Máquinas e Mecanização Agrícola
Máquinas e Mecanização Agrícola
Máquinas e Mecanização Agrícola
Máquinas e
mecanização
agrícola
Máquinas e mecanização
agrícola
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Carolina Belei Saldanha
Isabella Alice Gotti
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-8482-675-9
CDD 631.3
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
O Brasil tem grande destaque no cenário agrícola mundial por ser considerado
um país essencialmente destinado à produção agrícola com uma elevada
produtividade e com ótimas condições de cultivo de diversos vegetais. O país é
notado como o “celeiro do mundo”, tendo potencial para produzir alimentos em
elevada quantidade e qualidade para atender as necessidades do homem.
Mecanização agrícola:
histórico, conceitos e
perspectivas
Convite ao estudo
Caro aluno, estudar as origens de determinado assunto nos coloca na
condição de entender melhor de que forma ocorreram as evoluções ao
longo dos anos. Este estudo possibilitará que você conheça mais sobre
como a mecanização agrícola surgiu e foi sendo transformada de acordo
com as necessidades do homem e as tecnologias disponibilizadas.
Reunida a família, o assunto foi discutido e seu pai ponderou que a saída
de Douglas, seu único filho homem, diminuiria a mão de obra disponível.
A decisão da graduação foi pelo curso de Agronomia e Douglas deveria
U1
Seção 1.1
Diálogo aberto
Dica
A agricultura tem exigido constantes investimentos em tecnologias na
busca pelo manejo adequado do solo, aumento da produção e maior
produtividade de alimentos. Por isso, investir em novos conhecimentos
na área de mecanização é, com certeza, uma das principais ferramentas
para que estes objetivos sejam atingidos.
No Brasil, o ano de 1940 foi o marco de transição da tração animal para a tração
mecânica. Foi nesse ano que chegaram as primeiras máquinas e implementos,
importados especialmente dos Estados Unidos da América (EUA). Na década
seguinte, no final dos anos de 1950, a importação desses equipamentos se tornou
mais frequente. No início de 1960 foi criada e implantada a Indústria Brasileira de
Máquinas e Implementos Agrícolas, acelerando, com isso, o crescimento do setor.
Reflita
Vocabulário
Hectare (ha) = medida equivalente a 100 metros (m) x 100 metros (m)
= 10.000 m²
Assimile
Assimile
Exemplificando
Pesquise mais
Foi a partir do início dos anos 1960 que o agricultor pôde começar
a contar com linhas de crédito via bancos privados, ou do próprio
Governo Federal disponibilizando programas de financiamento à
aquisição de máquinas, equipamentos, implementos agrícolas e bens
de informática e automação, de fabricação nacional por meio de
uma rede de instituições credenciadas cujas informações detalhadas
poderão ser obtidas no site do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) pelo endereço disponível em: <http://
www.bndes.gov.br/bndesfinameagricola>. Acesso em: 26 mar. 2016.
Outro aspecto positivo que contribuiu para maior implemento dos maquinários
agrícolas foi a implantação de cooperativas voltadas para o setor, as chamadas
“Cooperativas Agrícolas” e, mais recentemente, os “Sindicatos de Produtores
Rurais” que têm colaborado de forma decisiva no setor de aquisição de máquinas
e implementos, como em todas as ações que envolvem planejamento, aquisição
de insumos, comercialização entre outros.
Pesquise mais
Vamos ampliar nosso conhecimento sobre o conteúdo estudado por
meio de um artigo atual e interessante, que sintetiza muito bem o tema
da seção!
Atenção
Lembre-se
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Esta constatação é real e merece uma reflexão mais detalhada, pois é notável
que a qualificação dos trabalhadores na agricultura ainda é precária. A grande
maioria dos agricultores utiliza conhecimentos que são passados hereditariamente,
de pai para filho, sem agregar novas tecnologias de produção, o que pode levar
à degradação da área explorada na propriedade ou não atingir a potencialidade
produtiva da área.
Lembre-se
Resolução da situação-problema
A qualificação da mão de obra deve ser feita para que os trabalhadores possam
assumir os novos postos de trabalho resultantes da diversificação das áreas de
produção bem como para operação das máquinas e implementos que passarão a
fazer parte da rotina na propriedade. Dessa forma, a decisão de adquirir maquinário
ou contratar mais funcionários está relacionada à necessidade e custo versus
benefício da plantação.
a) 1889.
b) 1982.
c) 1935.
d) 1892.
e) 1960.
Seção 1.2
Conceituação e normalização das máquinas
agrícolas
Diálogo aberto
Olá, estudante!
Dica
Se você não assimilou algum dos conceitos abordados na Seção 1.1,
revise-o antes de iniciar seus estudos da Seção 1.2. Aproveite a aula e
tire dúvidas sempre com o professor!
mão de obra era escassa, em que a força de tração era animal, conseguia, com
muito esforço, suprir suas necessidades. Porém, sempre houve um anseio de
otimizar o trabalho x tempo x produção. Então, Douglas refletindo sobre os estudos
de Máquinas e Mecanização Agrícola com o propósito de elaborar um projeto
de mecanização adequado à propriedade de sua família, questionou: a forma de
trabalho utilizada atualmente na propriedade (implementos e ferramentas manuais
e tração animal) está contemplada na normalização da ABNT? Quais as vantagens
de conhecer essa classificação? Isso irá influenciar na forma como o trabalho é
executado? E futuramente, com a implementação de máquinas, a normalização
ajudará em quê?
Exemplificando
Alguns exemplos:
Reflita
Adubadoras e carretas.
Você deve ter percebido que até agora falamos de uma série de equipamentos
para realizar praticamente todas as tarefas, desde o preparo inicial do solo (limpeza
e regularização), o preparo periódico do solo (subsolagem, aração e gradagem),
o plantio (semeadura, transplantio, plantio de partes vegetativas e tubérculos),
os tratos culturais (controle de plantas invasoras, pragas e doenças, aplicação
de agroquímicos), a irrigação, a colheita, o transporte, a limpeza, a secagem, o
beneficiamento, o armazenamento ou a expedição dos produtos até as máquinas
especiais para trabalhos em área de produção de madeira. Praticamente todos
estes equipamentos são ou necessitam de acionamento por máquinas motoras
(motores a combustão ou motores elétricos).
Assimile
Reflita
Assimile
Quando buscamos sanar as dúvidas sobre algo, à medida que vamos evoluindo
nesta direção, vamos constatando que muitas vezes o que nos parecia impossível
começa a ter possíveis soluções. Esta é a sensação de Douglas, conforme avança
nos estudos, percebe que suas dúvidas e questionamentos têm respostas.
Lembre-se
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
convencional (milho, soja, arroz e feijão), portanto, o espaço poderia ser utilizado
para culturas de reflorestamento por meio do plantio de: eucalipto, pinus,
mogno, teca, dentre outros, que podem ser utilizadas para diversos fins, entre
eles, na indústria de celulose, na fabricação de móveis, na construção civil etc.
Essa atividade exige a utilização de máquinas específicas para preparo do solo,
plantio e/ou transplante, adubação de cobertura, controle de pragas e doenças,
desbastes, derrubada (colheita final), adequação para o transporte, retirada da
lavoura e transporte até as indústrias, se for o caso.
Resolução da situação-problema
Como agrônomo, você deve conhecer as normas da ABNT NB-66 que tratam da
conceituação e normalização de máquinas e implementos agrícolas. Essas normas
nos permitem concluir que existem no mercado equipamentos que se adequam
a todos os tamanhos de áreas de cultivo e culturas exploradas, adequadas para
compor o projeto de cada situação.
Seção 1.3
Diálogo aberto
Olá estudante!
1
BRASIL. Portaria nº 2.546, de 14 de dezembro de 2011. Altera a redação da Norma
Regulamentadora nº 31. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, DF, 2011. DOU, de
16/12/2011 - Seção 1 - p. 207-216. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br>. Acesso em:
31 mar. 2016.
2
Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm>. Acesso em:
31 mar. 2016.
Assimile
Pesquise mais
A atividade profissional exige constante atualização no que diz respeito
à legislação pertinente à área de atuação profissional, por isso, é de
suma importância que você se mantenha informado. Acompanhe e
pesquise mais sobre o assunto acessando o conteúdo disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm>. Acesso
em: 15 maio 2016.
Alguns riscos são tratados de forma específicas face ao alto índice de danos
causados aos trabalhadores, dentre estes está o ruído − exposição quase que
permanente no trabalho com máquinas e implementos. A NR-15 apresenta limites
de tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes (em dB – decibéis), ou seja, para
uma máxima exposição diária permissível3.
3
NR-15 e escala de valores permitido de dB – decibéis. Disponível em: <http://icna.org.br/
sites/default/files/relatorio/RelatorioAgronegioFevereirol.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2016.
4
Regulamenta a Lei nº 7.802, de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização,
a propaganda comercial, a utilização, a importação, exportação, o destino final dos
resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização
de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
Disponível em: <http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/110541/
decreto-98816-90>.
Pesquise mais
No link disponível em: <http://www.andefedu.com.br/publicacoes/
manuais> (acesso em 14 dez. 2016.), da Associação Brasileira de Defesa
Vegetal (ANDEF) são disponibilizados gratuitamente os Manuais de
Tecnologia de Aplicação, Boas Práticas no Uso de EPIs, Transporte de
Produtos Fitossanitários, Armazenamento de produtos Fitossanitários,
Boas Práticas de Aplicação de produtos Fitossanitários e Boas Práticas
Agrícolas no Campo. Pesquise mais e entenda melhor todos estes
procedimentos que são importantes e requerem muita atenção no
seu cumprimento sob pena de sérios riscos ao meio ambiente, à
manutenção dos maquinários e aos seres vivos, inclusive ao homem.
Atenção
eixos e polias.
Antes de subir no trator, devemos dar uma volta completa em volta dele verificando
se não existe nenhum empecilho, animal ou mesmo pessoas ao redor, além de fazer
uma verificação visual para certificar-se da inexistência de vazamentos de qualquer
espécie, pneus com problema de pressão, peças soltas ou danificadas, bem como
correias. É importante saber que jamais pode-se colocar o motor em funcionamento
em ambientes fechados, pois os gases liberados pelo escapamento são tóxicos.
Desça do trator de costas com as mãos nos apoios e os pés nos degraus,
este procedimento evita quedas por falta de apoio. Se for necessário o uso de
ferramentas em trabalhos de manutenção no trator ou transportá-las, coloque-as
em local próprio (caixa), nunca soltas sobre o trator, pois podem causar acidentes
à máquina e ao operador.
Para abastecer deve-se desligar o motor, não fumar, manter-se a uma distância
segura do local de abastecimento, gases tóxicos são liberados no abastecimento.
Ao concluir, fechar corretamente o tanque de combustível para que não haja
vazamentos. É importante que não se encha totalmente o tanque de combustível
para evitar que derrame.
Fonte: <https://www.deere.co.uk/en_GB/docs/services_and_support/operator_manuals/manuals/OMLVU17940_
L5e/OMLVU17940_L5e/Output/OMLVU17940_L5e7.html>. Acesso em: 15 maio 2016.
Deve-se desligar a TDP quando não estiver sendo utilizada e colocar o seu
protetor. Não utilize pinos improvisados para unir eixos cardã, utilize sempre os
originais.
Vocabulário
Eixo cardã − eixo que liga a TDP ao implemento ou motor para ser
acionado, possui em suas extremidades engate fresado pino trave com
cruzetas universais.
Dessa forma, nota-se que existem normas de segurança que incluem não
apenas o uso de máquinas, mas o manuseio de implementos e ferramentas. Isso
inclui a leitura dos manuais pertinentes a essas ferramentas para que seu uso seja
seguro ao trabalhador rural e a atividade tenha a eficiência esperada.
Lembre-se
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Esses agricultores contam apenas com a tração animal e a mão de obra familiar.
Como esses trabalhadores rurais poderiam adotar medidas de segurança nas suas
atividades rotineiras? Lembre-se de que existem legislações específicas para cada
perfil nas quais você deverá pautar suas orientações.
Resolução da situação-problema
Seção 1.4
Diálogo aberto
Olá estudante!
dizendo que a Agricultura de precisão era indicada somente para grandes áreas
e que não se adequaria à pequena produção que ele mantinha. Como futuro
profissional da agronomia, você concorda com o amigo de Douglas? Ele poderá
agregar a seu projeto novas perspectivas com as tecnologias propostas pela AP?
Como isso poderia ser feito?
Por outro lado, essas tecnologias estão possibilitando aos agricultores outra visão
técnica da atividade agrícola ao buscar o aumento de produção e produtividade
dentro da propriedade de acordo com suas características próprias, que podem
ser exploradas, de forma específica ou mais generalizada, tratando cada espaço/
área de acordo com suas peculiaridades e necessidades.
6
Georreferenciamento é o mapeamento de um imóvel rural referenciando os vértices de
seu perímetro ao Sistema Geodésico Brasileiro, definindo sua área e sua posição geográfica.
Serve para a regularização registral dos imóveis rurais, segundo a nova legislação (Lei nº
10.267/01 e Decretos nos 4.449/02 e 5.570/05). Disponível em: <http://www.agrolink.
com.br/georreferenciamento/Conceito.aspx>. Acesso em: 25 mar. 2016.
O nome “Agricultura de Precisão” foi dado na Europa no final dos anos 1990
e nos Estados Unidos nos anos 1991. Além disso, outro evento importante que
acelerou o crescimento da AP foi a liberação do sinal de GPS nos anos 20007.
7
Até meados de 2000 o departamento de defesa dos EUA impunha a chamada
"disponibilidade seletiva", que consistia num erro induzido ao sinal do GPS, impossibilitando
que aparelhos de uso civil operassem com precisão inferior a 90 metros.
8
Coleta de dados de produção e produtividade da safra passada dando-lhes o devido
tratamento produzindo um mapa que permite identificar na área tratada a variação dos
níveis de produtividade para que na safra seguinte tenha tratamento diferenciado no que
diz respeito à dose de fertilizante, mais onde produziu mais e menos onde produziu menos.
Reflita
Embora seja uma prática que olha apenas para o solo, o seu emprego traz
resultados positivos permitindo que sejam identificadas as deficiências de corretivos
incluindo fósforo (P) e potássio (K). Estes elementos são estáveis no solo e são
disponibilizados gradualmente às plantas, portanto, quando fazemos a correção
em uma safra possivelmente na próxima não será necessária sua reposição, então
não teremos resultados positivos como resposta à oferta desses elementos. Esta
constatação levou produtores a busca de novas informações para que continuem
evoluindo e otimizando cada vez mais a produção e principalmente a produtividade.
Assimile
9
O Sistema de Informações Geográficas (SIG) é um conjunto de sistemas de software e
hardware capazes de produzir, armazenar, processar, analisar e representar inúmeras
informações sobre o espaço geográfico, tendo como produto final mapas temáticos,
imagens de satélites, cartas topográficas, gráficos e tabelas.
Para que seja possível coletar com precisão os dados a serem analisados a
fim de obter um produto (Mapa) com as variabilidades no talhão e aplicá-las em
conformidade, é necessário o GPS que oferece sinal de localização-padrão. Outros
equipamentos de precisão são utilizados, tais como: equipamento de orientação
Lightbar Auto-steer (barra de luz), monitor de produtividade, controladores (vazão,
volume, altura de barra, umidade de grão, velocidade de deslocamento, direção,
taxa variáveis de sementes, entre outros), sensores remotos (aéreos ou imagens de
satélite) e on-the-go (sensoriamento remoto e aplicação).
1.2 Análise do solo – As amostras deverão ser identificadas com segurança para que
não haja a possibilidade de erro do ponto de onde foram retiradas. Posteriormente,
elas serão enviadas para análise em laboratório idôneo que irá efetuar as análises e
formular a indicação de corretivos e fertilizantes a ser aplicado em cada ponto. Estes
dados irão alimentar um programa computadorizado que estima os valores de onde
não foi amostrado dentro de cada ponto, a isto chamamos de Interpolação.
Assimile
Exemplificando
Pesquise mais
Você poderá encontrar mais informações sobre as aplicações da
agricultura de precisão acessando o Canal da Rede Agricultura de
Precisão da Embrapa no YouTube, disponível em: <http://www.
youtube.com/redeapvideos#p/u/4/Tw2pPNWSRcg>. Acesso em: 24
out. 2016.
Com base nestas constatações, podemos afirmar que Douglas terá sucesso
com a implementação da AP desde que tenha precisão na execução do projeto.
Atenção
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Referências
Motores a combustão
interna: componentes e
funcionamento
Convite ao estudo
Estamos iniciando mais uma etapa do nosso estudo em que juntos
vamos procurar atender às expectativas para compreender ainda mais
sobre máquinas e mecanização agrícola. Partindo do princípio de que
tudo foi criado na busca permanente de agregar novas tecnologias às
máquinas e implementos agrícolas, temos no motor a explosão interna o
ápice destas criações e da busca de desenvolvimento.
Seção 2.1
Diálogo aberto
Olá, aluno!
Entre os objetivos do nosso estudo está o de conhecer mais sobre a origem dos
motores que teve início com os precursores Nikolaus August Otto, em 1876, com
o motor de explosão interna, e posteriormente com Rudolf Diesel, em 1893, com
o motor diesel. Estudaremos, nesta seção, os aspectos que dizem respeito aos
motores de combustão interna, seus sistemas e as relações entre os elementos
que os compõem para seu perfeito funcionamento.
Agora, seu desafio inicial é orientar seu primeiro cliente. O agricultor está
interessado na aquisição do equipamento e questiona: Quais os tipos de motores?
Quais os fatores que devem ser levados em consideração para a escolha do tipo
correto para a atividade que irá desenvolver na propriedade? Quais os cuidados
básicos de manutenção preventiva necessários de serem aplicados a estes
motores?
Pesquise mais
Os motores a diesel equipam a maioria das máquinas agrícolas, especialmente
tratores dos mais diversos tamanhos e potências, isto se justifica pelo menor
consumo de combustível e pela maior resistência. Para saber mais sobre
o motor diesel, vantagens e desvantagens do seu uso, e também sobre
seu inventor, Rudolf Diesel, acesse: <http://www.dw.com/pt-br/1893-
patenteado-motor-a-diesel/a-445843>. Acesso em: 30 jun. 2016.
Vocabulário
O bloco é usado para permitir a passagem do óleo e da água que farão parte
dos sistemas de lubrificação e de arrefecimento, respectivamente, e da montagem
dos demais componentes que serão acoplados a ele: árvore do comando de
válvulas, cabeçote, cárter, entre outros.
Assimile
Atenção
O movimento do pistão pode ser alternado (Ciclo Otto e Ciclo Diesel) e rotativo
(Wankel). As fases dos ciclos de trabalho são de dois (2) tempos e de quatro (4)
tempos. O número de cilindros pode ser monocilíndrico e policilíndricos, dispostos
em linha, em “V”, opostos ou radiais.
Reflita
Atenção
Assimile
Exemplificando
Orientando seu primeiro cliente, você explica a ele que entre os diversos tipos
de motores existem os que possuem dois ou quatro tempos e que podem ser
alimentados a gasolina, álcool ou diesel. Você o orienta que é necessário conhecer
a estrutura e funcionamento para que possamos selecionar qual motor melhor
se adapta às suas necessidades, considerando o regime de trabalho e viabilidade
econômica (tipo de trabalho, duração diária, semanal e mensal), a potência necessária,
a disponibilidade e os custos, além de manutenções preventivas necessárias,
observando rigorosamente o Manual de Uso e Funcionamento e respeitando o
período indicado para manutenções preventivas e corretivas, quando necessárias.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Seção 2.2
Combustíveis e lubrificantes
Diálogo aberto
Olá, estudante!
O Brasil, tendo por volta da década de 70 que importar quase todo o petróleo
consumido e, com vastas áreas agricultáveis observou na cana-de-açúcar
(matéria-prima do etanol) uma saída estratégica para diminuir sua dependência do
combustível importado. Dessa forma, o governo brasileiro incentivou a utilização
do etanol e a adição de até 20% de álcool etílico anidro na gasolina. Como estratégia
de diminuir a dependência da gasolina, foi regulamentada a fabricação de veículos
equipados com motores acionados exclusivamente a etanol. Nesta mesma época,
a gasolina comercializada no Brasil passou a receber adição de até 26% de etanol.
Em março de 2003 foram lançados no Brasil os motores bicombustíveis, ou seja,
movidos a gasolina e a álcool, independente do percentual da mistura, chamados
na época de “Total Flex”, desde então esta tecnologia vem sendo utilizada por
Pesquise mais
Atualmente, o mercado disponibiliza motores acionados por diversos
tipos de combustíveis (gasolina, álcool, diesel, gás natural) ou mistura
destes. Pesquise sobre as vantagens e as desvantagens de cada
um, concluindo qual é o que mais se ajusta às necessidades de sua
propriedade, acessando:
<http://www.terranacombustiveis.com.br/noticias/clipping/vantagens-
e-desvantagens-de-combustiveis-e-suas-comparacoes>. Acesso em:
30 jun. 2016.
Atenção
Assimile
A classificação API indica onde o óleo lubrificante vai ser utilizado e o seu grau
de qualidade. São estabelecidas categorias de serviços e lubrificação para motores
de ciclo Otto (gasolina e álcool), de ciclo Diesel (óleo diesel e biodiesel) e para
transmissões (câmbio, diferencial e reduções finais).
SB – Serviços médios;
Exemplificando
CC – Serviços moderados;
CD – Serviços pesados;
Reflita
Pesquise mais
É de suma importância que se conheça e principalmente se cumpra
a legislação sobre manuseio e armazenamento de combustíveis
especialmente neste caso que temos que armazenar combustível
na propriedade. Para saber mais, pesquise sobre o assunto. A seguir,
conteúdos a respeito do tema disponíveis em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27300.html>;
<http://supremoambiental.com.br/wp-content/uploads/2014/08/
Manual-do-Produtor-Rural-Licenciamento-Ambiental-da-%C3%81rea-
de-Abastecimento-e-Armazenamento-de-Combust%C3%ADvel.pdf>.
Acesso em: 30 jun. 2016.
Avançando na prática
Manutenção de motores estacionários
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Seção 2.3
Torque e potência
Diálogo aberto
A seleção de uma máquina agrícola pode tornar-se uma tarefa árdua, pois há
diversas variáveis que devem ser consideradas. A escolha do equipamento mais
adequado para uma propriedade agrícola é uma das etapas mais importantes do
processo produtivo e a adequação da capacidade da máquina em relação à área é
de extrema relevância, pois afeta diretamente os custos produtivos.
É importante frisar que a evolução tecnológica tem nos levado a motores cada
vez menores, ou seja, os antigos 1.0 de 4 cilindros com 50 CV de potência e torque
de 7,3 Kgfm estão sendo substituídos por motores de 3 cilindros com 80 CV ou
mais. Somando-se a isto, os mesmos motores 1.0 com turbo compressor que
lhes dão potência de 100 CV ou mais e torque de 15 Kgfm ou mais, incluindo o
aumento na economia de combustível.
Reflita
Muitas vezes nos perguntamos o que será que existe por debaixo do capô de
um automóvel ou de um trator (agrícola, industrial ou florestal) ou o significado dos
números e letras: 1.0 ou 1.000, 1.6 V6 ou V8, certo?
A energia mecânica que um motor produz pode ser medida num banco
de testes. É igualmente possível calcular esta energia levando-se em conta as
especificações do motor. Em ambos os casos, determina-se a quantidade de
trabalho (mecânico) realizado em um dado tempo, do resultado obtido, deduz-se
a potência. O trabalho mecânico é sempre resultado de dois fatores:
• Uma força que se mede em newtons (N) e que atua por impulso ou por
tração;
Exemplificando
F=m.a
T=F.d
T=F.r
P=F.t
Assimile
• Definições
• 1 CV = 0,986 HP
Fonte: <http://wp.ufpel.edu.br/mlaura/files/2013/01/Apostila-de-Motores-a-Combust%C3%A3o-
Interna.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2016.
Pesquise mais
Os tratores utilizados para a realização dos trabalhos na agropecuária
são equipados com motores de diversos tamanhos, diferentes
números de cilindros e, por isso, com potências distintas. As potências
serão utilizadas para realizar o trabalho e deverá chegar aos pontos de
utilização no trator (rodas, TDP, DT e SHTP). Isto resulta em desempenho
operacional que requer um conhecimento mais detalhado sobre o
conjunto trator-implemento. Pesquise mais sobre o assunto acessando
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT154_
motores_e_tratores/Aulas/sistema_de_transmissao.pdf>. Acesso em:
6 jul. 2016.
<http://wp.ufpel.edu.br/mlaura/files/2013/01/Apostila-de-Motores-a-
Combust%C3%A3o-Interna.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2016.
Torque
Força
Tração no
parafuso
Compressão
na junta
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Seção 2.4
Diálogo aberto
Muito bem, agora é a sua vez! Não deixe de utilizar o que já foi visto sobre
motores a explosão interna, combustíveis, especialmente o diesel que alimenta a
maioria dos motores utilizados nos tratores, e como a energia mecânica rotativa
produzida pelo motor é utilizada (potência e torque), tudo isso irá auxiliá-lo a
resolver a problemática apresentada.
Assimile
Exemplificando
DIFERENCIAL CÂMBIO
EMBREAGEM
TDP
REDUTOR
RODADO
Fonte:<http://www.leb.esalq.usp.br/aulas/leb332/AULAS%202016/Aula%204%20-%20Introducao%20ao%20
estudo%20de%20tratores_Prof%20Molin/Aula%204%20-%20Introducao%20ao%20Estudo%20do%20Trator.pdf>.
Acesso em: 30 jun. 2016.
Assimile
A embreagem funciona como uma chave que liga e desliga a forma motriz
da transmissão fazendo com que o trator ande se acionada pelo pedal
da embreagem. Exige cuidados especiais como regulagem adequada e
o cuidado de jamais manter o pé sobre o pedal quando o trator estiver
andando, sob pena de desgaste precoce do disco da embreagem.
Tratores médios, com potência entre 50 e 99 CV, podendo ser 4x2 ou 4x2
TDA, para áreas de até 150 ha, desenvolvendo atividades idênticas aos anteriores.
Os tratores grandes apresentam potência entre 100 e 200 CV, para áreas de até
250 ha, podendo ser 4x2 ou 4x2 TDA.
Tratores pesados, com potência acima de 200 CV, podem ser 4x2 ou 4x2
TDA e 4X4 para grandes áreas. É importante frisar que as referências de áreas
trabalhadas por cada faixa de potência são apenas regenciais, pois fatores como:
tipo de exploração, tipo de solo, topografia, uso ou não de irrigação, condições
climáticas, regime de exploração, entre outros, precisam ser avaliados na escolha
do tipo de trator que será utilizado na área.
Reflita
Pesquise e esclareça estas dúvidas, isso irá auxiliá-lo no seu dia a dia
como profissional da área de mecanização agrícola.
Pesquise mais
A versatilidade do sistema hidráulico permite, além das aplicações
citadas, que o utilizemos em outras operações e situações. Pesquise
mais sobre a utilização do sistema hidráulico de um trator agrícola.
Conheça o conteúdo disponível em:
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT154_
motores_e_tratores/Aulas/sistema_hidraulico.pdf>. Acesso em: 30
jun. 2016.
Atenção
Tenha sempre na sua propriedade uma oficina de reparos rápidos para consertos
básicos para que não se perca demasiado tempo em levá-lo sempre a uma oficina.
Lembre-se que quanto mais você operar sua máquina, menores serão seus custos
operacionais.
Assimile
Pesquise mais
Para conhecer mais sobre o cronograma de manutenção preventiva de
um trator, leia o artigo “Manutenção de tratores agrícolas e condição
técnica dos operadores”, de Gustavo N. dos Reis e colaboradores, que
discute relevantes aspectos sobre a importância da manutenção dos
tratores. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art
text&pid=S0100-69162005000100031 Acesso em 30 Nov. 2017.
• Sistema Elétrico
• Sistema de Transmissão
• Sistema hidráulico
• Sistema de Direção
Recursos:
• Insumos: ter disponível óleos, filtros, graxa lubrificante, peças mais comuns
de reposição (correias, terminais de direção, pinos e contra pinos, rolamentos
de cubos de rodas e pontas de eixo, entre outras), de acordo com as
especificações do fabricante.
Caderneta de anotações: cada máquina deverá ter a sua caderneta em que serão
registradas as manutenções preventivas (quando foram feitas as anteriores e quando
será a próxima). Além disso, na caderneta consta com a manutenção corretiva (a
causa da manutenção, horas de trabalho das máquinas e em qual peça foi realizado
o reparo).
Entre as aplicações dos tratores está a atuação nos trabalhos de aração, gradagem,
plantio/semeio, subsolagem, acionamento de moto bombas para irrigação,
geradores para produção de energia elétrica, trituradores de grãos, correias e roscas
transportadoras.
• Insumos: ter disponível óleos, filtros, graxa lubrificante, peças mais comuns
de reposição (correias, terminais de direção, pinos e contra pinos, rolamentos
de cubos de rodas e pontas de eixo, dentre outras), de acordo com as
especificações do fabricante;
Avançando na prática
Para abertura de nova área, qual trator escolher: de pneus ou esteira de metal?
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Referências
Implementos e máquinas
agrícolas: preparo do solo e
semeadura/plantio
Convite ao estudo
Caro estudante, em qualquer atividade, desde as mais simples do
nosso dia a dia até as mais complexas, o planejamento é importante para
reduzir riscos de erros e aumentar as chances de sucesso. Por isso, a
sequência de nosso trabalho requer sempre retomadas e atualizações
do que já foi visto para que possamos continuar evoluindo de forma a
cometer o mínimo de falhas e conseguir o máximo de acertos.
Seção 3.1
Diálogo aberto
Dessa forma, você terá que decidir qual sistema de preparo de solo será utilizado:
preparo de solo inicial, convencional ou cultivo mínimo? Em função do sistema de
preparo selecionado, quais implementos serão utilizados? Como acoplar ao trator
o implemento selecionado? Como adequar este implemento para o trabalho, ou
seja, fazer a regulagem do equipamento?
Para toda forma de uso do solo, o manejo adequado deve visar a uma
produção rentável, tecnicamente correta e sustentável. Na busca destes objetivos,
considerando-se primeiro o conhecimento do tipo de solo (leve, médio, pesado),
o manejo deste solo em função da cultura a ser implantada, suas características,
visando conhecer suas limitações e potenciais para uso da cultura. Além da
localização adequada, é preciso observar a maneira correta de fazê-la. O sistema
de produção da cultura (milho) deve, na medida do possível e respeitando as
limitações e peculiaridades de cada caso, estar integrado a outros sistemas de
Assimile
Reflita
mais antigos que se tem registro, o arado, utilizado tanto no preparo inicial quanto
periódico do solo, cuja função principal é deslocar e destruir uma camada contínua
de solo, visando reduzir a agregação de suas partículas e inverter as camadas,
incorporando coberturas vegetais vivas ou mortas. É uma operação agressiva e
profunda (20 a 40 cm), deixando a superfície do solo rugosa. Como vantagens deste
implemento, estão se adaptar bem aos vários tipos e condições de solo (pedregosos
ou recém-desbravados com presença de raízes e tocos) e promover uma boa
mistura de corretivos que tenham sido eventualmente aplicados ao solo. Como
desvantagens temos o baixo rendimento do trabalho e, consequentemente, o alto
consumo de combustível em terreno com grande quantidade de massa vegetal
na superfície. Na Figura 3.1 (A), observa-se o trator com arado de discos acoplado
ao sistema hidráulico executando aração em uma área já cultivada, provocando
incorporação da cobertura vegetal do solo, porém, deixando a superfície irregular,
o que sugere a necessidade de uma gradagem leve (nivelamento).
Outra forma de arar o solo é utilizando o arado de aivecas. A procura por esse
arado tem aumentado em alguns setores da agricultura, por apresentar algumas
vantagens, como maior penetração no solo, podendo chegar a até 40 cm, por
conseguinte, torna-se mais eficiente na descompactação do solo (rompimento
de camada adensada). Pelo formato das ferramentas, executa melhor o enterro
de plantas vivas e restos vegetais. Como desvantagens, pode ser considerada a
dificuldade para trabalhar em áreas onde existem muitos tocos e raízes, e exige
maior potência na tração para realizar aração profunda. Conforme observa-se
na Figura 3.1 (B), o trabalho realizado pelo arado de aivecas resulta em melhor
qualidade de enterro de coberturas vegetais vivas ou restos de cultura, porém, a
superfície fica irregular, sugerindo uma gradagem de nivelamento (grade leve).
Figura 3.1 | (A) Aração com trator e arado de discos (B) Aração com trator e arado de aivecas
ao centro do trator, feito por meio das correntes estabilizadoras laterais (primeiro
e segundo ponto de engate); nivelamento transversal, feito através da manivela
do braço direto de suporte do engate inferior (segundo ponto de engate inferior);
nivelamento longitudinal, feito através do braço retrátil de engate do terceiro ponto
(engate superior); regulagem de profundidade através da roda guia do arado e
complementada no braço de engate retrátil de terceiro ponto.
Exemplificando
Pesquise mais
As grades são implementos extremamente versáteis apresentados
em diversos modelos e constituições, exigindo, para cada modelo,
regulagens diferentes para que se possa usufruir de todo seu
potencial produtivo. Por exemplo: grades aradoras (pesadas), grades
intermediárias e grades niveladoras (leves). Grades de arrasto sem
controle remoto e com controle remoto e grades acopladas ao sistema
de levante hidráulico do trator.
também, das raízes das culturas. Os subsoladores são implementos que mobilizam
parcialmente a superfície do solo, efetuando a desestruturação de camadas
adensadas (compactadas) até uma profundidade de 50 cm. Tecnicamente,
este implemento pode realizar escarificação leve com profundidade de 5 a 15
cm, escarificação pesada com profundidade de 15 a 30 cm e subsolagem com
profundidade acima de 30 cm. Dentre as vantagens da escarificação/subsolagem,
podemos citar: mobilização mínima da superfície do solo, não provoca inversão da
camada superficial, diminui os processos erosivos, melhora a infiltração e retenção
de água e facilita a penetração do sistema radicular das culturas.
emprega um mapa para registro das operações, que serão ou já foram executadas,
cujo objetivo é o seu planejamento e controle cronológico. Para começar a
elaboração do gráfico, a partir de agora você realizará o levantamento das operações,
que são realizadas em cada uma das fases de implantação da cultura, bem como os
implementos necessários em cada uma.
Importa esclarecer que não seria adequado optar pelo cultivo mínimo por ter
na área infestação de plantas invasoras, as quais teriam que ser eliminadas com
operações mais severas, com aração e gradagem, e o sistema de plantio direto
(SPD) não seria recomendado pela área não ter sido preparada para receber este
sistema. Ressalta-se que são necessários procedimentos de preparo da área para
receber o SPD, como: preparação do agricultor, por tratar-se de um sistema
complexo, exigindo do agricultor conhecimento; treinamento e gerenciamento
da mão de obra envolvida; correção da acidez e fertilidade do solo; adoção de
um sistema de conservação de solo adequada (curvas de nível e/ou terraços);
adequação das máquinas e implementos para as operações do SPD, dentre outros.
Atenção
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
A questão proposta exige algumas reflexões para que possamos tomar uma
decisão técnica adequada à realidade da propriedade do agricultor. O primeiro
passo é uma análise in loco criteriosa da área em questão, onde deverão ser
observadas as características da área, como: tipo de cobertura do terreno, a
topografia e, principalmente, a textura do solo, bem como se está sucessível a
encharcamento ou não, tendo-se o cuidado de analisar, também, se ele está
compactado, se existe pé de grade ou de arado, e qual foi o implemento utilizado
no preparo deste solo nas últimas safras. A análise destes aspectos possibilitará
que a escolha do implemento para o preparo do solo desta área (arado ou grade
pesada) seja feito de maneira técnica correta.
Dessa forma, o primeiro fator a ser analisado é a textura do solo, a qual é obtida
por meio de uma análise de solo feita em laboratório, dessa forma será conhecida
a sua constituição fisioquímica. O solo classificado como argiloso é mais propenso
à compactação, especialmente se estiver em condições de maior umidade. Outro
fator importante é o tipo e a intensidade da cobertura vegetal, que poderão
influenciar no tipo de implemento que deverá ser utilizado no preparo do solo.
arado (20 a 30 cm) e da grade pesada (10 a 20 cm), podemos orientar o produtor
se precisará ou não utilizar a grade pesada no preparo desta área, regulando-a
para trabalhar na profundidade máxima, sendo que a atuação desta deverá ser
seguida por outra gradagem, utilizando uma grade leve (niveladora) para efetuar
o destorroamento e nivelamento do terreno, adequando-o à operação de semeio
da cultura.
1. O solo, quando está com alguma cultura sendo produzida, pode sofrer
agressões em sua constituição física, química e biológica, afetando
sua característica inicial. A intensidade deste processo depende
grandemente das condições de manejo que o solo é submetido, além
das características específicas de cada local.
A degradação do solo pode ser acelerada devido a(ao):
I - Situações de uso intensivo, como em agricultura irrigada, ou onde
se produz safra e safrinha.
II – Solo cultivado duas ou até três vezes por ano.
III – Tráfego intenso de máquinas ou preparo de solo em condições
inadequadas.
De acordo com as afirmações, assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmação I está correta.
b) Somente a afirmação II está correta.
c) Somente a afirmação III está correta.
d) As afirmações I, II e III estão corretas.
e) Somente as afirmações II e III estão corretas.
Seção 3.2
Sistemas de plantio/semeadura
Diálogo aberto
Figura 3.2 | Sistemas de plantio: (A) plantio convencional e (B) plantio direto
Assimile
Exemplificando
Pesquise mais
As máquinas (semeadoras) utilizadas no SPD desempenham papel
importante para que o processo tenha sucesso. O uso da máquina
correta para cada situação define a possibilidade de acerto. Aumente seus
conhecimentos sobre o assunto acessando: <http://www.plantiodireto.
com.br/?body=cont_int&id=963>. Acesso em: 25 ago. 2016.
meio espaçamento para a direita, coloca-se uma linha, e meio para a esquerda,
coloca-se outra linha.
G (%) – germinação;
P (%) – pureza;
Q x e x p x nº voltas
q (g/nº voltas)=
10 x G x P x (1 - Dm) x (1 -Dr)
Espaçamento = 0,70 m;
71.500 x 0,70 5
nºplantas/m = =5 nºsem/m = = 7,1 sem/m
10.000 0,80 x 0,98 x 1,00 x 0,90
Nº de furos =30;
Reflita
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Dessa forma, é possível dotar o SPD nessa área? Quais são as vantagens do SPD
para a produção? Quais são os pré-requisitos que devem ser atendidos antes da
implantação? Há necessidade ou não de equipamentos apropriados ao sistema?
Resolução da situação-problema
poderá:
I – Sofrer erosão eólica.
II – Sofrer erosão hídrica.
III – Ter a flora microbiana destruída pela ação direta do sol.
Com base nas afirmações, assinale a alternativa correta:
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) I, II e III estão corretas.
e) Apenas I e II estão corretas.
Seção 3.3
Diálogo aberto
Exemplificando
As semeadoras são máquinas que têm por objetivo distribuir uma quantidade
de sementes pré-determinada no solo, independente da forma de preparo que
tenha recebido (convencional ou direto). Para realizar esta função com a eficiência
esperada, devem executar as funções de: abrir um sulco no solo; dosar a quantidade
de sementes e colocá-las no solo; cobrir e firmar o solo sobre as sementes.
• O semeio a lanço pode ser via aérea e terrestre, onde as sementes são
distribuídas de forma aleatória sobre a área, poderão ser umedecidas
aumentando seu peso e permitindo a distribuição a distâncias maiores e pré-
germinadas (arroz irrigado).
Reflita
Assimile
furos do disco, indicado para sementes graúdas, como feijão, milho e soja.
Pesquise mais
As semeadoras são equipamentos fundamentais para o sucesso
do projeto de produção da cultura. O mercado oferece opções de
semeadoras para todas as necessidades, desde áreas pequenas até
grandes áreas, para o plantio convencional e direto, de acionamento
Vocabulário
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Uma pequena propriedade com área de 5 ha, localizada em uma encosta com
declividade média de 8%, necessita de cuidados para evitar erosão. O agricultor
busca orientação sobre como proceder na exploração das culturas da cebola e
beterraba, especialmente no que diz respeito à utilização de semeadoras para
essas culturas. Ele necessita, também, de atenção quanto à declividade do terreno
para evitar erosão, e questiona quando as condições de topografia e das culturas a
serem implantadase quer saber sobre a possibilidade da adoção de plantio direto.
Dessa forma, é possível a adoção desse sistema de plantio para estas culturas? Em
caso positivo, quais os procedimentos a serem adotados para sua implantação?
Cabe a você orientá-lo sobre suas dúvidas e como deverá proceder diante da
situação apresentada. Como você orientaria o produtor?
Resolução da situação-problema
Seção 3.4
Diálogo aberto
De forma geral, os solos brasileiros são ácidos, e a acidez do solo tem como
Em caso de culturas anuais plantadas em covas, parte dos adubos deve ser
distribuída no fundo da cova e separada da semente por uma pequena camada
de solo na operação de cultivo (adubação de plantio ou fundação). A outra parte
deve ser aplicada em cobertura (adubação de cobertura), sobre o solo e ao lado da
planta. Neste caso, é importante misturar o adubo com o solo e, quando possível,
cobri-lo com 2-5 cm de terra.
10.000 x Q
D=
Onde: LxV
D = dosagem (kg/ha)
Q = vazão (kg/min)
Exemplificando
10.000 x Q
D=
LxV
Reflita
Assimile
Pesquise mais
O planejamento, dentro de qualquer atividade, é ferramenta
imprescindível para o sucesso do empreendimento. Existem diversas
ferramentas de planejamento disponíveis no mercado, especialmente
programas que permitem maior dinamismo e detalhamento das
informações previstas e possíveis de serem acompanhadas, inclusive
em tempo real, bastando pesquisar e encontrar a que melhor se adapte
às suas necessidades. Portanto, pesquise mais sobre o assunto e esteja
preparado para os desafios do exercício profissional. MERCANTE,
Erivelto et al. PRAPRAG - software para planejamento racional de
máquinas agrícolas. Engenharia Agrícola. Jaboticabal, v. 30, n. 2, mar. /
abr. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0100-69162010000200015>. Acesso em: 25 ago. 2016.
Vocabulário
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Dessa forma, como você poderá fazer uma recomendação que evite que o
corretivo, ao ser aplicado, seja deslocado pela ação do vento, caindo em local não
desejado?
Resolução da situação-problema
Referências
Implementos e máquinas
agrícolas: tratos culturais,
colheita e pós-colheita
Convite ao estudo
Olá, aluno, seja bem-vindo à última unidade do livro Máquinas e
mecanização agrícola! Estudaremos sobre os implementos e máquinas
agrícolas utilizados para operações, como tratos culturais, colheita e
pós-colheita, aprendendo como escolher o melhor equipamento para a
atividade que deverá ser desempenhada.
Seção 4.1
Pulverizadores e atomizadores
Diálogo aberto
Pesquise mais
Assimile
Pesquise mais
O uso de agroquímicos é considerado por muitos produtores como
uma forma eficiente de garantir o controle sobre o ataque de pragas,
de doenças ou infestação de plantas daninhas (plantas invasoras). As
pesquisas têm mostrado que o agricultor pode adotar formas de cultivo
e de produção diminuindo drasticamente o emprego desses produtos.
Dentre estes está o manejo adequado do solo, procurando eliminar
os chamados “bancos de sementes” que estão presentes no solo, por
meio de capinas (manuais e mecânicas) realizadas na hora oportuna.
Exemplificando
A aplicação poderá ser feita na área total quando todo o campo recebe a
pulverização, apenas na linha plantada ou na entrelinha de plantio. Um dos
principais componentes dos pulverizadores agrícolas compreende a seleção de
pontas de pulverização (bicos) que são responsáveis pelo desempenho final do
trabalho realizado pelo pulverizador. Dentre as mais utilizadas estão a de jato plano
comum, jato plano uniforme, jato cônico comum, jato cônico vazio, jato leque de
80° e jato leque de 110°.
Assimile
Uma ponta de pulverização (bico) não produz um único tamanho de gota durante
o processo de pulverização. O espectro de gotas gerado é uma mistura de gotas
de todos os tamanhos, com maior concentração de gotas próximas ao Diâmetro
Mediano Volumétrico (DMV). O DMV é o diâmetro da gota do espectro que divide o
volume pulverizado em duas metades: 50% do volume têm gotas menores do que
o DMV e 50% do volume pulverizado têm gotas maiores do que o DMV.
Tabela 4.1 | Padrão dos dados operacionais e variações aceitas para mais e para menos na
aplicação de agroquímicos
Dados operacionais Padrão Variação -20% +20%
RPM - Motor 1700 1360 2040
RPM - TDP 540 442 648
Vazão da bomba (l/min) 100 80 120
Velocidade (km/h) 6,0 4,8 7,2
50 metros em segundos 30 36 24
Vazão do bico (l/min) 1,0 0,8 1,2
Volume de aplicação 200 200 200
Fonte: Jacto – Manual técnico sobre orientação de aplicação.
Atenção
Para buscar a melhor forma de fazer o controle das plantas daninhas, podem ser
analisadas as opções e decidir pela aplicação de agroquímico (herbicida seletivo),
por considerar-se que a capina mecânica gastaria muito tempo e a eficiência não
seria alcançada, pois o equipamento indicado seria o cultivador mecânico de
enxadas, que atua nas entrelinhas da cultura e joga o solo para o pé da planta,
mas não elimina as plantas invasoras presentes no local e, muitas, não morrem
pela ação das ferramentas do cultivador, continuando seu desenvolvimento e,
consequentemente, competindo com a cultura em espaço, água, luz e nutrientes,
o que acarretará problemas na colheita e diminuição de produção da cultura.
e acionado pela TDP. As pontas de pulverização (bicos) deverão ser do tipo cone
vazio com gotas médias, pois o alvo (plantas invasoras) encontra-se na fase inicial
de desenvolvimento, rente ao solo, e as gotas lançadas por este tipo de ponta são
maiores e consequentemente mais pesadas, atingindo o alvo com maior precisão
e melhor cobertura. A dose (quantidade do produto comercial ou do princípio
ativo por hectare) deverá ser a recomendada conforme bula do produto e/ou
receituário agronômico elaborado pelo agrônomo responsável pela assistência
à lavoura. Além disso, deverá ser exigido que as pessoas que irão manipular o
agroquímico (especialmente o operador) utilizem o EPI indicado para tal operação,
bem como sejam observadas as condições climáticas adequadas para a realização
do trabalho.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
litros/ha com a utilização de pontas de pulverização (bicos) tipo leque da série 80°
ou 110° (ângulo de abertura do leque).
Seção 4.2
Colheitadeiras
Diálogo aberto
Você está atuando como consultor técnico, contratado pelo senhor João
Manoel para assessorar os trabalhos na área de mecanização e máquinas agrícolas
em sua propriedade. Na área 1, em consequência do surgimento de plantas
invasoras no início do ciclo de desenvolvimento da cultura, foi feito o controle com
agroquímico (herbicida) via pulverização com pulverizador de barras acoplado ao
sistema de levante hidráulico e acionado pela TDP.
Dessa forma, você terá que definir e justificar, que tipo de colhedora poderá
ser utilizada: tracionada ou colhedora automotriz conjugada? Quais as regulagens
necessárias para se evitar perdas na colheita?
Estas providências devem ser tomadas para que, no momento em que a cultura
(milho) atingir a maturação fisiológica e ponto ideal de umidade do grão para
colheita, o trabalho possa ser iniciado e tenha seu desenvolvimento com qualidade,
com o mínimo de perdas e a máxima eficiência. Ressaltando que para a cultura do
milho o ponto ideal para início da colheita é preferencialmente quando os grãos
atingem umidade em torno de 13% a 15% (ideal para colheita e armazenamento
sem necessidade de secagem artificial).
Sua constituição básica é composta por cinco partes, que realizam a colheita de
Figura 4.1 | (A) Colhedora montada com plataforma para cereais em geral; (B) Colhedora
montada com plataforma para milho
Figura 4.2 | (A) Plataforma para cereais em geral; (B) Plataforma para milho
Unidade/sistema de trilha tem como função retirar os grãos das partes da planta
que os contêm, separando-os dos restos da cultura, como caule, espigas, vagens,
panículas e folhas. O percentual de separação nesta unidade situa-se entre 60% e
90%, proporcionando uma separação quase total dos grãos da cultura na unidade
de trilha e separação.
Figura 4.3 | Sistema de trilha radial (tangencial) 1 - cilindro, 2 - côncavo, 3 - cilindro batedor,
4 - saca palhas
Rotor
Côncavo
Exemplificando
Côncavo
Assimile
O molinete deve possuir diâmetro entre 0,90 e 1,5 m com quatro a seis barras.
Sua função é de levantar e apoiar as plantas de encontro à barra de corte, sua
rotação de trabalho não deve ultrapassar 60 RPM.
A barra de corte é responsável pelo corte do material (cultura) a ser colhido, que
é executado por um conjunto de faca móvel de formato triangular e movimentos
alternativos horizontais com contrafacas fixas e fio serrilhado apoiado nos dedos duplos.
Reflita
Pesquise mais
Uma das preocupações do produtor na colheita mecanizada são
as perdas que podem ocorrer durante este processo. Para evitar ou
minimizar estas perdas, uma regulagem criteriosa da máquina é
fundamental. Para verificar, em nível de campo, se está ou não havendo
perdas, como se deve proceder? Esclareça estas dúvidas acessando:
<http://www.conhecer.org.br/Agrarian%20Academy/2014b/
perdas%20quantitativas.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2016.
pode não trilhar (debulhar) adequadamente, e se maior que 900 RPM pode causar
danos mecânicos aos grãos (quebras). A folga do cilindro x côncavo (mm) deve
ser de 25,5 a 38,2; a regulagem de abertura das peneiras (mm) deve ser: peneira
superior 11,1 a 15,9; peneira inferior 12,7 a 15,9, adequando-se por ocasião do início
da colheita.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Você foi procurado por um agricultor que planeja a implantação de uma área
de produção de milho verde para a indústria de conservas utilizando um pivô
para irrigação da área de 120 ha. A preocupação deste agricultor é com respeito
à colheita, pois o milho deverá ser colhido quando os grãos apresentarem em
torno de 70% a 80% de umidade e em espigas. Logo, a colhedora tradicional
de grãos (colhedora combinada de cereais) não poderá executar a colheita, e a
disponibilidade de mão de obra na região é muito escassa. Além disso, o período
de colheita é pequeno (em média de quatro a cinco dias) para que a qualidade
exigida pela indústria esteja dentro do esperado.
Lembre-se
Resolução da situação-problema
Você deve detalhar ao agricultor que as lavouras de milho verde devem ser
colhidas quando o milho estiver no estágio de maturação chamado de “grãos
leitosos”, denominados assim, pois apresentam aspecto leitoso quando espremidos.
Nesta fase, os grãos possuem de 70% a 80% de umidade, ou seja, ocorre antes do
ponto ideal para a ensilagem (63% a 67% de umidade) destinada à alimentação
animal. Você também deve chamar atenção para o período curto de colheita para
que o grão tenha as características ideais para ser industrializado, ou seja, o ponto
de milho verde dura de quatro a cinco dias, sendo que após esse período o milho
já será considerado “passado”.
A indústria disponibiliza pelo menos dois modelos de máquinas para este fim: as
colhedoras acopladas e acionadas pelo trator por meio da TDP, destinado a áreas
menores, e a colhedora de espigas automotriz, especializada na colheita de milho
em espiga para áreas maiores. De acordo com esta oferta, o agricultor poderá
optar por um modelo que atenda às suas necessidades.
c) V, F, F, F, F.
d) F, V, F, V, F.
e) V, F, F, V, F.
Seção 4.3
Diálogo aberto
Dessa forma, o senhor João Manoel questionou você: como fazer o manejo
das plantas que serão utilizadas como cobertura vegetal para o plantio direto?
Será adotado o uso de implementos mecânicos ou o controle químico? Quais os
critérios que devem ser considerados para que essa decisão seja tomada? Se for
escolhido utilizar os implementos mecânicos, qual o mais indicado para essa área?
Sendo a cobertura do solo obtida por meio de restos culturais e/ou de culturas
de cobertura e considerando a necessidade de pelo menos 50% de cobertura, é
necessária a adoção de estratégias próprias de produção desse material, primeiro
com a adoção de culturas da própria região.
cobertura quando ainda existe outra cultura de produção finalizando seu ciclo. Se
na região de plantio as chuvas costumam estender-se, pode-se adotar a chamada
safrinha de cultura de produção, o que proporcionará um volume significativo de
palhada (restos culturais), adequando a área ao SPD.
Por fim, uma prática que vem crescendo por oportunizar uma dinâmica interessante
de produção, chamada de “rotação agricultura pecuária”, onde as pastagens,
especialmente as braquiárias, mostram-se bastante eficientes na manutenção da
cobertura (palhada), e a cultura de produção deixa resíduos (nutrientes e corretivos),
proporcionando melhor produtividade da pastagem na rotação.
Reflita
Entre os aspectos que mais contribuem para o bom controle das plantas
infestantes estão a implantação de culturas em condições que podem proporcionar
seu bom desenvolvimento, a escolha correta do produto aplicado, as doses, as
formas de aplicação, os fatores ambientais e a utilização correta dos equipamentos
(GAZZIERO, 1984).
Pesquise mais
A época de dessecação das plantas de cobertura e das plantas invasoras,
antecedendo a semeadura da cultura de interesse comercial, é tão
importante quanto a escolha correta do herbicida a ser utilizado para
controle destas plantas. Aprofunde seus conhecimentos acessando o
conteúdo disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/
milho/arvore/CONTAG01_72_59200523355.html>. Acesso em: 4 set. 2016.
Assimile
rotativa das lâminas, que lança este material para um lado, formando uma leira que
irá dificultar a operação de plantio pelo acúmulo localizado de material cortado.
Com isso, concluímos que o uso das roçadoras no manejo de plantas de cobertura
em áreas destinadas ao plantio direto não são o implemento mais indicado.
Exemplificando
Na hipótese de uso de controle químico com herbicida, que para esta situação
deverá ser dessecante, terá que ser feita a análise das espécies de plantas presentes
na área para que se possa selecionar o produto ou mistura de produtos. Se houver
apenas plantas com folhas estreitas (gramíneas), o herbicida poderá ser específico
para estas, o mesmo acontecendo se houver apenas folhas largas. Caso haja as
duas (folhas estreitas e largas), deverão ser utilizados produtos específicos para
cada uma, de preferência que possam ser misturados e aplicados numa única
operação. Este papel é do responsável técnico (agrônomo), que indicará os
produtos (herbicidas) através de receituário agronômico.
Atenção
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Nenhuma decisão deve ser tomada sem que se faça uma visita in loco,
analisando todo o contexto histórico da área e/ou cultura. Se for preciso,
submeta à apreciação de outro especialista antes do parecer final.
Resolução da situação-problema
Na área de produção do senhor José Pedro, a forma de manejo que tem sido
empregada, mantendo o solo descoberto, causa sérios danos não só ao solo nas
entrelinhas da cultura, como à própria cultura, pois o solo sofre grande aquecimento
durante o dia, recebendo a incidência direta do sol. Ocorre também alta evaporação,
além da exposição à ação do vento e da chuva, situação relatada pelo proprietário,
que inclusive constatou a ocorrência de processo erosivo na lavoura.
O manejo das plantas de cobertura das entrelinhas deverá ser feito com
equipamento mecânico, sendo para este caso específico indicado o uso das
roçadoras tratorizadas acopladas ao sistema hidráulico do trator e acionadas pela
TDP, considerando que são bastante eficientes em termos de rendimento do
trabalho e podem trabalhar centralizadas em relação ao trator ou decentralizadas
para um dos lados, podendo inclusive trabalhar bem próximo ao caule das plantas.
Seção 4.4
Diálogo aberto
Tabela 4.2 | Dados para cálculo da eficiência teórica (CcT), efetiva (CcE), área trabalhada
por hora, tempo gasto total por área, consumo de combustível por hora e total (200 ha)
Percentual
Velocidade Motor: Coeficiente consumo
Operação Largura de
de trabalho Potência (CV) eficiência combustível
Implemento trabalho (m)
(km/h) efetiva (Cce) (litro por CV
por hora)
Aração 5 1,5 100 75 0,14
Aplicação de 8 5 100 70 0,12
corretivo
(continua)
Com base nos dados apresentados, você deverá apresentar para o senhor João
Manoel o resultado do cálculo de eficiência e consumo por hora das máquinas
agrícolas utilizadas na realização dos tratos culturais de sua propriedade.
Constante = 10
Exemplificando
Na ausência de uma tabela obtida nas condições brasileiras, a Tabela 4.3 reproduz
dados contidos em trabalhos de vários autores, normalmente retirados dos padrões
da American Society of Agricultural Engineers (ASAE). Observa-se na Tabela 4.3 que
as eficiências de campo são dadas em uma faixa para as diversas operações, em um
intervalo de velocidades, e que os valores, embora obtidos em condições diferentes,
podem servir como orientação para as várias operações realizadas por máquinas nas
condições brasileiras. Porém, o ideal é que o agricultor ou consultor técnico proceda
esta determinação no local de execução da operação, coletando os dados reais da
área a ser trabalhada para que se obtenha dados mais precisos para cada caso.
Tabela 4.3 | Velocidade de trabalho e eficiência de campo (Ec %) para operações com
diferentes máquinas e implementos agrícolas
Equipamentos Velocidade (km/h) Ec (%)
Arados 4–8 70 - 85
Grades pesadas 5–7 70 - 90
Grades niveladoras 7–9 70 - 90
Escarificadores 5–8 70 – 85
Subsoladores 4–7 70 – 90
Enxadas rotativas 2–7 70 – 90
Semeadoras de sementes miúdas 4–8 65 – 80
Semeadoras de sementes graúdas: Plantio Direto 3–7 50 – 75
Semeadoras de sementes graúdas: Plantio Convencional 4–8 50 – 75
Cultivadores 3–5 70 – 90
Pulverizadores 5–8 60 – 75
Colhedora de arrasto 3–6 60 – 75
Colhedora combinada automotriz 3–6 65 – 80
Colhedora de forragem 4–7 50 – 75
Ceifadoras (segadoras) 6–9 75 - 86
Fonte: adaptada da ASAE: ASAE D230-4, 1984. Disponível em: <http://www.edcentaurus.com.br/materias/granja.
php?id=4875>. Acesso em: 5 out. 2016.
Assimile
L = largura (m);
Exemplificando
Ec = 80%
5.000 m x 0,75 m
Cce = x 0,80 = 0,3 ha/h
10
200 ha
Tempo gasto / 200ha = 666.666 h = 670 h
0,3 ha/h
CV = C + RM
Onde:
CV = Custos variáveis
C = combustíveis
RM = Reparos e manutenção
Então, pode-se afirmar que o consumo pode ser calculado utilizando a fórmula:
C = 0,12 a 0,16 litros por CV por hora x Potência do motor x Valor do litro do diesel
Supondo que o consumo seja de 0,14 litros por CV por hora, temos:
Reflita
Nesse sentido, Pacheco (2000) apresenta uma tabela (Tabela 4.4) que contém
valores em percentual para a estimativa do custo inicial com reparos e manutenção
durante a vida útil de tratores e outras máquinas agrícolas. Significa dizer que, por
exemplo, um trator que custa R$ 100.000,00 e tem vida útil prevista de 10 anos, para
efeito de cálculo estimado com manutenção corretiva, considera-se que será de 100%
do preço ao longo de 10 anos ou 10% do valor por ano, e assim sucessivamente para
cada equipamento, conforme a Tabela 4.4.
Tabela 4.4 | Parâmetros para cálculo de custo com reparos (manutenção corretiva) de
máquinas e implementos agrícolas
Equipamentos Gasto total com reparos % do preço de
aquisição
Tratores 100
Arados 60
Grades 50
Escarificadores 60
Subsoladores 60
Enxadas rotativas 80
Semeadoras de sementes miúdas 80
Semeadoras de sementes graúdas: Plantio Direto 80
Semeadoras de sementes graúdas: Plantio Convencional 80
Cultivadores 100
Pulverizadores 80
Colhedora de arrasto 90
Colhedora combinada automotriz 100
Colhedora de forragem 60
Ceifadoras (segadoras) 150
Exemplificando
Pesquise mais
Na elaboração do projeto de custo de produção de uma cultura
devemos levar em consideração informações como insumos utilizados
e serviços de máquinas e implementos ao longo da realização do
projeto de produção da cultura. Para o cálculo do custo de produção,
deve-se observar os custos fixos, que são aqueles que não variam com
o quanto se utiliza da máquina, sejam eles: juros sobre capital investido,
seguro, depreciação anual, abrigo, dentre outros. Os custos variáveis
são os que variam de acordo com o grau de utilização da máquina,
como gastos com manutenção (preventiva), reparos (curativa) e
operação (combustível e operador). É necessário aprofundar sobre o
assunto, portanto pesquise mais acessando:
Para o preparo inicial de solo, pela utilização de trator tração 4 x 4 (TDA), com
potência nominal de100 cv, arado de cinco discos com largura de corte de 0,30 m
por disco e velocidade de trabalho de 5 km/h, grade pesada com 2,5 m de largura
útil, velocidade de 6 km/h, eficiência de 85% e grade niveladora com 4m de largura
útil. Velocidade de trabalho de 6,5 km/h e eficiência de 85%. Importa salientar que
a velocidade deve ser a adequada para cada operação, permitindo eficiência sem
sobrecarga das máquinas. É possível definir a medida da velocidade real tomando-
se o tempo gasto para percorrer uma determinada distância realizando a operação
de campo proposta, neste caso, aração ou gradagem. Para eficiência podemos
usar como parâmetro a Tabela 4.1 ou calcular a eficiência teórica multiplicando
a velocidade do conjunto mecânico dada pelo fabricante na marcha e rotação
definido, por exemplo, 1ª marcha simples velocidade teórica (sem nenhuma
interferência) 6 km/h multiplicada pela largura de trabalho do implemento; no
campo, utilizando-se a mesma marcha e rotação do motor, cronometra-se o
tempo (uma hora) de trabalho e mede-se a área real trabalhada; feito isto, verifica-
se a diferença entre a área apurada no cálculo teórico em relação à realizada na
prática e tem-se o percentual efetivo de trabalho.
V(km/h) x L(m)
Cct (ha/h) =
10
5000m x 1,5m
Eficiência teórica = Cct = = 0,75 ha/h
10
V(km/h) x L(m)
Cct (ha/h) = x Ec
10
5000m x 1,5m
Eficiência efetiva = Cce = x 0,75 = 0,56 ha/h
10
6000m x 2,5m
Eficiência teórica = Cct = 10
= 1,5 ha/h
6000m x 2,5m
Eficiência efetiva = Cce = x 0,80 = 1,2 ha/h
10
Para o conjunto mecânico trator + grade niveladora temos:
Largura de trabalho = 5 m;
O consumo de combustível (diesel) fica em torno de 0,12 a 0,16 litros por “cv”
de potência máxima nominal do motor.
Aplicação de corretivo
Consumo total para distribuição de corretivo (200 ha) = 12/l/h x 771,43h = 858
litros
Plantio
Pulverização
Consumo total para pulverizar (200 ha) = 12/l/h x 47,62 h = 571,5 litros
Colheita
Atenção
Avançando na prática
Eficiência no trabalho com conjunto tração animal
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Resolução da situação-problema
V = 4,5 km/h;
L = 1 m;
V(km/h) x L(m)
Cct=
10
4.500 x 1m
Cct= = 450m2/h
10
V = 4,5 km/h;
L = 1m;
Eficiência = 70%
V(km/h) x L(m)
Cct= x Ce
10
4.500 x 1m
Cce= = 0,70 = 315 m2/h
10
Custo de combustível por hora = 1,92 l/h x 2,00 (R$) = 3,84 (R$) por hora;
Para cálculo do custo por hectare, procede-se ao cálculo do tempo gasto para
preparar um hectare, depois multiplica-se pelo consumo obtendo a quantidade
gasta de litros de diesel. Para o custo total por hectare, multiplica-se o gasto total/
ha pelo preço do litro de diesel (R$), neste exemplo estipulado em R$ 2,00.
Referências