Curso de Termodinamica
Curso de Termodinamica
Curso de Termodinamica
Termodinâmica Química
absoluta de temperaturas, visando a padronização das medidas. A escala g aceleração da gravidade [m.s-2]
absoluta de temperaturas no Sistema Internacional (SI) é a escala Kelvin. h altura [m]
ρ densidade [kg.m-3]
A força exercida sobre um corpo equivale ao produto de sua massa pela 1.3.3. Energia, Trabalho, Calor e Potência
aceleração por ele sofrida. Um exemplo de força é o peso de um corpo, que é
função de sua massa e da aceleração local da gravidade. Num processo, a energia pode se manifestar de diversas formas. Ela
pode ser um atributo do sistema (energia cinética, potencial e energia interna).
F = m⋅a (1.1) Onde, a energia cinética se refere à mobilidade das moléculas do sistema
(velocidade das moléculas). A energia potencial se refere à posição do sistema
F força [N] em relação a um campo de forças (em geral à gravidade). E a energia interna é
m massa [kg] associada aos movimentos e às forças intermoleculares das moléculas
a aceleração [m.s-2] constituintes do sistema.
A energia pode também se manifestar como resultado do contato ou da
A unidade do SI para força é o newton (N), igual a 1 kg.m.s-2. interação de um sistema com suas vizinhanças, na forma de calor e trabalho.
A pressão exercida por um fluido ou sólido em uma superfície equivale Trabalho é a manifestação da ação de uma força através de um deslocamento na
à força normal exercida por ele por elemento de área. direção desta força ou da transferência de energia por meios de movimentação
mecânica. Calor é a manifestação de uma transferência de energia resultante de
F uma diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança.
P= A potência é a energia fornecida ou recebida em um processo por
A (1.2) unidade de tempo; portanto, é uma medida da taxa de troca de energia entre dois
sistemas.
P pressão [Pa]
A área [m2]
1.3.4. Densidade e Volume Específico
A unidade do SI para a pressão é o Pascal (Pa), igual a 1 kg.m-1.s-2.
A pressão é medida por instrumentos conhecidos como manômetros (de
ponteiro, de tubo em “U” com mercúrio) que indicam a pressão relativa, acima O volume molar de uma substância (V) representa o volume ocupado
ou abaixo da pressão atmosférica. A pressão atmosférica é medida, por sua vez, por um mol desta substância, representando o estado de agregação desta
pelos barômetros. substância.
Nas aplicações da termodinâmica, é conveniente utilizar a pressão Para os gases ideais, o volume molar pode ser obtido pela equação da
absoluta, equivalente à soma das pressões atmosférica e manométrica, sempre Lei dos gases ideais:
positiva ou, no mínimo, igual a zero para o caso de vácuo absoluto.
No caso dos manômetros com tubo em “U” preenchidos com líquido, P⋅V = R ⋅T (1.4)
pode-se calcular a diferença de pressão ΔP, ou seja, a pressão manométrica,
usando a expressão: V volume molar [m3.mol-1]
R constante dos gases
ΔP = ρ ⋅ g ⋅ h (1.3)
P⋅V = R ⋅T (1.4)
P⋅V = n ⋅R ⋅T (1.5)
m
P⋅V = ⋅R ⋅T (1.6)
M
m
P⋅M = ⋅R ⋅T (1.7)
V
m P⋅M
ρ= = (1.8)
V R ⋅T
m massa [kg]
M peso molecular [g.mol-1]
n número de mols [mol]
ρ densidade [kg.m-3]
q& = v ⋅ A (2.3)
2.1. BALANÇO DE MASSA
De modo simplificado, a lei de conservação de massa diz que massa não A área seccional [m2]
v velocidade [m.θ−1]
pode ser perdida nem criada. Pode haver reações químicas que transformam
reagentes em produtos, mas a massa total (reagentes e produtos) não será
modificada. Desta forma, a massa total presente em um processo é uma
quantidade conservativa. 2.2. BALANÇO DE COMPONENTES
A variação (acúmulo) de massa no sistema em um intervalo de tempo
(Δt) deve ser igual à quantidade de massa que entra e sai dos limites do sistema: Embora massa não possa ser perdida nem criada, ela pode sofrer
transformações químicas com reagentes, formando produtos. Neste caso, deve-
se fazer um balanço de massa ou um balanço molar pra cada componente
⎛ acúmulo ⎞ ⎛ entra ⎞ ⎛ sai ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜⎜ ⎟⎟ presente no sistema. A forma da equação para o balanço de massa para cada
⎝ de massa ⎠ ⎝ de massa ⎠ ⎝ de massa ⎠ componente (i) é dada por:
m massa [kg] dm i
t tempo [θ Æ s, min ou h] =m
& i,entra − m
& i,sai + ri (2.4)
&
m fluxo mássico [kg.θ−1]
dt
ri taxa de reação de i [kg.θ-1]
ν A A + ν BB → ν CC + ν D D (2.6)
EXEMPLO 2.1
ou de forma matemática:
Duas tubulações distintas com diâmetros internos de 0,050 m (d1) e 0,076 m
dm i (d2) transportam água a 25°C a 2 e 3 m/s, respectivamente (Figura 2.1).
=m & i,sai + J& i
& i,entra − m (2.8) Sabendo que essas tubulações convergem para um “tê” misturador conectado
dt a uma tubulação de saída de 0,127 m de diâmetro (d3), calcule a velocidade
média final de escoamento.
Ji fluxo de i que migra de fase [kg.θ-1] Dado: densidade da água a 25°C = 997,0 kg/m3.
ou
dN i & & &
= N i,entra − N i ,sai + J i (2.9)
dt
Ji fluxo de i que migra de fase [mol.θ-1]
Nas Equações 2.8 e 2.9, o fluxo de i que migra de fase (Ji) é positiva se
houver migração do componente i para a fase sendo considerada; caso o
componente i esteja migrado para a outra fase o sinal da taxa será negativo.
RESOLUÇÃO
NC
dm
=m & sai = ∑ m
& entra − m &i (2.1)
dt i =1
dm
=m
&1+m
& 2 −m
&3 (1)
dt
dm
= 0 uma vez que não há acúmulo de água no “tê”
dt
v1 = 2 m/s (3)
π ⋅ d12 π ⋅ (0,127 )
2
A1 = (4) A3 = = 0,0127 m 2 (17)
4 4
π × (0,05)2 ρ 3 = 997,0 kg/m3 (18)
A1 = = 1,96 × 10 −3 m2 (5)
4 m &3
v3 = (19)
ρ1 = 997,0 kg/m 3
(6) A 3 ⋅ ρ3
m kg 1 m3
& 1 = 2,0
m ⋅ 1,96.10 −3 m 2 ⋅ 997,0 3 = 3,91 kg/s (7)
v 3 = 17,49
kg
⋅
1
⋅ = 1,38 m/s (20)
s m s 0,0127m 2 997,0 kg
v 2 = 3 m/s (9)
π ⋅ d 22
A2 = (10)
4
π ⋅ (0,076)2
A2 = = 4,54.10 −3 m2 (11)
4
m kg
& 2 = 3,0
m ⋅ 4,54.10 −3 m 2 ⋅ 997,0 3 = 13,58 kg/s (12)
s m
π ⋅ d 32
A3 = (16)
4
V =h⋅A (6)
dh
A⋅ = q& 1 − q& 2 (7)
dt
dh q& 1 − q& 2
= (8)
dt A
integrando a equação 8 de h = 2 m a h = 10 m:
10 t q& 1 − q& 2
∫ dh = ∫ A
dt (9)
Figura 2.2. Tanque de armazenamento temporário. 2 0
m3 m3
RESOLUÇÃO 50 − 30
10m − 2m = h h ⋅t (10)
Fazendo-se o balanço de massa para o tanque (aplicando-se a Equação 2.1), 78,5m 2
tem-se:
t = 31,4 h (11)
NC
dm
=m & sai = ∑ m
& entra − m &i (2.1)
dt i =1
dm
=m
&1 −m
&2 (1)
dt
A equação 1 pode ser reescrita em função da vazão volumétrica e do
volume no reservatório fazendo:
EXEMPLO 2.3 g
100000
& = h mol
Nas plantas de ácido sulfúrico, geralmente se produz um grau de ácido e a N T = 2941,2 (2)
partir desta composição o ácido é diluído para produzir concentrações g g h
0,20 ⋅ 98 + 0,80 ⋅ 18
diferentes para comercialização. mol mol
Uma planta de ácido sulfúrico produz como composição primária, ácido
sulfúrico a 85% (em mol). Num tanque de mistura deve-se produzir ácido & & mol
sulfúrico a 20% (em mol). Para diluir o ácido sulfúrico concentrado, a fábrica
N H 2SO 4 = 0,20 ⋅ N T = 588,2 (3)
h
utiliza água vinda de uma torre de lavagem dos gases do reator que possui
uma concentração de 5% (em mol) de H2SO4. Calcule a vazão mássica das & & mol
duas correntes de entrada necessárias para produzir 100 kg/h de H2SO4 a 20% N H 2 O = 0,80 ⋅ N T = 2353,0 (4)
(em mol).
h
Dados: Peso molecular H2SO4 = 98 g/mol Chamando de 1 a corrente de H2SO4 a 5%, de 2 a corrente de H2SO4 a 85% e
Peso molecular H2O = 18 g/mol de 3 a corrente de H2SO4 a 20%, podemos fazer o balanço molar para o
componente H2SO4 no tanque aplicando a Equação 2.5:
dN i & &
= N i,entra − N i ,sai + ri (2.5)
dt
& + 0,85 ⋅ N
0 = 0,05 ⋅ N & − 0,20 ⋅ N
& (5)
1 2 3
& + 0,85 ⋅ N
0,05 ⋅ N & = 588,2 mol/h (6)
1 2
dN i & &
= N i,entra − N i ,sai + ri (2.5)
dt
& + 0,15 ⋅ N
0 = 0,95 ⋅ N & − 0,80 ⋅ N
& (7)
1 2 3
& + 0,15 ⋅ N
0,95 ⋅ N & = 2353,0 mol/h (8)
1 2
Na solução de H2SO4 a 20% (em mol) temos 80% de água e 20% de ácido
& + 0,85 ⋅ N
0,05 ⋅ N & = 588,2 mol/h (6)
1 2
sulfúrico. Para calcular o fluxo molar de cada componente temos:
& + 0,15 ⋅ N
0,95 ⋅ N & = 2353,0 mol/h (8)
1 2
& = &
m Isolando N1 na equação 6 temos:
N (1)
0,20 ⋅ PM H 2SO 4 + 0,80 ⋅ PM H 2O
T
& = 8822,8
16,0 ⋅ N (11) Qual a quantidade de metano (kg/h) que deve ser alimentado ao reator para
2
processar 5 ton/h de propeno? Qual a produção de butano? A conversão da
& = 551,4 mol/h
N (12) reação é completa e os reagentes são alimentados em sua composição
2
estequiométrica.
Substituindo N2 na equação 9 temos:
Dados: PMMETANO = 16 g/mol
& = 11764,0 − 17,0 ⋅ N
N & = 2390,2 mol/h (13) PMPROPENO = 42 g/mol
1 2
PMBUTANO = 58 g/mol
O fluxo mássico de cada corrente pode ser obtido por:
& ⋅ PM
& 1 = 0,05 ⋅ N &
m T H 2SO 4 + 0,95 ⋅ N T ⋅ PM H 2 O (14)
RESOLUÇÃO
mol g mol g
& 1 = 0,05 ⋅ 2390,2
m ⋅ 98 + 0,95 ⋅ 2390,2 ⋅ 18 (15) O primeiro passo para resolver o balanço de componentes é fazer uma tabela
h mol h mol estequiométrica:
g kg
& 1 = 52584,4
m = 52,6 (16) Componente Inicial Variação Final
h h C3H6 (A) NA0 - ξA 0
0
& 2 =m
& 3 −m
&1 CH4 (B) NB - ξA 0
m (17)
C4H10 (C) 0 + ξA Nc
& 2 = 100,0 − 52,6 = 47,4 kg/h
m (18)
Como o propeno e o metano foram alimentados ao reator em proporção
estequiométrica então:
N A 0 = N B0 (1)
0 + ξA = NC Æ NC = ξA = NA
0
(3)
A quantidade de metano a ser alimentada será de 119048 mol/h, ou: EXEMPLO 2.5
RESOLUÇÃO
NA0 − ξA = NA (1)
N A 0 − ξ A = 0,60 ⋅ N A 0 (2)
ξ A = N A 0 − 120mol (4)
N C = ξ A = 80mol (7)
Pelo balanço molar do anidrido acético (B) temos que: EXEMPLO 2.6
NB0 − ξA = NB (8) A amônia é um subproduto indesejável em alguns processos químicos. Sua
liberação junto com efluentes gasosos não é permitida devido a seu cheiro e
N B = N B 0 − ξ A = 320 − 80 = 240mol (9) irritação causada. Uma coluna de absorção pode ser usada para absorver a
amônia de uma corrente gasosa (ar-amônia) usando água como líquido
Pelo balanço molar da água (D) temos que: absorvente. Um efluente gasoso possui 20% em mola de amônia e 99% desta
amônia deve ser removida da corrente de ar. Calcule a quantidade mínima de
0 + ξA = ND (10)
água necessária para absorver a amônia sabendo que o fluxo de gás é de 600
m3/h e a solubilidade máxima de amônia em água é de 12 g/g água a 30oC e 1
N D = ξ A = 80mol (11)
atm. Qual a fração molar de amônia remanescente na corrente de ar?
RESOLUÇÃO
n P 1 mol
= = = 0,04025 (2)
V R ⋅ T 0,082 ⋅ 303 L
( )
V h L h
& AR = N
N & ⋅ 1 − x AM (12)
Pelo balanço molar da amônia temos que: 1 3 3
& AM − N
0=N & AM − N
& AM (4)
& AR = N
N & −N& ⋅ x AM (13)
1 3 4 1 3 3 3
como 99% (em mol) de amônia deve ser removidos da corrente 1: Isolando o termo da fração molar de amônia na corrente 3 temos:
& AM = 0,01 ⋅ N
N & AM (5)
& −N
N & AR
3 1 x 3AM = 3 1
(14)
&
N
isolando o fluxo molar de amônia na corrente quatro: 3
& AM = N
N & AM − 0,01 ⋅ N
& AM (6) O fluxo molar da corrente 3 por sua vez é a soma dos fluxos de ar e
4 1 1
amônia nesta corrente:
& AM = 0,99 ⋅ N
N & AM (7)
4 1 & =N
N & AR + N
& AM (15)
3 3 3
& AM & AM mol mol
N 4 = 0,99 ⋅ N 1 = 0,99 ⋅ 0,20 ⋅ 24150 = 4781,7 (8) E o fluxo molar de amônia na corrente 3 é igual a 1% do fluxo de
h h amônia na corrente 1.
Como estamos trabalhando em unidades mol/h devemos transformar a
solubilidade da amônia em água de g amônia/g água para mol amônia/mol & AM = 0,01 ⋅ N
N & AM (16)
3 1
água:
g AM 18 g AG 1 mol AM mol AM Substituindo na equação 14:
S AM = 0,12 ⋅ ⋅ = 0,1271 (9)
g AG 1 mol AG 17 g AM mol AG & AR + 0,01 ⋅ N
N & AM − N& AR
x 3AM = 1 1 1
(17)
& AR + 0,01 ⋅ N
N & AM
Pelo balanço molar da água temos que: 1 1
& AG − N
0=N & AG (10) 0,01 ⋅ 0,20 ⋅ 24150
2 4 x 3AM = (18)
0,80 ⋅ 24150 + 0,01 ⋅ 0,20 ⋅ 24150
& AM
N & AG = N 4
& AG = N (11)
2 4
S AM x 3AM = 0,0025 (19)
& AM
& AG = N 4 = 4781,7 mol AM ⋅ 1 mol AG
N (12)
2
S AM h 0,1271 mol AM
& AR − N
0=N & AR (10)
1 3
EXERCÍCIOS de álcool a 60% (em massa) e entra no tanque de mistura a uma vazão de
10 kg/h. Uma segunda corrente (2) entra no tanque de mistura e é
2.1. Em um trecho de tubulação, duas tubulações (A e B) convergem através composto de álcool a 40% (em massa) entrando a uma vazão de 15 kg/h.
de um “tê” misturador para uma terceira (C) tubulação. Determine a Calcule a quantidade de álcool hidratado a 93% (em massa) (corrente 3)
densidade de um líquido na tubulação de saída (Figura 2.5). que deve ser alimentado ao tanque para que 20 kg/h de etanol seja
Dados: enviado ao reator. Calcule também a fração mássica de etanol na corrente
vazão mássica no tubo A = 1000 kg/h que sai para o reator.
vazão mássica no tubo B = 1200 kg/h
velocidade média de escoamento no tubo C = 2 m/s.
diâmetro do tubo C = 0,038 m
NC
dE NC
= ∑m ( ) & +W
& i Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
&
P (3.11)
& = ∑m
W & ⋅P⋅V (3.8) dt i =1
F
i =1
WF trabalho de fluxo [J] A variação do conteúdo de energia do sistema num intervalo de tempo
WP trabalho de pistão [J] finito Δt é encontrada integrando-se a equação do balanço de energia entre os
WS trabalho de eixo [J] tempos t e t+Δt.
& F trabalho de fluxo [J.θ-1]
W
& P trabalho de pistão [J.θ-1]
W
& S trabalho de eixo [J.θ-1] 3.2. CAPACIDADE CALORÍFICA
W
A entalpia de um fluido real depende da sua temperatura e de sua
O trabalho de eixo resulta da ação de uma força mecânica dentro do pressão. A capacidade calorífica à pressão constante (Cp) é definida como o
sistema, não havendo deformação das fronteiras do sistema. Quando há do quociente entre a variação da entalpia e a variação de temperatura, e é utilizada
movimento (deformação) das fronteiras do sistema devido à atuação de uma para calcular a entalpia do sistema a uma temperatura e pressão qualquer.
força então trabalho é realizado na forma de trabalho de pistão.
⎡ ∂H (T, P ) ⎤
trabalho fornecido ao sistema trabalho realizado pelo sistema C P (T, P ) = ⎢ (3.12)
pela vizinhança na vizinhança ⎣ ∂T ⎥⎦ P
+ -
Para fluidos ideais, pode-se considerar que a capacidade calorífica a
Num processo de escoamento, o deslocamento de uma porção de fluido pressão constante e a entalpia são apenas função da temperatura do sistema.
realiza trabalho na porção de fluido a sua frente e por sua vez também sobre a A entalpia para muitos fluidos pode ser encontrada em tabelas de
ação do trabalho do fluido anterior. Desta forma, se há passagem de fluido pelo propriedades dos fluidos em diversos livros como: Perry, R.H. & Green, D.
sistema, o fluido que está entrando irá realizar um trabalho no sistema e o fluido Perry’s Chemical Engineers’ Handbook, McGraw-Hill, New York, 1984; e
que está saindo irá realizar um trabalho nas vizinhanças. Reid, R.C., Prausznit, J.M., Poling, B.E, The Properties of Gases and Liquids,
A Primeira Lei da Termodinâmica pode ser representada pela equação McGraw-Hill, New York, 1987.
geral da conservação da energia: Os valores de entalpia são tabelados a temperatura de 298 K (25oC) e
para se calcular a entalpia de um fluido a uma temperatura T qualquer, pode-se
dE NC
( ) utilizar a equação:
NC
= ∑m & +W
& i Û + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
& + ∑m
P & i ⋅(P ⋅ V )i
dt i =1 i =1 T
H(T ) = ∫ Cp dT (3.13)
(3.9) 298 K
A variação de entalpia entre duas temperaturas pode ser calculada 3.3. CALOR LATENTE
usando-se a equação:
Para um fluido sofrer uma mudança de estado (ou mudança de fase),
T2 energia deve ser fornecida para as moléculas do fluido quando elas passam do
ΔH = H(T2 ) − H(T1 ) = ∫ Cp dT (3.14) estado sólido para o líquido, do estado líquido para o gasoso ou do estado sólido
T1
para o gasoso. Por outro lado, energia deve ser removida das moléculas do
fluido quando elas fazem o caminho inverso, ou seja, passam do estado gasoso
É importante salientar que as equações 3.13 e 3.14 só podem ser usadas para o líquido, do estado líquido para o sólido ou do estado gasoso para o
quando não há mudança de fase na faixa de temperaturas sendo considerada sólido.
para o fluido. Esta energia que deve ser fornecida ou retirada das moléculas do fluido
Análoga à entalpia, a energia interna de um fluido real também depende é conhecida como calor latente (λ) e é geralmente bem maior do que a energia
da sua temperatura e de sua pressão. A capacidade calorífica a volume constante que deve ser fornecida ou retirada das moléculas do fluido quando este está
(Cv) é definida como o quociente entre a variação da energia interna e a sendo aquecido ou resfriado sem que haja mudança de estado (energia
variação de temperatura, e é utilizada para calcular a energia interna do sistema conhecida como calor sensível).
a uma temperatura e pressão qualquer. Durante a mudança de estado, conforme energia vai sendo fornecida
para as moléculas a entalpia do sistema aumenta, porém a temperatura do fluido
⎡ ∂U(T, P ) ⎤
C V (T, P ) = ⎢
permanece constante. A temperatura do fluido só voltará a aumentar quando
(3.15)
⎣ ∂T ⎥⎦ V todas as moléculas do fluido tiverem mudado de estado (Figure 3.1).
T
U(T ) = ∫ Cv dT (3.16)
298 K
T2
ΔU = U(T2 ) − U(T1 ) = ∫ Cv dT (3.17)
T1
Figura 3.1. Variação da entalpia e da temperatura durante as mudanças de
Do balanço de energia para os processos à pressão constante, sem estado físico da matéria.
escoamento e na ausência de trabalho de eixo, o calor trocado é equivalente à
variação de entalpia do sistema; por outro lado, para os processos a volume Como as energias necessárias para fazer a mudança de estado do estado
constante sem escoamento e na ausência de trabalho de eixo, é a variação da sólido para o líquido, do estado líquido para o gasoso e do estado sólido para o
energia interna que se iguala ao calor trocado na mudança de estado. gasoso são diferentes, definimos três tipos de calor latente:
• Calor latente de fusão: é a energia necessária para realizar a mudança de energia durante a reação química (reação endotérmica). Esta diferença de
estado de um fluido do estado sólido para o estado líquido. entalpia entre os produtos e reagentes é conhecido como calor de reação.
• Calor latente de ebulição: é a energia necessária para realizar a
mudança de estado de um fluido do estado líquido para o estado gasoso. ΣREAGENTES > ΣPRODUTOS ΣREAGENTES < ΣPRODUTOS
• Calor latente de sublimação: é a energia necessária para realizar a há liberação de calor há absorção de calor
mudança de estado de um fluido do estado sólido para o estado gasoso. reação exotérmica reação endotérmica
A variação de entalpia entre dois estados físicos da matéria pode ser O calor de reação é definido como:
calculada usando-se a equação:
ΔH R = ∑ H PRODUTOS − ∑ H REAGENTES (3.20)
( ) (
ΔH = H estado 2 − H estado 1 = λ ) (3.18)
ΔHR calor de reação [J/mol]
3.4. CALOR DE REAÇÃO Para se calcular o calor de reação a uma temperatura T qualquer, basta
calcular a entalpia de um fluido a uma temperatura T qualquer usando a
Nos sistemas em que há a transformação de reagentes em produtos, equação 3.13.
através de uma reação química, o balanço de energia irá depender das entalpias
dos reagentes que entram no reator e dos produtos que saem do reator. Em geral T T
a entalpia dos reagentes é diferente da entalpia dos produtos, havendo liberação ΔH R (T ) = ΔH R (298K ) + ∑ ∫ Cp dT − ∑ ∫ Cp dT (3.24)
ou absorção de calor pela reação. PROD 298K REAG 298K
Se o somatório das entalpias dos reagentes for maior que o somatório da
entalpia dos produtos então haverá liberação de energia durante a reação
química (reação exotérmica). Caso o somatório das entalpias dos reagentes for Para a reação mostrada na equação 3.21, teremos que o calor de reação
menor que o somatório da entalpia dos produtos então haverá absorção de será igual a:
dU &
=Q (3.30)
Balanços de Energia com Reatores Químicos dt
Substituindo a energia interna pela entalpia, usando a equação:
O equacionamento do balanço de energia quanto existe reação química
é, a princípio, iguala ao equacionamento do balanço de energia sem reação H = U + PV (3.31)
química. Porém como a entalpia das moléculas que são consumidas e das que teremos:
são produzidas são diferentes, temos que tomar muito cuidado com os termos
d(H − PV ) &
(acúmulo de energia), (entra de energia com o fluxo) e (sai de energia com o =Q (3.32)
fluxo). dt
aplicando a distributiva:
⎛ entra de ⎞ ⎛ sai de ⎞
⎛ acúmulo ⎞ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜ energia ⎟ − ⎜ energia ⎟ + (calor ) + (trabalho ) dH PdV VdP &
− − =Q (3.33)
⎝ de energia ⎠ ⎜ com o fluxo ⎟ ⎜ com o fluxo ⎟ dt dt dt
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
As reações em reatores batelada geralmente ocorrem a pressão
ou na forma matemática: constante (dP = 0) e o reator em um volume constante (dV = 0):
dE NC
= ∑m
dt i =1
( ) & +W
& i Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
&
P (3.27) dH &
=Q (3.34)
dt
Dependendo do tipo do reator químico, o balanço de energia será um
pouco diferente, pois existem reatores que operam de forma contínuo e os que onde H é a entalpia total dos componentes no reator, e a diferença de
operam em batelada. entalpia (dH) será proporcional ao ΔHR.
O reator batelada funciona como uma “panela de pressão”, onde os Para obter o valor do fluxo de calor sendo liberado ou absorvido pelo
reagentes são alimentados ao reator, fecha-se o reator e após um certo tempo os reator (Q) devemos analisar conjuntamente o balanço de energia (Eq. 3.34) e
produtos e reagentes não reagidos são removidos do reator. Neste tipo de reator, balanço de massa para a reação, resolvendo ao mesmo tempo as duas equações.
não há trabalho de pistão (WP = 0), o trabalho de eixo (provido pelo agitador)
pode geralmente ser desprezado (WS = 0) e não há fluxo de entrada e saída de No reator contínuo reagentes são continuamente alimentados do reator e
produtos e reagentes (m = 0). Desta forma, o balanço de energia é dado por: produtos e reagentes não consumidos são também continuamente removidos do
reator. Neste tipo de reator considera-se que a concentração dos componentes na
saída do reator é igual à concentração no interior do reator. No reator contínuo O calor de reação é definido como a diferença entre a entalpia dos
não há trabalho de pistão (WP = 0), o trabalho de eixo (provido pelo agitador) produtos e a entalpia dos reagentes (HP – HR), portanto:
pode geralmente ser desprezado (WS = 0), as energias cinéticas e potencial
podem ser desprezadas, pois seus valores será muito inferiores aos valores e & ⋅ X ⋅ (− ΔH R ) + Q
0=m & (3.44)
variação da entalpia dos componentes entrando e saindo do reator, e não há
acumulo de energia no reator. Desta forma, o balanço de energia é dado por: & =m
Q & ⋅ X ⋅ ΔH R (3.45)
NC
0 = ∑m &
& i ⋅ Hi + Q (3.35) Analisando o fluxo de calor (Q) temos que se a reação for exotérmica
i =1 (ΔHR < 0), o fluxo de calor será negativo (Q < 0) indicando que a reação está
liberando calor e para manter uma temperatura constante calor deve ser
0 = ∑m
& i ⋅ Hi − ∑ m &
& i ⋅ Hi + Q (3.36) removido do reator. Por outro lado, se a reação for endotérmica (ΔHR > 0), o
ENTRA SAI
fluxo de calor será positivo (Q > 0) indicando que a reação está absorvendo
Podemos, a princípio considerar que os componentes que entram no calor e para manter uma temperatura constante calor deve ser fornecido para o
reator são somente reagentes então: reator.
& 1 ⋅ HR − ∑ m
0=m &
& i ⋅ Hi + Q (3.37)
SAI
∑ H i = X ⋅ H p + (1 − X ) ⋅ H R (3.38)
SAI
HP entalpia dos produtos [J/mol ou J/g]
HR entalpia dos reagentes [J/mol ou J/g]
X conversão
0=m
& 1 ⋅ HR − m [
& 2 ⋅ X ⋅ H p + (1 − X ) ⋅ H R + Q
& ] (3.39)
0=m [ ]
& ⋅ H p − X ⋅ H p − (1 − X ) ⋅ H R + Q
& (3.40)
& ⋅ [H − H + X ⋅ H − X ⋅ H ] + Q
0=m R R
&
R p (3.41)
& ⋅ [+ X ⋅ H − X ⋅ H ] + Q
0=m R
&
p (3.42)
& ⋅ X ⋅ [H − H ] + Q
0=m R
&
p (3.43)
Ao passar por uma turbina adiabática (Figura 3.2), vapor inicialmente a 500°C e Da Eq. 3.11, o balanço de energia fornece:
3,5 MPa se expande até 200°C e 0,3 MPa, para gerar 750 kW. Qual deve ser a
( )
vazão de vapor para se atender a essa demanda? dE n
Dados: para o vapor, nas condições iniciais, H1 = 3450,9 kJ/kg; nas condições = ∑m & −W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
& (3.11)
-1 S P
finais, H2 = 2865,6 kJ/kg; 1 kW = 1 kJ/s . dt i =1
& 1 ⋅ Ĥ1 − m
m & =0
& 1 ⋅ Ĥ 2 − W (5)
S
kg kJ kg kJ kJ
&1
m ⋅ 3450,9 −m
&1 ⋅ 2865,6 − 750 = 0 (6)
s kg s kg s
Figura 3.2. Turbina adiabática movida a vapor.
&1 =m
m & 2 = 1,3 kg/s (7)
RESOLUÇÃO
dm n
= ∑m &i (2.1)
dt i =1
dm
=m
&1 −m
&2 (1)
dt
Na equação (1), o sub-índice 1 refere-se à vazão de entrada da turbina e o sub-
índice 2, à vazão de saída.
dm
=0 processo ocorre no estado estacionário (2)
dt
EXEMPLO 3.2
dm
Água inicialmente a 40°C é bombeada a partir de um tanque de armazenagem =0 processo ocorre no estado estacionário (2)
dt
a uma vazão de 100 kg/min e deve atingir um segundo tanque, localizado 25 m
acima do primeiro, a 25°C (Figura 3.3).
Qual deve ser a potência da bomba utilizada nesse transporte de água, se no &1 =m
m &2 (3)
caminho entre o primeiro e o segundo tanques ocorre uma perda de calor à
kg 1 min kg
taxa de 200 kJ/s? &1 =m
m & 2 = 100 ⋅ = 1,67 (4)
Dados: entalpia da água líquida: 104,89 kJ/kg a 25°C, min 60 s s
entalpia da água líquida: 167,50 kJ/kg a 40°C
O balanço de energia é dado pela Eq. 3.11:
dE n
= ∑m
dt i =1
( & +W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i − Q S)
& +W
&
P (3.11)
& 1 ⋅ Ĥ1 − m
m (
& 1 ⋅ Ĥ 2 + Ê P 2 − Q )
& +W
& =0
S (6)
kg kJ kg ⎛ kJ m 1 kJ ⎞ kJ .
(7)
Figura 3.3. Transporte de líquido entre dois tanques de armazenagem. 1,67 ⋅ 167,50 − 1,67 ⋅ ⎜⎜104,89 + 9,80 2 ⋅ 25 m ⋅ ⎟⎟ − 200 + WS = 0
s kg s ⎝ kg s 1000 J ⎠ s
& = 96 kW
W (8)
RESOLUÇÃO S
dm n
= ∑m &i (2.1)
dt i =1
dm
=m
&1 −m
&2 (1)
dt
Na equação (1), o sub-índice 1 refere-se à vazão de entrada da bomba e o sub-
índice 2, à vazão de saída. Supondo que o processo ocorra em estado estacionário,
tem-se:
EXEMPLO 3.3 dm
=m
&1 −m
&2 (1)
Bocais são tubos com uma redução de diâmetro na extremidade de saída que
dt
proporcionam um aumento de velocidade do fluido (Figura 3.4). Dessa forma, a dm
energia interna do fluido que passa por um bocal é parcialmente convertida em =0 processo ocorre no estado estacionário (2)
energia cinética, acarretando um aumento de velocidade do fluido e a dt
diminuição de sua pressão.
Por possibilitar esse aumento de velocidade, esses dispositivos estão &1 =m
m &2 =m
& (3)
presentes em máquinas de decapagem (retirada de tinta de equipamentos), de
limpeza a jato de água, em turbinas e nos sistemas de agitação de suspensões
líquidas em tanques. O balanço de energia no compressor na forma da Eq. 3.11 fornece:
Quando o bocal é instalado no interior de um tubo conectado a um “tê” (no
caso dos ejetores), a diminuição da pressão é suficiente para permitir o
transporte de materiais particulados e até mesmo o resfriamento de outras
dE n
= ∑m
dt i =1
( ) & +W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
&
P (3.11)
substâncias, como nos sistemas antigos de refrigeração que utilizavam vapor
para resfriar água em navios.
Uma vez que o processo ocorre em estado estacionário:
Calcule a velocidade de uma corrente de vapor na saída de um bocal sabendo-
se que na entrada do dispositivo as condições são 300 kPa e 250°C (H1 = dE
2967,6 kJ/kg) e 75 m/s; e na saída, 200 kPa e 200°C (H2 = 2870,5 kJ/kg). =0 (4)
dt
Supondo que a passagem do vapor pelo bocal seja rápida o bastante
para ser desprezada a troca de calor com o dispositivo:
& =0
Q (5)
Dado que o volume do bocal não se altera e que não há partes móveis:
& =0
W (6)
dm n
= ∑m &i (2.1)
dt i =1
⎛
⎜ ⎛ m⎞
2 ⎞
⎟
EXEMPLO 3.4
⎜ 75,0 ⎟ (9)
kg ⎜ kJ ⎝ s⎠ 1 kJ ⎟ kg ⎛⎜ kJ v 22 m 2 1 kJ ⎞⎟
&
m ⎜ 2967,6 + ⋅ ⎟ −m
& 2870 ,5 + ⋅ =0
s ⎜ kg 2 1000 J ⎟ s ⎜⎝ kg 2 s 2 1000 J ⎟⎠ Os trocadores de calor são equipamentos nos quais ocorre a transferência de
⎜ ⎟ energia térmica de um fluido quente para um outro de menor temperatura. Os
⎝ ⎠ modelos mais simples consistem em uma tubulação contida em outro tubo, nos
quais os fluidos quente e frio circulam individualmente, trocando calor através
v 22
= 2970,4 − 2870,5 (10) da superfície externa do tubo interno.
2000 São empregados nas indústrias químicas e petroquímicas para aquecer ou
arrefecer produtos químicos, nos processos de pasteurização do leite,
m derivados e sucos de frutas, nos sistemas de refrigeração para conservação de
v 2 = 447,0 (11)
alimentos e produtos industriais.
2
Amônia, empregada como fluido refrigerante em um processo, inicialmente a
0°C e 100 kPa (HNH3,1 = 1472,6 kJ/kg) passa por um condensador resfriado
com uma corrente de água (Figura 3.4) e o deixa a -20 °C e 75 kPa (HNH3,2 =
1431,7 kJ/kg). A água utilizada apresenta como condições iniciais 25°C e 3,2
kPa (HH2O,1 = 104,87 kJ/kg) e 40°C e 7,4 kPa (HH2O,2 = 167,54 kJ/kg) como
condições finais.
Determine a vazão de água necessária para se resfriar amônia à vazão de 5
kg/s.
RESOLUÇÃO
Supondo que o trocador seja isolado das vizinhanças (as trocas de calor
O sistema escolhido será o trocador de calor como um todo. são internas ao equipamento):
As condições de entrada são apresentadas com o sub-índice 1 e as de saída, com o .
sub-índice 2, tanto para a amônia como para a água. Q=0 (7)
Aplicando-se o balanço de massa para o trocador de calor: Dado que o volume do trocador não se altera e que não há partes
móveis:
dm n
= ∑m &i (2.1) .
dt i =1 W=0 (8)
As caldeiras são unidades geradoras de vapor d'água, e podem ser do tipo Na resolução do exemplo, para representar as condições de entrada da água na
elétricas, fogo-tubulares ou água-tubulares. Nas caldeiras fogo-tubulares, a caldeira será utilizado o sub-índice 1 e para as condições do vapor de saída, o sub-
água é aquecida diretamente com os gases produzidos na queima de um índice 2.
combustível. As do tipo água-tubulares utilizam a chama proveniente da
combustão para aquecer indiretamente água que circula por uma tubulação. Aplicando-se o balanço de massa para a caldeira:
O vapor produzido nas caldeiras pode ser utilizado nos trocadores de calor
dm n
como fluido quente, em colunas de destilação, nos tanques aquecidos por = ∑m &i (2.1)
camisas ou serpentinas e em turbinas para geração de energia eletro- dt i =1
mecânica.
Uma caldeira multitubular (Figura 3.6) produz vapor com velocidade de 70,0 dm
m/s à temperatura de 310°C e à pressão manométrica de 19,0 kgf/cm2 (H2 =
=m
&1 −m
&2 (1)
dt
3045,12 kJ/kg). Sabendo-se que a água a ser vaporizada entra com velocidade
média de 3,0 m/s e temperatura de 30,0°C (H1 = 125,64 kJ/kg), calcule a dm
quantidade de calor consumido por massa de vapor produzido. =0 processo ocorre no estado estacionário (2)
O desnível entre a entrada de água e a saída de vapor é de 9,0 m.
dt
Desconsidere as perdas de calor nos gases de combustão, nas cinzas e pelas &1 =m
m &2 =m
& (3)
paredes.
m m2
Ê P 2 = g ⋅ h = 9,80 ⋅ 9, 0 m = 88, 2 (6)
s2 s2
Dado que o volume da caldeira não se altera e que não há partes móveis
no equipamento:
.
W=0 (7)
Figura 3.6. Caldeira.
Aplicando as simplificações no balanço de energia temos:
⎛ kJ ⎞ ⎛ &
kJ ⎞ Q
⎜⎜125,64 ⎟⎟ − ⎜⎜ 3047,66 ⎟⎟ + = 0 (11)
⎝ kg ⎠ ⎝ &
kg ⎠ m
&
Q kJ
= 2922 (12)
&
m kg
RESOLUÇÃO
EXEMPLO 3.7
Supondo uma variação linear da entalpia com a pressão, pode-se escrever:
O tratamento de águas residuárias por processo anaeróbio gera, pela oxidação
Ĥ − Ĥ1 P − P1 bioquímica da matéria orgânica, o gás metano (CH4, hidrocarboneto incolor)
= (1) que pode ser usado como combustível. No projeto de um aquecedor à gás é
Ĥ 2 − Ĥ1 P2 − P1 necessário se determinar a variação de entalpia (ΔH) e o calor específico
médio (Cpmed) para uma faixa de temperatura.
Ĥ − 2584,7 13 − 10 Calcule o ΔH e o Cpmed para se aquecer 1 kg de metano de 32,0°C até 150,0°C
= (2)
2599,1 − 2584,7 15 − 10 e a potência para se aquecer 12 kg desse gás em 60 segundos.
Dados: MCH4 = 16,04 g/mol
Cp(A ) = −160,82 + 105,10 ⋅ A 0, 25 − 5,9452 ⋅ A 0,75 + 77,408 ⋅ A -0,5
kJ cal
Ĥ = 2593,3 (3)
mol . K
kg
A = T (Kelvin)/100
De modo semelhante, supondo-se a variação linear da entalpia com a
temperatura:
RESOLUÇÃO
T − T1 Ĥ − Ĥ1 Variação de entalpia:
= (4)
T2 − T1 Ĥ 2 − Ĥ1
A definição de calor específico à pressão constante é dada por:
T − 45,81 2593,3 − 2584,7 ⎡ ∂H(T, P ) ⎤
= C P (T, P ) = ⎢ (3.12)
⎣ ∂T ⎥⎦ P
(5)
53,97 − 45,81 2599,1 − 2584,7
dT
dA = ⇒ dT = 100 dA (2)
100
423K A2
ΔH = H(423 K ) − H(305 K ) = ∫ C P dT = ∫ C P (A ) ⋅ 100 dA (3)
305 K A1
cal
1095,0
ΔH mol = 68,27 cal
ΔĤ = = (11)
M CH 4 g g
16,04
mol
O resultado pode ser convertido para unidades do SI:
cal 4,186 J J
ΔĤ = 68,27 ⋅ = 285,78 (12)
g 1 cal g
dm n
Os compressores são equipamentos empregados para se deslocar gases e = ∑m &i (2.1)
vapores, e principalmente para aumentar a pressão dos gases e vapores. dt i =1
Suas aplicações incluem uso em sistemas de pintura, acionamento de turbinas,
compressão do ar para operação de ferramentas industriais (como furadeiras, dm
esmerilhadeiras e prensas), oxigenação de unidades de tratamento de águas =m
&1 −m
&2 (1)
dt
residuárias e de tanques de piscicultura, entre outras aplicações. São
fundamentais nos sistemas de ar condicionado, que visam o conforto térmico, dm
preservação de equipamentos e documentos, manter salas limpas para =0 processo ocorre no estado estacionário (2)
fabricação de componentes eletrônicos, usinagem fina e sistemas de dt
refrigeração para conservação de alimentos e produtos químicos. São bastante
usados também nos processos criogênicos para obtenção de oxigênio, &1 =m
m &2 (3)
nitrogênio e argônio a partir do ar.
Calcule a vazão mássica de ar que passa por um compressor de um processo O balanço de energia no compressor na forma da Eq. 3.11 fornece:
criogênico de 5000 hp (Figura 3.7) com as condições do ar de entrada de 1,0
atm e 25°C (298 K) e de saída de 5,5 atm e 212°C (485 K). É dada a vazão
volumétrica do ar de saída de 2,0 m3/s em um duto de 25 cm de diâmetro.
dE n
= ∑m
dt i =1
( ) & +W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
&
P (3.11)
& =W
W & (5)
s
⎛ v2 ⎞ & m3
m & 1 ⎜ Ĥ 2 + 2 ⎟ + W
& 1 ⋅ Ĥ1 − m S =0 (9) 2,0
⎜
⎝ 2 ⎟⎠ v2 = s = 40,82 m (19)
0,049 m 2 s
v 22 &
& 1 ⋅ Ĥ1 − m
m & 1 ⋅ Ĥ 2 − m
&1⋅ + WS = 0 (10) Uma vez que o compressor fornece trabalho para o ar, sua potência é
2
computada na equação do balanço de energia como positiva. Então:
−m (
& 1 ⋅ Ĥ 2 − Ĥ1 − m
&1⋅) v 22
2
& =0
+WS (11)
& = 5000 hp ⋅ 1 kW = 3728,6 kW
W (20)
S
1,341 hp
⎛ v2 ⎞ &
& 1 ⋅ ⎜ ΔĤ + 2 ⎟ + W
−m S =0 (12)
⎜ 2 ⎟⎠
Finalmente, substituindo-se os valores na equação (12):
⎝
⎛ ⎛ m⎞
2 ⎞
A variação de entalpia ΔH é calculada utilizando-se a equação: ⎜ ⎜ 40,82 ⎟ ⎟
kg ⎜ kJ ⎝ s⎠ 1 kJ ⎟ kJ
T2 −m
&1 ⋅ ⎜187,6 + ⋅ ⎟ + 3728,6 = 0 (21)
ΔĤ = ∫ Ĉ P dT (13) s ⎜ kg 2 1000 J ⎟ s
T1 ⎜ ⎟
⎝ ⎠
Como o calor específico dado é constante, a equação (13) torna-se:
kg
& 1 = 19,79
m (22)
⋅ (485 − 298) K = 187,6
kcal 4,18 kJ kJ s
ΔĤ = Ĉ P ⋅ ΔT = 0,24 ⋅ (14)
kg . K 1 kcal kg
q& 2
v2 = (15)
A2
m3
q& = 2,0 (16)
s
π ⋅ d 22
A2 = (17)
4
π ⋅ (0,25m )2
A2 = = 0,049 m 2 (18)
4
EXEMPLO 3.9 Para calcular o balanço de energia, e se obter a carga térmica do evaporador
(Q), é necessário conhecer as vazões mássicas da corrente concentrada e do
Os evaporadores (Figura 3.9) são equipamentos utilizados em indústrias vapor de saída. Assim, aplicando-se o balanço de massa para o soluto, tem-se:
químicas para promover a evaporação da água de uma corrente diluída e,
assim, produzir soluções concentradas. Estão presentes nas indústrias de dm n
processamento de açúcar, papel e celulose, de sucos de frutas, na purificação = ∑m &i (2.1)
de água para geração de vapor em caldeiras, na destilação de águas salinas e dt i =1
na concentração de produtos químicos (ácidos e bases).
dm S
Calcule a carga térmica de um evaporador operando a 75°C para concentrar =m
& 1,S − m
& 2,S − m
& 3,S (1)
2000 kg/h de uma solução de ácido fosfórico (H3PO4), inicialmente a 20% e dt
90°C, até 50% em massa.
Dados: Entalpia do vapor d'água saturado a 75°C Æ H = 629,14 kcal/kg Na equação 1, mi,S é a vazão de soluto presente na corrente i (i = 1, 2 e 3).
Calores específicos das soluções de ácido fosfórico Æ Cp = 0,8489
cal/g.K a 20% e Cp = 0,6350 cal/g.K a 50%. Supondo que a operação do evaporador seja em estado estacionário:
dm S
=0 (2)
dt
kg solução 20 kg H 3 PO 4 kg H 3 PO 4
& 1,S = 2000
m ⋅ = 400 (3)
h 100 kg solução h
kg solução 50 kg H 3 PO 4 kg H 3 PO 4
& 2,S = m
m &2 ⋅ = 0,5 ⋅ m
&2 (4)
h 100 kg solução h
& 3,S = 0
m (5)
kg kg Ĥ − 0 = ∫ Ĉ P dT (18)
2000 − 800 −m
&3 =0 (10) 273K
h h
kg Ĥ = Ĉ P ⋅ (T - 273) (19)
& 3 = 1200
m (11)
h
Aplicando-se a equação (19) para o cálculo das entalpias das
O balanço de energia no compressor na forma da Eq. 3.11 fornece: correntes diluída e concentrada de ácido fosfórico, tem-se:
dE n
= ∑m
dt i =1
( ) & +W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i + Q & +W
S
&
P (3.11) Ĥ1 = Ĉ P1 ⋅ (T1 − 273) = 0,8489
cal
g⋅K
⋅ (363 − 273)K ⋅
1 kcal
1000 cal
= 0,0764
kcal
g
(20)
kg kcal 1000 g
As velocidades das correntes de solução diluída, de solução concentrada 2000 ⋅ 0,0764 ⋅ −
e de vapor serão desprezadas: h g 1 kg
(22)
v1 = v 2 = v 3 = 0 (13) kg kcal 1000 g kg kcal .
− 800 ⋅ 0,0476 ⋅ − 1200 ⋅ 629,14 +Q =0
Os desníveis entre os pontos de entrada e de saída serão desprezados:
h g 1 kg h kg
Ê P1 = Ê P 2 = Ê P3 = 0 (14)
& = 640266 kcal
Q (23)
Dado que o volume do evaporador não se altera e que não há partes h
móveis no equipamento:
.
W=0 (15)
& 1 ⋅ Ĥ1 − m
m & 2 ⋅ Ĥ 2 − m & =0
& 3 ⋅ Ĥ 3 + Q (26)
No capítulo 2, o exemplo 2.3 mostrou como calcular os fluxos mássicos de No exemplo 2.3 vimos que para produzir 100 kg/h da solução de H2SO4 a 20%
duas correntes de ácido sulfúrico para produção de ácido sulfúrico numa (em mol) temos que misturar 551,4 mol/h da solução de H2SO4 a 85% e 2390,2
concentração desejada. As diversas correntes que entram em um tanque de mol/h da solução de H2SO4 a 5%.
mistura nem sempre estão em uma mesma temperatura e durante o processo O balanço de energia no sistema na forma da Eq. 3.11 fornece:
de mistura haverá também a homogeneização da temperatura no interior do
tanque.
Uma planta de ácido sulfúrico produz ácido sulfúrico a 85% (em mol) como
dE n
= ∑m
dt i =1
( & +W
& 1 ⋅ Ĥ + Ê C + Ê P i + Q S)
& +W
&
P (3.11)
composição primária, sendo que esta solução fica estocada a temperatura
ambiente (26oC). Num tanque de mistura produz-se ácido sulfúrico a 20% (em Uma vez que o processo ocorre em estado estacionário:
mol). Para diluir o ácido sulfúrico concentrado, a fábrica utiliza água vinda de
uma torre de lavagem dos gases do reator que possui uma concentração de dE
o
5% (em mol) de H2SO4, corrente que entra a 45 C no tanque de mistura. =0 (1)
dt
Calcule a temperatura da corrente de saída.
Dados: Produção = 100 kg/h de H2SO4 a 20% (em mol)
As variações das energias potencial e cinética das correntes podem ser
Peso molecular H2SO4 = 98 g/mol
desprezadas.
Peso molecular H2O = 18 g/mol
Cp H2SO4 = 1,40 J/g.K Ê P1 = Ê P 2 = Ê P3 = 0 (2)
Cp H2O = 4,18 J/g.K
H(298 K) H2SO4 = -811320 J/mol Ê C1 = Ê C 2 = Ê C3 = 0 (3)
H(298 K) H2O = -242000 J/mol
Dado que o volume do tanque não se altera e que não há partes móveis
no equipamento, e que não há troca de calor com o meio ambiente:
.
W=0 (4)
.
Q=0 (5)
& 1 ⋅ Ĥ1 − m
m & 2 ⋅ Ĥ 2 − m
& 3 ⋅ Ĥ 3 = 0 (6)
As entalpias dos componentes são calculadas utilizando-se a definição 80525331,83 − 257740,76 ⋅ T = 0 (22)
de calor específico à pressão constante:
T Resolvendo a equação:
Ĥ(T ) = Ĥ 1 (298K ) + ∫ Ĉ P dT (9)
T = 312,4K = 39,4º C (23)
298 K
J g J
Cp H 2SO 4 (mol) = 1,40 ⋅ 98,0 = 137,2 (11)
g.K mol mol.K
J g J
Cp H 2O (mol) = 4,18 ⋅ 18,0 = 75,24 (12)
g.K mol mol.K
Calculando a entalpia do ácido sulfúrico puro na corrente 1 temos:
3.2. Para vapor d'água superaquecido tem-se: 3.5. As condições de uma corrente de vapor superaquecido na saída de um
bocal são 50 kPa e 100 °C (H2 = 2682,5 kJ/kg) e 300 m/s. Sabendo-se que
Valores de entalpia do vapor d'água superaquecido a velocidade inicial da corrente era de 50 m/s, determine a entalpia do
600°C 700°C vapor na entrada do dispositivo (Figura 3.13).
1,60 MPa 3693,2 kJ/kg 3919,7 kJ/kg
1,80 MPa 3691,7 kJ/kg 3918,5 kJ/kg
Resp.: H1 = 2700 kJ/kg. 3.8. Uma solução de ácido nítrico a 10% em massa e 93°C a uma vazão de
500 kg/min deve ser concentrada até 90% em um evaporador operando a
68,7°C. Calcule a potência necessária em watts para se efetuar esse
3.6. Um trocador de calor utiliza como fluido refrigerante o R-134a (1,1,1,2- processo.
tetrafluormetano, substituto do CFC em geladeiras e sistemas de ar Dados: CP = 0,900 cal/g.K para solução de HNO3 a 10%
condicionado em veículos, menos agressivo à camada de ozônio) para CP = 0,515 cal/g.K para solução de HNO3 a 90%
resfriar água (Figura 3.14). Uma corrente de 10 kg/s de R-134a entra no H = 626,6 kcal/kg para vapor saturado a 68,7°C
trocador de calor a 0,15 MPa e 20°C (HR1 = 419,1 kJ/kg) e sai a 0,20 MPa 1 cal = 4,184 J.
e 50°C (HR2 = 444,6 kJ/kg), enquanto que a água a ser esfriada entra a Resp.: Q = 280410 kcal/min.
25°C e 3,2 kPa (HH2O,1 = 104,9 kJ/kg) e deve sair a 10°C e 1,2 kPa (HH2O,2
= 50,0 kJ/kg).
Calcule a vazão de água que pode ser resfriada nessas condições. 3.9. A produção de combustíveis líquidos a partir do gás natural tem como
primeira etapa do processo a produção de gás de síntese. Para produzir
gás de síntese pelo sistema ATR, o gás natural (que tem como
componente principal o metano - CH4) é oxidado pela reação:
CH 4 + 2 O 2 ⎯
⎯→ CO 2 + 2 H 2 O
Calcule:
a) o calor de reação a 298K e a 950K.
b) considerando conversão completa, qual é a quantidade de calor que
deve ser removido do reator se entram 1000 mol/h de CH4.
c) se o calor de reação for removido passando água por uma serpentina
o
interna ao reator, com a água de refrigeração entrando a 29 C e saindo
o
a 60 C, qual o fluxo mássico de água requerido para resfriar o reator?
3.13. No reator que produz biodiesel (Fig 3.17) os reagentes (metanol e óleo) 12 horas. Por fim, na fase 3 o forno é deixado para esfriar naturalmente
são alimentados ao reator a 40ºC. Se a reação ocorre a 60ºC e os até 25ºC. Calcule o calor necessário para realizar o processo e o tempo de
produtos deixam o reator também a 60ºC, qual a quantidade de calor que duração da batelada.
deve ser fornecida ou removida do reator para manter a mistura reacional
a 60ºC? Dados: Cp calcário = 0,08234 kJ/kg.K
Perda de calor para o meio ambiente = 2000 kJ/h
Biodiesel
Óleo
Metanol
Reator Separador
Biodiesel
Metanol
Óleo
Óleo
Glicerina
Metanol
Glicerina
Figura 3.17. Sistema de produção de biodiesel
3.14. Uma caldeira produz 120 kg/h de vapor de água superaquecida a 180ºC.
Sabendo que água a 50ºC entra na caldeira, calcule a quantidade de calor
necessário para produção de vapor. A operação ocorre à pressão
atmosférica.
Dados:
A reação 1 ocorre a 45oC com uma conversão de 90%
A reação 2 ocorre com excesso de óleum, na proporção óleum:DB
= 1,25
A separação do ácido sulfúrico em excesso do DBS ocorre com
adição de água num tanque até que a concentração de ácido seja
de 78%.
A reação 3 (neutralização do DBS) é feita adicionando-se uma
solução aquosa de hidróxido de sódio 40% (em mol). O hidróxido
de sódio é adicionado em excesso (20%).
A queima do metano (para aquecimento do ar) é completa.
ΔH(298 K) benzeno = 48977 J/mol
ΔH(298 K) dodeceno = - 214179 J/mol
ΔH(298 K) dodecilbenzeno = - 227175 J/mol
ΔH(298 K) metano = xxx J/mol
ΔH(298 K) oxigênio = 0,0 J/mol
ΔH(298 K) nitrogênio = 0,0 J/mol
ΔH(298 K) dióxido de carbono = xxx J/mol
ΔH(298 K) água = xxx J/mol
Cp