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João Vicente Costa Neto

FCCC38

Contabilidade Tributária I
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA I
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA I
João Vicente Costa Neto

Salvador, 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Produção de Material Didático Santana; Camila Leite; Marcone Pereira
Reitor: João Carlos Salles Pires da Silva Coordenação de Tecnologias Educacionais Gerente de AVA: Jose Renato Oliveira
Vice-Reitor: Paulo César Miguez de Oliveira CTE-SEAD Design de Interfaces: Raissa Bomtempo
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação
Pró-Reitor: Penildon Silva Filho Núcleo de Estudos de Linguagens & Equipe Audiovisual
Faculdade de Ciências Contábeis Tecnologias - NELT/UFBA Direção:
Diretor: Prof. Joséilton Silveira da Rocha Haenz Gutierrez Quintana
Coordenação Produção:
Superintendência de Educação a Prof. Haenz Gutierrez Quintana Leticia Oliveira; Ana Paula Ramos
Distância -SEAD Câmera: Valdinei Matos
Superintendente Projeto gráfico Edição:
Márcia Tereza Rebouças Rangel Haenz Gutierrez Quintana
Deniere Silva; Flávia Braga; Irlan
Capa: Alessandro Faria Nascimento; Jeferson Ferreira; Jorge
Coordenação de Tecnologias Educacionais Foto: rawpixel Farias; Michaela Janson; Raquel Campos;
CTE-SEAD Victor dos Santos
Haenz Gutierrez Quintana Equipe de Revisão: Animação e videografismos:
Edivalda Araujo Bianca Silva; Eduarda Gomes; Marcela de
Coordenação de Design Educacional Julio Neves Pereira Almeida; Dominique Andrade; Roberval
Lanara Souza Márcio Matos Lacerda; Milena Ferreira
Simone Bueno Borges Edição de Áudio:
Coordenadora Adjunta UAB Cícero Batista Filho; Greice Silva; Pedro
Andréa Leitão Equipe Design Henrique Barreto; Mateus Aragão
Supervisão: Alessandro Faria
Bacharelado em Ciências Contábeis Editoração / Ilustração:
Coordenadora:
Ana Paula Ferreira; Marcos do Nascimento;
Profª Inês Teresa Lyra Gaspar da Costa Moema dos Anjos; Sofia Casais; Ariana

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) -
Código de Financiamento 001. Esta obra está sob licença
Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0: esta licença permite que
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que atribuam o devivo crédito e que licenciem as novas criações sob termos idênticos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Sistema de Bibliotecas da UFBA
C837
Costa Neto, João Vicente.
Contabilidade tributária I / João Vicente Costa Neto. - Salvador: UFBA, Faculdade de
Ciências Contábeis; Superintendência de Educação a Distância, 2019.
160 p. : il.

Esta obra é um Componente Curricular do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis


na modalidade EaD da UFBA/SEAD/UAB.
ISBN: 978-85-8292-214-9

1. Contabilidade tributária. 2. Direito tributário. 3. Tributos. 4. Contabilidade - Estudo e


ensino (Superior). I. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Ciências Contábeis. II.
Universidade Federal da Bahia. Superintendência de Educação a Distância. III. Título.

CDU: 657
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – Sistema Tributário Nacional (Revisão de Conceitos)
e Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) 19

1. STN 19
1.1 Conceito de Sistema Tributário Nacional 19
1.2 Direito Tributário 20
1.2.1 Conceito de Direito Tributário 20
1.2.2 Fontes do Direito Tributário 20
1.3 Legislação Tributária 21
1.3.1 Vigência da Legislação Tributária 22
1.3.2 Aplicação da legislação Tributária 22
1.4. Tributos 23
1.4.1 Conceitos de tributos 23
1.4.2 Classificação dos Tributos 24
1.4.2.1 Taxas (CTN, Art. 77)
1.4.2.2 Contribuição de Melhoria (CTN, Art. 81)
1.4.2.3 Contribuições Especiais
1.4.2.4 Impostos (CTN, Art. 16)
1.4.2.4.1 Segregação dos impostos
a) Diretos
b) Indiretos
1.4.3 Tributos Federais, Estaduais e Municipais (Poder
de Tributar) 26

1.4.4 Conjuntos de Princípios Constitucionais Tributários 27


1.4.4.1 Legalidade
6

1.4.4.2 Isonomia/Igualdade
1.4.4.3 Irretroatividade
1.4.4.4 Anterioridade
1.4.4.5 Capacidade Tributária/Contributiva
1.4.4.6 Uniformidade
1.4.4.7 Competência
1.4.4.8 Não Discriminação Tributária
1.4.4.9 Tipologia Tributária
1.4.5 Aspectos Especiais dos Tributos 29
1.4.5.1 Proibição de Confisco
1.4.5.2 Liberdade de Tráfego
1.4.5.3 Imunidade
1.4.6 Elementos Fundamentais do Tributo 30
1.4.6.1 Obrigação tributária
1.4.6.2 Contribuinte ou responsável
1.4.6.3 Base de Cálculo
1.4.6.4 Alíquota
• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 32
2. ISS 36
2.1 Competência do ISS 37
2.2 Fato Gerador do ISS 37
2.2.1 Conceito de Serviço 37
2.3 Não Incidência do ISS 38
2.4 Base de Cálculo do ISS 38
2.4.1 Base de Cálculo do ISS - Construção Civil 39

Contabilidade Tributária I
7

2.5 Alíquota do ISS 39


2.5.1 Alíquotas Mínimas e Máximas do ISS 40
2.6 Local da Prestação do Serviço e do Recolhimento do Imposto 40
2.7 Contribuinte de Fato e Contribuinte Responsável do ISS 43
2.8 Contbilização do ISS 44
• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 46

UNIDADE II – Imposto sobre Operações relativas à Circulação


de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 49

1. ICMS 50
1.1 Competência do ICMS 50
1.2 Fato Gerador do ICMS 51
1.3 Regulamentação na Constituição 51
1.4 Não Incidência do ICMS (CF, Inciso X, do § 2º, do Art. 155) 53
1.5 Legislação Regulamentar 54
1.5.1 Créditos do ICMS e o Método Não Cumulativo 54
1.6 Base de Cálculo do ICMS 55
1.6.1 Aspectos Contábeis: valores incorporados ao Estoque
ou Ativo Fixo/Consumo 56

1.7 Alíquota do ICMS 57


1.8 Formas de Apuração do ICMS 59
1.8.1. Regime Normal de Apuração do imposto (C/C Fiscal) 60
1.8.2. Regime Substituição Tributária 61
1.8.2.1 Substituto e substituído no ICMS

João Vicente Costa Neto


8

1.8.2.2 Modalidade de Substituição Tributária


1.8.2.3 Cálculo da Substituição Tributária
1.8.3. Regime Diferença de Alíquota 64
1.8.4. Regime Importação 66
1.8.5 Outras Formas de Apuração do ICMS 67
1.9 Tratamento Contábil do ICMS 67
1.9.1. Conta Corrente do ICMS 67
1.9.2. Conta Distinta do ICMS 67
1.9.3. Lançamento Contábil do ICMS 68
• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 69
2. IPI 70
2.1 Tabela do IPI 73
2.2 Princípios Constitucionais Relacionados ao IPI 74
2.2.1 Seletividade 74
2.2.2 Não Cumulatividade 75
2.2.3 Legalidade 75
2.2.4 Anterioridade e Regra da Noventena 75
2.3 Definição Legal de Industrialização 76
2.3.1 Beneficiamento 76
2.3.2 Montagem 76
2.3.3 Transformação 77
2.3.4 Acondicionamento ou Reacondicionamento 77
2.3.5 Renovação ou restauração ou Recondicionamento 77
2.4 Exclusão da Industrialização 78
2.5 Fato gerador 79

Contabilidade Tributária I
9

2.6 Base de Cálculo 79


2.6.1 Base de Cálculo – Descontos Incondicionais 80
2.7 Alíquota 80
2.8 Contribuinte 81
2.9 Imunidades do IPI 81
2.10 Isenção do IPI 81
2.11 Crédito do Imposto 82
2.12 Contabilização 83
• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 84
UNIDADE III – Tributos Administrados pela Receita Federal do
Brasil (RFB), Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre
o Lucro (CS) - Lucro Real, Lucro Estimado, Lucro Presumido,
Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para
Seguridade Social (COFINS) - Regime Cumulativo e Regime
não Cumulativo. 89

1.1 Tributos Administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB) 89


1.1.1 Aspecto Geral 89
1.1.2. Tributos Administrados pela Receita Federal do
Brasil (RFB), ou Fazenda Nacional, ou União 90

1.1.3. Modalidade de apuração e pagamento dos


Tributos Administrados pela Receita Federal do Brasil 91

1.2 Lucro Real 93


1.2.1 Empresas obrigadas à apuração do Lucro Real (Art. 59
da IN RFB 1.700/17) 94

1.2.2 Imposto de Renda no Contexto do Lucro Real 94


1.2.2.1 Cálculo do Imposto de Renda (IR) Trimestral com
base em Lucro Real

João Vicente Costa Neto


10

1.2.2.1.1 Alíquota
1.2.2.1.2 Deduções
1.2.2.1.3 e-LALUR - Livro Fiscal Eletrônico de Apuração
do Lucro Real

1.2.2.1.3.1 Dispensa do LALUR Físico


1.2.2.1.3.2 Demonstrativo de Apuração do Lucro Real
Tributável - e-LALUR

1.2.2.1.3.2.1 Comentando cada um dos itens do e-LALUR


1.2.2.1.4 Apuração do Imposto de Renda
1.2.2.2 Contabilização do Imposto de Renda
1.2.2.3 Estudo de Caso: IRPJ Real Trimestral
Definitivo [MApoio 08]

1.2.3 Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) no Contexto do


Lucro Real 101

1.2.3.1 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro


(CSL) Trimestral com base Lucro Real

1.2.3.1.1 Alíquota
1.2.3.1.2 Deduções da CSL
1.2.3.1.3 e-LACS
1.2.3.1.3.1 Dispensa do LACS ao Físico
1.2.3.1.3.2 Demonstrativo de Apuração do Lucro Real
Tributável -e-LACS

1.2.3.1.3.3 Comentando cada um dos itens do LALUR


1.2.3.1.4 Apuração da Contribuição Social sobre
o Lucro (CSL)

Contabilidade Tributária I
11

1.2.3.2 Contabilizaçãoda Contribuição Social sobre o Lucro


1.2.3.3 Estudo de Caso: IR e CSL Real Trimestral
Definitivo [MApoio 08]

• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - Lucro Real IR e CSL 106


1.3 Lucro Real Estimativa – IR e CSL 111
1.3.1 Cálculo do Imposto de Renda (IR) Mensal por Estimativa 111
1.3.1.1 Alíquota
1.3.1.2 Base de Cálculo
1.3.1.2.1 Inclusões: Receita Bruta
1.3.1.2.2 Exclusões: Receita Bruta
1.3.1.3 Lucro Estimado
1.3.1.4 Cálculo da Estimativa Mensal
1.3.1.5 Imposto de Renda por Estimativa Mensal
1.3.1.6 Exemplo Numérico do Imposto de Renda por
Estimativa Mensal

1.3.2 Cálculo da Contribuição Social sobre Lucro (CSL)


Mensal por Estimativa 115

1.3.2.1 Alíquota
1.3.2.2 Base de Cálculo
1.3.2.2.1 Inclusões: Receita Bruta
1.3.2.2.2 Exclusões: Receita Bruta
1.3.2.3 Lucro Estimado
1.3.2.4 Cálculo da Estimativa Mensal da Contribuição
Social sobre o Lucro

1.3.2.5 Contribuição Social sobre o Lucro por


Estimativa Mensal

João Vicente Costa Neto


12

1.3.2.6 Exemplo Numérico Contribuição Social sobre


Lucro por Estimativa Mensal

1.3.3 Cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição


Social sobre Lucro (CSL) em base Estimada Mensal por
Suspensão ou Redução. 119

1.3.3.1 Resultado do período


1.3.3.2 Registro no LALUR e LACS
1.3.3.3 Exemplo numérico
1.3.3.3.1 Exemplo de redução com base em balanço
ou balancete
1.3.3.3.2 Exemplo de suspensão com base em
balanço ou balancete
1.3.3.3.3 Exemplo de recolhimento pelo menor valor
com base em balanço ou balancete

• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - Lucro Real IR e CSL


em Base Estimada 122

1.4 Lucro Presumido 126


1.4.1 Empresas Proibidas de Optar pelo Lucro Presumido 127
1.4.1.1 Cálculo do limite de $78 milhões para poder
optar pelo Lucro Presumido
1.4.1.1.1 Exemplificando
1.4.1.2 Obrigações Acessórias para o Lucro Presumido
1.4.2 Cálculo do Imposto de Renda (IR) em Base Presumida 129
1.4.2.1 Alíquota
1.4.2.2 Base de Cálculo
1.4.2.2.1 Inclusões: Receita Bruta
1.4.2.2.2 Exclusões: Receita Bruta
1.4.2.3Lucro Presumido

Contabilidade Tributária I
13

1.4.2.4 Cálculo da Presunção Trimestral


1.4.2.5Imposto de Renda em Base Presumida Trimestral
1.4.2.6 Exemplo Numérico do Imposto de Renda
em Base Presumida Trimestral

1.4.3 Cálculo da Contribuição Social sobre Lucro (CSL)


em Base Presumida 133

1.4.3.1 Alíquota
1.4.3.2 Base de Cálculo
1.4.3.2.1 Inclusões: Receita Bruta
1.4.3.2.2 Exclusões: Receita Bruta
1.4.3.3Lucro Presumido
1.4.3.4 Cálculo da Presunção Trimestral da Contribuição
Social sobre o Lucro
1.4.3.5Contribuição Social sobre o Lucro em base
Presumida Trimestral
1.4.3.6 Exemplo Numérico Contribuição Social
em Base Presumida Trimestral

• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - Lucro Presumido - IR e CSL 137


1.5 Cofins e Pis 141
1.5.1 Cofins 141
1.5.1.1 Contribuintes da Cofins
1.5.1.2 Alíquota da Cofins
1.5.1.3 Isenção da Cofins
1.5.1.4 Modalidades de Contribuição da Cofins
1.5.2 Pis 141
1.5.2.1 Contribuintes do Pis
1.5.2.2 Alíquota do Pis

João Vicente Costa Neto


14

1.5.2.3 Modalidades de Contribuição do Pis


1.5.3 Contribuição Cumulativa da Cofins e Pis 142
1.5.3.1Cálculo da Cofins e Pis Cumulativo
1.5.3.1.1 Alíquota no Regime Cumulativo
1.5.3.1.2 Base de Cálculo no Regime Cumulativo
1.5.3.2 Exemplo Numérico de Cálculo da Cofins e
do Pis Cumulativo

1.5.4 Contribuição Não Cumulativa da Cofins e Pis 144


1.5.4.1Cálculo da Cofins e Pis Não Cumulativo
1.5.4.1.1 Alíquota no Regime Não Cumulativo
1.5.4.1.2 Base de Cálculo no Regime Não Cumulativo
1.5.4.1.3 Créditos
1.5.4.2 Exemplo Numérico de Cálculo da Cofins e
Pis Não Cumulativo

• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO – Cofins e Pis Cumulativo 149


REFERÊNCIAS 154

Contabilidade Tributária I
COFINS
IR
%

%
%
%
IPI
%

CSL %

PIS
ICMS RFB
%
% %
% % %
% %
% % % %

%
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% % %

CARTA DE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:


Olá, pessoal!

Bem vindos ao módulo da disciplina Contabilidade Tributária I, integrante da


matriz curricular do Curso de Ciências Contábeis da UFBA como obrigatória.

Pois bem! Pretendo, com esta disciplina, apresentar a vocês, estudantes de Graduação
em Contabilidade na modalidade EAD, uma visão geral dos principais tributos que
acontecem no "dia a dia" das empresas e subsidiá-los no avanço do ensino-aprendizado
alcançado até então, para o melhor desempenho de suas funções como um profissional
das Ciências Contábeis nas organizações.

Na Unidade I, que está estruturada nos conteúdos dos capítulos 1 e 2, serão apresentados,
no formato de uma perspectiva de revisão de conteúdos já adquiridos por todos, com as
disciplinas de Direito da matriz curricular do curso, em especial a de Legislação Tributária,
os aspectos gerais do Sistema Tributário Nacional e um dos tributos incidentes sobre as
operações de um dos segmentos da estrutura econômica do país, o setor de Serviços.
Este tributo é o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), comumente
conhecido pela sigla ISS, que será estudado em sua estrutura básica e algumas de suas
peculiaridades, como a apuração da base de cálculo e o imposto a ser recolhido aos
Municípios, sua contabilização e seu relacionamento nas demonstrações contábeis da
empresa.

Na Unidade II, que está estruturada nos conteúdos dos capítulos 3 e 4, serão apresentados
o Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS), sob uma perspectiva simplificada, e o
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dando atenção aos aspectos da incidência,
não incidência, isenção, apuração do imposto, alíquotas aplicadas e as várias modalidades
de apuração do imposto, com destaque ao ICMS pela amplitude das diversidades de
situações que ocorrem no "dia a dia" das organizações. Em relação ao IPI, o destaque é o
que a legislação considera como industrialização para efeito de incidência do imposto e
algumas especificidades no cálculo do imposto.

João Vicente Costa Neto


16

Por último, na Unidade III, que está estruturada no capítulo 5, serão apresentados os
tributos administrados pela Receita Federal do Brasil incidentes sobre as operações do
"dia a dia" das empresas, que são o Imposto de Renda (IR), a Contribuição Social sobre
o Lucro (CSL), a Contribuição do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição
Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Aqui serão estudadas
as modalidades de apuração desses tributos pelo lucro real, lucro estimado e lucro
presumido em relação ao Imposto de Renda (IR) e à Contribuição Social sobre o Lucro
(CSL); e a apuração pelo regime da cumulatividade e regime da não cumulatividade em
relação à contribuição do PIS e da COFINS, dando atenção, em relação a todos os tributos,
aos aspectos da incidência, apuração, alíquota e cálculo, assim como à sua contabilização
e seu relacionamento nos demonstrativos contábeis da empresa.

É importante, quando estiver estudando o ISS, ter em mãos a LC 116/03, associada ao


Código Tributário de seu Município. Quanto estiver estudando o ICMS, ter em mãos a
LC 87/96 e o Regulamento do ICMS de seu Estado, no caso deste Curso de Graduação,
o Regulamento do ICMS do Estado da Bahia. Quando estiver estudando o IPI, ter em
mão o Regulamento do IPI. Quando estiver estudando o IR, a CSL, o PIS e a COFINS,
ter em mãos o Regulamento do IR, que não só destaca aspecto relacionado ao Imposto
de Renda, como também aos demais tributos administrados pela RFB, atentando para as
especificidades da legislação própria de cada um dos tributos, no caso em tela, a CSL, o
PIS e a COFINS.

Desejo um excelente processo de crescimento do ensino-aprendizagemrelacionado às


Ciências Contábeis no desempenho de suas funçõesquanto ao aspecto da tributação no
"dia a dia" das operações das empresas.

Prof. João Vicente Costa Neto, MSC

Contabilidade Tributária I
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MINI CURRÍCULO DO PROFESSOR:


PROF. JOÃO VICENTE COSTA NETO

É graduado em Economia (1985) pela Universidade Tiradentes (UNIT) e Ciências


Contábeis (1992) pela Fundação Visconde Cairu (FVC), mestre em Contabilidade
Decisorial Estratégia (2006) pela Fundação Visconde Cairu (FVC), Diplomado
em Estudos Avançados (DEA) pela Universidad Complutense de Madrid (UCM),
Espanha (2001). Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lotado
na Faculdade de Ciências Contábeis. Através de concurso público, ingressou, em 1987,
no serviço público estadual da Bahia, como Analista Financeiro, hoje Auditor Fiscal,
lotado no Conselho de Fazenda (CONSEF), exercendo o papel de diligente fiscal e
julgador de processo administrativo fiscal no âmbito dos tributos de competência
do Estado. Atua, também, como Perito do Juízo nas Varas do TRT-5ª Re e TRF-1ª
Re, com registro no CNPC. Publicou dois artigos em periódicos especializados.
Coordenou o projeto de desenvolvimento e implantação de apuração de custo no
Governo do Estado da Bahia, que resultou na constituição do Sistema de Apuração de
Custo (ACP). Os termos mais frequentes na contextualização da produção científica,
tecnológica e artístico-cultural são Sistema de Caixa Único, Activity Based Costing
(ABC), custos, administração pública, consolidação de balanços, planejamento
tributário, análise de balanço, estrutura das demonstrações contábeis, contabilidade
tributária, perícia contábil, auditoria fiscal e controle interno. Hoje atua na Faculdade
de Ciências Contábeis ministrando as disciplinas FCC034 Contabilidade Introdutória
II, FCC024 Contabilidade de Custo e FCC040 Contabilidade Tributária, assim como
coordena o Curso de Especialização em Perícia Contábil, com ênfase em Processos
Judiciais e Extrajudiciais e o Curso de Especialização em Gestão Contábil e Tributária.

João Vicente Costa Neto


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Contabilidade Tributária I
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UNIDADE 1- Sistema Tributário Nacional (Revisão


de Conceitos) e Imposto sobre Serviço de Qualquer
Natureza (ISSQN)
1. Sistema Tributário Nacional (STN)
O Sistema Tributário Nacional é formado pelas regras jurídicas que disciplinam o
exercício do poder imposto pelos diversos órgãos públicos, buscando harmonizar
as relações da sociedade, com fulcro a atender aos princípios em que se fundamenta,
respeitando o pacto federativo sob o qual se vive.

1.1 Conceito de Sistema Tributário Nacional


O Sistema Tributário é um conjunto de normas e instituições que têm como finalidade
instituir e arrecadar os tributos, conforme a competência dos entes das unidades da
Federação, isto é, da União, Estados (Distrito Federal) e Municípios.

As matérias sistema tributário e finanças públicas dividem um título completo da


Constituição Federal, mais precisamente o título VI, que é composto dos artigos de
números 145 a 169. Entre os Artigos 145 a 162, encontram-se disposições sobre o sistema
tributário nacional, sendo os restantes (Artigos 163 a 169) reservados às finanças.

A primeira seção desse arcabouço constitucional dedica-se aos seus princípios gerais,
dispondo, por exemplo, quais as modalidades de tributo, suas características, quais os
destinos dos tributos denominados e quais leis são adequadas para a criação dos mesmos.

Na segunda seção, esse arcabouço constitucional designa as limitações do poder de


tributar em seus vários aspectos (material, pessoal, etc.).

As três seções seguintes, de matéria eminentemente tributária, trazem a regulamentação


da competência tributária da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

João Vicente Costa Neto


20

Finalmente, a última seção do capítulo constitucional, que trata das matérias tributárias,
designa a forma de repartição dos tributos arrecadados entre União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

! Recomendação
Desenvolver uma leitura do Título VI, da Constituição Federal, que é composto
dos artigos de números 145 a 169, onde se encontram as disposições sobre o
sistema tributário nacional e das finanças públicas do Estado brasileiro.

1.2 Direito Tributário

1.2.1 Conceito de Direito Tributário


O Direito Tributário disciplina a relação jurídica entre um sujeito ativo (o fisco) e um
sujeito passivo (o contribuinte), envolvendo uma prestação (tributo). De modo geral,
pode-se definir o Direito Tributário como um ramo da ciência do direito que cuida das
relações entre o fisco e as pessoas sujeitas à imposição tributária de qualquer espécie.

Noutro giro, o Direito Tributário é a ciência das normas obrigatórias que disciplinam as
relações tributárias dos homens em sociedades.

1.2.2 Fontes do Direito Tributário


As fontes do Direito Tributário estão classificadas em primárias e secundárias, de acordo
com o poder que elas têm na ordem jurídica:

• Fontes Primárias: a lei é a fonte imediata e primária do direito tributário. Nas


suas várias formas e diversos graus de hierarquia as fontes primárias dividem-se
em:

(a) Lei Constitucional: é a fonte soberana da legislação, sendo que todas as leis
devem obedecer aos limites impostos pela Constituição Federal (CF), sob pena de
perder a validade. A Lei Constitucional fixa a competência (o poder de tributar), as
limitações e a repartição da receita;

(b) Lei Complementar: regula a matéria que a Constituição lhe reserva


especificamente. A CF estabelece que a Lei Complementar deve definir as normas

Contabilidade Tributária I
21

gerais do Direito Tributário, as competências da União, Estados, Distrito Federal e


Municípios e regula as limitações ao poder de tributar.

(c) Lei Ordinária: a Lei Ordinária difere-se da Lei Complementar porque pode
ser editada pela União, pelos Estados e pelos Municípios, no campo de suas
competências, delimitado pela Constituição (não há uma definição expressa dos
casos que serão por elas regulados, como é o caso da Lei Complementar). A Lei
Ordinária, diferentemente da Lei Complementar, que não cria tributos (exceto
empréstimos compulsóriose de competência residual daUnião), pode instituir,
revogar ou extinguir tributos.

Sabendo um pouco mais


A Lei n. 5.172/66, denominada de Código Tributário Nacional (CTN) por força do
Art. 7o do Ato Complementar n. 36/67, conforme estabelece a CF, é reconhecida
como lei complementar até que a lei complementar seja editada.

• Fontes Secundárias: são as demais fontes possíveis que não compõe as fontes
primárias, tais como: Instruções Normativas; Pareceres Normativos; Jurisprudência;
Portarias do Ministério; decisões de órgãos administrativos da Receita Federal,
Estadual/Distrito Federal ou Municipal.

1.3 Legislação Tributária


A “Legislação Tributária” é entendida como o conjunto de normas que envolvem assuntos
tributários. O Art. 96 do CTN (Lei nº 5.172/66) traz a expressão “Legislação Tributária”,
com o seguinte destaque "compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos
e as relações jurídicas a eles pertinentes".

Art. 96 do CTN (Lei nº 5.172/66)


A expressão "legislação tributária" Compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou
em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

João Vicente Costa Neto


22

1.3.1 Vigência da Legislação Tributária


Os Artigos 101 a 104 do CTN versam sobre a vigência da Legislação Tributária, definindo
que:

• (Art. 101) a vigência da legislação tributária rege-se pelas disposições legais


aplicáveis às normas jurídicas em geral;

• (Art. 102) a vigência da legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios vigora, no país, fora de seus respectivos territórios, nos limites em
que lhe reconheçam extra territoriedade ou convênios de que participem, ou de
que disponham as leis expedidas pela União;

• (Art. 103) salvo disposição em contrário, entram em vigor os atos normativos


expedidos pelas autoridades administrativas na data de sua publicação e decisões
de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa 30 dias após a data de sua publicação; e os convênios que a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios celebram entre si, na data prevista no
próprio convênio; e

• (Art. 104) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação, os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a
renda que instituem ou majoram tais impostos; que definem novas hipóteses
de incidência; ou que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de
maneira mais favorável ao contribuinte.

1.3.2 Aplicação da Legislação Tributária


Com relação à aplicação da legislação tributária, o Art. 105 do CTN define que, ressalvadas
as garantias constitucionais sobre majoração ou instituição de tributo, a legislação
tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, ou seja,
àqueles fatos cujas ocorrências tenham sido iniciadas, mas não estejam completadas.

CTN (Lei nº 5.172/66)


Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido
início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.

Contabilidade Tributária I
23

1.4. Tributos
No campo das relações entre Estado e cidadão, tributo é uma obrigação de pagar, criada
por lei, impondo aos indivíduos o dever de entregar parte de suas rendas e patrimônio
para a manutenção e desenvolvimento do Estado.

Há uma relação dinâmica entre a Sociedade e o Estado, em que este representa essa
sociedade se fazendo presente em todas as áreas de seu interesse, sobretudo, saúde,
educação, segurança, infra-estrutura, econômica, entre outras.

1.4.1 Conceitos de tributos


De acordo com o Art. 3º do CTN, tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividadeadministrativa plenamente vinculada”.

CTN (Lei nº 5.172/66)


Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

"Prestação pecuniária": são as prestações que asseguram ao Estado os meios financeiros


de que necessita para a consecução de seus objetivos; "compulsória": o tributo nasce
independentemente da vontade do contribuinte; "em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir": não existe a figura do pagamento do tributo, que não em moeda corrente
do país; "que não constitua sanção de ato ilícito": a incidência do tributo é um ato lícito
(difere-se de “penalidade”). As penalidades pecuniárias ou multas não se incluem no
conceito de tributo. A multa por infração fiscal é considerada sanção pela prática de ato
ilícito e, portanto, não é tributo; "instituída por lei": só a lei pode instituir o tributo, ou
seja, nenhum tributo será exigido sem que a lei o estabeleça, conforme assegura o Art.
150, Inciso I, da CF; "cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada": a
cobrança é administrativa e privativa, não pode ser realizada por outra pessoa e deve ser
vinculada.

João Vicente Costa Neto


24

Sabendo um pouco mais


Quanto à sua vinculação com a atividade estatal, os tributos podem ser
classificados em: "vinculados", quando o Estado oferece uma contraprestação de
imediato ao contribuinte; e "não vinculados", quando a arrecadação do tributo
não depende de qualquer contrapartida do Estado em favor do contribuinte.

1.4.2 Classificação dos Tributos


Quanto às espécies de tributos, o Sistema Tributário Nacional está estruturado de forma
a permitir ao Estado a cobrança de cinco espécies de tributos:

• Impostos;

• Taxas;

• Contribuições de melhoria;

• Contribuições especiais (parafiscais)

• Empréstimos compulsórios
Tais espécies de tributos são assim definidas, não na ordem que assim foi posto na relação
acima:

1.4.2.1 Taxas (CTN, Art. 77)


É vinculada à atividade do Estado. É um tributo que tem como fato gerador o exercício
de poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Ex.: Taxa de Coleta de
Lixo; Taxa de Emissão de Documentos; Taxa de Conservação e Limpeza Pública; Taxa de
Fiscalização de Estabelecimentos; etc.

1.4.2.2 Contribuição de Melhoria (CTN, Art. 81)


Tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa incorrida e como limite individual o
acréscimo do valor que a obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Pode-se afirmar que a Contribuição de Melhoria difere-se da Taxa porque está relacionada
ao “serviço público” enquanto a Contribuição de Melhoria diz respeito à “obra pública”.

Contabilidade Tributária I
25

1.4.2.3 Contribuições Especiais


Contribuições Especiais são instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, para fazer face aos investimentos em determinado setor (ex.: social), tais
como as contribuições:

• à seguridade social (CF, Art. 195, 201 a 204);

• do social do salário-educação (CF, Art. 212, § 5o);

• para o Programa de Integração Social –PIS;

• para o Programa de Formação do Patrimônio Público – PASEP (CF, Art.239);

• para o Fundo de Investimento Social – COFINS.

1.4.2.4 Impostos (CTN, Art. 16)


É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Possui caráter geral, ou seja, se
destina a cobrir as necessidades públicas gerais.

1.4.2.4.1 Segregação dos impostos


Os impostos podem ser segregados em diretos e indiretos:

a) Diretos

• são os impostos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com
o ônus da respectiva contribuição;

• o ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato é o de direito).

Ex.: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre
Exportação (IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Transmissão Inter
vivos (ITBI), Imposto Predial Territorial Urbano(IPTU), Imposto Propriedade
Veículos Automotivos (IPVA), etc.

b) Indiretos

• são os impostos cujo ônus os contribuintes podem transferir, total ou


parcialmente, para terceiros;

• são pagos pelo comprador, a empresa é somente a intermediária do imposto;

João Vicente Costa Neto


26

• existe a figura do contribuinte de fato (aquele que efetivamente está pagando


o imposto - consumidor)e de direito (aquele que a lei determina que é o apurador,
arrecadador - intermediário); e por fim

• o ônus não é do contribuinte de direito.


Ex.: IPI, ICMS e ISS, que são cobrados pelo Fisco (ente tributante) do Produtor e/
ou Vendedor (contribuinte de fato) que emite a nota fiscal, e cujo valor do tributo é
transferido ao Comprador do produto/mercadoria/serviço (contribuinte de direito).

1.4.3 Tributos Federais, Estaduais e Municipais (Poder de Tributar)


Os impostos se distinguem entre si pelos respectivos “fatos geradores” e são atribuídos às
entidades em que sedivide o Poder Político da Federação do Estado Brasileiro (Municipal,
Estadual e Federal):

Quadro 1: Distribuição dos tipos de imposto por entidade

Poder Tributante Imposto


Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II);
Imposto sobre exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados (IEx);
Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR);
União Imposto sobre produtos industrializados (IPI);
(Art. 153 a 154) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro
ou relativos a títulos de valores mobiliários (IOF, IOC);
Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR);
Imposto sobre grandes fortunas (IGF);
ImpostosExtraordinários deGuerra (IEG);

Transmissão causa mortis (herança) e doação de quaisquer


bens e direitos (ITCMD);
Estados e Distrito Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de
Federal serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação (ICMS);
(Art. 155)
Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA)

Impostos sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU);


Municípios Imposto sobre transmissão inter vivos: (Imposto sobre a
(Art. 156) transmissão de bens imóveis - ITBI);
Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS).

Quadro 1: Distribuição dos tipos de imposto por entidade | Tabela: Marcos Nascimento

Contabilidade Tributária I
27

1.4.4 Conjuntos de Princípios Constitucionais Tributários


Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre todas as demais normas
jurídicas, as quais só têm validade se editadas em rigorosa consonância com eles. O Art.
150 da Constituição Federal impõe limites ao poder do Estado em matéria tributária por
meio do estabelecimento de princípios.

1.4.4.1 Legalidade (CF, Art. 150, Inc. I)


Qualquer alteração nos termos tributários deve ser estabelecida em lei para que o
pagamento possa ser exigido do contribuinte. É a garantia de que nenhum tributo será
instituído ou aumentado a não ser através da lei.

1.4.4.2 Isonomia/Igualdade (CF, Art. 150, Inc. II)


Não deve haver tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações
equivalentes. Ex.: no caso dos impostos progressivos, quem tem mais capacidade
contributiva deve pagar um imposto maior, pois assim será “igualmente” tributado, em
termos proporcionais.

1.4.4.3 Irretroatividade (CF, Art. 150, III, “a” – exceção Art. 106, CTN)
A lei nova, que cria ou aumenta tributos, alcança somente os fatos ocorridos
posteriormente à sua publicação. Admite-se a retroatividade da lei tributária quando
ela beneficia de alguma forma, o contribuinte. Não se pode exigir tributos sobre fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou algum
tributo.

1.4.4.4 Anterioridade (CF, Art. 150, III, “b” – exceção do Art. 150, § 1º, e Art. 195, § 6º)
Qualquer alteração em termos de impostos só pode ser exigida do contribuinte a partir
do 1º dia do próximo ano, com exceção de:

• Empréstimos compulsórios (Art.148,I);


• Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (Art.153,I);
• Imposto sobre exportação para o exterior (Art.153, II);
• Imposto sobre produtos industrializados (Art.153,IV);
• Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou
valores mobiliários (Art.153,V);
• Imposto extraordinário de eminência de caso de guerra (Art.154,II); e
• Contribuições sociais: CSSL, PIS, COFINS, FGTS, INSS (Art. 195, 6º)

João Vicente Costa Neto


28

Sabendo um pouco mais


A Emenda Constitucional nº 43/03 promoveu modificações nas regras referentes
ao princípio da anterioridade, acrescentando o prazo de 90 dias para alguns
tributos. Assim é possível dizer que o princípio da anterioridade tem dois
desdobramentos: A ANUALIDADE, indicando que os tributos NÃO podem ser
aumentados, seja por elevação da base de cálculo ou por aumento de alíquota,
no mesmo ano da publicação da Lei. A NOVENTENA ou NONAGESIMAL,
indicando que a Lei que aumentou o tributo só entra em vigor no mês seguinte
após completar 90 dias de sua publicação.

Nessa perspectiva, veja abaixo um quadro resumo de regras para validade de normativos
em que se propõe ampliação da base de cálculo e/ou aumentos de alíquota.

Quadro 2: Regras para validade de normativos, propondo aumentos em tributos


(por ampliação da base de cálculo ou por aumento de alíquota)
ANUALIDADE E APENAS APENAS EM VIGOR
NOVENTENA ANUALIDADE NOVENTENA IMEDIATAMENTE

Taxas IR IPI II e IE

Contribuição Melhoria B. Cálculo IPTU e IPVA CSLL IOF

ITBI e ITD COFINS Emp. Compulsório

ICMS e ISS INSS


IPTU e IPVA
(exceto B. Cal.) PIS/PASEP

ITR e IGF
Contribuições (exceto
Seg. Social)
Fonte: PEGAS (2017, p 23)

Quadro 2: Regras para validade de normativos, propondo aumentos em tributos | Fonte: PEGAS (2017, p.23) |
Tabela: Marcos Nascimento

1.4.4.5 Capacidade Tributária/Contributiva (CF, Art. 145, § 1º)


Os tributos devem ser graduados segundo a capacidade tributária do contribuinte. Por
mera definição, seria a possibilidade econômica do contribuinte pagar os tributos.

Contabilidade Tributária I
29

1.4.4.6 Uniformidade
Os tributos instituídos pela União serão uniformes em todo o território nacional (CF,
Art.151, Inciso I).

1.4.4.7 Competência
O exercício da competência tributária é dado à União, ao Estado ou ao Município. (CF,
Art. 150, § 6º, e Art. 151, Inciso III)

1.4.4.8 Não Discriminação Tributária


É vedada a manipulação de alíquotas, bases de cálculo ou qualquer outra fórmula
tributária em benefício ou prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos
Municípios.(CF, Art.152).

1.4.4.9 Tipologia Tributária


As taxas e os impostos não podem ter a mesma base de cálculo. Portanto as espécies
tributárias são definidas pela distinção de dois fatores: hipótese de incidência e base de
cálculo (CF, Art.145, § 2º).

1.4.5 Aspectos Especiais dos Tributos

1.4.5.1 Proibição de Confisco (CF, Art. 150, Inciso IV)


Os tributos não devem ser utilizados para efeito de confisco. Esse princípio determina
que o tributo deve ser instituído a um nível racional, ou seja, a sua rigorosa cobrança não
deve acarretar assimilação do valor total do objeto tributado.

1.4.5.2 Liberdade de Tráfego (CF, Art. 150, V)


Não é permitido estabelecer tributos pelo trânsito de pessoas entre Estados/municípios
(salvo cobrança depedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público).

1.4.5.3 Imunidade (CF, Art. 150, VI)


Não há tributação sobre:

• Patrimônio, renda ou serviços entre União, Estados, Distritos Federais e


Municípios (ex.: o município não pode cobrar IPTU do Governo do Estado);

• Templos de qualquer culto;

João Vicente Costa Neto


30

• Patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, sindicatos e instituições de


educação e assistência social sem fins lucrativos;

• Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.


A Isenção difere-se de Imunidade, uma vez que a Isenção concedida é temporária e deve
ser estabelecida por lei. A imunidade é permanente e independe de lei ordinária, já que é
estabelecida constitucionalmente.

1.4.6 Elementos Fundamentais do Tributo

1.4.6.1 Obrigação tributária


Uma obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ativo)
pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas
condições descritas na lei (fato gerador).

A obrigação tributária é tipificada em principal e acessória.

• A principal (CTN, Art. 113, § 1º) tem por objeto o pagamento do tributo
ou penalidade pecuniária (em dinheiro). É a prestação à qual se obriga o sujeito
passivo, é de natureza patrimonial.

• A acessória (CTN, Art. 113, § 2º) é uma obrigação não patrimonial que decorre
da legislação tributária. É uma obrigação de fazer, não fazer e tolerar. Tem como
finalidade comprovar a existência e o limite das operações tributadas, bem assim
a exata observância da legislação aplicável.Ex.: Emitir nota fiscal, escriturar um
livro, inscrever-se no cadastro de contribuintes (de fazer); não receber mercadorias
desacompanhadas da documentação legalmente exigida (não fazer); e admitir o
exame de livros e documentos pelo fiscal (tolerar).
São três os elementos básicos da obrigação tributária:

é o principal elemento da obrigação, pois cria os tributos e determina as


A Lei:
condições de sua cobrança (Princípio da Legalidade);

representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte)deve cumprir,


segundo as determinações legais. Basicamente, as obrigações consistem
O objeto em principais (pagamento do valor em dinheiro referente ao tributo
devido ou à multa imposta pelo não atendimento à determinação legal)
e acessórias (cumprimento de formalidades complementares);

é a situação definida em lei como necessária e suficiente para ocorrência


Fator Gerador
da obrigação principal.

Quadro 3: Elementos básicos da obrigação tributária | Tabela: Marcos Nascimento

Contabilidade Tributária I
31

1.4.6.2 Contribuinte ou responsável


O CTN prevê duas espécies de sujeito passivo: o contribuinte, aquele que tem relação
pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador; e o responsável, aquele que,
sem se revestir da condição de contribuinte, vê-se na obrigação de pagar o tributo. Ou
seja, as partes da obrigação tributária são, de um lado, o sujeito ativo, que é o ente público
(União, Estado ou Município), criador do tributo, e, de outro lado, o sujeito passivo, que,
segundo o CTN, pode ser o contribuinte ou o responsável.

O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua
o respectivo fato gerador. Já o responsável, é aquele que, sem revestir a condição de
contribuinte, ou seja, sem praticar o ato que enseja a ocorrência do fato gerador, vê a
obrigação de pagar o tributo nascer por força de dispositivo legal.

Ex.: No município do Salvador, o tomador de serviço (responsável) deve reter e recolher


o imposto de prestação de serviço de aulas dadas por professores pessoas físicas
(contribuinte).

1.4.6.3 Base de Cálculo


É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com afinalidade de se apurar
o montante a ser recolhido. A base de cálculo, conforme a Constituição Federal, deve ser
definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios da legalidade
(mudança somente por outra lei); da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de
iniciada a ocorrência do fatogerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir
fatos passados).

1.4.6.4 Alíquota
É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante
do tributo a ser recolhido.

Sabendo um pouco mais


Este texto foi produzido com a perspectiva de ser um material didático comple-
mentar do leitor, vez que dúvidas serão tiradas em sala de aula (chat). Significa
dizer, também, que o leitor deve consultar a literatura complementar indicada
pelo Professor, tipo livros, artigos, legislação, etc

João Vicente Costa Neto


32

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Capítulo 1 - STN

1) (OLIVEIRA e outros, 2012) Um dispositivo legal que defina nova hipótese


de incidência tributária do Imposto sobre a Renda entra em vigor no seguinte
momento:

( a ) no mesmo dia de sua publicação

( b ) trinta dias após a respectiva assinatura

( c ) no primeiro dia útil seguinte ao de sua edição

( d ) quarenta e cinco dias após lhe ser dado publicidade

( e ) no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação

2) (OLIVEIRA e outros, 2012) Assinale a alternativa que corresponda, na mesma


ordem, às expressões respectivas:

I. Prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa


exprimir, que não constitua sanção ao ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

II. Tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte.

III. Tem por fato gerador a prestação de limpeza pública urbana.

( a ) preço público, tributo, taxa

( b ) imposto, taxa por potencial de prestação de serviço, preço público

( c ) tributo, contribuição de melhoria, imposto municipal

( d ) tributo, imposto, taxa

( e ) contribuição de melhoria, imposto, preço público

Contabilidade Tributária I
33

3) (OLIVEIRA e outros, 2012) Assinale a alternativa que completa os espaços


em branco no texto a seguir:

O Código Tributário Nacional chama de ___________________ quem tenha


relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador da obrigação
tributária principal, e de ___________________ aquele cuja obrigação de pagar o
tributo decorre de disposição expressa na lei. Em ambos os casos, recebe o nome de
___________________ da obrigação tributária principal.

( a ) obrigado, contribuinte legal e coobrigado

( b ) sujeito passivo, devedor solidário, sub-rogado

( c ) sujeito passivo, responsável ex lege, devedor

( d ) contribuinte, responsável, sujeito passivo

( e ) sujeito passivo, responsável, contribuinte

4) (OLIVEIRA e outros, 2012) Sendo:

I. imposto de importação

II. imposto sobre a transmissão de causa mortis

III. imposto sobre a transmissão de imóveis intervivos

Os impostos acima competem, respectivamente:

( a ) à União, aos Municípios e aos Estados

( b ) aos Municípios, aos Estados e à União

( c ) aos Estados, à União e aos Municípios

( d ) aos Estados, aos Municípios e à União

( e ) à União, aos Estados e aos Municípios

5) (OLIVEIRA e outros, 2012) Assinale a alternativa que combina,


respectivamente, com as quatro afirmações a seguir (1, 2, 3 e 4) com os
respectivos princípios tributários constitucionais relacionados (w, x, y e z), onde
w) anterioridade; x) isonomia; y) legalidade; z) irretroatividade

João Vicente Costa Neto


34

1. ( ) É proibido exigir ou aumentar o tributo sem que a lei o estabeleça.

2. ( ) É vedado instituir tratamento desigual entre os contribuintes que estejam


em situação equivalente.

3. ( ) É vedado cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos antes do


início da vigência da lei.

4. ( ) É vedado cobrar tributo no mesmo exercício em que se tenha publicado a


lei que o instituiu ou aumentou.

Alternativas:

( a ) w, x, y, z

( b ) x, y, z,w

( c ) y, x, z, w

( d ) y, w, x, z

( e ) w,y, x, z

6) (OLIVEIRA e outros, 2012) Os tributos classificam-se em:

( a ) impostos, taxas, PIS e COFINS

(b) impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e


empréstimos compulsórios

( c ) Imposto de Renda e contribuição social

( d ) Imposto de Renda, contribuição social, PIS e COFINS

7) (OLIVEIRA e outros, 2012) Qual o tributo que decorre da realização de obras


públicas?

( a ) contribuição de intervenção de domínio econômico

( b ) contribuição de melhoria

( c ) taxa de serviços públicos

( d ) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana

Contabilidade Tributária I
35

8) (OLIVEIRA e outros, 2012) A competência para instituir e arrecadar o Imposto


sobre Propriedade Territorial Rural é:

( a ) dos Estados e do Distrito Federal

( b ) dos Municípios

( c ) da União

( d ) da União e dos Estados

9) (OLIVEIRA e outros, 2012) Cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em


que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou fere o princípio da:

( a ) uniformidade tributária

( b ) imunidade tributária

( c ) anterioridade

( d ) tutela jurídica

10) (OLIVEIRA e outros, 2012) A ocorrência do fato gerador de um tributo:

( a ) determina o nascimento da obrigação tributária acessória

( b ) impede o pagamento do crédito tributário

( c ) suspende a exigibilidade da obrigação tributária principal

( d ) causa o surgimento da obrigação tributária principal

( e ) exclui o nascimento do crédito tributário

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E D D E C B B C C D

João Vicente Costa Neto


36

2. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)


Objetivos:
• Apresentar a estrutura básica do ISS e suas peculiaridades.

• Identificar os serviços em que há cobrança do imposto.

• Apurar a base de cálculo do ISS

• Compreender a dificuldade para realizar o recolhimento ao município que


deve ter direito ao imposto.

• Explorar alguns detalhes do ISS, que é a principal fonte de receitas dos


municípios grandes e médios.

• Conhecer a contabilização do ISS

2. ISS
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, identificado por alguns com a sigla
ISSQN, ou simplesmente ISS, é um tributo de competência dos Municípios e do Distrito
Federal, conforme previsto no Art. 156 da Constituição Federal (CF) de 1988.

É a Lei Complementar (LC) nº 116, de 31/07/2013, com as alterações trazidas pela Lei
Complementar (LC) nº 157, de 29/12/2016, que trata desse tributo de forma geral nas
unidades da Federação do Brasil.

A cobrança do ISS, prevista no Art. 156 da CF/1988, e tratada, hoje, pela LC 116/2013, é
regulamentada por leis municipais editadas por cada um dos Municípios que compõem
a unidade Federativa do Brasil, identificadas como Código de Rendas dos Municípios.

É um tributo de competência dos municípios, que incide sobre os serviços prestados


pelas empresas – pessoas jurídicas - ou pelos profissionais autônomos, desde que o fato
gerador do serviço não seja de competência tributária do Estado ou União

.
Sabendo um pouco mais
A prestação de serviços de telecomunicação, geração e fornecimento de energia
elétrica, transportes, não são tributados pelo ISS, devido ao fato de já serem tribu-
tados pelo Estado

Contabilidade Tributária I
37

2.1 Competência do ISS


O ISS tem sua estrutura básica definida na Constituição Federal, que estabelece:

a) competência aos municípios para instituir a cobrança do imposto;

b) prestação de serviços como fato gerador da respectiva obrigação tributária;

c) o preço do serviço como base de cálculo do imposto;

d) o prestador de serviço como contribuinte;

e) os serviços onerados pelo imposto municipal são os definidos em lei


complementar, não podendo fazer parte da lista os serviços que ficaram na
competência dos Estados, como os serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação (ICMS); e

f) a necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as condições


como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

2.2 Fato Gerador do ISS


O fato gerador do ISS é a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei
Complementar no 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade
preponderante do prestador. O que faz nascer a obrigação tributária de pagar o imposto é
a prestação de serviço, qualquer que seja sua denominação.

O ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constante da lista anexa à LC
116/2003 mesmo nos casos em que tais serviços não se constituam em atividade
preponderante do prestador. O ISS também incide sobre o serviço proveniente do
exterior ou cuja prestação de serviço se tenha iniciado no exterior.

Destaca-se que a incidência do ISS não depende da denominação dada ao serviço


prestado. O ISS também incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens
e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário.

2.2.1 Conceito de Serviço


Serviço se define como trabalho ou contraprestação mediante pagamento do
encomendante, consubstanciado no fato econômico, cujo produto final quase sempre
será incorpóreo, ou seja, sem existência física, a exemplo dos serviços de consultoria
prestada por uma empresa especializada em tributos para um de seus clientes.

João Vicente Costa Neto


38

Sabendo um pouco mais


Elementos essenciais para ocorrência do fato gerador do ISS: (1) efetividade e
habitualidade do serviço prestado; (2) autonomia do serviço prestado, assim
entendido o serviço realizado em nome próprio; e (3) finalidade lucrativa da
atividade prestada.

2.3 Não Incidência do ISS


O ISS não incide sobre:

a. as exportações de serviços para o exterior do país;

b. a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos


diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e
fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; e

c. o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos


depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações
de crédito realizadas por instituições financeiras.

Sabendo um pouco mais

A LC 116/03 disciplina que o serviço desenvolvido no Brasil, cujo resultado aqui


se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior, estará
sujeito ao ISS, inexistindo, no caso, a não incidência prevista

2.4 Base de Cálculo do ISS


A base de cálculo do ISS é o preço do serviço prestado, entendido como o valor total
cobrado em virtude da prestação do serviço, sem qualquer dedução, nem do próprio
valor do imposto. Tal regramento está estabelecido no Art. 7º da LC 116/2003.

Por exemplo: uma empresa que presta serviço de consultoria a uma outra empresa, em
que foi contratada para execução de determinado serviço, cujo preço foi de $100. Esse é o
valor que servirá de base de cálculo do imposto.

Contabilidade Tributária I
39

O ISS, portanto, recai sobre a receita bruta. Uma empresa que preste um serviço
técnico, por exemplo, de $10.000, sofrerá retenção na fonte de 6,15% (IR, CSLL, PIS e
COFINS), recebendo líquidos R$ 9.385. O ISS será calculado e cobrado sobre o valor
total dos serviços prestados, ou seja, sobre os $10.000.

Existe uma discussão em relação ao cálculo do ISS, por dentro ou por fora. A lei define
a base como o preço do serviço, direcionando o imposto a ser calculado por dentro,
estando incluído em sua própria base, assim como acontece com o ICMS.

Logo ao se estabelecer o preço do serviço de $10.000, há de se entender que no preço do


serviço estipulado está incluído, a título de exemplo, a alíquota de 5%, que será apenas
destacada na nota fiscal, como acontece com o ICMS.

2.4.1 Base de Cálculo do ISS - Construção Civil


De modo geral, a base de cálculo do ISS é o preço do serviço. Entretanto, na prestação
de serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 7.15 (atividade de construção
civil) da lista de serviço, o imposto será calculado deduzindo-se do preço as parcelas
correspondentes:
• valor dos materiais fornecidos pelo prestador de serviço e incorporado à obra;
• valor das subempreitadas já tributadas pelo ISS.
Exemplo: (Adaptação SOUSA, 2018:141) Passos Lima Construções Ltda foi
contratada para executar obras de instalações hidráulicas em determinado
empreendimento residencial. O preço da empreitada global foi de $130.000 e foram
aplicados $50.000 em tubos, conexões e materiais afins. Também subempreitou
serviço no montante de $20.000, já tributados pelo ISS. Portanto a base de cálculo
do ISS será de:

Preço do Serviço. $130.000


(-) Gastos incidentes na prestação do serviço passivo de dedução para efeito $70.000
de cálculo do ISS.
-materiais aplicados, $50.000
-subempreitada, já tributada pelo ISS, $20.000
(=) Base de Cálculo do ISS $60.000

2.5 Alíquota do ISS


A Emenda Constitucional (EC) nº 37/02 diz que cabe à Lei Complementar a definição
das alíquotas máxima e mínima do ISS. Não pertence à União, portanto, a definição das
alíquotas, tarefa que cabe aos municípios. Apenas há limite mínimo e limite máximo,
devendo a alíquota se situar entre os dois polos.

João Vicente Costa Neto


40

2.5.1 Alíquotas Mínimas e Máximas do ISS


A alíquota máxima definida na LC 116/2003, conforme Art. 8º, é de 5%, não prevendo
alíquota mínima. Até a edição da LC157/2016, tomava-se como parâmetro para
estabelecer a alíquota mínima do ISS a EC 37/02, que estabelecia a alíquota mínima em
2%, até que a Lei Complementar fizesse a regulamentação.

Agora, com a inserção do Art. 8º-A, na LC116/2003, por meio da LC 157/2016, a alíquota
mínima do ISS é de 2%.

Nesse contexto, as alíquotas do ISS de determinado serviço devem observar as regras


internas de cada Município, estabelecidas nos seus Códigos de Rendas Municipais, vez
que eles são livres para estabelecer alíquotas do ISS entre 2% e 5%. Para as empresas
optantes do Simples Nacional, ver regra específica.

2.6 Local da Prestação do Serviço e do Recolhimento do Imposto


O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento
prestador ou, na falta do estabelecimento, o local do domicílio do prestador, exceto nas
hipóteses previstas nos itens I a XXII do Artigo 3º da Lei Complementar 116/2003.

Essas exceções trazidas pela LC 116/2003 foram o grande salto na regulamentação do


ISS no Brasil, mantida pela LC 157/2016, em que determina a tributação no local da
prestação efetiva do serviço, com o recolhimento do imposto ao Município do local do
serviço prestado. Portanto o serviço é considerado prestado e o ISS devido no local:

1. do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de


estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso de serviço proveniente do
exterior do país ou cuja prestação lá tenha se iniciado;

2. da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos


serviços de cessão de uso temporário;

3. da execução da obra, no caso dos serviços de execução, por administração,


empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e
de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação,
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação
e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos
serviços, que fica sujeito ao ICMS), ou acompanhamento e fiscalização da execução
de obras de engenharia, arquitetura e urbanismo;

Contabilidade Tributária I
41

4. da demolição, no caso dos serviços de demolição;

5. do local da obras, nas edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres;

6. da execução dos serviços de varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento,


reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer;

7. da execução dos serviços de limpeza, manutenção e conservação de vias e


logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres;

8. da execução dos serviços de decoração e jardinagem, de corte e poda de árvores;

9. da execução dos serviços de controle e tratamento do efluente de qualquer


natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos;

10. da execução dos serviços de florestamento, reflorestamento, semeadura,


adubação e congêneres;

11. da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres;

12. da limpeza e dragagem, no caso dos serviços de limpeza e dragagem de rios,


portos, canais, baías, lagos, lagoas, represas, açudes e congêneres;

13. onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços de guarda e
estacionamento de veículos terrestres automotores, de aeronaves e de embarcações;

14. dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou
monitorados, no caso dos serviços de vigilância, segurança ou monitoramento de
bens e pessoas;

15. de armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no


caso dos serviços próprios;

16. da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres,


exceto em relação aos serviços de produção, mediante ou sem encomenda prévia,
de eventos, espetáculos, entrevistas, shows, balé, danças, desfiles, bailes, teatros,
óperas, concertos, recitais, festivais e congêneres;

17. do município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços de
transportes municipais;

18. do estabelecimento do tomador da mão de obra ou, na falta de estabelecimento,


onde ele estiver domiciliado, no caso do fornecimento de mão de obra, mesmo
em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou
temporários, contratados pelo prestador de serviço;

João Vicente Costa Neto


42

19. da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento,


organização e administração, no caso dos serviços de planejamento, organização e
administração de feiras, exposições, congressos e congêneres; e

20. do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário,


no caso dos serviços de transporte descritos.
Então, nos 20 casos descritos acima, o ISS será devido no local determinado pelo
legislador, que será, basicamente, o local onde o serviço efetivamente foi prestado.

Nos demais casos, não descritos expressamente pelo legislador, o ISS será devido no local
do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do
prestador.

Com bem descreve Sousa(2018, p.144), é importante ter cuidado na identificação do


local para o qual o ISS é devido. A título de exemplo, veja-se o caso de um show musical
em determinada casa de evento em que:

a. o ISS incidente sobre o serviço de apresentação da banda é devido para o


município em que se localiza a casa de evento; e

b. o ISS incidente sobre o serviço de produção do show é devido para o município


em que a produtora tem sua sede.

Sabendo um pouco mais


Art. 4o da LC 116/03: Considera-se estabelecimento prestador o local onde o con-
tribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou tem-
porário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes
para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento,
sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham
a ser utilizadas.

Vejamos, também, o exemplo extraído do livro de Pegas(2017, p. 214) (adaptado) - o ISS


cobrado sobre pedágio: Nos serviços de locação, sublocação, arrendamento, direito de
passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos,
dutos e condutos de qualquer natureza, a base de cálculo será proporcional à extensão
desses itens existentes em cada município, quando forem prestados no território de mais
de um município.

Contabilidade Tributária I
43

A concessionária responsável pela exploração da famosa Rodovia 324, que liga Salvador
a Feira de Santana, passando por vários municípios, deve pagar o ISS sobre a receita de
pedágio aos municípios na proporção da extensão da rodovia. Didaticamente, suponha
as seguintes informações (todas hipotéticas):

• receita de pedágio de $2 milhões em determinado mês;

• a Rodovia 324 tem 100 km, passando por 5 municípios; e

• o município de Simões Filho tem 10 km da rodovia e alíquota de ISS de 5%.


Neste caso, o ISS teria uma base de cálculo de R$ 200 mil para a cidade de Simões Filho
($2 milhões × 10%). Aplicando a alíquota (5%), teríamos ISS de $10 mil a ser recolhido a
Simões Filho.

Apenas para completar o entendimento, admita que o município de São José, que é um
dos municípios em que passa a rodovia 324, tivesse uma área de extensãode 20 km e que
a alíquota lá fosse de 4%. O ISS seria de $16 mil ($2 milhões × 20% × 4%) a ser recolhido
para a cidade de São José.

A concessionária responsável pela exploração da famosa Rodovia 324 deve gerar várias
guias de recolhimentos de ISS mensalmente para os municípios em que passa a rodovia,
conforme a extensão existente de exploração em cada município.

2.7 Contribuinte de Fato e Contribuinte Responsável do ISS


Os contribuintes do ISS são os prestadores de serviços, pessoas físicas ou jurídicas, com ou
sem estabelecimento fixo, dos serviços especificados na tabela anexa à Lei Complementar
nº 116/2003.

A LC 116/2003 permitiu que cada município determinasse, em legislação própria, a


instituição da figura do contribuinte responsável, para retenção do ISS dos prestadores
de serviços.

E, uma vez instituída lei municipal, o contribuinte responsável será obrigado a cumprir o
pagamento do imposto em nome do contribuinte de fato, inclusive com os acréscimos de
multa e juros. As legislações municipais têm poder para regulamentar o assunto (Art. 6º,
da LC 166/03).

Por exemplo, no município do Salvador, o tomador de serviço deve reter e recolher o


imposto de prestação de serviço de aula dadas por professores, contribuinte pessoa física,
à alíquota de 5%, exceto, se este comprovar que faz recolhimento de forma anual na forma
da legislação.

João Vicente Costa Neto


44

Sabendo um pouco mais


Mesmo nos caso em que não haja legislação municipal determinando a retenção,
o tomador do serviço será responsável caso o prestador não recolha o imposto
devido nos seguintes serviços descritos na lista: 3.05, 7.02, 7.05...(vide Art.6º §2,
II, da LC 116/03) [Cessão de andaimes, palcos, demolição, reparação, conservação
e reforma de edifícios, limpeza...]

2.8 Contabilização do ISS


A contabilização do ISS deve ser analisada aqui sobduas vertentes, ou seja, sob a ótica do
Prestador de Serviço e sob a ótica doTomador de Serviço, conforme duas perspectivas
que podem acontecer no pagamento do imposto, isto é:

(1) sem retenção do ISS, neste caso, tendo o Prestador de Serviço a responsabilidade
do recolhimento do imposto aos cofres do Município, como o contribuinte do
imposto propriamente dito; e
(2) com retenção do ISS, como os casos do Art. 6º, da LC 166/03, em que os
municípios legislaram determinando a retenção e recolhimento do imposto pelo
tomador do serviço, como contribuinte responsável.

Contabilização da Receita sem Contabilização da Receita com


Retenção do ISS Retenção do ISS
Prestador de serviço Prestador de serviço
D – Duplicata a Receber (AC) ou Banco D - Duplicata a Receber (AC) ou Banco
Conta Movimento/Caixa (AC) Conta Movimento/Caixa (AC)
C – Receita Bruta de Serviços (R) D – Tributos a Recuperar/ISS Retido (AC)
+++ C – Receita Bruta de Serviços (R)
D – Dedução da Receita Bruta / ISS s/ +++
Vendas de Serviços (R) D – Dedução da Receita Bruta / ISS s/
C – ISS a Recolher (PC) Vendas de Serviços (R)
C – Tributos a Recuperar / ISS Retido (AC)

Tomador de serviço Tomador de serviço


D – Custo ou Despesa Operacional / D – Custo ou Despesa Operacional / Serviço
tomado (R)
Serviço tomado (R)
C - Tributos a Recolher / ISS s/Serviço Tomado
C – Duplicata a Pagar (PC) ou Banco Conta (PC)
Movimento/Caixa (AC) C – Duplicata a Pagar (PC) ou Banco Conta
Movimento/Caixa (AC)

Quadro 4: Tipos de contabilização do ISS | Tabela: Marcos Nascimento

Contabilidade Tributária I
45

Sabendo um pouco mais


Este texto foi produzido com a perspectiva de ser um material didático comple-
mentar do leitor, vez que dúvidas serão tiradas em sala de aula (chat). Significa
dizer, também, que o leitor deve consultar a literatura complementar indicada
pelo Professor, tipo livros, artigos, legislação, etc.

SÍNTESE DA UNIDADE I
A Unidade I está estruturada nos conteúdos dos Capítulos 1 e 2. Nesse sentido,é
apresentada uma revisão de conteúdos já adquiridos por todos vocês que estão
desenvolvendo o Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis na modalidade EaD da
UFBA, em relação às disciplinas de Direito da matriz curricular do curso, em especial a
de Legislação Tributária, quanto aos aspectos gerais do Sistema Tributário Nacional, e,
então, analisar um dos tributos incidentes sobre as operações de um dos segmentos da
estrutura econômica do País, o setor de Serviços. Este tributo é o Imposto sobre Serviço de
Qualquer Natureza (ISSQN), comumente conhecido pela sigla ISS, tratado no Capítulo
2, onde foi apresentada sua estrutura básica, bem assim algumas peculiaridades, além da
apuração da base de cálculo e o imposto a ser recolhido aos Municípios, como também
sua contabilização e seu relacionamento nas demonstrações contábeis da empresa.

Ao final de cada capítulo são apresentados exercícios de fixação do conteúdo.

Boa Leitura!

João Vicente Costa Neto


46

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: ISS


Q1. (CESGRANRIO – PETROBRAS, 2010, apud PEGAS, 2017) Um dos pontos
mais controversos do imposto sobre serviços recai sobre o local onde ele é
devido. A Lei Complementar no 116/03 apresenta, no seu Art. 3o, 20 casos de
serviços específicos definindo onde o Imposto sobre Serviços (ISS) é devido. De
acordo com tal diploma legal, para os 20 casos nele especificados, o ISS é devido
no local:

(A) Do estabelecimento do contratante do serviço.

(B) Do estabelecimento do prestador do serviço.

(C) Habitual onde o contratante paga os serviços.

(D) Habitual onde o prestador desenvolve a sua atividade.

(E) Onde o serviço é prestado.

Q2. (PEGAS, 2017) Conforme previsto na LC 116/03, o ISS será devido:

(A) Nas exportações de serviços para o exterior.

(B) Nos serviços prestados no Brasil, quando pagos por residente no exterior.

(C) Sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários.

(D) Pelos membros de conselho fiscal ou consultivo de empresas e fundações.

(E) Sobre o valor dos juros de operações de crédito de bancos sediados no Brasil.

Q3. (PEGAS, 2017) A Lei Complementar no 116/03 diz que a alíquota máxima
do ISS será:

(A) 2% para todos os serviços, sem exceção.


(B) 5% para todos os serviços, sem exceção.
(C) 5% para todos serviços, exceto para os serviços de diversão pública, que é 10%.
(D) 10% para todos os serviços, sem exceção.
(E) 10% para todos serviços, exceto para os serviços de diversão pública, que é 5%.

Contabilidade Tributária I
47

Q4. (FCC, NOSSA CAIXA SP, 2011, apud PEGAS, 2017) O Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza, regulamentado pela Lei Complementar no
116/2003:

(A) Incide sobre todos os tipos de serviços, inclusive os serviços de transportes e


fornecimento de energia elétrica.
(B) Não incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços
públicos explorados economicamente, mediante autorização, permissão ou
concessão.
(C) É de competência estadual, sendo que um quarto de seu valor deve
compulsoriamente ser repassado aos municípios sediados no Estado da Federação.
(D) Incide somente sobre os serviços constantes da lista anexa da referida lei
complementar, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante
do prestador.
(E) Não incide sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação
tenha se iniciado no exterior do País.

Q5. (PEGAS, 2017) Uma empresa do setor de serviços, tributada pelo lucro
real, presta serviços em março, com o recebimento ocorrendo metade em
março e metade em abril. Seguindo as determinações legais, o valor do ISS será
registrado na DRE:

(A) Em março, deduzindo a receita bruta.


(B) Em março, na conta de despesas administrativas.
(C) Em abril, deduzindo a receita bruta.
(D) Em abril, na conta de despesas administrativas.
(E) Parte em março (50%) e parte em abril (50%).

Q6. (PETROBRAS, 2011, apud PEGAS, 2017) O Imposto sobre Serviços de


Qualquer Natureza (ISS) é da competência dos municípios nos termos das
determinações da Constituição Federal/88, em vigor. Entretanto, apesar dessa
atribuição constitucional de competência, o ISS é regido, a partir de 2003,
pela Lei Complementar no 116/2003, sendo dela, também, a determinação da
alíquota máxima permitida para a cobrança desse imposto, que a fixou para
jogos e diversão pública, no percentual de

(A) 2% (B) 3% (C) 4% (D) 5% (E) 10%

João Vicente Costa Neto


48

Q7. (PEGAS, 2017) A Cia. Praça-MG presta serviço de dedetização por R$ 700,
separando a nota fiscal da seguinte forma: produtos utilizados = 200; serviços
= 500. Considerando a alíquota máxima para o ISS, as regras de tributação do
imposto definidas na Constituição Federal e na LC 116/03, e sabendo que o
ICMS tem alíquota de 18% para todos os produtos vendidos em MG, informe o
ISS devido na operação:

(A) R$ 10 (B) R$ 25 (C) R$ 35 (D) R$ 50 (E) R$ 70

Q8. (PEGAS, 2017) Uma oficina mecânica prestou serviços de manutenção de


um automóvel, cobrando R$ 1.000,00 ao cliente, sendo R$ 600 pelo serviço e R$
400 pelas mercadorias. Considerando as Leis Complementares no 87/96 e no
116/03, e utilizando alíquota de 12% para o ICMS e a alíquota máxima para o
ISS, o total dos dois impostos calculados na operação atinge o montante de:

(A) R$ 120,00 (B) R$ 108,00 (C) R$ 92,00 (D) R$ 78,00 (E) R$ 50,00

Q9. (CESGRANRIO – PETROBRAS, 2010, apud PEGAS, 2017) A empresa


Elevada cobrou R$ 11.000,00 pelo serviço de manutenção de dois elevadores.
Estão incluídas nesse valor as peças hidráulicas, no valor de R$ 2.300,00; as
partes mecânicas, no valor de R$ 1.200,00 e as partes dos componentes elétricos,
no valor de R$ 2.500,00. Sabendo-se que a alíquota de Imposto Sobre Serviços
(ISS) é de 5%, o ISS devido pela Elevada, nesse serviço, em reais, é:

(A) R$ 250,00 (B) R$ 325,00 (C) R$ 365,00 D) R$ 385 (E) R$ 500

Q10. (PEGAS, 2017) Constitui fato gerador do ISS a:

(A) Locação de imóvel realizada por empresas imobiliárias.


(B) Venda de combustíveis por postos revendedores aqui instalados.
(C) Prestação de serviços sob relação de emprego.
(D) Venda de eletrodomésticos pelas lojas de departamento.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E B B D A D C D A A

Contabilidade Tributária I
IPI %

%
%
%
%
%
%

ICMS
%
%
% %

%
% %
% %
%
% % %
% % %
% %
% %
%
% %
% %
%

%
%
% %

UNIDADE II – Imposto sobre Operações relativas à


Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI)
1. Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)
Objetivos:
• Apresentar a estrutura conceitual do ICMS.

• Destacar os textos constitucionais vigentes, entendendo a lógica do imposto


estadual em conformidade com a regra geral.

• Identificar os elementos fundamentais do ICMS, como contribuintes, fato


gerador, alíquota e base de cálculo.

• Definir adequadamente a utilização de alíquotas, tanto nas operações internas


como nas interestaduais, com destaque para a LC 87/96 e a EC 87/15.

• Conhecer as variadas modalidades de apuração do ICMS.

Contabilidade Tributária I
50

1. ICMS
A Constituição Federal de 1988 permitiu aos Estados e ao Distrito Federal instituírem o
Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de transporte
intermunicipal e interestadual e de comunicações (ICMS), conhecido antes como ICM,
hoje como ICMS.

O ICMS está presente em nossa vida em quase todos os momentos. Como diz Pegas(2017),
quando tomamos o café da manhã, quando almoçamos, quando compramos um caderno,
uma água mineral, quando ouvimos rádio ou ligamos a TV para assistir a um programa
favorito, em todas essas situações há a ocorrência do ICMS.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um tributo estadual


que incide sobre produtos de diferentes tipos, desde eletrodomésticos a parafusos, e que
se aplica tanto à comercialização dentro do país como a bens importados.

Na prática, esse imposto é cobrado de forma indireta, ou seja, seu valor é adicionado ao
preço do produto comercializado ou do serviço prestado. Ao vender uma mercadoria ou
realizar alguma operação em que se aplique o ICMS, é efetuado o fato gerador quando a
titularidade deste bem ou serviço passa para o comprador. Ou seja, o tributo só é cobrado
quando a mercadoria é vendida ou o serviço é prestado para o consumidor, que passa a
ser o titular deste item ou do resultado da atividade realizada.

1.1 Competência do ICMS


É um imposto de competência dos Estados/Distrito Federal que incide sobre produtos
de diferentes tipos, desde um automóvel a uma pipoca, e que se aplica tanto em relação à
comercialização dentro do país, quanto a importações de bens e serviços do exterior.

Como estabelecido no Art. 155, Inc. II, da Carta Magna, compete aos Estados e ao Distrito
Federal instituir impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Ao vender uma mercadoria ou realizar alguma operação em que se aplique o ICMS,


ocorre o fato gerador quando a titularidade deste bem ou serviço passa para o comprador.
Ou seja, o ICMS só é cobrado quando a mercadoria é vendida ou o serviço é prestado para
o consumidor, que passa a ser o titular deste item ou do resultado da atividade realizada.

Contabilidade Tributária I
51

1.2 Fato Gerador do ICMS


O fato gerador do ICMS corresponde à circulação de mercadorias ou à prestação de
determinados serviços, o que compreende:

• saída de mercadorias, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte,


comercial, industrial ou produtor, ainda que para outro estabelecimento do mesmo
titular;

• prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de


comunicações e telecomunicações (a partir da CF/88);

• entrada de mercadorias importadas no estabelecimento de contribuinte,


comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de mercadorias para consumo
ou bem do ativo imobilizado;

• fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na


competência tributária dos municípios;

• outros itens de incidência consulte Art. 2º da LC 87/96.

1.3 Regulamentação na Constituição


A Constituição Federal dispõe sobre o ICMS no capítulo do Sistema Tributário Nacional.
O Art. 155 trata inicialmente da autorização para cobrança dos impostos estaduais, sendo
o ICMS autorizado no Inciso II, conforme destaque a seguir:

Sabendo um pouco mais


Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as ope-
rações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 3, de 1993)

Logo a seguir, no § 2º, do Art. 155, da CF/88, são apresentados alguns desdobramentos
em relação à cobrança do ICMS. Então, vejamos:

João Vicente Costa Neto


52

• Não Cumulatividade: será não-cumulativo, compensando-se o que for devido


em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços
com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo
Distrito Federal;

• Isenção: o instituto da isenção ou não-incidência, salvo determinação em


contrário da legislação:

a. não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações
ou prestações seguintes;

b. acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores.

• Seletividade: o ICMS poderá ser seletivo, em função da essencialidade das


mercadorias e dos serviços;

• Alíquota: a resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da


República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de
seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação;

• Alíquota Interna: terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.
Atualmente não há limite

• Limite mínimo e máximo da alíquota: é facultado ao Senado Federal:

a. estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução; e

b. fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico
que envolva interesse de Estados, mediante resolução.

Sabendo um pouco mais


Na forma estabelecida no Inc. VI, § 2º, do Art. 155, da CF/88, salvo deliberação em
contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no Inciso XII,
“g” (incentivos fiscais), as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação
de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às pre-
vistas para as operações interestaduais.

Contabilidade Tributária I
53

• Diferença de Alíquota: a responsabilidade pelo recolhimento do imposto


correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual caberá
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)

a. ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

b. ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

• Incidência do imposto: incidirá também:

a. sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física


ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a
sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto
ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

b. sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com


serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

1.4 Não Incidência do ICMS (CF, Inciso X, do § 2º, do Art. 155)


a) sobre operações que destinem mercadorias/serviços para o exterior, assegurada
a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações
e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,


combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no Art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão


sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19/12/2003)

João Vicente Costa Neto


54

Sabendo um pouco mais

Inciso XI, do § 2º, do Art. 155, da CF/88 assim dispõe: não compreenderá, em sua
base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a
operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industria-
lização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

1.5 Legislação Regulamentar


O ICMS, conforme previsão constitucional, teve suas regras básicas, em nível nacional,
reguladas pelo convênio ICM nº 66/88, o qual foi revogado em 13 de setembro de 1996
pela Lei Complementar no 87 (conhecida do público como Lei Kandir), que passou a
balizar o assunto, juntamente com os convênios firmados entre os Estados.

No caso específico do Estado da Bahia, o ICMS está regulamentado pela Lei Estadual
nº Lei 7.014 de 04/12/96 e alterações posteriores. Essa Lei está regulada pelo Decreto nº
13.780 de 16/03/12, que, entrando em vigor em 01/04/12, publicou o Regulamento do
ICMS (RICMS). A consulta está disponível no endereço eletrônico www.sefaz.ba.gov.br,
já com as atualizações.

! Recomendação
Desenvolver uma leitura de todo o Art. 155, da CF/88, em especial Inciso II, com-
binado com § 2º, que é composto dos Incisos de I a XII, além dos §§ 3º, 4º, 5º e 6º,
onde se encontram as disposições sobre o ICMS do Estado brasileiro, como um
todo.

1.5.1 Créditos do ICMS e o Método Não Cumulativo


O ICMS é, por determinação constitucional, um imposto não cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação de venda com o montante cobrado
nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado nas compras.

Contabilidade Tributária I
55

O contribuinte tem o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado, relativo


à mercadoria entrada (de forma real ou simbólica) em seu estabelecimento, inclusive as
mercadorias destinadas a uso e consumo, ao ativo permanente ou ao recebimento de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

! Destaque
A Carta Magna diz que o imposto será não cumulativo, permitindo, a princípio,
a compensação de todo o ICMS pago, indiretamente, nas aquisições da empresa.
Nessa perspectiva, a Carta Magna não proíbe o crédito do imposto na aquisição
de bens de uso e consumo, apenas postergou o início da possibilidade de crédito
de ICMS nos itens de uso e consumo para JAN/2020, através de LC 138/10. Em
relação à aquisição de bens do ativo imobilizado, a LC também não proíbe uso do
crédito, entretanto só autoriza utilizar na proporção de1/48 (hum e quarenta e
oito avos), tendo seu registro e controle no livro SIAPE.

1.6 Base de Cálculo do ICMS


Abase de cálculo do ICMS, de modo geral, é o valor da operação com mercadorias,
incluindo importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador,
excluídos os descontos incondicionais.

Vejamos o exemplo prático a seguir na Tabela 1:

Tabela 1:Explicativo da Base de Cálculo de ICMS por natureza da operação,


com incorporação ao Estoque ou Ativo Fixo
Nota fiscal Mercadoria para Mercadoria para Mercadoria para
industrializar comercializar uso e consumo ou
integrar ativo

Valor da mercadoria 1.000 1.000 1.000


Valor do IPI (10%) 100 100 100

Valor do ICMS (18%) 180 180 198


Valor Total da NF 1.100 1.100 1.100

Valor incorporado ao
$820 $920 $ 1.100
Estoque / Imobilizado

Tabela 1:Explicativo da Base de Cálculo de ICMS por natureza da operação, com incorporação ao Estoque ou
Ativo Fixo | Tabela: Marcos Nascimento

João Vicente Costa Neto


56

A base de cálculo do ICMS está diretamente relacionada com a natureza da operação.


Pois bem! O ICMS é um imposto "por dentro", diferentemente do IPI, que é "por fora", ou
seja, o ICMS integra a sua própria base de cálculo, que é o valor da mercadoria incluindo
importâncias acessórias.

Significa dizer que, no valor da mercadoria para as 3(três) situações destacadas na


Tabela 1 acima, está embutido o ICMS decorrente das operações. Nas situações em que
a operação é para comercializar ou industrializar, havendo IPI na operação, este não faz
parte da base de cálculo do ICMS. Na situação em que a mercadoria se destina ao uso e
consumo ou integrar ativo fixo do adquirente, o IPI compõe a base de cálculo do ICMS.

Logo, tanto a operação de venda da mercadoria para comercializar ou industrializar, a


base de cálculo do ICMS é o valor da mercadoria, sem incorporar o valor do IPI, ou seja,
$1.000, e, aplicando a alíquota de 18%, vamos encontrar o ICMS de $180. Diferentemente
da operação de venda da mercadoria para uso e consumo ou incorporar ao ativo fixo do
adquirente, o IPI compõe a base de cálculo do ICMS. Assim, somando o IPI de $100 ao
valor da mercadoria de $1.000,temos a base de cálculo do ICMS de $1100, e, aplicando a
alíquota interna de 18%,encontramoso ICMS de $198. (Vide Tabela 1 acima).

1.6.1 Aspectos Contábeis: valores incorporados ao Estoque ou Ativo Fixo/Consumo


Sobre o valor que será incorporado ao Estoque ou Ativo Fixo, deve-se observar se
a operação de venda subsequente, decorrente da entrada no estabelecimento do
contribuinte, resultará na incidência do IPI e/ou ICMS, podendo ocorrer 3(três)
situações, como destacado naTabela 1:

• Empresa industrial: nas saídas dos produtos decorrentes da entrada das


mercadorias no estabelecimento da empresa adquirente, incidirão IPI e ICMS, logo
são impostos recuperáveis. Assim devem ser expurgados do valor a ser incorporado
no estoque, vez que serão recuperados na venda pela compensação do crédito, pelo
princípio da não comutatividade intrínseco dos dois impostos, o ICMS e o IPI, não
integrando o custo da aquisição.

Então o valor a ser apropriado ao estoque, regra geral na empresa industrial, é dado
pela seguinte fórmula:

E(Indústria) = Valor Total da NF (--) Valor do IPI ( -) Valor do ICMS

• Empresa comercial: nas saídas dos produtos decorrentes da entrada das


mercadorias no estabelecimento da empresa adquirente, incidirá apenas o ICMS.
Não há incidência do IPI na saída de empresa comercial. Assim deve ser expurgado

Contabilidade Tributária I
57

do valor a ser incorporado no estoque apenas o ICMS, vez que será recuperado
na venda pela compensação do crédito, dado o princípio da não comutatividade
intrínseco do ICMS, não integrando o custo da aquisição.

Então o valor a ser apropriado ao estoque, regra geral na empresa comercial, é dado
pela seguinte fórmula:

E(Comércio) = Valor Total da NF (--) Valor do ICMS

• Empresa de Serviço: nas saídas dos produtos/serviços decorrentes da entrada


das mercadorias no estabelecimento da empresa adquirente, não incidirá IPI nem
tampouco ICMS. Os produtos adquiridos são tratados como insumo aos produtos/
serviços que vão desenvolver. A empresa de serviço está ao alcance do ISS, não
tendo como recuperar o IPI e o ICMS pagos de suas aquisições. Assim, deve ser
incorporado ao estoque tanto o IPI quanto o ICMS pagos na aquisição, ou seja, não
devem ser expurgados da nota fiscal quando da sua incorporação ao estoque.

E(Serviço) = Valor Total da NF

Semelhante tratamento deve ser dado nas aquisições de mercadorias para uso ou
consumo, ou integrar o ativo fixo da empresa, qualquer que seja o segmento, se
indústria, comércio ou serviço. Todo o valor de impostos pagos é incorporado aos
valores dos estoques de uso ou consumo, ou ao valor do bem integrado ao ativo
fixo, isto é, todo o valor da nota deve ser incorporado aos estoques ou integrar o
ativo fixo da empresa, regra geral independente do segmento, se indústria, comércio
ou serviço, exceto se a empresa, em relação à aquisição para integrar ao ativo
fixo, aproveitar o crédito na sua escrita fiscal 1/48 avos, em que, neste caso, deve
incorporar sem o crédito do imposto aproveitado na escrita fiscal.

1.7 Alíquota do ICMS


O ICMS é um imposto que tem muitas particularidades na determinação da alíquota.
Pois bem! A alíquota interna é determinada individualmente em cada Estado pela
legislação estadual. Regra geral, é de 18%, porém podem existir alguns Estados que
utilizam a alíquota de 17%, como era o caso da Bahia até início de 2016.

A definição da alíquota interestadual é de competência do Senado Federal, i.e., o Senado


é o órgão responsável pela definição das alíquotas aplicadas nas operações interestaduais,
bem assim fixar alíquotas máximas e mínimas. Atualmente não há limite.

João Vicente Costa Neto


58

.
Sabendo um pouco mais
O inciso V, Art. 115, da CF/88 estabelece que é facultado ao Senado Federal: (a)
estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas,e [...] (b) fixar alíquotas
máximas nas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de
Estados, [...]. Atualmente não há limite definido.

No quadro abaixo são apresentadas as alíquotas do ICMS praticadas pelos


estabelecimentos no âmbito nacional:

Quadro 5: Alíquotas do ICMS praticadas pelos estabelecimentos .

Operações Alíquota %

Nas operações internas: [Ver alíquota de cada Estado] Bahia: 18%


Nas operações interestaduais de uma forma geral, quando
destinarem mercadorias para outros contribuintes de Estados 12%
distintos, exceto consumidor final

Nas operações interestaduais: Saída dos Estados das Regiões


Sul e Sudeste, exceto Estado de Espírito Santo, com destino
aos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e Estado de 7%
Espírito Santo

Nas operações interestaduais para consumidor final: [Ver


alíquota interna de cada Estado destino e aplicar a regra da Sergipe: 18%
EC 87/15]. Aplica-se a alíquota interna do destinatário da Bahia: 18%
mercadoria, com a divisão do imposto devido na operação São Paulo: 18%
entre o Estado de origem e destino da mercadoria.
Quadro 5: Alíquotas do ICMS praticadas pelos estabelecimentos | Tabela: Marcos Nascimento

Na prestação de serviço de transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e mala


postal, a alíquota é de 4%, conforme Resolução do SF nº 95/96.

Também, através da Resolução SF nº13/12, a alíquota é de 4% em relação ao ICMS sobre


o comércio interestadual de bens importados.

Contabilidade Tributária I
59

Sabendo um pouco mais


RESOLUÇÃO do SF Nº 13, DE 2012.
Art. 1º A alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), nas operações interestaduais com
bens e mercadorias importados do exterior, será de 4% (quatro por cento).
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos bens e mercadorias importados do
exterior que, após seu desembaraço aduaneiro:
I - não tenham sido submetidos a processo de industrialização;
II - ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento,
montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou
recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de
Importação superior a 40% (quarenta por cento).
§ 2º O Conteúdo de Importação a que se refere o inciso II do § 1º é o percentual
correspondente ao quociente entre o valor da parcela importada do exterior e o
valor total da operação de saída interestadual da mercadoria ou bem.
§ 3º O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) poderá baixar normas
para fins de definição dos critérios e procedimentos a serem observados no
processo de Certificação de Conteúdo de Importação (CCI).
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica:
I - aos bens e mercadorias importados do exterior que não tenham similar
nacional, a serem definidos em lista a ser editada pelo Conselho de Ministros da
Câmara de Comércio Exterior (Camex) para os fins desta Resolução;
II - aos bens produzidos em conformidade com os processos produtivos básicos
de que tratam o Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, e as Leis nºs 8.248,
de 23 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 10.176, de 11 de
janeiro de 2001, e 11.484, de 31 de maio de 2007.
Art. 2º O disposto nesta Resolução não se aplica às operações que destinem gás
natural importado do exterior a outros Estados.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2013.

1.8 Formas de Apuração do ICMS


Existem várias formas de apuração do ICMS, seja decorrente de sua normalidade
na apuração do imposto, seja por especificidades próprias na sua operação, como
substituição tributária, diferença de alíquota, apuração pela receita bruta, apuração
sumária, entre outras. Então vejamos:

João Vicente Costa Neto


60

1.8.1. Regime Normal de Apuração do imposto (C/C Fiscal)


É a apuração, por período mensal, do ICMS devido por qualquer pessoa física ou jurídica
que realize operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviço.

O período de apuração do ICMS é mensal. Assim, a obrigação do ICMS considera-se


vencida na data em que termine o período de apuração e é liquidada por compensação
ou mediante o pagamento do dinheiro, conforme a seguir:

• Por compensação até o montante dos créditos escriturados no mesmo


período, mais o saldo credor de período ou períodos anteriores:

Conta Corrente do ICMS

Itens Débitos Créditos Saldo Anterior


Saldo Inicial - - 100 (C)
Entradas do mês - 500 600 (D)
Saídas do mês 600 - -
Nota: Neste mês não haverá imposto a ser recolhido aos cofres do Estado, vez
que o valor dos créditos no mês somados ao saldo credor do mês anterior
totaliza o mesmo montante dos débitos do mês. Nessa situação, significa dizer
que não se tem ICMS a recolher aos cofres do Estado.

• Por pagamento - se o montante dos débitos do período superar os créditos,


a diferença será liquidada dentro do prazo fixado pela legislação tributária, ou
seja, no caso do Estado da Bahia, até o dia 9 do mês seguinte:

Conta Corrente do ICMS

Itens Débitos Créditos Saldo Anterior


Saldo Inicial - - 100 (C)
Entradas do mês - 500 600 (D)
Saídas do mês 1.000 - 400 (D)
Nota: Neste mês haverá imposto a ser recolhido aos cofres do Estado no mon-
tante do saldo apurado, vez que o valor dos créditos no mês somados ao saldo
credor do mês anterior totaliza um montante menor que os valores dos débitos
no mês, resultando um saldo devedor da conta corrente do imposto. Nessa
situação, significa dizer que se tem um ICMS a recolher aos cofres do Estado no
montante do saldo devedor apurado.

Contabilidade Tributária I
61

• Por transferência - se o montante dos créditos superar os débitos, a diferença


será transportada para o período seguinte:

Conta Corrente do ICMS

Itens Débitos Créditos Saldo Anterior


Saldo Inicial - - 100 (C)
Entradas do mês - 500 600 (C)
Saídas do mês 400 - 200 (C)
Nota: Neste mês não haverá imposto a ser recolhido aos cofres do Estado, vez
que o valor dos créditos no mês somados ao saldo credor do mês anterior
totaliza um montante maior que os débitos do mês. Nessa situação, significa
dizer que não se tem ICMS a recolher aos cofres do Estado e o crédito apurado
será transportado para o mês seguinte.

1.8.2. Regime Substituição Tributária


É a apuração do ICMS em que o substituto tributário é obrigado a calcular, cobrar e
recolher o imposto que será devido nas operações seguintes.

A intenção do fisco neste regime é ter um controle mais seguro na arrecadação do tributo,
com redução de gastos na fiscalização dessas operações, bem como simplificar a forma
prática de tributar as operações de pequeno valor e de grande movimentação.

Na sistemática da substituição tributária do ICMS, sempre teremos a existência de duas


figuras: o substituto e o substituído.

1.8.2.1 Substituto e substituído no ICMS


Substituto é aquele a quem a legislação obriga a, no momento da venda de seu produto,
pagar o imposto próprio e a fazer a retenção do imposto referente às operações seguintes,
recolhendo-o em separado daquele referente a suas próprias operações. Por sua vez, o
Substituído é o comerciante que adquire a mercadoria com imposto retido.

Sabendo um pouco mais


Os responsáveis tributários, atribuídos como substitutos, são: o fabricante,
importador, ou arrematante de mercadoria importada do exterior e apreendida,
assim como qualquer estabelecimento que tenha recebido de outro Estado ou do
Distrito Federal mercadoria sujeita à substituição sem a retenção antecipada do
imposto.

João Vicente Costa Neto


62

1.8.2.2 Modalidade de Substituição Tributária


• Substituição Tributária por Diferimento
Dar-se-á o diferimento quando o lançamento e o pagamento do imposto incidente
sobre determinada operação ou prestação forem adiados para uma etapa posterior,
atribuindo-se a responsabilidade pelo pagamento do imposto diferido ao adquirente ou
destinatário da mercadoria ou ao usuário do serviço na condição de sujeito passivo por
substituição vinculado à etapa posterior de comercialização do produto.

Exemplo: [PETROLEO] Saídas internas de petróleo do estabelecimento produtor com


destino ao refinador (REFINARIA-PETROBRAS), o ICMS devido nessa operação de
saída tem seu lançamento e apuração transferido para o momento da saída dos produtos
resultantes do refino dessa matéria prima sob a responsabilidade do estabelecimento
refinador (REFINARIA LANDULFO ALVES).

• Substituição Tributária por Antecipação


Dar-se-á a antecipação quando o contribuinte é responsável pelo lançamento e
recolhimento do ICMS devido na operação ou operações a serem realizadas pelos
adquirentes das mercadorias ou dos serviços prestados, vinculado à etapa posterior de
comercialização, aplicando a alíquota interna sobre base de cálculo acrescida da MVA
(Margem de Valor Adicional).

De uma maneira simplificada, diz-se que, na substituição tributária subsequente, é o


primeiro contribuinte da cadeia produtiva que ficará responsável pela retenção e o
pagamento do imposto referente às operações subsequentes. Ou seja: o sujeito passivo
recolhe dois impostos, aquele devido pelas operações próprias e o devido pelas operações
subsequentes.

Exemplo: A AMBEV, produtora de bebidas (cervejas e refrigerantes), recolhe dois


impostos, aqueles devidos de suas operações próprias, que é a venda propriamente dita
ao comprador, no dia 9 de cada mês, chamado de ICMS normal. Também, por estar
vendendo produto da substituição tributária, é obrigada a recolher o imposto devido
pelas operações subsequentes, ou seja, o imposto até o consumidor final, neste caso
recolhe um outro imposto, chamado de ICMS-ST no dia 25 de cada mês.

1.8.2.3 Cálculo da Substituição Tributária


Os produtos que estão na substituição tributária por antecipação (substituição
progressiva ou “para frete”) constam no anexo 1 do RICMS/BA, aprovado pelo Decreto
Estadual n.º 13.780/12; para visualizar este anexo, acesse o site www.sefaz.ba.gov.br, clique

Contabilidade Tributária I
63

em “legislação e contencioso” => “textos legais” “RICMS/2012 – anexo 1 – Substituição


tributária.

Exemplo de produtos que estão abarcados pelo instituto da substituição tributária:


Peças, componentes e acessórios para veículos automotores; (Item 3) Cervejas, Chope,
Refrigerantes, Água e Outras Bebidas; (Item 4) Cigarros e Outros Produtos Derivados do
Fumo. Vide: www.sefaz.ba.gov.br, clique em “legislação e contencioso” => “textos legais”
“RICMS/2012 – anexo 1 – Substituição tributária.

BC = {[(Valor da Mercadoria + Frete + Seguro + IPI + O. Despesas)] x % MVA}

• Exemplo - Substituição Tributária (ST) por Antecipação: Uma indústria


estabelecida na Bahia vende açúcar para contribuinte (mercearia) da Bahia.

1.Valor da Mercadoria 1.000

2.Frete + Seguro 50

3.IPI 100

4.Outras Despesas 50

5. Subtotal-1 (1+2+3+4) 1.200

6.MVA-hipotética (20% de 1.200) 240

7. Subtotal-2 (5+6) 1.440

8. Alíquota Interna 18% (18% de 1.440) 259

9. ICMS Normal (destacado na nota) 198

10. ICMS-ST Calculado (8 - 9) 61

- Conclusão: a indústria recolhe dois DAE no mês subsequente: um DAE de ICMS


normal no dia 9 no valor de $198; e outro DAE de ICMS-ST no dia 25 no valor de
$61. Por sua vez, a mercearia vende o açúcar nas operações subsequentes sem incorrer
qualquer imposto relativo ao ICMS, vez que já pagou todo o imposto até o consumidor
final quando da aquisição da mercadoria, no caso, o açúcar.

João Vicente Costa Neto


64

! Recomendação
RECOMENDAÇÃO DE LEITURA:
CONVÊNIO ICMS 142/18, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2018
Dispõe sobre os regimes de substituição tributária e de antecipação de
recolhimento do Imposto sobre Operações relativas à Circulaçãode Mercadorias
e sobre Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e de Comunicação
(ICMS) com encerramento de tributação, relativos ao imposto devido pelas
operações subsequentes.

1.8.3. Regime Diferença de Alíquota


As entradas de mercadorias de fora do Estado destinadas para uso e consumo ou para
integrar o ativo fixo do adquirente, seja contribuinte do ICMS ou consumidor final -
pessoa física ou jurídica (não contribuinte do ICMS) -, estão sujeitas ao pagamento do
ICMS Difal, correspondente à diferença entre a alíquota interna e à alíquota interestadual.

Até a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 87/15, de 18/04/2015, o ICMS


Difal somente era aplicado nas operações com contribuintes do ICMS. Às vendas
interestaduais para não contribuintes do ICMS eram aplicadas as mesmas alíquotas de
operações internas do Estado de origem, em que todo o imposto incidente na operação
ficava no Estado de origem, ou seja, até a promulgação da EC 87/15, não havia Difal nas
operações com não contribuinte do ICMS.

Entretanto, a EC 87/15 determina que as alíquotas interestaduais sejam aplicadas mesmo


nas operações com não contribuintes. Assim, no caso de vendas de bens e mercadorias
destinadas a não contribuinte cabe a Difal, em que a diferença entre a alíquota interna
e a interestadual deve ser recolhida ao Estado destino, tendo como responsável pelo
recolhimento o contribuinte que efetuou a venda.

De acordo com a EC 87/2015, a responsabilidade pelo recolhimento do imposto


correspondente à diferença entre as alíquotas interna e a interestadual será atribuída:

a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; e

b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto.

• Cálculo do ICMS Difal

Contabilidade Tributária I
65

Conforme Cláusula Décima Quarta, Inc. II, Convênio ICMS 52, de 7/04/2017, para
cálculo do ICMS Difal, deve-se aplicar a seguinte fórmula:

(V oper - ICMS origem)


ICMS ST DIFAL = x ALQ interna - (V oper x ALQ interestadual)
(1 - ALQ interna)

a) ICMS ST DIFAL é o valor do imposto correspondente à diferença entre a


alíquota interna ao consumidor final, estabelecida na unidade federada de destino
para o bem ou a mercadoria, e a alíquota interestadual;

b) V oper é o valor da operação interestadual, acrescido dos valores correspondentes


a frete, seguro, impostos, contribuições e outros encargos transferíveis ou cobrados
do destinatário, ainda que por terceiros;

c) ICMS origem é o valor do imposto correspondente à operação interestadual,


destacado no documento fiscal de aquisição;

d) ALQ interna é a alíquota interna estabelecida na unidade federada de destino


para as operações com o bem e a mercadoria ao consumidor final;

e) ALQ interestadual é a alíquota estabelecida pelo Senado Federal para a operação

• Exemplo: Considere-se uma aquisição de outra UF com BC de $100,00 e


alíquota interestadual de 12% e ICMS de $12,00, cuja mercadoria na UF destino
tenha a alíquota interna de 18%. Aplicando a fórmula, temos:

100-12
ICMS ST DIFAL = x 18% - (100 x 12%) = 7,32
(1-18%)

Logo, nessa operação, a empresa vendedora da mercadoria recolhe um DAE para a UF


de origem no valor de $12,00, correspondente à alíquota interestadual do ICMS (12%);
recolhe o valor do ICMS Difal de $7,32 para a UF de destino da mercadoria, através do
documento de arrecadação próprio chamado GNRE.

Caso esta operação seja com contribuinte do imposto, a responsabilidade pelo


recolhimento do ICMS Difal de 7,32 para a UF destino é do próprio contribuinte
adquirente da mercadoria.

João Vicente Costa Neto


66

1.8.4. Regime Importação


A entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda
quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento,
constitui fato gerador do ICMS. O fato gerador do ICMS Importação ocorre no momento
do desembaraço aduaneiro das mercadorias ou dos bens importados do exterior.

O que dispõe a legislação


A Lei Complementar nº 87/96, através do inc. I, do § 1º do Art. 2º, com redação
dada pela LCP 114 de 16/12/02, reproduzido no Art. 2º, Inc. V, na Lei do Estado
da Bahia de nº 7.014 de 4/12/96, assim prescreve:
I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer
que seja a sua finalidade;

• Cálculo do ICMS Importação no Estado da Bahia (Art. 17, Inc. VI, da Lei
7.014/96)
A base de cálculo do ICMS importação é o valor da mercadoria ou bem constante nos
documentos de importação, convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio
utilizada no cálculo do imposto sobre a importação, acrescido do próprio imposto sobre
a importação, o imposto sobre produtos industrializados, o imposto sobre operações de
câmbio e quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras cobradas
ou debitadas ao adquirente, relativas ao adicional ao frete para renovação da marinha
mercante, armazenagem, capatazia, estiva, arqueação e multas por infração.

Exemplo: Determinada empresa situada no Estado da Bahia importou mercadorias


diretamente do exterior. Os valores, já convertidos pela mesma taxa de câmbio no cálculo
do Imposto Importação (II), foram: [SOUSA, 2018, p.105]

CÁLCULO DO ICMS IMPORTAÇÃO


A – Valor FOB...................................................................................................... 3.000,00
B – Frete................................................................................................................ 2.070,00
C – Seguro............................................................................................................ 9,00
D – Valor CIF (A+B+C)..................................................................................... 5.079,00
E – Imposto Importação: (D * 2%)................................................................... 101,58
F – IPI: [(D+E) * 15%]........................................................................................ 777,09
G – PIS: (D * 1,65%)........................................................................................... 83,80
H – COFINS (d* 7,6%)...................................................................................... 386,00
I – Taxa DI........................................................................................................... 214,50
J – Soma: (D+E+F+G+H+I)............................................................................. 6.641,97
K – Base de Cálculo do ICMS Importação (J/1-18%)................................... 8.099,97
I - ICMS Importação (18% de K)..................................................................... 1.457,99

Contabilidade Tributária I
67

Vê-se, então, que a empresa importadora tem um ICMS Importação de R$1.457,99 a


recolher no desembaraço aduaneiro das mercadorias.

1.8.5 Outras Formas de Apuração do ICMS


Há outras formas de apuração do ICMS, tais como Antecipação Parcial do ICMS (Art.
12-A, da Lei 7.014/96), Apuração em Função da Receita Bruta (Decreto Atacadista, Bares
e Restaurantes, etc), Apuração Sumária (RICMS-BA/12, Art.318), entre outras.

Recomenda-se fazer uma leitura do Regulamento do ICMS do Estado da Bahia em


situações não tratadas aqui.

1.9 Tratamento Contábil do ICMS


De forma geral,o ICMS na contabilidade é tratado de 2(duas) formas, assim chamadas:
"Conta Corrente do ICMS" e "Conta Distinta do ICMS".

1.9.1. Conta Corrente do ICMS


Nessa situação, o controle contábil do crédito do ICMS pelas aquisições e dos débitos do
ICMS pelas vendas dá-se em uma só conta contábil de controle, criada no ativo circulante,
sob o título "ICMS a Recuperar", em que, ao final do mês, se verifica o saldo.

Se essa conta contábil apresentar saldo credor, este é transferido para a conta contábil
"ICMS a Recolher" no passivo circulante. Significa dizer que há um débito de imposto a
ser recolhido aos cofres do Estado.

Se, ao contrário, essa conta contábil apresentar saldo devedor, este é mantido na conta e
transferido para o mês subsequente. Significa dizer que não há imposto a ser recolhido aos
cofres do Estado. O saldo mantido será utilizado para compensar com a movimentação
do mês seguinte.

1.9.2. Conta Distinta do ICMS


Nessa situação, são criadas duas contas contábeis. O controle do crédito pelas aquisições
é dado pela conta contábil do ativo circulante "ICMS a Recuperar". O controle do débito
pelas vendas é dado pela conta contábil do passivo circulante "ICMS a Recolher".

No final do mês, transfere-se o saldo da conta "ICMS a Recuperar" do ativo circulante


para a conta contábil do passivo circulante "ICMS a Recolher ".

João Vicente Costa Neto


68

Efetuado esse lançamento e observando-se que a conta "ICMS a Recolher" apresenta


saldo credor, significa dizer que há um débito de imposto a ser recolhido aos cofres do
Estado.

Efetuado esse lançamento e observando-se que a conta "ICMS a Recolher" apresenta saldo
devedor, significa dizer que não há débito de imposto a ser recolhido aos cofres do Estado.
O saldo devedor apresentado é transferido de volta para conta "ICMS a Recuperar" do
ativo circulante para ser compensado com a movimentação do período seguinte.

É de se observar que normalmente se transfere o valor da conta "ICMS a Recuperar" para


a conta "ICMS a Recolher" o montante necessário e suficiente para compensar o imposto
devido do mês, com isso evitar o lançamento de volta do saldo do crédito do imposto não
utilizado.

1.9.3. Lançamento Contábil do ICMS


Essa movimentação contábil do ICMS é demonstrada abaixo:

Conta corrente ICMS Contas distintas ICMS

Na compra Na compra
D - Compra de Mercadoria (R) ou Estoque (AC) D - Compra de Mercadoria (R) ou Estoque (AC)
D - ICMS a Recuperar (AC) D - ICMS a Recuperar (AC)
C - Caixa/Banco (AC) ou Fornecedores (PC) C - Caixa/Banco (AC) ou Fornecedores (PC)

Na venda Na venda
D – Caixa/Banco (AC) ou Cliente (AC) D – Caixa/Banco (AC) ou Cliente (AC)
C - Venda de Mercadoria (R) C - Venda de Mercadoria (R)
D - ICMS s/Venda (R) D - ICMS s/Venda (R)
C - ICMS a Recuperar (AC) C -ICMS a Recolher (PC)

ICMS A RECUPERAR ICMS A RECOLHER

Quadro 6: Movimentação contábil do ICMS | Tabela: Marcos Nascimento

Sabendo um pouco mais


Este texto foi produzido com a perspectiva de ser um material didático
complementar do leitor, vez que dúvidas serão tiradas em sala de aula
(chat). Significa dizer, também, que o leitor deve consultar a literatura
complementar indicada pelo Professor, tipo livros, artigos, legislação, etc.
D - Compra de Mercadoria (R) ou Estoque (AC)

Contabilidade Tributária I
69

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: ICMS


Q1. (PEGAS, 2017) A Cia. Barro é uma indústria de biscoitos localizada no Pará.
A Cia. Bomba é um supermercado localizado no Piauí. A alíquota interna de
biscoito nos dois Estados é 18%. A Cia. Barro vendeu biscoito para a Cia. Bomba
por R$ 600 e houve a posterior revenda do supermercado para os clientes por
R$ 800. O ICMS nesse processo produtivo, no valor de R$ 144:

(A) Será dividido igualmente entre os dois Estados.

(B) Será todo recolhido ao Estado do Piauí.

(C) Será todo recolhido ao Estado do Pará.

(D) Será distribuído da seguinte forma: 25% para o Piauí e 75% para o Pará.

(E) Será distribuído da seguinte forma: 75% para o Piauí e 25% para o Pará.

Q2. (PEGAS, 2017) A Cia. Holanda-PR é uma indústria que vendeu insumos
para a Cia. Hungria-RS por R$ 1.000. A Cia. Hungria-RS adquiriu o insumo,
transformou-o em um produto industrializado e vendeu este produto para
a Cia. Romênia-SC (atacadista) por R$ 1.500, sendo o ICMS isento apenas
nesta operação. A Cia. Romênia-SC revendeu o produto por R$ 2.000 para
a Cia. Bulgária, que fica no mesmo Estado da Cia. Romênia, Santa Catarina.
Posteriormente, a Cia. Bulgária-SC revendeu o produto aos consumidores
(pessoas físicas) por R$ 2.500. Sabendo que a alíquota interna de ICMS é de 18%
em todos os Estados da Região Sul, informe o total de ICMS recolhido neste
processo produtivo.

(A) R$ 300. (B) R$ 450 (C) R$ 520. (D) R$ 570. (E) R$ 630.

Q3. (PEGAS, 2017) A Cia. Moscatel-SP (indústria) vendeu mercadorias para


a Cia. Morada-MS (comércio, irá revender), por R$ 1.000 + R$ 100 de IPI,
totalizando R$ 1.100. A alíquota interna de SP é de 18%. O ICMS devido pela
Cia. Moscatel nesta operação monta, em R$, a:

(A) R$ 70 (B) R$ 77 (C) R$ 120 (D) R$ 132. (E) R$ 180

João Vicente Costa Neto


70

Q4. (PEGAS, 2017) A Cia. Roseira é produtora de farinha e está localizada no


Estado do RJ. Compra 1.000 em trigo da Argentina, com ICMS cobrado de
14%. Transforma o trigo em 100 sacos de farinha, incorrendo em outros gastos
que não iremos abrir aqui. Depois, vende 90% da farinha para três clientes,
em quantidade igual (30 sacos para cada um), sendo estes clientes empresas
industriais que irão produzir biscoitos e massas:

» localizada no RJ, por R$ 700;

» localizada em SP, por R$ 600;

» localizada no exterior, por R$ 500.

As alíquotas internas são: 19% no RJ e 18% em SP. Considerando a legislação


tributária vigente, incluindo a Resolução no 13 do Senado Federal e a aplicação de
alíquotas interestaduais, informe o ICMS devido pela Cia. Roseira:

(A) R$ 101 (B) R$ 65 (C) R$ 37 (D) R$ 31 (E) R$ 17

Q5. (PEGAS, 2017) A Cia. Bauru (empresa comercial) realizou as seguintes


operações no primeiro trimestre de 2016:

JAN – Comprou por R$ 5.000 e vendeu por R$ 5.200.

FEV – Comprou por R$ 5.000 e vendeu por R$ 5.300.

MAR – Comprou por R$ 5.000 e vendeu por R$ 7.500.

• A empresa comprou dois bens para seu imobilizado: um em JAN por R$ 14.000;
e outro em MAR, por R$ 18.400.
• A apuração do ICMS é mensal, com pagamento sempre na primeira quinzena
do mês seguinte. A alíquota do ICMS em todas as operações e produtos é de 12%.
O ICMS que será desembolsado diretamente pela Cia. Bauru na primeira quinzena
de ABR monta a:

(A) R$ 149 (B) R$ 209 (C) R$ 219 (D) R$ 279 (E) R$ 360

Contabilidade Tributária I
71

Q6. (PEGAS, 2017) Uma empresa comercial distribuidora, localizada em


SP, tinha estoque inicial de 30 unidades (produto alimentício) em FEV/16.
Revendeu 21 unidades a quatro clientes, descritos a seguir:

• » supermercado localizado no próprio Estado de SP, por R$ 300;

• » supermercado localizado no PR, por R$ 150;

• » mercearia localizada no MS, por R$ 200;

• » empresa de serviços (não contribuinte), localizada no PR, por R$ 250.

OBS: Alíquotas internas: SP 18%; MS 17%; PR 16%.

O ICMS total devido pela empresa comercial distribuidora montou a:

(A) R$ 120 (B) R$ 122 (C) R$ 126 (D) R$ 130 (E) R$ 146

Q7. (PEGAS, 2017) O saldo da conta de ICMS a Recuperar representa:

(A) Débito da empresa com o governo.

(B) Débito da empresa com fornecedores.

(C) Crédito da empresa com clientes.

(D) Crédito da empresa com fornecedores.

(E) Crédito da empresa com o governo.

Q8. (PEGAS, 2017) A Cia. Porto (empresa comercial) iniciou o exercício com
estoque zero. Adquiriu 50 unidades de determinado produto, pagando R$
10.800, composto da seguinte forma:

» Preço das mercadorias adquiridas R$ 10.000

» (+) IPI acrescido ao preço (alíquota de 10%) R$ 1.000

» (–) Descontos Incondicionais Concedidos R$ 500

» (+) Frete Pago na Compra R$ 200

» (+) Seguro Pago na Compra R$ 100

OBS: Alíquota de ICMS na compra de 18%.

João Vicente Costa Neto


72

A empresa vendeu todo o estoque adquirido pelo preço total de R$ 12.000. O


custo das mercadorias vendidas a ser registrado na demonstração do resultado do
exercício será:

(A) R$ 8.056 (B) R$ 8.236 (C) R$ 8.856 (D) R$ 19.036 (E) R$ 9.090

Q9. (PEGAS, 2017) Uma loja comercial localizada no Estado do Rio Grande do
Norte é revendedora de um produto X. A loja adquire 200 unidades do produto
X por R$ 1.000,00, sendo R$ 500 de fornecedores do Estado do Ceará e R$ 500 de
fornecedores do próprio Estado. Posteriormente, revendeu 160 unidades, sendo
75% para um cliente localizado em Minas Gerais por R$ 1.400,00 e 25% para
o Estado da Paraíba, por R$ 400,00. A alíquota interna do produto X é de 17%
em todos os Estados do Nordeste e 18% nos Estados do Sudeste. Com base nas
alíquotas interestaduais vigentes no país e nas alíquotas internas informadas, o
ICMS que a loja comercial deverá desembolsar, em reais, considerando apenas
as operações citadas, será:

(A) R$ 171,00 (B) R$ 46,00 (C) R$ 71,00 (D) R$ 100,00 (E) R$ 150,00

Q10. (PEGAS, 2017) A Cia. Paraguai comprou mercadorias para revenda,


pagando R$ 1.050, compostos da seguinte forma:

» Preço de Venda R$ 1.000,00

» IPI R$ 100,00

» (–) Desconto Incondicional R$ 50,00

Posteriormente, revendeu todas as mercadorias por R$ 1.500,00. A alíquota de


ICMS nas duas operações foi 12%. O Lucro Bruto apurado na operação montou a:

(A) R$ 340,00 (B) R$ 384,00 (C) R$ 390,00 (D) R$ 396,00 (E) R$ 484,00

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A D A E B C E D C B

Contabilidade Tributária I
73

2. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


Objetivos:
• Apresentar a estrutura conceitual do IPI.

• Descrever uma noção geral do IPI, trazendo aspectos relacionados ao fato


gerador, base de cálculo e alíquota.

• Relacionar as definições de industrialização.

• Compreender a contabilização do IPI.

2. IPI
O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados,
nacionais e estrangeiros. Suas disposições estão regulamentadas pelo Decreto 7.212/2010
(RIPI/2010). O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com
alíquota, ainda que zero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas
as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que
corresponde a notação "NT" (não-tributado).

Sabendo um pouco mais

O IPI é de competência da União e incide sobre os produtos industrializados


nacionais e estrangeiros, e não está sujeito ao princípio constitucional da ante-
rioridade (CF, Art. 150, § 1º), razão pela qual suas alíquotas podem ser alteradas
durante o exercício financeiro.

2.1. Tabela do IPI


Verifica-se que o IPI não incide sobre a produção, mas, sim, sobre o consumo. Não um
consumo qualquer, mas um consumo qualificado. O consumo de produto industrializado.

A Tabela de Incidência do IPI (TIPI), em vigor, foi aprovada pelo Decreto no 7.660, de
23/12/2011.

João Vicente Costa Neto


74

A TIPI é uma tabela estruturada em Seções (21 seções), Capítulos (97 capítulos), Posições
e Subposições e tem por base a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que, por
sua vez, é baseada no Sistema Harmonizado (NCM/SH).

As Seções da TIPI são ordenadas de forma crescente em conformidade com o grau


de complexidade dos produtos. Note-se que a classificação dos produtos na TIPI é
incumbência do sujeito passivo, que, para tanto, deverá socorrer-se das regras consignadas
na própria TIPI para uma correta classificação.

No caso de dúvida sobre a correta classificação do produto, o sujeito passivo deverá


formular consulta à Receita Federal do Brasil.O processo de consulta é disciplinado pela
IN RFB no 740/07.

O texto das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação


de Mercadorias foi consolidado pela IN RFB no 807/08.

2.2 Princípios Constitucionais relacionados ao IPI


O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é de competência da União. Entre os
princípios constitucionais que o regem, destacam-se: não cumulatividade (CF, Art.55,§
3º, Inciso II)e seletividade (CF, Art.55,§ 3º, Inciso I,).

2.2.1 Seletividade
Dispõe a CF/88, no Art. 153, § 3º, Inc. I, que o IPI deverá ser seletivo em função da
essencialidade do produto. Isto quer dizer que o imposto deverá ser menos oneroso para
os produtos mais essenciais.

Decorre desse princípio a enorme gama de alíquotas existentes, variando entre 0% e


300%, como se observa na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), aprovada pelo Decreto no
7.660/11 de 23/12/2011.

O Princípio da Seletividade ameniza a característica regressiva do IPI, comum a todos


os tributos indiretos. Não fosse esse princípio, o IPI atingiria a todos os contribuintes
indistintamente com o mesmo peso. Aqui, o pressuposto é que contribuintes com maior
capacidade econômica adquirem produtos mais sofisticados e menos essenciais e, por
isso, estariam submetidos a alíquotas maiores do IPI.

Contabilidade Tributária I
75

2.2.2 Não Cumulatividade


Dispõe a CF/88, no Art. 153, § 3º, Inc. II, que o IPI será não cumulativo, compensando-se
o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Da leitura
do dispositivo, percebe-se, de forma clara e inequívoca, que o Legislador Constituinte
elegeu a técnica de opor imposto contra imposto para o atendimento ao Princípio da
Não Cumulatividade.

O Princípio da Não Cumulatividade tem por objetivo evitar o “efeito cascata”


do tributo, isto é, que ele venha a onerar cada etapa do processo econômico,
sobrecarregandodemasiadamente o consumidor final, a rigor, o verdadeiro contribuinte
do imposto.

2.2.3 Legalidade
Dispõe a CF/88, no Art. 150, Inc. I, que é vedado à União exigir ou aumentar tributo sem
lei que o estabeleça. A própria Constituição mitiga este princípio, em relação ao IPI e a
outros tributos de caráter extrafiscal, ao autorizar o Poder Executivo, nos limites fixados
em lei, a alterar as alíquotas do IPI por decreto.

CF/88, Art. 153, § 1º: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os


limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos
incisos I, II, IV e V (II, IE, IPI e IOF).

2.2.4 Anterioridade e Regra da Noventena


Dispõe a CF/88, no Art. 150, Inc.III, "b", que é vedado à União cobrar tributos no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Essa
é a anterioridade clássica, que se refere ao exercício financeiro, e não alcança o IPI, ou
seja, uma lei que venha a aumentar a base de cálculo do IPI entra em vigor no mesmo
exercício financeiro em que tenha sido publicada.

Contudo, a Emenda Constitucional no 42, de 19/12/03, acrescentou a alínea “c” ao Art.


150, Inciso III, da Constituição Federal, determinando a observância de um prazo
mínimo de 90 dias para a entrada em vigor da lei, mesmo que esta entre em vigor no
mesmo exercício financeiro.Em resumo, qualquer aumento no IPI, seja de base de cálculo
seja de alíquota, terá que esperar 90 dias para ter validade.

João Vicente Costa Neto


76

2.3 Definição Legal de Industrialização


O conceito de produto industrializado foi estendido pelo legislador, passando a ser
conhecido como o resultante de qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação, a finalidade ou aperfeiçoe o produto
original para consumo.

Portanto, a definição de industrialização, dada pelo Art. 4º do Regulamento do IPI


(RIPI/2010, Decreto no 7.212/10), caracteriza os seguintes tipos de enquadramento
para os produtos industrializados: beneficiamento, montagem, transformação,
acondicionamento e renovação.

2.3.1 Beneficiamento
Consiste em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a
utilização, o acabamento ou a aparência do produto. No beneficiamento, o produto
apenas sofre um melhoramento, conservando a classificação fiscal original.

Constituem operações de beneficiamento, dentre outras:

a. as operações, tais como: perfuração, ondulação, estriagem ou laminação (PN


300/70);
b. os processos de gravação de fita virgem, bem como a reprodução de fita gravada
para o acetato (disco) (PN 421/70);
c. a colocação do terceiro eixo (truck) em veículos de carga (PN 102/71); e
d. a plastificação de impressos em geral (PN 170/73).

2.3.2 Montagem
É a reunião de produtos, peças ou partes de que resulte um novo produto ou unidade
autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal.

Na montagem, o produto final, embora possa manter a mesma classificação das partes,
poderá ser classificado de forma autônoma. Em outras palavras, se o bem resultante de
montagem, em face das regras de classificação vigentes, não puder ser classificado como
um todo, para efeitos da legislação do IPI, inexistirá industrialização (PN 446 e 526/71).

Constituem operação de montagem, dentre outras:


a. a reunião de lentes e armação para formar óculos (PN 203/70); e
b. a colocação de carrocerias sobre chassis, para formar um veículo completo
(caminhão, ônibus, furgão etc.) (PN 206/70 e 102/71).

Contabilidade Tributária I
77

2.3.3 Transformação
Significa a operação que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário,
importe na obtenção de espécie nova. Nessa operação, normalmente ocorrerá mudança
da classificação fiscal do produto final em relação ao transformado (PN 398/71).

Constituem operação de transformação, dentre outras:

a. a obtenção de madeira serrada ou aparelhada (pos. 44.05), a partir de madeira


em bruto (pos. 44.03) (PN 398/71); e

b. a obtenção de tijolos, telhas e manilhas (produtos de cerâmica vermelha) a


partir da argila (PN 781/71).

2.3.4 Acondicionamento ou Reacondicionamento


É a operação que importa em alterar a apresentação do produto pela colocação de
embalagem, ainda que em substituição do original, salvo quando a embalagem colocada
se destine apenas ao transporte de mercadoria.

No que diz respeito a acondicionamento e reacondicionamento, a industrialização fica


caracterizada sempre que se engarrafar, embalar, etc. quaisquer produtos tributados.
Excetuam-se, contudo, conforme a parte final do dispositivo regulamentar, os casos em
que se destine apenas ao transporte da mercadoria em caminhões-tanque, tambores e
latas.

2.3.5 Renovação ou restauração ou Recondicionamento


É a operação que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto
deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização. Nesta situação,
encontram-se, por exemplo, os produtos obtidos a partir de reciclagem de latas.

A renovação só se processa sobre produtos usados, diferentemente do beneficiamento,


que tem por objeto bens sem uso ou semiacabados.

No recondicionamento ou renovação, não basta que o produto sofra pequenos consertos,


mesmo em substituição das peças, mas é necessário que a operação restitua ao produto
condição de funcionamento, como se fosse novo (PN 214/72).

João Vicente Costa Neto


78

2.4 Exclusão da Industrialização


O Art. 5o do Decreto nº 7.212/10 (RIPI) diz que não se considera industrialização:

a. o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de


apresentação:
» na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias,
padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda
direta a consumidor; ou
» em cozinhas industriais, quando destinados à venda direta a pessoas jurídicas e
a outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes;
b. o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de
máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares,
para venda direta a consumidor;
c. confecção ou preparo de produto de artesanato;
d. a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em
oficina ou na residência do confeccionador;
e. o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário,
na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja
preponderante o trabalho profissional;
f. a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentos
oficinais e magistrais, mediante receita médica;
g. a moagem de café torrado, realizada por estabelecimento comercial varejista
como atividade acessória;
h. a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião
de produtos, peças ou partes e de que resulte:
» edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e suas
coberturas);
» instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, estações e
centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações,
usinas e redes de distribuição de energia elétrica e semelhantes; ou
» fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;
i. a montagem de óculos, mediante receita médica;
j. o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da TIPI,
adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de
natal e semelhantes;

Contabilidade Tributária I
79

k. o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados, nos


casos em que se destinem ao uso da própria empresa executora ou quando essas
operações sejam executadas por encomenda de terceiros não estabelecidos com
o comércio de tais produtos, bem como o preparo, pelo consertador, restaurador
ou recondicionador, de partes ou peças empregadas exclusiva e especificamente
naquelas operações;
l. o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição
de partes e peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por
concessionários ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;
m. a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que
com emprego de máquinas de costura;
n. a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda
do consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento comercial varejista,
efetuada por máquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não
sejam empresas interdependentes, controladoras, controladas ou coligadas; e
o. a operação de que resultem os produtos relacionados na Subposição 2401.20
da TIPI, quando exercida por produtor rural pessoa física.

2.5 Fato Gerador


O Código Tributário Nacional (Lei no 5.172/66) define, em seu Art. 46, que o Imposto
sobre Produtos Industrializados tem como fato gerador:

• o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

• a sua saída dos estabelecimentos industriais ou equiparados; e

• a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão

2.6 Base de Cálculo


• Produto Nacional: o preço da operação na saída da mercadoria.

A base de cálculo do IPI veio a ser definida pela legislação infraconstitucional e,


regra geral, é o valor da operação pelo qual a mercadoria deixa o estabelecimento do
industrial ou do comerciante a ele equiparado, em geral acobertando um negócio
juridicamente econômico, ou seja, uma operação de compra e venda.

João Vicente Costa Neto


80

• Produto Importado: será a base de cálculo dos impostos aduaneiros, acrescidos


desses tributos e dos encargos cambiais pagos pelo importador

Já no caso de importação, a base de cálculo do IPI é acrescida do valor do imposto


sobre importação e das despesas aduaneiras efetivamente pagas, necessárias ao
desembaraço das mercadorias.

• Mercadorias arrematadas em leilão: preço alcançado no leilão

Quanto às mercadorias apreendidas ou abandonadas, arrematadas em leilão das


autoridades fiscais, a base do IPI será o preço alcançado no Leilão.

Discutiu-se muito a questão da inclusão do ICMS na base de cálculo do IPI quando


a operação configure fato gerador de ambos, prevalecendo intenção da Fazenda
Federal, há muito manifestada através dos Pareceres Normativos CST 39/70 e
341/71. A doutrina e a jurisprudência de igual forma compartilham com esse
entendimento, sob a justificativa de que o montante do ICMS integra o valor da
operação. E, portanto, se o IPI tem como base de cálculo o valor da operação, neste,
obrigatoriamente, encontra-se incluído o valor do ICMS.

2.6.1 Base de Cálculo - Descontos Incondicionais


O Art. 14 da Lei nº 4.502/64, incorporado pelo RIPI, define como valor tributável do IPI
o valor da operação, que compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e
das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador
ou destinatário, não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças
ou abatimentos, concedidos a qualquer titulo, ainda que incondicionalmente

Exemplo: Em uma venda realizada pela indústria por R$ 500 com desconto de R$ 50,
caso a alíquota do IPI seja de 8%, este percentual será aplicado sobre R$ 500, montando
R$ 40 de IPI, sem deduzir o desconto.

2.7 Alíquota
As alíquotas são variáveis e seguem a classificação dos produtos da tabela de incidência
do IPI (TIPI) aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23/12/2011e suas alterações.

Exemplo: Tabela TIPI

Produto Alíquota

9004.90.10 Óculos para correção 10%

9004.90.20 Óculos de segurança 15%

Contabilidade Tributária I
81

2.8 Contribuinte
• Estabelecimento industrial: é todo aquele que executar qualquer operação de
industrialização.

• Equiparados a indústria: estabelecimentos que, apesar de não realizarem


operações de industrialização, são equiparados a tal, a exemplo (1) dos importadores,
inclusive filiais que exerçam o comércio de produtos importados, salvo se operarem
exclusivamente a varejo; bem como as (2) filiais de estabelecimento industrial, na
venda de seus produtos; e (3) comerciantes de bens de produção, que têm caráter
facultativo à equiparação ao industrial. (Ver RIPI)

2.9 Imunidades do IPI


O Art. 18 do Decreto no 7.212/10 consolida as imunidades previstas na Constituição
Federal para o IPI:

a. Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.


b. Os produtos industrializados destinados ao exterior.
c. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.
d. A energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.

2.10 Isenção do IPI


A Isenção é a dispensa de pagamento do tributo ou cumprimento de uma regra legal,
devendo constar expressamente na lei; não anula a obrigação, mas exonera o dever de
cumpri-la.

A isenção difere da imunidade e da não incidência, sendo sempre relativa a determinado


imposto. Salvo expressa disposição em lei, as isenções do imposto se referem ao produto,
e não ao contribuinte ou adquirente.

A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante


em função de condições a ela peculiares e, salvo disposição de lei em contrário, não é
extensiva às taxas e às contribuições de melhoria e aos tributos instituídos posteriormente
a sua concessão (CTN, Arts. 176, parágrafo único, e 177).

Salvo se concedida por prazo certo em função de determinadas condições, a isenção


pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, e, quando não concedida

João Vicente Costa Neto


82

em caráter geral, é aplicável, independentemente do reconhecimento por autoridade


administrativa.

Existem muitas situações onde há isenção de IPI. O Regulamento do IPI apresenta os


itens isentos e os detalhes de aplicação das isenções a partir do Art. 54. A partir do Art. 81,
há menção da isenção para produtos industrializados na Zona Franca de Manaus.

As Leis no 8.032/90 (Art. 2º, I) e no 8.402/92 (Art. 1º, IV) definem a isenção em produtos
importados pelos entes estatais, partidos políticos, instituições científicas e tecnológicas,
dentre outras isenções.

2.11 Crédito do Imposto


É assegurado ao contribuinte, salvo disposição expressa em lei em contrário, o direito
de creditar-se do IPI anteriormente cobrado na aquisição de insumos (matéria-prima,
material de embalagem e produtos intermediários) empregados na industrialização de
produtos tributados destinados à venda.

Para ter direito ao crédito do IPI, o contribuinte deve seguir todos os procedimentos
legais exigidos, como, por exemplo, destacar o crédito em livros específicos.

Importante ressaltar que somente pode gerar crédito o produto das entradas de insumos
utilizados na elaboração de produto destinado à venda, cujas saídas sejam tributadas.

Em regra, se a saída for isenta ou não tributada, ou então com alíquota reduzida ou zero,
o crédito pela entrada deverá ser anulado, através de lançamento de estorno.

Entretanto, em casos especiais, é permitida a manutenção do crédito do IPI mesmo em


saída não tributada, isenta ou com alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse direito à
manutenção do crédito deve estar expresso através de lei federal.

Os importadores de produtos estrangeiros, embora comerciantes, são, para fins de IPI,


equiparados aos industriais. Eles têm direito ao crédito do IPI pago no desembaraço
aduaneiro, desde que a mercadoria importada esteja acompanhada de documentação
fiscal hábil e que a saída do produto seja tributada.

Os comerciantes atacadistas de insumos são equiparados, de forma facultativa, aos


industriais. Se optarem pela equiparação, destacarão o IPI relativo à saída na nota
fiscal. A criação dessa equiparação teve o objetivo de possibilitar o crédito do IPI pelos
estabelecimentos industriais que adquirem insumos de comerciantes atacadistas.

Contabilidade Tributária I
83

Entretanto, caso o comerciante atacadista não opte pela equiparação a industrial (até
porque a mesma é facultativa), ainda assim, é possível ao adquirente efetuar o crédito do
IPI, bastando aplicar a alíquota do produto sobre 50% do valor constante da nota fiscal.

2.12 Contabilização
O leitor deve observar que a sugestão de contabilização do IPI segue a mesma dinâmica
do ICMS, conforme a seguir:

Conta corrente IPI Contas distintas IPI

Na compra Na compra
D - Compra de Mercadoria (R) ou Estoque (AC) D - Compra de Mercadoria (R) ou Estoque (AC)
D - IPI a Recuperar (AC) D - ICMS a Recuperar (AC)
C - Caixa/Banco (AC) ou Fornecedores (PC) C - Caixa/Banco (AC) ou Fornecedores (PC)

Na venda Na venda
D – Caixa/Banco (AC) ou Cliente (AC) D – Caixa/Banco (AC) ou Cliente (AC)
C - Venda de Mercadoria (R) C - Venda de Mercadoria (R)
... ...
D - IPI s/Venda (R) D - IPI s/Venda (R)
C - IPI a Recuperar (AC) C -IPI a Recolher (PC)

IPI A RECUPERAR IPI A RECOLHER

Quadro 7: Compatilização do IPI | Tabela: Marcos Nascimento

Sabendo um pouco mais

Este texto foi produzido com a perspectiva de ser um material didático comple-
mentar do leitor, vez que dúvidas serão tiradas em sala de aula (chat). Significa
dizer, também, que o leitor deve consultar a literatura complementar indiada pelo
Professor, tipo livros, artigos, legislação, etc

João Vicente Costa Neto


84

SÍNTESE DA UNIDADE II
Na Unidade II, que está estruturada nos conteúdos dos Capítulos 3 e 4, são apresentados
o Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS) e o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), respectivamente, dando atenção aos aspectos da incidência,
não incidência, isenção, apuração da base de cálculo, alíquotas aplicadas e às várias
modalidades de apuração do imposto, com destaque ao ICMS pela amplitude das
diversidades de situações que ocorrem no "dia a dia" das organizações.

Em relação ao IPI, a ênfase é no sentido de apresentar ao aluno o que a legislação considera


como industrialização para efeito de incidência do imposto e algumas especificidades no
cálculo do imposto, já que guarda uma grande semelhança com ICMS quanto ao aspecto
do seu registro, acompanhamento e controle fiscal.

Ao final de cada capítulo, são apresentados exercícios de fixação do conteúdo.

Boa Leitura!

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Capítulo 4 - IPI


Q1. (PEGAS, 2017) Não se considera industrialização a operação:

(A) Definida como tal, mas que esteja incompleta, ou seja parcial ou intermediária.

(B) Que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na


obtenção de espécie nova.

(C) Que altere a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, quando


esta se destine apenas ao transporte da mercadoria.

(D) Que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo
produto ou unidade autônoma, sob a mesma classificação fiscal.

(E) Que apenas modifique, aperfeiçoe ou altere o funcionamento, a utilização, o


acabamento ou a aparência do produto.

Contabilidade Tributária I
85

Q2. (PEGAS, 2017) O engarrafamento de vinho natural representa fato gerador


do IPI, sendo caracterizado como:

(A) Montagem.

(B) Beneficiamento.

(C) Transformação.

(D) Renovação.

(E) Acondicionamento.

Q3. (PEGAS, 2017) A reunião de lentes e armações para formar óculos é:

(A) Caracterizada como industrialização por transformação.

(B) Caracterizada como industrialização por acondicionamento.

(C) Caracterizada como industrialização por beneficiamento.

(D) Caracterizada como industrialização por montagem.

(E) Não caracterizada como industrialização.

Q4. (PEGAS, 2017) Analise as assertivas a seguir em relação ao IPI:

1. O IPI é um imposto federal, cujos recursos pertencem à União, que


transfere, de forma obrigatória, mais da metade do dinheiro arrecadado para
Estados e municípios.

2. A montagem de um computador, pela junção de diversas peças, é


considerada montagem e, como tal, representa fato gerador do IPI.

Podemos afirmar que:

(A) Apenas a assertiva no 1 está correta.

(B) Apenas a assertiva no 2 está correta.

(C) As duas assertivas estão corretas.

(D) As duas assertivas estão erradas.

João Vicente Costa Neto


86

Q5. (PEGAS, 2017) Operações de perfuração, ondulação, estriagem ou


laminação são caracterizadas como:

(A) Montagem.

(B) Beneficiamento.

(C) Transformação.

(D) Renovação

(E) Reacondicionamento.

Q6. (PEGAS, 2017) A Cia. Grajaú vendeu, em abr/x1, uma partida de cachimbos
(9614.20.00 – 30%) por R$ 280.000, cobrando, em separado da nota fiscal, os
valores da embalagem (R$ 20.000) e do transporte (R$ 30.000). Pede-se o valor
tributável da operação.

(A)R$ 330.000 (B)R$ 310.000 (C)R$ 300.000 (D)R$ 280.000 (E)R$ 260.000

Q7. (PEGAS, 2017) Analise as assertivas a seguir:

1. Não se considera estabelecimento industrial o que executa operações de que


resulte produto tributado, quando a alíquota for zero.

2. Não se equiparam a estabelecimento industrial os estabelecimentos


importadores de produtos de procedência estrangeira, que deem saída a esses
produtos, se não realizam qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o
aperfeiçoe para consumo.

3. Não se considera industrialização o preparo de produtos alimentares não


acondicionados em embalagem de apresentação.
Podemos afirmar que é(são) falsa(s) a(s) assertiva(s):

(A) Apenas uma das três (B) 1 e 2. (C) 1 e 3. (D) 2 e 3 (E) 1, 2 e 3.

Contabilidade Tributária I
87

Q8. (PEGAS, 2017) A Cia. Barata fabrica e vende televisores em cores. Algumas
peças são importadas pela indústria; outras são por ela adquiridas no mercado
interno. Para fins do IPI, que tipo de operação a indústria executa?

(A) Transformação. (B) Montagem. (C) Acondicionamento.

(D) Beneficiamento. (E) Renovação.

Q9. (PEGAS, 2017) A Cia. Roma vendeu no início de Nov/x1 seu produto para a
Cia. Milão por R$ 950 (recebimento em 50 dias), composto da seguinte forma:

» (+) Preço de Venda de R$ 1.000

» (+) Frete e Seguro na Venda de R$ 50

» (–) Desconto Incondicional (dado na nota fiscal) de R$ 100

» (–) Desconto Condicional (caso o pg. seja feito em até 15 dias) de R$ 75.

Se a Cia. Roma pagar antecipadamente, a Cia. Milão receberá R$ 875. A alíquota


de IPI é de 4% no produto vendido. Informe o valor de IPI que será cobrado
pela Cia. Roma e acrescido no preço de venda para a Cia. Milão, considerando
que a empresa exerceu a opção de pagar antecipadamente.

(A) R$ 35 (B) R$ 38. (C) R$ 39. (D) R$ 40. (E) R$ 42.

Q10. (PEGAS, 2017) Em setembro de 19x1, a conta de produtos acabados de


uma empresa industrial XYZ registrou a seguinte movimentação :

05.09.x1 Compra de materiais/insumos: 500 unidades, ao preço de $ 0,20 a unidade [consumido]

10.09.x1 Compra de materiais/insumos: 2.000 unidades, ao preço unitário de $ 0,25 [consumido]

15.09.x1 Venda de produtos: 300 unidades, pelo valor total de $ 150

20.09.x1 Compra de materiais/insumos: 600 unidades, pelo valor total de $150 [consumido]

25.09.x1 Compra de materiais/insumos: 800 unidades, pelo valor total de $ 200 [consumido]

30.09.x1 Venda de produtos: 3.000 unidades, ao preço unitário de 0,60

João Vicente Costa Neto


88

Considere que:

• as compras e as vendas estão sujeitas a ICMS de 20% e IPI de 10%;

• a empresa avalia seus estoques pelo método do custo médio ponderado;

• estoque de produtos acabados, em 31.08.x1, era de 200 unidades, ao custo


unitário R$ 0,30;

• nos cálculos devem ser consideradas duas casas decimais;

• o saldo da CONTA CORRENTE ICMS e IPI, em 31.08.x1, era nulo.

• o custo dos produtos vendidos é formado materiais, mão de obra e gastos


gerais de fabricação. A mão de obra e os gastos gerais de fabricação representam
10% e 20% dos custos de materiais consumidos respectivamente.

PEDE-SE: Levando-se em conta os dados acima, desenvolva uma auditoria na


conta de produtos acabados e aponte: (i) custo dos produtos vendidos; (ii) valor
estoque final de materiais/insumos; (iii) lucro bruto do período (Obrigatório a
elaboração da ficha de controle de estoque); e o saldo da Conta Corrente ICMS e
IPI, após essas movimentações.

GABARITO CAPÍTULO 4
1 2 3 4 5 6 7 8 9

C E D C B D E B E

Contabilidade Tributária I
COFINS
CSL PIS

IR
RFB
% %
% %
% %
%
% %
%
%
% %

UNIDADE III – Tributos Administrados pela Receita


Federal do Brasil (RFB), Imposto de Renda (IR)
e Contribuição Social sobre o Lucro (CS) - Lucro
Real, Lucro Estimado, Lucro Presumido, Programa
de Integração Social (PIS) e Contribuição para
Seguridade Social (COFINS) - Regime Cumulativo e
Regime não Cumulativo.
1. Tributos Administrados pela Receita Federal do Brasil
Objetivos:
• Relacionar os impostos e contribuições administrados pela RFB, ou seja, os
tributos no âmbito da União.

• Descrever as modalidades de apuração e pagamentos dos tributos


administrados pela RFB, ou seja, no âmbito da União.

1.1 Tributos Administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB)

1.1.1 Aspecto Geral


No Brasil, todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
possuem competência tributária, ou seja, o poder de instituir, arrecadar e fiscalizar
tributos, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal de 1988 e pelo
Código Tributário Nacional.

Contabilidade Tributária I
90

Como tal, o sistema tributário brasileiro está fortemente baseado na Constituição


Federal, que não apenas dispõe sobre as limitações ao poder de tributar e as competências
tributárias, mas também dita algumas regras tributárias, que não cabe aqui destacar, vez
que são tratadas na unidade do sistema tributário nacional (vide leitura recomendada).

! Recomendação
Desenvolver uma leitura o TÍTULO VI, da Constituição Federal, que é composto
dos artigos de números 145 a 169, onde se encontra as disposições sobre o sistema
tributário nacional e das finanças públicas do Estado brasileiro.

1.1.2 Tributos Administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB) ou Fazenda Nacional, ou
União.
Os tributos no Brasil existem sob cinco formas: impostos, taxas, contribuição de melhoria,
empréstimo compulsório e contribuições.

Acessando o site da receita Federal do Brasil (http://www.receita.fazenda.gov.br), veem-se


os seguintes tributos administrados pela União:
IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas físicas);
IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas)
IRRF (Imposto sobre a renda retido na fonte)
CSLL (Contribuição social sobre o lucro líquido)
IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários)
ITR (Imposto territorial rural)
IPI (Imposto sobre produtos industrializados)
II (Imposto de importação)
IE (Imposto de exportação)
Contribuições previdenciárias das pessoas físicas
Contribuições previdenciárias das pessoas jurídicas
Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins
Cide-combustíveis (Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as
operações realizadas com combustíveis)
Cide-remessas (Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as as
remessas ao exterior)
AFRMM (Adicional ao frete para renovação da marinha mercante)

Quadro 8: Tributos da União | Layout: Marcos Nascimento

Contabilidade Tributária I
91

Todas as orientações de procedimentos de cálculos e apuração desses tributos podem


ser facilmente visualizadas no site da Receita Federal do Brasil (receita.economia.gov.br).
Em função disso, vamos tratar aqui, neste material de estudos, apenas a modalidade de
apuração e pagamento em relação ao imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ)
e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), assim como a contribuição para o
Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS).

1.1.3 Modalidade de apuração e pagamento dos Tributos Administrados pela Receita Federal
do Brasil
Toda empresa legalmente constituída no Brasil pode ser enquadrada pela legislação
tributária em, âmbito da União, em relação a cinco situações distintas: Lucro Arbitrado,
Lucro Presumido, Lucro Real, Simples Nacional e Imune/Isenta, conforme figura abaixo:

MODALIDADES ATUAIS DE TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURIDICAS COM BASE NO


RESULTADO

Regime de apuração
Lucro Lucro Lucro Simples
Arbitrado Presumido Real Nacional

Imune/Isento

Anual ou
proporcional Trimestral Trimestral Anual Mensal
Regime de pagamento

Pagto Pagto com Pagto


definitivo Pagto Pagto base na definitivo
com base definitivo definitivo Receita com base
na receita com base com base Bruta mensal na receita
Bruta ou na receita Lucro Real e ajuste Bruta
critério Bruta anual na Mensal
alternativo DIRPJ
Estimativa

Figura 1 | Fonte: elaboração do autor | Ilustração: Marcos Nascimento

• Lucro Arbitrado: É um recurso utilizado pelas autoridades fiscais, quase


sempre como última alternativa, que só deve ser aplicado quando houver ausência
absoluta de confiança na escrituração contábil do contribuinte, devido à falta ou
insuficiência de elementos concretos que permitam a identificação ou verificação
da base de cálculo utilizada na tributação pelo lucro real ou presumido.

João Vicente Costa Neto


92

• Lucro Presumido: É a forma simplificada de apuração da base de cálculo dos


tributos com o Imposto de Renda e da Contribuição Social, restrita aos contribuintes
que não estão obrigados ao regime de apuração de tributação com base no lucro
real.

Destaca-se, como veremos adiante, que o contribuinte optante do lucro presumido,


obrigatoriamente apura suas contribuições da Cofins e Pis pelo regime da
cumulatividade.

• Lucro Real: é a forma integral de apuração da base de cálculo dos tributos


com o Imposto de Renda e da Contribuição Social pelo lucroefetivo da empresa.
Esse lucro efetivo do período apurado na escrituração comercial, denominado
lucro contábil, é ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela
legislação do Imposto de Renda e Contribuição Social, conforme seja o tributo.

Destaca-se, como veremos adiante, que o contribuinte optante do lucro real,


obrigatoriamente apura suas contribuições da Cofins e Pis pelo regime da não
cumulatividade.

• Simples Nacional: é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido


previsto na Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006. Houve várias alterações
em relação à caracterização/funcionamento do regime até a presente data. Ver a
Resolução CSGN nº 94/2011 e sua alterações, que consolida a diversas alterações
do Simples Nacional. [Regulamento do Simples Nacional]

• Imunidade/Isenta: amparado pelo instituto da imunidade/isenção, não se deve


apurar o imposto ou a contribuição. Deve-se analisar o que a norma define como
condição para usufruir de tal incidência/isenção.

A imunidade é uma forma de não-incidência pela supressão da competência do


poder de tributar. Assim, certos fatos, pessoas ou situações imunes à tributação estão
fora do campo de incidência, isto é, não podem ser tributados, desde que atendam a
determinados pressupostos ou requisitos presentes na Constituição Federal.

A Isenção, por sua vez, é o ato ou efeito de isentar, ou seja, de livrar, dispensar,
desobrigar ou eximir. É um privilégio que torna a pessoa física/jurídica isenta de
determinadas obrigações.

Contabilidade Tributária I
93

Sabendo um pouco mais


Desenvolvido este texto introdutório, destaco que nas subseções seguintes
serão tratados o IR e CSL na sistemática do Lucro Real Trimestral e Anual, com
pagamento mensal por estimativa, além da sistemática Lucro presumido, bem
assim o PIS e COFINS na sistemática da cumulatividade e não cumulatividade.
Boa Leitura

1.2 Lucro Real Definitivo - IR e CSL

Objetivos:
• Apresentar a sistemática de cálculo do IR e CSL na modalidade do Lucro Real
Trimestral.

• Descrever a forma de apuração da modalidade do Lucro Real, quanto às suas


especificidade: LALUR (IR), LACS (CSLL), adições, exclusões, lucro contábil, lucro
real e compensação.

• Calcular o imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre o lucro (CSL)


com base no lucro real trimestral ou definitivo.

• Relacionar a função do LALUR (e/ou LACS), além de diferenciar as Partes A e


B do livro.

1.2 Lucro Real


É aquele efetivamente apurado pela contabilidade das empresas, com base na completa
escrituração contábil fiscal, respeitando rigorosamente a observância dos princípios
fundamentais de contabilidade e demais normas fiscais e comerciais.

Significa dizer a adoção de um conjunto de procedimentos para o ambiente em que se


situa a contabilidade tributária nas empresas, tais como:

• Rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade;


• Constituições das provisões necessárias;
• Completa escrituração contábil;
• Escrituração de um conjunto de livros fiscais e contábeis, incluindo o Registro
de Inventário e o LALUR.

João Vicente Costa Neto


94

1.2.1 Empresas obrigadas à apuração do Lucro Real (Art. 59 da IN RFB 1.700/17)


a) cuja receita total, no ano calendário anterior, tenha sido superior a R$
78.000.000,00 ou ao limite proporcional mensal de R$ 6.500.000,00 [Redação dada
pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013. Vide parágrafo único do Art. 9º]

b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

d) queusufruam de benefícios relativos à isenção ou redução do Imposto de


Renda;

e) que explorem atividades de prestação cumulativa e continuada de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica... (factoring);

f) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo


regime de estimativa, na forma do Art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996;

g) vide legislação para observar demais situações.


As empresas que não podem ou não querem optar pelo lucro presumido devem basear-se
na apuração do lucro real para o cálculo e pagamento do Imposto de Renda (IR) e da
Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), segundo o seguinte critério, conforme interesse
do contribuinte:

• Apurado em cada trimestre; ou

• Apurado anualmente

1.2.2 Imposto de Renda no Contexto do Lucro Real


O imposto sobre a renda ou imposto sobre o rendimento é um tributo da espécie imposto
existente em vários países, em que cada contribuinte, seja ele pessoa física ou pessoa
jurídica, é obrigado a pagar uma certa porcentagem de sua renda ao governo, nacional ou
regional, a depender de cada jurisdição.

Nesse contexto, o cálculo do tributo tem por base uma nova riqueza produzida pelo
contribuinte, seja por fruto de trabalho, capital, ou ambos, chamada de rendimentos
tributáveis, sobre a qual se aplica uma porcentagem (alíquota), obedecendo as orientações
produzidas pelo organismo fiscalizador de cada país. No caso do Brasil, a Fazenda
Nacional, denominada de Receita Federal do Brasil (RFB).

Contabilidade Tributária I
95

O imposto de renda tem como critérios orientadores, isto é, princípios orientadores:


(1) a generalidade, sujeitando todo contribuinte que obtenha rendimentos tributáveis;
(2) a universalidade, atingindo todo e qualquer rendimento tributável auferido pelo
contribuinte; e (3) a progressividade, impondo alíquotas maiores para rendimentos
maiores e vice-versa.

Assim o imposto de renda se divide em imposto de renda da pessoa física (IRPF) e


imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ). Este ensaio se concentrará, eminentemente,
no imposto de renda da pessoa jurídica.

Como destacado anteriormente, seja sob o imposto de renda (IR), bem como a
contribuição social sobre o lucro (CSL), as pessoas jurídicas - as empresas – apuram e
pagam à União, através da Receita Federal do Brasil, de forma trimestral ou anualmente,
com o destaque que, na forma anual, os pagamentos do imposto de renda e da contribuição
sobre o lucro ocorrem mensalmente por estimativa. As duas formas de tributo serão
tratadas detalhadamente a seguir.

Vamos então centrar, agora, os estudos no cálculo de pagamento do tributo sobre a renda
(IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) de forma trimestral, com base do lucro
real.

1.2.2.1 Cálculo do Imposto de Renda (IR) Trimestral com base em Lucro Real
O imposto de renda (IR) será determinado por períodos de apuração trimestrais,
encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada
ano-calendário.

O lucro real é o lucro contábil, antes do imposto de renda e da contribuição sobre o lucro,
apurado com observância das leis comercias e ajustado pelas adições, pelas exclusões
autorizadas pela legislação.

Lucro antes do IRPJ e da CSL


(+) Adições determinadas pela legislação
(-) Exclusões permitidas pela Legislação
(=) Lucro Real

1.2.2.1.1 Alíquota
O imposto de Renda trimestral será calculado mediante a aplicação da:
• alíquota normal de 15% sobre o lucro real;
• mais alíquota adicional de 10% sobre o lucro real que exceder o limite de $60
mil (trimestral) ou $20 mil por fração de mês.

João Vicente Costa Neto


96

1.2.2.1.2 Deduções
Deduções: Poderão ser deduzidos do valor do Imposto de Renda trimestral:

• os incentivos fiscais, dentro dos limites e condições fixados pela legislação;

• o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre as receitas computadas na


determinação do lucro real;

• o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

1.2.2.1.3 e-LALUR - Livro Fiscal Eletrônico de Apuração do Lucro Real


É um livro fiscal, sendo obrigatório somente para as empresas tributadas pelo Imposto
de Renda na modalidade Lucro Real, conforme previsão contida no Regulamento do
Imposto de Renda.

Sua função é ajustar os demonstrativos contábeis à declaração do Imposto de Renda


com adições e exclusões ao lucro líquido do período-base, apurando-se a base de cálculo
do Imposto de Renda devido (Livro-A) e controle de valores (Livro-B) que devam
influenciar a determinação do Lucro Real de períodos-base futuros e que não constem
da escrituração comercial.

1.2.2.1.3.1 Dispensa do LALUR Físico


As pessoas jurídicas ficaram dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de
janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) em meio
físico e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ), tendo em vista a instituição da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) pela Instrução
Normativa RFB 1.422/2013.

Entretanto, observa-se que continua a exigência da elaboração do LALUR, agora em


meio eletrônico, que corresponde à ECF - Escrituração Contábil Fiscal. Surge assim o
e-LALUR para imposto de renda e e-LACS, que é o livro eletrônico de apuração da base
de cálculo da CSL. Vide IN RFN 1.574/15.

1.2.2.1.3.2 Demonstrativo de Apuração do Lucro Real Tributável - e-LALUR


LUCRO ANTES DO IR/CSL [Lucro Contábil]
(+) ADIÇÕES
• Despesas Contabilizadas que não são aceitas pelo FISCO
• Receitas exigidas pelo FISCO e não contabilizadas em RECEITAS

Contabilidade Tributária I
97

(-) EXCLUSÕES
• Receitas contabilizadas que não são exigidas pelo FISCO
• Despesas aceitas pelo FISCO e não contabilizadas em DESPESAS

(=) LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS


(-) Compensação de PREJUÍZOS FISCAIS (Limite 30%)
(=) LUCRO REAL TRIBUTÁVEL

1.2.2.1.3.2.1 Comentando cada um dos itens do e-LALUR


• LUCRO ANTES DO IR/CSL [Lucro Contábil]: Representa o resultado
apurado pela contabilidade, registrando receitas e despesas conforme o regime de
competência. Extraído do D.R.E. da empresa.

• Despesas Contabilizadas que não são aceitas pelo FISCO: A legislação fiscal não
aceita como dedução do lucro.Exemplo: Despesas com brindes;multas fiscais pagas
por infrações, salvo as de natureza compensatórias (multa de mora); multas de
trânsito; multas de vigilância sanitária; participações pagas a empregadores e partes
beneficiárias; etc (ver outras restrições na legislação).

• Receitas exigidas pelo FISCO e não contabilizadas em RECEITAS: Acontece


quando a empresa não registra determinado valor em receita na contabilidade, mas
o FISCO exige seu reconhecimento para fins fiscais.

• Despesas aceitas pelo FISCO e não contabilizadas em DESPESAS: Há situações


que o Fisco permite que sejam feitas deduções na base fiscal que não estão registradas
como despesas na contabilidade. Exemplo: Depreciação acelerada incentivada. A
dedução em dobro é um beneficio fiscal não devendo afetar o registro contábil.

• LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS: Representa o


lucro apurado para efeito fiscal no período.

• Compensação de PREJUÍZOS FISCAIS: É a utilização de prejuízos fiscais


ocorridos em períodos anteriores, atualmente com limitação percentual de 30% do
lucro. Registrado no Livro-B.

• LUCRO REAL TRIBUTÁVEL: É o lucro após a compensação dos prejuízos


fiscais. Sobre este valor serão efetuados os cálculos dos tributos sobre o lucro.[I.R. e
C.S.S.L]

João Vicente Costa Neto


98

1.2.2.1.4 Apuração do Imposto de Renda


Apurado o lucro real tributável, aplica-se a alíquota de 15% onde se encontra o valor do
Imposto de Renda (IR) normal devido no trimestre. Em seguida, aplica-se a alíquota de
10% sobre a parcela do lucro real tributável que exceder a $60 mil no trimestre ou $20 mil
por fração de meses, onde se encontra o valor do Imposto de Renda Adicional. Juntam-se
os dois valores, ou seja, o Imposto de Renda Normal com o Adicional, encontra-se o
Imposto de Renda devido do trimestre.

Encontrado o valor do Imposto de Renda devido do trimestre, pode-se deduzir (1)


incentivo fiscal, (2) valores de imposto renda pago ou retido na fonte sobre receitas
computadas na determinação do lucro real tributável, e (3)imposto de renda pago a
maior ou indevidamente em períodos anteriores.

Após essas deduções, encontra-se o valor do Imposto de Renda a Recolher, na forma do


demonstrativo a seguir:

LUCRO REAL TRIBUTÁVEL

( x ) APLICAÇÃO
• da alíquota normal de 15% sobre o lucro real tributável
• da alíquota adicional de 10% sobre a parcela do lucro real tributável que exceder
a R$ 60.000,00 no trimestre
(=) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO
(-) DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO

• poderão ser deduzidos do valor do imposto devido


• incentivos fiscais
• imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na
determinação do lucro real tributável
• imposto de renda pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores
(=) IMPOSTO DE RENDA A RECOLHER

Contabilidade Tributária I
99

1.2.2.2 Contabilização do Imposto de Renda


Sem Retenção
D – Resultado / Despesas de Imposto de Renda/Trim x./AA (R)
C - Passivo Circulante / Provisão de IR Trimx.AA / IR a Recolher(PC)
Com Retenção
D – Resultado / Despesas de Imposto de Renda/Trim x./AA (R)
C - Ativo Circulante/ IR Retido na Fonte (AC)
C - Passivo Circulante / Provisão de IR Trimx.AA / IR a Recolher(PC)

1.2.2.3 Estudo de Caso: IRPJ Real Trimestral Definitivo [MApoio 08]


(OLIVEIRA e outros, MCT, 2003, p. 123, Adaptação: Caderno de Exercícios) A
Indústria de Carroças Especiais Ltda (ICEL) apurou um lucro contábil de $ 800.000,
antes das despesas com Imposto de Renda e com a Contribuição Social, no período
findo em 30_Set./XX.

Em Ago./XX foi contabilizado o total de $30.000 de despesas administrativas


autorizadas pela Diretoria, referente a serviços de consultoria prestados por um
amigo do Presidente, para os quais não foram solicitados os devidos comprovantes
fiscais. Durante o mês de Set./XX, foi contabilizado como despesas comerciais o
total de $20.000 referentes a gastos com férias na Europa para os familiares do
Diretor de Marketing e Promoções. Em Jul./XX, foi contabilizado como receita
$50.000 de dividendos por resultados positivos decorrentes de participações em
outras empresas avaliadas pelo custo. Ainda no trimestre de apuração a empresa
contabilizou em Set./XX como receita o valor de $ 20.000 por ganho de equivalência
patrimonial, relativo a participação com controle em uma outra empresa.

PEDE-SE: (i) demonstrar o lucro real tributável do imposto de renda e a base de cálculo
da contribuição social sobre lucro no período findo em 30_Set./XX; (ii) calcular e
contabilizar a provisão do imposto de renda e da contribuição devida no período,
sabendo-se que houve imposto de renda retido na fonte durante o trimestre de $2.200
decorrente das receitas computadas no lucro real.

João Vicente Costa Neto


100

Solução:

Primeiramente deve-se apurar o Lucro Real Tributável, através do e-LALUR -Livro A,


conforme a seguir demonstrado:

Demonstrativo Apuração de Lucro Real Tributável - 3º Trim./XX


(Livro e-LALUR)
1. Lucro Contábil antes do IR e CSL R$ 800.000
(+) 2. Adição (2.1+2.2) R$ 50.000
2.1 Despesas Contabilizadas que Não são Aceitas pelo FISCO 50.000
2.1.1 Serviço de consultoria sem comprovação fiscal 30.000
2.1.2 Gasto com férias na Europa para familiares 20.000
2.2 Receitas exigidas pelo FISCO e Não Contabilizadas -
(-) 3. Exclusões (3.1 + 3.2) R$ 70.000
3.1 Receitas Contabilizadas que Não são exigidas pelo FISCO 70.000
3.1.1 Dividendos recebidos por participações 50.000
3.1.2 Ganho por Equivalência Patrimonial 20.000
3.2 Despesas aceitas pelo FISCO e não Contabilizadas em Despesas -
4. (=) Lucro Antes da Compensação Prejuízo Fiscais R$ 780.000
5. (-) Prejuízos Fiscais (Limite 30% LAPJ) -
5.1 Prejuízos Fiscais (Base LALUR-Livro B) -
6. (=) Lucro Real Tributável R$ 780.000

Encontrado o Lucro Real Tributável, aplicam-se as alíquotas do IR Normal e o IR


Adicional, tem-se o Imposto Devido. Em seguida, deduzindo-se os incentivos fiscais, os
impostos retidos na fonte (IRRF) e os impostos pagos indevidos ou pagos a maiores,
encontra-se o Imposto de Renda a Recolher, conforme a seguir:

Demonstração de Cálculo do Imposto de Renda

1. Lucro Real Tributável R$ 780.000


2. Cálculo do imposto de Renda
2.1 Cálculo do IR Normal (15% de R$780.000) 117.000
2.2 Cálculo do IR Adicional: 10% de (R$780.000 - R$ 60.000) 72.000
3. (=) Imposto de Renda Devido (2.1 + 2.2) R$ 189.000
4. (-) Deduções R$ 2.200,00
4.1 Incentivo Fiscal. R$ 0,00
4.2 IRRF. R$ 2.200,00
4.3 Imposto Pago a Maior ou Indevido. R$ 0,00
5. (=) Imposto de Renda a Recolher (3) - (4) R$ 186.800

Contabilidade Tributária I
101

A contabilização seria na seguinte perspectiva:

Demonstrativo da Contabilização do Imposto de Renda Apurado

Débito: Resultado/Imposto Renda/3º Trim./xx R$ 189.000


Crédito: Ativo/A.Circulante/IRRF R$ 2.200
Crédito: Passivo/Circulante/Imposto de Renda - 3ºTrim./xx a R$ 186.800
Recolher

1.2.3 Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) no Contexto do Lucro Real


A Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) é um tributo federal brasileiro que incide
sobre o lucro do período-base, antes da provisão para o Imposto de Renda. É devida
pelas pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do IR, destinando-se ao
financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela Lei nº 7.689/1988 e suas
alterações.

É uma contribuição de competência da União. É uma das fontes de recursos previstas no


Art. 195 da CF/88. Diferentemente do Imposto de Renda, é devida apenas pelas pessoas
jurídicas.

O imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ) estudado na seção anterior e a contribuição


social sobre o lucro (CSL) serão determinados por períodos de apuração trimestrais,
encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada
ano-calendário.

1.2.3.1 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) Trimestral com base Lucro Real
A sistemática de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro deve respeitar a mesma
sistemática escolhida pela pessoa jurídica para o recolhimento do Imposto de Renda
(IRPJ).

Assim, o lucro real, de forma semelhante à apuração do imposto de renda, é o lucro


contábil, antes do imposto de renda e da contribuição sobre o lucro, apurado com
observância das leis comercias e ajustado pelas adições, pelas exclusões autorizadas pela
legislação.

Lucro antes do IRPJ e da CSL


(+) Adições determinadas pela legislação
(-) Exclusões permitidas pela Legislação
(=) Lucro Real

João Vicente Costa Neto


102

1.2.3.1.1 Alíquota
A contribuição social sobre o lucro calculada mediante a aplicação:

• de forma geral, 9% (a partir de 01.02.2000) sobre a base de cálculo das pessoas


jurídicas, com exceção das entidades mencionadas a seguir (Lei nº10.637/02);
• 15% ( a partir de 01.05.2008) nas instituições financeiras ou equiparadas.
Nota Importante: A partir de 1º/09/2015, a alíquota da CSL foi majorada para
algumas atividades , conforme o Art. 3º da Lei 7.689, de 15/12/88, com a redação
dada pela Lei 13.169 de 6/10/2015. Vide o Art. 30 da IN RFB 1.700, de 14/03/17.

1.2.3.1.2 Deduções da CSL


Deduções: Poderão ser deduzidos do valor da contribuição social trimestral:

• a contribuição social paga ou retida na fonte sobre as receitas computadas na


determinação do lucro real;
• o saldo de contribuição paga a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

1.2.3.1.3 e-LACS
É um livro fiscal de apuração da CSL para as empresas tributadas na modalidade Lucro
Real, chamado de livro de apuração da Base de Cálculo da Contribuição Social sobre o
Lucro (e-LACS).

Sua função é ajustar os demonstrativos contábeis à declaração de apuração da contribuição


social com adições e exclusões ao lucro líquido do período-base, apurando-se a base
de cálculo da contribuição social sobre o lucro devido (Livro-A) e controle de valores
(Livro-B) que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e
que não constem da escrituração comercial.

1.2.3.1.3.1 Dispensa do LACS ao Físico


Como destacado na parte relacionada ao imposto de renda (IR), a IN da RFB 1.574/15
diz que as empresas não mais estão obrigadas a apresenta o LACS em meio físico, que
passa a integrar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

Assim, diz que essa obrigação acessória passa a chamar e-LALUR (livro fiscal eletrônico
de apuração do imposto de renda) e o e-LACS (livro fiscal eletrônico de apuração da
contribuição social), que passam a integrar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de
cunho obrigatório das empresas.

Contabilidade Tributária I
103

1.2.3.1.3.2 Demonstrativo de Apuração do Lucro Real Tributável -e-LACS


De forma semelhante à apuração do lucro real tributável do imposto de renda, é efetuado
em relação à contribuição social sobre o lucro. O que diferencia a apuração do lucro real
tributável um do outro são os itens de receitas e despesas que são exigidos ou aceitos pela
legislação em relação a cada um dos tributos.

Há receitas que são exigidas pela legislação do IR e não são exigidas pela legislação da
CSL. Da mesma forma, há despesas que são aceitas na apuração do imposto de renda e
não são aceitas na apuração da contribuição social. Ver a IN RFB 1.700/2017.

O Anexo I da IN RFB 1.700/2017 apresenta as adições à base de cálculo da CSL


determinada pela legislação fiscal. Já as exclusões ao lucro, permitidas pela legislação, são
apresentadas no Anexo II da IN RFB 1.700/2017.

LUCRO ANTES DO IR/CSL [Lucro Contábil]

(+) ADIÇÕES
• Despesas Contabilizadas que não são aceitas pelo FISCO
• Receitas exigidas pelo FISCO e não contabilizadas em RECEITAS
(-) EXCLUSÕES
• Receitas contabilizadas que não são exigidas pelo FISCO
• Despesas aceitas pelo FISCO e não contabilizadas em DESPESAS
(=) LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
(-) Compensação de BASE NEGATIVA (Limite 30%)
(=) LUCRO REAL TRIBUTÁVEL

1.2.3.1.3.3 Comentando cada um dos itens do LALUR


Todos os comentários apresentados no item 5.2.1.3.2.1, constantes da seção relacionada
ao imposto de renda (IR), são aplicados na apuração do lucro real tributável da
contribuição social sobre o lucro (CSL).

1.2.3.1.4 Apuração da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL)


Apurado o lucro real tributável, aplica-se a alíquota de 9% onde se encontra o valor da
Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

Encontrado o valor da Contribuição Social sobre o Lucro devido do trimestre, podem-se


deduzir (1) valores de contribuição social pago ou retido na fonte sobre receitas

João Vicente Costa Neto


104

computadas na determinação do lucro real tributável e (2)valores de contribuição social


pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

Após essas deduções, encontra-se o valor da Contribuição Social sobre o Lucro a


Recolher, na forma do demonstrativo a seguir:

LUCRO REAL TRIBUTÁVEL

( x ) APLICAÇÃO
• da alíquota normal de 9% sobre o lucro real tributável
(=) CSL DEVIDA

(-) DEDUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO


• poderão ser deduzidas do valor da contribuição social calculada
• contribuições pagas ou retidas na fonte sobre receitas computadas na
determinação do lucro real tributável
• contribuições pagas a maior ou indevidamente em períodos anteriores
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO A RECOLHER

1.2.3.2 Contabilizaçãoda Contribuição Social sobre o Lucro


Sem Retenção
D – Resultado / Despesas de Contribuição Social sobre Lucro/Trim x./AA (R)
C - Passivo Circulante / Provisão de CSLTrimx.AA / CSL a Recolher(PC)
Com Retenção
D – Resultado / Despesas de Contribuição Social sobre Lucro/Trim x./AA (R)
C - Ativo Circulante/ CSL Retida na Fonte (AC)
C - Passivo Circulante / Provisão de cslTrimx.AA / CSL a Recolher(PC)

1.2.3.3 Estudo de Caso: IR e CSL Real Trimestral Definitivo [MApoio 08]


(OLIVEIRA e outros, MCT, 2003, p. 123, Adaptação: Caderno de Exercícios) A
Indústria de Carroças Especiais Ltda (ICEL) apurou um lucro contábil de $ 800.000,
antes das despesas com Imposto de Renda e com a Contribuição Social, no período
findo em 30_Set./XX.

Em Ago./XX, foi contabilizado o total de $30.000 de despesas administrativas


autorizadas pela Diretoria, referente a serviços de consultoria prestados por um

Contabilidade Tributária I
105

amigo do Presidente, para os quais não foram solicitados os devidos comprovantes


fiscais. Durante o mês de Set./XX, foi contabilizado como despesas comerciais o
total de $20.000 referentes a gastos com férias na Europa para os familiares do
Diretor de Marketing e Promoções. Em Jul./XX, foi contabilizado como receita
$50.000 de dividendos por resultados positivos decorrentes de participações em
outras empresas avaliadas pelo custo. Ainda no trimestre de apuração, a empresa
contabilizou em Set./XX como receita o valor de $ 20.000 por ganho de equivalência
patrimonial, relativo à participação com controle em uma outra empresa.
PEDE-SE: (i) demonstrar o lucro real tributável do imposto de renda e a base de
calculo da contribuição social sobre lucro no período findo em 30_Set./XX; (ii)
calcular e contabilizar a provisão do imposto de renda e da contribuição devida no
período, sabendo-se que houve imposto de renda retido na fonte durante o trimestre
de $ 2.200 decorrente das receitas computadas no lucro real.

Solução:
Primeiramente, de forma semelhante ao cálculo do Imposto de Renda, deve-se apurar o
Lucro Real Tributável, através do e-LACS Livro A, conforme a seguir demonstrado:

Demonstrativo Apuração de Lucro Real Tributável - 3º Trim./XX


(Livro e-LALUR)
1. Lucro Contábil antes do IR e CSL R$ 800.000
(+) 2. Adição (2.1+2.2) R$ 50.000
2.1 Despesas Contabilizadas que Não são Aceitas pelo FISCO 50.000
2.1.1 Serviço de consultoria sem comprovação fiscal 30.000
2.1.2 Gasto com férias na Europa para familiares 20.000
2.2 Receitas exigidas pelo FISCO e Não Contabilizadas -
(-) 3. Exclusões (3.1 + 3.2) R$ 70.000
3.1 Receitas Contabilizadas que Não são exigidas pelo FISCO 70.000
3.1.1 Dividendos recebidos por participações 50.000
3.1.2 Ganho por Equivalência Patrimonial 20.000
3.2 Despesas aceitas pelo FISCO e não Contabilizadas em Despesas -
4. (=) Lucro Antes da Compensação da Base Negativa R$ 780.000
5. (-) Base Negativa (Limite 30% do Lucro antes da Compensação) -
5.1 Base Negativa (Base LALUR-Livro B) -
6. (=) Lucro Real Tributável R$ 780.000

João Vicente Costa Neto


106

Encontrado o Lucro Real Tributável, aplica-se a alíquota da Contribuição Social sobre o


Lucro (CSL), tem-se a Contribuição Devida. Em seguida, deduzidas as retenções das
contribuições e as contribuições pagas indevidas ou pagas a maiores, encontra-se a
Contribuição Social sobre o Lucro a recolher, conforme a seguir:

Demonstração de Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL)

1. Lucro Real Tributável R$ 780.000


2. Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
2.1 Alíquota 9%
3. (=) Contribuição Social sobre o LucroDevida (9% de 2.1) R$ 70.200
4. (-) Deduções R$ 0,00
4.1 Incentivo Fiscal. R$ 0,00
4.2 CSL Retida na Fonte. R$ 0,00
4.3 CSL Paga a Maior ou Indevida. R$ 0,00
5. (=)Contribuição Social sobre o Lucroa Recolher(3) - (4) R$ 70.200

A contabilização seria na seguinte perspectiva:

Demonstrativo da Contabilização da Contribuição Social sobre o Lucro Apurada

Débito: Resultado/CSL s/Lucro/3ºTrim./xx R$ 70.200

Crédito: Passivo/Circulante/ CSL s/Lucro/3ºTrim./xx R$ 70.200

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Lucro Real Definitivo - IR e CSL


Q1. (PEGAS, 2017) A Cia Selva apresentou no último trimestre ano de xx um
lucro contábil antes do IR e CSLL no valor de R$5.000,00. O setor de tributos
analisou detalhadamente este resultado e identificou as seguintes informações
para cálculo desses tributos: (1) despesas não dedutíveis, R$400; receitas não
tributáveis, R$600; prejuízo fiscal de períodos anteriores, R$1.300. PEDE-SE: O
imposto de renda será:

a) 489,00 b) 509,00 c) 525,00 d) 546,00 e) 504,00

Contabilidade Tributária I
107

Q2. (PEGAS, 2017) Uma empresa, optante pelo lucro trimestral, iniciou suas
atividade no dia 01/jan/x1. Obteve no final do 1º trimestre (mar.x1) um lucro
contábil de $ 400 mil. Sabendo que todas as despesas são dedutíveis e as receitas
tributáveis. PEDE-SE: Calcule o IR devido no trimestre que será recolhido em
abr.x1:

a)60.000,00

b)98.000,00

c)96.000,00

d)94.000,00

e) Falta elementos para calcular

Q3. (PETROBRAS, 2005, Cesgranrio apud PEGAS, 2017) Determinada empresa


apresentou em x4 imposto de renda a pagar (alíquota 15%) de R$2.400,00.
Sabendo que as bases do IR e CSL são iguais, a CSL (alíquota 9%) devida será,
em reais, de:

a) 216,00 b) 360,00 c) 1.600,00 d) 1.440,00 e) 3.240,00

Q4. (PEGAS, 2017) O IR devido no 1º trimestre de 2007, com lucro real de R$ 1


milhão será em reais de: [Modalidade do Lucro Real trimestral]

a) 150.000 b) 248.000 c) 226.000 d) 244.000 e) 250.000

Q5. (PEGAS, 2017) Uma empresa, optante pelo lucro trimestral, iniciou suas
atividade no dia 02/jan/x1. Obteve no final do 1º trimestre (março) um lucro
contábil de $ 500 mil. Sabendo que todas as despesas são dedutíveis e as receitas
tributáveis, PEDE-SE: Calcule o IR.

a) $ 119.000 b) $ 121.000 c) $ 123.000 d) $ 94.000 e) falta elementos

João Vicente Costa Neto


108

Q6. (Prova Contador da RADIOBRAS-NCE.PEGAS, 2017) O imposto de renda


incide sobre:

a) renda, proventos de qualquer natureza, serviços próprios e circulação de


mercadorias.

b) renda, proventos de qualquer natureza e serviços próprios.

c) renda e receita operacional e faturamento bruto

d) a renda e proventos de qualquer natureza.

e) renda e receita operacional

Q7. (Prefeitura de Angra dos Reis – Contador – Fesp/02 adaptado, apud PEGAS,
2017), Exclusão ao lucro líquido pode representar:

a) receita registrada na Contabilidade e não exigida pelo FISCO

b) receita registrada na Contabilidade e exigida pelo FISCO

c) receita não registrada na Contabilidade e exigida pelo FISCO

d) receita não registrada na Contabilidade e não exigida pelo FISCO

e) falta elementos

Q8. (Prefeitura de Angra dos Reis – Contador – Fesp/02, apud PEGAS, 2017) O
LALUR é um livro:

a) fiscal e contábil, exigido para comprovar o resultado apurado e divulgado pelas


empresas brasileiras

b) fiscal, que registra e controla a ligação entre o resultado apurado na contabilidade


e o exigido pelo Fisco.

c) fiscal, que apura o lucro real ou presumido das empresas

d) contábil, que registra os lançamentos contábeis

e) falta elementos

Contabilidade Tributária I
109

Q9. (Analista Tributário Pleno PUC-PR (COPEL), apud PEGAS, 2017) Quanto ao
LALUR é INCORRETO afirmar:

a) todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda estão obrigadas à


sua escrituração

b) é dispensado seu registro em qualquer órgão ou repartição

c) na sua parte B, a escrituração será feita utilizando-se uma folha para cada conta
ou fato que requeira individualização

d) é um livro de natureza eminentemente fiscal e destinado à apuração extra


contábil do lucro real

e) possui elementos que poderão afetar o resultado de períodos de apuração futuros

Q10. (PEGAS, 2017, p.402) Exclusão ao lucro líquido (nas bases de IR e CSLL)
representa:

a) Despesa dedutível contabilizada em despesa.

b) Despesa permitida posteriormente ao pagamento.

c) Receita recebida, mas ainda não contabilizada.

d) Receita contabilizada, mas tributada posteriormente, no próximo ano

e) Falta elementos

Q11. (PEGAS, 2017, p.403) Representa receita não tributável na base do IR:

a) Perdão de parte de dívida registrada no passivo circulante.

b) Dividendos de ações de empresas avaliadas pelo método do custo de aquisição.

c) Juros sobre capital próprio recebido de empresas avaliadas pelo custo de


aquisição.

d) Lucro obtido na venda de participações societárias.

e) Ganho na venda de bens do imobilizado.

João Vicente Costa Neto


110

Q12. (PEGAS, 2017, p. 403)Empresa tributada pelo lucro real anual em 2005
apurou prejuízo fiscal de R$ 100.000. Em 2006, calculou IR pela apuração
trimestral e, no 1o trimestre, obteve lucro de R$ 280.000, incluídos os seguintes
valores:

» Multa de autuação fiscal 35.000

» Multa s/ atraso no pg.de PIS (Espontânea) 10.000

» Juros sobre autuação fiscal 15.000

» Resultado negativo de equiv. Patrimonial 30.000

» Rec. de dividendos de invest. aval. ao custo 5.000

PEDE-SE: O IR devido no 1o trimestre de 2006 será, em R$:

a) 36.000 b) 43.000 c) 53.500 d) 54.000 e) 57.750 f) 60.250

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

C D D D A D A B A D B D

Contabilidade Tributária I
111

1.3 Lucro Real Estimativa - IR e CSL

Objetivos:
• Apresentar a sistemática do cálculo mensal em bases estimadas.

• Calcular o imposto de renda (IR) em base estimada mensal.

• Calcular a contribuição social sobre o lucro (CSL) em base estimada mensal.

1.3 Lucro Real Estimativa – IR e CSL


As empresas tributadas com base no lucro real podem optar pela apuração do lucro
real anual, alternativamente à apuração em cada trimestre, porém os recolhimentos dos
tributos devem ser efetuados mensalmente.

A apuração do imposto por estimativa será determinada das seguintes formas, facultado
ao contribuinte optar pela alternativa que for mais vantajosa:

a. Com base na Receita Bruta auferida mensalmente: sobre a receita bruta mensal
decorrente das atividades operacionais, aplicam-se percentuais constantes no Artigo
15, § lº, da Lei 9.249/1995, acrescidos das demais receitas (ganho de capital, juros,
variação monetária ativa, etc.). É o que se chama de Estimativa Pura.

b. Com base em balancetes mensais de suspensão ou redução: apurados


contabilmente e ajustados pelas adições e exclusões previstas na legislação.É o que se
chama de Estimativa Monitorada.

1.3.1 Cálculo do Imposto de Renda (IR) Mensal por Estimativa


Na escolha da opção pela apuração do lucro real anual, há obrigatoriedade do
recolhimento mensal em bases estimadas. Logo, embora a apuração definitiva da base de
cálculo do imposto de renda somente ocorra no final do ano, a pessoa jurídica é obrigada
a recolher ao Fisco mensalmente uma parcela por antecipação do imposto de renda
devido, decorrente de suas operações no ano.

1.3.1.1 Alíquota

• alíquota normal de 15% sobre o lucro estimado mensal;


• alíquota adicional de 10% sobre o lucro estimado que exceder o limite mensal
de R$ 20.000,00.

João Vicente Costa Neto


112

1.3.1.2 Base de Cálculo


A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de que trata o Artigo 15, § 1º, Lei 9.249/1995 sobre as receitas decorrentes
das atividades fins da empresa, acrescido das demais receitas (ganho de capital, juros,
variação monetária ativa, etc.), conforme estabelecido na legislação.

1.3.1.2.1 Inclusões: Receita Bruta


A receita bruta do contribuinte é o somatório dos montantes das vendas de mercadorias
ou produtos; dos serviços prestados e dos ganhos de capitais, demais receitas e resultados
positivos, excetuados os rendimentos ou ganhos tributados a título de aplicações
financeiras, resultado positivo de equivalência patrimonial, lucros e dividendos por
participações, juros remuneratórios do capital próprio.

1.3.1.2.2 Exclusões: Receita Bruta


O IPI incidente sobre as vendas, o ICMS devido pelo contribuinte substituto, as vendas
canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais.

1.3.1.3 Lucro Estimado


O lucro estimado é definido a partir da aplicação de percentuais definidos pela Receita
Federal do Brasil (Artigo 15, § 1º,Lei 9.249/1995) sobre a Receita Bruta decorrentes das
atividades, conforme as espécies geradoras da receita na forma a seguir:

Base de estimativa do lucro para pagamento do Imposto de Renda Estimado


(Artigo 15, § 1º,Lei 9.249/1995):
Espécies de atividades geradoras da receita bruta % s/ receita
Revenda para consumo de combustíveis, derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural 1,6%
Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de
combustíveis para consumo...); transporte de cargas; serviços
hospitalares; atividades imobiliárias e rural; construção por 8%
empreitada...; industrialização com materiais pelo encomendante...,
Qualquer outra atividade (exceto prestação serviço) para a qual não
esteja previsto percentual específico 8%
Serviço transporte (exceto de cargas); serviços prestados com
exclusividade por empresas com receita bruta não superior a R$ 16%
120.000,00 (exceto hospitalares, de transporte e de sociedade civis
de profissões regulamentadas)
Serviços em geral, ..., inclusive os prestados por sociedades civis
de profissão regulamentadas; intermediação de negócios;
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 32%
direitos de qualquer natureza, factoring, serviços de mão-de-obra
de construção civil.

Contabilidade Tributária I
113

1.3.1.4 Cálculo da Estimativa Mensal


Identificado o percentual de Lucro Estimado, na forma das espécies de atividades
geradoras da receita bruta, conforme as disposições do Artigo 15, § 1º,Lei 9.249/1995,
faz-se a seguinte apuração:

RECEITA BRUTA

(-) Dedução p/efeito de apuração da receita bruta ajustada


• IPI s/venda; cancelamento, devoluções e descontos incondicionais; ICMS por
substituição; ...
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA
% APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA AJUSTADA
• Percentuais definidos conforme as espécies geradoras da receita (Artigo 15, §
1º,Lei 9.249/1995)
(=) LUCRO ESTIMADO
(+) Acréscimos
• Ganho de capital na venda do ativo imobilizado, receita de locação de bens
móveis e imóvel, rendimento de operação de mutuo,...
(=) BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO

1.3.1.5 Imposto de Renda por Estimativa Mensal


Apurado a base de cálculo do imposto de renda por estimava mensal, aplica-se a alíquota
de 15% onde se encontra o valor do Imposto de Renda (IR) normal estimado devido no
mês.

Em seguida, aplica-se a alíquota de 10% sobre a parcela da base cálculo do lucro estimado
mensal que exceder a $20 mil no mês, onde se encontra o valor do Imposto de renda
adicional estimado mensal. Juntam-se os dois valores, ou seja, o Imposto de Renda
Normal com o Adicional, e encontra-se o Imposto de Renda Estimado devido do mês de
apuração.

Encontrado o valor do Imposto de Renda Estimado devido no mês, podem-se deduzir


(1) incentivo fiscal, (2) valores de imposto renda pago ou retido na fonte sobre receitas
computadas na determinação do lucro real estimado mensal tributável e (3)imposto de
renda pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

João Vicente Costa Neto


114

Após essas deduções, encontra-se o valor do Imposto de Renda a Recolher, na forma do


demonstrativo a seguir:

BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO

( x ) APLICAÇÃO
• da alíquota normal de 15% sobre a base de cálculo do I.R. estimado

• da alíquota adicional de 10% sobre a base de cálculo do I.R. estimado que


exceder a R$ 20.000,00 no mês.
(=) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO
(-) DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO

• poderão ser deduzidos do valor do imposto devido

• incentivos fiscais

• imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na


determinação do lucro real tributável estimado

• imposto de renda pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores


(=) IMPOSTO DE RENDA A RECOLHER

1.3.1.6 Exemplo Numérico do Imposto de Renda por Estimativa Mensal


A Cia EAD é uma pessoa jurídica que opera com vendas e serviços e apresenta as
seguintes movimentações em um mês de um determinado ano:

• Receita de revenda de mercadorias, $200.000

• Receita de serviço, $50.000

• Vendas canceladas, $10.000

• Rendimento recebido de aplicação financeira (IRRF de $400), $5.000

• Rendimento obtido de equivalência patrimonial, $15.000

• Ganho de capital na alienação de bens do ativo, $10.000

Contabilidade Tributária I
115

Solução:
DISCRIMINAÇÃO R. c/Venda R. c/Serviço
RECEITA BRUTA 200.000 50.000
• Receita de revenda de mercadorias, $200.000
200.000 50.000
• Receita de serviço, $50.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (10.000) -
• Vendas canceladas, $10.000 10.000 -
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA 190.000 50.000
% APLICÁVEIS sobre a RECEITA Bruta Ajustada 8% 32%
(=) LUCRO ESTIMADO 15.200 16.000
LUCRO ESTIMADO CONSOLIDADO 25.200
(+) Acréscimos 10.000
• Ganho de capital alienação bens do ativo, $10.000 10.000
(=) BASE DE CÁLCULO DO IR ESTIMADO 35.200
(=) BASE DE CÁLCULO DO IR ESTIMADO
IR Normal: (alíquota básica) - 15% de 35.200 5.280
IR Adicional: (excesso s/20.000) - 10% de (35.200-20.000) 1.520
(=) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO 6.800
(-)DEDUÇÃO -
(=) IMPOSTO DE RENDA A RECOLHER 6.800
Nota: (1) Rendimento de aplicação financeira, mesmo sofrendo tributação na fonte, não entra no
cálculo da estimativa
(2) Rendimento obtido de equivalência patrimonial não sofre tributação na Cia EAD, dado que este
rendimento já foi tributado na empresa que gerou o ganho.

1.3.2 Cálculo da Contribuição Social sobre Lucro (CSL) Mensal por Estimativa
As empresas jurídicas que optaram pelo pagamento mensal do imposto de renda (IRPJ)
por estimativa deverão também pagar a CSL pelo mesmo critério (Art. 28 da Lei nº
9.430/96).

Assim, semelhante ao imposto de renda, na escolha da opção pela apuração do lucro real
anual, há obrigatoriedade do recolhimento mensal em bases estimadas da contribuição
social sobre o lucro (CS). Logo, embora a apuração definitiva da base de cálculo da
contribuição social somente ocorra no final do ano, a pessoa jurídica é obrigada a recolher
ao Fisco mensalmente uma parcela por antecipação da contribuição social sobre o lucro
devida, decorrente de suas operações no ano.

1.3.2.1 Alíquota
• alíquota 9% sobre o lucro estimado mensal;

João Vicente Costa Neto


116

1.3.2.2 Base de Cálculo


A base de cálculo contribuição social sobre o lucro (CSL) devida mensalmente por
estimativa corresponderá ao somatório dos seguintes valores apurados em cada mês
(Art. 22, da Lei 10.684/03):

• 12% da receita bruta da venda de mercadoria e/ou de produção; e serviços


hospitalares e de transporte na forma definida na legislação.

• 32% (desde 01.09.2003) sobre a receita bruta prestação de serviços em geral,


intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de imóveis, factoring.

• Ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo permanente e


de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro;

• Rendimentos de aplicações financeira de renda fixa e ganhos líquidos de


operações financeira de renda variável

• Demais receitas e resultados positivos não abrangidos pelos números


anteriores

1.3.2.2.1 Inclusões: Receita Bruta


A receita bruta do contribuinte é o somatório dos montantes das vendas de mercadorias
ou produtos; dos serviços prestados e dos ganhos de capitais, demais receitas e resultados
positivos, inclusive os rendimentos aplicações financeira e juros remuneratórios do
capital próprio, excetuados o resultado positivo de equivalência patrimonial, lucros e
dividendos por participações

1.3.2.2.2 Exclusões: Receita Bruta


O IPI incidente sobre as vendas, o ICMS devido pelo contribuinte substituto, as vendas
canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais.

1.3.2.3 Lucro Estimado


O lucro estimado definido no Art. 22, da Lei 10.684/03, ou base de cálculo da contribuição
social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento
mensal a que se referem os Art. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e
pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por
cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do
ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere
o Inciso III do § 1o do Art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.

Contabilidade Tributária I
117

1.3.2.4 Cálculo da Estimativa Mensal da Contribuição Social sobre o Lucro


Apurada a receita bruta, faz-se a seguinte apuração:

RECEITA BRUTA

(-) Dedução p/efeito de apuração da receita bruta ajustada


• IPI s/venda; cancelamento, devoluções e descontos incondicionais; ICMS por
substituição; ...
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA
% APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA AJUSTADA

• Percentuais definidos no Art. 22, da Lei 10.684/03 (12% da receita bruta c/


venda e serviços hospitalares e de transporte; e 32% demais prestações de serviço)
(=) LUCRO ESTIMADO
(+) Acréscimos

• Ganho de capital na venda do ativo imobilizado, receita de locação de bens


móveis e imóvel, rendimento de operação de mútuo, rendimento de aplicação
financeira, ...
(=) BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ESTIMADA

1.3.2.5 Contribuição Social sobre o Lucro por Estimativa Mensal


Apurada a base de cálculo para a contribuição social por estimava mensal, aplica-se a
alíquota de 9% onde se encontra o valor devido no mês da contribuição social estimada
sobre o lucro (CSL) .

Encontrado o valor da contribuição social sobre o lucro (CSL) em base estimada devida
no mês, podem-se deduzir (1) valores de contribuição social sobre o lucro pago ou retido
na fonte sobre receitas computadas na determinação do lucro real estimado mensal
tributável e (2) contribuição social sobre o lucro pago a maior ou indevidamente em
períodos anteriores.

Após essas deduções, encontra-se o valor da contribuição social sobre o lucro (CSL), na
forma do demonstrativo a seguir:

BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ESTIMADA

( x ) APLICAÇÃO
• da alíquota normal de 9% sobre a base de cálculo do CSL estimada

João Vicente Costa Neto


118

(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO DEVIDA


(-) DEDUÇÃO
• poderão ser deduzidos do valor da contribuição social sobre o lucro

• valores de contribuição social sobre o lucro pago ou retido na fonte sobre


receitas computadas na determinação do lucro real estimado mensal tributável

• contribuição social sobre o lucro pago a maior ou indevidamente em períodos


anteriores
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO A RECOLHER

1.3.2.6 Exemplo Numérico Contribuição Social sobre Lucro por Estimativa Mensal
A Cia EAD é uma pessoa jurídica que opera com vendas e serviços e apresenta as
seguintes movimentações em um mês de um determinado ano:

• Receita de revenda de mercadorias, $200.000


• Receita de serviço, $50.000
• Vendas canceladas, $10.000
• Rendimento recebido de aplicação financeira (IRRF de $400), $5.000
• Rendimento obtido de equivalência patrimonial, $15.000
• Ganho de capital na alienação de bens do ativo, $10.000

Solução:
DISCRIMINAÇÃO R. c/Venda R. c/Serviço
RECEITA BRUTA 200.000 50.000
• Receita de revenda de mercadorias, $200.000
200.000 50.000
• Receita de serviço, $50.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (10.000) -
• Vendas canceladas, $10.000 10.000 -
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA 190.000 50.000
% APLICÁVEIS sobre a RECEITA Bruta Ajustada 12% 32%
(=) LUCRO ESTIMADO 22.800 16.000
LUCRO ESTIMADO CONSOLIDADO 38.800
(+) Acréscimos 15.000
• Ganho de capital alienação bens do ativo, $10.000 10.000
• Rendimento recebido de aplicação financeira, $5.000 5.000
(=) BASE DE CÁLCULO DA CSL ESTIMADA 53.800
CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO EM BASE ESTIMADA
CSL Estimada: (alíquota básica) - 9% de 53.800 4.842
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/LUCRO DEVIDA 4.842
(-)DEDUÇÃO -
(=) IMPOSTO DE RENDA A RECOLHER 4.842
Nota: (1) Rendimento obtido de equivalência patrimonial não sofre tributação na Cia EAD, dado que
já este rendimento já foi tributado na empresa que gerou o ganho.

Contabilidade Tributária I
119

1.3.3 Cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre Lucro (CSL) em base
Estimada Mensal por Suspensão ou Redução.
A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em
cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor
acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no
lucro real do período em curso (Lei 8.981/1995, Artigo 35, e Lei 9.430/1996, Artigo 2º).

A opção exercida para o recolhimento do IRPJ deve ser a mesma para a CSSL. Por outro
lado, período em curso representa aquele compreendido entre 1º de janeiro ou do início
de atividade e o último dia do mês a que se referir o balanço ou balancete.

O balanço ou balancete é levantado para efeito de determinação do resultado do período


em curso, conforme as seguintes condições:

• será elaborado com observância das disposições contidas nas leis comerciais;
• será transcrito no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto do
respectivo mês;
• somente produzirá efeitos para fins de determinação da parcela do IRPJ e da
CSLL devidos no decorrer do ano-calendário.

1.3.3.1 Resultado do período


Deverá ser ajustado por todas as adições, exclusões e compensações admitidas pela
legislação de maneira a se determinar o valor do lucro real. A empresa deverá, ao final de
cada período de apuração, promover o levantamento e avaliação dos seus estoques.

1.3.3.2 Registro no LALUR e LACS


A demonstração do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes
deverá ser transcrito no LALUR e LACS, observando o seguinte:

• a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução do


imposto de renda, o contribuinte deverá determinar novo lucro real para o período
em curso, desconsiderado aqueles apurados em meses anteriores no mesmo
ano-calendário;
• as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do lucro
real, correspondentes aos balanços ou balancetes, somente poderão constar
discriminadamente, na parte A do LALUR e LACS, para fins de elaboração da
demonstração do lucro real do período em curso, não cabendo nenhum registro na
parte B dos referidos livros

João Vicente Costa Neto


120

1.3.3.3 Exemplo numérico

1.3.3.3.1 Exemplo de redução com base em balanço ou balancete

Mês Base Valor Calculado: Mês Valor Valor IR Real devido:


IR Estimado Pagamento Pago Acumulado Balancete
levantado

Janeiro 1.000,00 Feveiro 1.000,00 1.000,00


Considerando
Fevereiro 1.200,00 Março 1.200,00 2.200,00 as adições,
subtrações e
Março 1.300,00 Abril 1.300,00 3.500,00 compensações
devidas no
Abril 1.500,00 Maio 1.500,00 5.000,00 período

Maio 2.000,00 Junho 1.000,00 6.000,00 6.000,00

1ª hipótese: no mês de maio, a empresa levantou balanço e apurou a importância de


$6.000 a pagar de imposto de renda sobre lucro real do período de janeiro a maio. Como
a empresa efetuou pagamento até o mês de maio de $5.000, ela poderá recolher em junho
apenas $1.000, correspondente à diferença entre o imposto devido sobre o lucro real
do período ($6.000) e o já recolhido por estimativa pura até maio ($5.000), em vez de
recolher os $ 2.000 calculado por estimativa.

1.3.3.3.2 Exemplo de suspensão com base em balanço ou balancete

Mês Base Valor Calculado: Mês Valor Valor IR Real devido:


IR Estimado Pagamento Pago Acumulado Balancete
levantado

Janeiro 1.000,00 Feveiro 1.000,00 1.000,00


Considerando
Fevereiro 1.200,00 Março 1.200,00 2.200,00 as adições,
subtrações e
Março 1.300,00 Abril 1.300,00 3.500,00 compensações
devidas no
Abril 1.500,00 Maio 1.500,00 5.000,00 período

Maio 2.000,00 Junho zero 6.000,00 4.800,00

Contabilidade Tributária I
121

2ª hipótese: no mês de maio, a empresa levantou balanço e apurou a importância de


$4.800 a pagar de imposto de renda sobre lucro real do período de janeiro a maio. Como
a empresa efetuou pagamento até o mês de maio de $5.000, ela poderá suspender o
recolhimento de maio, calculado pela estimativa plena que seria efetuado em junho no
valor de $2.000.

Os $200 ($5.000 - $4.800) pagos a maior no período não poderão ser diminuídos nos
recolhimentos mensais por estimativa dos meses subsequentes. Caso a empresa deseje
fazer nova redução no mês de junho, deverá levantar novo balanço em 30 de junho,
apurando o imposto devido sobre o lucro real no período de janeiro a junho, e diminuir
os valores efetivamente pagos até a data, correspondentes aos meses base de janeiro a
junho.

1.3.3.3.3 Exemplo de recolhimento pelo menor valor com base em balanço ou balancete

Mês Base Valor Calculado: Mês Valor Valor IR Real devido:


IR Estimado Pagamento Pago Acumulado Balancete
levantado

Janeiro 1.000,00 Feveiro 1.000,00 1.000,00


Considerando
Fevereiro 1.200,00 Março 1.200,00 2.200,00 as adições,
subtrações e
Março 1.300,00 Abril 1.300,00 3.500,00 compensações
devidas no
Abril 1.500,00 Maio 1.500,00 5.000,00 período

Maio 2.000,00 Junho 2.000,00 7.000,00 8.000,00

3ª hipótese: A empresa apurou $8.000 de imposto de renda a pagar sobre o lucro real no
período de janeiro a maio. Como os pagamentos mensais efetuados até o mês de maio
foram $5.000, a empresa deveria recolher em junho (relativo ao mês de maio), $3.000
($8.000 - $5.000). Nessa hipótese, a pessoa jurídica poderá optar por recolher o valor
da estimativa pura no mês de maio, ou seja, $2.000, porque a legislação permite nessa
situação que se opte pelo valor estimado.

João Vicente Costa Neto


122

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Lucro Real Estimativa - IR e CSL


Q1. (PEGAS, 2017) Empresa tributada pelo lucro real faz apuração mensal
em base estimadas. No mês de julho de x18, apresentou as seguintes contas de
resultado:

• Vendas de mercadorias - no país, 2.200.000


• Vendas de mercadorias - ao exterior, 300.000
• ICMS incluído nas vendas - no país, 400.000
• Ganho de capital, 20.000
• Receitas financeiras (líquido IRRF de 20%), 10.000
• IPI incluído nas vendas - no país, 200.000

Considerando a legislação vigente, o IR a pagar em agosto de x16 será, em reais:

a) 41.000 b) 43.000 c) 49.000 d) 49.500 e) 51.500

Q2. (PEGAS, 2017) A Cia Joinvile (empresa comercial) que optou pelo lucro
real anual, com pagamentos mensais por estimativa do IR e CSL, apresentou o
seguinte resultado no mês de janeiro de x18.

• Receita de Vendas, 5.000.000


• Receitas Financeiras (com retenção de IR na fonte de 20%), 20.000
• Despesas Dedutíveis, R$ 4.540.000
• Lucro Antes do IR e CSL, 480.000

Informe o valor que deverá ser recolhido de IR+CSL no mês de fevereiro de x16,
considerando a melhor opção para empresa, a título de antecipação mensal:

a) 135.200 b) 141.200 c) 153.800 d) 157.200 e) falta dados

Q3. (PEGAS, 2017) A Cia Trox (empresa de serviço consultoria e perícia contábil
judicial e extrajudicial), tributada pelo lucro real por usufruir de benefícios de
incentivos fiscais do governo federal, faz apuração mensal em bases estimadas. No
mês de julho/x18 apresentou as seguintes contas de resultado:

• Serviços de Consultoria – no país, 500.000


• Serviços de Perícia – no país, 300.000

Contabilidade Tributária I
123

• ISS s/serviços prestados, 40.000


• Receita de Aluguel por locação de uma sala comercial, 5.000
• Receitas financeiras (líquida do IRRF), 10.000
Considerando a legislação vigente, o IR + CSL a pagar em agosto/x15 será, em reais:

a) 83.288 b) 65.750 c) 86.740 d) 87.640 e) falta elementos

Q4. (PEGAS, 2017) Empresa tributada pelo lucro real faz apuração mensal em
bases estimadas. No mês de fevereiro/x16, apresentou as seguintes contas de
resultado:

• Vendas de mercadorias – no país, 2.200.00


• Venda de mercadorias – ao exterior, 300.000
• ICMS s/vendas, 400.000
• Ganho de capital, 20.000
• Receitas financeiras, 10.000
• IPI incluso nas vendas, 200.000

Considerando a legislação vigente, o IR + CSL a pagar em março/x16 será, em reais:

a) 65.840 b) 69.640 c) 76.540 d) 77.240 e) falta elementos

Q5. (PEGAS, 2017) A Cia Locat (atua com venda e serviços de manutenção e
locação de máquinas industriais) optou pelo lucro real anual, com antecipação
mensal em bases estimadas, apresenta o seguinte resultado no mês de janeiro de
x16:

• Receita Líquida Vendas, 2.000.000


• Receita Líquida de Serviço, 800.000
• Receitas Financeiras (líquida do IRRF) , 20.000
• Gastos incorridos, 2.240.000

Informe o valor recolhido de IR +CSL no mês de fevereiro de x.16, a título de


antecipação:

a) 150.440 b) 148.440 c) 146.640 d) 153.440 e) falta elementos

João Vicente Costa Neto


124

Q6. A Cia Opção atua na área do comércio. Considerando que a Cia Opção
recolhe o imposto de renda pela sistemática da estimativa com percentual de 8%
sobre faturamento: Preencha os espaços vazios do quadro abaixo que represente
o valor do imposto de renda pago em determinado período do anoxx:

Mês Base Faturamento Valor Calculado: Mês Valor Pago Valor


IR Estimado Pagamento Acumulado

Janeiro 220.000,00 Feveiro

Fevereiro 350.000,00 Março

Março 280.000,00 Abril

A legislação do IR prevê a suspensão ou redução do pagamento mensal do imposto


de renda por estimativa desde que se demonstre, mediante a elaboração de balanço
ou balancete, que o valor do imposto de renda pago até o mês do balanço, é igual ou
excede o valor do imposto devido, inclusive adicional, calculado com base no lucro
real definitivo do período em curso.

PEDE-SE: Em relação aos dados hipotéticos apurados no quadro acima, caso


a Cia Opção levante balancete para o trimestre (jan a mar./xx) – considerando
as adições, subtrações e compensações devidas - apure o imposto de renda pelo
lucro real no período, correspondente a:

- Q6.1 O imposto de renda pelo lucro real de: R$_11.000,00_ - Qual deve ser
o posicionamento da Cia Opção quanto ao recolhimento do imposto do mês
de março: “Pagar o IR Estimado com Redução?” “Suspender o pagamento do IR
Estimado?” ou” Pagar o IR Estimado pelo valor mesmo calculado?” [Obrigatório
argumentar]

Comentário:

Contabilidade Tributária I
125

- Q6.2 O imposto de renda pelo lucro real de: R$_7.000,00_ - Qual deve ser
o posicionamento da Cia Opção quanto ao recolhimento do imposto do mês
de marco: “Pagar o IR Estimado com Redução?” “Suspender o pagamento do IR
Estimado?” ou” Pagar o IR Estimado pelo valor mesmo calculado?” [Obrigatório
argumentar]

Comentário:

Q6.3 O imposto de renda pelo lucro real de: R$_12.000,00_ - Qual deve ser
o posicionamento da Cia Opção quanto ao recolhimento do imposto do mês
de marco: “Pagar o IR Estimado com Redução?” “Suspender o pagamento do IR
Estimado?” ou “Pagar o IR Estimado pelo valor mesmo calculado?” [Obrigatório
argumentar]

Comentário:

GABARITO
1 2 3 4 5

C C D C B

João Vicente Costa Neto


126

1.4 Lucro Presumido - IR e CSL

Objetivos:
• Apresentar a sistemática do cálculo trimestral pelo lucro presumido.
• Entender como se calcula o imposto de renda (IR) e a contribuição social sobre
o lucro (CSL) com base no lucro presumido.
• Identificar as pessoas jurídicas que não podem optar pelo lucro presumido.

1.4. Lucro Presumido


É a forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do
resultado tributável do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro
(CSL).

O Lucro Presumido é aquele apurado pelas empresas, com base numa presunção por
parte do fisco do que seria seu lucro, caso não houvesse a Contabilidade.

Essa sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de sua
receita bruta e outras receitas sujeitas à tributação.Em termos gerais, trata-se de um lucro
fixado a partir de percentuais padrões aplicados sobre a Receita Operacional Bruta -
ROB. Sobre o referido resultado somam-se as outras receitas eventuais auferidas, como
receitas financeiras e aluguéis.

O lucro presumido deve ser apurado trimestralmente nos dias 31 de março, 30 de junho,
30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, ou na data de extinção da pessoa
jurídica, caso encerre as atividades ou seu acervo líquido seja totalmente destinado.

A sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de sua receita
bruta e outras receitas sujeitas à tributação.Em termos gerais, trata-se de um lucro fixado
a partir de percentuais padrões aplicados sobre a Receita Operacional Bruta - ROB.
Sobre o referido resultado somam-se as outras receitas eventuais auferidas, como receitas
financeiras e aluguéis.

Sabendo um pouco mais


A opção por esta modalidade de tributação, lucro presumido, é formalizada no
decorrer do ano-calendário e manifestada com o recolhimento no mês de abril
da primeira cota correspondente ao primeiro período trimestral de apuração do
ano calendário (janeiro a março) ou já no mês de janeiro de cada ano, utilizando
o código 2089.

Contabilidade Tributária I
127

1.4.1 Empresas Proibidas de Optar pelo Lucro Presumido


Em um primeiro plano, todas as empresas podem optar pelo lucro presumido. Entretanto,
há aquelas empresas obrigadas à apuração do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição
Social sobre o Lucro (CSL) pelo Lucro Real, logicamente proibidas de utilizar modalidade
de apuração e pagamento pelo Lucro Presumido. São aquelas empresas enquadradas nos
seguintes casos (Art. 59 da IN RFB 1.700/17):

a. cuja receita total, no ano calendário anterior, tenha sido superior a R$


78.000.000,00 ou ao limite proporcional mensal de R$ 6.500.000,00 [Redação dada
pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013. Vide parágrafo único do Art. 9º];
b. cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;
c. que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d. queusufruam de benefícios relativos à isenção ou redução do Imposto de
Renda;
e. que explorem atividades de prestação cumulativa e continuada de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica.. (factoring);
f. que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo
regime de estimativa, na forma do Art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996;
g. vide legislação para observar demais situações.
Nesse contexto, as empresas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real poderão
optar pela apuração do imposto trimestral com base no Lucro Presumido.

1.4.1.1 Cálculo do limite de $78 milhões para poder optar pelo Lucro Presumido
Para o cálculo do limite de $78 milhões, teoricamente, entram todas as receitas, mesmo
as não tributadas pelo lucro presumido, a exemplo do resultado positivo de participações
em empresa controladas e coligadas e as reversões de provisões.

Por sua vez, são deduzidos da receita total, para fins de cômputo do limite: (1) as vendas
canceladas; (2) os descontos incondicionais; e (3) o IPI e ICMS-ST, quando registrados
como receitas.

1.4.1.1.1 Exemplificando
Uma indústria de bebidas, com receita de $90 milhões no ano, incluindo $15 milhões
de IPI e ICMS ST, poderá optar pelo lucro presumido no ano seguinte. Outra empresa,
com receita bruta de $80 milhões e desconto incondicional (ou devoluções de vendas)
de $3 milhões também pode optar pelo lucro presumido. Não poderá optar pelo lucro

João Vicente Costa Neto


128

presumido a empresa que apresentar $65 milhões de receita bruta e $20 milhões de
resultado de participações em controladas.

• Situação 1:$90 milhões de receita(-) $15 milhões de IPI e ICMS-ST = $75


milhões de receita bruta ajustada, logo pode optar pela modalidade do Lucro
Presumido.
• Situação 2: $80 milhões (-) $3 milhões de desconto condicional ou devolução
de vendas de IPI e ICMS-ST = $77 milhões de receita bruta ajustada, logo pode
optar pela modalidade do Lucro Presumido.
• Situação 3: $65 milhões (+) $20 milhões por participações = $85 milhões de
receita bruta ajustada, logo não pode optar pelo lucro presumido.
No ano em que a empresa iniciar suas atividades, o limite será proporcional, ou seja, $6,5
milhões vezes o número de meses de funcionamento, sem fracionamento em dias. Ou
seja, iniciar as atividades em 2 de outubro é o mesmo que iniciar no dia 31 de outubro.
Contam-se 3(três) meses para fins de limite de opção pelo lucro presumido.

Se a empresa apresentar receita total em x1 de $75 milhões, no ano seguinte (x2) poderá
optar pelo lucro presumido, independente do total de suas receitas neste ano. Mesmo que
as receitas sejam de $200 milhões, a empresa poderá utilizar a opção do lucro presumido.
Todavia, em x3, será obrigada ao lucro real, pois é ano-calendário anterior (x2) que a lei
toma como referência para vetar sua utilização. No caso, obteve uma receita bruta de
$200milhões, portanto maior que o limite de $78 milhões.

Sabendo um pouco mais

O cálculo do limite de $78 milhões para poder a empresa optar pelo Lucro Pre-
sumido deve considerar, na composição da receita bruta, tanto a receita tributada
quanto a receita não tributada pelo IR e CSL, podendo abater do IPI, ICMS-ST e
os descontos incondicionais, devoluções e abatimentos sobre as vendas.

1.4.1.2 Obrigações Acessórias para o Lucro Presumido


A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro
presumido deverá manter (Lei 8.981/1995, Artigo 45):

I. livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira,


inclusive bancária, ou escrituração contábil nos termos da legislação comercial;

Contabilidade Tributária I
129

II. livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques


existentes no término do ano-calendário; e

III. em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não
prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração
obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais
papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.

1.4.2 Cálculo do Imposto de Renda (IR) em Base Presumida


Na escolha da opção pela apuração do lucro presumido, há obrigatoriedade do
recolhimento do imposto de renda de forma trimestral. Trata-se de um lucro fixado
a partir de percentuais padrões aplicados sobre a receita operacional definidos pela
Fazenda Nacional em função das espécies geradoras dessas receitas.

Encontrado esse lucro, somam-se as outras receitas eventuais auferidas, como receitas
financeiras e aluguéis, ganhos de capital, etc., em seguida, aplica-se a alíquota e, então,
tem-se o imposto devido do trimestre.

1.4.2.1 Alíquota
• alíquota normal de 15% sobre o lucro estimado mensal;

• alíquota adicional de 10% sobre o lucro estimado que exceder o limite trimestral
de $ 60 mil, ou $20 mil por fração de meses.

1.4.2.2 Base de Cálculo


A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de que trata o Artigo 33, da IN RFB 1.700/2017 sobre as receitas decorrentes
das atividades fins da empresa, acrescidodas demais receitas (ganho de capital, juros,
variação monetária ativa, receita de aluguel, ganho de capital, etc.), estabelecido na
legislação.

1.4.2.2.1 Inclusões: Receita Bruta


A receita bruta do contribuinte é o somatório dos montantes das vendas de mercadorias
ou produtos; dos serviços prestados e dos ganhos de capitais e demais receitas, inclusive
os rendimentos ou ganhos tributados a titulo de aplicações financeiras.

João Vicente Costa Neto


130

1.4.2.2.2 Exclusões: Receita Bruta


O IPI incidente sobre as vendas, o ICMS devido pelo contribuinte substituto, as vendas
cancelas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais.

Valores não incluídos na base do lucro presumido: (1) receitas de participações em


empresas controladas e coligadas, avaliadas pelo método de equivalência patrimonial; (2)
receita de dividendo de investimentos avaliados pelo custo; (3) reversões de provisões...
(ver legislação).

1.4.2.3Lucro Presumido
O lucro presumido é definido a partir da aplicação de percentuais definidos pela Receita
Federal do Brasil sobre a Receita Bruta Operacional, decorrentes das atividades, conforme
as espécies geradoras da receita na forma a seguir:

Base de presunção do lucro para pagamento do Imposto de Renda Presumido

Espécies de atividades geradoras da receita bruta % s/receita

Revenda para consumo de combustíveis, derivado de petróleo,


1,6%
álcool etílico carburante e gás natural

Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de


combustíveis para consumo...); transporte de cargas; serviços 8%
hospitalares; atividades imobiliárias e rural; construção por
empreitada...; industrialização com materiais pelo encomendante...,
Qualquer outra atividade (exceto prestação serviço) para a qual não
8%
esteja previsto percentual específico

Serviço transporte (exceto de cargas); serviços prestados com


exclusividade por empresas com receita bruta não superior a
16%
R$ 120.000,00 (exceto hospitalares, de transporte e de sociedade
civis de profissões regulamentadas)

Serviços em geral, ..., inclusive os prestados por sociedades civis


de profissão regulamentadas; intermediação de negócios;
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 32%
direitos de qualquer natureza, factoring, serviços de mão-de-obra
de construção civil.

Contabilidade Tributária I
131

1.4.2.4 Cálculo da Presunção Trimestral


Identificado o percentual de Lucro Presumido, na forma das espécies de atividades
geradoras da receita bruta, conforme a tabela acima, faz-se a seguinte apuração:

RECEITA BRUTA

(-) Dedução p/efeito de apuração da receita bruta ajustada


• IPI s/venda; cancelamento, devoluções e descontos incondicionais; ICMS por
substituição; ...
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA
% APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA AJUSTADA
• Percentuais definidos conforme as espécies geradoras da receita
(=) LUCRO PRESUMIDO
(+) Acréscimos
• Ganho de capital na venda do ativo imobilizado, receita de locação de bens
móveis e imóvel, rendimento de operação de mútuo, rendimento sobre aplicação
financeira...
(=) BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA PRESUMIDO

1.4.2.5 Imposto de Renda em Base Presumida Trimestral


Apurada a base de cálculo do imposto de renda por presunção trimestral, aplica-se a
alíquota de 15% onde se encontra o valor do Imposto de Renda (IR) normal presumido,
devido no trimestre.

Em seguida, aplica-se a alíquota de 10% sobre a parcela da base cálculo do lucro


presumido trimestral que exceder a $ 60 mil no trimestre ou $20 mil por fração de mês,
e se encontra o valor do Imposto de renda adicional presumido trimestral. Juntam-se
os dois valores, ou seja, o Imposto de Renda Normal com o Adicional, e encontra-se o
Imposto de Renda Presumido devido do trimestre de apuração.

Encontrado o valor do Imposto de Renda Presumido devido no trimestre, podem-se


deduzir (1) valores de imposto renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas
na determinação do lucro presumido trimestral tributável e (2)imposto de renda pago a
maior ou indevidamente em períodos anteriores.

Após essas deduções, encontra-se o valor do Imposto de Renda a Recolher, na forma do


demonstrativo a seguir:

João Vicente Costa Neto


132

BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA PRESUMIDO

( x ) APLICAÇÃO
• da alíquota normal de 15% sobre a base de cálculo do I.R. presumido
• da alíquota adicional de 10% sobre a base de cálculo do I.R. presumido que
exceder a R$ 60 mil no trimestre ou R$ 20 mil por fração de mês.
(=) IMPOSTO DE RENDA PRESUMIDO DEVIDO
(-) DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO
• poderão ser deduzidos do valor do imposto devido
• imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na
determinação do lucro presumido
• imposto de renda pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores
(=) IMPOSTO DE RENDA PRESUMIDO A RECOLHER

1.4.2.6 Exemplo Numérico do Imposto de Renda em Base Presumida Trimestral


A Cia EAD Lucro Presumido é uma pessoa jurídica que opera com vendas e serviços e
apresenta as seguintes movimentações em um trimestre de um determinado ano:

• Receita de revenda de mercadorias, $500.000


• Receita de serviço, $70.000
• Vendas canceladas, $10.000
• Rendimento recebido de aplicação financeira (IRRF de $400), $5.000
• Rendimento obtido de equivalência patrimonial, $15.000
• Ganho de capital na alienação de bens do ativo, $10.000
Solução:
DISCRIMINAÇÃO R. c/Venda R. c/Serviço
RECEITA BRUTA 500.000 70.000
• Receita de revenda de mercadorias, $500.000 500.000 70.000
• Receita de serviço, $70.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (10.000) -
• Vendas canceladas, $10.000 10.000 -
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA 490.000 70.000
% APLICÁVEIS sobre a RECEITA Bruta Ajustada 8% 32%
(=) LUCRO PRESUMIDO 39.200 22.400
LUCRO PRESUMIDO CONSOLIDADO 61.600
(+) Acréscimos 15.000
• Ganho de capital alienação bens do ativo, $10.000 10.000
• Rendimento recebido de aplicação financeira, $5.000 5.000
(=) BASE DE CÁLCULO DO IR ESTIMADO 76.600
CÁLCULO IMPOSTO DE RENDA EM BASE PRESUMIDA
IR Normal: (alíquota básica) - 15% de 35.200 11.490
IR Adicional: (excesso s/20.000) - 10% de (35.200-20.000) 1.660

Contabilidade Tributária I
133

(=) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO 13.150


(-)DEDUÇÃO 400
-
• IRRF - $400 400
(=) IMPOSTO DE RENDA A RECOLHER 12.750
Nota: (1) Rendimento de aplicação financeira que sofre tributação na fonte entra no cálculo do lucro
presumido, diferentemente o lucro estimado que não entra.
(2) Rendimento obtido de equivalência patrimonial não sofre tributação na Cia EAD, dado que este
rendimento já foi tributado na empresa que gerou o ganho.

1.4.3 Cálculo da Contribuição Social sobre Lucro (CSL) em Base Presumida


As empresas jurídicas que optaram pelo pagamento do imposto de renda (IRPJ) em base
presumida trimestral deverão também pagar a Contribuição Social sobre Lucro(CSL)
pelo mesmo critério.

Assim, semelhante ao imposto de renda, a opção pela tributação com base no lucro
presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada
ano-calendário. A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única
quota do imposto devido, correspondente ao primeiro período de apuração de cada
ano-calendário.

1.4.3.1 Alíquota
• Alíquota 9% sobre o lucro presumido

1.4.3.2 Base de Cálculo


A base de cálculo contribuição social sobre o lucro (CSL) devida em base presumida
trimestral corresponderá ao somatório dos seguintes valores apurados em cada trimestre:

• 12% da receita bruta da venda de mercadoria e/ou de produção; e serviços


hospitalares e de transporte na forma definida na legislação.

• 32% (desde de 01/09/2003) sobre a receita bruta prestação de serviços em geral,


intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de imóveis, factoring.

• Ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo permanente e


de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro.

• Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de


operações financeiras de renda variável.

• Demais receitas e resultados positivos não abrangidos pelos números


anteriores.

João Vicente Costa Neto


134

1.4.3.2.1 Inclusões: Receita Bruta


A receita bruta do contribuinte é o somatório dos montantes das vendas de mercadorias
ou produtos; dos serviços prestados e dos ganhos de capitais, demais receitas e resultados
positivos, inclusive os rendimentos de aplicações financeiras e juros remuneratórios do
capital próprio, excetuados o resultado positivo de equivalência patrimonial, lucros e
dividendos por participações.

1.4.3.2.2 Exclusões: Receita Bruta


O IPI incidente sobre as vendas, o ICMS devido pelo contribuinte substituto, as vendas
canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais.

1.4.3.3 Lucro Presumido


O lucro presumido em base trimestral, ou seja, a base de cálculo da contribuição social
sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento de
forma trimestral, desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento
da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferido em cada mês do ano-
calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades que se referem a
prestação de serviços em geral, intermediação de negócios, administração, locação ou
cessão de imóveis e factoring, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento da
receita bruta decorrente de suas atividades operacionais.

1.4.3.4 Cálculo da Presunção Trimestral da Contribuição Social sobre o Lucro


Apurada a receita bruta do trimestre, faz-se a seguinte apuração abaixo demonstrada,
para então encontrar a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro da pessoa
jurídica:

RECEITA BRUTA

(-) Dedução p/efeito de apuração da receita bruta ajustada


• IPI s/venda; cancelamento, devoluções e descontos incondicionais; ICMS por
substituição; ...
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA
% APLICÁVEIS SOBRE A RECEITA BRUTA AJUSTADA

• Percentuais definidos no Art. 22, da Lei 10.684/03 (12% da receita bruta c/


venda e serviços hospitalares e de transporte; e 32% demais prestações de serviço)

Contabilidade Tributária I
135

(=) LUCRO PRESUMIDO


(+) Acréscimos

• Ganho de capital na venda do ativo imobilizado, receita de locação de bens


móveis e imóvel, rendimento de operação de mútuo, rendimento de aplicação
financeira, ...
(=) BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIALPRESUMIDA

1.4.3.5 Contribuição Social sobre o Lucro em base Presumida Trimestral


Apurada a base de cálculo contribuição social em base presumida trimestral, aplica-se
a alíquota de 9% onde se encontra o valor da contribuição social sobre o lucro (CSL)
presumida devida no mês.

Encontrado o valor dacontribuição social sobre o lucro (CSL) em base presumida devida
no trimestre, podem-se deduzir (1) valores de contribuição social sobre o lucro pago ou
retido na fonte sobre receitas computadas na determinação do lucro presumido trimestral
tributável e (2) contribuição social sobre o lucro pago a maior ou indevidamente em
períodos anteriores.

Após essas deduções, encontra-se o valor dacontribuição social sobre o lucro (CSL), na
forma do demonstrativo a seguir:

BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ESTIMADA

( x ) APLICAÇÃO

• da alíquota normal de 9% sobre a base de cálculo do CSL estimada


(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO DEVIDA
(-) DEDUÇÃO

• poderão ser deduzidos do valor da contribuição social sobre o lucro


• valores de contribuição social sobre o lucro pago ou retido na fonte sobre
receitas computadas na determinação do lucro presumido trimestral tributável;
• contribuição social sobre o lucro pago a maior ou indevidamente em períodos
anteriores.
(=)CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO A RECOLHER

João Vicente Costa Neto


136

1.4.3.6 Exemplo Numérico Contribuição Social em Base Presumida Trimestral


A Cia EAD é uma pessoa jurídica que opera com vendas e serviços e apresenta as
seguintes movimentações em um mês de um determinado ano:

• Receita de revenda de mercadorias, $500.000

• Receita de serviço, $70.000

• Vendas canceladas, $10.000

• Rendimento recebido de aplicação financeira (IRRF de $400), $5.000 •


Rendimento obtido de equivalência patrimonial, $15.000

• Ganho de capital na alienação de bens do ativo, $10.000


Solução:
DISCRIMINAÇÃO R. c/Venda R. c/Serviço
RECEITA BRUTA 500.000 70.000
• Receita de revenda de mercadorias, $500.000
500.000 70.000
• Receita de serviço, $70.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (10.000) -
• Vendas canceladas, $10.000 10.000 -
(=) RECEITA BRUTA AJUSTADA 490.000 70.000
% APLICÁVEIS sobre a RECEITA Bruta Ajustada 12% 32%
(=) LUCRO ESTIMADO 58.800 22.400
LUCRO ESTIMADO CONSOLIDADO 81.200
(+) Acréscimos 15.000
• Ganho de capital alienação bens do ativo, $10.000 10.000
• Rendimento recebido de aplicação financeira, $5.000 5.000
(=) BASE DE CÁLCULO DA CSL ESTIMADA 96.200
CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO EM BASE ESTIMADA
CSL Estimada: (alíquota básica) - 9% de 96.200 8.658
(=) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/LUCRO DEVIDA 8.658
(-)DEDUÇÃO -
(=)CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/LUCRO A RECOLHER 8.658
Nota: (1) Rendimento obtido de equivalência patrimonial não sofre tributação na Cia EAD, dado que
este rendimento já foi tributado na empresa que gerou o ganho.

Contabilidade Tributária I
137

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Lucro Presumido - IR e CSL


Q1. (PEGAS, 2012, p. 515) Teste de múltipla escolha: LUCRO PRESUMIDO.
A Cia Superior iniciou suas atividades em setembro de x1 e optou pelo lucro
presumido. No primeiro mês de atividade apresentou receitas de:

• Venda de mercadoria de R$ 750.000

• Demais receitas tributáveis do IR e CSL de R$ 2.000

Informe o imposto de renda a pagar em 31 de outubro de x1

(a)R$ 13.500; (b) R$ 11.500; (c) R$ 9.500; (d)R$ 9.300; (e) Faltam elementos

Q2. (PEGAS, 2012, p. 515) Teste de múltipla escolha: LUCRO PRESUMIDO. A


Empresa comercial que iniciou suas atividades em 20/02/x1, sendo tributada
pelo lucro presumido, apresenta as seguintes receitas ao final do 1º trim.x1
(31/03/x1):

• Revenda de mercadorias, R$ 500.000

• Descontos incondicionais, R$ 25.000

• Receitas Financeiras (IRRF 20%), R$ 3.000

Informe o imposto de renda a pagar em 30/abr./x1:

(a)R$ 6.750; (b) R$ 6.150; (c) R$ 6.100; (d)R$ 6.060; (e) 5.650

Q3. (PEGAS, 2012, p. 515) Assinale as assertivas em relação ao LUCRO


PRESUMIDO. Uma empresa prestadora de serviço de limpeza optou pelo
lucro presumido em x1 e obteve R$ 35.000 de faturamento em cada um dos três
primeiros trimestres do ano. No quarto trimestre, a receita bruta atingiu R$
25.000. Informe o IR devido no dia 31/jan.x2:

(a)R$ 840; (b) R$ 1.200; (c) R$ 2.520; (d)R$ 3.720; (e) Faltam elementos

João Vicente Costa Neto


138

Q4. (PEGAS, 2012, p. 516) Assinale as assertivas em relação ao LUCRO


PRESUMIDO.

I. Os descontos incondicionais concedidos não deduzem a receita bruta, para


fins de limite de utilização do lucro presumido. Uma empresa com receita bruta de
R$78 milhões e descontos incondicionais de R$ 3 milhões NÃO poderá optar pelo
lucro presumido no ano seguinte.

II. As empresas tributadas no lucro presumido podem escolher a forma de


tributação de PIS e COFINS entre os métodos cumulativo e não cumulativo.

Podemos afirmar que [Justifique a resposta]:

a) As duas assertivas estão corretas;

b) As duas assertivas estão erradas;

c) Apenas a assertiva II está correta;

d) Apenas a assertiva I está correta;

e) Faltam elementos

Q4. (PEGAS, 2012, p. 516) Para cada alternativa, de “a” a “e”, marque no parêntese
V, se a proposição é verdadeira; F, se a proposição é falsa.

( ) a. As sociedades de arrendamento mercantil (factoring) não podem optar


pelo lucro presumido, independentemente do valor das receitas do ano anterior.

( ) b. A Cia X, que iniciou sua atividades em 27/02/2015 e apresentou receitas


totais de R$71 milhões, pode optar pelo lucro presumido.

( ) c. A Cia W, que apresentou receita bruta de R$92 milhões ao longo do


ano de 2014, incluídos R$15 milhões de IPI e ICMS-ST, pode optar pelo lucro
presumido.

( ) d. A Cia Y, que obteve, em 2014, receita bruta de R$ 76 milhões mais R$3


milhões de receita de dividendos por participações em outras em empresas, pode
optar pelo lucro presumido.

( ) e. A empresa que optar pelo lucro presumido será desenquadrada


desta forma de tributação a partir do mês em que auferir receita do exterior por

Contabilidade Tributária I
139

venda de mercadoria, sendo enquadrada no lucro real, retroagindo ao início do


ano-calendário

Q5. (PEGAS, 2012, p. 515) Teste de múltipla escolha: LUCRO PRESUMIDO.


A Cia Superior iniciou suas atividades em novembro de x0 e optou pelo lucro
presumido. Nos dois primeirosmeses de atividade, apresentou receitas de:

• Venda de mercadoria de R$ 750.000

• Demais receitas tributáveis do IR e CSL de R$ 2.000

Informe o imposto de renda a pagar em 31 de janeiro de x1

(a)R$ 13.500; (b) R$ 11.500; (c) R$ 9.500; (d)R$ 9.300; e) Faltam elementos

Q6. (PEGAS, 2012, p. 515) Teste de múltipla escolha: LUCRO PRESUMIDO.


A Empresa comercial que iniciou suas atividades em 20/05/x1, sendo tributada
pelo lucro presumido, apresenta as seguintes receitas ao final do 2º trim.x1
(30/06/x1):

• Revenda de mercadorias, R$ 500.000

• Descontos incondicionais, R$ 25.000

• Receitas Financeiras (IRRF 20%), R$ 3.000

Informe o imposto de renda a pagar em 31/jul./x1:

(a)R$ 6.750; (b) R$ 6.150; (c) R$ 6.100; (d) 5.650 (e)R$ 6.060;

Q7. (PEGAS, 2012, p. 516) Assinale as assertivas em relação ao LUCRO


PRESUMIDO. Uma empresa prestadora de serviço de limpeza optou pelo
lucro presumido em x1 e obteve R$ 35.000 de faturamento em cada um dos três
primeiros trimestres do ano. No quarto trimestre, a receita bruta atingiu R$
25.000. Informe a CSL devido no 4º Trim./x1:

(a)R$ 840; (b) R$ 1.200; (c) R$ 2.520; (d)R$ 720; (e) Faltam elementos

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7

A E B VVVFF B D D

João Vicente Costa Neto


140

1.5 COFINS e PIS: Regime Cumulativo e Não Cumulativo

Objetivos:
• Apresentar a sistemática do cálculo da COFINS e do PIS com base no Regime
Cumulativo e Não Cumulativo.
• Compreender a associação do Regime Cumulativo e Não Cumulativo de
apuração da COFINS e do PIS com a sistemática de apuração do IR e CSL.
• Descrever a apuração da base de cálculo, alíquota, incidência e pagamento da
COFINS e do PIS Cumulativo.
• Descrever a apuração da base de cálculo, alíquota, incidência e pagamento da
COFINS e do PIS Cumulativo.

1.5. Cofins e Pis


As contribuições para Cofins e Pis possuem regras bastante similares, variando conforme
seus contribuintes - se pessoas jurídicas de direito privado, pessoas jurídicas de direito
público ou contribuintes especiais.

1.5.1 Cofins
A Cofins, antigo Finsocial, foi instituída pela LC nº 70, de 30-12-91. Trata-se de uma
contribuição social para financiamento da seguridade social, nos termos do Inciso I
do Art. 195 da CF/88, um tributo que incide sobre o valor do faturamento mensal das
pessoas jurídicas ou a elas equiparadas, com o objetivo de assegurar ao cidadão os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

1.5.1.1 Contribuintes da Cofins


O sujeito passivo da Cofins (Art.195 da CF/88) é a pessoa jurídica em geral e a ela
equiparada pela legislação do Imposto de renda, incluindo as instituições financeiras,
construtoras e incorporadoras de imóveis, exceto as microempresas e as empresas de
pequeno porte submetidas ao Simples Nacional (Lei Complementar 123/2006).

1.5.1.2 Alíquota da Cofins


É de 3% sobre o faturamento para as empresas tributadas pelo lucro presumido. A partir
de 01/09/03, a alíquota da Cofins passou a ser de 4% para instituições financeiras de uma
forma geral. Para as empresas tributadas pelo lucro real, a alíquota é de 7,6% sobre o
faturamento.

Contabilidade Tributária I
141

1.5.1.3 Isenção da Cofins


O § 7º do Art. 195 da CF/88 dispõe sobre a isenção da Cofins para entidades beneficentes
de assistência social que cumprem os quesitos de enquadramento como entidade
filantrópica, tais como: os asilos, os orfanatos, as santas casas de misericórdias, etc.

1.5.1.4 Modalidades de Contribuição da Cofins


A legislação em vigor prevê 3 (três) modalidades de cobrança da Cofins, ou seja,

• contribuições cumulativas para as empresas tributadas pelo lucro presumido;

• contribuições não cumulativas, para as empresas tributadas pelo lucro real;

• contribuições incidentes sobre a importação de bens estrangeiros e serviços


para qualquer das empresas, seja do lucro presumido ou real, basta efetuar operação
de importação de produto/serviço de origem estrangeira.

1.5.2 Pis
A contribuição para o Pis foi criada pela LC nº 7, de 07-09-70.O programa busca a
integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa.A gestão
dos recursos do PIS é de responsabilidade da Caixa.

Paralelamente à criação do Pis, a Lei Complementar n° 8/1970, de 3/12/70, instituiu o


Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), com o qual União,
Estados, Municípios, Distrito Federal e territórios contribuem com o fundo destinado
aos empregados do setor público. A gestão dos recursos do Pasep é feita pelo Banco do
Brasil.

Não obstante a apresentação desse paralelo entre Pis e Pasep, este estudo voltar-se-á
eminentemente à contribuição do Pis.

1.5.2.1 Contribuintes do Pis


São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de
serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas
as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao Simples Nacional (Lei
Complementar 123/2006).

João Vicente Costa Neto


142

1.5.2.2 Alíquota do Pis


Empresas optantes do Lucro Real, alíquota de 1,65% sobre o faturamento mensal;
empresas optantes do lucro presumido, alíquota de 0,65% sobre o faturamento mensal e
empresas/entidades sem fins lucrativos, alíquota de 1% sobre a folha de pagamento.

1.5.2.3 Modalidades de Contribuição do Pis


A legislação em vigor prevê 4 (quatro) modalidades de cobrança doPis de forma
semelhante à Cofins, além da contribuição de Entidades sem fins lucrativos e de
Sociedades Cooperativas, que é de exclusividade da Pis, ou seja:

• contribuições cumulativas para as empresas tributadas pelo lucro presumido;

• contribuições não cumulativas, que dizem respeito às empresas tributadas pelo


lucro real;

• contribuições incidentes sobre a importação de bens estrangeiros e serviços,


para qualquer das empresas, seja do lucro presumido ou real, basta efetuar operação
de importação de produto/serviço de origem estrangeira; e

• contribuição sobre a folha de pagamento em relação às entidade sem fins


lucrativos.

1.5.3 Contribuição Cumulativa da Cofins e Pis


A pessoa jurídica que optar por recolher o IR pelo lucro presumido necessariamente
recolherá a contribuição para a Confis e Pis pelo regime cumulativo, ou seja, a empresa
recolhe a contribuição da Cofins e Pis sem direito a crédito e o valor recolhido é
considerado definitivo.

1.5.3.1Cálculo da Cofins e Pis Cumulativo


A Cofins e o Pis cumulativos devem ser apurados mensalmente e recolhidos até o
dia 25 do mês subsequente ao da apuração. Caso o dia do vencimento não seja útil, a
contribuição deve ser recolhida no dia útil imediatamente anterior. As contribuições são
recolhidas em DARF distintos, conforme código de receita definido pela RFB.

1.5.3.1.1 Alíquota no Regime Cumulativo


Para as pessoas jurídicas em geral, tributadas pelo lucro presumido, as alíquotas da
Cofins e Pis, incidentes sobre o faturamento e apurado pelo regime cumulativo, são de
3% e 0,65%, respectivamente.

Contabilidade Tributária I
143

1.5.3.1.2 Base de Cálculo no Regime Cumulativo


As empresas tributadas pelo lucro presumido devem calcular Cofins e Pis com base na
regra cumulativa, utilizando alíquotas de 3% e 0,65% sobre a Receita Bruta menos as
exclusões permitidas, que são as vendas canceladas, os descontos incondicionais, o IPI e
o ICMS-ST.

São extraídas (retiradas) da base:

• a receita com exportação de mercadorias para o exterior;

• a receita com serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou


domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas;

• vendas e revendas de produtos com alíquota zero;

• receita com vendas de produtos com tributação monofásica e ou concentrada.

A partir de abril de 1997, as sociedades de profissão regulamentada foram


incluídas entre as empresas contribuintes da Cofins(Art. 56 da Lei nº 9.430/96).

Por força do Artigo 79 da Lei 11.941/2009, que revogou o parágrafo 1º do Art. 3º


da Lei 9.718/98, a base de cálculo será a receita bruta da pessoa jurídica, e não mais
a totalidade das receitas auferidas.

Interpreta-se que as receitas tributáveis serão as decorrentes das operações


normais do negócio (faturamento), e não mais todas as receitas auferidas.

Assim, com relação à tributação do Cofins e Pis, a partir de 28 de maio de 2009, as


empresas tributadas pelo regime cumulativo passaram a não tributar as receitas
decorrentes de atividades alheias ao objeto social da pessoa jurídica, tais como
receitas financeiras, receitas de aluguéis (quando não for o objetivo da empresa),
entre outras.

1.5.3.2 Exemplo Numérico de Cálculo da Cofins e do Pis Cumulativo


A Cia EAD é uma empresa que opera com parte de suas vendas de produtos monofásicos
(20%) e incorreu nas seguintes movimentações em um mês de x1:

• Receita com revenda de mercadoria, $500.000

• ICMS normal incluso na receita com revenda, $90.000

• ICMS substituição tributária incluso na receita com revenda, $20.000

• Devolução de vendas, $10.000

João Vicente Costa Neto


144

• Descontos incondicionais,$20.000

• Descontos financeiros concedidos, $5.000

• Receitas financeiras, $4.000

• Receitas de aluguel de espaço, $2.000

• Ganho na venda de imobilizado, $6.000

• Notas: (1) 20% das revendas são de produtos com tributação monofásica, ou
seja, semelhante à substituição tributária, o produto já saiu da fábrica tributado
da Cofins e Pis até o consumidor final. (2) As devoluções e os descontos são de
produtos tributados normalmente.
Solução:

DISCRIMINAÇÃO VALOR - R$
RECEITA BRUTA 400.000
• Receita com revenda de mercadoria (80% de 500.000) 400.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (70.000)
• Devolução de vendas, $10.000 10.000
• Descontos incondicionais, $ 20.000 20.000
• ICMS substituição tributária, $40.000 40.000
(=) Receita Bruta Ajustada para efeito de cálculo da
330.000
COFINS e PIS
COFINS PIS
ALÍQUOTA 3% 0,65%
COFINS e PIS Cumulativo Devido 9.900 2.145
(-) Dedução - -
COFINS e PIS Cumulativo a Recolher 9.900 2.145

1.5.4 Contribuição Não Cumulativa da Cofins e Pis


O legislador, ao instituir a Cofins e PIS pelo método não cumulativo, através das Leis nº
10.833/03 e 10.637/02, aproveitou a estrutura do texto da Lei nº 9.718/98, definindo a
bases da Cofins e PIS da seguinte forma:
A Cofins e o Pis, com incidência não cumulativa, têm como fato gerador o
faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.

Contabilidade Tributária I
145

E o que significa o regime da não cumulatividade? O regime não cumulativo da Cofins


e Pis consiste em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos
créditos admitidos na legislação.

Admitindo-se um débito do Pis apurado de $10 mil em um determinado período


e créditos do Pis apurados nas aquisições de mercadorias e outros itens admitidos
na legislação de $6 mil, tem-se um Pis devido no período de $4 mil. Essa sistemática
é denominada "regime de não cumulatividade do Pis", em que a legislação autoriza
descontar os créditos das aquisições dos recursos que deram origem à receita que levou a
constituir o débito do Pis apurado de $10 mil.

1.5.4.1 Cálculo da Cofins e Pis Não Cumulativo


A Confins e o Pis não cumulativo deve ser apurado mensalmente e recolhido até o
dia 25 do mês subsequente ao da apuração. Caso o dia do vencimento não seja útil, a
contribuição deve ser recolhida no dia útil imediatamente anterior. As contribuições são
recolhidas em DARF distintos, conforme código de receita definido pela RFB.

1.5.4.1.1 Alíquota no Regime Não Cumulativo


Para as pessoas jurídicas em geral, tributadas pelo lucro real, as alíquotas da Cofins e Pis,
incidentes sobre o faturamento e apuradas pelo regime não cumulativo, são de 7,6% e
1,65%, respectivamente.

Com o Decreto nº 8.426, de 01/04/2015, ficam restabelecidas para 4% e 0,65%,


respectivamente, as alíquotas da Cofins e Pis, incidentes sobre receitas financeiras,
inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas
jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das referidas contribuições.
Foram mantidas em 1,65% e 0,65% as alíquotas de Cofins e Pis sobre juros sobre capital
próprio.

1.5.4.1.2 Base de Cálculo no Regime Não Cumulativo


As empresas tributadas pelo lucro real devem calcular a Cofins e o Pis com base na regra
não cumulativa, utilizando alíquotas de 7,6% e 1,65% sobre a Receita Bruta menos as
exclusões permitidas, que são as vendas canceladas, os descontos incondicionais, o IPI e
o ICMS-ST.

São extraídas (retiradas) da base:

João Vicente Costa Neto


146

• a receita com exportação de mercadorias para o exterior;

• a receita com serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou


domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas;

• vendas e revendas de produtos com alíquota zero;

• receita com vendas de produtos com tributação monofásica e ou concentrada.

1.5.4.1.3 Créditos
Em virtude da não cumulatividade, dos valores apurados das contribuições, a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados mediante a aplicação da alíquota de 7,6%
para Cofins e 1,65% para o PIS sobre o valor:

• bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias sujeitas a


substituição tributária ou alíquota diferenciadas das contribuições;
• bens de serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustíveis e lubrificantes, exceto em relação às comissões devidas pelo fabricante
ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega de veículos de
passageiros e mercadorias;
• energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
• aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica,
utilizados nas atividades da empresa, desde que não tenha integrado o patrimônio
da pessoa jurídica;
• valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa
jurídica, exceto de optante do Simples;
• encargos de depreciação e amortização de máquinas, equipamentos e outros
bens incorporados ao Ativo imobilizado, ...;
• encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis
próprios ou de terceiros, ...;
• bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento
do mês ou meses anteriores e tributada pela modalidade não cumulativa;
• armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda de bens e serviços,
quando o ônus for suportado pelo vendedor;
• ver legislação em relação a demais situações de autorização de crédito.

Contabilidade Tributária I
147

O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação a: (i) bens e serviços


adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no país; (ii) custos e despesas
incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no país; (iii) bens
e serviços adquiridos e a custos e despesas incorridos. Não dará direito a crédito
o valor da mão-de-obra pago a pessoa física, ou qualquer prestação de serviço
tomada de pessoa física.

1.5.4.2 Exemplo Numérico de Cálculo da Cofins e PisNãoCumulativo


Admite-se que uma pessoa jurídica, tributada pelo lucro real trimestral definitivo, não
contribuinte do IPI, obteve receita com venda para o mercado nacional no mês de jan.
x1 de $1 milhão de reais. Essa empresa, para a consecução dessa receita, incorreu nos
seguintes gastos:

• Mercadorias adquiridas para revenda no mês representa 50% do faturamento;


• Despesas operacionais incorridas com vendas, administração e comercial no
período corresponde a 15% do faturamento;
• Imposto sobre circulação de mercadorias vendidas por substituição tributária,
$ 20.000 (incluso nas vendas);
• Imposto sobre circulação de mercadorias vendidas, $ 157.000 (incluso nas
vendas);
• Receitas financeiras obtidas no período $ 10.000;
• Vendas canceladas e devoluções, $ 20.000;
• Descontos incondicionais concedidos, $ 10.000;
• Ganho por venda de ativo imobilizado, $ 17.000;
• Ganho de capital próprio, $ 20.000
• Dividendo recebido por participação no capital de outra empresa, $ 33.000.
• Receita de Aluguel de Imóvel, $10.000

PEDE-SE: Com base nas informações disponíveis, calcule e contabilize a provisão para
a Cofins e Pis Não Cumulativa devida pela empresa no mês de jan.x1, que será recolhida
à Fazenda Nacional no dia 25 de fev/x1. No período, a empresa incorreu em gastos
com energia elétrica do estabelecimento, aluguéis com pessoa jurídica de bem móveis e
depreciação de ativo imobilizado nos valores de $900; $3.000 e $1.500, respectivamente.

João Vicente Costa Neto


148

Solução:
DISCRIMINAÇÃO VALOR - R$
RECEITA BRUTA 1.000.000
•Receita com revenda de mercadoria, $1.000.000 1.000.000
(-) Dedução p/efeito de Apuração da Receita Bruta Ajustada (50.000)
•Vendas canceladas e devoluções, $20.000 20.000
•Descontos incondicionais, $10.000 10.000
•ICMS substituição tributária incluso nas vendas, $20.000 20.000
(=) Receita Bruta Ajustada para efeito de cálculo da
950.000
COFINS e PIS
COFINS PIS
ALÍQUOTA 7,6% 1,65%
Subtotal 1 - COFINS e PIS Devido à Alíquota de 7,6% e 1,65% 72.200 15.675
RECEITA OBTIDA COM INCIDÊNCIA DA COFINS E PIS ALÍQUOTA DIFERENCIADA
•Receita Financeira, $10.000 – Cofins – 7,6% e Pis – 0,65% 760 65
•Ganho de capital próprio, $20.000 - Cofins – 1,65% e Pis – 0,65% 330 130
Subtotal 2 - COFINS e PIS Devido às Alíquotas Diversas 1.090 195
Cofins e Pis Calculados: Subtotal 1 + Subtotal 2 – [1] 73.290 15.870
(-) CRÉDITOS Autorizados
• Mercadorias adquiridas, 50% de 1.000.000 500.000 500.000
• Energia elétrica incorrida no período 900
• Aluguéis de bens imóveis com pessoas jurídicas incorridas 3.000
• Depreciação de ativo imobilizado 1.500
Total de Créditos 505.400
ALÍQUOTA 7,6% 1,65%
Crédito Cofins e Pis [2] 38.410 8.339
COFINS e PIS Não Cumulativo Devido = [3= 1- 2] 34.880 7.531
(-) DEDUÇÕES - -
COFINS e PIS Não Cumulativo a Recolher 34.880 7.531

SÍNTESE DA UNIDADE III


Na terceira unidade,que está estrutura no Capítulo 5 com suas subdivisões, foram
apresentados os tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, incidentes sobres
as operações do "dia a dia" das empresas, que são o Imposto de Renda (IR), a Contribuição
Social sobre o Lucro (CSL), a Contribuição do Programa de Integração Social (PIS) e a
Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

Também, aqui, nesta terceira unidade,foram apresentadas as modalidades de apuração


desses tributos pelo lucro real, lucro estimado e lucro presumido, isso em relação ao
Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL); como também a
apuração pelo regime da cumulatividade e regime da não cumulatividade, isso em relação
à contribuição do PIS e da COFINS, dando atenção, em relação a todos os tributos, aos
aspectos da incidência, apuração, alíquota e cálculo, assim como a sua contabilização e
seu relacionamento nos demonstrativos contábeis da empresa.
Ao final de cada capítulo, são apresentados exercícios de fixação do conteúdo.
Boa Leitura!

Contabilidade Tributária I
149

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: COFINS e PIS Cumulativo

Q1. (PEGAS, 2012). Uma indústria de refrigerantes, tributada pelo lucro


presumido, vendeu mercadorias por R$5.600,00, incluso R$200 de ICMS
Substituição Tributária, R$ 400 de IPI e R$ 800 de ICMS normal, além de
conceder desconto comercial dado na nota fiscal de R$100. PEDE-SE: Informe a
COFINS e PIS devidos nesta operação.

a) R$147; R$31,85 b) R$150; R$17,50 c) R$159; R$31,20

d) R$165; R$35,75 e) R$168; R$36,40

Q2. (PEGAS, 2012) A não cumulatividade da COFINS e PIS/PASEP foi


instituída a partir de 2004. Determinadas empresas são enquadradas na não
cumulatividade, com alíquota de 7,6% e 1,65% e outras são enquadradas na
comutatividade, com alíquota de 3% e 0,65%. Considerando que uma empresa
comprou mercadorias por R$40.000, 00 e revendeu essas mercadorias por
R$100.000,00 dentro do mesmo mês, o valor da COFINS e PIS/PASEP a recolher,
no sistema de não cumulatividade é respectivamente:

a) 7.600 e 1.650 b) 4.560 e 990 c) 3.040 e 660 d) 1.650 e 650 e) faltam dados

Q3. (PEGAS, 2012) Cia. Rato (comércio), tributada pelo lucro presumido, tem os
seguintes itens em JAN/x1:

» (+) Receita Bruta R$ 400.000,00

» (–) Devolução de Vendas R$ 20.000,00

» (+) Receitas Financeiras R$ 10.000,00

A COFINS devida em JAN/x1 pela Cia. Rato será:

a) R$11.400 b) R$11.700 c) R$11.800 d) R$12.000 e) R$12.300

João Vicente Costa Neto


150

Q4. (PEGAS, 2017) A Cia. Rua, empresa comercial, tributada pelo lucro
presumido, tem os seguintes itens em JAN/16:
» (+) Receita Bruta R$ 500.000,00

» (–) Descontos Incondicionais R$ 10.000,00

» (+) Ganho de Capital R$ 2.000,00

*1 – 10% das vendas são p/ o exterior. O desconto foi concedido em vendas no Brasil.

A COFINS devida em JAN/17 pela Cia. Rua será:

a) R$14.700 b) R$13.560 c) R$13.500 d) R$13.260 e) R$13.200

Q5. (PEGAS, 2017) Veja as receitas da Farmácia Pontão, tributada pelo lucro
presumido, em JAN/16:

» (+) Receita de Vendas R$ 1.000.000

» (–) ICMS s/ Vendas R$ 30.000

» (+) Receita de MEP Positivo R$ 100.000

» (+) Receita de JCP Recebido R$ 20.000

OBS.: 80% das vendas são de produtos c/ tributação no modelo concentrado ou


monofásico.

A COFINS, em JAN/17, será (em R$):

a) R$5.100 b) R$5.700 c) R$6.000 d) R$6.600 e) R$6.800

GABARITO
1 2 3 4 5

A B A E C

Contabilidade Tributária I
151

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: COFINS e PIS Não Cumulativo


Q1. (PEGAS, 2012) Uma empresa comercial, tributada pelo lucro real e cujo estoque
inicial era zero, adquire mercadorias no valor de R$200.000,00. Posteriormente,
revende 70% de seu estoque por R$220.000,00. Considerando somente as informações
apresentadas e as contribuições para PIS e COFINS pelas alíquotas vigentes de 1,65%
e 7,60%, respectivamente, e desconsiderando os demais tributos, o lucro bruto desta
empresa, em reais será:

(a)R$18.195 (b) R$59.895 (c) R$72.600 (d)R$73.895 (e) R$73.080

Q2. (PEGAS, 2012) A Cia Cosmos é uma empresa tributada pelo lucro real que
vende produtos e presta serviços de informática no Brasil e exterior. As receitas
do mês de janeiro de x1 estão distribuídos da seguinte forma (valores expressos
em mil reais):

• Revenda de mercadoria no país, 700


• Revenda de mercadorias no exterior (recebimento em dólar), 220
• Revenda de mercadorias no exterior (recebimento em R$), 100
• Rendas de serviços prestados no país, 800
• Rendas de serviços prestados no exterior (recebimento em reais), 300
• Rendas de serviços prestados no exterior (recebimento em dólar), 50

Considerando a legislação em vigor, a base de cálculo da COFINS (em reais)


será de:

a) R$1.500 b) R$1.600 c) R$1.800 d) R$1.900 e) R$2.170

Q3. (PEGAS, 2012) A não cumulatividade da COFINS e PIS/PASEP foi


instituída a partir de 2004. Determinadas empresas são enquadradas na não
cumulatividade, com alíquota de 7,6% e 1,65%, e outras são enquadradas na
comutatividade, com alíquota de 3% e 0,65%. Considerando que uma empresa
comprou mercadorias por R$40.000, 00 e revendeu essas mercadorias por
R$100.000,00 dentro do mesmo mês, o valor da COFINS e PIS/PASEP a recolher,
no sistema de não cumulatividade, é, respectivamente:

a) 7.600 e 1.650 b) 4.560 e 990 c) 3.040 e 660 d) 1.650 e 650 e) falta dados

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152

Q4. (PEGAS, 2012) Uma empresa comercial tributada pelo lucro real apresentou
as seguintes informações no mês de outubro de x1:

• Estoque inicial, 20.000;

• Compra de mercadorias, 100.000;

• Estoque final, 20.000;

• Vendas de mercadorias, 200.000;

• Despesas com energia elétrica, 20.000;

• Receitas financeiras, 2.000;

• Despesas financeiras, 3.000.

Sabe-se que a alíquota da COFINS para as empresas que estão no método


cumulativo é de 3% e 7,6% para as empresas obrigadas a utilizar o método não
cumulativo. Com base apenas nas informações apresentadas e na legislação
tributária vigente, a COFINS devida pela empresa referente ao mês de outubro
de x1, será, em reais:

a) R$6.000 b) R$6.060 c) R$6.080 d) R$6.840 e) faltam dados

GABARITO
1 2 3 4

C A B C

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154

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal (CF/88). Acesso Internet em 20/08/18: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

BRASIL. Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66 e suas alterações). Disponível em:http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm. Acesso: 14 ago de 2018.

BRASIL. Lei Complementar 116/2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza,
de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências( Acesso em Internet dia
05.04.19: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm)

BRASIL. Decreto nº 7.212, de 15/06/2010. Aprova o Regulamento do Imposto sobre Produtos Industria-
lizados (IPI).

BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22/11/18. Regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a admi-


nistração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

BRASIL. Lei Nº 9.715, de 25 de novembro de 1998. Dispõe sobre as contribuições para os Programas
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP, e dá outras
providências

BRASIL. Lei Nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da


contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (Pasep), ...

BRASIL. Lei Nº 10.833, de 29 dedezembrode 2003. Dispõe sobre a não-cumulatividade da COFINS.

BAHIA. Lei Nº 7.014, de 04/12/96. Trata do ICMS no Estado da Bahia.

BAHIA. RICMS/BA. Publicado pelo Decreto nº 13.780 de 16/03/12. Regulamento do ICMS no Estado da
Bahia, entrando em vigor 01/04/12

PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributaria. 7ªed.Rev. Rio de Janeiro: FBE. 2012

PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Grupo FEN

Contabilidade Tributária I
155

OLIVEIRA, Luis Martins de e outros. Manual de Contabilidade Tributária. Textos e testes com respostas.
11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SOUSA, Edmilson Patrocínio. Contabilidade Tributária: aspectos práticos e conceituais. São Paulo: Atlas;
GEN, 2018

UNIFRA (Centro Universitário Franciscano). Apostila Contabilidade Tributária. Jéferson de Souza


Flores. Acesso: maio de 2018.

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Pretendo, com esta disciplina, apresentar a vocês,


estudantes de Graduação em Contabilidade na
modalidade EAD, uma visão geral dos principais tributos
que acontecem no "dia a dia" das empresas e subsidiá-los
no avanço do ensino-aprendizado alcançado até então,
para o melhor desempenho de suas funções como
umprofissional das Ciências Contábeis nas organizações.
Desejo um excelente processo de crescimento do
ensino-aprendizagem relacionado às Ciências Contábeis
no desempenho de suas funções quanto ao aspecto da
tributação no "dia a dia" das operações das empresas.

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