo de autenticação usado foi o WPA2 PSK, que é a forma mais forte
de segurança sem fio desde 2010. A autenticação é baseada em chaves
criptografadas armazenadas em cada roteador e cliente autorizados a estar na rede.
A Criptografia é baseada no Advanced Encryption Standart (AES). (WINGWIT, 2015)
Para uma rede sem fio não foi necessária a construção de canalização. Um
único ponto de acesso garantiu a comunicação em todo o imóvel, conforme as figuras
7 e 8, mapas de distribuição conforme a potência do sinal.
Para a rede sem fio, a ferramenta a ser usada para testar a performance da
rede também será o software Jperf. Serão feitos testes de largura de banda, latência,
jitter e perda de pacotes. Como determinado anteriormente, primeiramente os testes
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serão feitos diretamente de PC a PC para que se possa ter uma ideia do padrão de
performance dos cabos e das placas de rede dos computadores.
Para a transmissão de rede cabeada indireta, o Gateway F@st 3184 foi usado
como intermediário, como é possível ver na representação da Figura 12. Os cabos
foram conectados nas portas Ethernet do Gateway.
Tabela 4 – Dados da conexão cabeada com gateway intermediário entre os Computadores 02 e 03.
Com base nos dados obtidos acima foi possível perceber que não houve
diferença significativa entre a conexão direta e a conexão com o gateway com
intermediário. O desempenho foi ligeiramente melhor no segundo caso, a taxa de
transmissão foi maior, a largura de banda foi 816 Kbits/s maior, o Jitter foi 215 ms
menor e a perda de pacotes caiu de 0.12% para 0.063%.
Após a análise dos dados acima foi possível perceber que a diferença de
performance da rede nos diferentes cenários não mudou em questões de taxa de
transmissão, largura de banda e perda de pacotes. No entanto o Jitter aumentou em
quase 50%, possivelmente devido a adição de mais computadores ao cenário.
Assim como foi feito para a rede cabeada, também foram realizados testes de
computador para computador utilizando o meio sem fio. A banda de 802.11 usada foi
2,4 GHz. A interface configurada no gateway foi 802.11 b/g/n. O controle de canais foi
automático e a largura de banda de 20Mhz.
Percebeu-se que o desempenho do cenário sem fio foi bem menor do que foi
possível ser visto no cenário com o meio cabeado. Em relação ao teste cabeado, a
conexão direta sem fio apresentou menos da metade do tamanho de arquivo depois
de um período de 30 segundos. A largura de banda foi de aproximadamente 1/3 e o
Jitter dobrou. E por fim, a perda de pacotes foi aproximadamente 6 vezes maior.
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Figura 21: Topologia da conexão sem fio em rede, com smartphones e TV.
Fonte: Autoria própria.
Os resultados para este cenário estão descritos na Tabela 10, 11, 12 e 13. A
reprodução gráfica da largura de banda encontra-se nas Figuras 22, 23 e 24.
Comparando-se os dados coletados nesta rede sem fio com os dados da rede
cabeada, pode-se perceber como o tamanho do arquivo no final do período foi menor,
não chegando a 10% do valor. A largura de banda também ficou na faixa dos 10% e
o Jitter aumentou em aproximadamente 100%. Lembrando que esse cenário sem fio
possui dois smartphones e uma TV conectados, o que aumenta o consumo de banda.
Por fim, medições foram feitas na mesma rede, mas com os smartphones
desconectados do gateway. A Figura 25 exibe o panorama testado.
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Figura 25: Topologia da conexão sem fio em rede, sem smartphones ou TV.
Os resultados obtidos foram citados nas Tabelas 14, 15, 16 e 17. Enquanto
que as representações gráficas podem ser vistas nas Figuras 26, 27, 28 e 29.
De acordo com as medições feitas na rede sem fio, foi possível perceber uma
grande diferença na performance da LAN quando os smartphones estavam
desligados, sendo que estes também consomem largura de banda considerável. A
diferença de performance entre os notebooks também foi significativa, sendo que
estranhamente o computador com menos performance foi aquele que estava mais
perto da antena do gateway.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Exatamente por isso a escolha deve ser feita pensando-se no futuro. Por
exemplo, se a empresa quiser implementar máquinas virtuais alocadas em servidores,
deve pensar em uma rede de alta performance, confiabilidade e protegida de
interferências externas.
A rede wireless por sua vez possibilitou grande economia, pois custou apenas
317 reais, com mão de obra e materiais. Ou seja, desse ponto de vista, a rede sem fio
oferece grande vantagem.
Foi possível construir modelos de rede para laboratório, como proposto nos
objetivos do trabalho. Não sendo viável comprar todos os itens incluídos no orçamento
por questão de custo, foi feita a construção das partes funcionais de uma rede, como
o cabeamento em si. Canaletas, painéis organizadores de cabos, armário e painéis
de interconexão não foram utilizados, o que não interferiu no resultado final dos testes.
O que também não foi antecipado na teoria, foi que a máquina mais próxima
do gateway wireless apresentou a pior performance entre todas, o que comprova que
testes práticos sempre devem ser feitos antes de implementar um projeto de rede.
A partir das avaliações feitas, seria possível fazer um futuro estudo sobre a
diferença de segurança entre as redes propostas, analisando-se encriptação de
dados, facilidade de acesso aos pacotes da rede e estudos de caso de ataques aos
diferentes ambientes LAN. Também poderia ser abordada a integração entre os dois
meios de rede, para se conseguir uma melhor relação custo benefício.
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REFERÊNCIAS