Aula 6 Centro Massa Impulso Momento

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Física I para Engenharia

1º Semestre de 2014

Instituto de Física- Universidade de São Paulo

Aula – 6 Centro de Massa – Momento – Impulso

Professor: Valdir Guimarães

E-mail: [email protected]
Centro de Massa

Centro de Massa de um corpo é um ponto que se move como se toda a


massa do corpo estivesse nele concentrada e como se todas as forças
externas estivessem aplicadas sobre ele.

Para um corpo constituído de N partículas, o Centro de Massa é


dado por
   1  
rcm  m1r1  m2 r2      mi ri 
1
onde
M M i 
1  
 xcm   i i 
rcm  xcmiˆ  ycm ˆj  zcmkˆ
m x
e M i 
1  
ycm    mi yi 
M i 
1  
zcm    mi zi 
M i 
Centro de Massa

Centro de Massa de um corpo é um ponto que se move como se toda a


massa do corpo estivesse nele concentrada e como se todas as forças
externas estivessem aplicadas sobre ele.

Para duas partículas unidas por uma haste de comprimento d

xcm 
1
m1 x1  m2 x2  Colocando o referencial na
M
partícula 1
xcm  m1 x1  m2 ( x1  d ) 
1
então x1=0
M
xcm  x1 
m2 d
xcm 
1
m2 d   m2d
m1  m2 M m1  m2
Exemplos

Centro de Massa da molécula de água (H20).


Com mO= 16,0 uma e mH= 1,0 uma, distância entre o
oxigênio e o hidrogênio de 96,0 pm e ângulo de
abertura da molécula de 104,5°.

Para 3 partículas, temos

xcm 
 mx i i
ycm 
 my i i

M M

mH1 xH1  mH 2 xH 2  mO xO xO  yO  0
xcm 
mH1  mH 2  mO xH1  xH 2  96 x10 12 cos52,25
mH1 yH1  mH 2 yH 2  mO yO yH1   yH 2  96 x10 12 sin 52,25
ycm 
mH1  mH 2  mO 
rcm  (6,53x1012 iˆ  0 ˆj )m
Exemplos

Centro de Massa de uma folha uniforme de madeira. Com densidade superficial s.

m1 x1  m2 x2
xcm 
m1  m2
m1 y1  m2 y2
ycm 
m1  m2

Vamos determinar o Onde a massa de cada parte é


centro de massa de cada parte
m1  A1  s  0,32  s
xcm1  0,40m
m2  A2  s  0,04  s
ycm1  0,20m
xcm2  0,70m xcm  0,43m
ycm2  0,50m ycm  0,23m
Centro de Massa – distribuição de massa

Centro de Massa de um corpo é um ponto que se move como se toda a


massa do corpo estivesse nele concentrada e como se todas as forças
externas estivessem aplicadas sobre ele.
 1  
rcm    mi ri 
M i 
Para um corpo extenso com
distribuição contínua de massa
 1 
rcm 
M  r dm

onde M   dm
Se o corpo possuir simetrias geométricas, o
centro de massa estará no centro de simetria.
Exemplos

Centro de Massa de uma barra uniforme de


comprimento L e densidade linear de massa λ.

 1  M   dm
rcm 
M  r dm 
r  xiˆ
dm  dx
Para o centro de massa temos
A massa total M está distribuida ao longo
L L
 1 1
do comprimento L, portanto a densidade rcm   xiˆdm  (  xdx)iˆ
linear de massa λ=M/L. M0 M0
L 2
Para um pedaço infinitezimal dx, temos  1 1 L
uma massa dm=λdx
rcm  (   xdx)iˆ  (  )iˆ
M 0 M 2
L L
M   dm   dx  L
 1 L2 ˆ L ˆ
rcm  (  )i  i
0 0 L 2 2
Exemplos

Centro de Massa de um anel


semicircular uniforme de raio R
e densidade linear de massa λ.

A massa total M está distribuida ao longo do comprimento πR, portanto a


densidade linear de massa λ=M/ πR.
Para um pedaço infinitezimal ds, temos uma massa dm=λds
Mas, um pedaço ds pode ser escrito como Rdθ
L L 
M   dm   ds   Rd  R
0 0 0
 1  1  dm  Rd
rcm 
M  r dm 
M  Rdm

R  xiˆ  yˆj  R cosiˆ  R sin ˆj
Para o centro de massa temos

 1
rcm   R(cosiˆ  sin ˆj )Rd
M0

 R 2 
rcm 
M 0  (cosiˆ  sin ˆj )d

   2
rcm  (sin  i  cos  ˆj )
 R ˆ rcm  Rˆj
 0 0 
Movimento do Centro de Massa

Podemos decompor o movimento de um corpo como o movimento do


Centro de Massa mais o movimento individual das partículas
constituintes em relação ao Centro de Massa.
 1  
rcm    mi ri 
M i 
 
 dr 1  dr  1  
derivando vcm  cm    mi i     mi vi 
dt M i dt  M  i 
 1  
vcm    mi vi 
M i 
 
 dv 1  dv  1  
derivando acm  cm    mi i     mi ai 
dt M i dt  M  i 
 1    1  
acm    mi ai  acm    Fi 
M i  M i 
 1    
acm    Fiint   Fiext 
M i i 
Mas, da terceira Lei de Newton, as forças
internas aparecem aos pares e se cancelam.
 1  1 
acm 
M
i Fiext  M FRext
O Centro de Massa de um sistema se move como uma partícula
pontual com a massa total do sistema, sob a influência da força
externa resultante que atua sobre o sistema.
Exemplos

Um projétil é disparado em uma trajetória que o faria pousar 56 m adiante.


Ele explode no topo da trajetória, partindo-se em dois pedaços iguais. Um
dos fragmentos tem velocidade nula. Onde aterriza o outro pedaço?

Mxcm  m1 x1  m2 x2
2mxcm  mx1  mx2
2 xcm  x1  x2
R
2 R   x2
2
R 3
x2  2 R   R
2 2

X2= 84 m
Exemplos

Pedro (80 kg) e Davi (120 kg) estão em um barco de massa 60 kg. Davi está na proa
e Pedro na popa, a 2,0 m de Davi. O barco está em repouso e ele trocam de lugar.
De quanto o barco se move, devido à troca de lugares?
Situação inicial Mxcm1  m p x p1  md xd 1  mb xb1
Situação final Mxcm2  m p x p 2  md xd 2  mb xb 2

Mxcm  m p x p  md xd  mb xb

Supondo que o barco se moveu d e o


CM não se altera.

0  m p (d  L)  md (d  L)  mb d
md  m p
d L d  0,31m
md  m p  mb
Suponha que você esteja sobre um carro inicialmente em repouso em um

trilho com muito pouco atrito. Você arremessa bolas contra um anteparo

rigidamente montado sobre o carro. Se as bolas retornam para trás e para a

direita como mostrado na figura, o carro é posto em movimento?

1. Sim, ele se move para a direita.

2. Sim, ele se move para a esquerda.

3. Não. Ele permanece no lugar.


Quantidade de Movimento

Quantidade de Movimento Linear (ou Momento Linear) de uma partícula.


 
p  mv unidades: kg.m/s

Derivando-se esta expressão, temos:


  
dp d (mv ) dv 
 m  ma
dt dt dt
a massa foi suposta constante.

 
dp definição de Newton
Fres  para a sua segunda lei.
dt
Quantidade de Movimento

Para um sistema de partículas, temos:


  
Psis   mi vi  pi Igual a soma dos momentos
i i individuais.

Do conceito de posição do Centro de massa, temos:


   1  
rcm  m1r1  m2 r2      mi ri 
1
M M i 
 
 1   drcm 1  dri  1   
rcm    mi ri     mi     mi vi   vcm
M i  dt M i dt  M  i 
derivando
  
Momento Linear total de um sistema.  mivi  Mvcm  Psis
i
Quantidade de Movimento
  
Para um sistema de partículas, temos: Psis   mi vi  pi
 i
 i
sendo que Psis  Mvcm
  
dPsis d (Mvcm ) dvcm  
derivando  M  Macm   Fext
dt dt dt i

A variação do Momento Linear de um sistema


depende das Forças Externas ao sistema
Na ausência de Forças Externas o Momento
Linear de um sistema
 se conserva.
   
Psis   mi vi  Mvcm 
dPsis
i Fext  dt  0 i
constante

Lei da conservação da Quantidade de Movimento


Um astronauta de 60 kg, atira um objeto de 3 kg, com uma velocidade
de 4 m/s. Qual é a velocidade de recuo do astronauta?

Considerando-se o sistema constituído


por objeto + astronauta, não existem
forças externas. Portanto, a Quantidade
de Movimento se conserva.

 dPsis
i Fext  dt  0
  
Psis   mi vi  Mvcm  const.
i
   
(mastr vastr )i  (mobjvobj )i  (mastr vastr ) f  (mobjvobj ) f
 
0  (mastr vastr ) f  (mobjvobj ) f
 mobj  A Quantidade de Movimento do
vastrf   vobjf  0,2m / s sistema se conservou, mas a
mastr Energia Cinética aumentou !!!
Decaimento radioativo

Um núcleo radioativo de tório-227


(massa atômica 227 uma), em repouso,
decai em um núcleo de rádio-223, Quantidade de Movimento se conserva
emitindo uma partícula alfa (massa 4,0
 
uma). Sabendo-se que a energia cinética 0  (malfavalfa ) f  (mradiovradio ) f
da partícula alfa é 6,0 MeV. Qual é a
energia cinética de recuo do núcleo de
rádio?
 malfa 
vradio  valfa
mradio
2K
sendo que v 
2

m
2
2K radio  malfa  2K alfa
1   
K alfa  malfavalfa
2
 6,0MeV mradio  mradio  malfa
2
malfa
K radio  K alfa  0,107 MeV
mradio
Impulso de uma Força

Forças impulsivas são forças intensas, não constantes,


exercidas sobre curtos intervalos de tempo.

Podemos definir uma grandeza chamada Impulso.


O impulso de uma força é o produto da força
 
pelo intervalo de tempo. I  Fm t
Para uma força variável:
força média
durante o
intervalo.

 t2  t2
  t2 
I   Fdt   Fm dt  Fm  dt  Fm t
t1 t1 t1
Teorema Impulso-Quantidade de Movimento

Podemos definir um vetor chamado Impulso de uma


força, dado pela a integral no tempo desta força.
 t2 
I   F dt unidades: N.s
t1
Teorema do Impulso-Quantidade de Movimento para uma partícula.

  t2 
Como: dp  t2
 dp
t2
  
Fres  I res   Fres dt   dt   dp  p2  p1
dt t1 t1
dt t1

Teorema do Impulso-Quantidade de Movimento para um sistema.

 t2
 
I extres   Fextres dt  Psis
t1
Golpe de karate

Com um eficiente golpe de karatê, um bloco de concreto é partido.


Considere a massa da mão m=0,70 kg e que ela se move a 5,0 m/s quando
atinge o bloco, parando 6,0 mm além do ponto de contato.

(a) Qual é o impulso que o bloco exerce sobre a mão?


(b) Quais são o tempo aproximado de colisão e a
força média que o bloco exerceu?

  
I  P  mv

I  (0,70kg ).(5m / sˆj )  3,5N .sˆj
Considerando a desaceleração constante, a velocidade média
é a média entre a velocidade inicial e a final (zero).

y y
t  
vmed (vi  v f ) / 2
0,006m
t   2,4ms
2,5m / s

 I 3,5N .sˆj ˆj
Fm    1,5kN
t 2,4 x103 s
Equivalente a uma massa de 150 kilos.
Problema da luta dos carneiros

 t2  t2

I   Fdt  m adt  m  area


t1 t1

I  12 (0.27 s)(34.0 m s 2 )  (90.0kg )


Chifres flexíveis t  0.2s
I  4.110 N .s
2

I 4.1102
Superfícies rígidas. t  0.04s Fmed    2.0 103 N
t 0.2
I 4.1102
Fmed    1.0 104 N Equivalente a massa de 200 kilos.
t 0.04

Equivalente a massa de 1.000 kilos.

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