Patologia Clinica

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Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Palmas


Curso de Medicina
Disciplina de Patologia Clínica - 6º período
Profa. Dra. Poliana Guerino Marson.

Nome:________________________________________________________________

Estudo Dirigido 1

1. F. G. S., sexo masculino, 36 anos, pardo, caminhoneiro, católico, natural de Porto


Alegre/RS, residente em Porto Alegre/RS e procedente de Palmas/TO. Deu entrada na
emergência do HGP, na ocasião, foi coletado sangue para exames bioquímicos. Entre
vários exames, você se deparou com os resultados abaixo:
Glicemia: 201 mg/dL
Ureia: 97,0 mg/dL (VR: 15 a 45 mg/dL)
Creatinina: 1,0 mg/dL (VR: 0,6 a 1,3 mg/dL)
a) Interprete os resultados laboratoriais encontrados e discuta-os

Diagnostico de diabetes só deve ser dado, ser houver sinais e sintomas associados a
positividade de exames bioquímicos. Pois a elevação da glicose pode sofrer vários
interferentes, como a alimentação ou estado emocional. Assim como a ureia que é um
exame sensível, mas pouco específico. Podendo ser gerado por uma ingesta elevada de
proteínas.
Interferentes da ureia: hidratação e dieta. Apresentando azotemia pré-renal em relação a
ureia.
Assim como a creatinina, pois possuem muitos interferentes.
O fluxo sanguíneo também influencia nos níveis dessas substâncias. Como por exemplo uma
ICC, podendo causar impactos na excreção.

A relação ureia creatinina só se faz se as duas estiverem alteradas

Devido a glicemia ter sido realizada ao acaso, o valor de 201mg/dL qualifica esse inidividuo
como portador de Diabetes.
A ureia elevada (bem acima dos valores de referência), abre suspeita para uma
hiperuricemia, sendo que esse paciente pode ser portador de GOTA. Ademais, não se sabe a
causa da hiperuricemia, pode ser patológica – como no caso da gota – ou devido ao uso de
fármacos, drogas, álcool, alimentação [...]. Necessitando assim, de uma maior investigação.
Geralmente, a ureia e a creatinina são utilizadas como parâmetro para avaliação das funções
renais. Mas, como os níveis de creatinina estõ dentro dos valores de referência, a suspeita
principal ainda é e de uma hiperuricemia sem causa definida até o dado momento. Todavia,
não exclui a possibilidade de um problema renal secundário, principalmente levando em
consideração glicemia alterada.
b) Partindo do que foi estudado, qual o valor clínico da testagem glicêmica
realizada de modo transversal? Discuta esse valor tanto para o diagnóstico do
DM1 (com sinais e sintomas), quanto para o do DM2. (COMO FAZER
DIAGNÓSTICO!!)
Não há valor clínico. Pois o paiciente não apresenta sinais e sintomas de DM, logo uma
glicemia ao acaso não seria valida para diagnóstico de diabetes. Pois ele poderia estar com
alguma outra patologia que elevasse sua glicose, distúrbio emocional, alimentar [...] Logo, o
ideal, seria uma glicemia em jejum para validar o diagnóstico.
Para uma DM1 dificilmente seria o quadro desse paciente, pois por ter curso auto-imune,
dificilmente a patologia demoraria tanto para se manifestar.
Pois a DM1, por ter curso autoimune, se manifesta muito cedo, ainda na infância ou no mais
tardar na adolescência, cursando com sintomas abruptos como: perda ponderal intensa,
fraqueza, polifagia, polidipsia, poliúria, que evoluem muito rapidamente para uma
cetoacidose, que é o que geralmente os levam a procurar o auxílio médico.
Logo, pede-se glicemia ao acaso.

Dado a situação de emergência, a glicemia provavelmente foi medida ao acaso. E o valor de


referência para a mesma é > 200mg/dL. Ademais, devido à idade do paciente, a probabilidade
maior é que ele seja portador de uma DM2..
Já na DM2, se manifesta mais tarde na vida do individuo, próximo aos 40 anos, o que é mais
compatível com o paciente em questão. Como há uma resistência a insulina, ou produção
insuficiente desse hormônio – pode estar relacionada com o estilo de vida, e que costuma
mostrar suas consequências mais tarde, como aparentemente o paciente demonstra. Os
sintomas de polifagia, polidipsia e poliuria também são comuns.

2. Você está diante de um menino de 8 anos, apresenta queixa de polifagia, polidipsia


polaciúria e perda ponderal. Dentre suas hipóteses diagnósticas, você certamente cogita
a do Diabetes mellitus tipo 1. Nesse caso, do ponto de vista laboratorial, qual seria sua
conduta? E quais alterações você esperaria encontrar na checagem laboratorial?
O ideal, é sempre realizar um teste de glicemia em jejum. No entanto, em pacientes
com sintomas inequívocos de hiperglicemia - como do paciente em questão – , a glicemia
ao acaso, pode ser utilizada como diagnóstico definitivo, pois atingirá valores > 200mg/dL.
Caso se tenha a oportunidade de realizar glicemia em jejum - não sendo uma emergência,
como é o caso da cetoacidose – também atingirá valores >126mg/dL validando o
diagnostico de DM1. Afim de se confirmar o diagnostico pode-se repetir o exame, fazendo-
se uma glicemia em jejum.

3. Paciente do sexo masculino, com excesso ponderal, 57 anos, reclama de dor intensa na
primeira junta metatarsofalangeal esquerda, a ponto de não conseguir colocar o pé no
chão. A região se mostra quente, inchada e vermelha. Na noite anterior ao aparecimento
dos sintomas esteve presente em uma recepção social, relatou que “abusou no álcool e
na comida”.
a) Analise os resultados laboratoriais do paciente e indique situação (s) clínica (s)
condizente (s):
Os valores de ácido úrico, estão muito acima dos valores de referência, além disso, na
análise do líquido sinovial, há um aspecto turvo, provavelmente devido a presença
massiva de leucócitos e polimorfonucleares, típico de processos inflamatórios, além da
presença de cristais - é o diagnóstico definitivo para uma hiperuricemia com
manifestação de GOTA aguda
b) São necessários todos os exames para estabelecer o diagnóstico?

Mesmo que o diagnótico definitivo só sera dado com a realização de um microaspirado


do líquido sinovial da articulação acometida, esse é o padrão ouro téorico. Afinal, a
clínica ( os sintomas associados, como dor articular, inchaço, vermelhidão) com índices
de ácido úrico elevados, já caracterizam um diagnótico clínico de GOTA. Pois, fazer um
microaspirado articular é um exame extremamente doloroso, ainda mais com a
presença da inflamação articular, tornando-se preciosismo na prática.
c) O exame parcial de urina (EAS) ajudaria esclarecer o diagnóstico?

A avaliação do acido úrico sérico, não tem a mesma função que o ácido úrico eliminado
na urina (EAS). Pois esse último, é um processo perfeitamente fisiológico, e a formação
de cristais na urina, sofre influencia desde o metabolismo do indivíduo, ao
condicionamento da amostra. A mensuração de patologias associadas ao ácido úrico,
faz-se sua analise sérica, onde valores de referencia considerados normais, e caso
ultrapassados, podem significar ou não patologias em curso. Sendo assim, não é
necessário um EAS para esclarecer o diagnótico.

Amostra: soro
Exame (mg/dL) Paciente VR
Ácido úrico 9,8 2,5 a 7,5 mg/dL
Ureia 33 15 – 45 mg/dL
Creatinina 1,2 0,5 – 1,3 mg/dL

Amostra: líquido sinovial (análise microscópica)


Análise Paciente VR
Aspecto Turvo Límpido, palha
Nº Leucócitos 62.200 < 63/μL
PMN 91% < 26%
(polimorfonucleados)
Cristais (microscopia) Presença de cristais Negativo
intracelulares.

4. Paciente homem, 61 anos, professor aposentado, natural de Porto Nacional.


Diagnosticado com Dm tipo 2 a 5 anos atrás. Relata que faz dieta para controlar os níveis
de glicemia e toma duas vezes ao dia sulfoniluréia (80 mg) e ingere ácido ascórbico 1 g
diariamente. Diz que faz caminhadas leves de 45 minutos 3 vezes por semana. Relata
dificuldade em urinar, fluxo urinário fraco e necessidade da de urinar nos últimos 2
meses. O médico solicitou uma série de exames:
Ureia: 19 mg/dL
Creatinina: 1,0 mg/dL
Acido úrico: 8,0 mg/dL
Microalbuminúria: dentro dos valores de referência.
Glicemia em jejum: 158 mg/dL
Hemoglobina glicada (A1C): 7 %
(VR: Quando a A1C é utilizada para avaliação do controle glicêmico em pessoas com
diabetes: entre 4% a 6% = faixa de resultados normais; entre 6% a 7% = diabetes
moderadamente controlado; maior que 7% = diabetes mal controlado.
Quando a A1C é utilizada para diagnóstico do diabetes:abaixo de 5,7% = ausência de
diabetes; entre 5,7% e 6,4% = presença de pré-diabetes;maior ou igual a 6,5% = diabetes
mal controlado)

Parcial de urina:
Volume: 10 mL
Densidade: 1.020
Aspecto: turvo
Cor: amarela escuro
pH: 6.5
Glicose: ausente
Proteína: ausente
Corpos cetônicos: ausente
Hemoglobina: ausente
Leucócitos: presente (++)
Hemácias: presente (+)
Bilirrubina: ausente
Bactérias: moderado (++)
Nitrito: positivo (+)
Células: raras
Cristais: uratos amorfos (+) e ácido úrico (+)
PSA; 5,8 ng/mL (VR: 60-70 anos 0 a 4,5 ng/mL
% PSAlivre/PSAtotal > 20

a) Analise os exames laboratoriais e discuta-os.


Pelo EAS, verifica-se a probabilidade do paciente estar cursando com um
infecção urinária, devido a presença de hemoglobina, leucócitos, hemácias e nitrito
positivo (esse último, sendo um sinal indireto de infecção urinária, pois muitas
bactérias causadoras dessa patologia, são desdobradoras de nitrato, convertendo-o
em nitrito.
Os demais exames indicam que a diabetes se encontra compensada, e não se
descompensou nos últimos 4 meses (de acordo com a hemoglobina glicada).
Não houve alterações nas taxas de ureia, creatinina nem no exame de
microalbminuria, descartando temporariamente o risco de dano renal, tanto avançado
quanto precoce.
Além disso, houve alteração no PSA, levantando suspeitas de uma hiperplasia
prostática benigna ou de um adenocarcinoma prostático

Bacterioscopia – GRAM
Urocultura
b) Sobre o exame de PSA, responda: o que causa o aumento do PSA? Por que pode
haver variação de resultados de PSA quando o exame é realizado em 2 ou 3
laboratórios diferentes? Qual a idade ideal para iniciar a dosagem do PSA?
O aumento no valor, pode ser causado por intereferentes, como andar a cavalo,
bicicleta, ou até mesmo relações sexuais antes da colheita do exame. Caso não seja
interferentes, o PSA tem a característica de subir gradativamente com a idade, mas,
no caso do paciente, ele se encontra fora dos valores de referência, sugerindo então a
possível existência de um carcinoma prostático.

5. Os exames “depuração de creatinina” e “taxa de filtração estimada” são o mesmo


exame? Explique. Discuta a aplicabilidade de cada um.
Enquanto a depuração de creatinina é um exame, no qual se coleta urina de 24h do
paciente mais uma amostra de plasmática de creatinina, fazendo-se um cálculo:
DC = concentração de creatinina na urina X fluxo urinário / concentração de creatinina no
plasma. Como a estrutura corporal influencia no metabolismo da creatina fosfato, o valor
é baseado num cálculo de correção DCC= depuração sem correção.1,73/área a superfície
corporal. Prevendo assim, variações da estrutura corporal de indivíduo para indivíduo.
Geralmente, não há restrições para a realização do exame, no entanto, devido ao prazo
coletando urina, a possibilidade de ser ter interferentes é muito grande.
Já a TFGestimada, é uma conta matemática, podendo ser feita com uma série de equações
distintas desenvolvidas para essa função, como a de Cockcrof-Gault ou MDRD e
conseguem chegar num resultando idêntico ou muito aproximado do resultado
encontrado na DC. Mas, esse exame não pode ser realizado em quem pessoas que tem
hipertrofia muscular intensa, ou hipotrofia, pois gerará alterações muito discrepantes nos
valores, sendo recomendado a DC, mesmo que ambos, teoricamente, calculem a mesma
coisa.

6. Paciente apresentou os resultados abaixo para ureia e creatinina séricas:


Ureia: 20,0 mg/dL (VR: 15 a 45 mg/dL)
Creatinina: 0,9 mg/dL (VR: 0,6 a 1,3 mg/dL)
Podemos afirmar que o paciente não possui dano (ou doença) renal? Justifique.
Não. O dano renal captado pela creatinina sérica, é quando cerca de 50% do rim se encontra
comprometido. Já da ureia, só se encontra resultados afirmativos de dano renal, quando já
´0yuse perdeu 70% da funcionalidade do órgão. Logo, mesmo associados, são incapazes de
detectar um dano renal que não seja de moderado a grave. Assim, o indicado é mesmo os
resultados para dano renal sejam negativos, deve-se pedir microalbuminuria – que consegue
detectar danso renais precoces, caso haja grandes de chances de que eles existam, como por
exemplo, um paciente com DM2

7. Um paciente portador de Dm tipo 2, sob tratamento médico, realizou os exames


laboratoriais periódicos de acompanhamento. Constatou-se uma glicemia de jejum no
limite inferior da normalidade, mas os valores de hemoglobina glicada elevaram-se
significativamente acima do percentual recomendado. Discuta o que pode ter ocorrido
com esse paciente para ele apresentar tais resultados laboratoriais. Do ponto de vista
clínico e para a inferência prognóstica, qual é mais significante: o exame de glicemia
dentro do intervalo de referência ou o percentual de hemoglobina glicada acima do
recomendado? Justifique.
Uma das possibilidades da incoerência entre os resultados, pode ser a alimentação do
indivíduo, que pode ter ficado em um jejum muito prolongando antes da coleta do exame,
resultando em uma queda de glicemia. Ou qualquer outro fator que possa interferir na
queda da glicemia antes da coleta.
A hemoglobina glicada é um exame que mede a taxa de glicolisação das hemácias
durante sua vida útil, cerca de 4 meses. Logo, é um exame mais preciso quando se deseja
avaliar a evolução da diabetes durante um determinado tempo, tornoando-o um método
mais seguro para acompanhar o portador da doença. O fato do exame ter resultado
alterado, só afirma o diagnóstico, pois é uma medicação a longo prazo, tendo uma acurácia
muito maior que a glicemia em jejum, pois possuem interferentes bem diferentes.
Logo, a hemoglobina glicada é o exame mais recomendado para se manter o controle da
evolução da DM, pois consegue-se estimara taxa de glicolização das hemácias num
intervalo de tempo muito maior (4 meses) do que a glicemia em jejum.

8. Avalie os resultados laboratoriais de três pacientes diabéticos no quadro abaixo e


responda:
a) O que você deduz dos pacientes diabéticos descritos abaixo em relação ao
controle de suas glicemias?
Todos estão com os índices glicêmicos acima do desejado.
b) O que você deduz dos pacientes diabéticos descritos abaixo em relação ao
desenvolvimento de uma possível nefropatia diabética?
Os pacientes B e C tem um risco maior de desenvolver nefropatias, primeiramente
porque o Paciente B tem glicosúria e corpos cetonicos no EAS, o que significa que
tais moléculas – que geralmente não são eliminadas na urina – estão em locais
indevidos, indicando um possível dano renal.
O paciente C, possui glicosúria e proteinúria – substancias que também não
costumam se concentrar na urina, levantando a suspeita de um possível dano
glomerular/tubular nos rins, mesmo que esse não curse com cetonuria,
c) Algum desses pacientes pode estar em uma condição de emergência? Justifique.

Sim. O paciente C, cursa com cetonúria, ou seja, presença de corpos cetônicos na


urina. Os corpos cetônicos, são metabólitos de lipídeos, sendo eles uma fonte
energética só utilizada quando há esgotamento de glicose no organismo. Ou seja,
o corpo não está conseguindo ter acesso a glicose, fonte básica de energia, e está
usando corpos cetônicos, que podem ate funcionar num intervalo muito breve de
tempo - principalmente no SNC. No entanto, um quadro de cetoacidose é grave,
já que as funções cerebrais não conseguem se manter por muito tempo usando tal
fonte de emergência, ademais, o quadro pode vencer os tampões orgânicos, e
romper a homeostase, levando a óbito rapidamente.
d) É necessário fazer frutosamina e hemoglobina glicada ao mesmo tempo?

Não. Geralmente, se faz a HG, todavia, em algumas condições especiais como:


anemais, uremias, dislipdemias, algumas drogas e fármacos, acabam por interferir
na taxa de glicolisação. Fazendo assim, com que a frutosamina seja mais indicado
para esse tipo de situação, mesmo que tenha que ser repetido mensalmente, ao
contrário do HG.
e) A amostra para o EAS e microalbuminúrica é o jato médio urinário?
Para o EAS, usa-se o jato médio urinário. Já na MAB, faz-se a coleta da urina do
paciente num prazo de 24h.

Dosagens Paciente A Paciente B Paciente C VR

Glicemia jejum 110 199 179 60 a 100


(mg/dL)
Glicosúria (EAS) Negativo Positivo positivo Negativo

Corpos cetônicos Negativo Positivo Negativo Negativo


(EAS)
Proteinúria (EAS) negativo negativo positivo Negativo

HB A1c (%) 10,2 6,0 5,2 5a8

Frutosamina 4,3 4,5 2,1 1,9 a 2,9


(mmol/L)
Microalbuminúria 130 5 > 300 Normal: < 30
(mg/24h) mg / 24h

9. Em qual condição o exame do EAS dá presença de bilirrubina positivo?


Quando há excesso de bilirrubina direta na corrente sanguínea, podendo ser causada
por:
Obstrução do fluxo biliar do fígado (extra ou intra hepático)
Doença hepatocelular com inabilidade na excreção da BD na bile.

10. O TOTG é o teste de tolerância à glicose, também denominado curva glicêmica.


Responda: Quais as dificuldades para realizar o teste?
O paciente geralmente é submetido a uma descarga de glicose muito elevada, em um
curto período de tempo, o que pode ocasionar náuseas, principalmente em grávidas ou
crianças.
Além disso, faz-se coletas constantes de amostras de sangue, logo o paciente ficar
acomodado em um lugar durante um período determinado de tempo, e as vezes, passar
pelo desconforto de colher várias amostras de sangue, o que se torna um complicador,
principalmente, quando se fala de crianças.

11. Diferencie proteinúria glomerular, proteinúria tubular e proteinúria por


transbordamento. Todas são detectadas pelo exame EAS? Explique?
Proteinúria glomerular: a principal proteína observada na urina de pacientes com doença
glomerular é a albumina. A presença de albuminúria reflete uma lesão na barreira de
filtração seja através de alterações estruturais e/ou da perda da eletronegatividade e/ou
por elevação da pressão de ultrafiltração transcapilar.
Proteinúria tubular: é observada quando na presença de lesão tubular não ocorrer a
reabsorção das proteínas normalmente filtradas ( p.ex. alfa2 e beta2 microglobulinas,
imunoglobulinas de cadeias leves, aminoácidos, retinol binding protein) e acabam sendo
excretadas na urina, ou houver secreção tubular, como observada em algumas doenças
inflamatórias túbulo-intersticiais.

Proteinúria por extravasamento: Nesta situação tanto a barreira de filtração quanto o


túbulo renal estão intactos e a proteinúria deve-se a presença de quantidade exagerada
de proteínas de baixo peso molecular presentes no plasma. Como consequência, as
proteínas são facilmente filtradas e sobrecarregam a capacidade tubular de reabsorção,
resultando em proteinúria. Exemplos desta modalidade de proteinúria é a de Bence-Jones,
associada ao mieloma múltiplo, e a mioglobinúria.

12. Presença de bactéria e nitrito positivo no exame de EAS é sempre indicativo de infecção?
Explique.
Não. A bactéria, pode advir do trato gastrointestinal por contaminação, e ser uma
bactéria produtora de nitrito, como E.Coli, assim como outras bacteriais que agem como
comensais. No entanto, pode ser um fonte indicativo da presença de infecção, logo, deve-
se pedir uma urocultura.
13. O que indica presença de muco e célula epitelial no EAS?

Na maioria das vezes, são interferentes de coleta, no qual o paciente não fez
higienização da forma correta. É muito comum ocorrer em mulheres, devido a
proximidade do TR do TU. Além do mais, células epiteliais escamosas e de transição podem
estar presentes devido a própria descamação de diversas regiões, tanto do TR, quando do
TU ou da região externa da genitália.
No entanto, quando há grande aglomerados de células epiteliais de transição, deve-se
analisar o caso com mais cuidado, pois pode-se tratar de um carcinoma urotelial.
14. Quando é necessário pedir o exame de lipidograma?
É um exame de rotina, e deve ser pedido para todo e qualquer paciente, inclusive crianças.
Pois o risco de morbidades relacionadas a dislipdemias aumentou muito nos últimos anos,
sendo necessária uma investigação precoce.

15. Qual dos elementos abaixo sua presença na urina (exame EAS) pode indicar
exclusivamente um dano renal? Explique os motivos que levaram você chegar a essa
resposta.
a) Cilindros; b) Leucócitos; c) Hemácias; d) Muco e) Células epitelial

Os cilindros são elementos exclusivamente renais, formados no lúmen dos túbulos


contorcidos distal e ducto coletor, devido a isso, cilindros de qualquer natureza,
indicam um acometimento renal.

16. A fase pré-analítica é responsável por mais de dois terços de todos os erros atribuídos
ao laboratório de análises clínicas. Analise as variáveis abaixo listadas e assinale a opção
que se restringe única e exclusivamente a esta fase.
I. Tempo adequado de jejum.
II. Uso apropriado dos tubos de coleta e seus aditivos.
III. Microscópio limpo e em bom estado de uso.
IV. Adequação, armazenamento e centrifugação do material biológico.
V. Estrita conformidade com as recomendações quanto ao tempo de aplicação do
torniquete.

a) I, II e III. b) I, II e V. c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, II, IV e V.

17. PCR (proteína C reativa) e VHS são marcadores inflamatórios. Indique 3 diferenças entre
esses dois exames. Essas duas provas laboratoriais dão consideradas como Marcadores
Inflamatórios de Fase Aguda (MIFA)? Por quê?
PCR
O exame que mede a dosagem de proteína C reativa (PCR) é feito através da coleta do
sangue do doador.
A proteína C reativa, produzida no fígado, é o principal marcador de fase aguda de
processos inflamatórios e necróticos (morte do tecido) que ocorrem no organismo,
principalmente processos inflamatórios associados a infecções bacterianas.
Caro
Suspeita de infecção bacteriana , pois na infecção viral os níveis não costumam se
alterar.
PCR elevado, perfil de risco de doenças cardiovascular.
VHS
Mede a velocidade da separação entre os glóbulos vermelhos e o plasma, que é a parte
líquida do sangue, pela ação da gravidade.
Serve de avaliação de controle de patologias autoimunes
Pode ser utilizada para avaliar riscos: AVC, câncer de próstata, doenças das artérias
coronárias, e tumores diagnosticados
Barato

Sim. Pois alterações como inflamações/neoplasias [...]. Geram alterações diretas nesses
marcadores, sendo assim, muito sensíveis, porém não muito específicos.

18. Os marcadores inflamatórios (MI) são usados para fazer diagnóstico de doenças?
Explique. De modo geral, os MI têm boa sensibilidade? E especificidade?

Não. Os marcadores servem como ‘detectores’ de anormalidades, como reações


infecciosas ou inflamatórias, mas não são capazes de determinar com exatidão o que esta
as causando. Logo, são extremamente sensíveis, porém não são específicos.

19. Analise o perfil eletroforético de proteínas plasmáticas característico na Síndrome


nefrótica e explique as alterações das bandas. Qual outro exame poderia ser pedido para
auxiliar o diagnóstico?

A banda A, encontra-se alterada, - diminuída – já que a principal proteína componente é a


albumina, sendo que ela, é a mais perdida pela urina durante a síndrome nefrótica.
Há aumento da banda A2, pois durante a síndrome nefrótica várias proteínas são
eliminadas pela urina, mas uma das componentes dessa banda a macroglobulina, acaba
por não ser eliminada, causando sua elevação em relação as outras bandas, aumentando
até mesmo cerca de 10x, além de estarem associadas a queda de albumina.
Redução da banda gama, pois na síndrome nefrótica muitas vezes tem o caso de
imunoglobinúria, onde as Ig’s acabam por serem eliminadas na urina, culminando com
infecções no de repetição no paciente.

19. Na suspeita de doença de Wilson há diminuição de ceruloplasmina no soro (é uma


proteína plasmática). Isso pode ser observado no exame de eletroforese de proteína? Por
quê?
A ceruloplasmina faz parte da banda B2 globulina. É um componente que se
encontra em proporção inferior, quando comparamos com as outras proteínas que compõe
tal banda (haptoglobulina, macroglobulina [...]). Logo alguma alteração na ceruplasmina
dificilmente se refletiria em uma alteração visível na eletroforese, sendo necessário um exame
mais detalhado, caso haja suspeita de síndrome de Wilson.

20. São resultados de uma gasometria arterial: pH = 7,32; PaCO 2 = 50 mmHg; HCO3 =
33mEq/mL. (VR: pH= 7,35-7,45 pCO2=35-45 mmHg HCO-3 22-26 mmEq/L). O paciente
com a presente gasometria apresenta algum distúrbio ácido-base? Explique.

50-45 = 5
33-26= 7

QUESTÃO ERRADA
Acidose respiratória com tentativa de compensação ou seja, parcialmente
21. São resultados de uma gasometria arterial: pH = 7,37; PaCO2 = 50 mmHg; HCO3 =
33mEq/mL. O paciente com a presente gasometria apresenta algum distúrbio ácido-
base? Explique.

50-45=5
33-26=7
Disturbio ácido-base compensado: pH normal, mas há alteração no CO2 e no HCO3-
Alcalose metabólica compensada pelo pCO2

22. Paciente menina 4 anos, apresenta poliúria, polidpia e sonolência. Ingressa na UTI em
coma com sinais de hiperventilação. Abaixo estão os resultados laboratoriais:
gasometria arterial: pH = 7,2, PaO2 90mmHg; PaCO2 = 20 mmHg; HCO3 = 15mmEq/mL. y
Glicemia = 560 mg/dL
A paciente com a presente gasometria apresenta algum distúrbio ácido-base? Explique.

Acidose metabólica, e a hiperventilação diminui a concentração de CO2


23. A gasometria arterial de um paciente apresentando D.P.O.C.
( d o e n ç a p u l m o n a r obstrutiva crônica) indica os seguintes resultados:
pH = 7,1, PaCO2 = 68 mmHg; HCO3 = 27mmEq/mL.
Qual o distúrbio ácido-base? Qual a justificativa para este valor de pH
observado? A administração de bicarbonato faria algum efeito neste paciente?

68-45=23 – CO2
27-26=1

Acidose respiratória
HCO deve ser ministrado.

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