Circuito de Recompensas
Circuito de Recompensas
Circuito de Recompensas
CIRCUITO DE RECOMPENSAS
SÃO PAULO
2018
2
CIRCUITO DE RECOMPENSAS
SÃO PAULO
2018
3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
4. CONCLUSÃO.......................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho veremos e buscaremos entender como funciona o cérebro
frente às emoções, o que é o sistema de recompensa e como ele pode funcionar em
pessoas adictas. As emoções e os sentimentos nos são inerente por pertencer à
raça humana. Somos unidades formadas por uma tríade: Um cérebro, um corpo e
uma mente e é nesse universo em que se dão todas as infinitas combinações que
nos fazem humano. Somos todos singulares, ainda assim, compartilhamos
similitudes já que somos da mesma espécie, em uma mesma classe, a humana.
A principal função do nosso cérebro é proporcionar a sobrevivência, dizer o que
podemos fazer para garantir que nossa existência se perpetue e assim possamos
experimentar o que o mundo pode nos oferecer e, ao mesmo tempo, ir criando
nosso próprio mundo, onde se criam novas ideias, crenças. Valores, formas de ver e
escolher que modelo mental vamos construir. Essas marcas são indeletáveis em
nossa alma e em nossa mente. Tudo isso que citamos, faz com que tenhamos a
diferentes formas de atuação no mundo e conosco, é possível que até mesmo nossa
forma de atuar sobre a natureza e o outro sejam modificados por esses fatores que
passamos.
O cérebro é um órgão complexo e fascinante. Ele é responsável por nos
conectar com as percepções através de nossos sentidos. Todos os estímulos que
vêm do mundo exterior são recebidos pelo nosso cérebro para que possamos estar
em contato consciente com o mundo que nos cerca e, assim, nos relacionarmos
com ele.
O cérebro não foi sempre o mesmo. Com o passar do tempo, aconteceram
modificações e ainda continuam a acontecer. Paul MacClean em 1990, por meio de
seu livro “The Triune Brain in Evolution” (em tradução livre seria o equivalente a O
Cérebro Trino em Evolução), nos relata suateoria do cérebro triuno, descrevendo
três níveis de estratos ou três tipos de cérebro:
a) o mais primitivo que tem a ver com os instintos é o REPTILIANO.
b) o sistema límbico ou mamífero mais relacionado com as EMOÇÕES.
c) o neocórtex onde estão nossos pensamentos mais elaborados.
Esses três níveis interagem uns com os outros, para obter sobrevivência,
atendendo assim, a função primordial do nosso cérebro.
5
existência como espécie, fizemos o que fosse necessário para que isso
acontecesse. Uma forma de exemplificar é dividir o processo em três fases, vamos
pensar que queremos pintar e nós realmente queremos fazer isso, existindo uma
vontade incontrolável para executar essa ação.
Primeira fase: devemos ser capazes de ouvir e responder. Internamente e
externamente. Ao pensar “estou vendo uma pintura que me fascina e quero pintar”,
há emoções que se movem em mim. Querer ter pincéis em minhas mãos ou lápis e
uma folha onde eu possa experimentar o que desejo com grande intensidade. É
nesse momento que a dopamina aparece. Começo a imaginar que já estou na
situação e até imagino as cores e o que quero alcançar.
Segunda fase: Execute as ações necessárias para realizar o meu desejo. A
ação é recompensada com uma sensação de prazer. Procurei e encontrei os
materiais que eu quero para pintar. Acima de tudo, a ação é recompensada e não
apenas o fato de satisfazer a necessidade. Como eu fiz isso? Bem, para me colocar
em ação, duas outras substâncias foram ativadas, adrenalina e noradrenalina.
Terceira fase: Uma vez que a ação é completada, o circuito de recompensa é
fechado, com um sentimento de satisfação. Já pintei e vejo alguns dos meus
trabalhos capturados em tela ou papel. Quando cheguei a este ponto, aparece outra
substância chamada serotonina, até surgir um novo sinal que desperta o desejo,
podemos ver como os comportamentos úteis para nossa existência são controlados
pelo circuito do desejo - ação - satisfação.
Quando pensamos nesse circuito, logo podemos perceber que a dependência
de drogas é causada por uma adaptação equilibrada à presença da droga. A
dependência pode levar à adicção, que é definida como um padrão maladaptativo de
uso da droga associado à fissura induzida pelo contexto, sobretudo em situações de
estresse, que causa comprometimento ou sofrimento clinicamente significativo.
Embora cada droga tenha seu próprio mecanismo de ação molecular e celular,
muitas drogas de abuso afetam a via de recompensa.
vezes. Cria-se uma memória específica para isso. O sistema de recompensa, desse
modo, é um importante mecanismo de autopreservação. O neurotransmissor
sintetizado dentro do cérebro que é responsável por esse ciclo de recompensa é a
dopamina. Para sua síntese é necessária a presença do aminoácido tirosina. Por
meio da enzima tirosina hidroxilase, a tirosina é transformada em forma em DOPA
(3,4 - hidroxifenilalanina). A dopamina tem sua origem na descarboxilação da DOPA.
Em seguida, é armazenada nas vesículas dos terminais pré-sinápticos para ser
liberada na fenda após um estímulo neuronal. Esse estímulo pode ser a torta
predileta, um carinho, uma conversa com amigos, enfim, situações que certamente
valerão a pena serem repetidas.
Uma vez liberada na fenda, atua sobre os receptores dopaminérgicos, cujo
efeito é uma sensação de bem-estar e euforia. Rapidamente após a ligação com os
receptores dopaminérgicos, a dopamina é retirada da fenda. Isso sé dá por meio de
três processos básicos: [1] difusão da dopamina para fora da fenda sináptica, [2]
destruição por enzimas e [3] recaptação para o pré-sináptico de onde fora liberada.
Ali, será estocada para ser liberada novamente. A recaptação é realizada pela
bomba de recaptação, transportadores dopaminérgicos,encarregados de captar
parte da dopamina liberada na fenda sináptica e devolvê-la ao terminal pré-sináptico
a fim de ser reciclada.
O sistema dopaminérgico, ou seja o sistema de recompensa, possui três tratos
considerados como os mais importantes, de grande interesse para o entendimento
da neurobiologia da dependência química. Um destes é o trato mesolímbico-
mesocortical, que se projeta a partir da área tegmental ventral (ATV) para a maior
parte do córtex frontal (funções psíquicas superiores) e sistema límbico (emoção) e
parece ser a via dopaminérgica relacionada à recompensa. Estudos têm
demonstrado relação íntima entre algumas estruturas cerebrais e a recompensa. O
nucleus accumbens e a área tegmental ventral parecem moderar o estímulo à
recompensa, induzido por substâncias psicoativas.
Grande parte da propriedade causadora de dependência das drogas está na
ativação do sistema dopaminérgico de recompensa. Isso pode ser feito de modo
direto ou indireto. Substâncias psicoativas como a cocaína e a anfetamina agem
diretamente sobre esse sistema, enquanto a nicotina e os opiáceos estimulam-no
indiretamente. As causas naturais que normalmente estimulam o sistema de
8
4. CONCLUSÃO
Conhecer o sistema de recompensas é de extrema importância para o
profissional que quer trabalhar na área de saúde mental. Muitas vezes, as pessoas
que chegam até nós buscando uma forma de melhorar sua forma de viver, não tem
ideia de que o cérebro trabalha para manter o equilíbrio e a sobrevivência. Nós, ao
entendermos, que o guia das nossas atitudes e comportamentos, tem funções
orgânicas tão básicas a ponto de nos fazer repetir comportamentos, poderemos,
sum duvida olhar a pessoa que nos pede ajuda de maneira holística.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RODRIGUES, J. A. O cérebro.